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GESTÃO DA MANUTENÇÃO

A gestão da manutenção administra tudo o que está ligado a manutenção:


máquinas; equipamentos; custos; planejamento; etc.

“É um conjunto de atos, normas e instruções de procedimentos pertinentes a um

sistema de manutenção, que dá o objetivo para a equipe de manutenção como um


todo, e para a organização a que ela serve” (BRANCO FILHO, 2008, p.2).
Sistemas De Planeamento

Segundo o livro Novo Telecurso – Profissionalizante Mecânica


Manutenção (2009), planear significa conhecer os trabalhos, os recursos
para executá-los e tomar decisões. Isto quer dizer que quem faz o
planejamento tem que fazê-lo com antecedência, definindo as ações de
manutenção que deverão ser realizadas ao longo de um ciclo. Cabral
(2006) diz que algumas vezes o plano precisa ser ajustado em função de
elementos técnico-operacionais colhidos na prática.
Para que não haja confusão durante a execução do plano, alguns pontos devem ser levados
em conta:

Como o serviço será realizado;


Os três primeiros pontos são
O que será feito;
fundamentais para o planejamento, já os
Quanto tempo levará; três últimos para a programação. A
Quem estará executando; tomada de decisão quanto a
Quando ocorrerá; equipamentos e as equipes de
Quanto será investido; manutenção irão funcionar se o plano
tiver sido controlado, pois através dele
serão obtido informações que irão
orientar tal tomada de decisão.
CONTROLE DA MANUTENÇÃO
É realizado por meio de dados anteriores, referentes a históricos
de quebras e a intervenções já realizadas pelo setor da
manutenção. Por meio do histórico é possível ter noção das ações
que deverão ser tomadas e planejar novas ações.

INDICADORES DE DESEMPENHO
Os indicadores de desempenho têm a função de mostrar como está a
situação real da manutenção, através da comparação de dados, para que a
partir daí seja possível definir metas, meios para atingi-las e por fim
acompanhar a evolução das ações tomadas.
INDICADORES DE DESEMPENHO
TMEF – Tempo médio entre falhas ou mean time between failures (MTBF)
O TMEF é a média do tempo entre as falhas, isto é, o tempo que o equipamento
permanece em bom funcionamento até que uma próxima falha ocorra.
Na gestão do dia-a-dia é conhecida como o tempo médio entre manutenções
corretivas.
TMEF é a divisão da soma das horas disponíveis do equipamento para operação
(HD), pelo número de intervenções corretivas neste equipamento no período
(NC).
• TMEF=HD/NC
Este índice nos mostra que se o valor do MTBF for aumentando com o passar do
tempo, indica que o número de intervenções corretivas está diminuindo e com
isso aumentando o total de horas disponíveis para operação.
Cont.
TMR – Tempo médio de reparo ou mean time to repair (MTTR)
O TMR é o tempo médio necessário que a manutenção utiliza para reparar uma
falha, ou então, a média dos tempos utilizados para a manutenção reparar as falhas
em um período de análise.
TMR é a divisão entre a soma das horas de indisponibilidade da máquina para uso
na produção, durante a manutenção (HIM) pelo o número de intervenções corretivas
no período (NC).
• MTR= HIM/NC
Quanto menor for o TMR no passar do tempo, significa que melhor está sendo o
andamento da manutenção e consequentemente menor serão os impactos na
produção, pois com menores tempos de manutenção, mais tempo terão as máquinas
disponíveis para serem usadas na produção.
Cont.
TMPF – Tempo médio para falha
O TMPF é utilizado quando algum componente não pode sofrer reparo,
ou seja, após falhar precisa ser trocado por um novo.
Consequentemente o TMR deste componente é zero.
O tempo médio para falha é o total de horas disponíveis do equipamento
para operação (HD) dividido pelo número de falhas encontradas em
componentes que não são reparáveis.
• TMPF= HD/N° de Falhas.
A diferença entre o TMEF e o TMPF, é que o Tempo Médio Entre
Falhas é utilizado quando o componente é reparável e o Tempo Médio
Para Falha quando o componente não é reparável.
Disponibilidade física da máquina

A disponibilidade física (DF) pode variar muito tanto de um setor para outro,
como de uma empresa para outra. Pode ser o percentual em que um equipamento
está disponível para ser utilizado em operação, em relação ao total de horas do
período.
Pode ser calculada segundo as horas trabalhadas (HT) divididas pelas horas totais
no período (HG).
• DF= HT/HG × 100%
Ou também pode ser calculada entre a relação entro o total de horas acumuladas de
operação divididas pelo total de horas transcorrido.
HO sendo o tempo total de operação e HM o tempo total de paralisações
(preventivas e corretivas).
• DF= HO/HO+HM ×100%
Cont.
O índice de disponibilidade física é de extrema importância para a manutenção, pois
quanto mais horas de disponibilidade física uma máquina possui, são mais horas de
produção.
Com este índice também é possível perceber quais equipamentos estão com menor
disponibilidade física.

DESCONTAMINAÇÃO, LIMPEZA, ESTERILIZAÇÃO E DESINECÇÃO


DESCONTAMINAÇÃO – Qualquer processo de remoção e/ou eliminação de
microrganismos.
O mesmo termo é também utilizado para remoção ou neutralização de produtos
químicos perigosos e materiais radioativos.

ANTIMICROBIANO – Agente que mata microrganismos ou impede o seu


desenvolvimento e multiplicação.
Cont.
ANTI-SÉPTICO – Substância que inibe o crescimento e desenvolvimento de
microrganismos sem necessariamente os matar. Anti-sépticos são normalmente
aplicados sobre superfícies do corpo.
DESINFETANTE – Substância química ou mistura de substâncias químicas
utilizadas para matar microrganismos, mas não necessariamente esporos.
Desinfetantes são normalmente aplicados em superfícies ou objetos inanimados.
DESINFECÇÃO – Meio físico ou químico de matar microrganismos, mas não
necessariamente esporos.
ESTERILIZAÇÃO – Processo que mata e/ou remove todas as classes de
microrganismos e esporos.
ATENÇÃO
Tudo que não pode ser esterilizado deve ser desinfetado. Tudo o que pode ser
esterilizado não deve ser apenas desinfetado(Cottone,cols.,1996).
MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO
LIMPEZA
A limpeza é a remoção da sujidade por ação mecânica, geralmente com a
ajuda de um detergente. Reduz em mais de 80% os microrganismos
existentes nos materiais e superfícies.
As etapas da limpeza são: lavagem, enxaguamento e secagem.
A limpeza do material/equipamento deve ser efetuada de acordo com o
grau de contaminação e tipo de material. A lavagem pode ser manual ou
mecânica.
Deve dar-se preferência à lavagem mecânica, porque além de ser um
método que permite a monitorização e validação, envolve menos riscos
para o pessoal. Além disso, a maioria das máquinas tem a capacidade
de associar a desinfeção térmica à lavagem.
Cont.
As tinas ultrassónicas devem ser utilizadas como adjuvantes da lavagem para
materiais complexos e de difícil limpeza (ex. alguns dispositivos médicos cirúrgicos
de ortopedia, neurocirurgia, estomatologia, oftalmologia). A tina deve estar sempre
tapada durante o processo.
Os produtos utilizados para a higienização das mãos ou dos doentes, não são
adequados para lavar o material. Os produtos a utilizar devem ser sempre os
indicados para o tipo de lavagem (manual ou mecânica), o tipo de material a lavar, o
grau e tipo de contaminação presente.
O detergente é um produto utilizado para a limpeza, contendo tensioativos
destinados a favorecer a eliminação e desagregação da sujidade visível.
Limpeza diária ou limpeza concorrente – destinada ás áreas que oferecem risco
de transmissão de infecções e áreas que levam aos locais de experimentação.
Compreende a desinfecção e/ou limpeza de pisos, paredes, maçanetas e portas.
Cont.
Limpeza técnica – é um processo destinado a remoção de sujidades,
correspondendo a aplicação de agentes químicos, mecânicos ou térmicos, num
período de tempo.
É a limpeza de superfícies ficas e equipamentos permanentes.
Limpeza terminal – limpeza ou desinfecção de todas as áreas da unidade
laboratorial.
Envolve a utilização de removedores, seguida de enceramento e polimento nos
pisos.
Nunca misturar produtos, nomeadamente desinfetantes e detergentes, havendo o
risco de provocar reações químicas tóxicas e/ou de anular o efeito do desinfetante.
Ter em atenção que detergentes e desinfetantes podem contaminar-se.
Pelo que devem manter-se na embalagem original, serem imediatamente fechados
após utilização, ao abrigo da exposição solar e acondicionados em armário fechado.
Cont.
Superfícies em ambiente de saúde – As superfícies em ambiente de saúde
correspondem aos mobiliários, pisos, paredes, divisórias, maçanetas, tetos, janelas,
equipamentos, bancadas, pias, grades de aparelho de ar condicionado, luminárias e
outros
Equipamentos de proteção individual
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS (verificar o que é apropriado para cada
Equipamentos utilizados para limpeza procedimento)
1) Pano para limpeza 1) Avental
2) Rodo 2) Touca
3) Vassoura 3) Luva
4) Escada 4) Máscara
5) Luvas de borracha 5) Óculos de proteção
6) Carrinho de limpeza 6) Propés
7) Mops 7) Bota
8) Sacos de lixo de material plástico 8) Balde
Cont.
Materiais (verificar o que é
PERIODICIDADE DA LIMPEZA
apropriado para cada
1) Limpeza diária
procedimento) Todos os dias em horários pré-
1) Hipoclorito de sódio a 1% estabelecidos e sempre que necessária.
2) Álcool etílico a 70% 2) Limpeza terminal
3) Pano de limpeza Se possível, solicitar mensalmente.
4) Coletores rígidos para descarte de 3) Limpeza de bancadas
Antes e depois da utilização das
perfuro-cortantes (descarpacks)
bancadas.
apropriados para cada situação 4) Limpeza de equipamentos
5) Papel absorvente
6) Detergente neutro Proceder com a limpeza após a
7) Peróxido de hidrogênio a 10% utilização dos equipamentos.
LIMPEZA DIÁRIA EM LABORATÓRIOS

Pisos, paredes, portas e maçanetas e remoção do lixo do laboratório


Serviço de limpeza contratado
Estes trabalhadores necessitarão de treinamento por parte dos encarregados, a fim
de atuarem em locais destinados a serviços de saúde.
Antes da entrada nos laboratórios, os facilitadores precisam promover orientação
quanto aos procedimentos a serem realizados nas áreas de experimentação.
Etapa 1: Os profissionais contratados para os serviços de limpeza deverão proceder
com a higienização das mãos.
Etapa 2: Em seguida deverão colocar as EPI’s necessárias para remoção do lixo do
laboratório e limpeza dos pisos, paredes, portas e maçanetas das áreas laboratoriais.
Etapa 3: As orientações acerca dos procedimentos adotados para a limpeza devem
estar descritas em manual de técnicas que deverá ser distribuído a estes
profissionais.
Cont.
Etapa 4: Ao término das atividades os profissionais deverão retirar as EPIs, e proceder com seu descarte.
Etapa 5: Proceder com a higienização das mãos
Funcionários/alunos e demais colaboradores do laboratório (laboratoristas)
Em situações nas quais esteja impossibilitada a atuação de profissional do serviço de limpeza, como por
exemplo, na secagem de áreas de freezers, derramamento de fluídos biológicos, os funcionários podem
proceder com a limpeza de áreas.

Etapa 1: Os laboratoristas deverão proceder com a higienização das mãos


Etapa 2: Em seguida deverão colocar as EPI’s necessárias para limpeza dos pisos das áreas laboratoriais.
Etapa 3: Proceder com a limpeza utilizando água e sabão neutro.
Etapa 4: Aplicar solução de hipoclorito a 1% no local e deixar agir por 15 minutos.
Etapa 5: Aplicar pano umedecido com água e esperar secar naturalmente.
Etapa 6: Lavar o pano em pia de lavagem de materiais (que contém o símbolo de risco biológico).
Etapa 7: Retirar as EPIs e proceder com seu descarte.
Etapa 8: Os laboratoristas deverão proceder com a higienização das mãos.
BANCADAS

As bancadas deverão ser limpas antes e após a manipulação de agentes biológicos


ou culturas pelos funcionários/alunos e demais colaboradores do laboratório
(laboratoristas). NUNCA pelos funcionários da limpadora.
Etapa 1: Os laboratoristas deverão proceder com a higienização das mãos
Etapa 2: Os laboratoristas deverão se equipar com as EPI’s necessárias para
limpeza das bancadas (luva, avental, touca, propés, óculos e máscara)
Etapa 3: A limpeza das superfícies e bancadas deve ser realizada pelos usuários das
salas após retirada do pó das superfícies com o auxílio de pano seco ou papel
absorvente.
Etapa 4: Realizar limpeza com água e sabão e em seguida deverá ser aplicada
solução de 1% de hipoclorito de sódio que deverá agir por 15 minutos.
Etapa 5: Utilizar solução de 10% de peróxido de hidrogênio que deverá agir por 15
minutos.
Cont.
Etapa 6: Aplicar solução de álcool etílico à 70% .
Etapa 7: Deixar secar naturalmente (é opcional aplicação de luz ultravioleta nas salas, pois tal
medida demanda a necessidade de comprar aparelho para este fim).
Etapa 8: Seguir os mesmos procedimentos de limpeza descritos nas etapas 4-7 após utilização da
bancada para experimentos.
Etapa 9: Finalizar a limpeza da área e dos equipamentos (verificar o POP adequado), retirar as
EPI´s.
Etapa 10: Os laboratoristas deverão proceder com a higienização das mãos.

LIMPEZA TERMINAL
Pisos, tetos, paredes, rodapés
Etapa 1: Os profissionais contratados para os serviços de limpeza deverão proceder com a
higienização das mãos.
Etapa 2: Em seguida deverão colocar as EPI’s necessárias para limpeza de todas as dependências
do laboratório.
Cont.
Etapas 3:As orientações acerca dos procedimentos adoptados para a limpeza devem
estar descritas em manual de técnicas que deverá ser distribuído a estes profissionais.
Estes documentos serão abordados em treinamentos ofertados pelo encarregado e
pelos facilitadores.
Etapa 4: Ao término das atividades os profissionais deverão retirar as EPIs, e
proceder com seu descarte.
Etapa 5: Proceder com a higienização das mãos.

OBSERVAÇÕES:
Cabe aos facilitadores ser um canal de comunicação entre os demais funcionários,
alunos e colaboradores do laboratório com os encarregados.
Todos os laboratoristas podem auxiliar no monitoramento das atividades prestadas
pela limpadora, de modo a contribuir para a eficiência do serviço prestado.
DESINFECÇÃO, LAVAGEM, PREPARO E ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS

Procedimentos para descontaminação de materiais:


1. No caso de material utilizado para produção de vetores virais, autoclavar todos os
materiais por 30 minutos a 120 °C, seguido por descarte como lixo infectante.
2. No caso de material utilizado para cultura celular (como pipetas, tubos falcon e
frascos), deixar todos os materiais imersos em banho contendo solução de hiclorito
de sódio a 3% por 24 horas (esta solução deve ser substituída semanalmente).
Procedimentos para lavagem de materiais empregados em cultura celular:
1. Pipetas:
i. Banho em solução de sabão neutro (extran) por 24 h (esta solução deve ser
substituída semanalmente);
ii. Enxague em água corrente por 15 minutos;
iii. Enxague em água destilada/ultrapura (osmose reversa) por 5 minutos.
Cont.
2. Tubos falcon e frascos, incluindo os de vidro:
i. Lavagem com o auxílio de máquina de lavar.

Procedimentos para preparo de material novo ou usado em cultura celular após descontaminação/lavagem:
1. Pipetas:
i. Após lavagem, secar as pipetas em estufa a 80 °C;
ii. Proteger as pipetas sorológicas com algodão;
iii. Organizar todas as pipetas em cilindros para esterilização.

2. Frascos de vidro, ponteiras e tubos eppendorf:


i. Colocar o material em racks específicos ou em frascos de vidro;
ii. Colocar fita de controle de autoclave;
iii. Autoclavar por 20 minutos a 120 °C.
Cont.
3. Tubos falcon:
i. Após lavagem, secar os tubos falcon em estufa a 80 °C;
ii. Acondicionar os tubos em sacos plásticos e irradiar com luz UV por 20
minutos.

Procedimentos para esterilização de material utilizado em cultura celular:


1. Pipetas:
i. Forno Pasteur a 180 °C por 2 duas horas.
2. Frascos de vidro, ponteiras e tubos eppendorf:
i. Autoclavar a 120 °C por 20 minutos;
ii. Secar os materiais em estufa a 80 °C.
Banho-Maria
Pode haver intensa multiplicação de microrganismos no interior de
equipamentos de Banho-Maria.
Por isso é necessário fazer a sua limpeza e desinfecção regulares.
Nestes procedimentos o uso de luvas e guarda-pó é obrigatório. Proceder
como segue:
a) desligar o aparelho da tomada antes de fazer a limpeza e desinfecção;
b) retirar toda a água e esperar esfriar;
c) lavar com água e sabão as superfícies internas e externas;
d) enxaguar muito bem com pano embebido em água;
e) secar com pano limpo;
f) friccionar as superfícies internas e externas com pano embebido em álcool
a 70% durante 2 minutos.
Geladeiras e Freezers

Todos os materiais guardados dentro desses equipamentos são bem identificados.


Materiais sem identificação ou antigos são descontaminados e descartados.

Substâncias inflamáveis não são guardadas dentro de refrigeradores ou freezers, a não ser
que este seja à prova de explosão. Se for esse o caso, colocar um aviso na porta do
refrigerador para que os funcionários saibam do conteúdo.
Os refrigeradores, freezers e recipientes para gelo seco são descongelados e limpos
periodicamente pelo pessoal técnico dos setores, nunca deixando a espessura do gelo
ultrapassar 1cm.
Para isso, é necessário desligar a geladeira/freezer, retirando os materiais existentes,
transferindo-os para outra geladeira/freezer ou caixa de isopor.
Fazer a limpeza interna e externa com água e sabão, secando após. Friccionar as
superfícies internas com álcool a 70% durante 2 minutos. Para limpar as borrachas das
portas usa-se bicarbonato de sódio (1 colher de sopa para cada litro de água morna).
Cont.
Ligar a geladeira/freezer e recolocar os materiais retirados quando a temperatura
atingir a preconizada.
É necessário o uso de luvas e guarda-pó para realizar estes procedimentos.
Nota: Todo o equipamento que necessitar de conserto ou de cuidados técnicos deve
ser desinfetado antes de ser entregue ao pessoal de manutenção.

DESCONTAMINAÇÃO EM LABORATÓRIOS
Os materiais utilizados em laboratórios de saúde e os locais onde são executados os
procedimentos de laboratório podem veicular agentes infecciosos se não forem
descontaminados após cada uso.
Assim, a limpeza, desinfecção ou esterilização dos materiais e a limpeza dos
ambientes são ações preventivas de biossegurança.
Cont.
É importante a conscientização sobre o risco de transmissão de infecções e dos
limites de cada método de descontaminação na escolha do processo mais adequado.
Essa conscientização se inicia pelo conhecimento dos conceitos de cada processo,
de modo a torná-los compreensíveis e utilizáveis na prática.
A descontaminação consiste na utilização de processos que eliminam total ou
parcialmente microrganismos. O mesmo termo é utilizado para remoção ou
neutralização de produtos químicos perigosos e materiais radioativos. O objetivo
da descontaminação é tornar qualquer material seguro para o descarte final ou para
a reutilização.
Os processos seguintes são utilizados de acordo com o nível de descontaminação
que se pretende alcançar:
Limpeza
Cont.
Desinfecção
Esterilização
LIMPEZA
É o conjunto de ações que visa à remoção de sujeiras e detritos, com a finalidade de
manter em estado de asseio objetos e superfícies.
É o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização,
constituindo o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene de
objetos e superfícies.

DESINFECÇÃO
É o processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa existentes
em superfícies inertes, como pisos cerâmicos, fórmica, granito, aço inox e outros,
através de procedimentos físicos ou químicos.
Cont.
Os meios químicos compreendem os germicidas (desinfetantes), que podem ser
líquidos ou gasosos, e os meios físicos, o calor.

DESINFECÇÃO POR MEIO QUÍMICO LÍQUIDO


Há muitos tipos de germicidas químicos (desinfetantes). A escolha destes produtos
deve ser feita cuidadosamente de acordo com as necessidades específicas.
Muitos desinfetantes são nocivos para a saúde e também para o meio ambiente.
Por isso, ao serem manuseados ou preparados deve-se utilizar equipamentos de
proteção, tais como luvas, guarda-pós e óculos de proteção.
São utilizados e descartados com cuidado, de acordo com as instruções do
fabricante.
Na sequência são apresentados os produtos utilizados no LACEN, bem como o
procedimento e a indicação:
Cont.
FORMALDEÍDO
Apresenta atividade para bactérias gram-positivas e gram-negativas na forma
vegetativa, incluindo as micobactérias, fungos, vírus lipofílicos, hidrofílicos e
esporos bacterianos.
É utilizado para descontaminação através de fumigação das cabines de segurança
biológica. Em função da sua alta toxicidade e caráter irritante para os olhos e
aparelho respiratório não é recomendado para desinfecção rotineira de superfícies,
equipamentos e vidrarias.
Para fumigação de Cabines de Segurança Biológica com formaldeído
ÁLCOOIS
Os álcoois mais empregados em desinfecção são o etanol ou álcool etílico e o
isopropanol ou álcool isopropílico. Apresentam atividade rápida sobre bactérias,
mas não possuem atividade sobre esporos bacterianos e vírus hidrofílicos.
Cont.
O álcool etílico tem maior atividade germicida, menor custo e menor toxicidade que
o isopropílico.

O mecanismo de ação dos álcoois ainda não foi totalmente elucidado, sendo a
desnaturação de proteínas a explicação mais plausível. Na ausência de água as
proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na presença desta razão
pela qual o etanol absoluto é menos ativo do que as suas soluções aquosas.

Em relação à concentração, estudos demonstraram que a atuação do etanol sobre os


microrganismos em meio aquoso se faz entre 60 e 80%, enquanto o álcool sem
diluir não inativa os microrganismos.
Cont.
a) indicações de uso:
O álcool a 70%(v/v) é um dos desinfetantes mais empregados no laboratório, sendo
muito utilizado para anti-sepsia da pele, desinfecção e descontaminação de
bancadas, cabines de segurança biológica, estufas, banhos-maria, geladeiras,
congeladores e centrífugas.
Após a limpeza com água e sabão deve-se esfregar um pano ou algodão embebido
com álcool a 70%.

b) procedimento:
Imergir o produto no álcool ou friccioná-lo na superfície;
Deixar secar sozinho e repetir por 3 vezes (a rápida evaporação limita o tempo de
contato);
É contra-indicado o uso em acrílico. Enrijece borrachas e tubos plásticos.
Cont.
c) como preparar Álcool etílico a 70%:
Com o peso de 70g de álcool etílico PA (Pró-análise) ou álcool etílico comercial
(96º) corresponde a aproximadamente 77 ml na prática, para preparar uma solução
de álcool etílico a 70%, admite-se a utilização de 77 ml de álcool etílico PA ou
comercial 96º mais 23 ml de água destilada.
NOTA: O álcool é inflamável, irritante para os olhos e ineficaz contra esporos de
bactérias.

HIPOCLORITO DE SÓDIO
Composto inorgânico liberador de cloro ativo.
É o mais utilizado e é muito ativo para bactérias na forma vegetativa, gram-
positivas e negativas, micobactérias, esporos bacterianos, fungos, vírus lipofílicos
e hidrofílicos.
Cont.
a) indicações de uso:
No laboratório são apropriados para desinfecção em geral de objetos e
superfícies inanimadas, inclusive as contaminadas com sangue e outros
materiais orgânicos e para recipientes de descarte de materiais, como
ponteiras, swabs e outros objetos que contenham pouca matéria orgânica;

O tempo de exposição para desinfecção de superfícies de laboratório e


qualquer superfície contaminada é de 10 minutos, com 1% de cloro
ativo (10.000 ppm);
Na desinfecção de cozinhas, depósitos de água e bebedouros deixar
agir por 60 minutos, em 0,02% de cloro ativo (200ppm).
Cont.
b) recomendações de uso:
O hipoclorito de sódio tem capacidade corrosiva e descolorante e não é utilizado
em metais e mármore devido a estas características;
Seu efeito é limitado na presença de muita matéria orgânica;
Os materiais submetidos até a concentração de 0,02% não necessitam de enxágüe;
As soluções são estocadas em lugares fechados, frescos e em frascos escuros.

c) efeitos adversos:
É tóxico, causando irritação da pele e olhos. Quando ingerido provoca irritação e
corrosão das membranas mucosas;
A inalação do ácido hipocloroso provoca tosse e choque, podendo causar
irritação severa do trato respiratório.
Cont.
d) formulações:
Para preparar uma solução percentual de hipoclorito deve-se levar em conta a
concentração de cloro ativo indicada no rótulo do hipoclorito que se tem disponível
e utilizar as seguintes fórmulas:
Fórmula para cálculo do volume necessário do hipoclorito disponível:
Volume necessário do Hd = VSH x % de cloro ativo desejado/ % de cloro ativo do
Hd
Hd = hipoclorito disponível
VSH = volume final da solução de hipoclorito no percentual de cloro ativo desejado
Cont.
Fórmula para cálculo do volume de água a ser adicionado ao Hd para obter o
hipoclorito no percentual de cloro ativo desejado:
Volume de água a ser adicionado = VSH – volume necessário do Hd
Hipoclorito no percentual desejado = volume necessário de Hd + volume de água
EXEMPLOS:
Exemplo 1 - Aplicação da fórmula para preparo de hipoclorito a 0,5% a partir de
hipoclorito com 50% de cloro ativo.
Dados:
VSH = 2000 ml
% de cloro ativo do Hd = 50%
% de cloro ativo desejado = 0,5%
Calculando o volume necessário de hipoclorito disponível:
Cont.
Volume necessário do Hd = 2000 ml x 0,5%/ 50%= 20 ml
Calculando o volume de água a ser adicionado:
Volume de água a ser adicionado = 2000 ml – 20 ml = 1980 ml
R: Portanto, para preparar 2000 ml de hipoclorito a 0,5% a partir de hipoclorito a
50% precisa-se de 20 ml de hipoclorito a 50% + 1980 ml de água.
Exemplo 2 - Aplicação da fórmula para preparo de hipoclorito a 2% a partir de
hipoclorito com 50% de cloro ativo.
Dados:
VSH = 2000 ml
% de cloro ativo do Hd = 50%
% de cloro ativo desejado = 2%
Calculando o volume necessário de hipoclorito disponível:
Cont.
Volume necessário do Hd = 2000 ml x 2%/ 50%= 80 ml
Calculando o volume de água a ser adicionado:
Volume de água a ser adicionado = 2000 ml – 80 ml = 1920 ml
R: Portanto, para preparar 2000 ml de hipoclorito a 2% a partir de
hipoclorito a 50% precisa-se de 80 mL de hipoclorito a 50% + 1920 ml
de água.
NOTAS:
1. O hipoclorito é preparado diariamente no volume necessário para o
trabalho. Ao final do dia, descartar as sobras diluídas em bastante água
na rede de esgoto.
ORIENTAÇÕES DE USO DO EXTINTOR
Cont.
Cont.

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