Você está na página 1de 56

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Orientador:
Prof. Dr. Oscar Balancin
Grupo:
Artur Ambrozin
Alexandre Canataro
Erich Sigolo
Leandro Beloto
Matheus Gaboardi
Matheus Miglioli
Pablo Funchal
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Sumário
 Introdução
 Aplicações
 Transformação de fase – Austenita-Ferrita
 Solubilização
 Precipitação
 Interação entre recristalização e precipitação
 Processamento
 Bibliografia
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Introdução
Introdução
 Histórico:
 Demanda de aços com alta resistência a baixos custos;

“A distribuição fina e regular dos elementos e a


 1905 – Henry Ford – Ford T uniformidade da estrutura indicam a qualidade
superior do Vanádio.” Henry Ford, 1910

 1929 primeiros aços microligados – redução do peso de vagões;

 Início dos anos 50:


 Norman Petch e Erich Hall: influência da redução do tamanho de grão no limite de
escoamento. Método barato, materiais mais resistentes e menor transição dúctil-frágil;
 EUA: adição de V e/ou Nb em aços baixo carbono – induzir a formação de
carbonitretos (aumento do limite de escoamento);
Introdução
 Baixa reprodutibilidade fez com que estudos fossem retomados somente nos anos
70;

 Desde então, houve grande refinamento do uso do Vanádio nos aços microligados;

 Atualmente:
 V / Nb / Ti;
 Microligados correspondem a 10% do total de aços produzido no mundo.

 Futuro:
 Demanda por infra-estrutura – 2 bilhões de toneladas aço/ano;
 Aço microligado a partir de sucata reciclada – redução de 30% - 40% no emprego de
aço;
Introdução
 Vanádio:

 Metal abundante;

 Encontra-se distribuído na crosta terrestre;

 Possibilidade do uso de Vanádio reciclado (catálise em refino de


petróleo) - EUA;

 Facilidade do uso em ligas quando comparado a outros elementos


(92% do consumo de Vanádio é devido à produção de aço);
Introdução
Introdução
Introdução
 O que é o aço microligado ao Vanádio (HSLA-V)?

 Aço baixa liga;

 Geralmente menos de 0,12% de Vanádio;

 Proporciona aumento de resistência melhorando (ou pelo menos mantendo)


as características de ductilidade, dureza e soldabilidade;

 Em geral, não há necessidade de tratamento térmico posterior

 Redução da quantidade de elementos de liga necessários

 Economia substancial de energia


Introdução
 Proporcionam aumento na relação resistência/peso;

 Permitem, portanto, a produção de peças mais leves (sem perda de


ductilidade, resistência, elongação e soldabilidade);

 Melhoram as propriedades sem aumentos excessivos nos custos de produção;

 Emprego do Vanádio como elemento de liga:


 Alta solubilidade durante o reaquecimento;
 Evita-se forças elevadas durante a laminação;
 Boa fusibilidade;
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Aplicações
Aplicações
 Principais Aplicações:
 Estruturas:
 Treliças para vãos longos;
 Pontes móveis (aplicação militar);
 Componentes de suspensão para estruturas;
 Barras de reforço (concreto).
Aplicações
 Indústria Automobilística:
 Virabrequins;
 Bielas;
 Suspensões;
 Chassis;
 Componentes de Transmissão;
 Componentes Tubulares;
Aplicações
 Equipamentos pesados:
 Carrocerias de caminhões;
 Elevadores de containers;
 Caçambas de veículos pesados.
Aplicações

 Plataformas off shore;


 Indústria Bélica.
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Diagrama de fase
Diagrama de Fases
Parâmetros que influenciam em Ar3

 Estado de deformação da austenita


 Taxa de resfriamento
 Tamanho de grão austenítico
 Área efetiva do contorno de grão (Sv)
 Taxa de resfriamento
Diagrama de Fases
Transformação da Austenita

 Transformação Difusional
 Variação do empacotamento cristalino
 Alterações composicionais
 Recristalização
 Transformação Martensítica
Diagrama de Fases
Diagrama de Fases
Diagramas CCT
Diagrama de Fases
Diagramas CCT
Diagrama de Fases
Microestrutura da austenita

 Recristalizada
 Diâmetro médio dos grãos
 Não recristalizada
 Tamanho efetivo dos grãos (Sv)

 Influência de elementos microligantes


Diagrama de Fases
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Solubilização
Solubilização

 Aumento da temperatura:

 Aumento da solubilidade;

 Baixa taxa de coalescimento;

 Processo termomecânico  precipitação.


Solubilização
Solubilização
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Precipitação
Precipitação

Carbonitretos

Quando se formam ? Onde se formam ? Como se formam?

Austenita Ferrita Interface Dois modelos


Precipitação
Papel dos elementos na precipitação

 Vanádio

 Nitrogênio

 Carbono
Precipitação
De maneira geral:

 Qual o papel da transformação na precipitação ?


 Por que o vanádio ?
 Modelos da precipitação
 Quais são as funções do nitrogênio, carbono e
vanádio ?
Precipitação

Precipitação interfásica observada sob condições de campo claro e de campo


escuro.Aumento original 400.000X.
Precipitação
Precipitação em Austenita

 Após a precipitação ocorre formação de um fino


precipitado;

 Diminuição da temperatura favorece formação de


coprecipitado;
Precipitação
Precipitação
 Estabilidade do TiN não se altera com a adição de
novos elementos de liga;

 Carbonitretos mais instáveis e se solubilizam com o


aumento da temperatura;

 Fatores que controlam a densidade dos precipitados;

 Partículas dos precipitados apresentam gradientes de


composição;
Precipitação
 Exemplo: precipitação a quente que ocorre durante a
laminação a quente;

 Presença de carbonitretos com tamanhos entre 5 e 10


nm;

 Elevado teor de nitrogênio;


Precipitação

(a) (b)

Precipitação interfásica observada sob condições de


campo claro em (a), e de campo escuro em (b).
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Interação entre recristalização e


precipitação
Interação entre recristalização e
precipitação
Diagrama Recristalização – Precipitação –
Temperatura – Tempo (RPTT)

 O uso do diagrama RPTT é de grande


utilidade no estudo da interação precipitação-
recristalização. Hansen et al. (Metall. Trans. A, vol
11ª, p.387, 1980) propuseram um diagrama
esquemático RPTT, onde as curvas de cinética de
recristalização e precipitação são superpostas:
Interação entre recristalização e
precipitação
Diagrama Recristalização – Precipitação –
Temperatura – Tempo (RPTT)
Interação entre recristalização e
precipitação

Figura 2.3 - Comportamento do crescimento do grão austenítico na presença


de vanádio [18].
Interação entre recristalização e
precipitação
 Força Motriz para a Recristalização

F = [µb²Δρ/2]

Onde µ é o módulo de cisalhamento, b é o vetor


de Burger e Δρ é a variação na densidade de
discordância para a frente móvel de
recristalização.
Interação entre recristalização e
precipitação
 Força de Ancoramento para a Recristalização

FAN = 4rγNs

Onde r é o raio da partícula, γ é a energia


interfacial por unidade de área de contorno, e Ns
é o número de articulas por unidade de área do
contorno.
Aço Médio Carbono Microligado ao Vanádio

Processamento Termomecânico
Processamento Termomecânico
 Mudança de concepção

 Processo convencional vs Processo controlado

 Operações
 Reaquecimento (campo austenítico)
 Deformação
 Resfriamento
Processamento Termomecânico
Processamento Termomecânico

Laminação controlada por


recristalização e resfriamento
rápido

Laminação controlada e
resfriamento rápido

Laminação controlada por


recristalização
Processamento Termomecânico
 Reaquecimento
 Controla a quantidade de elementos microligantes dissolvidos
 Determina o tamanho de grão austenítico

 Desbaste
 Seqüência de passes intercalando deformação-recristalização
 Refina a microestrutura austenítica grosseira

 Acabamento
 Variando a temperatura de não recristalização à temperatura de transição austenita-ferrita (A r3)
 Não ocorre a recristalização total e os grãos austeníticos são deformados continuamente
 Razão superficial de grão por volume aumenta, embora o volume do grão permaneça constante

 Resfriamento
 Principal fator que influencia a distribuição de tamanho dos precipitados
Laminação Controlada
Convencionalmente (LCC)

Desbaste Resfriamento

Reaquecimento Acabamento
Laminação Controlada por
Recristalização (LCR)
 Controle cuidadoso da recristalização da austenita

 Sucesso do processo  recristalização não seja lenta e


evitar crescimento grosseiro dos grãos austeníticos

Finos grãos austeníticos 


microestrutura ferrítica fina
Laminação Controlada por
Recristalização (LCR)
Processamento Termomecânico
Referências Bibliográficas
 T. N. Baker. Processes, Microstructure and Properties of Vanadium Microalloyed Steels. Materials
Science and Technology, Vol. 25, No. 9, 2009, pages 1083-1107.

 T. Siwecki & G. Engberg. Recrystallisation Controlled Rolling of Steels.

 J. H. Woodhead. The Physical Metallurgy of Vanadium Steels.

 J. M. Chilton & M. J. Roberts. Microalloying Effects in Hot Rolled Low Carbon Steels Finished at High
Temperature. Metallurgical Transactions A, Vol. 11A , Oct., 1980.

 P.S. Mitchell, D.N. Crowther and M.J.W. Green. The Manufacture of High Strength, Vanadium-
containing Steels by Thin Slab Casting.

 W. Roberts, A. Sandberg, T. Siwecki. Prediction of Microstructure Development During Recrystallization


Hot Rolling of Ti-V Steels.

 T. Siwecki. A. Sandberg, W. Roberts. Processing Characteristics and Properties of Ti-V-N Steels.


Referências Bibliográficas
 PALMIERE. E.J, GARCIA.C.I and DeARDO. A.J. The Influence of Niobium Supersaturation in
Austenite on the Static Recrystallization Behavior of Low Carbon Microalloyed Steels. Metall. And
Mater. Trans. A. v.27A.pp.951-990.1996.
  
 RALPH. K.B., SHIM.K.B., FUERLEY.J. and EDIRISINGHE.M. The Effects of Particles and Solutes on
Grain Boundary Migration and Grain Growth. Material Science Forum. Vols. 94-96.pp.129-140. 1992
  
 WALSH. R.A, and DeARDO. A.J. Austenite Conditioning Alternative for Microalloyed Steels. Fourth
International Steel Rolling Conference. Deauville University Press. France. P23. 1987.
  
 ASFAHANI. R. and TITHER.G. Precipitation and Recrystallization During TMP of Complex
Microalloyed HSLA Steel. Low Carbon Steel For The 90’s. Pittsburgh. PA . p113. 1993.
  
 Dos SANTOS., J.M.R.- Interação Entre a Recristalização e a Precipitação Induzida por Deformação de um
Aço Microligado ao Nióbio e um aço Microligado ao Vanádio. Tese Doutorado. UFSCar. 1998.
  
 Lourenço. N.J. – Estudo da Deformação de um Aço Microligado ao Vanádio na Região de Transição de
Fase. Tese doutorado. Ufscar. 2001.

 KNEISSL. A.C., DeARDO. A.J., GARCIA.C.I., AND POSCH. G. Precipitation and Recrystallization
During TMP of Complex Microalloyed HSLA Steels. International Symposium on Low-Carbon Steel for
the 90’s. The Mineral, Metals and Material Society.1993.
Referências Bibliográficas
 PALMIERE. E.J, GARCIA.C.I and DeARDO. A.J. The Influence of Niobium Supersaturation in
Austenite on the Static Recrystallization Behavior of Low Carbon Microalloyed Steels. Metall. And
Mater. Trans. A. v.27A.pp.951-990.1996.
  
 RALPH. K.B., SHIM.K.B., FUERLEY.J. and EDIRISINGHE.M. The Effects of Particles and Solutes on
Grain Boundary Migration and Grain Growth. Material Science Forum. Vols. 94-96.pp.129-140. 1992
  
 WALSH. R.A, and DeARDO. A.J. Austenite Conditioning Alternative for Microalloyed Steels. Fourth
International Steel Rolling Conference. Deauville University Press. France. P23. 1987.
  
 ASFAHANI. R. and TITHER.G. Precipitation and Recrystallization During TMP of Complex
Microalloyed HSLA Steel. Low Carbon Steel For The 90’s. Pittsburgh. PA . p113. 1993.
  
 Dos SANTOS., J.M.R.- Interação Entre a Recristalização e a Precipitação Induzida por Deformação de um
Aço Microligado ao Nióbio e um aço Microligado ao Vanádio. Tese Doutorado. UFSCar. 1998.
  
 Lourenço. N.J. – Estudo da Deformação de um Aço Microligado ao Vanádio na Região de Transição de
Fase. Tese doutorado. Ufscar. 2001.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

FIM

Você também pode gostar