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ATUAÇÃO DO

ENFERMEIRO NO
ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR -
ASPECTOS LEGAIS E
OPERACIONAIS
Profª. Me. Leticia Cardoso
CONTEÚDO
1. Breve recorte histórico sobre o atendimento pré-
hospitalar;
2. Atendimento pré-hospitalar e inserção da
enfermagem;
3. Aspectos organizacionais e operacionais do
atendimento pré-hospitalar;
4. Aspectos da avaliação da cena e biossegurança;
5. Incidentes de Múltiplas Vítimas e Desastres
6. Avaliação primária e secundária;
CONCEITOS IMPORTANTES
• APH
Pode ser definido pela prestação de cuidados médicos e de enfermagem a
pacientes que necessitam de assistência médica imediata, como em
situações de emergência e urgência fora do ambiente hospitalar
MOVEL OU FIXO
• PRIMEIROS SOCORROS
São atendimentos iniciais prestados a vítima com o intuito de mantê-la
com vida até a chegada do resgate.
INTRODUÇÃO
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BREVE RECORTE HISTÓRICO SOBRE


O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

GUERRAS
ROMA SEC.XX ATUAL
MUNDIAIS

Criação de unidades médicas Surgimento de serviços de ambulância Desempenha um papel crucial na


Soldados recebiam e técnicas avançadas de suporte à vida, redução de mortes e na melhoria dos
móveis para tratar feridos antes
cuidados médicos ainda de chegarem aos hospitais.
contribuindo para a rápida intervenção resultados clínicos em casos de
médica em emergências. trauma e outras emergências médicas.
no campo de batalha.
CURIOSIDADE
 Período napoleônico (Séc XVIII), o Barão Dominique Jean Larrey
(pai da medicina militar): médico criador da ambulância projetada onde os
atendimento aos soldados feridos de guerra no campo de batalha e
não mais após a sua interrupção
HISTÓRICO – AMBULÂNCIA VOADORA (LEVE E VELOZ)
• Duas perfurações laterais para ventilação
• Acondicionamento de maca
• Cobertores para aquecimento e guarda de instrumentos.

Importante redução na mortalidade.


CONSIDERAÇÕES DE LARREY PARA O APH
• Rapidez no atendimento;

• Utilização de ambulância;

• Treinamento de profissionais;

• Atendimento para transporte de vítimas dos cenários de guerra para hospital próximo;

• Atendimento durante o transporte;

• Triagem por prioridades

• Construção de hospitais próximos ao campo de batalha.


ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E
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INSERÇÃO DA ENFERMAGEM

Florence Nightigale
•Introdutora e a criadora da enfermagem moderna, em 1854 ela direcionava o
atendimento durante a guerra da Criméia na Turquia durante seis meses.
•Durante este período o número de mortes nos hospitais militares caiu de 47% para
2.2%.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E 9

INSERÇÃO DA ENFERMAGEM
• Inserção da Enfermagem:
Década de 1960 marca o início da presença da enfermagem no APH onde Enfermeiros
integraram equipes de serviços de emergência e ambulâncias.

• Expansão de Responsabilidades:
Enfermagem no APH evoluiu para incluir avaliação inicial, administração de
medicamentos e suporte à vida avançado.

• Papel Crucial na Prestação de Cuidados:


Coordenam cuidados até a chegada ao hospital, desempenhando um papel vital na
assistência em situações críticas fora do ambiente hospitalar.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E
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INSERÇÃO DA ENFERMAGEM
• O atendimento pré-hospitalar nos dias de hoje no Brasil, se estrutura em duas
modalidades, que são o Suporte Básico à Vida(SBV) e o Suporte Avançado à Vida
(SAV).
• Dentro dessas duas modalidades, SBV vai ser realizado por pessoas treinadas em
primeiros socorros e vão estar sob supervisão médica, onde vão ser usadas manobras
não invasivas para preservação da vida.
• No SAV, o atendimento vai ser realizado exclusivamente por médicos e enfermeiros,
pois nessa modalidade, vão ser usadas manobras invasivas que são bem mais
complexas e requerem maior conhecimento técnico-científico.
• Portanto, pode-se relacionar a atuação do enfermeiro à assistência direta ao paciente
grave sob risco de morte.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E
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INSERÇÃO DA ENFERMAGEM

• Dentro do exercício da prática de enfermagem no APH, o raciocínio clínico para


a tomada de decisões e a habilidade para executar as intervenções,
prontamente, estão entre as competências mais importantes do profissional
enfermeiro.

• Em outros países como a França, os enfermeiros começam a adquirir


competência no atendimento às urgências, ainda na graduação em enfermagem,
adquirindo também, em unidades de cuidados intensivos e em práticas de suporte
avançado de vida.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E
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INSERÇÃO DA ENFERMAGEM
• Com relação ao perfil e formação, são
características importantes para quem atua no
atendimento pré-hospitalar :
CAPACIDADE FÍSICA, DE LIDAR COM O
ESTRESSE, DE TOMADA DE DECISÃO
IMEDIATA, DE DEFINIÇÃO DE
PRIORIDADES E DE TRABALHO EM
EQUIPE, COMO POR EXEMPLO, A
NECESSIDADE DE ATUAÇÃO COM
OUTROS PROFISSIONAIS DE ÁREAS
DISTINTAS COMO: POLICIAIS,
COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA
E DENTRE OUTROS.
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16/02(NOITE)
RESOLUÇÃO COFEN Nº 713/2022
• Atualiza a norma de atuação dos profissionais de enfermagem no Atendimento Pré-hospitalar (APH) móvel Terrestre e Aquaviário, quer seja
na assistência direta, no gerenciamento e/ou na Central de Regulação das Urgências (CRU), em serviços públicos e privados, civis e militares.
• No âmbito da equipe de enfermagem, a assistência prestada ao paciente deve seguir a normativa abaixo:
I. No Suporte Básico de Vida, a assistência de enfermagem deverá ser realizada, no mínimo, pelo Técnico de Enfermagem, na composição com o
Condutor;
II. No Suporte Intermediário de Vida, a assistência de enfermagem deverá ser executada pelo Enfermeiro, sendo obrigatória a atuação conjunta
com Técnico de Enfermagem ou outro Enfermeiro, na composição com o Condutor;
III. No Suporte Avançado de Vida, a assistência de enfermagem é privativa do Enfermeiro, na composição com o Médico e Condutor.
Título da apresentação 15

21/02 - TARDE
RESOLUÇÃO COFEN Nº 713/2022
Art 3º Nas remoções simples e de caráter eletivo (realização de exames, consultas,
procedimentos de rotina, alta hospitalar), onde o paciente não apresente risco de morte,
porém necessite de transporte em decúbito horizontal, a assistência de enfermagem
poderá ser realizada pelo Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem.
Parágrafo único. Compete ao Enfermeiro Responsável Técnico (ERT) garantir o
seguimento a protocolos e rotinas, bem como, garantir a realização de ações de educação
permanente de acordo com as características do serviço e estabelecer estratégias e ações
voltadas para a segurança do paciente.
Art. 4º Na indisponibilidade do profissional Médico, as unidades de Suporte Avançado
de Vida terrestres e aquaviárias, que optarem por manter a sua operação, devem ser
compostas como Suporte Intermediário de Vida.
RESOLUÇÃO COFEN Nº 713/2022

Art. 5º Integra a presente norma, anexo contendo informações técnicas sobre a


atuação dos profissionais de enfermagem no APH móvel terrestre e aquaviário, quer
seja na assistência direta, no gerenciamento e na Central de Regulação das Urgências
(CRU), bem como, são estabelecidos conceitos, escopo de atuação e estratégias de
capacitação dos profissionais.
Art. 6º Os casos omissos serão avaliados pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 7º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da
União, revogando-se as Resoluções Cofen nº 655/2020, 375/2011, 379/2011 e o
Parecer Conue 008/2020.
OS SUCESSO DO DOENTE
CRÍTICO, VÍTIMA DE TRAUMA OU
NÃO, DEPENDE,
FUNDAMENTALMENTE, DE COMO
ELE É ASSISTIDO E MANEJADO
NA FASE PRÉ-HOSPITALAR E NA
SALA DE EMERGÊNCIA
Aspectos Organizacionais
e
Operacionais
CONTEXTUALIZAÇÃO DOS ASPECTOS
ORGANIZACIONAIS DO ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR
ATRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS
ENVOLVIDOS NO APH E SUAS SUBDIVISÕES
PROTOCOLOS NO APH
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• Definição :
Protocolos são diretrizes padronizadas que orientam a conduta dos profissionais de saúde em situações pré-
hospitalares.
• Propósito:
Garantir respostas eficientes e seguras em emergências .
• Objetivos:
 Padronização para tomada de decisões rápidas.
 Promoção da eficiência e segurança no atendimento.
 Melhoria da qualidade dos cuidados pré-hospitalares.
APH MÓVEL 22

• Dois tipo:
 PRIMARIO: Quando o pedido de socorro for oriundo de
um cidadão;

 SECUNDARIO: Quando o pedido por procedente de um


serviço de saúde onde o paciente já recebeu o primeiro
atendimento necessário a estabilização do quadro de
urgência apresentado, mas necessita ser conduzida a outro
serviço de maior complexidade.
PROTOCOLO
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NORTE AMERICANO X FRANCÊS

• No mundo existem diversos protocolos


em Modelos de atendimento pré
hospitalar, sendo destaque os protocolos
Norte-Americano e o Protocolo francês .
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PRINCIPAIS CATEGORIAS DE
PROTOCOLOS:
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PROTOCOLOS DE REFERÊNCIA PARA


APH
1. Protocolo de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS): é usado para atender pacientes
com emergências cardíacas. São elas parada cardíaca, taquicardia ventricular sustentada, fibrilação
ventricular, entre outras condições.
2. Protocolo de Suporte Básico de Vida (BLS): usado para atender pacientes com emergências médicas
e traumas. O protocolo inclui técnicas para avaliar e manter as vias respiratórias do paciente, controlar
hemorragias, imobilizar fraturas e administrar oxigênio e outros medicamentos básicos.
3. Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar ao Trauma (PHTLS): usado para atender pacientes com
lesões traumáticas. Essas lesões podem ser fraturas, queimaduras, ferimentos por arma de fogo, entre
outras condições.
4. Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar a Crianças (PALS): Este protocolo é usado para atender
pacientes pediátricos em emergências médicas, incluindo emergências cardíacas, respiratórias e
traumáticas.

Os protocolos de referência para APH são estabelecidos por organizações internacionais, como
a American Heart Association (AHA)
26

)
27

ETAPAS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:

1. Acionamento: feito por um


chamado
2. Regulação: um médico
regulador recebe a ligação e
inicia o atendimento por
telefone
3. Despacho: o médico regulador
despacha os recursos
necessários
4. Atendimento local: ações
necessárias para estabilização
da vítima no local
5. Regulação do hospital de
referência
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ETAPAS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:

6. Transporte: tempo gasto


durante o transporte entre o
local e o hospital de
referência
7. Entrega: refere-se a
passagem do caso do APH
para a equipe da
emergência.
8. Recuperação de
materiais e limpeza da
viatura
Título da apresentação 29
AVALIAÇÃO DE CENA
E BIOSSEGURANÇA
Cenário do atendimento pré hospitalar
CENÁRIO 32

• A avaliação de cena antecede


o início da abordagem e das
intervenções às vítimas
• É necessário que o
profissional use seus sentidos,
percepções, bagagens de
experiências anteriores,
conhecimento técnico e
teórico.
• A comunicação efetiva entre
os profissionais participantes
é de suma importância para
garantir essa avaliação.
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE CENA 33
AVALIAÇÃO PRIMARIA
• Objetiva a identificação e o tratamento prioritários
das situações que implicam risco. Devemos
conduzir essa etapa com base numa sistematização
do atendimento.
AVALIAÇÃO
SECUNDÁRIA

• É necessário: colher a história (por


meio do paciente, familiares ou
terceiros), conhecer a queixa
principal e coletar outras
informações relevantes para a
avaliação. Você pode fazer uso do
mnemônico SAMPLA para facilitar
a memorização.

• EXAME FISICO COMPLETO


A CENA
 A preocupação principal de todos deve ser a segurança da equipe;
 Atos devem ser realizados com segurança, evitar medidas heroicas, uma
vez que a equipe de saúde não está habilitada
 A abordagem da vítima só deve ser iniciada, uma vez que o local está
seguro
 Tudo o que for observado por qualquer membro da equipe deve ser
verbalizado para o conhecimento dos demais
 Se a vítima está em situação de risco, ela deve ser mobilizada até uma
área segura antes mesmo de receber os primeiros cuidados.
FATORES DE RISCO NA
CENA DE UM EVENTO
TRAUMÁTICO
Risco biológico Riscos ambientais climáticos Riscos diversos
sangue Chuva, tempestades, inundações Instabilidade de estruturas
secreções raio Fios elétricos
- Fogo, fumaça explosivos
- árvores Materiais perigosos (óleo na pista,
agentes intoxicantes)
- baixa iluminação Presença de agressor
- Nevoeiro, neve , vento
- Relevo acidentado
CENÁRIO CLASSIFICAÇÃO DE ZONAS
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Devem ser estabelecidas áreas de segurança, que serão delimitadas como zonas (quente,
morna e fria), de acordo com a proximidade do incidente e risco oferecido às equipes
atuantes

Zona Quente – local do incidente, onde há grave risco de lesões e/ou morte.

Zona Morna – local próximo ao incidente, onde há risco moderado para os que ali
estão. Neste local é realizada a triagem e atendimento inicial de feridos.

Zona Fria – local seguro, para onde devem ser levadas as pessoas durante uma
evacuação e onde devem permanecer as equipes de socorro que não estejam
diretamente envolvidas nas operações de resgate das vítimas.
Título da apresentação 39
 Área Quente

 Área Morna

 Área Fria

Definição de Zonas de
Segurança
CLASSIFICAÇÃO DE ACIDENTES
CONFORME O NÚMERO DE
VÍTIMAS

Acidentes com múltiplas vítimas


• Nível 1 – 5 à 10 vítimas

• Nível 2 – 11 à 20 vítimas

• Nível 3- mais de 21 vítimas


INCIDENTES COM
MÚLTIPLAS VÍTIMAS
• Proporcionar melhor atendimento para o maior número possível de
vítimas, no momento em que elas mais precisam e no menor tempo
possível ;
• Três princípios básicos no atendimento dessas situações são fundamentais:
triagem, tratamento (estabilização da vítima) e transporte.
• Tratando-se de estabelecer prioridades durante o atendimento e triagem de
vítimas, o método START é o mais utilizado mundialmente, e o método de
escolha do MS para planejamento de atendimento a desastres no Brasil
TRIAGEM – MÉTODO START 44
45

TRIAGEM – MÉTODO START


Atribui tratamento prioritário com base na capacidade do paciente:
• para andar
• avaliação da permeabilidade das vias aéreas
• taxa de respiração
• presença de pulso radial ou recarga capilar em mais ou menos
tempo do que dois segundos
• capacidade para seguir comandos simples.
• Permite a rápida identificação das vítimas em risco eminente de
morte, necessitando de pronto atendimento e prioridade de
transporte
Vítimas
Respiração Espontânea
Deambulando

LEVE SIM
NÃO
Posicionar vias
aéreas Menos de Mais de Imediato
30/min 30/min

NÃO SIM Pulso radial


Checar presente ou
perfusão EC < 2s
Obedece a
MORTO Imediato comandos?
Pulso radial presente
ou EC > 2s
SIM NÃO

Imediato
Amarela Imediato
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Uma vez classificadas, as vítimas são transportadas para áreas identificadas com as respectivas cores e as
vítimas passam a portar um cartão ou fita que define sua prioridade. Como a triagem é dinâmica, as
prioridades podem mudar ao longo do atendimento

Os cartões de triagem foram desenvolvidos de modo a satisfazer as necessidades do transportador que, em


campo, tem de lidar com um número elevado de vítimas que requerem tratamentos diferentes. São coloridos à
frente e atrás, têm faixas destacáveis, perfuradas e numeradas e existem em cinco cores diferentes.
Pendurar em cada vítima conforme a triagem do seu estado de consciência e a avaliação feita
Vítimas com risco imediato de
Não apresentam risco Vítima com capacidade de
vida, necessitam de Vítima em óbito ou que
de vida imediato andar, não precisam de
tratamento e transporte rápido não tenham chance de
tratamento imediato sobreviver
Fluxo de Vítimas
Triagem Tratamento Transporte
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