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Higiene do Trabalho – Riscos Biológicos

no Ambiente de Trabalho

Brasília-DF.
Elaboração

Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I

FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS................................................................................................................. 9

CAPÍTULO 1

COBRAS E SAUROS................................................................................................................. 15

CAPÍTULO 2

ANIMAIS AQUÁTICOS............................................................................................................... 20

CAPÍTULO 3

ANIMAIS TERRESTRES VENENOSOS........................................................................................... 25

UNIDADE II

NOÇÕES DE VENTILAÇÃO.................................................................................................................... 28

CAPÍTULO 1

SISTEMAS DE VENTILAÇÃO....................................................................................................... 33

CAPÍTULO 2

VENTILADORES ....................................................................................................................... 50

UNIDADE III

CONTROLE DO AR............................................................................................................................... 57

CAPÍTULO 1

DOENÇAS ASSOCIADAS À QUALIDADE DO AR INTERIOR.......................................................... 62

CAPÍTULO 2

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE QUALIDADE DO AR................................................................ 67

UNIDADE IV

BIOSSEGURANÇA................................................................................................................................. 82

CAPÍTULO 1

CONTROLE DE INFECÇÃO...................................................................................................... 88

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 98

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 99

ANEXO........................................................................................................................................... 107

SIGLÁRIO........................................................................................................................................... 107
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

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Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Bem-vindo à disciplina Higiene do Trabalho – HT. Este é o nosso Caderno de Estudos
e Pesquisa, material básico aos conhecimentos exigidos da Engenharia de Segurança
do Trabalho – EST. Esta disciplina, em razão do programa, foi dividida em três tomos:
Higiene do Trabalho - Riscos Físicos no Ambiente de Trabalho; Higiene do Trabalho -
Riscos Químicos no Ambiente de Trabalho e Higiene do Trabalho - Riscos Biológicos
no Ambiente de Trabalho.

A HT- Físico introduz a matéria no contexto da EST, para na sequência discutir de


forma minuciosa fenômenos físicos e seus desdobramentos para saúde do trabalhador.
A HT-Químicos aborda os fatores de riscos químicos, definições básicas, gestão do meio
ambiente do trabalho, estratégias de amostragem, limites de tolerância e intervenção
ambiental. A HT-Biológicos aborda os fatores de riscos biológicos, bem como princípios
de ventilação industrial e PMOC e seus desdobramentos para saúde do trabalhador.

Há uma iniciação em ventilação industrial suficiente para posicionar o EST quanto à


capacidade crítica em HT, pois uma das formas de controlar o fator de risco biológico
(e os fatores químicos em forma de aerossóis, bem como os fatores físicos, temperatura,
umidade e velocidade do ar) é manipulando variáveis ambientais relacionadas ao ar
respirável via pólen dos vegetais (5 a 150 µm), esporos dos fungos (1 a 10 µm) e bactérias
(0,2 a 5 µm).

Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos.


Os ícones servirão de recursos de aprendizagem. Desejamos a você um trabalho
proveitoso sobre os temas abordados! Lembre-se de que, apesar de distantes, estamos
muito próximos.

Objetivos
»» Compreender e aplicar conhecimentos relacionados às interações dos
micro-organismos ao meio ambiente do trabalho.

»» Iniciar-se em ventilação industrial.

»» Compreender o controle dos fatores biológicos a partir da Qualidade de


Ar Interior e Programa de Manutenção, Controle e Operação.

»» Capacitar-se para emissão de documentos técnicos relacionados a


insalubridade, financiamento da aposentadoria especial e biossegurança.

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FUNDAMENTOS UNIDADE I
BIOLÓGICOS

Considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes


biológicos, que por sua vez são microrganismos, geneticamente modificados ou não;
as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. A classificação dos agentes
biológicos encontra-se no anexo I da NR 32 do MTE, que deve no Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais – PPR, conter:

I. A identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da


localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus
setores, considerando: a) fontes de exposição e reservatórios; b) vias
de transmissão e de entrada; c) transmissibilidade, patogenicidade e
virulência do agente; d) persistência do agente biológico no ambiente;
e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; f) outras informações
científicas.

II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando: a) a


finalidade e descrição do local de trabalho; b) a organização e procedimentos
de trabalho; c) a possibilidade de exposição; d) a descrição das atividades
e funções de cada local de trabalho; e) as medidas preventivas aplicáveis
e seu acompanhamento.

A avaliação dos riscos biológicos no local de trabalho tem se concentrado até agora
sobre os agricultores, trabalhadores de saneamento e pessoal de laboratório, os quais
apresentam um risco significativo de efeitos adversos à saúde. A coleção de riscos
biológicos detalhada por Dutkiewicz et al. (1988) mostra que os trabalhadores em
muitas outras profissões também são expostos (Figura 1). Dutkiewicz et al. (1988)
realizaram uma classificação taxonômica de microrganismos e plantas (Figura 2) , bem
como os animais (Figura 3), que podem representar um perigo biológico no local de
trabalho.

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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

Figura 1. Ambientes de trabalho com exposição potencial dos trabalhadores aos agentes biológicos.

Indústria Exemplos
Cultivo e Colheita.
Pecuária.
Agricultura
Silvicultura.
Pesca.
Matadouros, fábricas de embalagens de alimentos.
Armazenamento: silos de grãos, rapé e outros processamentos.
Produtos Agrícolas Processamento de pelo e couro de animais.
Fábricas têxteis.
Carpintaria: serrarias, fábricas de papel, cortiça.
Cuidado com os animais de laboratório
Assistência à saúde Cuidados de Pacientes: Médicos, dentários.
Produtos farmacêuticos e de origem vegetal
Cuidados pessoais Cabelereiro e podologia.
Laboratórios Clínicos e de Pesquisa
Biotecnologia Centros de produção.
Centros Ambulatoriais
Manutenção Predial Edifícios “doentes”.
Tratamento de esgotos resíduos e fertilizantes
Sistemas industriais para tratamento de resíduos

Fonte: Dutkiewicz et ai, 1988.

Figura 2. Os vírus, bactérias, fungos e plantas: riscos biológicos conhecidos no local de trabalho.

Infecção Infecção zoonosis Resposta Alérgica Toxina Inalável Toxina Cancerígeno


Vírus x x
Bactérias
Rickettsia x
Clamídias x
Espiroquetas x
Bactérias Gram- X x x x(e)²
negativas
Cocos Gram-positivos x x
Bacilos Formadores de x x x
Esporas
Bacilos gram-positivos x x
sem esporas e
corinebactérias
Microbactérias x x
Actinomicetos x
Cogumelos
Mohos x x x(m)³ x
Dermatofitos x x x
Fungos geofílicos x x
semelhante à levedura
Leveduras endógenas x
Parasitas do Trigo x

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FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

Infecção Infecção zoonosis Resposta Alérgica Toxina Inalável Toxina Cancerígeno


Cogumelos x
Outras plantas Inferiores

Líquenes x
Hepáticas x
Samambaias x
Plantas Superiores

Pólen x
Óleos Voláteis x x
Em pó x x x
Infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses).
Endotoxina.
Micotoxina.

Fonte: Dutkiewicz et ai. 1988.

Figura 3. Animais com grande risco profissional.

Infecção Infecção zoonosis Resposta Alérgica Toxina Vector


Invertebrados não artrópodes
Protozoários x x
Esponjas x
Celentéreos x
Platelmintos x x
Lombrigas x x x
Briozoários x
Tunicados x
Artrópodes
Crustáceos x
Aracnídeos
Aranhas x(B)³
Percevejos x x x(B) x
Carrapatos x(B) x
Insetos
Baratas x
Besouros x
Traças x x
Moscas x(B) x
Abelhas x x(B)
Vertebrados
Peixes x x(B)
Anfíbios x
Répteis x(B)
Aves x
Mamíferos x
Infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses).
Vírus vetor, bactérias ou parasitas patogênicos.
Os toxicos B produzem a toxina do veneno transmitida por mordida ou picada.

Fonte: Dutkiewicz et ai. 1988.

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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

Micro-organismos
Os micro-organismos são um grupo grande e diversificado de organismos que existem
como células, isoladas ou agrupadas (BROCK e MADIGAN, 1988). Neste aspecto, as
células microbianas se diferenciam das células dos animais e das plantas, uma vez que
eles são incapazes de viver sozinhos na natureza e apenas podem existir como parte de
organismos pluricelulares.

São poucas as regiões do nosso planeta que têm falta de vida microbiana, pois os
microrganismos têm uma incrível gama de capacidades metabólicas e energia que
lhes permitem sobreviver em condições letais para outras formas de vida. As quatro
classes principais de microrganismos que podem interagir com os seres humanos
são bactérias, fungos, vírus e protozoários. Representam um perigo para os
trabalhadores por sua ampla distribuição no ambiente de trabalho. Os microrganismos
mais importantes em termos de riscos profissionais estão relacionados nas Tabelas
2 e 3. Existem três fontes principais de tais micróbios:

I. aqueles que aparecem como resultado da decomposição biológica de


substratos associados a determinadas profissões (por exemplo, terra de
feno pode causar pneumonite de hipersensibilidade);

II. aqueles que estão associados com certos tipos de habitats (por exemplo,
bactérias nas redes de abastecimento de água);

III. aqueles que procedem de indivíduos que hospedam um patógeno (por


exemplo, tuberculose).

O ar do ambiente pode ser contaminado ou transportar níveis significativos de


microrganismos potencialmente nocivos (BURRELL, 1991). Os edifícios modernos,
especialmente aqueles projetados para fins comerciais e administrativos, são um nicho
ecológico único, com um ambiente, fauna e flora próprios (STERLING y COLS, 1991).
A água é um importante veículo para a transmissão de infecções intestinais. Através
do contato com a água, seja por razões profissionais ou de lazer, mesmo terapêutico, é
possivel obter um número de patógenos (PITLIK y COLS. 1987).

A natureza das doenças não entéricas transmitidas por meio da água, muitas vezes
depende da ecologia de patógenos aquáticos. Existem dois tipos básicos de infecções:
infecções superficiais, que afetam as membranas mucosas e as áreas de pele
previamente danificadas, e infecções sistêmicas, que muitas vezes são infecções
graves que podem ocorrer quando o sistema imunitário está fragilizado. Uma variedade
de organismos aquáticos, incluindo os vírus, bactérias, fungos, algas e parasitas

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FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

podem invadir o hospedeiro através do trato intestinal, tal como a conjuntiva, mucosa
respiratória, a pele e os órgãos genitais. Embora a propagação zoonótica de doenças
infecciosas continue a ocorrer em animais de laboratório usados para investigação
biomédica, o número de focos foi reduzido devido à adoção de procedimentos
veterinários e de produção animal mais rigoroso, o uso de animais criados para fins
comerciais e instituição de programas adequados para proteger a saúde do pessoal
(FOX e LIPMAN, 1991).

Também é importante para prevenir doenças zoonóticas de pessoal, que os animais


tenham modernas instalações estando devidamente protegidos para evitar a entrada
de pragas e vetores biológicos. No entanto, nesses lugares podem ser encontrados
agentes zoonóticos conhecidos, microorganismos recém-descobertas ou novas espécies
de animais até então desconhecidos como portadores de micro-organismos zoonóticos,
e ainda há a possibilidade de transmissão de doenças infecciosas de animais para
humanos. O Diálogo ativo entre veterinários e médicos sobre o risco de doenças
zoonóticas, espécies animais envolvidos e métodos de diagnóstico são essenciais para o
sucesso de qualquer programa de prevenção.

Ambientes de trabalho com riscos biológicos

Os trabalhadores dos serviços de saúde, médicos e laboratoriais e outros, bem


como profissões relacionadas com tais atividades estão expostos à infecção por
micro-organismos se não adotarem as medidas preventivas adequadas. Entre os
muitos riscos biológicos para os trabalhadores expostos em hospitais são o vírus da
imunodeficiência humana (HIV), a hepatite B, a herpes, a rubéola e a tuberculose
(HEWITT, 1993). O trabalho no setor agrícola está associado a uma ampla variedade
de riscos ocupacionais. A exposição à poeira orgânica de micro-organismos no ar e
suas toxinas, pode causar doenças respiratórias (ZEJDA y COLS. 1993), incluindo
bronquite crônica, asma, pneumonite por hipersensibilidade, síndrome tóxica de
poeira orgânica e doença pulmonar obstrutiva crônica. Dutkiewicz y Cols (1988)
analisaram amostras de material dos silos para identificar potenciais agentes que
causam os sintomas da síndrome tóxica e orgânica.

Eles encontraram níveis muito elevados de contagem total de bactérias aeróbias e


fungos. O fungo Aspergillus fumigatus foi predominante, enquanto bacilos, organismos
gram-negativos (Pseudomonas, Alcaligenes, Citrobacter e Klebsiella) e actinomicetos
foram as bactérias mais comuns. Estes resultados mostram que a exposição a material
de aerosolizado dos silos acarretam um risco de exposição a concentrações elevadas
de microrganismos, dos quais A. fumigatus e bactérias produtoras de endotoxinas são
patógenos mais prováveis.

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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

A exposição durante períodos curtos de tempo para certos pós de madeira pode levar
à asma, conjuntivite, rinite alérgica ou dermatite. Alguns microrganismos termofílicos
presentes na madeira são patogênicos para os seres humanos, e por inalação de esporos
de actinomicetos presentes em aparas de madeira armazenados tem sido associada
a doenças humanas (JACJELS, 1985). Aqui estão alguns exemplos de doenças
ocupacionais específicos:

1. O fungo Penicillium camemberti var. candidum é usado para fazer


certos tipos de queijo. A elevada concentração deste fungo precipitando
anticorpos em amostras de sangue dos trabalhadores, em conjunto
com as causas dos sintomas clínicos respiratórios indicam relação
etiológica entre sintomas respiratórios e alta exposição ao fungo
(DAHL y Cols, 1994).

2. Os micro-organismos (bactérias e fungos) e as endotoxinas são agentes


potenciais de risco para os profissionais nas unidades de processamento da
batata (DUTKIEWICZ, 1994). Ele estabeleceu uma correlação significativa
entre a presença de precipitinas contra antígenos microbianos e sintomas
gerais e respiratórios relacionados com o trabalho, que tinha 45,9 % dos
trabalhadores examinados.

3. Pessoas que trabalham ou visitam museus e bibliotecas são expostos a


fungos (por exemplo, Aspergillus, Penicillium) que, em certas condições,
poluem os livros (Kolmodin - Hedman y cols. 1986). Os sintomas mais
comuns consistem em convulsões febris, calafrios, náuseas e tosse.

4. O uso de microscópios com as mesmas lentes em diferentes turnos de


trabalho podem causar infecções oftalmológicas. Entre os microrganismos
responsáveis foi identificado Staphylococcus aureus (OLCERST, 1987).

Prevenção
O conhecimento dos princípios da epidemiologia e transmissão de doenças infecciosas é essencial para os métodos utilizados no controle do
organismo causador da doença. Os trabalhadores devem ser submetidos a exames médicos periódicos para detectar doenças ocupacionais de
origem biológica. Existe uma série de princípios gerais para realizar exames médicos e detectar efeitos adversos para a saúde devido à exposição
no local de trabalho, incluindo o caso de riscos biológicos. Em outros capítulos desta apostila são descritos alguns procedimentos específicos.
Por exemplo, na Suécia, a Federação Agricultores iniciou um programa de serviços médicos preventivos no trabalho dos agricultores (HOGLUND,
1990). O principal objetivo deste programa era evitar doenças e lesões relacionadas ao trabalho e prestar assistência médica aos agricultores
que sofreram problemas de saúde ocupacional. Quando há surtos de doenças infecciosas não se pode tomar as devidas precauções, se não
identificar a doença previamente. Um exemplo disso foi o surto de febre viral hemorrágica da Crimeia e do Congo (FHCC) entre os funcionários
do hospital dos Emirados Árabes Unidos (Dubai), Paquistão e África do Sul (VAN EEDEN Y COLS. 1985).

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CAPÍTULO 1
Cobras e sauros

Cobras

Nas regiões quentes e temperadas, picadas de cobras representam um perigo mortal para
certas categorias de trabalhadores, fazendeiros, madeireiros florestais, trabalhadores
da construção civil e obras públicas, pesca, colheita de cogumelos, encantadores de
serpentes, os funcionários do jardim zoológico e pessoal de laboratório responsáveis
pela preparação de soros antiveneno. A grande maioria das cobras é inofensiva para os
seres humanos, mas outras podem causar lesões graves por suas picadas venenosas.
As espécies perigosas são encontradas tanto entre as cobras terrestres (Cobras e víboras)
quanto entre as aquáticas (hidrofidios) (RIOUX e JUMINER 1983).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS 1995), picadas de cobra causam
30 mil mortes por ano na Ásia, cerca de 1.000 mortes na África e vários na América do
Sul. Em alguns países, existem estatísticas mais detalhadas. No México, a cada ano, há
mais de 63 mil picadas de serpentes e picadas de escorpião, que juntos originam mais
de 300 mortes. No Brasil são constatadas anualmente cerca de 20 mil picadas de cobra
e entre 7000 e 8000 picadas de escorpião, com uma taxa de mortalidade de 1,5% para
picadas de cobra e entre 0,3% e 1% para picadas de escorpião.

De acordo com um estudo realizado em Ouagadougou, Burkina Faso, na periferia de


cidades ocorrem 7,5 acidentes ofídicos por 100.000 habitantes e em áreas rurais, mais
de 69 por 100.000 habitantes, chegando aqui a taxa de mortalidade de 3%. Picadas de
cobra também são um problema em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos a cada
ano são registrados 45 mil acidentes ofídicos, embora, devido à facilidade de acesso aos
cuidados de saúde, o número de mortes anuais estão entre 9 e 15. Na Austrália, onde
existem algumas das cobras mais venenosas do mundo, estima-se que o número anual
de ataques de cobra varia entre 300 e 500, com uma média de duas mortes. Mudanças
ambientais, principalmente o desmatamento, pode ter causado o desaparecimento
de muitas espécies de serpentes no Brasil. No entanto, o número de casos de picadas
de cobra não foi reduzido, pois em algumas áreas desmatadas têm proliferado outras
espécies, às vezes mais perigosa. (OMS 1995).

15
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

Características clínicas da picada de cobra

Dependendo da espécie, certa proporção de pacientes picados por serpentes venenosas


(entre 10% e 60%) não desenvolveram sintomas tóxicos (veneno), ou estes são mínimos,
quanto às marcas que indicam a penetração na pele de presas da serpente. O medo e os
efeitos do tratamento, bem como o veneno de cobra, contribuem para a produção dos
sintomas. Mesmo pacientes que não estão envenenados podem sofrer ondas de calor,
tonturas e dispneia, com constrição no peito, palpitações, sudorese e acroparestesia.
Os torniquetes apertados podem causar congestão e isquemia das extremidades; as
incisões locais (local da mordida) podem originar sangramentos e dessensibilização, e
os medicamentos à base de plantas, vômitos.

Os primeiros sintomas que podem ser atribuídos diretamente à picada é dor local e
hemorragia no local da penetração dos dentes, seguido por dor, sensibilidade, inchaço
e inchaço do membro, linfangite e dilatação dolorosa dos gânglios linfáticos regionais.
Pacientes com picadas de cobras Europeias, Daboia russelii, espécies de Bothrops,
elapidos Australianos e Atractaspis engaddensis podem ter síncope precoce, vômitos,
cólicas, diarreia, angioedema e chiado no peito. Náuseas e vômitos são sintomas comuns
de intoxicação grave.

Tipos de mordida

Cobras com presas traseiras tais como o Dispholidus tipo e espécie de Thelotornis,
Rhabdophis e Philodryas. Produz inflamação local, sangramento nas marcas de presas
e, às vezes (Rhabophis tigrinus), desmaios. Mais tarde podem aparecer vômitos,
cólicas abdominais, dores de cabeça e hemorragia sistêmica generalizada com inchaço
extenso (Cardinals), coagulopatia, hemólise intravascular e insuficiência hepática.
Envenenamento pode desenvolver-se lentamente ao longo de vários dias.

Atractaspididae (cobras toupeira, serpente negra


de Natal)

Efeitos locais incluem dor, inchaço, hematomas, necrose e dilatação dos gânglios
linfáticos dolorosos. Os pacientes envenenados por A. engaddensis descrevem sintomas
intestinais violentos (náuseas, vômitos e diarreia), anafilaxia (dispneia, insuficiência
respiratória, choque) e alterações de ECG (bloco a-v, ST, onda T).

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FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

Elapídios (cobras, búngaros, mambas, cobras


corais e cobras venenosas australianas)

As picadas Búngaros, mambas, cobras corais e algumas cobras (por exemplo, a


Naja e a N. nivea) produzem efeitos locais mínimos, enquanto as picadas de cobras
cuspidoras africanas (N. nigricollis, N.mossambica etc.) e as cobras asiáticas (N. naja,
N. kaouthia, N. sumatrana etc.) causam inflamação local dolorosa que pode ser extensa,
formar cardeais ou produzir necrose superficial. Entre os sintomas neurotóxicos
iniciais, antes que se apresentem sintomas neurológicos objetivos, figuram: vômitos,
“peso” das pálpebras, visão turva, contração muscular, parestesia ao redor da boca,
hiperacusia, dor de cabeça, vertigens, tonturas, salivação, congestão conjuntiva e pele
de galinha. A paralisia começa por ptose palpebral e oftalmoplegia externa, que já
aparece em 15 minutos da picada, embora às vezes levasse dez ou mais horas para
aparecer. Posteriormente, a face, boca, mandíbula, língua, cordas vocais, músculos do
pescoço e os músculos da deglutição sofrem paralisia progressiva. A obstrução das vias
aéreas pode causar insuficiência respiratória nesta fase, ou mais tarde, com paralisia
dos músculos intercostais, o diafragma e os músculos respiratórios acessórios. Os
efeitos neurotóxicos são totalmente reversíveis se o antídoto ou o anticolinesterase
forem administrados imediatamente (por exemplo, após a picada de cobra
asiática, de algumas cobras corais da América Latina (Micrurus) e cobras da morte
australianas (Acanthophis)) ou por remissão espontânea dentro de um a sete dias.
O envenenamento causado por serpentes australianas produzem vômitos, cefaleia,
síncope, neurotoxicidade, distúrbios hemostáticos e, com algumas espécies, mudanças
no ECG, rabdomiólise generalizada e insuficiência renal. A dilatação dolorosa dos
gânglios linfáticos regionais indica que a intoxicação sistêmica é iminente, mas os
sintomas locais geralmente não existem ou são leves, exceto depois de picada pelas
espécies Pseudechis.

Oftalmia venenosa causada por elapídeos


“cuspidores”

Os pacientes “cuspidos” por este tipo de elapídeo experimenta uma dor intensa nos
olhos, conjuntivite, blefaroespasmo, edema das pálpebras e secreção. Em mais da
metade dos pacientes cuspidos por N. nigricollis observaram erosões na córnea.
Raramente, o veneno é absorvido dentro da câmara anterior, causando hypopyon e
uveíte anterior. A infecção secundária das erosões da córnea pode produzir opacidades
permanentes que dificultam a visão ou panoftalmitis.

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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

Vipéridos (víboras, cobras cascavéis, víboras com


cabeça de lança, mocassins e jararacas)

O envenanamento local é relativamente grave. A inflamação pode ser detectada em


15 minutos, embora, em algumas ocasiões, leva horas a aparecer. Ele se espalha
rapidamente e pode afetar todo o membro e tronco adjacente. Ocorre dor associada
e ternura nos gânglios linfáticos. No dia seguinte pode aparecer cardeal, equimose e
necrose. A frequência e gravidade desta última são notáveis após a picada de algumas
cascavéis, víboras com cabeça de lança (gênero Bothrops) jararacas asiáticas e víboras
africanas (gêneros Echis e Bitis). Quando o tecido é envenenado dentro de uma zona
estreita, como o espaço da polpa dos dedos das mãos ou dedos dos pés, ou no músculo
tibial anterior, pode ocorrer a isquemia.

Caso não ocorra ou se perceba a inflamação durante as duas horas que se seguem a
picada de uma cobra, existe uma possibilidade de que não houve envenenamento. No
entanto, com algumas espécies o envenenamento fatal ocorre mesmo sem manifestação
de sintomas locais (por exemplo, Crotalus durissus terrificus, C. scutulatus e víbora
birmana de Russel).

Tratamento Primeiros Socorros


Os doentes devem ser transportados para o hospital mais próximo tão rapidamente quanto possível e confortavelmente, impedindo o movimento
do membro no qual a mordida ocorreu por meio da utilização de uma tala. Os métodos tradicionais de primeiros socorros podem ser prejudiciais
e não devem ser usados. As incisões locais e de sucção podem apresentar infecção, danificar os tecidos e causar sangramento persistente, eles
não são susceptíveis de extrair a maior parte do veneno da ferida. Os benefícios potenciais de método de extracção de pó não foram testados em
pacientes humanos e podem danificar os tecidos moles. O permanganato de potássio e a crioterapia podem intensificar a necrose local. Choques
elétricos podem ser perigosos, e não foram provados seus benefícios. Os torniquetes e as ligaduras de compressão podem causar gangrena,
fibrinólise, paralisia de nervos periféricos e o aumento do envenenamento local na extremidade ocluída. O método de imobilização por pressão
consiste em aplicar uma ligadura de compressão firme, mas não apertada, no membro que ocorreu a picada, com uma faixa de entre 4 e 5 m
de comprimento e 10 cm de largura, a partir do lugar da picada e incorporando a tala. Em animais, é um método eficaz para prevenir a absorção
sistêmica no caso de elápidos australianos, e outros venenos, mas em seres humanos ainda não foi submetido a testes clínicos. A imobilização de
pressão é recomendada para picadas de cobras com venenos neurotóxicos (por exemplo, Elapidae, Hydrophiidae), mas quando a inflamação e
necrose forem locais pode ser um problema (por exemplo, Viperidae). Em nenhum caso, recomendamos a caça, captura ou abate da cobra, mas
se ela já está morta, deve ser levada junto com o paciente para o hospital. Não se deve tocar com as mãos desprotegidas, pois ela pode atacar
com picadas de reflexos, apesar de estar aparentemente morta. Os pacientes levados para o hospital devem ficar de lado para evitar aspiração de
vômito. Os vômitos persistentes se tratam com clorpromazina (25-50 mg em adultos, de 1 mg / kg de peso corporal em crianças). Se o paciente
apresentar síncope, choque, angioedema ou outros sintomas anafiláticos (autofarmacológicos) se administra adrenalina a 0,1% por via subcutânea
(0,5 ml para adultos e de 0,01 ml / kg de peso corporal para as crianças) e um anti-histamínico como a clorfeniramina por injecção intravenosa
lenta (10 mg para adultos , 0,2 mg / kg de peso corporal para crianças).

Os pacientes com coagulopatias podem desenvolver hematomas graves após injeções


intramusculares ou subcutâneas, razão pela qual a intravenosa deve ser usada sempre
que possível. Pacientes com insuficiência respiratória ou cianose se tratam estabelecendo
uma via aérea, administrando o oxigênio e, se necessário, com respiração assistida. Se
o paciente estiver inconsciente e sem pulso detectado ou o femoral ou carótida, deve-se
proceder de imediato a uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP).

18
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

Sauria (lagartos)

Há apenas duas espécies de lagartos venenosos, ambos pertencentes ao gênero


Heloderma: H. suspectum (monstro de Gila) e H. horridum. Um veneno similar ao
das víboras penetra nas mordidas produzidas pelas presas curvadas desses lagartos,
se bem que as mordidas em seres humanos são pouco frequentes e a recuperação é
normalmente rápida. (RIOUX e JUMINER 1983).

Prevenção para Cobras e Lagartos


As serpentes não costumam atacar seres humanos, a menos que se sintam ameaçadas, se forem perturbadas ou pisadas. Em áreas infestadas
com cobras venenosas, os trabalhadores devem proteger as extremidades inferiores e levar soro antiveneno monovalente ou polivalente. Pessoas
que trabalham em uma zona de perigo, a mais de meia hora de carro do posto mais próximo de primeiros socorros, são aconselhadas a levar
um equipamento antiveneno que contenha uma seringa esterilizada. Em todo caso, os trabalhadores devem saber que as mordidas, incluindo
as produzidas pelas cobras mais venenosas, raramente são fatais, porque a quantidade de veneno injetado é geralmente pequena. Alguns
encantadores de serpentes conseguem se imunizar mediante repetidas injeções de veneno, mas ainda não foi desenvolvido nenhum método
científico para a imunização humana. (RIOUX e JUMINER 1983).

Normas internacionais e riscos biológicos


A Regulamentação do trabalho em muitos países inclui os riscos biológicos em sua definição de substâncias nocivas ou tóxicas. No entanto, na
maioria dos regulamentos os riscos biológicos são limitados principalmente aos micro-organismos ou agentes infecciosos. Alguns regulamentos da
Occupational Safety and Health Administration (OSHA), nos Estados Unidos contêm disposições relativas aos riscos biológicos, o mais específico
são os que estão relacionados com a vacina da hepatite B e patógenos transmitidos pelo sangue. Os riscos biológicos também são mencionados
em dispositivos de aplicação mais amplos (por exemplo, os relacionados com a comunicação de risco, as especificações para sinalética de
segurança e diretrizes para o desenvolvimento de planos de desenvolvimento pessoal). Apesar de não ser sujeito a qualquer regulamentação
específica, a identificação e a prevenção dos riscos associados aos animais, insetos ou plantas são mencionadas em outros regulamentos da
OSHA pertencentes a ambientes de trabalho específicos: por exemplo, as telecomunicações, em campos de trabalho temporários sobre o
transporte de polpa de madeira (este último inclui orientações sobre equipamentos de primeiros socorros para picadas de cobra). Uma das
normas mais detalhadas para o controle de riscos biológicos no local de trabalho é a Directiva Europeia no 90/679. Ela define agentes biológicos
como “micro-organismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas de células e os endoparasitas humanos, tudo o que pode causar
alguma infecção, alergia ou toxicidade” e classifica os agentes e biológicos em quatro grupos, dependendo do seu nível do risco de infecção. A
Directiva abrange a identificação e avaliação dos riscos e obrigações dos empregadores em termos de substituição ou redução do risco (através
de controles de engenharia, higiene industrial, a proteção individual e coletiva etc.), informação (dos trabalhadores, os seus representantes e
autoridades competentes), vigilância sanitária, vacinação e manutenção de registros. Os anexos contêm informações detalhadas sobre as medidas
de controle para os diferentes “níveis de contenção”, dependendo da natureza das atividades, a avaliação do risco para os trabalhadores e a
natureza do agente biológico em questão.

19
CAPÍTULO 2
Animais aquáticos

Em quase todas as divisões taxonômicas (filos) existem animais aquáticos perigosos


para os seres humanos. Os trabalhadores entram em contato com esses animais no
curso de várias atividades, como a pesca submarina e de superfície, a instalação e
operação de equipamentos para extração de petróleo sob a água, construção submarina
e pesquisa científica, e assim por diante, se expondo a riscos para a saúde. As espécies
mais perigosas habitam as águas quentes e temperadas.

Poríferos
A esponja comum pertence a esse filo. Os pescadores que tocam as esponjas (incluindo
mergulhadores, mergulhadores com equipamento entre outros), podem contrair a
dermatite de contato, o que provoca irritação na pele e caroços ou bolhas. A “doença dos
mergulhadores de esponja” na região do Mediterrâneo é causada pelos tentáculos de
um pequeno celentéreo (Sagartia rosea), que parasitam a esponja. Dermatite conhecida
como “musgo vermelho” ocorre em pescadores de ostras na América do Norte pelo
contato com escarlate esponja, encontradas em conchas de ostras. Houve casos de
alergia tipo 4. O veneno liberado pela esponja contém a histamina e as substâncias
antibióticas Suberitus ficus.

Celentéreos

Eles são representados por numerosas famílias da classe conhecida como hydrozoan,
que inclui corais Millepora (coral ardor, fogo coral), o Physalia (Physalia physalis, vespa
do mar, o homem Português), o Scyphozoa (água-viva) e Actiniaria (anemone picadas),
estes são encontrados em todas as partes do oceano. A característica comum destes
animais é a sua capacidade para produzir urticária por injecção de um veneno potente
armazenado em uma célula especial (nidoblasto) com um filamento oco que se rompe
quando se encosta o braço e penetra na pele da vítima. As várias substâncias presentes
no veneno podem originar sintomas como coceira intensa, congestão hepática, dor
e depressão do sistema nervoso central. Entre estas substâncias foram identificadas
thalassius, congestina, equinotoxina (contendo 5- hidroxitriptamina e tetramina)
e hipnotoxina respectivamente. Os efeitos sobre o indivíduo dependerá do grau de
contato com os tentáculos e, consequentemente, o número de agulhas microscópicas
que podem atingir vários milhares, e até mesmo causar a morte da vítima em minutos.

20
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

Dada a ampla distribuição destes animais em todo o mundo, ocorrem muitos incidentes,
embora o número de mortes seja relativamente baixo. Os efeitos sobre a pele são
caracterizados por prurido intenso e a formação de pápulas vermelhas brilhantes
e aparência mosqueada, que se tornam pústulas e ulcerações. A pessoa sente uma
dor aguda como um choque elétrico. Outros sintomas incluem falta de ar, ansiedade
generalizada, distúrbios cardíacos, colapso, náuseas, vômitos, perda de consciência e
choque primário.

Equinodermos

Este grupo inclui as estrelas e ouriços do mar. Ambos têm órgãos venenosos
(pedicelos), mas eles não são perigosos para os seres humanos. Os espinhos do ouriço
do mar penetram na pele e deixam um fragmento profundo, produzindo uma infecção
secundária, seguida pela formação de pústulas e granuloma persistente, muito irritante
se as feridas estiverem perto de tendões ou ligamentos. Entre os ouriços do mar, só a
Acanthaster planci parece ter espinhos venenosos que podem causar distúrbios gerais,
tais como vômitos, paralisia e dormência.

Moluscos

Entre os animais desse filo se encontram os conivalvos, que são os que podem ser
perigosos. Vivem em fundos arenosos do mar e parecem ter uma estrutura formada
por uma rádula venenosa com dentes em forma de agulha, os quais se projetam para
fora da boca e podem atacar a vítima quando a concha é tocada diretamente com
as mãos de forma imprudente. O veneno age sobre os sistemas nervosos centrais e
neuromusculares. A penetração desse dente na pele produz isquemia temporária,
cianose, embaciamento, dor e parestesia à medida que o veneno se espalha pelo o corpo.
Outros efeitos posteriores são: paralisia dos músculos voluntários, falta de coordenação,
visão dupla e confusão geral. A morte pode ocorrer a partir de paralisia respiratória e
colapso circulatório. Foram registrados cerca de 30 casos, dos quais 8 foram fatais.

Platelmintos

Para esta classe pertencem a Hermodice carunculata e a Eurythoe complanata


conhecidos como “vermes espinhosos”. Eles são cobertos por inúmeros apêndices em
forma de espinhos contendo um veneno (nereistotoxina) com efeito neurotóxico e
irritante.
21
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

Polyzoos (Bryozoos)

Este grupo é composto por animais que formam colônias com aspecto de plantas,
semelhantes a musgos gelatinosos que se encrostam em rochas e conchas. A variedade
conhecida como Alcyonidium, produz uma dermatite irritativa nos braços e no rosto
dos pescadores ao retirar este “musgo” de suas redes. Ele pode também causar um
eczema alérgico.

Seláceos (Chondrichthyes)

Entre os animais desse filo estão os tubarões, raias e mantas. Os tubarões vivem em
águas rasas, onde eles buscam suas presas e podem atacar as pessoas. Muitas variedades
de Seláceos têm um ou dois espinhos largos venenosos na frente da nadadeira dorsal,
que contêm um veneno fraco ainda não identificado. Os espinhos produzem uma ferida
que causa dor imediata e intensa irritação, inflamação e edema.

Outro grande perigo desses animais é a sua mordida, pois a disposição dos seus dentes
afiados em várias linhas pode causar graves lacerações que produzem choque imediato,
hemorragia aguda e afogamento da vítima. O perigo representado por tubarões tem
sido objeto de intenso debate e todas as variedades parecem ser particularmente
agressivas. É muito difícil prever o seu comportamento, mas acredita-se que eles são
atraídos pelo movimento e a cor da luz dos nadadores, bem como sangue e as vibrações
que produzem peixes ou outra presa depois de terem sido presas. As raias e as mantas
são corpos grandes, planas com uma longa cauda coberta com um ou mais espinhos
ou serras que podem ser venenosos. O veneno contém serotonina, 5- nucleotidase e
fosfodiesterase, e pode causar vasoconstrição generalizada e paragem cardíaca. As raias
e as mantas vivem em regiões arenosas e águas costeiras, onde podem se esconder bem,
sendo fácil de banhistas pisarem sem se dar conta. A raia reage levantando a cauda
e projetando o espinho contra a vítima. Isto pode causar feridas profundas em um
membro ou órgão interno, como o peritônio, pulmão, coração ou fígado, especialmente
no caso das crianças.

A lesão também pode causar dor, inflamação, edema linfático e de outros sintomas, tais
como choque primário e colapso circulatório. Lesões de órgãos internos pode causar a
morte em poucas horas. Incidentes com raias e mantas estão entre os mais frequentes,
ocorrendo cerca de 750 a cada ano nos Estados Unidos. Estes animais também são
perigosos para os pescadores, recomenda-se que cortem a linha, logo que o venham a
bordo. Algumas espécies de raias, como o torpedo e narcine possuem órgãos elétricos
na parte traseira que, quando eles são estimulados por simples contato, descargas

22
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

elétricas ocorrem entre 8 e 220 volts, o suficiente para temporariamente atordoar e


imobilizar a vítima, embora esta geralmente se recupere sem complicações.

Osteíctios

Muitos peixes deste filo possuem espinhos peitorais, caudais e anais, ligados a um corpo
venenoso, cujo objetivo principal é a defesa. Se o peixe é perturbado, ou pisado, ele
eriça os espinhos que podem penetrar a pele e injetar veneno. Eles costumam atacar os
mergulhadores que estão à procura de peixe por contato acidental. Foram registrados
inúmeros incidentes deste tipo, porque os peixes deste filo são generalizados, dentre
eles pertencem o peixe-gato, presente tanto em àguas salgadas quanto doces (América
do Sul, África Ocidental e dos Grandes Lagos), o peixe Scorpion (Scorpaenidae), o peixe
Traquino (Trachinus), o peixe-sapo, peixe cirurgião e outros.

Os ferimentos produzidos por estes peixes são geralmente dolorosos, especialmente


no caso do peixe-gato e peixe Traquino que causam vermelhidão ou palidez, inchaço,
cianose, embaciamento, edema linfático e propagação hemorrágica em tecidos
circundantes. Pode ocorrer gangrena ou infecção e neurite periférica com a ferida.
Outros sintomas são: tonturas, náuseas, queda, choque primário, asma e perda de
consciência. Eles representam um sério risco para os trabalhadores subaquáticos. No
peixe-gato foi identificado veneno neurotóxico hemotóxico, e, no caso de traquino várias
substâncias foram isoladas, tal como 5-hidroxitriptamina, histamina e catecolaminas.
Alguns peixes-gato e peixes astrônomos, bem como a enguia elétrica (Electrophorus),
possuem órgãos elétricos (ver Seláceos seção).

Hidrofidios

Este é um grupo (serpentes do mar) localizado principalmente nos mares da Indonésia


e Malásia, onde foram identificadas cerca de 50 espécies, incluindo Pelaniis platurus,
Enhydrina platurus schistosa e Hydrus. O veneno de serpentes é muito semelhante
ao da cobra, embora seja entre 20 e 50 vezes mais tóxica, é formada por uma proteína
básica, de baixo peso molecular (eurobotoxina), afetando conexões neuromusculares,
bloqueando acetilcolina e causando miólise. Felizmente, serpentes marinhas geralmente
não atacam e mordem, apenas quando alguém pisa, irrita ou quando recebe um golpe,
também pouco ou nenhum veneno é injetado com suas presas. Os pescadores são os
mais expostos a este risco, respondendo por 90% de todos os incidentes relatados, a
maioria deles produzidos por pisar a serpente no fundo do mar ou que estão presas
nas redes. As cobras são, provavelmente, responsáveis por milhares de acidentes de
trabalho atribuídos a animais aquáticos, mas raramente têm consequências graves e

23
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

apenas uma pequena percentagem de acidentes são fatais. Os sintomas são geralmente
ligeiros e pouco dolorosos. Os efeitos são muitas vezes sentidos depois de duas horas
e começa com dor muscular, rigidez do pescoço, desorientação e tétano, e por vezes,
náuseas e vômitos. Dentro de algumas horas aparece mioglubinúria (presença de
proteínas complexas na urina). A morte pode ocorrer a partir de paralisia dos músculos
respiratórios, necrose tubular renal e parada cardíaca devido à hipercalemia.

Prevenção
Devem ser feitos todos os esforços para evitar o contato com os espinhos desses animais quando eles são manuseados, a não ser usando luvas
grossas. Além disso, muito cuidado deve ter a percorrer ou caminhar na areia do fundo do mar. Diversos equipamentos oferecem proteção contra
medusas e outros celenterados e contra picadas de cobra. Nunca se deve tocar nesses animais perigosos e agressivos que devem ser evitados e
onde há áreas de água-viva também, já que elas são difíceis de ver. Se uma serpente do mar está presa no lugar, ele deve ser cortado deixando a
cobra ir. Na presença de tubarões, há uma série de princípios a serem observados: as pessoas devem manter os pés e as pernas para fora da água
e, lentamente, trazer o barco para a praia e deixa-lo imóvel, os banhistas não devem permanecer na água com um peixe morrendo ou sangrando,
e também atrair a atenção do tubarão, tanto com cores brilhantes ou jóias, ruídos ou explosões, luzes brilhantes ou movimentos da mão. Um
mergulhador nunca deve mergulhar sozinho.

24
CAPÍTULO 3
Animais terrestres venenosos

Todo ano milhares de pessoas morrem por causa de picadas de escorpião e reações
anafiláticas a insetos. Na Tunísia são registrados anualmente entre 30.000 e 45.000
casos de picadas de escorpião que causam entre 35 e 100 mortes, a maioria delas
crianças. O envenenamento (toxicidade) é um risco ocupacional para as populações
que trabalham na agricultura e silvicultura nessas regiões. Entre os animais que podem
causar danos aos seres humanos devido ao seu veneno estão os invertebrados, como
os aracnídeos (aranhas, escorpiões, aranhas do deserto), ácaros (insetos e carrapatos),
quilópodos (centopeias) e hexápodos (abelhas, vespas, borboletas e mosquitos).

Aracnídeos (aranhas-Aranea)
Todas as espécies são venenosas, mas, na prática, apenas um pequeno número delas
atacam seres humanos. O envenenamento por picada de aranha pode ser de dois tipos: 1.
Envenenamento pela pele, que ocorre quando a picada produz depois de algumas horas
um edema ao redor da marca cianótica e, posteriormente, forma uma bolha; também
pode aparecer uma extensa necrose local. A cura de picadas de aranha como o género
Lycosa (por exemplo, a tarântula) pode ser um processo lento e difícil. 2. Intoxicação
neurológica causada por veneno neurotóxico exclusivamente de tarântulas (Ctenus
Latrodectus), que causa lesão grave e de início rápido, tétano, tremores, paralisia dos
membros e por vezes choque mortal, este tipo de intoxicação é relativamente comum
entre trabalhadores da silvicultura e agricultura e particularmente grave em crianças.
Na Amazônia, o veneno de aranha “viúva negra” (Latrodectus) é usado para flechas
envenenadas.

Prevenção
Em áreas onde há perigo de aranhas venenosas, o lugar onde as pessoas dormem deve ser forrado com mosquiteiros e os trabalhadores devem
usar calçados e vestuário de trabalho que lhes dão a proteção adequada.

Escorpiões (Escoriónidos)

Eles são aracnídeos que têm um acentuado ferrão venenoso no final do abdómen
que acarreta numa picada dolorosa, cuja gravidade varia de acordo com as espécies,
a quantidade de veneno injetado e da estação (o mais perigoso é o final do período
de hibernação dos escorpiões). Na região do Mediterrâneo, América do Sul e México,
existem mais vítimas de escorpiões do que de cobras venenosas. Muitas espécies são

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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS

noturnas e menos agressivas durante o dia. As espécies mais perigosas (Buthidae) são
encontradas no neurotrópico árido e tropical, e seu veneno é altamente tóxico. Em
todos os casos, a picada de escorpião produz imediatamente sintomas locais intensos
(dor aguda, inflamação), seguidos por manifestações sistêmicas como tendência ao
desfalecimento, salivação, espirros, lacrimejamento e diarréia. O resultado é fatal em
crianças pequenas. As espécies mais perigosas do gênero são Androctonus (Africa
subsahariana), Centrurus (México) e Tituus (Brasil). O escorpião não ataca o homem
espontaneamente, ataca apenas quando detecta o perigo, quando encurralado ou
quando alguém o aperta ao colocar botas ou roupas que lhe servem de abrigo.
Os escorpiões são altamente sensíveis a pesticidas halogenados (por exemplo, o DDT).

Aranhas do deserto (Solpúgidas)

Esta ordem de aracnídeos é encontrada principalmente nas estepes e áreas semidesérticas


do Saara, a Cordilheira dos Andes, na Ásia Menor, México e Texas, e não é venenosa.
No entanto, as aranhas do deserto são extremamente agressivas, podem chegar ao
tamanho de até 10 cm de diâmetro e seu aspecto é terrível. Em casos excepcionais, se
forem muitas, as feridas produzidas por estes animais podem ser graves. As aranhas do
deserto são predadores noturnos e podem atacar uma pessoa durante o sono.

Percevejos e carrapatos (Acorinas)

Os carrapatos são aracnídeos que chupam sangue em todas as fases de sua vida e sua
saliva injetada através de seus órgãos de alimentação podem ter efeitos tóxicos.
O envenenamento é por vezes grave especialmente em crianças (paralisia do carrapato),
e às vezes acompanhado pela supressão dos reflexos. Em casos excepcionais, a morte
ocorre por paralisia bulbar (particularmente quando o carrapato se agarra ao couro
cabeludo). Percevejos chupam sangue apenas na fase larval e sua picada provoca
inflamação pruriginosa da pele. A incidência de picadas de percevejos é elevada em
regiões tropicais. Tratamento e prevenção: os carrapatos devem arrancados depois
de serem anestesiados com uma gota de benzeno, éter etílico ou o xileno. A prevenção
baseia-se na utilização de pesticidas ou repelentes.

Centopéias (Quilópodos)

As centopéias se distinguem dos milípedes (Diplopoda), por terem apenas um par de


pernas em cada segmento do corpo e os apêndices do primeiro segmento de dentes
são venenosos. As espécies mais perigosas são encontradas nas Filipinas. O veneno
das centopéias tem apenas um efeito localizado (edema doloroso). Tratamento: as

26
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I

picadas e as mordidas devem ser tratadas com aplições tópicas de loções à base de
amoníaco diluído, hipoclorito ou permanganato. Podem também ser administrados os
anti-histamínicos.

Insetos (Hexápodos)

Os insetos podem injetar veneno por meio de suas extremidades bucais (Simuliidos,
borrachudos, mosquitos, moscas Phlebotomo de areia) ou através da picada (abelhas,
vespas, marimbondos, formigas carnívoras). Eles podem causar urticária com seus
cabelos (lagartas, borboletas) ou produzir feridas com sua hemolinfa (castaridae, mosca
vesicante, besouro bum).

As picadas de moscas pretas podem produzir lesões necróticas, algumas vezes com
distúrbios gerais; picadas de mosquito produzem lesões pruriginosas difusas. Picadas
de Hymenoptera (abelhas etc.) produzem dor intensa local, eritema, edema e às vezes
necrose. Acidentes gerais podem ocorrer como resultado da sensibilização ou múltiplas
picadas (calafrios, náusea, dispneia, extremidades frias). As mordidas no rosto ou língua
são particularmente graves e podem causar a morte por asfixia quando ocorre edema de
glote. As lagartas e borboletas podem causar lesões pruriginosas generalizadas na pele
(angioedema), algumas vezes acompanhada de conjuntivite. Não é incomum surgir
uma infecção sobreposta. O veneno das cantharides produzem lesões vesiculares ou
bolhosas na pele (hoederus). Existe também o perigo de leishmaniose visceral (nefrite
tóxica). Alguns insetos, tais como as lagartas e as Hymenoptera são encontrados em
todas as regiões do mundo, ao passo que outros são subordens mais localizados. As
borboletas são em sua maioria perigosas na Guiana e na República Centro-Africana; as
cantharides se encontram no Japão, América do Sul e no Quênia; as moscas negras que
vivem em regiões tropicais e na Europa Central e as moscas da areia estão no Oriente
Médio.

Prevenção
A primeira medida preventiva é o uso de mosquiteiros e aplicação de repelente e inseticida. Os trabalhadores com um alto risco de exposição a
picadas de insectos podem ser imunizados nos casos de alergia mediante a aplicação de doses crescentes de extrato do corpo do inseto.

27
NOÇÕES DE UNIDADE II
VENTILAÇÃO

Esta unidade é apenas uma iniciação. O suficiente para posicionar o EST quanto à
capacidade crítica em HT, a partir de vídeos, links e principalmente do livro texto do
Professor Macyntire - Ventilação Industrial e Controle da Poluição (2 a edição).
Ao final desta Unidade há referências. A inserção desse tópico se dá pelo fato de que
uma das formas de controlar o fator de risco biológico (e os fatores químicos em forma
de aerossóis, bem como os fatores físicos, temperatura, umidade e velocidade do ar) é
manipulando variáveis ambientais relacionadas ao ar respirável via pólen dos vegetais
(5 a 150 µm), esporos de fundo (1 a 10 µm) e bactérias (0,2 a 5 µm).

Nesta Unidade, discorre-se sobre a ventilação, assim entendida a movimentação de ar


natural ou por meio artificial. A natural ocorre pelo vento, sendo responsável pela troca
de temperatura e umidade, dependendo do clima da região. A movimentação do ar por
meios não naturais constitui-se no principal objetivo dos equipamentos de ventilação,
ar condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou
mesmo transportando material, atuando num padrão de grande eficiência sempre que
utilizado em equipamentos adequadamente projetados.

Para todos os elementos contaminantes tem-se que identificar a fonte e avaliar sua
concentração através de medição, objetivando assim qual o método e mecanismo de
ventilação apropriados para o sistema, ou seja, qual o sistema de controle apropriado.
A forma pela qual se processa a transferência de energia e que dá ao ar capacidade de
desempenhar determinada função. A velocidade, a pressão, a temperatura e a umidade
envolvem mudanças nas condições ambientais, tornando-as impeditivas da vida de
microrganismos maléficos ao trabalhador, ou, mitigadas quanto aos efeitos humanos.

A ventilação industrial tem sido e continua sendo a principal medida de controle


efetiva para ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene
do trabalho, a ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de contaminantes no
ambiente industrial, bem como diluir concentrações de gases, vapores e promover
conforto térmico ao homem. Assim sendo, a ventilação é um método para se evitar
doenças profissionais oriundas da concentração de pó em suspensão no ar, gases
tóxicos ou venenosos, vapores etc. Ventilação industrial refere-se ao conjunto de

28
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

tecnologias usado para neutralizar e eliminar a presença de calor, poeira, fumaça,


gases, condensação, odores etc. no local de trabalho, que pode ser prejudicial para a
saúde dos trabalhadores. Muitas destas partículas dissolvidas na atmosfera não devem
ser evacuadas para o exterior, pois podem danificar o meio ambiente. A seguir, um
diagrama esquemático que mostra a ventilação utilizada naturalmente no edifício
Eastgate em Harare. Os projetos similares poderiam ser usados em complexos
subterrâneos também.

Figura 4. Esquema de Ventilação Natural para Arranha-Céus.

Fonte: <http://insuflador.com.br/ventilacao.html>

Os agravos aos trabalhadores decorrem certamente do fracasso das medidas de


prevenção que traz como consequência um aumento dos custos humanos e materiais.
Técnicas preventivas devem ser efetuadas por especialistas ou peritos de forma a
garantir condições aceitáveis em ambientes de trabalho. Em muitas ocasiões, há
condições de trabalho (industrial ou em um único escritório) com ar poluído ou calor,
fatores que notavelmente afetam o trabalhador. Aberturas devem permanecer longe de

29
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

fontes de poluição e desencontrado da direção predominante do vento. Se as aberturas


estão alinhadas aos escapes, será necessário planejar o sistema de ventilação, para que
haja uma pressão de ar positiva nessa área, a fim de evitar o retorno do ar evacuado,
como você pode ver na figura a seguir:

Figura 5. Finalidade e Classificação dos Sistemas de Ventilação.

Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

O ar atmosférico é insípido, inodoro, incolor, transparente e assim constituído:

Figura 6. Composição do Ar Seco e Puro.

Substância % em volume
Oxigênio 20,97
Nitrogênio, gases raros e hidrogênio. 79,00
Dióxido de Carbono 0,03

Figura 7. Composição do ar UR 50% a 21ºC.

Substância % em volume
Oxigênio 20,69
Nitrogênio, gases raros e hidrogênio. 78,00
Dióxido de Carbono 0,06
Vapor d’água 1,25

Curiosidade: O ar seco é mais pesado que o ar úmido em virtude do peso molecular


- PM de seus componentes: PM O 2= 32 g, PM N= 28 g e PM do Vapor d’água
18 g (O peso de uma molécula de vapor d’água é = 5/8 do peso de uma molécula de
ar seco). A percentagem dos componentes da atmosfera diminui com o acréscimo de
vapor d’água. O ar saturado (4% de vapor d’água) possui cerca de: Nitrogênio 75 %,
Oxigênio 20 % e Argônio 0,90%.

30
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

Não há dúvida quanto à importância de ter ar limpo no ambiente de trabalho. Hoje, um


número crescente de produtos químicos, alguns de alta toxicidade, exigem diferentes
processos, cujas concentrações excedam os níveis de segurança, sob a forma de névoas,
gases, vapores ou partículas de tamanhos diferentes.

Ambientes de trabalho desconfortáveis e inseguros também são gerados por uma carga
térmica alta ou muito baixa. Para conseguir a proteção do trabalhador é necessário um
projeto apropriado e ventilação eficaz. O conforto necessário para a realização da tarefa,
que sem dúvida será refletida no desempenho final. O objetivo, portanto, é compreender
as condições ambientais, determinando-se os riscos relativos às condições ambientais
do trabalho e se as medidas de prevenção estão em conformidade.

Cada substância no ar é associada com um risco potencial para o trabalhador, que é


estabelecida por seu limite ou limite de valor. Diferentes são os nomes utilizados pelos
países para se referir a eles como sendo a Concentração Máxima Permissível (CMP),
Limite de Valor de Tolerância (TLV) etc. Para adotar uma abordagem comum, usa-se o
conceito de TLV estabelecido pela ACGIH (Conferência Americana de governamentais
higienistas industriais) nos Estados Unidos desde que se pode considerá-lo como uma
referência mundial nesta matéria. A ACGIH anualmente realiza correções para tabelas
em vigor, com o objetivo de manter reduzidas ao máximo as concentrações. Por que
deve ser assim? Porque os TLV são feitos para serem usados na prática como guia de
higiene ou recomendação sobre o controle dos riscos potenciais à saúde, não são uma
linha de demarcação entre as concentrações seguras e perigosas ou índices relativos de
toxicidade. Essa distinção é fundamental e deve estar presente em cada momento.

Os sistemas de ventilação podem produzir fatores de riscos biológicos ao fornecer


albergue para germes patogênicos, pois em algumas situações criam um ambiente
propício para seu crescimento. Essses fatores podem surgir da umidificação oriunda
do ar, ou via aerossóis produzidos na reciclagem do ar interior. Consequências à saude
humana são apresentadas:

»» Alergias (asma, rinite etc.).

»» Doença do legionário.

»» Tipo de gripe, benigno.

»» Tipo pneumônico, mais grave, até mortal.

31
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

A prevenção pode ser feita mediante:

»» Evitar a reentrada de aerossóis produzidos em torres de resfriamento.

»» Manter a pressão no interior do edifício, ligeiramente elevado.

»» Fornecer suficiente ar fresco.

»» Quantidade e a qualidade de filtros adequados, ajustados periodicamente.

»» Evitar a acumulação de água por meio de drenagem apropriada.

»» Umidificadores de vapor seco.

»» Manter o URA abaixo de 70%.

»» Manutenção contínua.

Em resumo, tem-se que ventilar é produzir vento ou deslocar o ar com algum propósito,
qual seja promover a retirada ou fornecimento de ar de modo a: promover conforto e
saúde para o ser humano e outros seres vivos e conservar materiais e equipamentos.

32
CAPÍTULO 1
Sistemas de ventilação

Em linhas gerais, a classificação dos sistemas de ventilação é a seguinte:

1. Natural (não são utilizados recursos mecânicos):

a. aproveita o efeito dos ventos dominantes para renovar o ar;

b. aproveita a convecção térmica efeito chaminé – para renovar o ar;

c. combina (a) e (b) para maior eficiência da renovação.

2. Forçada (utilizam-se equipamentos):

a. exaustão com entrada natural;

b. insuflação com saída natural;

c. insuflação e exaustão combinadas;

d. localizada ou especial.

Os sistemas de ventilação são separados didaticamente: Ventilação Natural (VN),


Ventilação Geral (VG) e Ventilação Local Exaustora (VLE). Em linhas gerais o esquema
em termos de fluxo é o seguinte:

Figura 8. Fluxo com as Variáveis Presentes em uma Ventilação – Regra Geral.

Fonte: próprio autor.

Neste caderno estão sintetizados as definições e conceitos do Prof Macyntire1, que neste
curso é adotado como livro texto, obra base, a partir da qual os leitores deverão, caso
precisem, consultar memórias de cálculos, ábacos, tabelas, bem como gravuras, figuras
e ilustracões, além de uma rica listagem com referências bibliográficas.
1 Macintyre. Archibald Joseph. Ventilação Industrial e Controle da Poluição (2a edição). LTC. 2013. 403p.

33
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Figura 9. Finalidade e Classificação dos Sistemas de Ventilação.

Sistema de Insuflação Finalidade Itens Integrantes


Sistema de Insuflação Alcançar um lugar confortável (refrigeração ou Sucção
ventilação). Trocar o ar extraído do lugar.
Filtros
Equipe de Refrigeração
Ventilador
Dutos
Grelhas
Sistema de Insuflação Classificação Finalidade
Sistema de Exaustão Sistema de Extração Geral Controle do Ambiente Térmico
Eliminação dos contaminantes gerados
em uma área com grandes quantidades
de ar (diluição).
Sistema de Extração Localizada Capturar o contaminante próximo à fonte
geradora.
Fonte: Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

Figura 10. Finalidade e Classificação dos Sistemas de Ventilação.

Elemento Função
De captação Apreende o contaminante em uma corrente de ar.
Dutos Transporta ar contaminado.
Depurador Separa o ar do contaminante.
Ventilador Vencer as perdas de cargas existentes.
Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

É comum classificar a ventilação a partir dos meios (mecânico ou natural). Em relação


à ventilação mecânica (ou forçada) o ar é extraído ou injetado no local de trabalho
por ventiladores, (ou seja, por meios mecânicos). Ventilação natural das instalações
é efetuada por meio de uma renovação do ar produzido pela circulação através de
aberturas, lareiras, paredes, rachaduras etc. O movimento de ar é produzido por
diferenças térmicas e pressão de natural ou do processo que está sendo executado. No
momento de decidir o sistema de ventilação para usar, existem inúmeros fatores que
devem estar presentes para seu projeto2.

Ao mesmo tempo a ventilação natural pode ser geral ou localizada. Comumente


localizada natural é usada em lareiras. Ventilação mecânica geral é através de drivers
ou extratores de ar com ou sem dutos de aspiração ou distribuição. Quando a extração
geral para sistemas de controle térmico é utilizada, o ar deve ser apropriado para a
temperatura esperada e recirculado, enquanto a diluição é executada, para que a
quantidade de ar usada ajuste a concentração da mistura de contaminantes a valores
permitidos.
2 Guidelines for Ventilation Requirements in Buildings. Luxemburgo: CE. 199.

34
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

O ar extraído é capturado na atmosfera. Há dois aspectos: o ambiente e as condições


de trabalho nesta área de ventilação; e segundo os poluentes ambientais. Por exemplo,
para depuração do fluido que retem contaminantes e levá-lo para os valores que sejam
compatíveis com a legislação ou níveis de poluição. Como esperado, os sistemas de
extração localizada baseiam-se na necessidade de captar o contaminante na fonte de
geração.

Ventilação natural

A ventilação natural é o movimento de ar num ambiente de trabalho, provocado por


ventos externos e que pode ser controlado por meio de aberturas, como portas, janelas
etc. Infiltração é o movimento do ar não controlado, de fora para dentro e de dentro
para fora de um ambiente, através de frestas de janelas e portas, de paredes, pisos e
forros, e por outras aberturas existentes. O fluxo de ar que entra ou sai de um edifício
por ventilação natural ou infiltração depende da diferença de pressão entre as partes
interna e externa e da resistência ao fluxo fornecido pelas aberturas.

A diferença de pressões exercidas sobre o edifício, pelo ar, pode ser causada pelo vento
ou pela diferença de densidade de ar fora e dentro do edifício. O efeito de diferença
de densidade, conhecido como “efeito de chaminé”, é frequentemente o principal
fator. Quando a temperatura no interior de um determinado ambiente é maior que a
temperatura externa, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar entra
pelas partes inferiores, o que causa uma pressão interna positiva, e um fluxo de ar sai
nas partes superiores do edifício. As janelas têm a vantagem de iluminar, bem como de
ventilar, quando abertas.

As partes móveis dessas aberturas permitem, até certo ponto, o controle da quantidade
de ar que está sendo movimentada; defletores podem ser usados para controlar a
distribuição das correntes. As aberturas no telhado são geralmente protegidas por uma
cobertura, para impedir a entrada de chuva e reversão do ar que sai. A quantidade de ar
que passa através da abertura depende da diferença de temperatura interna e externa.
Em resumo, os efeitos da corrente de ar num ambiente dependem dos seguintes
fatores:Movimento devido aos ventos externos.

»» Movimento devido à diferença de temperatura.

»» Efeito de aberturas desiguais.

35
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

As regras gerais para construção de edifícios são:

I. Edifícios e equipamentos, em geral, devem ser projetados para ventilação


efetiva.

II. Independente das direções de vento.

III. Aberturas como portas, janelas etc., não devem ser obstruídas.

IV. Uma quantidade maior de ar por área total.

V. Aberturas iguais de entrada e saída.

Várias medidas podem ser tomadas para se evitar a exposição de pessoas a condições
de alta temperatura. Por exemplo, enclausuramento e isolamento de fontes quentes,
vestimentas, barreiras protetoras, diminuição do tempo de exposição etc. A seguir, são
indicadas as relações de espaço ocupado e vazões necessárias para várias situações:

Figura 11. Critérios sugeridos para projetos gerais de ventilação de ambientes (ASHRAE - American Society of

Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineering, Guide an Data Book).

Área Funcional Taxa de Renovação (Troca por hora) Ft3/min por pessoa
Hospitais (sala de anestesia) 8-1 -
Salas de animais 1-16 -
Auditórios 10-0 10
Hospitais (salas de autopsia) 8-1 10
Padaria e confeitaria 0-60 -
Boliches 15-30 30
Igrejas 15-5 5
Hospitais (salas de citoscopia) 8-10 0
Salas de aula 10-30 40
Salas de conferencia 5-35 -
Corredores 3-10 -
Hospitais (salas) 8-1 -
Leiterias -15 -
Lavagem de pratos 30-60 -
Lavagem a seco 0-40 -
Fundições 5-0 -
Ginásios 5-30 1,5 por pé quadrado
Garagens 6-10 -
Hospitais (salas hidroterapia) 6-10 -
Hospitais (salas de isolamento) 8-1 -
Cozinhas 10-30 -
Lavanderias 10-60 -
Bibliotecas 15-5 10
Bibliotecas 15-5 10
Salas de deposito -15 -
Pequenas oficinas 8-1 -
Hospitais (suprimentos) 6-10 -

36
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

Área Funcional Taxa de Renovação (Troca por hora) Ft3/min por pessoa
Berçários 10-15 -
Escritórios 6-0 10
Hospitais (salas de operação) 10-15 -
Radiologia 6-10 -
Restaurantes 6-0 10
Lojas 18- 10
Residências 5-0 -
Equipamentos telefônicos 6-10 -
Salas de controle de tráfego aéreo 10- 10
Toaletes 8-0 -
Soldas a arco voltaico 18- -
Fonte: Macyntire (013).

Nessa indicação foi prevista a remoção de odores corporais, nível de atividade do


indivíduo, bem como remoção de calor. As trocas de ar de até oito vezes por hora são
suficientes para remover contaminantes emitidos por ocupantes. O limite superior
da faixa é recomendado para remover calor e vapor em zonas temperadas. Em climas
quentes ou se ocorrer o uso do fumo, sugere-se o dobro dos valores da tabela. Não
se prevê uso de equipamento de limpeza de ar. O espaço não deve ser inferior a 150
Ft³/pessoa ou 15 Ft²/pessoa. O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o
recomendado (mesma referência).

Para que se possa tirar proveito do vento, deve-se projetar as aberturas de entrada
de ar do lado do vento dominante (maior pressão positiva). As saídas de ar devem
ser colocadas nas zonas de menor pressão (paredes opostas ou laterais ao vento).
O regime de ventos varia em função da época do ano, tornando esta solução
pouco uniforme, sendo recomendada apenas para onde não houver poluentes.
Conhecendo-se a velocidade média do vento e a área de abertura das entradas do
edifício, pode-se calcular a vazão de ar que entra no ambiente: Qv = Ф . A . v, sendo:
Qv - vazão de ar; Ф - coeficiente de direção do vento (0,5 a 0,6); A - área líquida das
janelas de entrada de ar; v – velocidade do vento (adota-se a metade da velocidade
real).

Ventilação geral

Todo sistema de ventilação tem de prever:

a. A retirada do ar poluído do ambiente.

b. A destinação adequada do ar retirado.

c. Fonte segura de ar puro para reposição da retirada.

37
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Usa-se ventilação por sistema de diluição para proteger a saúde do operador que tenha
que lidar com as seguintes limitações:

»» A geração de poluentes: desde que não implique grandes vazões de


diluição.

»» Fontes de poluição remota, o suficiente para manter baixas concentrações,


conforme TLV de difusão de contaminantes.

»» A toxicidade do contaminante deve ser baixa.

»» A contaminação deve ser uniformemente distribuída.

»» Ventilação geral

›› Para conforto térmico.

›› Diluidora.

·· Por insuflamento.

·· Por exaustão.

Figura 12. Finalidade e Classificação dos Sistemas de Ventilação.

Substâncias Ligeiramente Tóxicas TLV > 500 ppm


Substâncias Moderadamente Tóxicas TLV 100 a 500 ppm
Substâncias Altamente Tóxicas TLV < 100 ppm
Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

Em geral podemos dizer que, na presença de vapores orgânicos, este sistema é sua
melhor aplicação, especialmente para aqueles cujo TLV excede o 100 ppm. Daí a
necessidade de dados reais de geração de poluentes. Quando é introduzido ar no
ambiente de trabalho, estamos supondo que é limpo. Assim, podemos estabelecer que:
Acumulação de contaminantes = geração velocidade - velocidade de eliminação.

O que se busca é o fluxo de ar necessário para manter os níveis de contaminantes na


zona de segurança. Mas se pensarmos um pouco, não podemos dizer que a mistura está
completa, mas há maior e menor concentração (um gradiente do prefeito menor do ponto
de entrada do ar limpo), isso exige a introdução de um fator de segurança, K-factor, e que
corrige o TLV para cada substância. Esse fator K, que varia de 1 a 10 e é muito levado em
conta pelos especialistas para projetar o sistema, varia de acordo com o seguinte:

»» Distribuição do ar introduzido e a eficiência de mistura.

»» Toxicidade do contaminante gerado.

38
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

»» O trabalhador em relação ao local de origem.

»» Número e localização das diferentes fontes do setor.

»» Desempenho de equipamentos de ventilação forçada.

Outro problema que nos é apresentado, quando buscamos determinar o fluxo de ar


limpo para manter os níveis de contaminantes abaixo o TLV, é o fato de que praticamente
em quase todas as oportunidades são mistura deles e não um único contaminante. Isto
representa um problema, por quê? Confronta-se com o conceito de aditividade ou não
um do outro. Ou seja, se eles são efeitos aditivos na saúde podem ser aproveitados,
e considero este detalhe muito importante, caso não sejam deve-se considerar seus
efeitos individuais. O cálculo das técnicas de fluxo varia dependendo se os poluentes
são aditivos ou não. Na ausência de informação devo considerar o mais prejudicial, ou
seja, aditivos.

Figura 13. Configurações de Entradas e Saídas de Ar para Sistemas de Ventilação.

Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

39
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Há situações em que a característica do produto químico que está sendo usado apresente
propriedades tais como a volatilidade, combustibilidade etc. que torna-o favorável à
ocorrência de explosões e incêndios. Em geral é solvente, amplamente utilizado em
diversas atividades industriais.

A diluição geral da ventilação é para diminuir a concentração de gases do contaminante,


de forma a alcançar 5% do valor definido como um limite inferior de inflamabilidade
(LII)

determinada para cada substância e que pode ser encontrado na literatura abundante
mediante Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos - FISPQ 3.

Os seguintes critérios são razoáveis: como o TVL são mais baixos para o LII, se há
pessoas presentes, deve-se primeiro corrigir para esse parâmetro, depois a questão de
incêndios e explosões, mas para locais fechados ou isolados, o LII é fundamental, e em
geral, será aplicado nesta situação. Não só nas instalações deve verificar determinados
valores do LII para substâncias utilizadas ou geradas nos diversos processos, mas
também nos dutos de ventilação, chaminés, secagem fechada etc.

Não se deve negligenciar este detalhe crucial, porque as consequências humanas


e materiais que adstritas a um incêndio ou explosão podem se tornar muito graves.
Quando se faz o cotejamento entre TLV e LII deve considerar que o primeiro é expresso
em ppm (partes por milhão) enquanto os segundos são expressos em percentagem
(partes por 100).

Um exemplo é o seguinte: o LII de xileno é de 1% (seria 10.000 ppm) enquanto o TLV


da mesma substância é de 100 ppm. Detalhe importante é manter em mente que o LII
de misturas de vapores no ar diminui em temperaturas elevadas (de 10° C), portanto,
modifica o valor na ordem de 30%.

Se há situação que o risco térmico é importante no trabalho, ventilação geral diluição


como ferramenta válida para reverter essa situação. Lembre-se que risco térmico pode
estar excedendo a calor ou frio. Busca-se principalmente alcançar um conforto na
situação de trabalho, eliminando aborrecimentos e possíveis riscos à saúde. Quando
o operador estiver em uma situação na qual o corpo perde sua capacidade de defesa
contra a carga térmica existente, é inserido no risco de stress de calor e, portanto, a
ocorrência do acidente, perda de produtividade e o risco de doenças agudas ou crônicas.
3 Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos FISPQ são de uso obrigatório nas embalagens de produtos
químicos como tintas, solventes entre outros, cuja finalidade é a de informar sobre os procedimentos de segurança, riscos a
integridade física, saúde, acidentes. Formas armazenar, transportar, combate ou neutralização a intoxicação ao fogo ou ações
de emergências. FISPQ contém informações diversas sobre um determinado produto químico, quanto à proteção, à segurança,
à saúde e ao meio ambiente. Em alguns países, essa ficha é chamada de Material Safety Data Sheet - MSDS. A norma brasileira
NBR 14725, válida desde 28/1/2002, apresenta informações para a elaboração e o preenchimento de uma FISPQ. Apesar de
não definir um formato fixo, esta norma estabelece que as informações sobre o produto químico devam ser distribuídas, na
FISPQ, por 16 seções determinadas, cuja terminologia, numeração e sequência não devem ser alteradas.

40
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

Existem muitas variáveis que devem ser analisadas para a concepção de um sistema de
ventilação (fora do escopo deste curso) que é necessário contar com especialistas para
essa finalidade. É necessário entre outras coisas, um estudo fisiológico para determinar
o potencial estresse térmico do pessoal envolvido, fluxo de ar, velocidade, umidade,
temperatura e forma em que o setor da distribuição será para agir.

Um estudo aprofundado para a concepção de um sistema de ventilação está disponível


em NIOSH intitulada “Critérios de Recommendad Standart, exposição ocupacional a
ambientes quentes” (no 86-113). Em um ambiente com alta temperatura e umidade, o
uso de um sistema de ventilação de exaustão é possível, mas requer mais ar frio para
entrar. Na medida do possível a utilização de um sistema para a extração é adequada,
isto evitará a distribuição de calor pelo setor do trabalho.

Entrada de Ar e Exaustão Naturais são sistemas que consistem em proporcionar a


entrada e a saída do ar de um ambiente aproveitando a energia dos ventos e a convecção
do ar resultante das fontes de calor internas. Baseia-se nas seguintes constatações:

a. o fluxo de ar que entra e sai pelas aberturas de um edifício por ventilação


natural depende da diferença de pressão existente entre o interior e o
exterior e da resistência oferecida à passagem do ar pelas aberturas de
ventilação;

b. a diferença de pressão é consequência direta da ação do vento sobre as


paredes e cobertura e da diferença de densidade do ar interior e exterior
(efeito chaminé).

Denomina-se ventilação por gravidade ao sistema de ventilação natural pelo qual o


deslocamento do ar é provocado por aberturas situadas na parte superior do edifício
(lanternins) e pela diferença de densidade do ar.

Um programa completo de ventilação deve incluir ambos os sistemas: sistemas de


Insuflador, que impulsiona o ar ao local de trabalho; e, sistema de extração que elimina
contaminantes no local de trabalho, mantendo-o limpo. A quantidade de ar extraído de
um local deve ser igual ao montante que adentra ao mesmo, caso contrário (mais baixo
ou mais alto) haverá situações de pressão atmosférica abaixo ou acima. Haverá situações
nas quais essa diferença de pressão é necessária, como por exemplo, em uma sala de
cirurgia, onde é conveniente que haja pressão positiva (maior do que a atmosférica)
para evitar contaminacões por agentes biológicos. Considerando a ventilação.

41
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Ventilação forçada (Diluidora)

É adotada quando a ventilação natural não apresenta confiabilidade suficiente para


atender ao ambiente. A insuflação mecânica com exaustão natural acontece quando um
ou mais ventiladores insuflam ar no ambiente. Como a pressão interna fica maior que a
do exterior, o ar sai pelas aberturas existentes, de modo a:

»» Permitir o controle do ar externo a insuflar, pois evita a penetração


eventual de outros contaminantes.

Como não tem controle de exaustão, é necessário verificar se não haverá contaminação
de outro ambiente. Agrega custos com energia e manutenção. Deve-se prever proteção
contra insetos, pequenos animais e restos orgânicos nas tomadas de ar, que podem
aspirá-los para o recinto. Em contrapartida, a insuflação natural com exaustão mecânica
acontece quando um ou mais exaustores retiram o ar do recinto, produzindo:

»» Queda da pressão interna.

»» A maior pressão externa força o ar externo para o recinto.

»» Permite o tratamento do ar de saída, evitando a contaminação de outros


ambientes, mas, ao contrário, possibilita a admissão de ar contaminado.

A instalação de filtros de entrada provocaria uma redução maior na pressão interna do


recinto, aumentando o risco de contaminação principalmente através de portas abertas
eventualmente. Também agrega custo com energia e manutenção.

Há ainda a combinação entre insuflação e exaustão mecânicas, de modo que um conjunto


de ventiladores insufla ar enquanto outro promove a exaustão. Pode ser projetado para
funcionar através de dutos, o que aumenta significativamente sua eficiência. Permite:

»» Controle da qualidade do ar, tanto na entrada quanto na saída.

»» Controle da pressão interna. Considera-se Qentrada = 1,15 Qsaida.

»» Controle de emissão de poluentes diretamente na fonte, através de dutos.

Quando ocorre uma passagem direta do ar da entrada para a saída, causando estagnação
do ar em parte do ambiente, dizemos que ocorreu “curto circuito de ar” (zonas mortas).
Este sistema permite maior controle destes pontos.

Quando o ar de um recinto é contaminado por alguma substância, pode-se reduzir a


concentração deste mediante a diluição, fazendo passar uma corrente de ar pelo local
com a vazão adequada. Isso via ventilação industrial diluidora. A vantagem deste sistema

42
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

é a não interferência com os processos estabelecidos. As desvantagens são referentes


à necessidade de tratamento do ar retirado e ao risco de dano a alguém, antes de ser
atingida a taxa ideal de diluição. Este sistema possibilita obter:

»» Proteção dos trabalhadores pela diluição de poluentes abaixo do nível


de tolerância. Proteção do trabalhador contra explosões ou incêndios
provocados por certos poluentes. Melhoria do conforto do trabalhador.
Proteção de materiais e equipamentos contra corrosão, incêndio etc.

Suponhamos que se forme um poluente no recinto com a vazão q (m³/h) e que no recinto
entrem Q (m³/h) de ar. O grau de concentração C será: C = q / Q (m³/m³). Geralmente,
a concentração é expressa em ppm para líquidos e g ou mg/m³, para poeiras e fumos.

Certos ambientes destinados à guarda de documentos, microfilmes, aparelhagem


eletrônica, bibliotecas e alguns setores industriais, necessitam de ar com baixo teor de
umidade. É o caso de indústrias químicas, farmacêuticas, óticas, fotográficas, papéis,
alimentos, cigarros, plásticos, cervejas, gráficas etc. Assim procede-se a desumidificação
do ar que pode acontecer por dois processos:

»» Passagem do ar por meio de um conjunto de placas geladas mecanicamente.


O vapor d’água presente no ar condensa, escorrendo pelas placas.

»» Passagem do ar por meio de um cilindro que contém finas lâminas


impregnadas de um produto higroscópico. O vapor d’água é adsorvido,
reduzindo a umidade do ar.

Outra preocupação é com a insolação devida exclusivamente à radiação solar sobre as


superfícies expostas. Pode atingir valores de temperatura que não podem ser resolvidos
apenas com a ventilação. A carga de insolação depende da latitude e hora do local,
do tipo de superfície e da proteção do edifício contra insolação. As cargas térmicas de
insolação são apresentadas em tabelas locais obtidas em Handbooks de ar condicionado.
Em diversos recintos industriais pode haver equipamentos, que transmitam calor para
o ambiente, capazes de gerar desconforto e até impedir a permanência de pessoas no
local. É o que sucede com as instalações de motores elétricos, caldeiras, fundições,
fornos, instalações de soldagem, cozinhas, lavanderias etc.

Ventilação Local Exaustora – VLE

Existem contaminantes que não podem ser diluídos no ar ambiente. Uma solução
consiste em capturá-los junto à fonte que os produz. Uma instalação local exaustora
possui, essencialmente:

43
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

»» Captor – dispositivo de captação do ar contaminado estrategicamente


colocado junto à fonte.

»» Ventilador – capaz de produzir sucção, promovendo a aspiração do ar


contaminado.

»» Dutos – responsáveis pela condução do ar contaminado até o local de


descarga.

»» Coletores de partículas (filtros, lavadores, queimadores e absorvedores)


– dispositivos responsáveis pela limpeza do ar na descarga.

Para o projeto do captor é necessário considerar três velocidades: Velocidade média de


escoamento nos dutos, v; Velocidade na entrada do captor, V0; Velocidade de captura, Vc.
Os aerossóis deverão ser induzidos a deslocar na direção do captor com certa velocidade.
Nem sempre há a necessidade de ventilar mecanicamente a aspiração. Aerossóis de
densidade baixa tendem a estabelecer um fluxo natural na direção do captor.

Figura 14. Captor em VLE.

Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

Enquanto enfrenta um produto químico que representa algum risco pelo seu grau de
toxicidade, sem dúvida que pontos localizados de aspiração são a melhor opção, porque
captam o contaminante que invade o local de trabalho. Absorção do contaminante é
essencialmente feita pela cabine que alcança um fluxo de ar para isso. Note-se que os
contaminantes podem ser encontrados sob a forma de gases, vapores, ou partículas de
poeira. Dentro da VLE vários sistemas podem ser encontrados:

»» Extração e tratamento de cada sistema de fonte.

»» Sistema de vários ramos de linhas de alta velocidade.

44
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

»» Sistemas de baixa velocidade.

»» Câmara de sedimentação.

»» Através do confinamento do equipamento de processo.

A VLE tem como objetivo principal captar os poluentes de uma fonte (gases, vapores
ou poeiras tóxicas) antes que estes se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou
seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. A ventilação de operações,
processos e equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, é uma
importante medida de controle de riscos. De forma indireta, a VLE também influi no
bem-estar, na eficiência e na segurança do trabalhador, por exemplo, retirando do
ambiente uma parcela do calor liberado por fontes quentes que eventualmente existam.

Também no que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade, a VLE tem


papel importante. A fim de que os poluentes emitidos por uma fonte possam ser
tratados em um equipamento de controle de poluentes (filtros, lavadoras etc.), eles
têm de ser captados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em grande número de
casos, é realizado por esse sistema de ventilação. Um VLE deve ser projetado dentro
dos princípios de engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência com o
menor custo possível.

Deve-se lembrar que, na maioria dos casos, o objetivo desse sistema é a proteção da
saúde do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos os
demais devem estar condicionados a ele. Muitas vezes, a instalação de um sistema de
ventilação local exaustara, embora bem dimensionada, pode apresentar falhas que a
tornem inoperante, pela não observância de regras básicas na captação de poluentes
na fonte. O enclausuramento de operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre
outros fatores, é condição básica para uma boa captação e exausto dos poluentes.

No momento da captura do contaminante, o ar de velocidade entrando na cabine deve


ser tal que expira o movimento da poluição do ar (originários na fonte) e também as
correntes erráticas (as correntes de ar encontradas no local e produzidas por movimentos
de veículos, aberturas, pessoa etc). Configurações são muito variadas e são adaptadas
para cada projeto em particular. No entanto é possível classificá-las em dois grupos:

»» Cabines.

»» Cabines estrangeiras.

45
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Existem alguns fatores gerais para a determinação da cabine:

»» Mecanismo de geração do contaminante.

»» Posição relativa entre o trabalhador e o equipamento.

»» Características físicas do equipamento e as dimensões dos locais.

Uma cabine é um paralelepípedo que compreende parcialmente ou totalmente a


fonte de emissão do poluente. Cabine para processo confinado é aquela que fecha
completamente a fonte de contaminação, neste caso, a massa de ar que é necessária
para o controle é mínima.

Figura 15. Cabine para processos confinados.

Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

Em cabines de processos confinados velocidade do ar de entrada é dependente do


processo e a toxicidade do produto. Cabine parcialmente fechada pode ser observada em
laboratórios ou oficinas de pintura. Já as campânulas externas são cabines que controlam
os processos poluentes, mas fora dos limites da fonte, ou seja, não os compreendem.
Dentro os projetos diferentes configurações podem ser adotadas. Por exemplo, sinos
suspensos (dossel tipo) sobre fontes quentes recepcionam o contaminante em ascenção
pela baixa densidade do ar combinado com exaustores laterais. Tais projetos devem ser
executados por especialista e dependerá do grau de fonte de geração, características
físicas do contaminante no ar, sua toxicidade etc. Um design que é frequentemente
usado em cabines ao ar livre é a unidade-extração onde um fluxo de ar é injetado para a
fonte, mas na direção da coifa. Podem-se observar alguns projetos a seguir:

46
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

Figura 16. Cabines ao ar livre de unidade-extração.

Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

47
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

No que diz respeito aos dutos, destinam-se ao transporte para o ar poluído da cabine
até a fonte de tratamento (equipamento da purificação) e em seguida o descarte do
fluido ao ambiente. São usados para injetar ar limpo dentro do local de trabalho (pode
ser natural, resfriamento ou aquecimento). Podem ser (o mais utilizado) forma circular
e retangular. A determinação ficará a cargo do projetista de sistema de ventilação.
Processos de cálculo determinam formato do duto.

Outro dispositivo é o equipamento de tratamento, geralmente chamados depuradores,


cuja função é remover o ar de poluentes ou levá-lo para níveis aceitáveis de concentração,
em sua entrada para o ambiente. O número de equipamentos existentes para a tarefa
é alto e sua seleção depende do parâmetro de eficiência, característica física do
contaminante e a concentração que está localizada dentro do duto de eliminação. Tipos
de equipamento de coleta de poeira:

»» Precipitadores eletrostáticos.

»» Filtros de tecido.

»» Lavagem de gases (ou lavadores úmidos).

»» Torres de lavagem.

»» Dinâmica precipitador molhado.

»» Purificador molhado de fenda.

»» Venturi.

Separadores centrífugos. Via seca.

»» Molhado.

»» Separadores de gravidade.

»» Separadores inerciais.

»» Precipitador dinâmico.

»» Ciclone.

A separação de gases ou vapores pode ser classificada de acordo com o seu princípio de
funcionamento:

»» Adsorção.

»» Absorção.

48
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

»» Oxidação catalítica.

»» Oxidação térmica.

»» Incineração.

Ar condicionado

O ar condicionado é o processo de tratamento do ar que controla simultaneamente


a temperatura, a umidade, a pureza e a distribuição com vistas ao atendimento das
necessidades do recinto condicionado ocupado ou não pelo homem. As aplicações
do ar condicionado são inúmeras, podendo ser citadas, entre outras, as seguintes:
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em recintos com
umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricação de produtos
farmacêuticos, alimentícios, impressão de cores, indústrias texteis, de solventes etc.
b) Conforto do indivíduo e produtividade. c) Hospitais: salas de operação, salas de
recuperação e quartos para tratamento de doentes alérgicos etc.

Figura 17. Sistema Simplificado de Sistema de Ar Condicionado.

Fonte: Enciclopédia OIT (1983).

49
CAPÍTULO 2
Ventiladores

Ventiladores são máquinas destinadas a produzir o deslocamento de gases. Muitas são


as formas de classificá-los, sendo as mais simples: Quanto à pressão:

a. Baixa pressão – até 200 mmH2O.

b. Média pressão – de 200 a 800 mmH2O.

c. Alta pressão – 800 a 2500 mmH2O.

E quanto ao tipo:

a. Centrífugos.

b. Axiais.

c. Combinados.

d. Deslocamento.

São os responsáveis pelo fornecimento de energia ao ar, com a finalidade de movimentá-lo,


quer seja em ambientes quer seja em sistema de dutos. A função básica de um ventilador
é, pois, mover uma dada quantidade de ar por um sistema de ventilação a ele conectado.
Assim o ventilador deve gerar uma pressão estática suficiente para vencer as perdas do
sistema e uma pressão cinética para manter o ar em movimento. Basicamente, há dois tipos
de ventiladores: os axiais e os centrífugos. Antes, porém de prosseguir, faz-se necessário
informar que aqui estão sintetizados as definições e conceitos do Prof Macyntire4, que
neste curso é adotado como livro texto, obra base, a partir da qual os leitores deverão,
caso precisem, consultar, memórias de cálculos, ábacos, tabelas, bem como gravuras,
figuras e ilustracões, além de uma rica listagem com referências bibliográficas.

Figura 18. Ventiladores axiais (esquerda) e os centrífugos.

Fonte: Ventilação Industrial e Controle da Poluição (Macyntire - 2 a edição).

4 Macintyre. Archibald Joseph. Ventilação Industrial e Controle da Poluição (2a edição). LTC. 2013. 403p.

50
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

Figura 19. Tipo de ventilador axial.

Fonte: <ventbras.com.br>

O ventilador axial consiste em uma hélice montada em uma armação de controle


de fluxo, com o motor apoiado por suportes normalmente presos à estrutura dessa
armação. O ventilador é projetado para movimentar o ar de um espaço fechado a outro
a pressões estáticas relativamente baixas. O tipo de armação e posição da hélice tem
influência decisiva no desempenho do ar e eficiência do próprio ventilador. Tem-se
o axial propulsor. É o tipo mais barato para mover grandes volumes de ar a baixas
pressões, sendo frequentemente utilizado para circulação de ar ambiente.

Figura 20. Tipo de ventilador axial.

Fonte: Ventilação OTAM.

O tipo axial comum possui ampla calota central, que possibilita sua utilização a pressões
mais elevadas. É frequentemente usado em ventilação de minas subterrâneas e, em
algumas ocasiões, em indústrias. Nesse tipo de ventilador, a forma das pás é muito
importante, e eles não devem ser usados onde haja risco de erosão e corrosão.

Figura 21. Tipo de ventilador axial.

Fonte: Ventilação OTAM.

51
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Há ainda o tipo tubo-axial. Trata-se de um propulsor, com pás mais grossas e mais
largas, colocado dentro de um tubo, o que permite direta conexão como dutos.

Figura 22. Tipo de ventilador axial.

Fonte: Ventilação OTAM.

Abaixo segue um resumo esquemático dos ventiladores axiais.

Figura 23. Resumo esquemático para ventilador axial.

- Baixo rendimento. - Anel circular simples, placa de orifício ou Venturi.


- Limitado às aplicações de baixa pressão. - O projeto ótimo especifica proximidade às pontas
PROPELLER

- Normalmente, rotores de baixo custo têm duas ou mais pás de das pás e forma um fluxo de ar suave para dentro
espessura simples presas a um cubo relativamente pequeno. do rotor.
- Transferência de energia primária pela pressão de velocidade.
VENTILADORES AXIAIS

- Um pouco mais eficiente e capaz de desenvolver pressão - Tubo cilíndrico com folga mínima em relação às
estática mais alta do que o ventilador tipo propeller. pontas das pás.
TUBOAXIAL

- Normalmente possui 4 a 9 pás em perfil aerofólio ou com


espessura simples.

- Um bom projeto da pá propicia um capacidade de média a - Tubo cilíndrico com folga mínima em ralação às
alta pressão com bom rendimento. pontas das pás.
VANEAXIAL

- Os mais eficientes destes ventiladores possuem pás aerofólio. - Pás de guia na aspiração ou na descarga
- As pás podem ter passo fixo, ajustável ou variável. aumentam a pressão e melhoram o rendimento.
- Cubo é normalmente maior do que a metade do diâmentro da
hélice do ventilador.

10
- Alta vazão, mas com capacidade de pressão muito baixa. - Para aplicações de baixa pressão com movimentação de volumes
PRESSÃO - POTÊNCIA

8 - Rendimento máximo atingido próximo a descarga livre. elevados de ar, tais como circulação de ar em um espaço ou
10
- Padrão de descarga circular formando redemoinhos. ventilação por uma parede sem dutos.
RENDIMENTO

6 8
6 - Utilizado para aplicações de renovação de ar.
4
4
2
2
0 Vazão 0
0 2 4 6 8 10
10
PRESSÃO - POTÊNCIA

- Alta vazão, com capacidade de pressão média. - Aplicações HVAC em sistemas de dutos de baixa e média pressão,
8
10 - Curva de desempenho apresenta cela à esquerda da pressão de onde a distribuição de ar a jusante não é crítica.
RENDIMENTO

6 8 pico. Evite operar o ventilador nesta região. - Usado em algumas aplicações industriais, tais como estufas de
4 6 - Padrão de descarga circular, ar formando redemoinhos. secagem, cabines de pintura à pistola e exaustão de fumos.
4
2
Vazão 2
0 0
0 2 4 6 8 10
10
- Características de alta pressão com capacidade de vazão média. - Aplicações em sistemas genéricos de HVAC de pressão baixa,
PRESSÃO - POTÊNCIA

8 - A curva de desempenho apresenta cela à esquerda da pressão de média e alta, onde o fluxo de ar em linha reta e uma instalação
10
pico devido à perda de sustentação aerodinâmica. Evite operar o compacta são necessárias.
RENDIMENTO

6 8
6 ventilador nesta região. - Possui boa distribuição de ar à jusante.
4 - Pás de guia corrigem o movimento circular provocado pelo rotor e
4
- Utilizado em aplicações industriais no lugar de ventiladores
2 melhoram as características de pressão e o rendimento do ventilador. tuboaxiais.
2
Vazão - Mais compacto que os ventiladores centrífugos para a mesma
0 0
0 2 4 6 8 10 função.

Fonte: Boletim Técnico n o 5. <http://www.solerpalau.com.br>

52
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

Um ventilador centrífugo consiste em um rotor, uma carcaça de conversão de pressão


e um motor. O ar entra no centro do rotor em movimento na entrada, e acelerado pelas
palhetas, é impulsionado da periferia do rotor para fora da abertura de descarga.
As principais características são dadas a seguir:

Figura 24. Centrífugo. Tipo de ventilador centrífugo.

Fonte: Ventilação Industrial e Controle da Poluição (Macyntire - 2 a edição).

Centrífugo de pás para trás possui duas importantes vantagens: apresenta maior
eficiência e auto-limitação de potência. Isso significa que, se o ventilador está sendo
usado em sua máxima potência, o motor não será sobrecarregado por mudanças de
sistema de dutos. É um ventilador de alta eficiência e silencioso, se trabalhar num ponto
adequado.

Figura 25. Centrífugo de pás para trás.

Fonte: Ventilação Industrial e Controle da Poluição (Macyntire - 2 a edição)

Centrífugo de pás radiais é um ventilador robusto, para movimentar efluentes com grande
carga de poeira, poeiras pegajosas e corrosivas. Apresenta menores possibilidades de
“afogar”, sendo usado para trabalhos mais pesados. A eficiência desse tipo de ventilador
é baixa, e seu funcionamento, barulhento.

53
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

Figura 26. Centrífugo de pás radiais.

Fonte: Ventilação Industrial e Controle da Poluição (Macyntire - 2 a edição).

Centrífugo de pás para frente é mais eficiente, tem maior capacidade exaustora a baixas
velocidades, e não é adequado para trabalhos de alta pressão nem para altas cargas de
poeira, apresentando problemas frequentes de corrosão, se mal utilizado.

Figura 27. Centrífugo de pás para frente.

Fonte: Ventilação Industrial e Controle da Poluição (Macyntire - 2 a edição).

Figura 28. Resumo esquemático para ventilador centrífugo.

TIPO PROJETO DO ROTOR PROJETO DA CARCAÇA


- Rendimento mais alto de todos os projetos de ventiladores - Projeto do tipo voluta para uma conversão
centrífugos. eficiente da pressão dinâmica em pressão estática.
AEROFÓLIO

- 10 a 16 pás de perfil aerofólio curvado para trás em relação - Rendimento máximo requer ajustes finos
a direção da rotação. Pás profundas permitem expansão entre as peças e alinhamento entre o rotor e a
eficiente dentro do intervalo entre as pás. aspiração.
- O ar sai do rotor a uma velocidade menor do que a velocidade
periférica.
- Para determinada capacidade, apresenta a rotação mais
elevada dos projetos de ventiladores centrífugos.
CURVADOS PARA TRÁS
VOLTADOS PARA TRÁS

- Rendimento apenas ligeiramente menor do que o ventilador - Usa a mesma configuração de carcaça que o
aerofólio. ventilador aerofólio.
VENTILADORES CENTRÍFUGOS

(Limit Load)

- 10 a 16 pás com espessura simples curvadas ou inclinadas


para trás em relação a direção da rotação.
- Eficientes pelos mesmos motivos do ventilador aerofólio.

- Características de pressão mais alta do que os ventiladores - Tipo voluta. Normalmente é o mais estreito de
aerofólio, curvados para trás e inclinados para trás. todos os projetos de ventiladores contrífugos.
R - A curva pode ter uma interrupção à esquerda da pressão de - Uma vez que o projeto do rotor é menos eficiente,
RADIAIS

pico e o ventilador não deve operar nesta área. R as dimensões da carcaça não são tão críticas
- A potência aumenta continuamente até a descarga livre. quanto para os ventiladores aerofólio e inclinados
para trás.
M M

- Curva de pressão mais plana e rendimento menor do que os - Voluta semelhante e com freqüência idêntica a
CURVADOS PARA

ventiladores aerofólio, curvados para trás e inclinados para trás. outros projetos de ventiladores centrífugos.
- Não selecionar o ventilador na declividade da curva de pressão - O ajuste entre o rotor e a aspiração não é tão
(Sirocco)
FRENTE

no extremo esquerdo (cela) em relação a pressão estática de crítico quanto para os ventiladores aerofólio e
pico. inclinados para trás.
- A potência aumenta continuamente até a descarga livre. A
seleção do motor deve levar isso em consideração.

54
NOÇÕES DE VENTILAÇÃO │ UNIDADE II

CURVAS DE DESEMPENHO* CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO APLICAÇÕES


10
Pt - Maiores rendimentos ocorrem em 50 a 60% da vazão máxima - Aplicações de aquecimento, ventilação e ar condicionado em geral.
PRESSÃO - POTÊNCIA

8
Pe 10 (descarga livre). Estas vazões também apresentam características de - Usualmente aplica-se a sistemas grandes os quais são de aplicação
6 8 pressão boas. de baixa, alta ou média pressão.

RENDIMENTO
t
6 - A potência atinge o máximo perto do rendimento de pico e torna-se - Aplica-se a instalações industriais grandes de ar limpo para
4 s
We 4 menor, ou auto-limitante, em direção a descarga livre. economia significativa de energia.
2
Vazão 2
0 0
0 2 4 6 8 10

10
- Semelhante ao ventilador aerofólio, exceto quanto ao rendimento de - As mesmas aplicações de aquecimento, ventilação e ar
PRESSÃO - POTÊNCIA

8
10 pico levemente inferior. condicionado do ventilador aerofólio.
RENDIMENTO

6 8 - Utilizadas em algumas aplicações industriais onde a pá de aerofólio


4 6 pode sofrer corrosão ou erosão devido ao ambiente.
4
2
Vazão 2
0 0
0 2 4 6 8 10
10
- Característica de pressão mais alta do que a dos ventiladores - Aplicado principalmente no transporte de materiais em plantas
PRESSÃO - POTÊNCIA

8 industriais. Aplica-se também em algumas instalações industriais de


10 aerofólio e curvados para trás.
RENDIMENTO

6 8 - A pressão pode cair repentinamente à esquerda da pressão de alta pressão.


6 pico, porém isso normalmente não causa problemas. - O rotor reforçado é simples de ser consertado em campo. O rotor
4
4 - A potência aumenta continuamente até a descarga livre. às vezes é revestido com material especial.
2
2 - Não é comum para aplicações HVAC.
Vazão
0 0
0 2 4 6 8 10
10
- Curva de pressão menos íngreme do que a dos ventiladores limit - Aplica-se principalmente em aplicações de HVAC de baixa pressão,
PRESSÃO - POTÊNCIA

8
10 load. A curva apresenta uma cela à esquerda da pressão de pico. tais como fornalhas residenciais, sistemas de ar condicionado central
RENDIMENTO

6 8 - |Maior rendimento à direita da pressão de pico em 40 a 50% da e aparelhos de ar condicionado.


6
vazão máxima (descarga livre).
4 - Selecione o ventilador preferencialmente à direita da pressão estática
4
2 de pico.
Vazão 2
- Considere a curva de potência, a qual aumenta continuamente em
0 0
0 2 4 6 8 10 direção a descarga livre ao selecionar o motor.

Fonte: Boletim Técnico n o 5. <http://www.solerpalau.com.br>

Referências

MACINTYRE, Archibald Joseph. Ventilação Industrial e Controle da Poluição


(2a edição). LTC. 013. 403p.

MESQUITA, A. L. S et alii. Enga de Vent. Ind. São Paulo, CETESB 1988.

CLEZAR, C. A et al. Ventilação Industrial. Ed. UFSC, Florianópolis, 1999

COSTA, Ennio Cruz da. Ventilação, Ed. Ed.Blucher, São Paulo , 2005.

INDUSTRIAL VENTILATION-ACGIH. A Manual of Recommended Practice, 22a


Ed., Michigan, Lasing, 1995.[Fim da Sugestão]

Vídeoaulas

<https://www.youtube.com/watch?v=ALroiDldPDo>

<https://www.youtube.com/watch?v=0b45bSvCmBU>

<https://www.youtube.com/watch?v=CJxtGoVxks>

<https://www.youtube.com/watch?v=Q5XDNQ1cps>

55
UNIDADE II │ NOÇÕES DE VENTILAÇÃO

<https://www.youtube.com/watch?v=ygrN4ntUDng>

<https://www.youtube.com/watch?v=k_OmnpSDhwQ>

<https://www.youtube.com/watch?v=L65Fwh9cw50>

<https://www.youtube.com/watch?v=szppmQnSH5w>

<https://www.youtube.com/watch?v=_0xYahxrt08>

<http://www.solerpalau.com.br>

<http://www.trabalhoseguro.com/NR/mapa_de_riscos.html>

<http://www.inmetro.gov.br/producaointelectual/obras_intelectuais/224_
obraIntelectual.pdf>

<http://www.estg.ipleiria.pt/files/288071_Clim_QA_42b1dc5ad4589.pdf>

<http://www.portalms.com.br/noticias/detalhe.asp?cod=959558253>

<http://www.lcqar.ufsc.br/lab.htm>

<http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/terra_cultura/35/Terra%20e%20
Cultura_35-2.pdf>

<http://www.cabano.com.br/filtros.htm>

<http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/ULPA>

<http://www.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/pulmao/patologias.htm>

<http://www.atsource.com.br/Downloads/MANUALSAUDESOLDADORES1.pdf>

<http://portal.uninove.br/uninove/dbfiles/2ED960CD-F535-
98ECAB3A2CAF153379A.Arquivo.PDF>

<http://www.fcf.usp.br/Departamentos/FBT/HP_Professores/Penna/Validacao/
Sala%20Limpa.pdf>

56
CONTROLE DO AR UNIDADE III

Durante muito tempo, a única exigência ao se construir uma edificação era que ela
desse ao homem condições apropriadas para que este desenvolvesse suas atividades,
fossem elas produtivas ou de lazer. Com o passar do tempo e com a evolução do
conhecimento do homem sobre o ambiente interno e o externo ao edifício, outras
exigências foram progressivamente sendo adicionadas aos requisitos básicos já
conhecidos (segurança da edificação e impermeabilidade e/ou estanqueidade a
chuvas, ventos e neve, por exemplo). Cada vez mais, a questão do conforto ─ seja ele
higrotérmico, visual, olfativo ou auditivo ─ foi sendo valorizada. Cada vez mais os
edifícios se tornaram fechados, com aumento no grau de automatização, crescendo
assim a dependência de controles computadorizados, sistemas forçados de ventilação
e de ar condicionado. Neste instante, o consumo de energia de sistemas de climatização
passa a receber uma atenção muito especial, uma vez que os custos para realizar
operações de tratamento de ar como refrigeração, umidificação, desumidificação,
filtragem e outros, são extremamente elevados. Os sistemas passam a ter reduzido os
seus períodos de operação, baseando-se unicamente em requisitos de carga térmica
nos espaços ocupados. O único critério utilizado, no que diz respeito ao ar interior, foi
a temperatura e a umidade. Outros parâmetros envolvendo a qualidade do ar utilizado
dentro dos edifícios foram ignorados.

Se, por um lado, houve uma preocupação crescente com a economia de energia, por
outro, a qualidade do ar interior (QAI) foi deixada de lado. Controles e avanços nos
sistemas automatizados causaram uma redução dramática nas perdas de energia nos
últimos trinta anos e as taxas de infiltração de ar caíram. O resultado disso é que as
concentrações médias dos vários poluentes no ar interno aumentaram substancialmente.
Hoje, sabemos que uma série de poluentes ─ dentre eles, o monóxido de carbono,
o dióxido de carbono, a amônia, o óxido de enxofre e o nitrogênio ─ são produzidos
dentro do edifício por materiais de construção baseados em solventes orgânicos e
por materiais de limpeza. Além deles, mofo, bolor, e o próprio metabolismo humano
são responsáveis por poluir o ar interno. Tais poluentes comprometem a saúde e o
rendimento do trabalho dos empregados.

57
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

Síndrome do edifício doente e doenças


relacionadas ao edifício
O primeiro acontecimento trágico que chamou a atenção para a qualidade do ar em
ambientes internos ocorreu em julho de 1976, num encontro de legionários americanos,
na Filadélfia. A bactéria Legionella pneumophila, que se multiplica na água de
resfriamento de sistemas de condicionamento de ar e pode se espalhar pelo ar interno,
causou 18 casos de infecção e 5 mortes (ITO apud ASSUNÇÃO, 1997). Essa mesma
bactéria foi a responsável, vinte e dois anos depois, pela morte do então ministro das
Telecomunicações Sérgio Motta, fato este que suscitou o assunto qualidade do ar
interior no Brasil, culminando assim em uma legislação sobre o tema, antes inexistente.

Um relatório de alerta, publicado na década de 80, pela World Health Organization


(WHO), definiu a Síndrome do Edifício Doente (SED), que caracteriza um edifício
devido à péssima qualidade do ar em seus recintos. Essa SED é caracterizada por um
estado doentio transitório dos usuários, já que os sintomas normalmente desaparecem
quando as pessoas afetadas deixam o edifício. Sua origem está relacionada ao fato de
que aqueles com manutenção inadequada de suas torres de resfriamento e sistema de
ventilação são fontes de microrganismos, conforme EPA (Environmental Protection
Agency – 1991).

Consiste quando 0% ou mais da população de um edifício apresenta queixas ou sintomas


que são comuns e não específicos para a população em geral. Porém, regridem ao saírem
do edifício com problemas de qualidade do ar. Os sintomas mais comuns descritos por
trabalhadores de escritórios são: dor de cabeça, fadiga, letargia, prurido e ardor nos
olhos, irritação de nariz e garganta, anormalidades na pele e falta de concentração.

As doenças relacionadas ao edifício, identificadas pelo termo Building Related Ilness


(BRI), estão relacionadas a uma infecção verdadeira, e não temporária, dos usuários.
Ela pode ser detectada por testes de laboratório e é causada por microrganismos como
bactérias, vírus e fungos. Há uma diferença sutil entre os dois termos utilizados (SED
e BRI). Um edifício que possui a SED não provoca doenças, ele colabora no sentido de
agravar males de pessoas predispostas ou, como já mencionado, de provocar um estado
doentio transitório em algumas pessoas. Uma pessoa asmática por exemplo, ao entrar
em um edifício doente, provavelmente sentirá uma irritação no sistema respiratório
enquanto permanecer no local.

Já edifícios que possuam a BRI podem provocar doenças, tais como: asma, infecções
bacteriológicas, virais ou por fungos. Estas doenças estão diretamente relacionadas
às condições do edifício. A diferença chave entre os dois termos acima citados é que
os contaminantes específicos da SED podem não ser conhecidos. Ela é diagnosticada

58
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

quando as queixas e os sintomas estão claramente associados à ocupação do edifício,


mas nenhum agente causador pode ser positivamente identificado. As queixas são
frequentemente resolvidas pelo aumento da ventilação, por um controle ou substituição
mais efetivo das prováveis fontes de poluentes e pela melhoria da manutenção. Em
quase todos os casos, BRI é um estágio avançado da SED.

A sujeira, poeira, umidade e água parada, típicos da manutenção pobre que causa a
SED, tornam o local ideal para a reprodução de microrganismos. Algumas vezes, o
problema da SED pode ser atenuado simplesmente pelo aumento do fornecimento de
ar fresco, contudo este procedimento não irá resolver o problema da BRI. É altamente
improvável que um edifício a atinja sem antes passar pela SED.

Falhas na qualidade do ar interior

O sistema de climatização tem uma parcela muito maior de influência na qualidade do ar


do que outros componentes. Os fatores que determinam uma situação de Climatização
Inadequada são bastante conhecidos e podem ser separados em sete grandes grupos, os
quais são apresentados a seguir:

a. Valores baixos de taxa de ar externo

As normas técnicas indicam uma taxa de ar externo da ordem de 7 m3/h por pessoa no
interior do ambiente. O insuflamento de ar em taxas inferiores influencia na má diluição
de contaminantes e odores. Uma ventilação deficiente provoca o aparecimento de bolsões
de ar estagnado, que são locais extremamente favoráveis para o desencadeamento
de sintomas diversos, prejudiciais aos ocupantes. Dutos e canalizações de ambientes
climatizados, além dos aparelhos condicionadores de ar, passam a apresentar-se como
um excelente habitat para diversas colônias de fungos e bactérias.

b. Perfil defeituoso de distribuição do ar no ambiente interno

Ocorre em função da colocação de divisórias ou tapumes e outros apetrechos em


ambientes onde estas situações não foram previstas. Outra possibilidade é a ocorrência
de curtos circuitos no processo de insuflamento e a captação do ar de retorno.

c. Falhas no projeto do sistema de climatização

Projeto inadequado para a situação proposta como, por exemplo, carga térmica mal
especificada, número de trocas de ar insuficiente, equipamentos especificados com
capacidade inferior à necessária, baixa qualidade dos equipamentos, assim como
tomadas de ar externo, alocadas em locais de muita concentração de contaminantes.

59
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

d. Controle deficiente das condições ambientais

Ocorre devido à colocação dos equipamentos de controle em locais inadequados,


ou mesmo quando os referidos equipamentos apresentam qualidade duvidosa ou
deficiência de funcionamento.

e. Procedimentos inadequados ou defeituosos de manutenção dos sistemas


de climatização.

Os procedimentos de manutenção devem ser elaborados de forma que a manutenção


seja sempre realizada de maneira preventiva e poucas vezes corretiva. Devem também
ser especificados visando sempre uma maior eficiência. A manutenção periódica
dos sistemas de climatização é um dos pontos fundamentais para a qualidade do ar
interior, uma vez que diversos contaminantes, assim como fungos e bactérias tendem a
desenvolver-se em elementos dos referidos sistemas. O sistema de filtragem é responsável
por reter partículas externas, eliminar partículas internas geradas no próprio ambiente
e por parte da diluição de odores liberados pelo homem, ou por máquinas e materiais
usados nas atividades.

f. Alterações no perfil da construção civil do Edifício

Um projeto de climatização é definido para uma determinada geometria do ambiente.


Muitas vezes, estas geometrias sofrem alterações em função da necessidade de
adequação do ambiente a outras atividades diferentes daquelas inicialmente previstas,
porém o sistema de climatização não sofre alterações na mesma proporção.

g. Usuários não habilitados ou mal informados

Os usuários e operadores dos sistemas de climatização devem ter compreensão acerca


do funcionamento das máquinas e assim espera-se evitar que os mesmos apliquem
comandos incorretos, diminuindo a performance dos referidos equipamentos. Dessa
forma, ao se realizar uma primeira análise de um ambiente interno deve-se prestar
atenção a alguns indicadores de problemas da qualidade interna do ar, como:

»» Odores.

»» Sujeira ou condições anti-higiênicas (ex: pó excessivo).

»» Crescimento visível de fungos ou cheiro de mofo (problemas de umidade).

»» Sinais de danos por mofo ou umidade em paredes (ex: abaixo de janelas,


em colunas, cantos externos, tetos e pisos).

60
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

»» Presença de substâncias perigosas.

»» Verificar a existência de temperaturas desiguais, odores persistentes,


poeiras e sensação de abafamento (sinais de desconforto dos ocupantes).

»» Manutenção inadequada do sistema de ventilação.

»» Super ocupação do local.

»» Fontes de calor (quantidades de computadores e fotocopiadoras).

»» Observar a localização de equipamentos geradores de poluição (ex.:


impressoras, fotocopiadoras…).

Outros fatores que influem na QAI estão associados aos contaminantes internos
infiltrados ou gerados no sistema de climatização e dutos como vapores, gases, poeiras,
fungos, bactérias. Tem-se ainda os contaminantes gerados no próprio ambiente, como
o CO exalado da respiração de pessoas, fibras de lã de vidro desprendidas de isolamento
térmico ou acústico, escamas de pele, fios de cabelo, perfumes, odores, fuligem, poeira
e contaminantes presentes na roupa dos trabalhadores, compostos orgânicos voláteis
(COV) e Ozônio (O3). Em função do exposto, surge a necessidade da intervenção dos
profissionais capacitados, principalmente os de Engenharia de Segurança do Trabalho,
no intuito de se garantir a salubridade e a qualidade do ar interno nos ambientes
climatizados. Uma análise da eficácia da legislação passa a ser ponto primordial nestas
questões.

Fica claro, portanto, que os edifícios necessitam ter sua concepção baseada no conforto
ambiental e no consumo econômico de energia, função que pode ser determinada pela
automação de processos e projeto arquitetônico fundamentado nas cargas térmicas e
trocas de ar. Os fatos mostram a necessidade de se estimar a eficiência nos processos
de climatização e de se tomar extremo cuidado com os produtos envolvidos desde a
construção até a utilização das edificações, possibilitando a garantia da qualidade do ar
nestes ambientes.

61
CAPÍTULO 1
Doenças associadas à qualidade do ar
interior

Em função dos problemas na qualidade do ar em ambientes climatizados, várias doenças


que afetam o sistema respiratório podem ser difundidas nestes locais. Estas doenças
podem ser diagnosticadas e definidas clinicamente em função dos sintomas apresentados
pelos ocupantes, os quais podem ser atribuídos aos contaminantes existentes no ar.
As doenças respiratórias adquiridas em ambientes de trabalho são conhecidas como
Doenças Pulmonares Ocupacionais. Estas são causadas pela inalação de partículas,
névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho. Estas substâncias podem
se depositar nas vias aéreas ou nos pulmões, dependendo de tamanho e do tipo de
partículas que as compõem. Partículas maiores tendem a ficar retidas nas narinas ou
nas vias aéreas, sendo que as menores tendem a atingir os alvéolos pulmonares.

Existem alguns fatores que permitem identificar doenças relativas à qualidade do ar de


edifícios. Frequentemente deve-se monitorar fatores como tosse, rouquidão, catarro,
dores no peito, náuseas, tonturas, febres, arrepios e dores musculares. Segundo a
National Istitute for Occupational Safety and Health - NIOSH (1987), algumas das
principais doenças relacionadas aos problemas citados, assim como os sintomas, são
relacionadas a seguir:

Figura 29. Doenças associadas aos edifícios.

Patologia Agente Causador Fisiopatologia Apresentação Clínica


Infecção Respiratória por bactérias Tosse seca febre, mialgia, calafrios.
Legionelose Bactéria Legionella Pneumofilia.
viáveis dispersas no ar. Pode evoluir para morte.
Antígenos associados com fungos, Reação Inflamatória com granulomas
Pneumonite de Febre, mialgia, tosse e pneumonias
bactérias protozoários, insetos e e fibrose causadas por reações de
Hipersensibilidade endotoxinas. hipersensibilidade.
recorrentes.
Os mesmos da Pneumonite de Resposta Inflamatória transitória e Febre, mialgia e astenia, sem
Febre do umidificador
Hipersensibilidade. sem formação de granulomas. sintomas ou sequelas pulmonares.
Ácaros, fungos alérgenos de animais, Irritação inespecífica ou exacerbação Prurido e obstrução nasais, coriza,
Rinite Alérgica
toxinas bacterianas. de inflamação alérgica preexistente. espirros, tosse, sibilos e dispneia.
Eczema ou Dermatite de Exposição a produtos irritativos como Dermatite de contato irritativo ou Prurido, descamação, eritema,
Contato lã de vidro, produtos de limpeza. alérgica. pápulas ou vesículas.
Dificuldade respiratória, sensação
Partículas e vapores Exposição a Espasmos reversíveis das vias de opressão no peito, sibilos (chio
Asma Ocupacional
produtos irritativos. respiratórias. de peito), tosse, espirros, coriza e
lacrimejamento.
Infecção dos pulmões que,
Diversas bactérias, vírus da gripe e Tosse, dor toráxica, calafrios, febre
Pneumonia envolve os alvéolos e os tecidos
alguns fungos. e dificuldade respiratória.
circunjacentes.
Vírus, micoplasmas, tuberculose Dificuldade respiratória, tosse, perda
disseminada, poeiras minerais (sílica, de apetite, perda de peso, cansaço,
Fibrose Pulmonar Fibrose cicatricial e formação de
carbono, limalha metálica, asbesto), fraqueza e dores vagas no tórax. O
Idiopática poeiras orgânicas, gases, fumaças e
cavidades no pulmão.
esforço excessivo do coração pode
vapores. levar a uma insuficiência cardíaca.
Fonte <www.alergohouse.com.br>

62
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

Figura 30. Contaminantes e seus efeitos.

Dióxido de Dióxido de Chumbo Monóxido Dióxido de


Ozônio Material
enxofre nitrogênio e metais de carbono carbono
(O3) particulado
(SO) (NO) pesados (CO) (CO)
Queimação nos olhos X X X
Ardência nas narinas X X X X X
Falta de ar X X X X X X X
Rinite X X X X X
Sinusite X X X X X
Tosse X X X X X
Pressão alta X X X X X X
Stress X X X X X X
Enxaqueca X X X X X
Escamação da pele X X
Dor nos ossos X X
Dor de cabeça X X X X X
Tontura X X X X
Ansiedade X X X X
Perda dos sentidos X X X X X
Entupimento do nariz X X X X
Dor de ouvido X X X X
Pressão sobe o coração X X X X X
Fonte: NIOSH (1987).

Requisitos para qualidade do ar interior


Para uma plena qualidade do ar foram identificados quatro requisitos fundamentais,
descritos a seguir:

a. Excelência de Qualidade de Filtros e Sistemas de Filtragem

Em ambientes naturais ou hospitalares a qualidade do sistema de filtragem é cercada


de exigências conforme as áreas de riscos e as atividades desenvolvidas. A pureza do ar
em ambientes de tratamento de saúde auxilia o tratamento de enfermos e impede que
trabalhadores e visitantes adquiram problemas de saúde.

b. Captação de ar externo de boa qualidade para renovação

Os pontos de captação de ar externo têm influência direta na qualidade do ar interno,


uma vez que cerca de 10% do ar insuflado no ambiente é tomado deste local. Em centros
cirúrgicos o ar insuflado é obtido totalmente do ar externo, uma vez que não se pode
recircular contaminado pelos procedimentos cirúrgicos. Assim sendo, é de extrema
importância que o externo seja captado longe de fontes de contaminantes e que também
possua boa qualidade.

63
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

c. Processos eficientes de limpeza e higienização dos sistemas de climatização


e dos ambientes

A contaminação gerada no interior deve ser removida através de limpeza e higienização.


Este procedimento permite que o ar de recirculação apresente menores índices
de contaminação, diminuindo assim a proliferação de fungos, bactérias e outros
contaminantes. Todos os procedimentos de limpeza devem ser planejados e executados
dentro de normas e padrões de qualidade. No caso de hospitais e estabelecimentos
de saúde, estes procedimentos têm um componente fundamental que é o fato da
necessidade de utilização de produtos químicos específicos para cada área de risco. Após
o serviço de higienização, deve-se manter um plano para manutenção e monitoramento
da qualidade do ar, mantendo um padrão de qualidade rígido ao longo do tempo
reduzindo-se assim a necessidade de novas intervenções.

d. Controle preciso de Temperatura e Umidade privilegiando o Conforto


Térmico

Este ponto influencia diretamente a produtividade dos trabalhadores. Trabalhadores


de Estabelecimentos de Saúde, por exemplo, estão sempre em estado de tensão e o
conforto térmico permite que estes possam executar, de forma satisfatória, suas
atividades. Alguns passos podem ser tomados para prevenir que a poluição interna do
ar afete a saúde dos usuários. Tais passos diminuem o número de faltas, as despesas
com tratamento médico e aumentam a produtividade. Eles fazem parte de um programa
de monitoramento específico designado para inspecionar, analisar e avaliar o sistema
de manejo do ar nos edifícios.

Tal programa consiste em inspecionar o projeto e as práticas de operação dos sistemas


de ventilação, controlar as taxas de admissão de ar externo, variando-as conforme a
necessidade e examinar os sistemas de refrigeração, aquecimento e umidificação. Uma
segunda etapa consistiria na coleta e análise das concentrações de gases nocivos em
pontos específicos do edifício. A última fase consiste no monitoramento contínuo do
que ocorre no mesmo, através da instalação de sensores fixos de gases, de inspeções e
caminhadas de vistorias em intervalos de tempo pré-determinados.

Conforto térmico

A Qualidade do Ar Interno de um ambiente está intimamente ligada à sensação de


conforto térmico experimentado pelos ocupantes e é função específica dos sistemas
de climatização uma vez que os parâmetros monitorados por estes são a temperatura,
a umidade e a velocidade do ar. O conforto térmico é um fator subjetivo que indica o

64
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

estado de espírito de uma pessoa em função de sua satisfação com as características


térmicas que um ambiente oferece. Em termos energéticos significa que um homem
sentirá conforto térmico se o balanço de todas as trocas de calor entre este e o ambiente
forem nulos. O conforto térmico de um indivíduo está associado, além das condições
ambientais e de sua vestimenta, ao seu processo de metabolismo, sendo que da energia
contida nos processos térmicos realizados pelo organismo, 0 % é utilizada e 80 % é
eliminada na forma de calor, afim de que o seu equilíbrio térmico seja mantido.

Em condições adversas, o organismo necessita que o seu sistema termo-regulador seja


acionado de forma extrema, o que provoca fadiga térmica, câimbras, esgotamento e por
consequência, a queda de rendimento no desenvolvimento de atividades. O metabolismo
de pessoas é afetado por diversos fatores sendo possível citar a idade, a digestão, o
ambiente, o nível de atividade, o estado patológico. A medição do metabolismo se dá
observando-se um indivíduo saudável, em jejum de 1 hora em posição deitada. Um
sistema de climatização operando ineficientemente pode permitir uma combinação
de temperatura elevada com umidade também elevada. Essa combinação, aplicada
ao ambiente climatizado, reduz a capacidade do corpo humano de manter a sua
temperatura interna correta.

O excesso de calor diminui sobremaneira a produtividade. Segundo estudos


realizados, quando a temperatura do ambiente ultrapassa 30oC a produtividade cai
aproximadamente 0%, sendo que o número de ocorrência de erros ou falhas aumenta
70%. Um ambiente que fornece conforto térmico aos ocupantes apresenta como
vantagens, um maior rendimento e produtividade dos trabalhadores, além de menor
índice de acidentes e menor incidência de doenças.

Figura 31. Taxas de Metabolismo por Tipo de Atividade.

TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE


TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 150
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 180
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma
175
movimentação.
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 220
300

65
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção
440
com pá).
Trabalho fatigante 550
Fonte: Manuais de Legislação Atlas (003).

Da mesma forma que a temperatura influencia o conforto térmico dos usuários do


recinto climatizado, o movimento do ar num ambiente interfere nos processos de troca
de calor do corpo com o meio por convecção e por evaporação. Essa influência pode
ser benéfica, quando o aumento da velocidade do ar provoca uma desejável aceleração
nos processos de perda de calor do corpo, ou prejudicial, quando a perda de calor é
indesejável e provoca o resfriamento excessivo do corpo com um todo ou de uma de
suas partes.

A ISO 7730 (1994) especifica que um ambiente é aceitável no que se refere ao conforto
térmico se a porcentagem de pessoas insatisfeitas devido ao desconforto no corpo como
um todo for menor que dez por cento e os insatisfeitos devido ao draught, desconforto
causado pelo resfriamento localizado do corpo devido ao movimento do ar, forem
menos que quinze por cento.

66
CAPÍTULO 2
Legislação brasileira sobre qualidade
do ar

Alinhando-se com a tendência internacional, o Brasil, em 1998, adotou uma política


para controle de qualidade do ar em ambientes internos, através da publicação da
Portaria 353 do Ministério da saúde. Em 2000, dando continuidade a este trabalho, foi
publicada a Resolução Re-176, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
que estabelece os parâmetros de avaliação da qualidade do ar, revisada e publicada
como Re no 9, de 16 de janeiro de 2003. Também em 3, foi publicada a Recomendação
Normativa da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado e Aquecimento
(ABRAVA), RN 0, visando à qualidade do ar interior em sistemas de condicionamento de
ar e ventilação para conforto. Todas essas normas e recomendações foram pesquisadas
e publicadas pensando principalmente na saúde da população, que permanece por
muito tempo dentro de ambientes internos (indoor).

Resolução no 9/2003 (ANVISA)

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – a Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA, 003) elaborou a Resolução – Re no 9, de 16 de janeiro de 2003,
regulamentando padrões referenciais de qualidade do ar interior, em ambientes
climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Os principais parâmetros da
Qualidade do ar apresentados pela Resolução, bem como os seus valores máximos
recomendáveis (VMR), são:

Aerodispersóides: definidos como um sistema disperso, em meio gasoso, composto


de partículas sólidas e/ou líquidas. VMR: Concentração ≤ 80 µg/m³ de aerodispersóides
totais no ar, como indicador de grau de pureza do ar e limpeza do ambiente climatizado;
Contaminação microbiológica ≤ 750 ufc/m³ de fungos e relação de I/E ≤ 1,5, onde I é
a quantidade de fungos no ambiente interior e E é a quantidade de fungos no ambiente
exterior.

Dióxido de Carbono (CO): gás incolor produzido por um processo de combustão


completa de combustíveis fósseis e também por processos metabólicos. VMR:
Concentração ≤ 1000 ppm de CO de aerodispersóides totais no ar, como indicador de
renovação de ar externo, recomendado para conforto e bem-estar.

67
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

Parâmetros físicos: são considerados parâmetros físicos para ambientes climatizados


artificialmente a temperatura, umidade, velocidade e taxa de renovação do ar e de
grau de pureza do ar. Esses parâmetros deverão estar de acordo com a ABNT:NBR
6401 - Instalações Centrais de Ar Condicionado para Conforto – Parâmetros Básicos
de Projeto. Faixa Recomendável de operação da temperatura: Condições de verão:
3ºC a 6ºC (com exceção de ambientes de arte), condições de inverno: 0ºC a ºC. A faixa
máxima de operação deverá variar de 6,5 °C a 7 °C, com exceção das áreas de acesso que
poderão operar até 8 °C. A seleção da faixa depende da finalidade e do local de instalação.
Faixa Recomendável de operação da umidade relativa: Condições de verão: 40% a
55%, condições de inverno: 35% a 65%. O valor máximo de operação deverá ser de 65
%, com exceção das áreas de acesso que poderão operar até 70 %. A seleção da faixa
depende da finalidade e do local da instalação. VMR de operação da velocidade do
ar: o valor máximo de operação da velocidade, no nível de 1,5 m do piso, na região de
influência da distribuição do ar é de 0,5m/s. O valor mínimo recomendado de Taxa
de Renovação do Ar adequada de ambientes climatizados será de 7m³/h/pessoa,
exceto no caso específico de ambientes com alta rotatividade de pessoas, onde a taxa
de renovação do ar mínima será de 17m³/h/pessoa, não sendo admitindo em qualquer
situação que os ambientes possuam uma concentração de CO ≤ 1000 ppm. O grau de
pureza do ar nos ambientes climatizados será obtido utilizando-se, no mínimo, filtros
de classe G3 nos condicionadores de sistemas e filtros de classe G1 na captação do ar
exterior. A norma ainda cita:

»» As possíveis fontes de poluentes químicos e biológicos encontrados


em ambientes interiores, como CO (monóxido de carbono), NO (óxido
de nitrogênio), NO (dióxido de nitrogênio), SO (dióxido de enxofre),
NH3 (amônia), formaldeídos, COV (compostos orgânicos voláteis) e O3
(ozônio).

»» As unidades funcionais dos estabelecimentos com características


epidemiológicas diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes,
creches e outros, deverão ser amostradas isoladamente.

»» Os pontos amostrados deverão ser distribuídos uniformemente e


coletados com o amostrador localizado na altura de 1,5 m do piso, no
centro do ambiente ou em zona ocupada.

As coletas e análises dos parâmetros da Qualidade do Ar citados acima devem ser realizadas
semestralmente por profissional habilitado. Essa periodicidade é interrompida quando
for diagnosticada a necessidade de limpeza do sistema de climatização. Após análise

68
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

deve ser emitida Anotação de Responsabilidade Técnica. Os dados da análise devem


constar dos prontuários dos empregados e do Perfil Profissográfico Previdenciário
(PPP) para fins de aposentadoria.

Portaria no 3.53/1998 do Ministério da Saúde - Plano


de Manutenção, Operação e Controle – PMOC

A portaria 3.53/GM, de 8 de agosto de 1998 estabelece as medidas básicas referentes


aos procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades e
manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os componentes dos sistemas
de climatização, a fim de garantir a qualidade do ar interior e prevenir os riscos à saúde
dos ocupantes de ambientes climatizados.

Para que esse objetivo seja atingido, a portaria instituiu o PMOC – Plano de
Manutenção, Operação e Controle para os sistemas de climatização de ambientes
de uso coletivo. O objetivo do PMOC é a melhoria da qualidade do ar em interiores
de ambientes climatizados, obtendo assim um ar puro, livre de bactérias as quais
podem ser responsáveis por doenças respiratórias, busca também reduzir o consumo
de energia e prolongar a vida útil do equipamento evitando quebras e reduzindo os
gastos com troca de peças. O PMOC é obrigatório para locais que possuam sistema de
climatização com capacidade acima de 5TR (60.000 BTU/h), e para sua implantação
e manutenção é necessário um responsável técnico habilitado. Cabe registrar que
profissionais autônomos podem assinar ART e PMOC dentro de suas especificidades,
isto é, não precisam necessariamente ter vínculo com uma empresa.

O Plano deve conter a identificação do estabelecimento que possui ambientes


climatizados, a descrição das atividades a serem desenvolvidas, a periodicidade das
mesmas, as recomendações a serem adotadas em situações de falha do equipamento
e de emergência, para garantia de segurança do sistema de climatização e outros de
interesse, conforme especificações contidas no Anexo I da Portaria MS - 353/1998 e
ABN:NBR 13971/1997. O Anexo I da referida Portaria apresenta os requisitos mínimos
que devem ser descritos no PMOC. Além desse plano, a legislação citada estabelece
alguns parâmetros a serem seguidos:

»» Manter limpos os componentes do sistema de climatização, tais como:


bandejas, serpentinas, umidificadores, ventiladores e dutos, de forma a
evitar a difusão ou multiplicação de agentes nocivos à saúde humana e
manter a boa qualidade do ar interno.

69
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

»» Utilizar, na limpeza dos componentes do sistema de climatização,


produtos biodegradáveis devidamente registrados no ministério da saúde
para esse fim.

»» Verificar periodicamente as condições físicas dos filtros e mantê-los em


condições de operação. Promover a sua substituição quando necessária.

»» Restringir a utilização do compartimento onde está instalada a caixa de


mistura do ar de retorno e ar de renovação, ao uso exclusivo do sistema
de climatização. É proibido conter no mesmo compartimento materiais,
produtos ou utensílios.

»» Preservar a captação de ar externo livre de possíveis fontes poluentes


externas que apresentem riscos à saúde humana e dotá-la no mínimo de
filtro classe G1.

»» Garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes


climatizados, ou seja, no mínimo 7 m³/h/pessoa.

»» Descartar as sujidades sólidas, retiradas do sistema de climatização após


a limpeza, acondicionadas em sacos de material resistente e porosidade
adequada, para evitar o espalhamento de partículas inaláveis.

Glossário de termos: Ventilação, Ar Purificação, Higiene Industrial

»» Absorção: processo de difusão em que as moléculas são transferidas a


partir da fase de gás para um líquido.

»» Adsorção: um processo físico em que um gás ou vapor adere à superfície


de um, geralmente, material sólido altamente poroso, por exemplo,
carvão ativado.

»» Adsorventes: lavagem de gases, materiais porosos com uma elevada


relação entre a superfície interior a área de superfície externa, por
exemplo:

›› carvão ativado: o material adsorvente mais comum área devido ao


inerentemente de superfície elevada e custo relativamente baixo.

›› misturado mídia: mistura de carvão ativado impregnado quimicamente


e ativado alumina.

70
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

»» Aerossóis: um aerossol é uma suspensão de partículas sólidas ou líquidas


no ar; aerossóis típicos:

»» Controles Administrativos: métodos utilizados para controlar a exposição


dos empregados aos contaminantes do ar, por exemplo, por rotação de
emprego ou de trabalho re-atribuição.

»» Pós finos: poeiras são aerossóis sólidos gerados a partir da redução de


materiais de grandes dimensões; Faixa de poeiras, 0,1 - 30μ.

»» Gases: aerossóis sólidos são formados pela condensação de materiais


sólidos, por exemplo, os fumos de soldadura, escala, 0,001 - 1.0μ.

»» Fumo: mistura de aerossol formado a partir da combustão incompleta da


matéria orgânica, gama de tamanhos, 0,01 - 1.0.

»» Os vapores: são gases formados pela evaporação de materiais que são


normalmente líquidos ou sólidos, tamanho 0.005μ.

»» Gás: materiais com a tendência a expandir-se indefinidamente e que


preenche completamente e uniformemente o contentor que ocupa.

»» Purificador de ar: um dispositivo para capturar e conter processos


industriais contaminantes do ar.

»» Alumina activada: um meio químico absorvente altamente porosa -


normalmente impregnada com KMnO4.

»» Equilibrando por amortecedores: processo de design para sistemas de


exaustão locais, utilizando amortecedores ajustáveis para distribuir o
fluxo de ar.

»» Equilibrando por pressão estática: processo de design para sistemas


de exaustão locais usando diâmetros do duto selecionados para gerar
estática.

»» Pressões para fornecer fluxo de ar distribuído ─ sem amortecedores.

»» Potência de freio: a energia necessária para girar o ventilador


(negligenciando ineficiências unidade motor / ventilador), 1 HP = 33.000
pés-lb per min.

»» Curva de potência do freio: representação gráfica de freio HP em diferentes


taxas de fluxo de ar para um fã.

71
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

»» Branch (ou o caminho) da maior resistência: o caminho a partir de uma


capa para o fã (e chaminé de exaustão se utilizado) que faz com que a
maior perda de pressão no sistema de dutos.

»» Respirando amostra zona: amostras de ar coletadas em zona de respiração


do trabalhador para avaliar a exposição por inalação ao transportado por
via aérea.

»» CFM: unidade de medida de fluxo de ar, cub. pés por minuto.

»» Captura de envelope: uma zona em frente de uma capa, dentro dos limites
dos contaminantes que se moverá dentro do capuz.

»» Velocidade de captura de: a velocidade do ar em qualquer ponto na frente


de uma capa necessária para superar opondo as correntes de ar e para
capturar o ar contaminado nesse ponto, fazendo com que ele flua para
dentro do capuz.

»» Carcinógeno: uma substância que causa câncer.

»» Quimissorção: um processo químico não reversível, que por meio de


alumina ativado impregnado atrai contaminantes gasosos os quais são
convertidos em sólidos não tóxicos que permanecem sobre os grânulos e
são permanentemente retirados do ambiente.

»» A pressão diferencial: a diferença de pressão estática entre as duas


posições, por exemplo, acima e abaixo de um filtro.

»» Duto: uma conduta para transportar ar a diferentes pressões.

»» Controles de engenharia: a redução da exposição dos trabalhadores aos


contaminantes do ar, modificando a fonte ou reduzir a quantidade de
contaminantes liberados para o local de trabalho.

»» Classificação Fan: dados que descrevem a saída volumétrica de um fã em


diferentes pressões estáticas.

»» Filter, HEPA: alta eficiência do filtro do ar por partículas; eficiência


mínima de 99,97% inerentes na remoção de partículas de fumo DOP com
um diâmetro de 0.3μ

»» A perda de atrito: as perdas de pressão em um sistema de dutos devido à


fricção.

72
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

»» Hoods: dispositivos estrategicamente posicionados projetados para


envolver ou contaminantes processo de captura.

»» Capa perda entrada: a perda de pressão da turbulência e atrito como o ar


entra no sistema.

»» Pressão estática Hood: sucção ou pressão estática disponível no duto por


trás do capuz para puxar ar para dentro do capuz.

»» Gerado por laser-air-contaminantes: de LGAC.

»» Manômetro: um instrumento para medir a pressão do ar.

»» A queda de pressão: a diferença de pressão estática medida em dois locais


devido a atrito ou turbulência.

»» Partículas: material presente no ar com uma forma relativamente fixa e


volume, como poeira, névoa, fumaça e fumos.

»» Plenum: um compartimento ou câmara instalada uma fonte poluente e


ligados por dutos para um ar mais limpo.

»» Humidade relativa: a razão entre a quantidade de água no ar, a uma


temperatura específica para a capacidade máxima do ar a essa temperatura.

»» Partículas respiráveis materiais: <10μ pode penetrar nos pulmões quando


inalado e pode ser perigoso.

»» A pressão estática: a pressão em um conduto que tende a rebentar ou


entrar colapso, pode ser positiva ou negativa, geralmente medido em
in.WC.

»» De TLV: TLV-TWA; Valor-limite para as concentrações de substâncias


químicas para uma jornada de 8 horas de valor médio ponderado em
tempo que os trabalhadores não possam ser repetidamente expostos
efeitos adversos - OSHA limites especificados.

»» VOC: benzeno, formaldeído e outros produtos químicos orgânicos


voláteis outros de processos industriais; potencial de risco elevado.

»» ACFM: Pés cúbicos reais por minuto de gás que flui à temperatura e
pressão existente. (Veja também scfm).

73
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

»» ACH, AC / h (renovações de ar por hora). O número de vezes que o ar é


substituído em uma hora.

»» A densidade do ar.

»» O peso do ar em libras por pé cúbico. Padrão de ar seco a T = 68 ° F (0 °


C) e BP = 9,9 polegadas de Hg (760 mm Hg) tem uma densidade de 0,075
lb / cu ft.

»» Anemômetro. Um dispositivo que mede a velocidade do ar. Os tipos


comuns incluem o cata-oscilante e o anemômetro de fio quente.

»» Área (A). A área da secção transversal através da qual o ar se move. Pode


referir-se à área da secção transversal de uma conduta, uma janela, uma
porta ou em qualquer espaço através do qual o ar se move.

»» Pressão atmosférica. A pressão exercida em todos os sentidos por a


atmosfera. Ao nível do mar, a pressão atmosférica média é de 9,9 em Hg,
14.7 psi, 407 na GW, ou 760 mm Hg.

»» Brake Horsepower (cv). A potência real necessário para movimentar o ar


através de um sistema de ventilação de encontro a uma pressão total fixa
mais as perdas no ventilador. bhp = ahp x 1 / ef, onde EFF é fã eficiência
mecânica.

»» Filial. Em uma junção de dois dutos, a filial é a conduta com a menor taxa
de fluxo de volume. O ramo geralmente entra no principal em um ângulo
inferior a 90.

»» Canopy Hood (Receber capa). A capa em cima de um ou dois lados que


recebe um aumento de ar quente ou gás.

»» Captura Velocity. A velocidade do ar induzida por um capuz para capturar


contaminantes externos para a capa emitida.

»» Coeficiente de Entrada (Ce). Uma medida da eficácia da capacidade de


um exaustor para converter a pressão estática à pressão de velocidade; a
razão entre o caudal real de fluxo ideal.

»» Densidade Fator de Correção. Um fator aplicado para corrigir ou converter


densidade de ar seco a qualquer temperatura a pressão de velocidade; a
razão entre o caudal real de fluxo ideal.

74
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

»» Diluição de ventilação (escape geral Ventilação). Uma forma de controlo


de exposição que envolve o fornecimento de ar suficiente no local de
trabalho para diluir a concentração de contaminantes transportados pelo
ar a um nível aceitável.

»» Perda entrada. Veja perda da capa de entrada ou perda Ramo de entrada.

»» Évasé (pronuncia-eh-va-digamos).

»» Uma pilha de escape em forma de cone que recaptura pressão estática de


pressão de velocidade.

»» Ventilador. Um dispositivo mecânico que movimenta o ar e cria uma


pressão estática.

»» Leis Fan. Relacionamentos que descrevem teóricas alterações de


desempenho mútuo na pressão, taxa, regime de rotação do ventilador,
cavalos de potência, densidade do ar, tamanho do ventilador, e potência
sonora fluxo.

»» Curva Fan. Uma pressão e volume caudal curva relativa de um dado


ventilador a uma velocidade fixa ventilador (rpm).

»» Friction Loss. A perda de pressão estática num sistema causado pela


fricção entre o ar e a parede da conduta de movimento, expresso como
em wg / 100 pés, ou fracções de VP por 100 pés de tubo (mm WG / m;
kPa / m).

»» Calibre de pressão. A diferença entre as duas pressões absolutas, uma das


quais é geralmente a pressão atmosférica.

»» Exaustão geral. Veja Diluição de ventilação.

»» Cabeça. Pressão, v.g. “A cabeça é de 1 em W.G.”

»» Capuz. Um dispositivo que encerra, captura, ou recebe contaminantes


emitidos.

»» Perda Entrada Hood (Ele).

»» A pressão estática perdida (em polegadas de água) quando o ar entra


em um duto através de um capuz. A maior parte da perda é geralmente
associada com um vena contracta formado na conduta.

75
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

»» Capa Pressão Estática (SPH). A soma da pressão de velocidade do duto


ea perda entrada exaustor; pressão estática capa é a pressão estática
necessária para acelerar a ar em repouso fora do capuz para dentro da
conduta a uma velocidade.

»» AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado) Sistemas projetados


principalmente para controlar a temperatura, umidade, odores, qualidade
do ar e de ventilação.

»» Qualidade do Ar Interior (IAQ), Síndrome Sick-Building, edifício


Síndrome do Apertado. O estudo, análise e controle da qualidade do ar
relacionada com a temperatura, umidade e contaminantes do ar.

»» Em. W.G. (polegadas de água). Uma unidade de pressão. Uma polegada


de água é igual a 0,0735 in. De mercúrio, ou 0,036 psi. A pressão
atmosférica em condições normais é 407 in. Wg

»» Ventilação Industrial (IV). O equipamento ou operação associada com


o fornecimento ou escape de ar por meios naturais ou mecânicos para
controlar os perigos ocupacionais no ambiente industrial.

»» Fluxo Laminar (também Streamline Flow). O fluxo de ar em que as


moléculas de ar viajar paralelo a todas as outras moléculas; fluxo laminar
é caracterizada pela ausência de turbulência.

»» Extrator de Fumos. Um sistema de ventilação industrial que captura e


remove os contaminantes antes da diluição emitida para a atmosfera
ambiente do local de trabalho.

»» Perda. Normalmente, refere-se à conversão de pressão estática para


aquecer em componentes do sistema de ventilação, por exemplo, “a perda
entrada capuz”.

»» Maquilhagem Air. Veja Substituição e Compensação Air.

»» Manômetro. Um dispositivo que mede a diferença de pressão; usualmente


um tubo de vidro em forma de U contendo água ou mercúrio.

»» Velocidade mínima de Transporte (MTV). A velocidade mínima que irá


transportar partículas numa conduta com pouca sedimentação; MTV
varia com a densidade do ar, carga de partículas, e de outros fatores.

76
CONTROLE DO AR │ UNIDADE III

»» Ar exterior (OA). Ar exterior é o ar “fresco” misturado com o ar de retorno


(RA) para diluir contaminantes no ar de alimentação.

»» Tubo de Pitot. Um dispositivo usado para medir pressões totais e estáticas


em uma corrente de ar.

»» Plenum. A câmara baixa velocidade usada para distribuir a pressão


estática em todo o seu interior.

»» Queda de pressão. A perda de pressão estática entre um ponto; Por


exemplo, “a queda de pressão através de um orifício é de ,0 em. wg”

»» Replacement Air (também, compensando Air, Maquilhagem Air). O ar


fornecido a um espaço para substituir o ar esgotado.

»» Retorno Air. Air que é retornado a partir do espaço principal para o


ventilador para recirculação.

»» Scfm. Pés cúbicos padrão por minuto. Uma medida do fluxo de ar nas
condições normais, isto é, ar seco a 9,9 pol. De Hg (760 mm Hg) (calibre),
68 ° F (0 ° C).

»» Ranhura Velocity. A velocidade média do ar através de uma ranhura.


Velocidade de ranhura é calculada dividindo a taxa de fluxo de volume
total na área da ranhura (geralmente, Vs = 000 fpm).

»» Pilha. Um dispositivo na extremidade de um sistema de ventilação que se


dispersa contaminantes de escape para a atmosfera por diluição.

»» Air Padrão, Condições Gerais. O ar seco a 68 ° F (0 ° C), 9,9 polegadas de


Hg (760 mm Hg).

»» Pressão Estática (SP). A pressão desenvolvida numa conduta por um


ventilador; a força em polegadas de água, medida perpendicularmente
ao fluxo na parede da conduta; a diferença de pressão entre a pressão
atmosférica e a pressão absoluta no interior de uma conduta, de pó, ou
outro equipamento; SP exerce influência em todas as direções.

»» Pressão de Sucção. (Veja Pressão Estática.) Um termo arcaico que se


refere a pressão estática no lado de entrada do ventilador.

77
UNIDADE III │ CONTROLE DO AR

»» Pressão total. A pressão exercida numa conduta, isto é, a soma de a


pressão estática e a pressão de velocidade; também chamado de pressão
de impacto, pressão dinâmica.

»» Velocity Transport. Veja mínimo de Transporte de Velocidade.

»» Fluxo turbulento. O fluxo de ar caracterizado por componentes de


velocidade transversal, bem como a velocidade na direção principal do
fluxo numa conduta; misturar velocidades.

»» Velocidade (V). A taxa de tempo de circulação de ar; geralmente expressa


em pés por minuto.

»» Pressão Velocity (VP). A pressão atribuída à velocidade do ar.

»» Volume Caudal (Q). Quantidade de fluxo de ar em cfm, scfm, ou ACFM.

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<www.canair.com.br>

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81
BIOSSEGURANÇA UNIDADE IV

Neste caderno estão sintetizados as definições e conceitos dos autores Costa, M.A.F;
Costa, M.F.B referido em obra publicada, que neste curso é adotada como artigo base,
a partir do qual os leitores deverão, caso precisem, consultar.

Entende-se por biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção,


minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem,
dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados (TEIXEIRA
e VALLE, 1996). A princípio, o termo biossegurança, pode parecer algo de intruso
nas ações ocupacionais de saúde e segurança no trabalho. Este fato é evidenciado em
alguns currículos de cursos de pós-graduação, principalmente na área da engenharia de
segurança do trabalho, onde este tema não tem sido contemplado.

Tem-se que colocar a biossegurança em um cenário tal de visibilidade que permita aos
profissionais que atuam com prevenção e controle de riscos ocupacionais, entenderem
seus propósitos, suas contradições, e principalmente sua importância como instrumento
de proteção da vida, em qualquer que seja o ambiente de trabalho. Nos últimos anos, o
conhecimento científico aplicado às ações de gestão e controle de riscos ocupacionais
vem evoluindo de forma exponencial. O processo normativo, através das normas
ISO da série 9000 e 14000, e recentemente da OHSAS série 18000 (Organization for
Health and Safety Assessment Series - normas certificáveis do British Standard Institut,
referentes a saúde e segurança no trabalho), tem sido de fundamental importância, já
que atuam como verdadeiros parceiros nos processos de segurança ocupacional.

Aliado a este cenário, há uma necessidade sentida de aperfeiçoamento constante


dos profissionais que atuam nessa área, principalmente no nível dos engenheiros e
técnicos de segurança do trabalho, que já estão sendo solicitados para exercerem suas
atividades, em locais, até recentemente isentos desses profissionais, como por exemplo,
os ambientes de saúde e da moderna biotecnologia. Isto nos leva a ver a biossegurança
como uma ferramenta fundamental para que esses profissionais exerçam em toda a
plenitude suas atividades, no sentido de que a promoção da saúde seja alcançada. Isto
significa que as empresas devem repensar suas ações de SST, que na sua grande maioria,

82
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

existe, para atender a uma legislação, que cada vez torna-se mais rígida, voltando o foco
para os seus processos de trabalho e não somente para o controle de riscos, e nesse
contexto, a biossegurança torna-se um elo de suma importância.

Na prática abrange uma grande variedade de procedimentos, que podem incluir desde
um simples exame até uma cirurgia mais complexa que implicam contato com secreções
da cavidade oral, algumas vezes representados simplesmente pelo contato com saliva,
outras vezes pelo contato com sangue, secreções orais, secreções respiratórias e
aerossóis. Isto tudo acaba resultando em possibilidade de transmissão de infecções,
tanto de paciente para paciente, como dos profissionais para pacientes ou dos pacientes
para os profissionais.

Figura 32. Esquema da Biossegurança.

Biossegurança
“CONJUNTO DE MEDIDAS TÉCNICAS, ADMINISTRATIVAS, EDUCACIONAIS, MÉDICAS E
PSICOLÓGICAS, EMPREGADAS PARA PREVENIR ACIDENTES EM AMBIENTES
BIOTECNOLÓGICOS.”

Minimizar riscos inerentes Prevenção de acidentes

Proteção ao Trabalhador
Fonte: autor.

Segundo os autores Costa, M.A.F e Costa, M.F.B o termo biossegurança, pode parecer
algo de intruso nas ações ocupacionais de saúde e segurança no trabalho. Este fato é
evidenciado em alguns currículos de cursos de pós-graduação, principalmente na área
da engenharia de segurança do trabalho, agora passa a ser contemplado.

A lógica da construção do conceito de biossegurança teve seu inicio na década de 70


na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão
sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, segundo Goldim
(1997), “é um marco na história da ética aplicada a pesquisa, pois foi a primeira vez que
se discutiu os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos
nas áreas onde se realiza o projeto de pesquisa”. A partir daí o termo biossegurança,
vem, ao longo dos anos, sofrendo alterações.

Na década de 70 o foco de atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos


riscos biológicos no ambiente ocupacional. De acordo com a Organização Mundial

83
UNIDADE IV │ BIOSSEGURANÇA

da Saúde (WHO, 1993) as “práticas preventivas para o trabalho em contenção a nível


laboratorial, com agentes patogênicos para o homem”. Já na década de 80, a própria
OMS (WHO, 1993) incorporou a essa definição os chamados riscos periféricos presentes
em ambientes laboratoriais que trabalhavam com agentes patogênicos para o homem,
como os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos.

Nos anos 90, a definição de biossegurança sofre mudanças significativas. Em seminário


realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), houve a inclusão de temas
como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de
DNA recombinante, em programas de biossegurança. Outra definição nessa linha diz
que “a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização
ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos
animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados” (TEIXEIRA &
VALLE, 1996). Este foco de atenção retorna ao ambiente ocupacional e amplia-se para
a proteção ambiental e a qualidade. Não é centrado em técnicas de DNA recombinante.

Uma definição centrada no meio ambiente do trabalho está em Teixeira & Valle (1996),
no qual consta no prefácio “segurança no manejo de produtos e técnicas biológicas”.
Uma outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da medicina do
trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece “conjunto de medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir
acidentes em ambientes biotecnológicos”. Está centrada na prevenção de acidentes em
ambientes ocupacionais.

Fontes et al. (1998) já apontam para “os procedimentos adotados para evitar os riscos
das atividades da biologia”. Embora seja uma definição vaga, subentende-se que
estejam incluidos a biologia clássica e a biologia do DNA recombinante. Estas definições
mostram que a biossegurança envolve as seguintes relações:

Figura 33. Fluxo da Biossegurança.

Tecnologia → Risco → Homem


Agente biológico → Risco → Homem
Tecnologia → Risco → Sociedade
Biodiversidade → Risco → Economia
Fonte: Fontes et al. (1998).

Em termos epistemológicos, o conceito de biossegurança pode ser definido, segundo a


abordagem, como módulo, como processo ou como conduta (Costa, 1999, 000a, 000b).
Como módulo, porque a biossegurança não possui identidade própria, não sendo,
portanto uma ciência, mas sim, uma interdisciplinaridade que se expressa nas matrizes
curriculares dos seus cursos e programas. Esses conhecimentos diversos oferecem à
biossegurança uma diversidade de opções pedagógicas, que a tornam extremamente
atrativa.

84
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

Como processo, porque a biossegurança é uma ação educativa, e como tal pode
ser representada por um sistema ensino-aprendizagem. Nesse sentido, podemos
entendê-la como um processo de aquisição de conteúdos e habilidades, com o objetivo
de preservação da saúde do Homem, das plantas dos animais e do meio ambiente.

Como conduta, quando a analisamos como um somatório de conhecimentos, hábitos,


comportamentos e sentimentos, que devem ser incorporados ao homem, para que
esse desenvolva, de forma segura, sua atividade. Neste contexto, também devemos
incorporar a questão da comunicação e da percepção do risco nos diversos segmentos
sociais.

Exatamente, a partir desse enfoque interdisciplinar, da sua atração curricular e do seu


poder de mídia, a biossegurança passou a frequentar ambientes ocupacionais antes
ocupados pela engenharia de segurança, medicina do trabalho, saúde do trabalhador
e até mesmo da infecção hospitalar, atuando em forma conjunta, e, em muitos casos,
incorporando e suplantando essas outras atividades. A biossegurança no Brasil está
formatada legalmente para os processos envolvendo organismos geneticamente
modificados, de acordo com a Lei de Biossegurança - No 8974 de 5 de Janeiro de 1995,
que cita no seu art. 1o:

Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização


no uso das técnicas de engenharia genética na construção, cultivo,
manipulação, transporte, comercialização, consumo, liberação e
descarte de organismo geneticamente modificado (OGM), visando a
proteger a vida e a saúde do homem, dos animais e das plantas, bem
como o meio ambiente.

A NR 3 do MTE (Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde) define quatro


níveis de biossegurança:

Figura 34. Níveis de Biossegurança.

Rotinas de Trabalho e Equipamentos de


Grupo de Risco Nível de Biossegurança
Meios de Contenção Segurança
1 NB 01 – Nível Básico Boas Práticas de Manipulação Nenhum
(BPM)
2 NB 02 – Nível Básico BPM + EPI + Sinal de alerta RB Câmara de Segurança Biológica
(CBS)
3 NB 03 – Confinamento N2 + EPI especial + Controle de CBS + outro meio de contenção
Acesso e Fluxo de Ar direcionado primário
4 NB 04 – Confinamento Máximo N3 + Entrada hermeticamente CBS classe III + autoclaves
fechada + Chuveiro na saída + especiais + filtração de ar
tratamento especial do lixo
Fonte: próprio autor.

85
UNIDADE IV │ BIOSSEGURANÇA

O foco de atenção dessa Lei são os riscos relativos às técnicas de manipulação de


organismos geneticamente modificados. O órgão regulador dessa Lei é a Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), integrada por profissionais de diversos
ministérios e indústrias biotecnológicas. Exemplo típico de discussão legal da
biossegurança são os alimentos transgênicos, produtos da engenharia genética, uma
poderosa ferramenta para a manipulação de genes, que nasceu em 1970 com Stanley
Cohen e Herbert Boyer, que introduziram um gene de sapo no DNA de uma bactéria.
A partir daí, a humanidade começou a presenciar o nascimento de uma tecnologia
fantástica, principalmente pela sua capacidade infinita de criação de novas formas de
vida e bens de consumo.

No Brasil, esta discussão vem ganhando ares de uma verdadeira batalha entre aqueles
que defendem e aqueles que rejeitam esta tecnologia. Não faltam argumentos de ambos
os lados. Seus defensores apregoam que a ciência não pode ser cerceada, que esses
novos produtos podem ser a salvação de muitas populações miseráveis no mundo e
que alguns países, como Estados Unidos, Espanha, Argentina, entre outros, já os vem
consumindo a algum tempo, e até o momento, nenhum agravo à saúde foi observado.

Por outro lado, seus críticos, apresentam possíveis efeitos adversos dessa manipulação
genética, como processos alergênicos, resistência a antibióticos, agravos à biodiversidade
planetária etc. Esta mesma corrente defende a rotulagem desses alimentos, como um
instrumento de proteção ao consumidor. É uma medida lógica, que, porém, não altera
em nada a discussão sobre a segurança ou não desses alimentos. Estes, devidamente
rotulados, poderão ser comercializados?

Um biscoito derivado ou que contenha material oriundo de soja transgênica faz mal?
Ou tenho que comer 10 biscoitos, para o efeito aparecer? Afinal, a partir de quantos
biscoitos ingeridos o agravo aparece? Seus efeitos são acumulativos? Existe um
acompanhamento epidemiológico sobre as pessoas que já consomem esses alimentos
regularmente? Em caso de ocorrência comprovada de danos à saúde de algum ser
humano, quem paga a conta (COSTA, 2000).

Por outro lado, a palavra biossegurança, também aparece em ambientes onde a


moderna biotecnologia não está presente, como, indústrias, hospitais, laboratórios de
saúde pública, laboratórios de análises clínicas, hemocentros, universidades etc., no
sentido da prevenção dos riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos,
envolvidos em processos onde o risco biológico se faz presente ou não. Esta é a vertente
da biossegurança, que na realidade, confunde-se com a engenharia de segurança, a
medicina do trabalho, a saúde do trabalhador, a higiene industrial, a engenharia clínica
e a infecção hospitalar (COSTA, 1999; 1998).

86
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

Uma grande preocupação com o risco de transmissão de HBV e HIV entre pacientes e
profissionais na prática odontológica tem sido encontrada. Apesar desta possibilidade
de transmissão ser considerada baixa, alguns relatos de transmissão de HIV e HBV
de pacientes para profissionais e profissionais para pacientes tem sido publicados
sem, entretanto, identificar claramente as vias de contágio. Os acidentes punctórios
permanecem, ainda, como os maiores riscos de transmissão de HBV e HIV para os
profissionais de saúde em geral e profissionais da odontologia em particular, através do
contato com sangue.

Em virtude de que nem todos os pacientes portadores de HIV, HBV, ou outros patógenos
importantes, possam ser identificados previamente à realização de um procedimento
invasivo, é recomendado que todos os pacientes, indiscriminadamente, sejam
considerados potencialmente contaminados e que, consequentemente, precauções
padronizadas sejam utilizadas em todos os procedimentos, com todos os pacientes.
Algumas definições.

Figura 35. Definições em Biossegurança.

Infecção: processo pelo qual ocorre invasão por microrganismos com ou sem doença manifestada. a) direta: agente infeccioso é transmitido pelo
profissional ou pessoal auxiliar, através das suas mãos ou instrumentos contaminados ao paciente, ou o paciente transmite ao profissional por meio
de secreções orgânicas. b) cruzada: agente infeccioso é transmitido de um paciente para outro através das mãos do profissional ou equipamentos
e instrumental contaminada.
Descontaminação: redução, sem a eliminação completa dos microrganismos devido à presença da matéria orgânica (sangue, saliva, pus).
Antissepsia: eliminação das formas vegetativas de bactérias patogênicas e grande parte da flora residente da pele ou mucosa, através de
substâncias químicas.
Assepsia: métodos físicos e/ou químicos empregados com a finalidade de destruir completamente os microrganismos presentes no material ou
instrumental e superfície.
Sanificação: redução do número de microrganismos, pela remoção de detritos e impurezas feita em áreas como sala de espera, escritório.
Desinfecção: destruição dos microrganismos por meios químicos ou físicos na forma vegetativa, não esporos.
Esterilização: processos físicos ou químicos utilizados para eliminar as formas vegetativas e esporuladas em instrumentos e outros materiais.
Degermação: remoção de detritos, impurezas, sujidades e microrganismos da flora transitória e alguns da flora residente depositados sobre a pele
do paciente ou mãos da equipe odontológica através da ação mecânica de detergentes, sabão e escovação ou pela utilização de substâncias
químicas (antisséptica).
Fonte: próprio autor.

Registre-se que Precauções Padrão (PP) é parte das normas de biossegurança e


consistem em atitudes que devem ser tomadas por todo trabalhador de saúde frente
a qualquer paciente, com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão de agentes
infecciosos, principalmente veiculados por sangue e fluidos corpóreos ou presentes em
lesões de pele, mucosas, restos de tecidos ou de órgãos.

87
CAPÍTULO 1
Controle de infecção

»» Bloqueio epidemiológico da transmissão de infecções.

»» Lavagem e antissepsia das mãos.

»» Proteção dos profissionais e preparo do paciente.

»» Tratamento de materiais, instrumentos, equipamentos e ambiente.

»» Uso de desinfetantes.

»» Descarte dos resíduos sólidos e líquidos.

Figura 36. Contenção do Risco em Biossegurança.

CONTENÇÃO DO RISCO
Contenção Primária
»» Utilizada quando a proteção ao trabalhador e do ambiente de trabalho é realizada contra a exposição aos agentes de risco.
›› Uso de máscaras faciais, vacinação.
Contenção Secundária
»» Compreende a proteção do ambiente externo contra a contaminação oriunda do laboratório e/ou setores que manipulam agentes nocivos.
›› Desinfecção de artigos e áreas, procedimentos de limpeza.
Fonte: Autor

Figura 37. Capacitação dos Trabalhadores em Biossegurança.

Sete itens essenciais para a capacitação dos trabalhadores


1 Política e procedimentos de saúde e segurança do ambiente de trabalho (regras/condutas de segurança).
2 Técnicas necessárias para realizar com segurança as tarefas diárias.
3 Saber avaliar o risco e identificar os perigos específicos relacionados às tarefas diárias.
4 Método de higiene aplicado ao local de trabalho.
5 Procedimentos de emergência para as atividades realizadas no local de trabalho.
6 Primeiros socorros e notificação de acidentes, agravos e doenças.
7 Uso de equipamentos de proteção individual nos procedimentos que envolvam riscos.
Fonte: Autor.

Bloqueio epidemiológico da transmissão de


infecções

A vacinação é considerada uma das mais importantes medidas de prevenção de


aquisição de infecções. A vacinação contra hepatite b tem sido recomendada tanto

88
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

para dentistas, como para auxiliares, técnicos de higiene dental e protesistas. Esta
vacina deve ser aplicada em 3 doses: primeira dose, segunda dose após 1 mês e
terceira dose após 6 meses. É recomendada a realização de sorologia (pesquisa de
anticorpos anti-hbs) para comprovação de imunidade após o término do esquema
vacinal. Além desta, outras vacinas também são consideradas importantes dentre
estes profissionais, tais como vacinas contra sarampo, rubéola, caxumba, tétano e
influenza.

As mãos representam um dos maiores veículos de transmissão de infecções. A lavagem


das destas é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das
infecções hospitalares. A educação e adesão dos profissionais ao hábito da adequada
higiene das mãos não devem nunca deixar de serem enfatizados. As mãos devem ser
lavadas sempre que estiverem visivelmente sujas, antes de colocar luvas e após
retirá-las, antes e após procedimentos com todos os pacientes; bem como após contato
com qualquer material, equipamento ou superfície potencialmente contaminados.

As mãos devem ser lavadas com sabão neutro, reservando o uso de sabão com antisséptico
antes de procedimentos cirúrgicos e em situações de extrema contaminação das mãos.
Devem ser secadas com papel-toalha descartável. As torneiras recomendadas para
lavagem das mãos são aquelas por acionamento não manual, ou seja, por pedal, cotovelo
e célula fotoelétrica, entre outras. Quando utilizada uma torneira do tipo manual, deve
ser evitada a recontaminação da mão durante o fechamento do registro, utilizando-se
o papel-toalha como barreira. A utilização de escovas nas mãos e antebraços não tem
sido mais recomendada por causar lesões e colonização da pele, através do seu uso
sistemático, além do risco de utilização de escovas com cerdas endurecidas e que não
tenham sofrido uma adequada desinfecção e/ou esterilização. Deve-se dar preferência
à antissepsia sem escovação, apenas com fricção das mãos.

Quando utilizadas, as escovas deveriam ser estéreis, descartáveis e com cerdas macias,
e destinadas apenas para a escovação das unhas. Deve-se evitar a contaminação dos
diferentes tipos de sabão, depositando o sabão em barra, em pedaços pequenos, em
saboneteiras laváveis e que não acumulem água e o sabão ou antisséptico líquido em
dispensadores de pedal ou cotovelo, com frascos ou refis descartáveis ou passíveis
de limpeza e desinfecção. Os tipos mais comuns de antissépticos utilizados para
antissepsia das mãos são: álcool, clorexidina, triclosan, compostos de iodo, como por
exemplo, polivinil pirolidona iodo (PVPI) e outros iodóforos. Apesar das vantagens e
desvantagens de cada tipo de antisséptico, alguns estudos tentam demonstrar aqueles
que apresentam maior eficácia. A escolha, entretanto, do antisséptico adequado para
cada tipo de procedimento e cada instituição ou clínica deve respeitar as particularidades
locais. Questões relacionadas a custos, tipo de dispensadores que acompanham os

89
UNIDADE IV │ BIOSSEGURANÇA

antissépticos, tolerabilidade e adaptação aos procedimentos predominantes em cada


clínica, interferem na escolha do antisséptico para as mãos. Não são recomendadas,
para a finalidade de antissepsia da pele, as formulações contendo mercuriais orgânicos,
acetona, quaternário de amônio, líquido de dakin, éter e clorofórmio. A microflora das
mãos é dividida em dois tipos:

1. Flora transitória: adquirida através do contato com objetos contaminados.


Grande parte por estafilococos e bactérias g +.

2. Flora residente: flora aderida aos folículos, ranhuras e embaixo das


unhas. Grande parte estafilococos, difteroides, acinotobacter.

Proteção dos profissionais e preparo do paciente ─ equipamentos de proteção individual.


Uso de luvas: as luvas devem ser usadas em todos os procedimentos com todos os
pacientes. Também devem ser utilizadas para contato com materiais, instrumentos e
equipamentos contaminados e durante o processo de limpeza destes materiais e do
ambiente. As luvas recomendadas para o processo de limpeza de materiais e ambiente
são as luvas de borracha grossa, com cano longo, que podem ser reutilizadas, desde que
lavadas e secas após cada uso. As luvas recomendadas para os procedimentos gerais
em odontologia são aquelas denominadas “luvas de procedimentos”, que consistem em
luvas de látex, finas, geralmente com punho pequeno e não esterilizadas.

Para os procedimentos cirúrgicos, ou seja, procedimentos que envolvem incisões e


suturas de tecidos, as luvas recomendadas são aquelas denominadas “luvas cirúrgicas”,
que possuem punho mais longo do que as anteriormente descritas e são esterilizadas.
As luvas utilizadas para os procedimentos e cirurgias devem ser trocadas entre o uso em
diferentes pacientes. Não é recomendado o reprocessamento de luvas, nem a lavagem
e reutilização das mesmas. A lavagem de luvas ou de mãos enluvadas não garante a
remoção de microrganismos patogênicos aderidos ao látex das luvas.

As mãos devem ser especialmente protegidas com luvas em situações de contaminação


extrema. Um estudo realizado por kjølen e andersen (1999) demonstrou que quando as
mãos de profissionais estavam pesadamente contaminadas com microrganismos, nem
sucessivas lavagens das mãos, nem fricção com diferentes tipos de antissépticos foram
suficientes para erradicar completamente estas bactérias patogênicas.

1. sabão degermante à base de polivinilpirolidona-iodo (pvpi) 10%: 94,3%


de efetividade;

2. sabão à base de clorexidina a 4%: 90,5% de efetividade;

3. sabão comum líquido e álcool glicerinado: 70% de efetividade;

4. sabão comum líquido e álcool a 70%;

5. triclosan (irgasan) 0,5 a %: apenas procedimentos semi-críticos.

90
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

Uso de máscaras: as máscaras representam uma barreira física de proteção de


transmissão de infecções, tanto do paciente para os profissionais, como dos profissionais
para o paciente. Devem ser usadas pelos profissionais durante os procedimentos
realizados nos pacientes e durante os processos de limpeza de materiais, em que haja
possibilidade de espirramento de secreções ou sangue. As máscaras devem ser com
filtro duplo, descartáveis e de tamanho suficiente para cobrir completamente a boca e
o nariz.

As trocas das máscaras devem ser frequentes, evitando permanecer com as mesmas
durante muito tempo, especialmente quando umidade visível e excessiva. O tempo
ideal de uso das máscaras não tem sido largamente descrito. Uso de óculos de proteção:
os óculos, assim com as máscaras, também representam uma barreira de proteção de
transmissão de infecções, mais particularmente uma proteção para os profissionais,
diante do risco de espirramento de secreções diretamente para os olhos ou contato
com aerossóis. Nas situações de grande quantidade de aerossóis no ambiente, os óculos
também deveriam ser utilizados pelo paciente.

Os óculos adequados devem possuir barreiras laterais, devem ser confortáveis e


de transparência o mais absoluta possível e, também devem ser de material de fácil
limpeza. Os óculos de proteção devem ser limpos pelo menos diariamente e sempre que
sujidade visível. Devem ser guardados secos, preferentemente embalados. A desinfecção
com álcool, após a lavagem, seria adequada em situações de excessiva contaminação.
Uso de vestimentas e gorro: as vestimentas recomendadas para uso diário, durante
procedimentos odontológicos em geral, devem ser limpas, de material de fácil lavagem
e secagem, de cores claras, confortáveis e discretas. Devem ser trocadas sempre que
sujidade aparente. Devem ser usadas exclusivamente no trabalho. A utilização de gorros
pelo profissional visa evitar queda de cabelos na área do procedimento, além de oferecer
uma barreira mecânica para a possibilidade de contaminação dos cabelos através
do espirramento de secreções e aerossóis. Nestas situações também seria indicada
a utilização de gorro pelo paciente. Para realização de procedimentos cirúrgicos, é
recomendado utilização de avental ou jaleco de mangas compridas esterilizado, em
virtude do contato com o campo operatório, também esterilizado, utilizado no paciente.

Deve ser evitado o uso de adornos, tais como brincos, colares, correntes, pulseiras,
relógios, anéis e alianças, já que representam materiais de difícil descontaminação. Um
estudo comprovou que as mãos de profissionais que usavam anéis apresentavam-se
mais colonizadas antes e após lavagem das mãos quando comparadas com grupo que
não usava anéis.

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UNIDADE IV │ BIOSSEGURANÇA

Preparo do paciente compreende a paramentação e o preparo da pele e da boca pelos


processos de antissepsia, profilaxia e uso de isolamento absoluto.

1. Paramentação: procedimentos semi-críticos: óculos de proteção.

2. Procedimentos críticos: gorro, roupa cirúrgica e sapatilha.

3. Antissepsia: procedimentos semi-críticos: bochecho pvpi 10% ou


clorexidina 0,1%.

4. Procedimentos críticos: antissepsia da pele pvpi 10% ou clorexidina 4%.

Tratamento de materiais, instrumentos,


equipamentos e ambiente

Para adequada escolha nos processos de utilização e tratamento dos materiais, estes
devem ser divididos nas categorias críticos, semicríticos e não críticos.

»» Materiais críticos: contato com tecidos cruentos - esterilizados ou de uso


único (descartáveis).

»» Materiais semicríticos: contato com mucosas - esterilização ou no mínimo


desinfecção.

»» Materiais não críticos: contato com pele íntegra – desinfetados.

Etapas da esterilização, Limpeza de materiais e desinfecção de materiais.

1. Pré-limpeza ou descontaminação:

›› procedimentos críticos:

·· imersão completa do instrumental em solução desinfetante –


glutaraldeído % por 30 minutos;

·· uso de aparelho de ultrassom;

·· escovação manual.

2. Pré-lavagem: procedimentos críticos:

»» lavagem abundante em ho (manual);

»» ultrassom.

92
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

Antes da desinfecção ou esterilização de qualquer tipo de material é fundamental


que seja realizada uma adequada limpeza, para que resíduos de matéria orgânica que
possam ficar presentes nos materiais não interfiram na qualidade dos processos de
desinfecção e esterilização.

A limpeza dos materiais pode ser realizada através de métodos mecânicos, físicos ou
químicos. Durante a limpeza mecânica é fundamental uma vigorosa escovação dos
materiais, com auxílio de sabão e escovas de diferentes formatos. As escovas também
devem sofrer processo de limpeza e desinfecção. Para uma adequada descontaminação,
as escovas podem ser mergulhadas em hipoclorito de sódio a 1%, em recipiente
plástico, durante 30 minutos, posteriormente enxaguado e seco (em cima da estufa,
por exemplo). Devem ser mantidas secas.

Devem ser utilizadas barreiras de proteção pelo profissional que exerce a limpeza dos
materiais, através de luvas de borracha grossas e de cano longo, máscaras e óculos de
proteção, em situações de possibilidade de espirramento de secreções. Os materiais
devem ser devidamente enxaguados e secos após sua limpeza. As compressas ou
panos utilizados para secar o material devem ser somente para este fim e devem ser
substituídos frequentemente.

Processos químicos também podem auxiliar na limpeza dos materiais, como por
exemplo, através do uso de desencrostantes, soluções enzimáticas ou aparelhos de
ultrassom, que auxiliam na remoção de matéria orgânica. Podem ser utilizadas soluções
anti-ferrugem em instrumentais e materiais metálicos, para aumentar a vida útil
destes. A desinfecção de instrumentais odontológicos geralmente é recomendada para
os materiais termossensíveis, que não possam ser esterilizados em estufa ou autoclave,
e para aqueles artigos com urgência de utilização.

Figura 38. Desinfecção: classificação e métodos e soluções germicidas.

Desinfecção: classificação Métodos e soluções germicidas


Desinfecção de baixo nível: são destruídas as bactérias em forma Álcool etílico e isopropílico
vegetativa, alguns vírus e alguns fungos. O Mycobacterium tuberculosis,
Hipoclorito de Sódio (100ppm)
os esporos bacterianos, o vírus da Hepatite B (HBV) e os vírus lentos
sobrevivem. Fenólicos
Iodóforos*
Quaternário de amônia
obs.: tempo de exposição< ou= a 10 minutos.

93
UNIDADE IV │ BIOSSEGURANÇA

Desinfecção: classificação Métodos e soluções germicidas


Desinfecção de médio nível: além dos microrganismos destruídos na Álcool etílico e isopropílico (70 a 90%)
desinfecção de baixo nível são atingidos o Mycobacterium tuberculosis,
Fenólicos
a maioria dos vírus (inclusive o HBV) e a maioria dos fungos. Ainda
sobrevivem os Mycobacterium intracelulare, os esporos bacterianos e os Iodóforos*
vírus lentos.
Hipoclorito de Sódio (100ppm)
Pasteurização 75 °C a 30 minutos.
Obs.: depende da concentração e/ou período de exposição.

Desinfecção de alto nível: resistem apenas alguns tipos de esporos »» Glutaraldeído.


bacterianos mais resistentes e os vírus lentos.
»» Solução de Peróxido de Hidrogênio.
»» Hipoclorito de sódio (1000 ppm).
»» Cloro e compostos clorados.
»» Ácido peracético.
»» Orthophtalaldeído.
»» Água super oxidada.
»» Pasteurização 75o C a 30 minutos.
Obs.: Tempo de exposição >ou= 0 minutos.

Fonte: Guandalini (1999).

A desinfecção e/ou esterilização através de agentes químicos muitas vezes não se


apresenta como um método seguro e confiável devido às interferências pertinentes ao
uso de desinfetantes e suas dificuldades durante o processo, referentes à possibilidade
de inadequada desinfecção ou recontaminação do material.

Figura 39: Simbologia e Transporte para Risco Biológico – Biossegurança.

Simbologia e Transporte

Símbolo Internacional
de Risco Biológico

Os agentes representando um risco biológico são classificados para


transporte pelo código UN:
UN 2814: Substância infecciosa, afeta humanos.
UN 2900: Substância infecciosa, afeta animais.
UN 3733: Amostra diagnóstica ou amostra clínica ou substância biológica,
categoria B.
UN 3291: dejetos médicos.

Fonte: Autor.

94
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

Figura 40. Ilustração das formas e maneiras de praticar biossegurança.

Fonte: <http://www.anbio.org.br/site/>

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UNIDADE IV │ BIOSSEGURANÇA

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<http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/v77_3/penna.pdf>

Vídeoaulas

<https://www.youtube.com/watch?v=u9rAOfI5Mf4>

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<https://www.youtube.com/watch?v=Of-Cn7jWNSc>

96
BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE IV

<https://www.youtube.com/watch?v=dx1EclMwTT8>

<https://www.youtube.com/watch?v=B_uKc8hiZ0Y>

<https://www.youtube.com/watch?v=TW8veewmo5Y>

<https://www.youtube.com/watch?v=PhWDvO5WR9w>

<https://www.youtube.com/watch?v=dqKMBA4Soqw>

97
Para (não) Finalizar

Nesse voo panorâmico foi possível perceber as definições básicas da EST ao passo que se
abordou criticamente a inserção da Higiene do Trabalho. Ficou claro a extensa fronteira
e leque com as opções à escolha do EST, conforme as oportunidades de trabalho ou
vocação.

Apropriar-se dos mecanismos de controle para interação ambiental é o grande


instrumento do EST para fazer diferença nesse sistema produtivo pragmático, muito
pouco romântico, às vezes deliberadamente mórbido, mas que tem solução: e ela está
sem dúvida em uma das mãos da Engenharia de Segurança do Trabalho. Ah! A outra
mão? Quase esqueci: é para continuar folheando.

98
Referências

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Blog do Professor

<http://profpaulorog.blogspot.com.br/>

<https://sites.google.com/site/profpaulorog/>

106
Anexo

Siglário

1 AAF - Análise de Árvore de Falhas.


2 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.
3 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
4 ABPA- Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes.
5 ABP-EX - Associação Brasileira para a Prevenção de Explosões.
6 ABPI- Associação Brasileira de Prevenção de Incêndios.
7 ACGIH - American Conference of Governametal Industrial Higienists.
8 ADC - Árvore De Causas.
9 AET - Análise Ergonômica do Trabalho.
10 AET - Auditor Fiscal do Trabalho.
11 AFRA - Abertura de Frente de Radiografia Industrial.
12 AIDS - Acquirite Imuno-Deficience Syndrome.
13 ALAEST - Associação Latino-americana de Engenharia de Segurança do Trabalho.
14 ALAIST - Associación Latinoamericana de Ingeniaría de Seguridad del Trabajo.
15 ALARA - As Low As Reasonably Achievable.
16 AMFC - Análise de Modo de Falhas e Efeitos.
17 ANA - Agência Nacional de Águas.
18 ANDEF - Associação Nacional dos Fabricantes de Defensivos Agrícolas.
19 ANEST - Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho.
20 ANSI - American Nacional Standards Institute.
21 ANVS - Associação Nacional de Vigilância Sanitária.
22 APES - Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho.
23 APF - Alto Ponto de Fluidez.
24 APNRI - Análise Preliminar de Níveis e Risco e Impacto.
25 APP - Análise de Problemas Potenciais.
26 APR - Análise Preliminar de Riscos.
27 ARE - Análise de Risco Específico.
28 ART - Análise de Risco da Tarefa.
29 ART - Anotação de Responsabilidade Técnica (CREA).
30 ASME - American Society of Mechanical Engineers.
31 ASO - Atestado de Saúde Ocupacional.
32 AT - Acidente de Trabalho.
33 ATEX - (ATmosphere EXplosibles) - Atmosfera Potencialmente Explosiva.
34 ATPE - Atmosfera Potencialmente Explosiva.
35 ATR - Autorização para Trabalho de Risco.
36 AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros.
37 BAL - British Anti-Lewisite (Dimercaprol); Bronchoalveolar Lavage.
38 BHC - Benzene Hexachloride (hexacloro benzeno).

107
ANEXOS

39 BO - Boletim de Ocorrência.
40 BPF - Baixo Ponto de Fluidez.
41 BS - British Standard (norma britânica sobre saúde e segurança ocupacional).
42 BSI - British Standards Institute.
43 BTU - British Thermal Unit.
44 CA - Certificado de Aprovação.
45 CAI - Certificado de Aprovação de Instalação.
46 CAT - Comunicado de Acidente de Trabalho.
47 CBO - Classificação Brasileira de Ocupações.
48 CCIH - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares.
49 CCOHS -Canadian Centre for Occupational Health & Safety.
50 CCT - Convenção Coletiva do Trabalho.
51 CDC - Control Desease Center (centro para controle de doenças).
52 CEI - Cadastro Específico do INSS.
53 CEO - Chief Executive Officer, Chairman and Executive Officer.
54 CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador.
55 CESAT - Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador (Bahia).
56 CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.
57 CID - Código Identificador de Doença; classificação internacional de doenças.
58 CIN - Centro de Informações Nucleares.
59 CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
60 CIPAMIN - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes na Mineração.
61 CIPATR - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural.
62 CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.
63 CMSO - Controle Médico de Saúde Ocupacional.
64 CNA - Confederação Nacional da Agricultura.
65 CNAE - Código Nacional de Atividades Econômicas.
66 CNC - Comando Numérico Computadorizado (ex torno CNC).
67 CND - Certidão Negativa de Débito.
68 CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear.
69 CNH - Carteira Nacional de Habilitação.
70 CNI - Confederação Nacional das Indústrias.
71 CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas.
72 COEGP - Cursos para Operador de Empilhadeira de Grande Porte.
73 COEPP - Cursos para Operador de Empilhadeira de Pequeno Porte.
74 CONAMA - Comissão Nacional de Meio Ambiente.
75 CONASEMS - Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde.
76 CONASS - Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde.
77 CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
78 CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.
79 CORETEST - Conselho Regional dos Técnicos de Segurança do Trabalho.
80 COS - Composto Orgânico Volátil.
81 COS-V - Composto Orgânico Semi-Volátil.
82 CPATP - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário.
83 CPF - Cadastro de Pessoa Física.
84 CPN - Comitê Permanente Nacional (sobre condições e meio ambiente de trabalho).

108
ANEXOS

85 CPR - Comitê Permanente Regional (sobre condições e meio ambiente de trabalho).


86 CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
87 CRF - Certificado de Registro de Fabricante.
88 CRI - Certificado de Registro de Importador.
89 CRJF - Certidão de Regularidade Jurídico Fiscal.
90 CRM - Conselho Regional de Medicina.
91 CRP - Centro de Reabilitação Profissional.
92 CTN - Centro Tecnológico Nacional (da Fundacentro).
93 CTPAT- Comissão Tripartite de Alimentação do Trabalhador.
94 CTPP - Comissão Tripartite Fretaria Permanente.
95 CTPS - Carteira de Trabalho Previdência Social.
96 DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social.
97 dB – decibel.
98 DDS - Diálogo de Segurança.
99 DDSMS - Diálogo Diário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
100 DDT - Dicloro, Difenil Tricloroetano.
101 DECEX - Departamento de Comércio Exterior.
102 DEQP - Departamento de Qualificação Profissional.
103 DIN - Deutsche Industrien Normen, Deutsches Institut für Normung.
104 DNSST - Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho.
105 DNV - Det Norske Veritas.
106 DORT - Distúrbio(s) Osteomuscular(es) Relacionado(s) ao Trabalho.
107 DOU - Diário Oficial da União.
108 DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
109 DRT - Delegacia Regional do Trabalho (mudou para SRTE).
110 DRTE - Delegacia Regional do Trabalho e Emprego.
111 DSST - Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho.
112 DST - Doença Sexualmente Transmissível.
113 EA - Emissão Acústica.
114 EAR - Equipamento Autônomo de Respiração.
115 ECPI - Equipamento Conjugado de Proteção Individual.
116 ECSST - Educação Continuada em Saúde e Segurança do Trabalho.
117 EIA - Estudo de Impacto Ambiental.
118 EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural.
119 EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias.
120 END - Ensaio Não-Destrutivo (radiações).
121 EPC - Equipamento de Proteção Coletiva.
122 EPI - Equipamento de Proteção Individual.
123 EST - Engenheiro de Segurança do Trabalho; Engenharia de Segurança do Trabalho.
124 FAP - Fator Acidentário de Prevenção.
125 FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.
126 FDA - Failure-Data Analysis.
127 FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho.
128 FEPI - Ficha de Entrega de EPI.
129 FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
130 FIOCRUZ - Fundação Osvaldo Cruz.

109
ANEXOS

131 FISP - Feira Internacional de Segurança e Proteção (nome próprio).


132 FISP - Folha de Informação Sobre o Produto.
133 FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico.
134 FISPQ - Ficha de Informação de Segurança do Produto Químico.
135 FISPQ - Ficha de Informações de Segurança do Produto Químico.
136 FISST - Feira Internacional de Saúde e Segurança no Trabalho.
137 FMEA - Failure Method of Effect Analysis.
138 FOR - Free Oxigen Radicals (radicais livres de oxigênio).
139 FSDP - Ficha de Segurança de Produto.
140 FTA - Fault Tree Analysis (análise de árvore de falhas).
141 FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Seg e Med do trabalho.
142 GA - Gases Ácidos.
143 GES - Grupo de Exposição Similar.
144 GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social.
145 GHE - Grupo Homogêneo de Exposição.
146 GHR - Grupo Homogêneo de Risco.
147 GLP - Gás Liquefeito de Petróleo.
148 GNV - Gás Natural Veicular.
149 GOI-PNES - Grupo Operativo Institucional (do PNES).
150 GQT - Gerenciamento pela Qualidade Total.
151 GR - Grau de Risco.
152 GST - Gerenciamento pela Segurança Total.
153 GSTB - Grupo de Segurança do Trabalho a Bordo de Navios Mercantes.
154 GT - Grupo Técnico.
155 GT/SST - Grupo Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho.
156 GTT - Grupo Técnico Tripartite.
157 HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point.
158 HAZOP - Hazard and Operability.
159 HIV - Human Immunodeficiency Virus.
160 HMIS - Hazardous Material Information System, Hazardous Materials Identification System.
161 HSTA - Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente.
162 IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
163 IBUTG - Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo.
164 ILO - International Labour Organization (OIT, em Inglês).
165 IML - Instituto Médico Legal.
166 IN - Instrução Normativa.
167 INSS - Instituto Nacional do Seguro Social.
168 INST - Instituto Nacional de Segurança do Trânsito.
169 IPVS - Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde.
170 IRA - Índice Relativo de Acidentes.
171 ISO - International Organization for Standardization.
172 JIT - Just in Time.
173 LEM - Laudo de Exame Médico.
174 LEO - Limite de Exposição Ocupacional.
175 LEQ - Level Equivalente.
176 LER - Lesão por Esforço Repetitivo.

110
ANEXOS

177 LER/DORT - Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.


178 LGE - Líquido Gerador de Espuma.
179 LIE - Limite Inferior de Explosividade.
180 LP - Líquido Penetrante.
181 LSE- Limite Superior de Explosividade.
182 LT - Limite de Tolerância.
183 LTCA - Laudo Técnico de Condições Ambientais.
184 LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho.
185 MAG - Metal Ative Gas - tipo de solda.
186 MBA - Master of Business Administration.
187 MIG - Metal Inert Gas - tipo de solda.
188 MMA - Ministério do Meio Ambiente.
189 MOPE - Movimentações de cargas perigosas.
190 MRA - Mapa de Risco Ambiental.
191 MSDF - Material Safety Data Sheet.
192 MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.
193 MTR - Manifesto para Transporte de Resíduos.
194 NBR - Norma Brasileira.
195 NE - Nível de Exposição.
196 NEN - Nível de Exposição Normalizado.
197 Neq - Nível Equivalente, o mesmo que Leq.
198 NFPA - National Fire Protection Association.
199 NHO - norma de higiene ocupacional.
200 NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health.
201 NIT - Número de Identificação do Trabalhador.
202 NOB - norma operacional básica.
203 NOSA - National Occupational Safety Association (África do Sul).
204 NPS - Nível de Pressão Sonora.
205 NR - Norma Regulamentadora.
206 NRR - Nível de Redução de Ruído.
207 NRR - Norma Regulamentadora Rural.
208 NRR-SF - Noise Reduction Rating - Subject Fit.
209 NTEP - Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário.
210 OCRA - Occupational Repetitive Assessement.
211 OGMO - Orgão Gestor de Mão de Obra.
212 OHSAS - Ocupational Health Safety Assessment Series.
213 OIT - Organização internacional do trabalho (em Inglês, ILO).
214 OMS - Organização Mundial da Saúde.
215 ONG - Organização Não Governamental.
216 ONL - Organização Não Lucrativa.
217 OS - Ordem de Serviço.
218 OSHA - Occupational Safety and Health Administration.
219 PAE - Plano de Ação Emergencial.
220 PAIR - Perda auditiva induzida por ruído.
221 PAIRO - Perda auditiva induzida por ruído ocupacional.
222 PAM - Plano de Ajuda Mútua.

111
ANEXOS

223 PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador.


224 PBA - Plano Básico Ambiental.
225 PCA - Plano de Controle Ambiental.
226 PCA - Programa de Conservação Auditiva.
227 PCE - Plano de Controle de Emergência.
228 PCE - Plano de Controle de Emergência.
229 PCIH - Programa de Controle de Infecções Hospitalares.
230 PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil.
231 PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
232 PCTP - Programa de Controle Total de Perdas.
233 PDCA - Plan, Do, Check, Act.
234 PFCC - Pressa, Frustração, Cansaço, Complacência.
235 PGR - Programa de Gerenciamento de Risco.
236 PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde.
237 PGSSMA - Programa Gestão Segurança, Saúde e Meio Ambiente.
238 PGSSMATR - Programa Gestão Segurança, Saúde e Meio Ambiente do Trabalho Rural.
239 pH - potencial hidrogeniônico.
240 PH - Profissional Habilitado.
241 PM - Partículas Magnéticas.
242 PMOC - Plano de Manutenção, Operação e Controle.
243 PMTA - Pressão Máxima de Trabalho Admissível.
244 PNES - Programa nacional de Eliminação da Silicose.
245 PPACAP - Programa de Prevenção de Acidented Com Animais Peçonhentos.
246 PPD - Pessoa Portadora de Deficiência.
247 PPEOB - Programa de Prevenção de Exposição Ocupacional ao Benzeno.
248 PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário.
249 PPR - Programa de Proteção Respiratória.
250 PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
251 PPRAG - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais para Indústrias Galvânicas.
252 PPRPS - Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares.
253 PPS - Procedimento Padrão de Segurança.
254 PRAT - Pedido de Reconsideração de Acidente de Trabalho.
255 PRODAT - Programa Nacional de Melhoria de Informações Estatísticas Sobre Doenças e Acidentes do Trabalho.
256 PROESIC - Programa de Engenharia de Segurança na Indústria da Construção.
257 PROVERSA - Programa de Vigilância Epidemiológica e Sanitária em Agrotóxicos.
258 PSS - Programa de Saúde e Segurança.
259 PSSTR - Programa Saúde e Segurança do Trabalhador Rural.
260 PT - Permissão de Trabalho.
261 PTR - Permissão de Trabalho de Risco.
262 PV - Poço de Visita.
263 RAA - Relatório de Auditoria Ambiental.
264 RAP - Relatório Ambiental Prévio.
265 RE - Risco Elevado (normas de combate a incêndio).
266 REM - Roetgen Equivalent Man (unidade de dose de radiação).
267 RENAST - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador.
268 RG - Registro Geral (cédula identidade).

112
ANEXOS

269 RIA - Responsável pela Instalação Aberta (técnico habilitado em trabalho com radiação).
270 RIMA - Relatório de Impacto de Meio Ambiente.
271 RIT - Regulamento de Inspeção ao Trabalho.
272 RL - Risco Elevado (normas de combate a incêndio).
273 RM - Risco Médio (normas de combate a incêndio).
274 RNC - Relatório de Não Conformidade.
275 RPA - Recibo de Pagamento a Autônomo.
276 RSI - Repetitive Strain Injuri (Lesão por Esforço Repetitivo - LER, em Inglês).
277 RT - Responsável Técnico.
278 RTP - Recomendação Técnica de Procedimentos
279 RTR - Requerimento para Transferência de fonte Radioativa.
280 S (cinco esses) - Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke.
281 SARS - severe acute respiratory syndrome.
282 SASSMAQ - Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade.
283 SAT - Seguro de Acidente de Trabalho.
284 SECONCI - Serviço Social da Indústria da Construção.
285 SEESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.
286 SEFIT - Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
287 SENAC - Serviço Nacional de Aprendizado do Comércio.
288 SENAI - Serviço Nacional de Aprendizado Industrial.
289 SENAR - Serviço Nacional de Aprendizado Rural.
290 SERLA - Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas.
291 SERT - Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho.
292 SESC - Serviço Social do Comércio.
293 SESI - Serviço Social da Indústria.
294 SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.
295 SESST - Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário.
296 SEST - Serviço Especializado em Segurança do Trabalho.
297 SETAS - Secretaria do Trabalho e da Ação Social.
298 SGA - Sistema de Gestão Ambiental.
299 SGSST - Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho.
300 SIASUS - Serviço de Informação Ambulatorial do SUS.
301 SICAF - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores.
302 SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
303 SIM - Sistema Informação Mortalidade.
304 SINAN - Sistema nacional de Notificação de Agravos.
305 SINDUSCON - Sindicato da Indústria da Construção Civil.
306 SINITOX - Sistema Nacional de Informação Tóxico-farmacológica.
307 SINTESPAR - Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado do Paraná.
308 SIPAT- Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho.
309 SIT - Secretaria de Inspeção do Trabalho.
310 SMS - Segurança Meio Ambiente e Saúde (Short Message Service - texto de mensagem de telefone celular).
311 SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança.
312 SOL - Segurança, Ordem e Limpeza.
313 SRTE - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.
314 SST - Saúde e Segurança do Trabalho.

113
ANEXOS

315 SUS - Sistema Único de Saúde.


316 Sv - Sievert (unidade de dose de radiação).
317 TDS - Treinamento de Segurança.
318 TE - Temperatura Efetiva.
319 TEC - Temperatura Efetiva Corrigida.
320 TIG - Tungsten Inert Gas - tipo de solda.
321 TLV® - Threshold Limit Value, Threshold Level Value.
322 TPM - Técnicas de parasitologia e manejo de pragas.
323 TPM - Tensão Pré-Menstrual.
324 TPM - Total Productive Maintenance.
325 TRT - Tribunal Regional do Trabalho.
326 TST - Técnico de Segurança do Trabalho.
327 TST - Tribunal Superior do Trabalho.
328 TWA - Time Weight Average (nível médio ponderado).
329 TWI - Training With Industry.
330 UE- Unidade Extintora (normas de combate a incêndio).
331 UFIR - Unidade Fiscal de Referência.
332 UNESCO - United Nations Education, Science and Culture Organization.
333 UNICEF - United Nations Children`s Found.
334 US – Ultrassom.
335 VGD - Ventilação Geral Diluidora.
336 VLE - Ventilação Local Exaustiva.
337 VO - Voláteis Orgânicos.
338 VRT - Valor de Referência Tecnológico.
339 WHO - World Health Organization.
Fonte: <http://www.areaseg.com/siglas/>

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