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Comércio Exterior
CURITIBA PR
EDITORA IBPEX
2009
2
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
entre eles:
forma mais ampla o comércio internacional, sendo que, para medirmos a eficiência
e a eficácia desses mercados, deveríamos conhecer aquilo que foi denominado de
estágios que preconizam a integração.
Toda abordagem citada faz com que tenhamos muito mais a desenvolver sobre
comércio exterior.
Segundo Vasconcellos, Lima e Silber2, o Brasil, em si, é um grande desafio à
inteligência e ao bom senso. Desafio maior é o de abjurarem-se os dogmas que impedem o
país de transformar os extraordinários recursos que detém em efetivo crescimento
econômico e social, deixar de ser país do futuro, dos discursos bombásticos, para alcançar
com eficiência a maturidade, a posição de altamente desenvolvido. Ele tem todos os
ingredientes naturais para alcançar esse patamar, exceto o verdadeiro fator de impulsão
definido na sólida educação, na formação profissional e no aprendizado contínuo de
profissionais do setor privado e, especialmente, do governo. A solidez de conhecimentos é o
grande trampolim para entender os fenômenos e as realidades atuais, meio lógico para a
tomada de decisões corretas, que requerem uma abordagem multidisciplinar envolvendo a
análise da teoria, da estratégia e da prática.
Os mesmos autores3 apresentam as principais características e consequências da
globalização, apresentadas a seguir.
*
Esse item foi baseado em Vasconcellos, Lima e Silber (2006).
9
foram e são praticadas até os dias atuais. Além disso, as teorias e as práticas econômicas,
que no seu conjunto denominamos hoje de mercantilistas, contribuíram para a organização
e consolidação do Estado nacional como o principal agente econômico no plano mundial.
Já em relação à guerra mercantil durante o período colonial, o Brasil sofreu assédio
constante das potências mercantilistas da época, principalmente franceses, ingleses e
holandeses que não possuíam território nas Américas e praticavam a pirataria em larga
escala contra navios, feitorias, vilas e cidades portuguesas e espanholas.
Os ataques realizados por essas nações em solo brasileiro ilustram bem a
legitimidade da ação pirata no contexto do mercantilismo justificada como forma de obter
recursos para aumentar a sua balança comercial, pois com a ação corsária se obtêm
ganhos em ouro e prata sem que o país tenha que despender recursos significativos para
obtê-los. E quando não se obtém o metal diferente, conseguem-se mercadorias que serão
transformadas e comercializadas para outras nações, obtendo-se, desse modo, de qualquer
forma, o metal necessário para fortalecer o Estado.
Segundo Maia5, no comércio internacional, a troca nos dias atuais ultrapassou as
fronteiras, tornando possível o comércio internacional. O economista Venícius Dias de
Oliveira define comércio internacional como uma via de duas mãos. Isso porque as vendas
são representadas pelas exportações e as compras pelas importações.
Ainda segundo o mesmo autor6, o comércio a partir disso torna-se internacional,
havendo um processo de rompimento de fronteiras, incluindo grandes transformações nos
serviços como um todo.
Maia7 enfoca ainda que o comércio e a economia passam a sofrer grandes
transformações, principalmente pelo fato de haver um forte aumento tanto de volumes de
exportações como importações, fazendo com que haja um grande incremento no processo
que envolve capitais quanto há transferências unilaterais (donativos e remessas de ou para
imigrantes).
Houve uma evolução significativa nos meios de transportes, fazendo com que a
rapidez fosse uma das fortes marcas desse processo, traduzindo em um forte incremento da
economia internacional.
• regulamentações sanitárias;
• normas de qualidade (aplicadas a produtos, serviços e meio
ambiente);
• normas e especificações técnicas;
• regras de segurança industrial.
PONTO FINAL
ATIVIDADES
Com base na análise dos Incoterms a ser apresentada a seguir, teremos condições
de fazermos uma abordagem das principais varáveis intervenientes no processo sob
responsabilidade de exportadores e importadores no âmbito do comércio internacional.
Conforme já visto no capítulo anterior, os Incoterms servem de regramentos para
exportadores e importadores, principalmente no que tange às responsabilidades de
compradores e vendedores no âmbito do Comex.
De acordo com Bortoto, Vasques e Rebono1, fazer referência a condições
internacionais de exportação e importação é mesmo que referir-se a negociações
comerciais, ou melhor, ainda, a transações comerciais internacionais. Assim, deve-se
entender que, para negociar, é preciso ter, antes de tudo, principalmente quando se fala em
comércio exterior, uma série de conhecimentos básicos para que haja redução no tempo e
nos gastos e seja eliminada grande parte das incertezas e hesitações sobre as obrigações
de cada uma das operações nos contratos firmados entre exportadores e importadores.
Analisando esses itens, nota-se que não foi mencionado nada sobre as condições
de pagamento, prazo de entrega da mercadoria, entre outros, pois esses itens não fazem
parte das regras dos Incoterms.
No entanto, é importante lembrar que, numa negociação internacional, no contrato
firmado entre as partes, não se deve esquecer de informar qual Incoterm será utilizado
nessa operação. Além disso, deverão ser especificados o pagamento das mercadorias, o
prazo de entrega, o agente financeiro e o local exato da saída e da entrada dessas
mercadorias, já que os Incoterms não especificam nenhum dado sobre esses assuntos.
*
Para ver a Lei nº 9.307/1996 na íntegra, acesse o site:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9307.htm>.
19
Corre por conta do vendedor, ao preço contratado, toda a despesa, até a alocação
da mercadoria liberada para exportação no cais do porto de embarque, ao lado do costado
do navio, no seu ponto de atracação. Cabe ao vendedor, também, a responsabilidade por
quaisquer perdas ou danos sofridos pela mercadoria até a sua colocação no cais. Essa
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dessa operação. Correm também por sua conta os gastos com documentos de exportação
(como as licenças de exportação), formalidades aduaneiras, impostos e taxas de
exportação, caso haja.
Trata-se de cláusula universal de aplicação. Corre por conta dos vendedores todas
as despesas, inclusive a questão que envolve o seguro e o frete internacional até a
mercadoria chegar ao porto de destino.
Compete ao vendedor, além de contratar e pagar o frete e o seguro da mercadoria
até o porto de destino, despachar imediatamente ao comprador e informá-lo sobre o
embarque “limpo” e a apólice de seguro. Correm por conta do vendedor os gastos com
quaisquer taxas, impostos ou documentos necessários à exportação (como a licença de
exportação) e formalidades aduaneiras, bem como o carregamento da mercadoria. A
exemplo do que ocorre com outras cláusulas já examinadas, ele deve prestar assistência ao
comprador, por solicitação e por sua conta, na obtenção de documentos emitidos no país de
origem de embarque que sejam necessários para que a mercadoria possa entrar no país de
destino ou transitar através de outro (faturas consulares, certificados de origem etc). Cabe-
lhe também a responsabilidade por quaisquer riscos até que a mercadoria tenha sido
colocada a bordo do navio no porto de embarque
cargo dos vendedores até o processo de entrega da mercadoria. Enquanto EXW representa
o mínimo de obrigações para o vendedor, DDP representa o máximo de obrigações.
Essas fórmulas citadas são de extrema importância para o desenvolvimento do
comércio exterior, haja vista a necessidade de conhecermos as responsabilidades de
exportadores e importadores no processo de compra e venda de mercadorias, ainda mais
quando nesse processo pode haver uma interferência direta dos custos da negociação.
PONTO FINAL
ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Antes de fazermos uma relação direta dentro do processo que move o marketing
internacional, devemos considerar quais são as principais variáveis aqui tratadas em relação
ao comércio internacional como um todo a fim de que tenhamos uma noção exata em
relação ao tema.
Quando abordamos o comércio internacional, vimos diretamente as questões
atinentes aos processos de exportação e importação e as principais variáveis. O marketing
internacional, na realidade, encaixa-se em todo o processo em que comercializamos algum
tipo de produto e permite que possamos valorizar o ciclo de vida de um produto (introdução,
crescimento, maturidade e declínio).
Segundo Kuazaqui1, “um dos principais desafios em relação à globalização
econômica é a capacidade da maioria das empresas de identificar, desenvolver e
implementar estratégias e táticas organizacionais e atender de maneira eficaz seus clientes,
frente à concorrência internacional.”
Para superar tais desafios, é necessário, antes de qualquer coisa, o
desenvolvimento de uma cultura organizacional que envolva todos os integrantes da
empresa com objetivos e metas reais, devidamente formatados, integrados e informados
aos públicos internos e externos de interesse.
Toda a filosofia cultural deve ser alicerçada dentro do efeito da globalização. Para
que isso se torne realidade, é necessária uma formação de valores organizacionais e
ferramentas de identificação de mudanças de ambiente externo e interno à organização.
Nesse aspecto, a empresa deve possuir uma filosofia de resultados com que todos
os níveis hierárquicos da organização se comprometam e uma flexibilidade que resulte na
capacidade de prospectar e aproveitar as oportunidades de mercado dentro de uma filosofia
global. Quando analisamos os serviços públicos, por exemplo, como telefonia, tais serviços
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podem ser comercializados tanto para empresas públicas como para consumidores em
geral.
3.2.1 Produtos
Como exemplo prático desta análise, citaríamos, por exemplo, um empresário que
deseja criar um produto ligado ao segmento de cosméticos. No primeiro nível a ser
analisado, é considerado o que o produto irá provocar nos clientes e quais os principais
benefícios gerados. No segundo nível, analisamos como deve ser constituído esse produto,
tais como a sua embalagem, marca, nível de qualidade, design, entre outros. No terceiro
nível, é verificado como se dá o serviço pós-venda, a instalação, garantia etc.
Todos esses fatores são fundamentais não só para avaliarmos as necessidades
dos clientes, mas também para balizarmos a utilização dos nossos produtos no âmbito do
comércio internacional.
Em relação à qualidade dos produtos, Kotler e Armstrong2 informam que
[611] Comentário: Professor,
representaM uma das ferramentas mais importantes dentro do contexto, haja vista a o que representa uma das
ferramentas mais importantes
apresentarem duas dimensões: nível e consistência. Ao desenvolver um produto, o dentro do contexto?
profissional de marketing deve inicialmente escolher um nível de qualidade que dará apoio à
posição do produto no mercado-alvo. Nesse caso, qualidade do produto significa qualidade
de desempenho.
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1. integração econômica;
2. crescimento de alianças estratégicas no âmbito internacional, em todos os
segmentos;
3. verificação de que se as marcas estão substituindo os produtos, haja vista o
conhecimento dos consumidores através dos meios de comunicação;
4. tempo para chegar ao mercado e diferenciação do produto;
5. verificação dos dados de mercado, cada vez mais importantes, especialmente no
caso de muitas economias novas, o que gera novas pesquisas de mercado;
6. regulamentação, importante em uma ordem comercial mundial dominada não por
nações comerciais, mais por blocos econômicos, tais como a União Europeia, Nafta,
Mercosul, entre outros;
7. mudança no canal de distribuição, concentração no varejo, utilização da internet e
ascensão do varejo internacional;
8. sensibilidade do consumidor ao preço – no mundo inteiro, os consumidores estão
ficando cada vez mais sensíveis ao preço, portanto a resposta dos varejistas são as
marcas próprias para garantir margens e fidelidade ao cliente.
Porter6, numa visão estática, diz que os fatores sociais de um país são fixos. As
“empresas os distribuem pelas indústrias nas quais produzirão maior rendimento”. Numa
visão global, o caráter essencial passa a ser o da inovação e da mudança. As organizações
passam a atuar na busca de ações que resultem no rompimento dos limites dos próprios
fatores de produção disponíveis. Tais ações são:
31
PONTO FINAL
ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Enquanto o Brasil se abria para o mundo a partir de 1994 com a eliminação das principais
barreiras comerciais a produtos do exterior, a economia como um todo se globalizava.
Novos mercados surgiram para o investimento internacional, como é o caso dos Países
Árabes, China, Indonésia, Rússia, Países da América, entre outros. Blocos de Países
[613] Comentário: “Blocos
fortalecidos ESTÁ CORRETO PAÍSES FORTALECIDOS.OK! tomaram proporções de Países fortalecidos” ou
fornecedores?
continentais, redesenhando o mapa dos principais mercados mundiais, ampliando o
tamanho de regiões onde a circulação de mercadorias e pessoas ocorrem sem nenhuma
restrição.
Fonte: Bortoto; Vasques; Rebono, 2004, p. 355.
33
• remessa antecipada;
• remessa sem saque;
• cobrança (à vista e a prazo);
• crédito documentário (carta de crédito).
Além dos aspectos citados, a cobrança pode ser à vista ou a prazo. Na cobrança à
vista, é feito todo o processo de exportação, produção da mercadoria e envio da
documentação, para depois o importador, junto ao seu banco escolhido, assinar um aceite
bancário, informando o pagamento à vista pela mercadoria, gerando logo a seguir a
autorização para que seja efetuada a liberação da carga.
Já na cobrança a prazo, o processo é idêntico ao anterior, sendo que o importador
assinará o aceite bancário comprometendo-se a pagar durante um período pré-estipulado a
fim de saldar suas obrigações.
No processo que envolve a utilização da carta de crédito, devemos analisar que é
um documento que apresenta maiores garantias tanto para exportadores quanto
importadores, haja vista a sua utilização efetiva nessas operações. As partes intervenientes
nesse processo são:
• banco avalisador;
• banco emitente;
• exportador;
• importador;
• banco confirmador.
Os passos que dão origem para abertura de uma carta de crédito devem respeitar
a seguinte cronologia:
O seguro também será uma parte fundamental e integrante do processo para que
não tenhamos problemas com a carga e a própria documentação necessária para darmos
validade a todo o processo.
PONTO FINAL
ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Não existe uma única corrente de ideias para responder a essas questões. Ao
longo do tempo, foram sendo desenvolvidas diversas teorias, que hoje se complementam
40
O negociador de alguma forma deve ter bem claro o que as partes efetivamente
querem saber. Em relação àquela empresa em que não deu certo a negociação
anteriormente, podemos saber qual a sua expectativa naquele novo momento, e até mesmo
o que espera conseguir. Os negociadores de alguma forma devem assumir o
posicionamento da outra parte, a fim de objetivar a sua negociação.
PONTO FINAL
LEITURA COMPLEMENTAR
COMÉRCIO EXTERIOR
ATIVIDADES
substituição das importações?JÁ CORRIGI AMIGO, QUE ACHAS. [615] Comentário: Professor,
o senhor concorda que é mais
adequado alterar a questão para
que ela não peça apenas uma data?
45
São aqueles que têm a função de gerar o processo inicial da exportação com base
na negociação realizada com os mais diversos tipos de intervenientes no processo, tais
como os importadores.
O importador abre, em seu país, em favor do exportador, uma carta de crédito que
funciona como uma ordem de pagamento, gerada diretamente por um banco, denominado
banco emitente. Este, após diversas análises cadastrais, lança a carta de crédito em favor
do importador, reconhecido neste ato como tomador do crédito.
O romaneio é uma lista com os dados de todos os volumes que fazem parte do
embarque.
Outros documentos podem fazer parte do rol necessário para uma exportação e a
sua utilização depende das exigências de cada local de exportação. Podem fazer parte
dessas exigências: certificado de origem, legalização consular, certificado ou apólice de
seguro, borderô ou carta de entrega, saque o cambial, fatura e visto consulares, certificado
de origem – SGPC, certificado de sanidade.
Existem outras duas modalidades de exportação: a exportação temporária e a
exportação por consignação. No primeiro caso, as mercadorias são enviadas para o exterior
com o objetivo de servirem para exposições (como em feiras), possuindo legislação
adequada para isso. No segundo caso, as vendas podem ser efetuadas até um período
máximo de 180 dias, contando desde a data de embarque, havendo também aspectos
jurídicos favoráveis a esse tipo de operação. Não sendo cumpridos os prazos, as empresas
podem, administrativamente, ser responsabilizadas.
PONTO FINAL
Vimos que todo esse processo eletrônico veio facilitar o funcionamento das
organizações no sentido de tornar menos burocráticos os processos de negócios
internacionais. Isso faz com que possamos cada vez mais valorizar e otimizar as
relações de comércio exterior, sabendo da influência e da importância de termos
processos tecnológicos que possam tornar as operações muito mais eficientes e
eficazes.
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ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
• o custo desse transporte, desde que respeite não só o menor preço, mas
também os interesses tanto do exportador como do importador.
comércio exterior, sendo emitido pela companhia a ser responsabilizada pelo Excluído: nd
aprouver.
O transporte aéreo é empregado para transportar pequenas cargas. Por ser o mais
veloz dos modos de transporte, é utilizado para as cargas que necessitam urgência.
Caracteriza-se pela eficácia na entrega de cargas com a disponibilidade de rotas bem
variadas, pela segurança, pela ética e pela operacionalidade.
PONTO FINAL
• peso;
• volume;
• valor de carga;
• distância da movimentação;
• competições inter/intramodais;
• danos à carga;
• custo do serviço.
ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
A IMPORTÂNCIA DOS TRANSPORTES INTERNACIONAIS!
Este capítulo tem como objetivo principal caracterizar as principais variáveis que
envolvem o processo de importações. Tem-se notícia de que, independentemente do grau
de importância sobre o tema e a sua relevância a fim de dar o equilíbrio na balança
comercial, trata-se de questão fundamental para o equilíbrio necessário no comércio
exterior. Outra característica fundamental é o fato de que nas importações, diferentemente
do que ocorre nas exportações, em vez de ingressarem receitas no país, há a saída delas,
fator este que, de alguma forma, se não é bem trabalhado, pode gerar problemas internos
em relação à área de importação.
Outro fato a ser observado é o de que, historicamente, as importações, em seu
processo operacional, sempre se constituíram de forma mais complexa, principalmente no
momento do desembaraço junto a portos, zonas de fronteira e aeroportos, fazendo com que
haja um custo maior até chegarmos ao desembaraço total da carga.
Devemos levar em consideração, ainda, que nas importações, assim como nas
exportações, existe aquilo que chamamos de parametrização da carga, referente ao
processo em que, quando chega a mercadoria nas fronteiras, os fiscais ou técnicos da
Secretaria da Receita Federal lançam o número da operação no sistema. No caso das
importações, ascender uma luz de cor verde na tela do computador significa que a carga
automaticamente está liberada para ingresso no Brasil. Se ascender a luz amarela, isso
significa que deve haver uma análise documental. Por último, ascender uma luz
vermelha,significa que a mercadoria deve ser inspecionada, assim como a documentação,
parando a operação até que tenhamos condições de liberarmos o processo.
Existe, ainda, uma quarta via denominada de canal cinza pela receita federal, a
qual os fiscais vulgarmente denominam de canal melancia, ou seja, verde por fora e
vermelha por dentro. Nesses casos, observamos que são constatadas irregularidades não
só na operação, como também em relação às empresas importadoras (por exemplo,
irregularidades cadastrais), fator este que, em muitos casos, gera a perda total da
mercadoria. Segundo Bortoto, Vasques e Rebono1:
Visto que nenhuma nação consegue sobreviver apenas com seus recursos
próprios, a importação é necessária e tão importante quanto à exportação. Em razão disso,
serão abordados neste capítulo os aspectos administrativos e fiscais que norteiam os
procedimentos de importação tão comuns no Brasil.
à demanda interna, não foi alcançado pela impossibilidade de qualquer país produzir todos
os bens de que necessita, tornando-se realidade apenas uma substituição relativa de
importação.
O mercado interno mostrava preços acima dos do mercado internacional, onerando
outros segmentos interligados a sua linha de produção. A existência de empresas no Brasil
não reduzia o montante de importações, pois elas criavam novas necessidades,
dependendo de bens de capital importado, como máquinas e equipamentos, e de produtos
intermediários, como partes de peças e componentes.
Tal situação levou o governo a montar um esquema de exportação com
financiamentos e programas de incentivo, como benefícios fiscais, a fim de dirimir todo esse
processo.
Nota-se que, no Brasil, ainda estamos buscando aperfeiçoar as relações
comerciais para passarmos a ter mais segurança em níveis internos mercadológicos,
gerando excelência para a nossa economia.
Vimos, com o passar dos anos, que o fato de levarmos mais tempo para liberar
mercadorias nos portos brasileiros do que levaríamos realizando essa operação em outros
países considerados de primeiro mundo torna-se fundamental para fazermos a análise
referente a aspectos burocráticos.
Além disso, a burocracia age de modos diferentes na sociedade. Para a
fiscalização na alfândega, por exemplo, o prazo só vale a partir do momento em que toda a
documentação referente à operação for entregue. Já para o importador, o prazo se inicia
quando ocorre o registro da operação no Siscomex, portanto, o prazo real pode chegar a
quatro ou cinco dias, e foge das 48 horas anunciadas pela fiscalização.
Entendemos que o governo brasileiro não pode jamais abdicar da cobrança de
seus impostos, a fim de que os mesmos façam frente as suas principais demandas e custos,
mais temos a convicção ainda que estas relações COM BASE NO PAGAMENTO DE
IMPOSTOS podem ser melhoradas, tornando os gestores das organizações mais
[619] Comentário: Professor,
satisfeitos, a fim de tornarem suas ações mais eficientes e eficazes. quais são essas relações? São
referentes à cobrança de impostos?
58
PONTO FINAL
ATIVIDADES
1. Existe uma forma adequada de pagamento, relativa a cada uma das operações
realizadas nas importações?
2. Qual a principal função da Secretaria da Receita Federal no processo que envolve as
importações e exportações?
3. Como funciona a atividade de importações nos portos brasileiros?
4. Quais são os principais órgãos que intervêm nas importações?
5. Faça uma breve análise sobre o processo de importações.
LEITURA COMPLEMENTAR
CONTRATO DE CÂMBIO
As operações de câmbio, mesmo fechadas por telefone, têm de ser formalizadas por meio
de instrumento próprio, ou seja, por meio de contrato de câmbio. Esse é padronizado pelo
Banco Central do Brasil e se dá por intermédio do Sistema do Banco Central (Sisbacen).
Na importação, existem vários tipos de contratos de câmbio, entre eles: “2”, importação;
tipo ”3”, transferências financeiras do exterior; e tipo “4”, transferências financeiras para o
exterior. Uma vez fechados, os contratos de câmbio de importação se efetivam com a
entrega com o valor da operação à parte vendedora.
Fonte: Bortoto; Vasques; Rebono, 2004, p. 240.
60
Por força dessa sistemática de operação, chega-se a resultado idêntico àquele que
teria sido apurado se a empresa tivesse utilizado o processo específico para definir o preço
com base nos custos acrescidos do percentual relativo à margem de lucro desejado.
Todas essas deduções são fundamentais para termos o preço final da venda do
produto e sabermos, com bastante exatidão, quanto estaremos ganhando nessa operação.
Somados a isso, apresentamos a seguir os resultados esperados com tal operação.
62
9.2 RESULTADOS
Aos resultados atingidos até o momento, decorrentes das deduções, deverão ser
acrescidas as seguintes parcelas, conforme Ratti3:
Vistos esses resultados, constatamos que foi adicionada às deduções uma gama
de valores, os quais, sem dúvida alguma, permitirão que tenhamos uma noção extra do
valor ganho na operação de exportação da empresa.
Os itens apresentados a seguir, conforme Ratti4, dão uma perfeita noção dos
percentuais a serem trabalhados, a fim de que possamos chegar aos resultados esperados.
interno: 4%
(-) despesas de propaganda, no mercado 111,26
interno: 0,3%
(-) despesas de distribuição no mercado 185,43
interno: 0,5%
subtotal do preço, levando-se em conta que 22.860,76
esse valor não contém qualquer parcela de
lucro e não conta com embalagem
(+) lucro desejado na exportação (10%) 2.540,08
sobre o preço de venda da mercadoria
= preço EXW, em moeda nacional 25.400,84
PONTO FINAL
66
ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Para base de expansão dos mais diversos tipos de países, com culturas
diferenciadas, devemos realizar nossas operações da forma mais organizada possível, para
que, além de conhecê-los, analisemos suas principais características, a quantidade
consumida, os países de procedência da mercadoria, a participação dos fornecedores e os
preços oferecidos por eles.
.PONTO FINAL
Vimos através de análises um pouco mais dos aspectos preponderantes para que
possamos entender abordagens substanciais para ingresso em mercados alternativos
É importante lembrarmos, ainda, que todas as explanações aqui abordadas foram
de total importância, sendo que culminamos com o processo de planejamento nas
exportações, por ser este efetivamente de suma importância para países não só
desenvolvidos, como também aqueles em desenvolvimento. Isso nos faz observarmos que o
conceito de gestão, como planejamento organizacional, também deve ser utilizado
firmemente no âmbito do mercado internacional, porque isso, sem dúvida alguma pode, ser
o diferencial das organizações que primam pelo ordenamento de suas ações.
ATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Ao caracterizarmos a globalização como um fenômeno, ela deve ser entendida como obra
humana e como resultado de vários processos políticos e econômicos, tornando-se cada
vez mais uma forma de organização e condução da sociedade humana. Particularmente,
no âmbito econômico, se constitue em novas estruturas entrelaçadas de tal maneira que
tornam os países interdependentes.
Fonte: Dias, 2004, p. 179.
72
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, com base em todas as análises aqui apresentadas, que este livro
didático, contribuindo para uma leitura dinâmica, faz um link entre os mais diversos
conceitos voltados para o comércio internacional, a influência e a importância de
conhecermos melhor os principais preceitos modernos voltados para o mercado, a fim de
que os leitores tenham condições de entender um pouco mais sobre a interação entre
aspectos empíricos e técnicos voltados para o mercado externo.
Fica evidenciada, ainda, a importância de analisarmos as vantagens do processo
de exportação, um pouco das importações, o marketing internacional, entre outros fatores.
Com base em todas as informações aqui levantadas, fica clara a importância de
se dar continuidade a estudos dessa natureza a fim de se valorizarem cada vez mais os
preceitos voltados para o segmento do mercado externo, principalmente devido à
necessidade de se buscarem indicativos favoráveis e determinantes para todo o contexto
ligado à gestão de negócios voltados para a área.
Trata-se ainda de um livro que pode servir de base aos acadêmicos de
administração e aos profissionais atuantes na área de comércio exterior, servindo de
balizador para suas interações, gerando a possibilidade de tornarmos mais efetivas e
eficientes as ações ligadas a esse segmento.
74
Capítulo 1
1
MAIA, 1998, p. 28.
2
VASCONCELLOS; LIMA; SILBER, 2006.
3
VASCONCELLOS; LIMA; SILBER, 2006, p. 23.
4
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004, p. 15.
5
MAIA, 1998.
6
MAIA, 1998.
7
MAIA, 1998.
Capítulo 2
1
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004, p. 311.
2
DIAS; RODRIGUES, 2003.
3
DIAS; RODRIGUES, 2003.
4
DIAS; RODRIGUES, 2003.
5
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004, p. 313.
6
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004, p. 34.
7
J. MORAES, 2009.
8
GUIMARÂES, 2006.
9
RATTI, 2001, p. 384.
10
RATTI, 2001, p. 386.
11
RATTI, 2001, p. 386.
12
COBRA, 2006.
Capítulo 3
1
KUAZAQUI, 1999, p. 23.
2
KOTLER; ARMSTRONG, 2006, p. 211.
3
KOTLER; ARMSTRONG, 2006.
4
KOTLER; ARMSTRONG, 2006.
5
BAKER, 2005.
75
6
PORTER, 1993, p. 20.
Capítulo 4
1
RATTI, 2001, p. 85.
2
RATTI, 2001.
Capítulo 5
1
VASCONCELLOS; LIMA; SILBER, 2006.
2
GUIMARÃES, 1996.
Capítulo 6
1
RATTI, 2001.
2
RATTI, 2001.
3
BANCO DO BRASIL, 1999.
4
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004.
5
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004.
Capítulo 7
1
VASCONCELLOS; LIMA; SILBER, 2006.
Capítulo 8
1
BORTOTO; VASQUES; REBONO, 2004.
2
PIRES, 1994, p. 17.
Capítulo 9
1
RATTI, 2001.
2
RATTI, 2001.
3
RATTI, 2001.
76
4
RATTI, 2001 p. 402.
Capítulo 10
1
KOTLER; ARMSTRONG, 2006.
77
REFERÊNCIAS
AMBRÓSIO, Vicente. Plano de marketing: um roteiro para a ação. São Paulo: Prentice
Hall, 2007.
BAKER, Michael, John. (Org.). Administração de marketing. São Paulo: Campus, 2005.
BORTOTO, Artur César; VASQUES, Enzo Fiorelli; REBONO, Maria. Comércio exterior:
teoria e gestão. São Paulo: Atlas, 2004.
BRASIL. Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
24 set. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9307.htm>.
Acesso em: 27 ago. 2009.
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São Paulo: Saraiva, 2005.
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80
GABARITO
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
1. Os limites de concessão são: trabalhar com o preço mínimo e trabalhar com o preço
máximo dos produtos, ou seja, no processo de pré-negociação deve ser aplicada a
concessão que cada uma das empresas adotar.
2. O grau de competência está voltado para as principais estratégias a serem adotadas
pelas organizações a fim de que possam defrontar-se com a concorrência, buscando
ampliar a inserção nos mais diversos tipos de mercados existentes. Isso é feito com base
na análise minuciosa dos processos da empresa, fazendo com que seus representantes
tenham um perfeito checklist de informações necessárias, as quais possam validar e
concretizar negócios, que sejam favoráveis tanto para importadores quanto para
exportadores.
3. Os processos de preparação são: a posição da empresa que o negociador representa
na negociação, a posição da empresa com a qual haverá a negociação, estratégias e
táticas da negociação.
4. As falhas mais comuns dentro do processo de negociação são: objetivos imprecisos,
pouco conhecimento das metas da outra parte da negociação, pouca atenção aos
interesses da outra parte e falha no entendimento do fator competitividade.
5. O Brasil inicia o processo de substituição das importações no ano de 1950.
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Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
1. Não, na realidade cada uma delas deve estar de acordo com as características de
cada situação.
2. A principal função da Secretaria da Receita Federal no processo que envolve as
importações e exportações é a fiscalização tributária.
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Capítulo 9
Capítulo 10
3. Analisamos os produtos para ver, na medida do possível, se ele terá uma boa
aceitação no mercado, se suas especificações como embalagens e cores são
adequadas à cultura do país importador, entre outros aspectos.
4. Por ser uma característica fundamental no processo de pós-venda. Se vendermos
nossos produtos para mercados em que não exista assistência técnica, isso
poderá ser empecilho para o sucesso do negócio, podendo até mesmo
representar um insucesso, pelo fato de essa assistência tratar-se talvez da maior
garantia das organizações na atualidade.