Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
Lilian Fernanda Alves, Yaeko Ozaki 165
2. CONCEITO DE ROTATIVIDADE
Chiavenato (2004, p. 87) define rotatividade como sendo “o fluxo de entrada e saída de
pessoas em uma organização, ou seja, as entradas para compensar as saídas das pessoas
nas organizações”. O fluxo de entrada refere-se às admissões de funcionários e o fluxo de
saídas refere-se aos desligamentos (demissões) e aposentadorias.
Para Chiavenato (1999, p. 70), a rotatividade “não é uma causa, mas o efeito de algumas
variáveis externas e internas.”
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
166 Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal: estudo realizado na empresa A.Rela S/A
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
Lilian Fernanda Alves, Yaeko Ozaki 167
5+ 4
Turnover global = 2 x 100 = 0,9% .
530
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
168 Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal: estudo realizado na empresa A.Rela S/A
3. A. RELA S/A
Os resultados aqui apresentados provêm de uma pesquisa aplicada que, segundo Roesch
(1996), objetiva compreender como lidar com um problema e apresentar soluções. Quanto
ao método, trata-se de uma pesquisa explicativa, cujo principal objetivo é esclarecer
fatores que contribuem para a ocorrência de determinado fenômeno. Esse tipo de
pesquisa pressupõe uma pesquisa descritiva como base para suas explicações,
descrevendo características de um fenômeno e estabelecendo correlações entre variáveis
(VERGARA, 1997).
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
Lilian Fernanda Alves, Yaeko Ozaki 169
incluindo artigos para festas, descartáveis e café torrado, comercializados nos mercados
interno e externo. Naquela época, o faturamento atingiu quatro milhões de reais mensais.
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
170 Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal: estudo realizado na empresa A.Rela S/A
6,66
dez.2008 1,69
1,40
7,97
jan.2009 2,65
2,55
6,12 A.Rela
fev.2009 2,52
2,76 Ind.MG
5,60 Ind.Brasil.
mar.2009 3,91
3,57
3,78
abr.2009 4,03
3,51
3,42
maio.2009 3,87
3,32
0 2 4 6 8 10
Índices de rotatividade
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009) e A.Rela S/A (2009).
Gráfico 1 – Índices de rotatividade: comparação entre indústrias
brasileiras, indústrias de Minas Gerais e A.Rela S/A.
Nota do revisor: creio que a somatória dos índices mensais é inadequada, visto
que se fizermos um cálculo ponta a ponta a média dos índices estará fora de comparação
com os índices apresentados por Jones, Anselmi, Angerami e Gomes.
Além disso, sugiro comparar os índices da A.Rela S/A com empresas com o
mesmo número de funcionários. Empresas com grande quantidade de colaboradores
apresentam turnover acentuado, o que algumas vezes é fato, é normal e aceitável.
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
Lilian Fernanda Alves, Yaeko Ozaki 171
Dos funcionários desligados da A.Rela S/A, 63% são do sexo feminino. 44% dos
funcionários desligados estão na faixa etária entre 21 a 30 anos (Gráfico 2).
abaixo de 20 anos
9% 7% 14%
de 21 a 30 anos
de 31 a 40 anos
26%
44% de 41 a 50 anos
acima de 50 anos
menos de 3 meses
7% 5% de 3 meses a 1 ano
10%
39%
de 1 a 3 anos
de 3 a 5 anos
39%
acima de 5 anos
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
172 Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal: estudo realizado na empresa A.Rela S/A
Observa-se que 67% dos desligamentos ocorreram por iniciativa do funcionário e 33% por
iniciativa da empresa. Os motivos que levaram os funcionários a pedir demissão podem
ser observados no Gráfico 4.
no va s o po rtunida de s
de tra ba lho
m uda nç a de c ida de
15%
10% 37%
s a lá rio
pro ble m a s c o m a
23% c he fia
15%
m o tivo s pe s s o a is
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
Lilian Fernanda Alves, Yaeko Ozaki 173
Dos cinco itens, quatro foram avaliados como satisfatórios (excelente, ótimo ou
bom), apresentando em torno de 81% a 89% de satisfação. O maior percentual de
avaliação como regular e ruim (29%), percebido então como insatisfatório, refere-se ao
item salários e benefícios.
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
174 Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal: estudo realizado na empresa A.Rela S/A
5. PROPOSTA DE MELHORIAS
Robbins (2002) argumenta que fatores como condições do mercado, expectativas quanto
às oportunidades de emprego e o tempo de serviço são limitadores importantes na
decisão de deixar o emprego. O nível de desempenho do trabalhador é um importante
moderador da relação satisfação versus rotatividade. Por essa argumentação de Robbins, é
possível inferir que, melhorando o nível de desempenho do trabalhador, através da
melhoria das práticas de treinamento e desenvolvimento, é possível reduzir os índices de
rotatividade. A gestão estratégica de pessoas precisa ser repensada em suas políticas e
práticas. Para avaliar satisfação, indica-se a aplicação de uma pesquisa de clima
organizacional com a participação de todos os colaboradores das unidades de Itatiba e
Nova Ponte. Essa pesquisa poderá avaliar dimensões como liderança, planejamento do
trabalho, desenvolvimento profissional, relacionamentos, ambiente físico do trabalho,
práticas de gestão de pessoas e imagem corporativa, pontuando aspectos para a melhoria
da qualidade de vida no trabalho.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
Lilian Fernanda Alves, Yaeko Ozaki 175
REFERÊNCIAS
ASSIS, Marcelino Tadeu de. Indicadores de gestão de recursos humanos: usando indicadores
demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2005.
BRANDALISE, Scheia; VICENTE, Eliziano. Rotatividade de pessoal. Disponível em:
<http://www.unoescjba.edu.br/extensao/eventos/enepo/trabalhos/rotatividade _pessoal.pdf>.
Acesso em: 2 mar. 2009.
CAMPOS, Claudia Valentina de Arruda; MALIK, Ana Maria. Satisfação no trabalho e rotatividade
dos médicos do Programa de Saúde da Família. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 42, n. 2, abr.
2008 . Acesso em: 29 jun. 2009.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
______. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2.ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004.
______. Recursos humanos. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1997.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa industrial mensal
emprego e salário. Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=2575&z=t&o=8&i=P>. Acesso em: 17
Jun. 2009.
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2007.
______. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 4.ed. São Paulo:
Atlas, 2004.
PONTES, Benedito Rodrigues. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. 5.ed. São Paulo:
LTr, 2008.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio do curso de administração: guia para
pesquisas, projetos, estágios e trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1996.
SOUZA, Silvana R. Rossi Kissula. A rotatividade e as condições de trabalho dos profissionais de
enfermagem: um enfoque da ergonomia. 2003. 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da
Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo:
Atlas, 1997.
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176
176 Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal: estudo realizado na empresa A.Rela S/A
Yaeko Ozaki
Graduação em Psicologia pela Universidade São
Francisco. Especialização em Recursos Humanos
pela Universidade São Judas Tadeu. Mestrado em
Clínica Médica pela Unicamp. Professora na
graduação da Faculdade Anhanguera de Jundiaí e
pós-graduação em diversas unidades da
Anhanguera.
Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 163-176