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P rojeto

PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorizagáo de
Dom Estéváo Tavares Bettencourt, osb
(in memoríam)
APRESENTAQÁO
DA EDIQÁO ON-LINE
Diz Sao Pedro que devemos estar
preparados para dar a razáo da nossa
esperanga a todo aquele que no-la pedir
(1 Pedro 3,15).

Esta necessidade de darmos conta


da nossa esperanga e da nossa fé hoje é
mais premente do que outrora, visto que
somos bombardeados por numerosas
correntes filosóficas e religiosas contrarias á
fé católica. Somos assim incitados a procurar
consolidar nossa crenca católica mediante
um aprofundamento do nosso estudo.

Eis o que neste site Pergunte e


■ Responderemos propóe aos seus leitores:
aborda questoes da atualidade
'i controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristáo a fim de que as dúvidas se
i dissipem e a vivencia católica se fortalega no
Brasil e no mundo. Queira Deus abengoar
-" este trabalho assim como a equipe de
Veritatis Splendor que se encarrega do
respectivo site.

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.

Pe. Estéváo Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convenio com d. Esteváo Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre atual
conteúdo da revista teológico - filosófica "Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicacáo.

A d. Estéváo Bettencourt agradecemos a confiaga depositada


em nosso trabalho, bem como pela generosidade e zelo pastoral
assim demonstrados.
ANOXLIV DEZEMBRO 2003 498
"Reconhecido como homem" (Fl 2, 7)

Eles se converteram ao Catolicismo

Judeus por Jesús

A acáo caritativa de Joáo Paulo II em 2002

O balanco económico da Santa Sé em 2002

Unióes homossexuais: sim ou nao?

Igreja lidera

Horóscopo comprovadamente falso

"Como rezar pela cura entre geracóes" (A.


Gambarini)

Meninas acolitas da S. Missa

"O Papa de Hitler"

"O Poder da Oracáo" (J. Murphy)

Assim se justifica o aborto?

Religiáo lucrativa

índice Geral 2003


PERGUNTE E RESPONDEREMOS DEZEMBRO2003

Publicagáo Mensal N°498

SUMARIO
Diretor Responsável
"Reconhecido como homem" (Fl 2, 7). 529
Estéváo Bettencourt OSB
Autor e Redator de toda a materia Porqué?
Eles se converteram ao Catolicismo... 530
publicada neste periódico
Grande surpresa:
Diretor-Administrador: Judeus por Jesús 543
D. Hildebrando P. Martins OSB Solicitude Pastoral:
A acáo Caritativa de Joáo Paulo II 547
Administracáo e Distribuicáo: em 2002 547
Edicóes "Lumen Christi" Mundo em crise:
Rúa Dom Gerardo, 40 - 5° andar-sala 501 O balanco económico da Santa Sé
em 2002 552
Tel.: (0XX21) 2291-7122 - Ramal 327
Na ordem do dia:
Fax (0XX21) 2263-5679
Unióes homossexuais: sim ou nao? ... 555
Enderezo para Correspondencia: Igreja lidera 558
Ed. "Lumen Christi" dentistas afirmam:
Horóscopo comprovadamente falso ... 559
Caixa Postal 2666
CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Piedade em questáo:
"Como rezar pela cura entre geracóes"
Visite o MOSTEIRO DE SAO BENTO (A. Gambarini) 563
e "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" Dúvidas esclarecidas:
Meninas acolitas da S. Missa 567
na INTERNET: http://www.osb.org.br
e-mail: lumenchristi@bol.com.br Pío XII seria...?
"O Papa de Hitler" 570
CNPJ: 33.439.092/0003-21
"O Poder da Oracáo" (J. Murphy) 571
Assim se justifica o aborto? 573
IMPRESSAO
Religiáo lucrativa 574
índice Geral 2003 577
COM APROVACÁO ECLESIÁSTICA
GRÁFICA MARQUES SARAIW
NO PRÓXIMO NÚMERO:
"A Busca do Jesús Histórico" (Albert Schweitzer). -A Igreja e os preservativos. - "Cristo,
urna crise na vida de Deus" (Jack Miles). -Todas iguais, as flores do jardim? -"Ciencia
Divina. A conquista do Milagre" (J. H. C. Resende). - Duas questoes de Bioética. -
Lavagem cerebral: procedimentos. - Oracáo: tres questoes.

PARA RENOVAgÁO OU NOVAASSINATURA (12 NÚMEROS) R$ 45,00.


NÚMERO AVULSO R$ 4,50.
Ver pág. 575
O pagamento poderá ser á sua escolha: .

1. Enviar, em Carta, cheque nominal ao MOSTEIRO DE SAO BENTO/RJ.


2 Depósito em qualquer agencia do BANCO DO BRASIL, agencia 0435-9 na C/C 31.304-1
do Mosteiro de S. Bento/RJ ou BANCO BRADESCO, agencia 2579-8 na C/C 4453-9
das Edicóes Lumen Christi, enviando em seguida por carta ou fax comprovante do
depósito, para nosso controle.
3. Em qualquer agencia dos Córreios, VALE POSTAL, enderecado as EDICÓES "LUMEN
CHRISTI" Caixa Postal 2666 / 20001-970 Rio de Janeiro-RJ
Obs.: Correspondencia para: Edicóes "Lumen Christi"
Caixa Postal 2666
V 20001-970 Rio de Janeiro ■ RJ ,
"RECONHECIDO COMO HOMEM..."
(Fl 2, 7)
Referindo-se á Encarnacáo do Verbo, Sao Paulo afirma que, tendo-se
despojado da gloria divina, Cristo foi em tudo reconhecido como homem. Donde
a pergunta: Por que quis assim proceder? - Eis a resposta:
Deus Filho, como homem verdadeiro, quis percorrer todas as etapas
da vida de urna criatura humana para santificar ou consagrar a caminhada do
homem sobre a Térra; o contato do Divino com o humano "divinizou" o huma
no, como o contado do fogo com carváo torna ígneo o carváo. Além disto, o
Cristo Jesús, feito segundo Adáo, quis assumir a morte do homem para vénce
la, ressuscitando; como o primeiro Adáo foi até a morte por desobediencia, o
segundo Adáo foi até a morte por obediencia, de modo que a morte ja nao' é
mera sancáo da Justica divina, mas tornou-se a passagem para a Vida Plena
na patria definitiva.
Sao estas as verdades que no Natal entrevemos mediante o rico apa
rato de símbolos desta festa {o presepio com a variedade de figuras e coisas
que ele apresenta). Louvamos o Senhor, que houve por bem tomar-se Filho
do Homem para que o homem se torne filho de Deus (filho no FILHO).
Eis, porém, que o olhar do cristio nao para no presepio; ele se dilata...
O Natal de Belém deu inicio a um processo de renovacáo do mundo que
aínda está em curso. Com efeito, a historia da humanidade, ao lado do Reino
de Deus inaugurado por Cristo sob forma de sementé, existe aínda o reino do
pecado; a historia é ambigua, é já e aínda nao; o mundo novo e o velho se
cruzam em cada cristáo, de modo que existe um gemido geral das criaturas,
que aspiram á consumagáo da obra iniciada (cf. Rm 8, 18-27). Também os
justos no céu pedem a Deus que ponha o termo final á desordem ocorrente
no mundo: "Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a fazer justi-
5a?1' (Ap 6,10); em resposta é-lhes dito que aguardem..., aguardem que se
complete o número de seus irmáos que deveráo dar o testemunho de sua fé
como eles (Ap 6,11).
A consumacáo assim almejada se dará no fim dos tempos, quando
Cristo voltar para dizer a palavra final. A Palavra que veio em Belém, foi julgada
e condenada a morte; Ela deverá voltar para julgar e dissipar toda inverdade.
A consciéncia de que assim deve ser, inspirou o fecho da Escritura Sagrada,
que termina com o apelo Maraña tha (Vem, Senhor Jesús), ao qua¡
corresponde a promessa: "Sim, venho muito em breve" (Ap 22, 20). Assim
entendida, a historia da Igreja é urna profunda expectativa. Mas nao somente
a historia da Igreja...; também a de cada cristáo, que faz a experiencia do
velho e do novo em sua realidade cotidiana; o cristáo nao aspira necessaria-
mente ao fim do mundo, mas anseia pelo encontró final e face-a-face com o
Senhor, que vira buscá-lo para levá-lo á contemplacáo da Beleza Infinita de
Deus. Estará entáo concluido o processo de filiacáo divina, que o Filho em
Belém veio iniciar. Entrementes em seu vaso de argila ele já possui um tesou-
ro, tesouro que Ihe propicia certo antegozo do Definitivo (cf. 2Cor 4, 7).

E.B.

529
PERGUNTE E RESPONDEREMOS'
kJJ

Ano XLIV - N9 498 - Dezembro de 2003

Por qué?

ELES SE CONVERTERAM AO CATOLICISMO

Em síntese: Seguem-se tres testemunhos de pessoas que passa-


ram para o Catolicismo, guiadas pela evidencia dos textos bíblicos e de
tatos ocorridos em sua vida.

Já em PR 496/2003 foi citado o livro de Jaime Francisco de Moura


intitulado "Por que estes ex-protestantes se tornaram católicos?".1 Trata
se de uma coletánea de depoimentos de protestantes e nao protestantes
que se converteram ao Catolicismo. No citado fascículo foram publica
dos dois desses testemunhos. Ñas páginas subseqüentes seráo propos-
tos mais tres relatos: dois de pessoas provenientes do protestantismo e
um do famoso ex-rabino Eugenio Zolli.

1. Minha Historia de Conversáo2


por Gary Hoge
Ex-ateu e protestante Batista

"Quando eu era uma crianca, meu pai me ensinou os fundamentos


sobre Deus. Eu o observava escutando essas historias, olhava para as
ilustra$Óes bonitas, mas eu nunca realmente desenvolví muita fé em Deus.
Talvez tenha sofrido a influencia de minha máe, que era agnóstica, em-
bora ela nunca me desencorajasse de acreditar em Deus. Gracas a ela,
eu aprendí muito cedo em mínha vida. O que algumas pessoas nao fize-
ram.

1 Editora ComDeus, Avenida Sao José 921, 12209-120 Sao José dos Campos (SP),
140 x 210 mm, 252 pp.
2 Pp. 178-187.
530
ELESSE CONVERTERAM AO CATOLICISMO

Eu só sei que estava meio perdido, com pouca fé. Até o período da
escola secundaria, eu me considerava um ateu. Suponho que é melhor
dizer que eu era um agnóstico e religiáo era para os fracos que nao podi-
am controlar a realidade. Para mim, o homem tinha criado Deus em sua
mente, muitos séculos atrás, para explicar a origem do universo. Eu pen-
sava que o mundo seria um lugar muito melhor sem religiáo. Eu quis
fazer o que eu quis fazer. Eu nao gostava de ser contado como um peca
dor nem quería ouvir dizer que algumas das coisas que eu estava fazen-
do estavam erradas. Eu dizia: "que direito tém essas pessoas de me
julgar?".

Minha atitude comecou a mudar durante o invernó escuro e triste


de 1985. Eu era um estudante de Faculdade naquele momento e pela
primeira vez eu comecei a perceber que havia um lado escuro em minha
filosofía de ateu. Eu pensei que me tínha servido bem no passado livran-
do-me dos constrangimentos de religiao. Na realidade, eu me sentía va-
zio e insensato. Por alguma razáo que nao pude explicar, comecei a cres-
cer inquieto e insatisfeito. Eu quis algo mais, afinal de contas, eu acredí-
tava que os humanos eram acidentes biológicos, e o resultado de mi-
Ihóes de forcas naturaís que vínham juntas para criar a vida espontanea-
mente. Nos vivemos, crescemos, morremos, e entao deíxamos de existir
simplesmente.

Um día eu estava sentado em um restaurante de comida rápida,


onde havia uma tigela de pimenta-malagueta. De repente, um único pen-
samento flamejou por minha mente: "Isso vem de Deus?" Eu nao tive
idéia donde aquele pensamento veio, mas ponderei isso seriamente pela
primeira vez em minha vida. Havia um vislumbre de esperanca naquele
pensamento, e a primeira esperanca que eu tinha visto muito tempo.
Comecei a pensar ñas pessoas que tinham um significado em sua vida
de relacáo com Deus. Claro que eu nao quis abracar a idéia de Deus
para me animar, mas eu desejei saber isso e o que realmente havia nis-
so. O que é real? Eu decidí entáo descobrir. Meu companheiro de quarto
era um cristáo que só comparecía a uma ¡greja batista pequeña fora de
cidade. Decidí ir com ele á igreja no domingo seguinte. Imagino que meu
desejo súbito de ir á igreja deve ter sido uma real surpresa para ele, mas
ele fez o melhor para nao o demonstrar. Ele nao quis espantar-me prova-
velmente.

Quando o dia designado chegou, eu me achei sentado próximo á


porta da Igreja, enquanto escutava um genuino pastor batista sulista. Deve
ter acontecido algo de atraente, porque, na outra semana, lá estava eu
novamente. Com o tempo passei a gostar do senso de humor daquele
pastor, mas o que mais me ¡mpressionou foi a mensagem que ele mos-
trou a mim: orou porque eu estava em desespero. Eu era um pecador em

531
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

necessidade desesperada de um salvador. Aprendi que Jesús nao era só


pastor itinerante mal-entendido da Gaiiléia. Nao, de acordó com o Pastor
Weaver, Ele era Deus que se tornou carne e que me amou tanto que
colocou a vida dele para compensar meus pecados, de forma que eu
poderia ser perdoado.

Eu estava pensando nessa mensagem do Evangelho numa noite,


e pela primeira vez em minha vida tudo fez sentido. E percebi de alguma
maneira que eu tinha cruzado a linha da incredulidade para a convicgáo.
Eu nao soube exatamente quando tinha acontecido, mas eu soube que
acreditei. Eu verdaderamente acreditei na mensagem estranha que eu
tinha desejado saber urna vez como quaiquer um. E agora, oihando para
tras, tudo parecía táo obvio. Desejei saber como eu poderia ser táo cegó.
Eu pedi a Jesús que perdoasse os meus pecados naquela noite, e eu
pedi a ele que entrasse em meu coracáo, da mesma maneira que o Pas
tor Weaver tinha explicado.

Alguns dias depois, eu desci na livraria crista local, adquirí algum


material para me ajudar a entender esta nova fé. Eu gostei muito da idéia
de Jesús, mas aínda nao aceitava o conceito de relígiao organizada. Táo
naturalmente, o livro "Como Ser um Cristáo sem Ser Religioso", de Fritz
Ridenour, pulou a mim e o arrebatei. Também comprei os livros de D.
James Kennedy, "Por que eu Acredito" e "Verdades que Transformam".
Estes e alguns outros formaram a minha nova teología crista, que natu
ralmente, se assemelhou á teología calvinista e evangélica de Kennedy,
Ridenour, e outros cujos livros eu l¡. Era importante saber por que acredi-
teí no que fiz, para meu próprio beneficio, e também porque eu quís po
der me defender contra pessoas como urna vez eu fiz.

Eu conseguí formar-me na Faculdade, e Deus me abencoou com a


melhor esposa que um homem poderia pedir. Varios anos depois, Ele me
abencoou novamente com um filho maravilhoso. Li a Biblia e até mesmo
aprendi um pouco do grego e lia o Novo Testamento em seu idioma origi
nal. Urna coisa que eu nunca podería fazer era achar urna igreja em que
eu estivesse completamente confortável. Eu e minha esposa visitamos
doze denominacóes diferentes na área de Virginia do Norte. Achei coi
sas boas em cada urna dessas igrejas, mas notei que, toda vez que ia a
urna nova igreja, eu ouvia urna teología nova. Cedo ou tarde eu descobri
algo naquela teología que me conflítava. Nos comparecemos a urna igre
ja episcopal semi-carismática que desfrutamos muito, até que eu desco
bri que eles batízavam as criancas. Nao estávamos contentes com isso.

Por todos esses anos, urna igreja que eu nao considerava era a
Católica. Eu nao acreditava que o Papa era o anti-Cristo, ou quaiquer
coisa assim, mas pensava que o Catolicismo estava cheio de ensinos

532
ELES SE CONVERTERAM AO CATOLICISMO

anti-bíblicos. Eu dizia que os milhóes de católicos nasceram nisto, e eram


obviamente analfabetos de Biblia. Infelizmente, a maioria dos católicos
que eu conheci eram completamente desinteressados da Biblia, ou em
Jesús. Eles eram em todos os sentidos completamente seculares, com
pletamente indistinguíveis.

Um dia no trabalho, um amigo meu cristáo me mostrou em meu


escritorio um livro. Ele disse que era presente de um dos amigos católi
cos. O título era "Fundamentalismo", de Karl Keating. Esse livro defendía
o Catolicismo contra os ataques de certos fundamentalistas anti-católi-
cos, e ao mesmo tempo mostrava que a fé católica oferece urna explica-
cáo melhor, mais coerente dos dados bíblicos e históricos.
Assim eu li o livro e estava alegre, achando que o Sr. Keating era
um bom escritor e teve um bom senso de humor. No principio, eu li isso
como se eu fosse um promotor público, procurando alguma falha. Mas,
para minha surpresa, esse sujeito era racional e o que ele dizia era coe
rente. Eu nao soube o que fazer depois disso. Comecei a ler mais com
paixáo. Realmente tentei entender o Sr. Keating. Fui pego de surpresa
por aprender que a Igreja Católica nao ensinava as coisas contrarias á
Biblia. Descobri também que eu estava entendendo os fundamentos do
Catolicismo e nao podia refutar isso. Se havia urna coisa que eu quería,
era estar certo de minha fé. Eu quería saber no que e por que eu acredi-
tava. Depois de ler esse livro, eu vi que a interpretacáo católica da Biblia
na verdade fazía sentido.

Procurei o melhor apologista católico e também o melhor apologista


protestante. Armstrong, Hahn e Shea, entre outros, do lado católico, e
Geísler, Kennedy, Ridenour e Stott, entre outros, do lado protestante.
Geralmente, minha impressáo era que os autores protestantes nao en-
tendiam muíto bem a teología católica. Os argumentos católicos pareci-
am satísfatórios a mim, e eu continuei esperando os argumentos protes
tantes.

Comecei a questíonar as doutrínas fundamentáis do protestantis


mo seriamente: "Sola lides et sola Scriptura". Os católicos fizeram urna
argumentacáo excelente de que nenhum destes axiomas é ensinado na
Biblia; sao de fato refutados pela Biblia. Os protestantes pareciam estar
tirando a Biblia do contexto e evitando versículos que pesavam contra
suas interpretares. Foram os protestantes que quebraram a Igreja, ale-
gavam que a Igreja Católica tinha sido corrompida.

Quanto mais eu entendía da teología católica, mais eu sentía que


estava errado por ser um protestante evangélico, porque tínhamos a re-
putacáo de ser líteralistas bíblicos, éramos chamados freqüentemente

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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

de "os cristáos da Biblia". Deus disse isso, eu acredito nisso. Eu vi que


era verdade o que o Sr. Keating escreveu em seu Hvro.

Eu descobri que a maioria dos casos onde católicos e protestantes


discordam é na interpretado bíblica; os católicos interpretaram a Biblia
literalmente; os protestantes dáo urna ¡nterpretacáo figurativa, alegórica.
Exemplos:

Quando Jesús diz: "Vocé deve nascer da agua e do Espirito", os


católicos interpretam literalmente: "Agua" igual "agua". Alguns protestan
tes dizem que a agua significa qualquer outra coisa.

Quando Paulo diz que Jesús purifica a igreja "lavando com agua",
os Católicos interpretam literalmente. "Lavando com agua" igual "lavan
do com agua"; outra referencia para o batismo. Alguns protestantes re-
correm a qualquer outra coisa.

Quando Jesús diz: "Se vocé perdoar a qualquer um os pecados,


eles sao perdoados; se vocé nao os perdoar, eles nao sao perdoados",
católicos, novamente, interpretam e acreditam que Jesús deu para os
Apostólos autoridade de perdoar pecados em seu nome. Alguns protes
tantes dizem que esta é urna referencia dada somente aos Apostólos.

Novamente, quando Jesús diz: "Este é meu corpo", e "quem come


minha carne e bebe do meu sangue tem vida eterna", os católicos inter
pretam literalmente. A Eucaristía é o corpo de Jesús; verdaderamente é
a carne e o sangue. Mas a maioria dos protestantes diz que permanece
só o pao e o vinho (ou suco de uva) e que, urna vez mais, nos nao deve-
ríamos entender as palavras de Jesús literalmente.

Quando diz "Vocé vé que um homem está justificado através de


obras e nao só pela fé", os católicos interpretam literalmente. Mas os
protestantes insistem em que nos estamos justificados só pela fé. Este é
de fato urna das doutrinas contraditórias do Protestantismo, "Sola fides".
Em minha pesquisa, li também alguns escritos dos cristáos primiti
vos, homens que aprenderam o evangelho dos Apostólos ou dos seus
sucessores ¡mediatos. Como protestante, nunca tinha ouvido falar des-
tes homens, nunca tinha ouvido falar dos discípulos de Joáo: Inácio e
Policarpo; nunca tinha ouvido falar de Irineu ou qualquer um dos márti
res. Eu nao tive ¡déia de que estes homens e outros escritos poderiam
dar luz á fé da Igreja. Em meus doze anos como protestante, ninguém
me tinha dito que os próprios discípulos dos Apostólos deixaram escritos
e testemunham a verdadeira fé Apostólica para nos.

Estes sujeitos souberam falar o idioma dos Apostólos, tiveram a


cultura deles e, com toda probabilidade, liam as copias origináis dos li-

534
ELES SE CONVERTERAM AO CATOLICISMO

vros do Novo Testamento (no próprio idioma). Se qualquer pessoa sou-


besse a interpretacáo da Biblia correta, eu afirmaría que seriam eles!
Assim eu li tudo das Epístolas de Inácio e Policarpo, ambos eram discí
pulos de Joáo. Li alguns escritos de Irineu, que era discípulo de Policarpo,
li a epístola aos Corintios que foi escrita por Clemente. Li também a carta
do Mártir Justino ao imperador romano Antoninus Pius, escrita dentro da
memoria viva dos Apostólos; tentou explicar a fé crista a um estranho.
A Igreja do segundo século era muito mais íntima em suas convic-
coes para a Igreja católica do que para minha igreja. O discípulo de Joáo,
Inácio, se refere á Igreja como "Igreja Católica". Eles tiveram os bispos,
os padres e diáconos; eles pensavam que pudessem perder a salvacáo
deles; eles acreditaram que o batismo regenera; eles pensaram que a
Eucaristía era um sacrificio e realmente era o Corpo e Sangue de Cristo;
e eles acreditaram que a sucessáo dos bispos na Igreja era o padráo da
ortodoxia. Repensei minhas idéias preconcebidas sobre a Igreja primitiva.

Eu sempre tinha assumido que a Igreja primitiva era essencialmente


protestante em suas doutrinas, as doutrinas católicas eram corrupcóes
posteriores que infetaram a fé, ao redor do quinto século. Mas nao é
assim. Na realidade, eu nao pude achar nenhuma evidencia de que dou
trinas protestantes como Sola Scriptura e Sola fieles existiam na Igreja
primitiva. Lembrei-me do convertido Anglicano famoso, John Henry
Newman, ao dizer: "Estar profundamente na historia é deixar de ser um
protestante".

Neste momento, tentei olhar objetivamente para a situacáo. Pensó


que eu tinha urna vantagem, porque vim á fé como um adulto. Conside
rando que nao cresci em urna fé como a Batista, nao era inconcebível a
mim que pudesse estar errado. Afinal de contas, alguém teve que estar
errado aqui. Poderia ser eu! Sai do aquário, fui pego de surpresa para
aprender que minha teología evangélica era um fenómeno americano
que nao recuava mais de cem anos atrás, muito menos para o tempo dos
Apostólos.

Dado tudo aquilo que eu tinha aprendido, tive que admitir que a
explicacao católica da Biblia e da historia era mais provável em estar
correta que a explicacáo de minha denominacáo. Percebi que, se eu qui-
sesse ser um cristáo crente na Biblia, teria que me tornar católico. Até
onde eu pude contar, a explicacáo Católica do Cristianismo era consis
tente com o significado claro da Biblia; era consistente com o que os
cristáos acreditaram da era Apostólica até a Reforma.

Por outro lado, o Protestantismo estava completamente ausente


na historia crista antes da Reforma. Eu nao vi como o protestantismo
poderia ser um retorno á pureza da Igreja primitiva, como tinha aprendi-

535
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

do, a Igreja primitiva era Católica. Tristemente, concluí que o Protestan


tismo nao era urna "Reforma", mas urna corrupcáo da fé.

Nao posso negar que os protestantes evangélicos sao muito dedi


cados e boas pessoas. É por isso que criei um Site para ajudar meus
irmáos e irmás em Cristo a entender em toda parte o que é realmente a
Igreja Católica".

COMENTANDO...

Cada conversáo tem seus caminhos. A de Gary Hoge é particular


mente significativa.

Com efeito. Ele descobriu a Igreja de Cristo através da leitura de


obras dos antigos escritores cristáos, próximos á geragáo dos Apostólos:
assim Sao Policarpo (t 156), discípulo de Sao Joáo Evangelista, S. Ireneu
(t 202 aproximadamente), discípulo de S. Policarpo, S. Justino (t 165)...
E percebeu quáo falsa é a afirmacáo de que o protestantismo corresponde
ao que era a Igreja primitiva. Nesses escritos de abalizados mensageiros
da pregacáo dos Apostólos e de Cristo nada encontrou do que o protes
tantismo considera suas pilastras: "Somente a Escritura, Somente a Fé".
Ao contrario, pode verificar o seguinte:

a) Somente a Escritura... A própria Escritura refere á tradicáo oral


como fonte de verdades da fé. Assim, por exemplo, ensina Sao Paulo em
2Tm 2, 2:

"E, o que ouviste de mim em presenga de muitas testemunhas, con-


fia-o (ou deposita-o, parathou, forn.a verbal derivada da mesma raíz
que paratheke, depósito) a homens fiéis, que sejam capazes de o ensi-
nar aínda a outros".

Tem-se conseqüentemente a seguinte sucessáo de depositarios:

OPAI —— CRISTO —*- PAULO (OS APOSTÓLOS)—«-TIMOTEO


(OS DISCÍPULOS IMEDIATOS DOS APOSTÓLOS) —^ OS FIÉIS
—- OUTROS (FIÉIS)
Desta forma a Escritura mesma atesta a existencia de auténticas
proposicoes doutrinárias de Cristo a ser transmitidas por via meramente
oral de gerasáo a geragáo, sem que os cristáos tenham o direito de as
menosprezar ou, como quer que seja, retocar. Este depósito oral chegou
até a gerasáo presente e é expresso pela voz oficial da Igreja.

Na epístola aos Hebreus, a mesma concepsáo é professada com


nao menor clareza; o escritor, que pertence á gerasáo seguinte á dos
Apostólos (nao é Sao Paulo mesmo), traga por sua vez o roteiro da Tra-
digáo oral:

536
ELES SE CONVERTERAM AO CATOLICISMO

"... a mensagem salutar, anunciada primevamente pelo Senhor, nos


foi seguramente transmitida por aqueles que a ouviram" (2, 3).
A serie transmissora seria:

O SENHOR —^ AS TESTEMUNHAS4UR/CUMñES—*- NOS


QUE OUVIMOS DESTES.

b) Somente a fé... Mais urna vez a Escritura contradiz ao principio


luterano pois Sao Tiago ensina que a fé sem obras é morta... O demonio
eré, mas estremece (Tg 2, 14-26). A aparente oposicáo entre Sao Paulo
e Sao Tiago se resolve nos seguintes termos:

- Sao Paulo diz que somos justificados pela fé apenas, sem boas
obras (Ef 2, 8s). Ora justificar é "fazer justo, fazer passar do pecado para
a grapa ou para a amizade com Deus". Isto nao pode ser merecido medi
ante a prática de boas obras, mas é totalmente gratuito:

- Sao Tiago fala da perseveranca e da salvacáo. Quem está justi


ficado, ainda nao está salvo; só se salvará se perseverar no estado de
graca mediante boas obras. Assim se conciliam entre si os dois Apostó
los.

Em poucas palavras: ser justificado nao é ser salvo. Ser justificado


é tornar-se justo, é assumir urna caminhada em que a fé, traduzida e
alimentada por boas obras, chega á salvacáo eterna.

Além de Gary Hoge, o estudo da historia levou muitos cristáos ao


Catolicismo. O protestantismo nao deve ignorar os quinze séculos de
Cristianismo que antecederam Lutero, como se só se estivesse enten-
dendo o Evangelho a partir do século XVI. Na verdade, o protestantismo
nao é urna reforma ou urna volta as fontes, mas é urna deformacáo do
Cristianismo, como afirma Gary Hoge.

2. Testemunho de Ir. Themis


Ex-presbiteriana

"Desde enanca fui membro da igreja Presbiteriana e era muito fe


liz. Trabalhava como superintendente em urna escola dominical e tinha
um único filho de meu casamento, que nao foi bem sucedido. Meu espo
so era doente mental e logo no primeiro ano de casamento precisou de
afastar-se. Aos quatorze anos, meu filho comecou a ficar doente: tratava-
se de urna anemia que nao sarava, até que o médico descobriu que nao
era anemia o que ele tinha, mas urna leucemia que estava muito adianta-
da e nao tinha mais cura.

Nesse tempo eu tinha onze enancas carentes em casa e achava


que isso já era obra bastante grande. Nao imaginava que muitas outras

537
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

coisas ainda aconteceriam. Entáo comecei o tratamento do meu filho


com o Dr. Simbra Neli, um dentista muito importante no Brasil. O meu
filho tinha tumores pelo corpo todo, inclusive no olho e no ouvido direito e
nao enxergava nem ouvia mais.

Quando chegamos perto da Páscoa, ele disse: "Máe, eu quería


que vocé fosse ao colegio em que estudo, eu freqüento esse colegio pela
manhá; no fundo do quintal há urna gruta e há urna imagem que eu nao
sei de quem é, mas os meninos católicos acendem velas diante dessa
imagem para passar de ano e a imagem está muito suja". Eu pintava
pequeñas pecas de gesso durante a noite para dar conta do sustento das
onze enancas e do tratamento dele. Entáo ele continuou: "Vocé pega
aquele imagem e pinta, para eu deixar de lembranga para o colegio".

Naquele momento eu senti emocóes muito contraditórias, porque


o meu filho estava morrendo e eu nao podianegar-lhe nada, mas pintar
urna imagem era realmente muito desagradável para mim, sendo protes
tante, de principios muito bem plantados. Mas fui buscar a imagem.

Era urna imagem grande, tinha mais de 80 cm, tinha as maos aber-
tas e estava muito suja. Eu a peguei pela cabeca e pus embaixo do bra
co; a diretora disse: "Ahí Themis, vocé nao pode levar a Nossa Senhora
das Gragas debaixo do brago!". Entáo fiquei sabendo que era urna ¡ma-
gem de Nossa Senhora das Gracas. Para mim, pouca diferen9a fazia, eu
quería que a imagem caísse e quebrasse. Cheguei em casa, pus a ima
gem em cima da mesa e comecei a limpá-la.

Á meia-noite eu devia dar remedio ao meu filho. Ele tinha urna


febre que subia muito e caía de repente. Entáo, de duas em duas horas
eu tinha que Ihe dar remedio, de dia e de noite. Quando o toquei, percebi
que estava queimando de febre. Ele olhou para a imagem em cima da
mesa e disse: "Puxa, como essa imagem está linda!" E eu pensei que
estivesse delirando por causa da febre, porque era um menino criado na
igreja Presbiteriana, que nunca tinha entrado numa igreja católica. E
continuou: "Vou fazerum voto para Nossa Senhora". Eu senti todo o meu
ser se revoltar, porque protestantes nao fazem votos. Mas o fato é que
meu filho fez o seguinte voto: "Pelo tempo em que viver, seja muito ou
pouco, quero que a minha vida sirva a Deus e quero ter urna imagem
igual a essa em casa para eu me lembrar disso". Ele voltou a dormir,
porque, quando tomava o remedio, a febre baixava e ele dormía de novo.
Foi entáo que entreí num grande confuto de fé, porque nao poderia ser
fiel á mínha fé e deixar que meu filho fízesse um voto a Nossa Senhora,
e muito menos ter urna imagem déla em casa, se eu era a primeíra a
fazer grandes palestras sobre a inutilidade de se olhar para Nossa Se
nhora.

538
ELES SE CQNVERTERAM AO CATOLICISMO 11

Comecei entáo a caminhar pela casa, muito nervosa, até que che-
garam duas horas da manhá e fui dar o remedio para o meu filho; mas,
quando pus a máo nele, de novo tomei um susto: pensei que estava
morrendo, porque a temperatura estava normal e tinham sumido todos
os tumores do corpo, até o tumor do olho e o do ouvido. Ele abriu os
olhos, enxergou bem e disse: "Estou ouvindo, nao sinto dor, estou cura
do". E, sem dúvida nenhuma, lá no céu Nossa Senhora deve ter feito
naquela noite por mim como fez ñas bodas de Cana. Deve ter dito a
Jesús: "Jesús, o vinho da vida dessa mulher ignorante acabou e ela nao
sabe pedir". E Jesús derramou o vinho da vida. Entáo eu peguei o meu
filho, sem entender nada, e levei-o de volta ao médico. Ele fez todos os
exames e ao final me chamou numa sala com os seus assessores e
disse: "Vocé tem que me dizer que remedio deu para ele, porque esse
menino estava morto quando saiu daqui". Eu disse: "Eu dei o seu reme
dio. A única coisa diferente foi que meu filho fez um voto a Nossa Senho
ra e quis que rezássemos urna Ave-María, mas eu nao sei a Ave-María,
por isso rezamos um Pai-Nosso". O médico deu urna grande risada e
disse: "A reza nao tem nada a ver com isso".

Logo depois fui á minha igreja. Eu tinha um cargo muito importan


te; eu deveria dar satisfacóes do meu cargo ao pastor e ao Conselho da
Igreja, entao fui e disse: "Eu quero ficar na igreja Presbiteriana por que
gosto muito daqui. Nao quero sair, fago um bom trabalho, mas tenho um
pedido: no domingo quero pegar o microfone e dizer para os nossos ir-
máos protestantes que María Santíssima quer e pode interceder por nos.
Ela só nao faz isso porque nao pedimos a ela. Ela é má~e dos católicos, é
máe dos evangélicos, é máe dos espiritas, é máe dos ateus. María
Santíssima é a máe de Jesús e Ele quis, na última hora da sua vida,
dividir sua máe com todos nos. Acontece que alguns filhos tém os cora-
góes mais duros e ingratos e passam por ela sem perceber. E isso faze-
mos nos, os evangélicos. Mas, eu quero dizer para eles no domingo que
nos devemos voltarpara nossa Máe do Céu". Eles nao concordaram que
eu dissesse isso e me falaram: "Vocé vaipara casa e fica lá dois ou tres
meses, lé a Biblia novamente e depois a gente esquece tudo isso". Acei-
tei, porque de fato eu precisava de um tempo.

Fui, portanto, para casa, li a Biblia de novo e, naquela mesma Bi


blia onde eu já havia decorado grandes trechos, encontrei e entendí a
Eucaristía. No Evangelho de Sao Joáo, Jesús dizía: "O meu corpo é ver-
dadeira comida, o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come da mi
nha carne e bebe do meu sangue, vivera para sempre". Eu fiqueí muito
mais apaixonada por Jesús. Foi entao que fui correndo para a igreja e
disse aos meus irmáos do Conselho: "Eu quero ficar na igreja Evangéli
ca, nao quero sair, mas agora em vez de um problema nos temos dois,

539
12 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

porque eu quero ficarcom Maria Santissima e com a Eucaristía. Eu quero


colocar um sacrário na nossa igreja e que nos aprendamos alguma coisa
sobre o Cristo maravilhoso que é vida, que vem fazerparte do meu corpo,
do meu sangue, da minha alma, da minha humanidade e vem-me trans
formar em verdadeiro sacrário. Posso carregá-lo no meto dos outros no-
mens". Evidentemente eles nao aceitaram, porque, se aceitassem, con-
verter-se-iam todos ao catolicismo.

Nos nos retiramos da igreja Presbiteriana, tomos batizados na Igreja


Católica, fizemos a Primeira Comunháo, eu, meu filho e as onze criancas
que moravam comigo. O colegio nos deu de presente aquela imagem
que eu havia pintado. O meu filho esteve num seminario, onde fez até o
segundo ano de Teología, mas depois, de acordó com o bispo, voltou
para casa. Hoje é casado, tem tres filhos e me ajuda na casa, dirigindo o
carro, levando as crianeas para todo lugar.
Atualmente temos um orfanato com trezentas crianzas. A partir do
momento em que eu consagrei a casa a Nossa Senhora, deixei-me levar
de fato por Jesús e pedi ao bispo para colocar um sacrário dentro de
casa, fazendo com que Jesús passasse a viver com a gente. Aquelas
onze enancas se transformaram em trezentas. Gracas a Deus! Agora
estamos aumentando o trabalho, estendendo o orfanato para um asilo de
sessenta velhinhos desabrigados.

COMENTANDO...

A conversáo da Ir. Themis tem como ponto de partida a piedade de


meninos que acendiam velas a Nossa Senhora pedindo a intercessáo da
Máe do céu. Nao é esta a forma mais erudita de devocáo mariana, mas
foi o suficiente para que o filho de Themis concebesse estima por urna
imagem da Virgem Santissima. Maria SSma. Ihe respondeu obtendo-lhe
a graca da cura de urna doenca incurável. Themis se impressionou com
o fato e foi-se aproximando mais e mais da fé católica. Passou a crer na
real presenca de Cristo na Eucaristía e finalmente percebeu que abraca
ra a fé católica e nao podía permanecer no protestantismo.

A devocáo a Maria foi suscitada por urna ¡magem, que o filho de


Themis nao adorou, mas utilizou como lembrete da Máe do céu. Acender
velas, no caso, significa veneragáo e fé ardente; tal prática nao é obríga-
tória. O essencial na devocáo a Maria é o que Themis realizou: sentír-se
filho(a) da Máe do céu. Este sentimento tem fundamento na Biblia. Com
efeito; diz Sao Paulo que fomos predestinados a ser conformes á ¡ma
gem do Filho de Deus; cf. Rm 8,28s. Ora em Jesús havia dois sentimen-
tos filiáis: um olhar para o Pai que O enviara, e um olhar para Maria, sua
Máe na térra, de quem recebera todo o seu ser humano. Donde se deduz
que ao cristáo compete "ser para Maria um outro Jesús". Sim, a piedade
540
ELES SE CONVERTERAM AO CATOLICISMO 13

crista é cristocéntrica e por isto mesmo, ela incita o cristao a sentir-se


filho de Maria juntamente com Jesús.

3. Testemunho da Conversáo de Israel Zolli


Ex-rabino judeu

Israel Zolli era um judeu polonés nascido em Bodji, Galicia, no dia


27 de Setembro de 1881. Sua familia tinha sido formada na tradicáo
rabínica por quase quatro séculos e Israel deu prosseguimento á tradi
cáo familiar. Em 1920 ele foi nomeado Rabino de Trieste, urna cidade do
nordeste da Italia, perto da fronteira iugoslava, quando essa ainda era
parte do Imperio Austro-Húngaro. Ele viveu em Trieste por cerca de 20
anos e era muito estimado por seus talentos como mediador e exegeta.
Durante aquele tempo, ocupou a Cátedra de Língua e Literatura Judaica
na Universidade de Pádua.

Em 1940 Israel Zolli foi chamado a Roma para ser o Rabino Chefe.
Ele era e sempre foi um homem profundamente religioso, mas também
dedicado á pesquisa científica. Ele escreveu em sua autobiografía: "É em
váo que o homem procura fugir de Deus. Isso é o mesmo que querer
viver sob urna falsa identidade, na ilusao de ser realmente urna outra
pessoa".

Passado o perigo da II Guerra Mundial, Zolli se sentiu mais livre


para tomar aquela decisáo na qual ele tinha meditado por um longo tem
po: abracar a Fé Católica. Zolli tinha estado em contato com o jesuíta
Paolo Dezza em Agosto de 1944, de modo a se preparar para o grande
passo que estava por efetuar. Ele disse ao Padre Dezza: "Meu pedido de
Batismo nao tem segundas intengóes escondidas. Eu quero serbatizado
e nada mais. Eu sou pobre. Os nazistas tomaram tudo o que eu tinha.
Mas isso nao importa. Eu viverei como um homem pobre e morrerei como
um pobre. Eu tenho fé na Providencia".

Naquele Setembro, ele celebrou sua última cerimónia religiosa para


a sua comunidade: o Yom Kippur, a Festa da Expiacao. Durante a ceri
mónia, ele imaginou ter visto o vulto de um homem vestido numa túnica
branca, que ele alega ter sido Jesús Ihe dizendo: "Vocé está aqui pela
última vez". O mais curioso é que a mulher e a filha de Zolli tiveram a
mesma visáo. E assim veio o tempo, Zolli renunciou ao seu oficio como
Rabino Chefe, mas nao revelou o motivo para evitar causar tensóes inú-
teis por antecipacáo.

Seu Batismo foi celebrado privadamente numa pequeña cápela da


Igreja Romana, Santa Maria dos Anjos. Sua esposa também foi batizada
e sua filha, um ano depois. Em gratidáo ao Papa Pió XII por seus esfor-
cos em proteger os judeus perseguidos, Zolli foi batizado com o nome
próprio do Pontífice Romano: Eugenio.

541
14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

A familia Zolli, que vivia próximo á Sinagoga de Roma perdeu lite


ralmente a paz. Eles eram alvos de insultos e ameacas. Zolli, que até
pouco tempo atrás era considerado digno o suficiente para dirigir o Cole
gio Rabínico, tinha-se tornado a própria encarnacáo do demonio. Um
jornalista o chamou "A Serpente", a qual a mais antiga comunidade judai
ca tinha nutrido em seu seio. Muitos anos depois de sua conversáo, a
filha de Zolli e a sua netinha.nascida logo após a sua conversáo, ainda
eram alvos de abuso verbal. Naqueles días turbulentos, a familia Zolli
viu-se obrigada a se mudar e, por certo tempo, ele ficou hospedado na
Universidade Gregoriana enquanto sua esposa e sua filha foram abrigadas
num convento.

A conversáo de Zolli foi um espinho na garganta do Judaismo In


ternacional. Segundo o que o próprio Padre Dezza escreveu na revista
La Civiltá Cattolica em 21 de fevereiro de 1981, os judeus americanos
estiveram na Universidade Gregoriana oferecendo qualquer soma de di-
nheiro que Zolli quisesse, contanto que ele voltasse para o Judaismo.
Suas visitas foram em váo e idénticas foram as tentativas de alguns gru
pos protestantes. Eles esperavam que Zolli, um profundo exegeta, pu-
desse ajudá-los a provar que o primado papal nao possui fundamento
ñas Sagradas Escrituras.

Assim, ao falar da maior conversáo do Judaismo que foi a de Saulo


de Tarso, de quem Zolli era grande admirador, o ex-Rabino foi capaz de
escrever: "Seria a conversáo uma infidelidade a antiga Fé previamente
professada? Responder rápidamente Sim ou Nao nao seria justo... Antes
de responder, uma pessoa deveria parar e perguntar a siprópria o que é
a Fé em simesma. Fé é uma adesáo, nao a uma familia, tradigao ou tribo,
nem mesmo a uma nagáo. Fé é uma adesáo de nossas vidas e nossas
obras a Vontade de Deus... teña sido Paulo um infiel? Os judeus que
estáo se convertendo hoje em dia, assim como nos dias de Sao Paulo,
tém muito ou tudo a perder em relagao á vida terrena. Em contrapartida,
tém muito, se nao tudo, a ganharem relagao á vida da graga" (Before the
Dawn, Eugenio Zolli).

O Rabino Israel Zolli se tornou católico em 13 de fevereiro de 1945


e para honrar o Papa Pió XII - Eugenio Pacelli - ele tomou, ao receber o
Batismo, o nome "Eugenio".

COMENTANDO...

A conversáo do rabino Zolli é de especial importancia, pois atesta a


profunda gratidáo do povo judeu a Pió XII, que socorreu a muitos e mui
tos na fase de perseguicáo.

542
Grande surpresa:

JUDEUS POR JESÚS

Em síntese: Tém-se propagado impressos do Movimento "Judeus


por Jesús". Sao cristáos sem perder sua identidade judaica, visto que
crerno Messias é urna das notas mais características da religiáo judaica.
Todavía o Credo desses irmáos carece de referencia á tradigáo crista, á
Igreja e aos sacramentos. É de crer que tais irmáos aínda se abriráo mais
para as grandes verdades da fé.
* * *

Os "Judeus por Jesús" constituem um Movimento cada vez mais


intenso, presente em varias partes do mundo por suas comunidades, por
sua atividade missionária e seus impressos, que apregoam Jesús Cristo
como o Messias e Salvador de todos. No Brasil tém espalhado folhetos
por mas e casas do Rio de Janeiro, despertando a curiosidade do públi
co. Passamos, pois, a ver quem sao e o que professam, valendo-nos de
textos colhidos na internet.

1. Quem sáoeles?

"Sempre houve em toda a historia judeus que creram em Jesús".


Todavía nos últimos decenios este fato tomou vulto mais intenso. Com
efeito, em setembro de 1973 o Sr. Moshe Rosen deu o inicio ao Movi
mento de "Judeus por Jesús" destinado a proclamar no mundo inteiro a
messianidade de Jesús, pregando o Evangelho. Tais judeus convertidos
ao Cristianismo nao julgavam estar renegando sua origem judaica, mas,
ao contrario, queriam reafirmá-la, pois o judaismo é essencialmente a
expectativa do Messias prometido aos Patriarcas. Lé-se num panfleto
distribuido ao público:

"A única coisa que eu e todos os meus amigos judeus podíamos


dizercom certeza, era que Jesús nao era algo judaico:
Jesús * Judeus

Mas... Descobri que há mais do que 'menos Jesús' que faz de um


judeu um judeu. Foi o dia em que descobri que crer em Jesús era de fato
algo judaico!... Jesús é o que faz alguns de nos querer ser mais judeus
(já pensou no que mais judeu pode significar?!?).

Cremos mais do que nunca no Deus de Abraáo, Isaac e Jaco".


Aderindo a Jesús, tais irmáos nao aderem necessariamente á Igre
ja fundada por Jesús, mas a denominacóes evangélicas (no sentido am
pio?), como se depreende dos dizeres seguintes:

543
16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

"Como judeus, queremos preservar nossa heranga cultural e étni


ca... Os que conhecem nosso ministerio sabem que nao estamos separa
dos da linha dominante do Cristianismo. Cada pessoa do nosso grupo é
membro de uma igreja evangélica, e juntos representamos muitas deno-
minagóes diferentes. Nao somos ¡novadores do ponto de vista teológico,
mas representamos a linha central do pensamento evangélico e procla
mamos o Evangelho histórico aceito por todos os verdadeiros cristáos".

"Há muita confusáo sobre quem somos ou o que somos... Alguns


afirmam que somos uma seita ou uma nova religiáo exótica; procuram
colocar uma barreira entre nos e o resto do corpo de Cristo". (Quem so
mos nos, via internet).

Mais claramente está dito na noticia sobre "O que fazemos":


"Somos evangélicos e nos consideramos um brago da igreja local.
Além disso, nao consideramos que o nosso trabalho de discipulado com
uma pessoa esteja completo até que o novo crente em Jesús tenha um
lugar ativo em uma congregagáo local neotestamentária".

Estas declaracóes sugerem a pergunta: por que a adesáo ao Cris


tianismo protestante e nao ao católico? Seria por que é mais fácil ser
protestante do que ser católico?

Vejamos agora o Credo de tais irmáos.


2. A Profissao de Fé

"Nossa declaragáo de fé, que todos os nossos obreiros e mem-


bros do diretório devem professar, é a seguinte:
Cremos que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento sao
divinamente inspiradas, de forma verbal e completa, sem erro em seus
escritos origináis, sendo dotadas de autoridade suprema e definitiva em
todos os assuntos ligados afee a vida.
Reconhecemos o valor da literatura judaica tradicional, mas so-
mente na medida em que ela se apóia ou está conforme com a Palavra de
Deus. Nao a reconhecemos, porém, como regra obrigatória de vida e de fé.
Cremos em um Deus único e soberano, que existe em tres pesso-
as: Pal, Filho e Espirito Santo. Cremos que Ele é períeito em santidade,
infinito em sabedoria, que seu poder nao tem limite, e que seu amor é
incomensurável; que Deus é a fonte de toda a criagáo, e que por meio de
seu próprio poder todas as coisas foram feitas.

Cremos que Deus Pai é o autor da salvagáo eterna, tendo amado


o mundo de tal maneira que deu Seu próprio Filho para a nossa redengao.

544
JUDEUS POR JESÚS 17

Oremos que Jesús, o Messias, pré-existe eternamente, em igual-


dade com Deus Pai; que, tendo nascido de urna virgem, tomou sobre si a
natureza de homem, possuindo assim urna natureza tanto divina quanto
humana. Oremos em Sua vida sem pecado e em Sua obediencia perfeita
á Lei; eremos em Sua morte justificadora, Seu sepultamento, Sua ressur-
reigáo corporal, Sua ascensáo ao céu, Sua intercessáo como Sumo Sa
cerdote e Seu retomo pessoal em poder e em gloria.

Oremos que o Espirito Santo existe eternamente, em igualdade


com o Pai e com o Filho; que Ele esteve ativo na criacáo de todas as
coisas, e que continua ativo na Divina Providencia; que Ele convence o
mundo do pecado, dajustiga e dojuízo; que Ele regenera, santifica, batí-
za, habita, sela, ilumina, guia e dá Seus dons a todos os crentes.

Oremos que Deus criou o homem á Sua imagem; porém, por cau
sa da desobediencia no Jardim do Éden, os primeiros pais perderam sua
inocencia, e tanto eles quanto seus descendentes separaram-se de Deus
e sofrem da morte física e espiritual. Oremos que todos os seres huma
nos, com a excegáo de Jesús, o Messias, sao pecadores por natureza e
na prática de vida.

Oremos que Jesús, o Messias, morreu por nossos pecados, se


gundo as Escrituras, como um sacrificio representativo e de substituigáo;
que todos os que créem n'Ele sao justificados, nao pelas obras da justiga
que tenham feito, senáo pela perfeita justiga e pelo sangue redentor de Je
sús; e que nao há outro nome sob o céu pelo qualpossamos ser salvos.

Oremos que Israel é o povo da Alianga através da qual Deus con


tinua operando Seus propósitos; e que a Igreja é um povo eleito de acor-
do com a Nova Alianga, sendo composto tanto dejudeus quanto por gen
tíos que reconhecem em Jesús o Messias e Redentor.

Oremos que Jesús, o Messias, voltará em pessoa para cumprir as


profecías anunciadas acerca de Seu Reino.

Oremos na ressurreigáo corporal dos justos e dos injustos, na feli-


cidade eterna para os salvos e no castigo perpetuo e consciente para os
que se perdem".

Esta Profissáo de Fé é plenamente aceitável no que ela diz. Toda


vía mostra-se incompleta, por silenciar tres pontos importantes:

1) Além da "literatura judaica tradicional", merece mencáo a litera


tura crista tradicional, que exprime a fé da Igreja e serve de referencial para
se explanar a escrita. A tradicáo extra-bíblica pode exprimir verdades de fé.

2) Falta a referencia á Igreja, que é inseparável de Cristo e vem a


ser o Sacramento que continua a santíssima humanidade de Cristo.

545
18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

3) Nao sao mencionados os sacramentos, tendo a Eucaristía em


seu centro.

Estas omiss5es tornam o Credo dos Judeus por Jesús mais próxi
mo do protestantismo do que do Catolicismo. Contudo, se os Judeus por
Jesús continuarem a estudar, chegarao á Igreja Católica. O estudo da
historia tem sido a via pela qual passam muitos protestantes que resol-
vem aderir á Igreja Católica. Será este também o itinerario dos Judeus
por Cristo?

Ao descrever seu histórico, notam os Judeus por Cristo que foi o


Espirito Santo quem deu origem ao respectivo movimento... É, pois, para
desejar que o mesmo Espirito leve a termo a obra iniciada de maneira
táo alvissareira.

Via internet recebemos ainda o seguinte texto:

Declaracáo de nossa Missáo:

"Nos existimos para fazer o Messias Jesús um assunto inevitável


para o nosso povo judeu em todo o mundo".
INFORMACÁO BÁSICA
Valores Essenciais dos Judeus por Jesús

1. Direcionar o evangelismo judeu como nossa prioridade.


2. Um estilo de vida apostólica de disponibilidade, vulnerabilidade
e mobilidade.
3. Esforcamo-nos por excelencia em tudo que fazemos.
4. Dispor na linha de frente apenas missionários que sejam judeus
ou casados com judeus.
5. Operacóes e práticas baseadas em principios.
6. Prestacáo de contas a nossos irmáos da missáo e ao corpo do
Messias.
7. Integridade e Fidelidade.
8. Criatividade em nossa equipe.
9. Caminhar em fé corajosa e arriscar-se por Deus.

Para maiores informacóes.

Ligue ou escreva:
SERGIO DANON
JUDEUS P#R JESÚS
CAIXA POSTAL 428 - RIO DE JANEIRO - RJ
CEP 20010-974
TEL: (21)2238-1202
E-MAIL: judeusporjesus@aol.com
WEBSITE: www.judeusporjesus.hpg.com.br

546
Solicitude Pastoral:

A AQÁO CARITATIVA DE JOÁO PAULO II EM 2002

Em síntese: O Santo Padre Joáo Paulo II exerceu ampia acáo


caritativa em 2002, como em anos anteriores, mediante o Pontificio Con-
selho Cor Unum, a Fundagáo Joáo Paulo II para o Sahel e a Fundagáo
Populorum Progressio. As páginas subseqüentes relatam como foi apli
cado o dinheiro recebido dos fiéis católicos para aiudar populacóes ca
rentes.

Em 2002, como em anos anteriores, o Santo Padre Joao Paulo II


exerceu intensa atividade caritativa mediante tres órgáos fundados para
tanto:

1) o Pontificio Conselho Cor Unum, destinado a atender a popu


lacóes flageladas por calamidades naturais ou pelas deficiencias huma
nas como também voltado para a promocáo humana;

2) a Fundacao Joáo Paulo II para o Sahel ou para a África


saariana, sujeita á seca e á desertificado;

3) a Fundacáo Populorum Progressio, que visa á promocáo hu


mana e crista de populacóes indígenas, mesticas e afro-americanas da
América Latina e do Caribe.

O jornal L'OSSERVATORE ROMANO, em sua edicao francesa de


29/07/03, apresenta o relatório da atividade desses organismos orienta
dos pelo Papa.

1. Pontificio Conselho Cor Unum

Varias calamidades afetaram a humanidade no decorrer de 2002.


O Santo Padre quis exprimir sua solidariedade as pessoas atribuladas
independentemente do respectivo Credo. Fez-se presente nao somente
através de donativo em dinheiro, mas também, em tres ocasioes, envian
do, como represente seu, Mons. Cordes, Presidente do Conselho Cor
Unum, a Uganda (África) de 25 a 30 de outubro, á Térra Santa de 7 a 10
de novembro, e á Ucrania aos 3 e 4 de dezembro de 2002.
O quadro que se segué refere as doacóes efetuadas pelo Santo
Padre para aliviar vítimas de catástrofes naturais ou provocadas pelo
homem:

547
20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

AJUDA AJUDA
TIPO DE CATÁSTROFE TOTAL EM TOTAL EM PAÍSES BENEFICIADOS
USS EURO

CATÁSTROFE 20.000 TANZANIA


FERROVIARIA
CORÉIA DO SUL, CUBA,
TUFÓES, FURACÓES, SALVADOR, FILIPINAS,
195.500
CICLONES HONDURAS, MÉXICO, PERÚ,
SENEGAL

AFEGANISTÁO, EQUADOR,
TERREMOTOS 77.000 GEORGIA, IRÁ, IUGOSLÁVIA,
PAPVÁSIA, NOVA GUIÑÉ
ALBANIA, ALGÉRIA, BOLÍVIA,
ALEMANHA, GUATEMALA,
INUNDAQÓES 152.200 70.000 NDONÉSIA, REPÚBLICA TCHECA,
ROMÉNIA, SÍRIA, ESLOVÁQUIA,
HUNGRÍA, VIETNÁ

FOME 50.000 MALAWI, ZÁMBIA, ZIMBABWE


EGITO, ÍNDIA, PERÚ, REP. DEM.
INCENDIOS 50.000
CONGO

AFEGANISTÁO, ANGOLA,
AZERBAIJÁO, BURUNDI, COSTA
DO MARFIM, JERUSALÉM,
LÍBANO, LÍBIA, NIGERIA,
TERRORISMO E PAQUISTÁO, PAPUÁSIA, NOVA
GUERRA ESUAS 1.321.000
GUIÑÉ, REP. CENTRAFRICANA,
CONSEQÜÉNCIAS REPÚBLICA DO CONGO, REP.
DEM. DO CONGO, SÍRIA,
ESTADOS UNIDOS, TANZANIA,
VIETNÁ

URGENCIA ARGENTINA
50.000
ECONÓMICA

TOTAL 1.917.700 70.000 49 PAÍSES

Quadro 1

As quantias assim entregues devem-se á generosidade de fiéis


católicos (pessoas físicas e comunidades); individuos, familias, paróqui-
as comunidades colaboraram, animados por zelo auténticamente cris-
táo. Especialmente fecundo foi o dia 14 de dezembro de 2001, tido pelo
Papa como Dia de Oracáo e de Penitencia. Eis outro quadro demonstra-
tivo do uso do dinheiro por parte de Cor Unum:

548
A AgÁO CARITATIVA DE JOÁO PAULO II EM 2002 21

SETOR
CONTRIBUIDO CONTRIBUIDO PAÍSES E COMUNIDADES
EMUSS EM EURO BENEFICIADOS

BANGLADESH, BENIN,
BOLÍVIA, BOSNIA E
HERZEGOVINA, BURUNDI,
COLOMBIA, CORÉIA DO SUL,
SAÚDE 357.865 5.600 ERITRÉIA, INDIA, ITALIA,
KENIA, LÍBANO,
MOCAMBIQUE, REP. DEM. DO
CONGO, SENEGAL, URUGUAI,
ESTADOS UNIDOS

ARGENTINA, SALVADOR,
FILIPINAS, FRANCA,
EDUCACÁO 262.500 4.131
JERUSALEM, PAQUISTÁO,
RUANDA, SERRALEOA,
UGANDA, FEDERAQÁO
RUSSA, VIETNÁ
FORMAQÁO BRASIL, CHILE, REP. DEM. DO
64.000
PROFISSIONAL CONGO, RUANDA

AGRICULTURA ANGOLA, ARGENTINA, REP.


85.000 2.600 CENTRAFRICANA, COSTA DO
ALIMENTACÁO
MARFIM, JERUSALEM, HAITÍ
JERUSALEM, GUATEMALA,
ALOJAMENTOS 225.800 HAITÍ, INDIA, MADAGASCAR,
NICARAGUA, SENEGAL, SIRI
LANKA, VIETNÁ

CRIANCAS 33.000 NDIA, MADAGASCAR,


NICARAGUA
ADULTOS 25.111 BIELO RÚSSIA, CUBA

MULHERES 24.100 NDIA, NIGERIA, PERÚ, TIMOR


LESTE

ARGENTINA, BOLÍVIA, BRASIL,


TCHAD, CHILE, CHINA
POPULAR, COLOMBIA, COSTA
DO MARFIM, JERUSALÉM,
DIVERSOS 837.830 13.000
TÁLIA, ÍNDIA, ISRAEL, CAZA-
QUISTÁO, MADAGASCAR,
NIGERIA, PERÚ, POLONIA,
ROMANÍA, TANZANIA, TIMOR
LESTE, UCRANIA, UGANDA,
FEDERACÁO RUSSA, VIETNÁ
TOTAL 1.905.606 25.331 48 PAÍSES
Quadro 2

549
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

2. Fundado Joio Paulo II para o Sahel

Em 2002 a Fundacáo reuniu seu Conselho Administrativo em


Bamako (Malio) de 3 a 10 de fevereiro. Durante esses dias foram aprova
dos 233 projetos, perfazendo um total de 2.353.894,00 euros. Desses
233 projetos aprovados, 25 se referem ao meio ambiente, 54 á hidráuli
ca, 22 á agricultura, 26 á criacáo de bestiame, 53 á formacáo de dirigen
tes de comunidades, 24 visavam ao auto desenvolvimento, 21 ao melho-
ramento de cond¡9Óes sanitarias e 8 á formacáo profissional.

A maior parte dos donativos assim aplicados provém dos fiéis cató
licos italianos através da Conferencia dos Bispos Italianos. Contribuíram
também de maneira notável os fiéis da Alemanha e da Franca.

Eis o respectivo quadro demonstrativo:

Ns PROJETOS MONTANTE TOTAL


PAÍS APROVADOS EM EUROS

BURKINA FASSO 124 1.078.902,00

CABO VERDE 2 13.207,00

GÁMBIA 9 86.806,00

GUIÑÉ BISSAU 1 77.171,00

MALÍ 10 115.385,00

MAURITANIA 6 83.944,00

NIGERIA 12 112.183,00

SENEGAL 37 571.275,00

TCHAD 31 210.681,00

INTERNACIONAL 1 5.340,00

Total 233 2.353.894,00

Quadro 3

3. Funda$áo Populorum Progressio

A reuniáo anual do Conselho Administrativo da Fundagáo teve lu


gar em Sucre (Bolívia) de 7 a 12 de julho de 2002. Dos 300 projetos
apresentados foram aprovados 223 correspondentes a um montante de
US$ 1.395.300. Desse conjunto 36,67% diziam respeito á producáo (agrí-

550
A AgÁO CARITATIVA DE JOÁO PAULO II EM 2002 23

cola, artesanal, microempresarial...); 27,78% referiam-se a infra-estrutu-


ras comunitarias (¡nstalacáo de agua potável, cercas de terrenos, ba-
nheiros, locáis comunitarios com diversas finalidades); 15,92% visavam
á educacáo (formacáo profissional, equipamento escolar, bibliotecas),
12,59% favoreciam construcóes (centros médicos, escolas); 7,04% aten-
diam á saúde (formacáo médica, equipamentos e instrumentos médicos).
O dinheiro assim aplicado foi oferecido pelos fiéis católicos italia
nos através da Conferencia dos Bispos da Italia que tem um Departa
mento destinado a ajudar o Terceiro Mundo. Colaboraram dioceses, ins
titutos e benfeitores de outros países.

Nao foi apresentado por L'OSSERVATORE ROMANO o quadro


demonstrativo das peculiaridades dessa distribuicáo de donativos.

Merece referencia a declaracáo de urna senhora que, ao entregar


sua contribuicáo após o dia 14 de dezembro de 2001, dizia: "Esta é a
quantia correspondente á refeicáo do meio-dia, á qual nos renunciamos".
Palavras simples, que exprimem o fervor de urna familia solidaria com os
irmáos sofredores.

É de notar ainda que, por determinacáo do Santo Padre, a quarta-


feira de cinzas de 2003 foi dedicada á oracáo e á penitencia em prol das
vítimas da violencia no mundo; disto resultou a coleta de US$ 150.000,
que foram levados ao Iraque pelo Presidente de Cor Unum em junho
2003 a fim de socorrer as populacóes carentes naquele país.

4. Refletindo...

O re lato rio atrás apresentado sugere algumas reflexoes:

1) Verifica-se que foram contemplados nao somente países ami


gos e neutros em relacáo á Igreja, mas também países que a perse-
guem, como a China Popular (ver Quadro 2), Vietná (ver Quadros 1 e 2),
Cuba (ver Quadro 2). Os homens e mulheres carentes merecem aten-
cáo, independentemente do tipo de governo que os rege. Alias, o Senhor
prescreve o amor "aos que nos perseguem" (cf. Mt 5, 44).

2) O Brasil é contemplado no setor da formacáo profissional (ver


Quadro 2). Nao Ihe faltam motivos para estimar a sé de Pedro.

3) A publicacáo do relatório das obras caritativas manifesta nao


somente a solicitude pastoral e humanitaria do Santo Padre, mas tam
bém a generosidade dos fiéis católicos que desejam colaborar para alivi
ar o sofrimento de seus semelhantes.

4) A publicacáo de tais dados deve resultar em louvor ao Pai do


céu, de acordó com as palavras do Senhor Jesús:

551
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

"Brilhe a vossa luz diante dos homens para que, vendo as vossas
boas obras, glorifiquem vosso Pal que está nos céus" (Mt 5, 16).

Semelhante prestacáo de contas se encontra

- em relacáo a 1997, em PR 434/1998, pp. 308ss;

- em rela^áo a 1998, em PR 448/1999, pp. 385ss;

- em relagáo a 1999, em PR 458/2000, pp. 297ss;

- em relasáo a 2000, em PR 472/2001, pp. 411ss;

- em relagáo a 2001, em PR 484/2002, pp. 389ss.

Sao Francisco de Assis (A Espiritualidade da Paz). Sao Tomás


de Aquino (As Complexidades da Razáo), por G K. Chesterton. Tradu-
gáo deAdail Ubirajara Sobral e María Stela Góngalves. - Ediouro, Rio de
Janeiro 2003, 170 x 240 mm, 378 pp.

Gilbert Keith Chesterton (1874-1936) é escritor inglés, convertido


ao Catolicismo em 1922. Usou amplamente o estilo satírico para profes-
sar profundas verdades apreendidas com grande perspicacia. Os críticos
o tém na conta de "o melhor biógrafo de S. Francisco e S. Tomás". Termi
na seu estudo sobre S. Francisco observando: "Está hoje na base de
muito do que é chamado, sem muita precisáo, de socialismo cristáo e que
seria mais correto denominar de democracia católica" (p. 176). E, ao co-
megar o estudo sobre S. Tomás, adverte: "Este livro nao pretende ser
mais que um esbogo popular de um grande personagem histórico que
deveria ser mais popular" (p. 177). O modesto autor inglés enganou-se
quando avaliou sua obra, hoje divulgada também em portugués. Muito
lucrará o estudioso que se dispuser a ler táo interessantes relatos, em
que nao faltam um tanto de sadia ironía e jocosidade.Eis um espécimen
da obra:

"O bom bispo de Assis mostrou-se horrorizado diante da vida difícil


que os irmáozinhos levavam na Porciúncula: sem conforto, sem posses,
alimentándose com qualquer coisa que conseguissem e dormindo em
um canto qualquer, em geral no chao. Sao Francisco Ihe respondeu com
aqueta astucia curiosa e quase atordoante que os que nao sao santos
nao conseguem entender de modo algum. Ele disse: 'Se tivéssemos pos
ses, precisaríamos de armas e de leis para defendé-las'.

Esta é a chave de toda a política que ele desejava implantar" (p.


113).

552
Mundo em crise:

O BALAN<?0 ECONÓMICO DA SANTA SÉ EM 2002

Em síntese: Aos 8/07/2003 foi publicado o balango das finangas


da Igreja em Roma, registrándose entáo um déficit de 13.506 722 00
euros para a Santa Sé e de 16.048.508,00 euros para o Estado da Cida-
de do Vaticano. No mencionado período gastos extraordinarios tiveram
que ser efetuados. A solidariedade das dioceses e instituigóes católicas
do mundo inteiro tem ajudado a cobriras despesas excedentes, sempre
que necessário.
* • *

Aos 8 de julho de 2003 foi dado a conhecer o balango económico


da Igreja primacial de Roma e do Estado da Cidade do Vaticano. Dado
que isto pode interessar a quem nao conhece a Igreja, váo os respecti
vos montantes abaixo assinalados.

Seja recordado que no Vaticano funcionam dois órgáos distintos,


cada qual com seu orcamento e seu balanco próprio: a Santa Sé, ou
seja, a instancia que governa a Igreja esparsa pelo mundo inteiro, e o
Estado da Cidade do Vaticano ou o Estado autónomo no qual está alo
jada a Santa Sé.

1. O Balango da Santa Sé
Em 2002

Despesas: 230.081.756,00 euros


Receitas: 216.575.034.00 euros
- 13.506.722,00

Urna parte importante das despesas tem sua origem na gestáo or


dinaria da Curia Romana; esta consta de Congregacoes ou Dicastérios,
Secretariados, Conselhos, Comissóes que prestam indispensável servi-
co ao Santo Padre. Nessas repartieres trabalham 2.659 pessoas, das
quais 744 sao clérigos, 351 sao Religiosos e 1.564 sao leigos, enquanto
o número de aposentados vai a 892.

No decorrer do ano de 2002 registraram-se os seguintes gastos


extraordinarios:

- construcáo ou aquisicáo de sedes para novas representagóes


diplomáticas da Santa Sé (Nunciaturas);

553
26 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

- aquisicao, em Roma, de ampio complexo ¡mobiliario para aten


der as instalacoes de novos organismos da Santa Sé.

2. Estado da Cidade do Vaticano

O respectivo balanco refere-se a gestáo do territorio da Cidade do


Vaticano e ao exercício das atividades de suporte logístico da Santa Sé.
O resultado final apresenta um déficit de 16.048.508,00 euros. Tal
conclusáo poderá surpreender, pois em 2001 o resultado final fo¡ positi
vo. O fato se explica pela reducáo dos proventos derivados de certas
atividades como também pela ajuda prestada á Radio Vaticana posta em
delicada situacáo.

O número de funcionarios do Estado do Vaticano sobe ao total pie


1.511, dos quais quatro sao funcionarios de categoría elevada, 75 sao
Religiosos e os demais leigos. Os aposentados perfazem um montante
de 566 pessoas.

Diante destes dados, pergunta-se: Como responder a tais carencias?


3. Os donativos

As Ordens e Congregacóes Religiosas, as dioceses e outras insti-


tuicóes católicas, assim como pessoas piedosas tém socorrido a Santa
Sé,... e o tem feito de maneira sempre mais generosa. Em 2002 regis-
trou-se, na cota dos donativos, um aumento de 1,80% em relacáo a 2001
- o que evidencia a solidariedade dos fiéis com o Papa e suas intencóes:
No decurso do ano de 2002 foram assim recolhidos US$
52.836.693,50.

A coleta do óbolo de Sao Pedro, efetuada anualmente a 29 de ju-


nho, é outra fonte de donativos á Santa Sé. Sao destinados as obras de
caridade do Santo Padre no mundo inteiro, atingindo vítimas de guerras
e outros acidentes, como se pode verificar as pp. 548s deste fascículo.
Na própria cidade de Roma foi lancado o projeto de acolhida aos defici
entes físicos ñas proximidades do Instituto Dom Orione no Monte Mario.
Estes dados póem em evidencia a necessidade de comunháo dos
fiéis católicos com Cristo e entre si, de modo a tornar sempre mais eficaz
a acáo evangelizadora e pastoral da Igreja.

REENCARNADO
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ECCLESIAE"... PRESENTE DE NATAL QUE PODE FALAR ALTO A
QUEM DESEJA REFLETIR SOBRE O SENTIDO DA VIDA. TELEFAX
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554
Na ordem do día:

UNIÓES HOMOSSEXUAIS: SIM OU NAO?

Em sintese: O homossexualismo vem-se autoafirmando a ponto


de reivindicar o direito a unióes gays e adogáo de criangas. Ora o uso de
tais direitos" é contrario á natureza humana, e por isto, repudiado pela
Igreja nao somente em nome da fé, mas também em nome da ciencia, do
bom senso e do bem comum da sociedade civil.
* * *

O movimento homossexual tem-se feito ouvir, reivindicando para si


o direito ao reconhecimento legal das unióes homossexuais e a adocáo
de criangas. Em alguns países da Europa tais reivindicacoes, ao menos
em parte, já foram oficialmente aceitas (tenha-se em vista a Holanda a
Dinamarca, a Suécia, a Noruega). O debate, porém, continua aberto. Daí
a conveniencia de o considerarmos sucintamente ñas próximas páginas.
1. Matrimonios homossexuais
Antes do mais, faz-se necessário definir o que se entende habitual-
mente por matrimonio.

Matrimonio é a doacáo recíproca que homem e mulher realizam


entre si a fim de atingir mutua complementacáo e gerar a prole corres
pondente a tal doacáo.

Como se vé, matrimonio, no sentido clássico, supóe diferencas


sexuais e se desenvolve em cima délas. Essas diferencas nao sao efeito
de alguma cultura passageira, mas sao naturais ou obra do Criador.
É a configuracáo corpórea que define a sexualidade de alguém.
Pode determinada pessoa ter a estrutura corpórea masculina, mas o
psiquismo fortemente caracterizado pelo feminino; mesmo em tal caso
será considerado homem (ver a respeito do transexualismo PR 491/2003
pp. 216-223).

Em conseqüéncia a uniáo homossexual pode ter as características


da amizade, mas nunca poderá ser tida como um casamento; faltam-lhe
as possibilidades de complementacáo psíquica e física, embora haja bom
entendimento entre os parceiros.

Vejamos entao como avaliar as reivindicacoes gays no plano jurídi


co.

555
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

2. Legalizado de unióes homossexuais

Contra tal proposta apontam-se as seguintes razóes:


1) A oficializacáo de unióes homossexuais consolidaría urna práti-
ca contraria á natureza humana - o que seria nocivo nao somente aos
individuos em foco, mas também á sociedade. Esta é o que seus mem-
bros sao. Ora tudo o que é contrario a natureza prejudica e degrada o ser
humano; cedo ou tarde as más conseqüéncias vém á tona.
2) Aregulamentacao oficial daria um caráter estável e de certo modo
definitivo (difícilmente revogável) a urna brecha da sociedade.
3) As novas geracóes veriam na uniáo gay equiparada á do matri
monio heterossexual urna opcáo legítima e um modelo de vida aceitável
aos criterios humanos.

4) A sociedade democrática ou pluralista permite que cada cidadáo


proceda livremente, contanto que nao viole a Iei natural. Essa permissáo,
porém nao deve chegar á oficializacáo ou ao reconhecimento jurídico
das unióes gays, pois em tal caso, em nome da democracia, a sociedade
endossaria urna aberracáo e estaña preparando a sua ruina.
5) Antes da Iei positiva, promulgada pelo legislador humano existe
a Iei natural, comum a todos os homens e impregnada na consciéncia de
cada qual.
Esta Iei natural, que é a do Criador, rejeita a uniáo homossexual;
deve ser respeitada por qualquer legislador. O bem e o mal nao sao defi
nidos pela vontade do legislador, mas pelo próprio Deus, que fala pela leí
natural e do qual o legislador humano deve ser o fiel interprete. Em nos-
sos días registra-se a tendencia a ignorar a Iei natural e juigar que tudo
quanto o legislador abona é moralmente lícito. Se nao se observa a leí
natural, instauram-se os regimes totalitarios e as ditaduras.
6) O reconhecimento das unides homossexuais póe em xeque o
conceito de familia. Esta é o berco indispensável para que se formem
cidadáos conscientes e respeitadores dos valores ciássicos da pessoa
humana; a familia é a primeira e mais marcante educadora da prole.
Passemos á questáo correlata:

3. Adogáo de criancas

Nao somente a Moral católica, mas também o bom senso humano


rejeitam a adocáo de criancas por parte de casáis homossexuais, valen-
do-se das seguintes razóes:
1) A enanca tem o direito de fundamentar e firmar sua identidade
sexual desde que chegue ao uso da razáo. Ora tal direito é sufocado ou,
556
UNIÓES HOMOSSEXUAIS: SIM OU NAO? 29

ao menos, gravemente ameacado se a crianza só pode contemplar um


modelo de conduta apresentado por dois homossexuais ou duas lésbicas.
O menino e a menina precisam da presenca do pai e da máe para
identificar-se com a pessoa do seu género (masculino ou feminino) como
também para aprender o respeito e a afeicáo que as pessoas do outro
sexo solicitam.

2) Urna crianca educada entre homossexuais ou entre lésbicas nao


faz a experiencia das diferencas existentes entre o homem e a mulher.
Aprenderá talvez algo de falso, ou seja, aprenderá a nao reconhecer
complementaridade do homem e da mulher.

3) Urna enanca educada entre homossexuais ou lésbicas sotrera a


carencia de socializacáo ou de integracáo na sociedade.
4) Urna crianca educada entre homossexuais ou lésbicas corre o
risco de ter sua identidade incompleta ou mutilada - o que só a pode
deixar insatisfeita.

5) A finalidade da adocáo é proteger urna enanca que os pais nao


possam ou nao queiram educar; de modo nenhum visa a satisfazer a
adultos que nao possam ter prole. Reza o velho principio jurídico: "Adoptio
imitatur naturam. -Aadocáo imita a natureza", isto é, procura reconstituir
o lar com a presenca de pai e mae precisamente para evitar o que nos
casos atrás mencionados ocorre, isto é, para evitar que o educando ve-
nha a fazer urna opeáo homossexual.

Eis, em poucas palavras, as principáis razóes pelas quais a Moral


Católica e as ciencias humanas rejeitam a legalizado de unióes gays e
a adocáo de criancas por parte de casáis homossexuais.
Resta considerar a réplica a tal posicáo.

4. "Igreja vive sonho medieval" (L. Boff)

No jornal O GLOBO de 2/8/03 Leonardo Boff acusou a Igreja, di-


zendo entre outras coisas:

"A atitude do Vaticano é ultrapassada. É urna atitude de Igreja hie-


rárquica, que vive o sonho medieval de ter hegemonía nao só política,
mas também moral sobre a Humanidade... Isso nao é democrático. A Igreja
tem que aceitar o pluralismo de posigoes".

Em resposta, deve-se enfatizar que, no caso em foco, a Igreja nao


fala como potencia política ciosa de dominar as nacóes nem como soci
edade católica desejosa de impor principios católicos a cidadáos nao
católicos, mas como eco da consciéncia da humanidade. Ela dá voz á lei
natural, que está gravada no íntimo de cada ser humano (branco, preto,
indio, pigmeu, esquimo...). Por isto as palavras da Igreja sao válidas tam-

557
30 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

bém para nao católicos. Nao tém o objetivo de dominar, mas de servir,
evitando que a humanidade se atole mais ainda no lodo da devassidáo.
E a democracia? - Democracia é reconhecer os direitos de opcáo
de cada cidadáo, desde que nao se oponham á lei natural. A democracia
também possui suas leis, pois o ser humano é teónomo, ou seja, está
sujeito as leis de Deus, das quais a Igreja é porta-voz, (theós = Deus,
nomos = leí, em grego).

IGREJA LIDERA
O JORNAL DO BRASIL, edicáo de 26/09/03, pg. A-6 publicou a
seguinte noticia:
CREDO
"A Toledo e Associados, instituto de pesquisa paulista, terminou o
trabalho de campo e agora se detém na análise dos dados de levanta-
mento encomendado pela Ordem dos Advogados do Brasa País afora,
aplicou um longo e detalhado questionário para saber o que pensam os
brasileiros sobre a Justiga. Os pesquisadores se impressionaram com a
falta de conhecimento da populagáo sobre o papel do Judiciário.E, mais
ainda, se o Poder aparece com a credibilidade em baixa, as Igrejas, pas-
mem'.liderama relagáodeinstituigóesquemerecema fédobrasileiro. O
Brasil descoberto pela Toledo é um país de beatos e fiéis.
Como se percebe, o final da noticia é um tanto irónico. Por que foi
assim concebida? - Pode-se crer que... pelo fato de que a palayra "Igre
jas" cobre denominagdes conhecidas como pouco honestas; sao minorí
as em relagáo a Igreja Católica, que é majoritária no Brasil".
De resto, nao é esta a primeira vez que toca á Igreja Católica liderar
urna pesquisa de credibilidade; ver PR 496/2003, p. 471; 491/2003, p. 236.

CARO(A)AMIGO(A),

A IGREJA CATÓLICA ASSIM CLASSIFICADA LHE OFERECEUM


APROFUNDAMENTO DE SUAMENSAGEM ATRAVÉS DAS PUBLICAQOES
DA ESCOLA "MATER ECCLESIAE": 22 CURSOS POR CORRESPONDEN
CIA DOS QUAIS O MAIS RECENTE É O DE DIREITO CANÓNICO, E 28
OPÚSCULOS, DOS QUAIS OS MAIS RECENTES TÉM POR TITULO: "MA
RÍA AMULHER BENDITA E CONTROVERTIDA", "INQUISICAO", "AS CRU
ZADAS EM DEBATE", "IDADE MEDIA: TREVAS?", "A 'PAPISA1 JOANA".
MUITOS FIÉIS CATÓLICOS SE VÉEM ATORMENTADOS POR DÚVI-
DAS- EXISTE COMO ESCLARECÉ-LAS. DIRIJA-SE A ESCOLA "MATER
ECCLESIAE" PELO TELEFAX 0 XX 21 2242-4552. NAO CONVIRIA DAR
COMO PRESENTE DE NATAL ALGUM OU ALGUNS DESSESIMPRESSOS,
QUE SERÁO SEMPRE MUITO ATUAIS?

558
dentistas afirmam:

HORÓSCOPO COMPROVADAMENTE FALSO

Em síntese: O jornal O GLOBO, de 19/08/03, publicou a noticia de


que dentistas de língua inglesa acompanharam duas mil pessoas que
nasceram no mesmo día e na mesma hora, e verificaram que muito dife-
riam entre si no tocante a personalidade e ao currículo de vida - o que
contradiz frontalmente aos ensinamentos da astrologia.

Em sua edicáo de 19/08/03 o jornal O GLOBO informa ter sido


científicamente comprovada a falsidade do horóscopo ou da astrologia.
Eis o teor da noticia:

Ciencia mostra que previsáo astrológica nao funciona


Pesquisa acompanhou duas mil pessoas nascidas em mesmo
dia e hora e revelou que sao muito diferentes

Londres. Boas noticias para os racionáis e equilibrados virginianos:


cientistas acabam de comprovar que a astrologia nao tem fundamento.
Sua principal alegacáo - de que as características humanas sao molda
das pela influencia dos astros no momento do nascimento - acaba de
ser desmentida, de urna vez por todas e além de qualquer dúvida, pelo
maior estudo científico já realizado sobre o tema.

Por quatro décadas, cientistas acompanharam mais de duas mil


pessoas - nascidas no mesmo dia e na mesma hora, com apenas alguns
minutos de diferenca. De acordó com a astrologia, essas pessoas deve-
riam ter características bastante similares.

O estudo teve inicio em Londres, em 1958. As pessoas tiveram seu


desenvolvimento monitorado em intervalos regulares. Os cientistas ava-
liaram mais de cem diferentes características, como profissáo escolhida,
níveis de ansiedade, estado civil, agressividade, sociabilidade, Ql, além
de habilidades em artes, esportes e matemática - todas que, segundo
astrólogos, poderiam ser estimadas pela conformacáo dos astros no
momento do nascimento.

Os cientistas, entretanto, nao conseguiram encontrar nenhuma pro-


va de similaridade entre as pessoas que nasceram no mesmo horario.
De acordó com artigo publicado na "Journal of Consciousness Studies":
"As condicóes do teste nao poderiam ser melhores (...) e os resultados
foram uniformemente negativos".

559
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

A análise dos dados foi feita pelo dentista Geoffrey Deán, um ex


astrólogo baseado na Australia, e pelo psicólogo Ivan Kelly, da Universi-
dade de Saskatchewan, no Canadá.

O resultado do estudo caiu como urna bomba entre os astrólogos


que, há sáculos, asseguram ser capazes de revelar aspectos importan
tes da personalidade e do destino das pessoas com base apenas ñas
¡nformagoes referentes á hora e ao local de nascimento.

Roy G.illett, presidente da Associacáo Astrológica da Gra-Bretanha,


afirmou que as conclusóes deveriam ser tratadas "com extrema cautela"
e acusou Deán de tentar "desacreditar a astrologia".

- A astrologia nao tem mecanismo aceitável e seus principios sao


inválidos - afirmou Deán, garantindo estar pronto para as críticas. - Sou
provavelmente a pessoa mais odiada na astrologia porque sou conside
rado um vira-casaca.

COMENTANDO...

1. Em que consiste a astrologia

A astrologia e o horóscopo sao cultivados desde remotas épocas


antes de Cristo, ou seja, desde a civilizacáo dos caldeus da Mesopotámia,
por volta de 2500 a.C. Pode-se explicar o surto dessa "arte" se se leva
em conta que a vida humana é cheia de inseguranca (ñas épocas remo
tas ainda mais do que em nossos tempos): um dia é feliz e próspero,
outro é desgranado ou sem éxito. Ora essa versatilidade outrora era atri
buida a forcas superiores que influenciariam a conduta do homem; tais
forcas eram os astros, que os homens fácilmente identificavam com di-
vindades. Destas premissas originou-se o desejo de conhecer de ante-
mao as circunstancias e ocasióes em que os astros seriam favoráveis ou
desfavoráveis ao homem. Conhecendo-as, o homem poderia superar a
sua inseguranca ou o seu medo, pois se acautelaría contra as más influ
encias dos seres superiores.

Na época em que a astrologia comegou a ser cultivada; os estudi


osos pouco sabiam a respeito do sistema solar e dos astros em geral;
¡gnoravam as distancias dos planetas ao Sol ou á Térra; mal conheciam a
natureza do Sol, da Lúa e dos outros astros. Imaginavam a existencia do
zodíaco, isto é, de urna faixa ou de um anel que cercaría a Térra; nessa
faixa mover-se-iam o Sol, a Lúa, os planetas maiores e grande parte dos
menores; a circunferencia desse anel imaginario (360B) estaría dividida
em doze segmentos (cada qual de 309); em cada um desses segmentos
existiría um compartimento chamado "casa do horóscopo"; tais comparti
mentos teriam um símbolo ou um sinal próprio; os doze símbolos assim

560
UNIÓES HOMOSSEXUAIS: SIM OU NAO? 33

concebidos seriam os sinais do zodíaco (do grego zódion, figura de


animal ou de vívente), que assim eram (e sao) denominados: Carneiro,
Touro, Gémeos (irmáos), Cáncer (caranguejo), Leao, Virgem, Balan-
ca, Escorpiao, Arqueiro (Sagitario), Capricornio (cabra ou cauda de
peixe), Aquário, Peixes. Os sinais do zodíaco, reunidos em grupos de
tres, correspondem as estacoes do ano de tal modo que a primavera
abrange Carneiro, Touro e Gémeos...

2. Por que anticientífico?

Tres sao os principáis pontos que, no caso, ocorrem á reflexáo do


estudioso:

1) A astrologia supóe urna mentalidade mitológica e urna realidade


cósmica já superada. A sua origem está na época em que os homens se
julgavam totalmente dependentes das torcas da natureza; personifica-
vam essas forcas e as concebiam como deuses e demonios; adoravam o
Sol e a Lúa. Os predicados legendarios dos deuses do Panteón grego,
eles os transferiam aos planetas. O planeta mais belo foi identificado
como Venus e considerado benfazejo. Acor de sangue de Marte levou os
astrólogos a qualificá-lo como deus da guerra, da peste e da morte. O
planeta majestoso que leva doze anos para percorrer a abobada celeste,
é Júpiter. O último dos planetas conhecidos na antiguidade tem aspecto
pálido e sinistro; leva trinta anos para percorrer as constelacóes do zodí
aco; por isto foi chamado Saturno; identificaram-no também com Chronos,
o deus que devora seus filhos; por isto aquele bloco de rochas e de ga
ses foi tido como maléfico. Ora todos estes elementos derivados de reli-
giosidade primitiva ainda estáo na base da astrologia moderna, que diz
ser científica!

2) Na verdade, a astrologia é anticientífica. Com efeito:

- Os pressupostos da astrologia e do horóscopo estáo todos ultra-


passados. Sim; a astrologia baseia-se na cosmología geocéntrica de
Ptolomeu: conhece "sete planetas" apenas, entre os quais é enumerado
o Sol! Hoje conhecemos mais planetas e nossa visáo do grande cosmo
se alterou profundamente, pois passamos do geocentrismo para o
heliocentrísmo.

- A existencia das casas do horóscopo ou dos compartimentos do


zodíaco é algo de totalmente arbitrario e irreal.

- Os sinais do zodíaco nao sao unidades cosmológicas, mas sao


estrelas separadas urnas das outras por vastos mundos ou sistemas.

De modo geral, as figuras, os sinais, as casas, os ángulos com que


lida a astrologia, só existem como tais na imaginacáo do homem. O re-

561
34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

tángulo da "Grande Urso" só existe na retina do homem e nao na realida-


de do espago; as estrelas que popularmente parecem próximas e relaci
onadas entre si, muitas vezes nao estáo no mesmo plano nem á mesma
distancia de nos.

- Mais ainda: há cerca de dois mil anos a passagem do Sol pelo


ponto vernal (inicio da primavera) coincidía com a entrada do Sol no com
partimento correspondente á constelacáo do Carneiro. Mas verifica-se
que o ponto vernal retrocede sobre a eclíptica1 segundo o ritmo de 50",26
por ano, ou seja, de 309 (um sinal do zodíaco) em 2.150 anos. Nos tem-
pos atuais, quando se inicia a primavera, o Sol já uitrapassou a metade
da constelacáo dos Peixes, mas continua-se a dizer que ele entáo entra
na casa do Carneiro. Existe, pois, urna defasagem entre os nomes das
pretensas casas do zodíaco e os nomes das constelacóes correspon
dentes. Seráo necessários 25.790 anos para se restabelecer a coinci
dencia entre essas pretensas casas e as constelacóes de que tiram o
nome.

Com outras palavras: o sinal do Carneiro corresponde hoje nao á


constelacáo do Carneiro, mas á constelacáo dos Peixes. Por conseguin-
te, a pessoa a quem os astrólogos dizem: "Vocé nasceu sob o signo do
Carneiro!", na verdade foi, ao nascer, irradiada pela constelacáo dos
Peixes. Nao obstante, dar-se-lhe-á o horóscopo do Carneiro! Esta verifi-
cacáo por si só evidencia quáo pouco científica ou quáo anticientífica
vem a ser a horoscopia.

- Hoje sabe-se que os astros existentes no cosmo sao quase inu-


meráveis: conhecem-se interferencias dos mesmos no espago e nos pla
netas que outrora se ignoravam. É notorio também o fato de que os as
tros modificam incessantemente a sua posicáo no espaco. Por que entáo
a astrologia leva em conta a influencia de urna constelacáo apenas?
- Por último, merece atencáo a desigualdade de sortes de crian-
cas nascidas no mesmo lugar e no mesmo instante, até mesmo dos gé-
meos. Se os astros regem a vida dos homens, como nao a regem unifor
memente no caso citado?

É por ser anticientífica (dada á fantasía exuberante e primitiva) que


a astrologia nao encontra aceitacáo por parte dos astrónomos ou dos
homens de ciencia. Estes, ao descobrirem mais e mais a existencia, a
distancia, a composicáo, as transformares e atividades dos planetas e
das estrelas, verificam que as afirmagóes dos astrólogos sao arbitrarias
ou mesmo falsas.

1 Eclíptica em astronomía é o círculo da esfera celeste que corta o Equador, forman


do com ele um ángulo de 23* 28', e que corresponde á órbita aparente do Sol em
volta da Térra.

562
Piedade em questáo:

"COMO REZAR PELA CURA ENTRE GERAQÓES"


(Pe. Alberto Gambarini)

Em síntese: A tese do livro supóe que alguém possa estar atual-


mente sofrendo males físicos ou psíquicos em decorréncia de faltas co
metidas pelos ancestrais - o que vem a ser falso; a própria Escritura
dissuade de assim pensar (verJr 31, 29;Ez 18, 1-4). Ademáis o livro em-
prega certas expressóes inadequadas.
* * *

O Pe. Alberto Gambarini é benemérito por seus escritos e seus


trabalhos apostólicos. Todavía em alguns de seus livros defende urna
tese ¡nsustentável aos olhos da reta fé: com énfase especial é proposta
no livro "Como rezar pela cura entre geracóes"1, obra esta cujo conteúdo
será, a seguir, comentado.

1. A tese do livro

O autor afirma que certas pessoas podem estar padecendo males


físicos ou psíquicos em conseqüéncia de faltas cometidas pelos ante-
passados. Haveria também maldicoes hereditarias ou proferidas por an
cestrais e aplicadas á geracáo presente. O autor explica seu modo de
pensar relatando o seguinte caso:

"Um exemplo simples de como a oragáo pelos falecidos é eficaz foi


dado por urna pessoa de minha paróquia. 'Quando comecei a fazer a
árvore da familia, nao imaginava a possibilidade de ser curada de urna
insónia crónica. Já havia tentado todo tipo de tratamento sem alcangar
éxito. Aparentemente, nao existia motivo para eu nao conseguir dormir.
Perguntando aos meus familiares sobre os nossos antepassados, che-
gueiao meu avó. Ele sofría de insónia e ficava acordado a noite i'nteira.
Essa situagáo incomodava os filhos, que nao entendiam seu sofrimento.
E ele rogou urna praga dizendo que os filhos dos seus filhos teriam o
mesmo problema. Eu era sua neta e estava sofrendo deste mal. Rezan
do, pude reviver todo o sofrimento de meu avó pela incompreensáo dos
familiares e, ao mesmo tempo, pedi a Deus para que seu amor misericor
dioso fosse dado a ele. Também mande! celebrar algumas missas pelo
meu avó. Na medida em que eu intercedía em favor de meu avó, pelos

' Ed. Loyola, Sao Paulo 2003 (12° edigáo), 110 x 180mm, 67 pp.

563
36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

seus filhos, meu pai e tíos, meu coragáo foi invadido por urna experiencia
profunda de paz, e também fui curada para sempre da minha insania'"
(pp. 22s).

Para justificar sua tese, o Pe. Alberto cita passagens bíblicas:

"Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüida-
de dos país nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odei-
am"(Ex20,5).

"Senhor, dignai-vos, pela vossa misericordia, afastar de vossa ci-


dade santa, Jerusalém, vossa cólera e vossa exasperagáo, porque é de-
vido as nossas iniquidades e aos pecados de nossos antepassados que
Jerusalém e vosso povo sao alvo de insultos de todos os nossos vizi-
nhos" (Dn 9, 16).

Pergunta-se agora:

2. Que dizer?

Proporemos tres ponderacóes:

2.1. Mentalidade do clá

Os textos bíblicos sobre os quais se baseia a tese do Pe. Gambarini,


supóem a mentalidade do clá, segundo a qual o individuo nao tem valor
como tal; é o clá ou o grupo que dá significado ao individuo; o clá arca
com as conseqüéncias daquilo que o individuo faz. Essa mentalidade
primitiva foi posteriormente corrigida em Israel; com efeito, durante o exi
lio na Babilonia (587-538) os exilados alegavam estar sendo punidos por
causa dos pecados dos antepassados; seriam eles, no exilio, inocentes
e nao teriam necessidade de fazer penitencia. Intervieram entáo os Pro
fetas para dissipar o raciocinio e o principio que o susteñtava:
Ez 18, 1-4: "A palavra do Senhor veto a mim nestes termos: Que
proverbio é este que andáis repetíndo na térra de Israel 'Os país come-
ram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados'?
Juro por minha vida - oráculo do Senhor Deus - nao repetiréis
mais esse proverbio. Tanto a vida do pai como a vida do filho me perten-
cem. Quem peca é que morrerá".

Jr 31, 29s: "Nesses dias já nao se dirá: 'Os pais comeram uvas
verdes e os dentes dos filhos se embotaram'. Mas cada um morrerá por
sua própria falta. Todo homem que tenha comido uvas verdes, terá seus
dentes embotados".

Por conseguinte vé-se que Deus nao castiga os pecados dos ante
passados ferindo os seus descendentes.

564
"COMO REZAR PELA CURA ENTRE GERAQÓES" 37

Em conseqüéncia nao se eximissem de fazer penitencia os filhos


de Israel exilados.

2.2. Transmissáo do pecado

Pelas razóes indicadas também nao se deve dizer que o pecado se


transmite como urna doenca física se transmite; nao se diga que alguém
é hoje libertino(a) em materia sexual porque sua avó foi tal. Existem mi
crobios e bacterias que transmitem doencas corporais, sim; mas nao
existem microbios que transmitem doencas do espirito ou do comporta-
mentó.

Nao se pode negar que o mau exemplo seja um convite á prática


do mal; assim os antepassados criminosos deixam aos seus descenden
tes urna afinidade familiar com o crime, que estimula a prática do mal nao
por um virus do crime, mas por um apelo psicológico.
2.3. Os traumas dos antepassados

Pelo mesmo motivo nao se pode dizer que os traumas, os choques


ou os males sofridos pelos ancestrais perduram no além, como se as
almas dos defuntos continuassem a sofrer as emocóes e os sentimentos
que sofriam na térra, podendo ser curadas desses traumas pelas ora-
coes de seus descendentes.

Todas estas concepcoes redundam, de algum modo, em espiritis


mo kardecista ou em umbandismo e candomblé. Na verdade, nao há
comunicacáo das pessoas na Térra com o além senáo pela oracáo. As
preces que sao feitas pelos falecidos ou pelas almas do purgatorio tém
por objetivo táo somente pedir a Deus que o amor as purifique de qual-
quer resquicio de pecado para que possam desfrutar da visao de Deus
sem demora.

Podemos também rezar aos Santos, pedindo-lhes que ¡ntercedam


por nos, a fim de que sejamos dotados das gracas necessárias para che-
garmos á patria celeste.

3. Observacóes complementares
3.1. Feitico

Ás páginas 58s do livro de Gambarini lé-se a seguinte oracáo:


"Pai, eu te pego que desfagas na vida de ... todo mal. Quebra, Se-
nhor, todo jugo hereditario negativo de ..., que caiu sobre ele(a). Quebra
toda maldigáo, praga, feitigo que possam ter recaído sobre esse(a) teu(tua)
filho(a)".

Na verdade, nenhuma maldicáo tem poder mágico, nem é


transmissível (como ensinam os profetas).

565
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

Quanto ao feitico, seria um objeto manipulado para fazer bem ou


mal a alguém. Ora tal tipo de objeto nao existe, de modo que é inútil pedir
ao Senhor que afaste os maleficios do feitico; chega a ser nociva tal
prece porque dá a crer que feiticos sao eficazes, como se eré em terrei-
ros de Umbanda e em certas comunidades pentecostais protestantes.

3.2. Alivio para as almas do purgatorio


Á p. 61 encontra-se a seguinte prece:
"Pelo último suspiro na cruz, livrai as dores e abrandai as penas
das almas santas e benditas do purgatorio".
É errónea a concepeáo que parece estar subjacente a este texto. -
O purgatorio nao é um castigo, mas urna concessáo da misericordia divi
na para que as almas que nao se tenham purificado dos resquicios do
pecado na vida presente, possam fazé-lo na vida futura. Na verdade,
ninguém pode ver Deus face-a-face trazendo sombra de pecado ou
"pecadinho" (impaciencia, maledicencia, preguica...). Se o cristáo nao
consegue extinguir as escorias de tais pecados antes de deixar este
mundo, deverá fazé-lo posteriormente para poder entrar na visáo de Deus.
O sofrimento do purgatorio nao depende de maior ou menor rigor
da parte do Juiz Divino, mas sim do fato de ter sido tal cristáo negligente
ou leviano sobre a Térra, de modo que nao se preparou (nao preparou a
veste nupcial) para poder entrar na ceia da vida eterna logo depois da
morte. Essa dor nao passa nem é aliviada por decreto divino; só passa
na medida em que a alma se vai libertando do apego ao pecado. Os
sufragios pelos mortos, por conseguinte, nao consistem em pedir a Deus
anistia para as almas do purgatorio, mas sim em pedir que o amor a Deus
existente em tais almas acabe quanto antes de extinguir todo amor desre-
grado remanescente nessas almas; sem demora possa haver nelas táo so-
mente o amor a Deus nao contraditado por tendencias desorde-nadas.
Á guisa de observacáo final, aínda perguntamos: que sao "os espí-
ritos de hereditariedade má"? E que significa "amarrar esses espíritos"?
Tal vocabulario é ambiguo.
Sao estas algumas ponderacóes que podem ocorrer a um leitor da
obra do Pe. Gambarini. Reconheca-se a boa intencáo do autor, mas nao
se pode deixar de apontar ai concepcoes estranhas.

CURSO DE DIREITO CANÓNICO


A ESCOLA "MATER ECCLESIAE" ACABA DE LANCAR MAIS UM
CURSO POR CORRESPONDENCIA, VERSANDO ESTE SOBRE O DIREI
TO CANÓNICO. COMENTA A TEMÁTICA RELATIVA AO POVO DE DEUS E
AS FUNCÓES DE ENSINAR E SANTIFICAR ASSIM COMO A QUESTAO
DOS BENS TEMPORAIS DA IGREJA. PEDIDOS PELO TELEFAX 0 XX 21
2242-4552.

566
Dúvida esclarecida:

MENINAS ACOLITAS DA S. MISSA

Em síntese: O acesso de meninas ao altar na qualidade de


coroinhas ou acolitas foi permitido pela Santa Sé em 1992, ficando por
ser ulteriormente determinados alguns pontos da questáo. Em 2003 a
Congregacáo para o Culto Divino, interpelada a respeito, confirmou a
decisáo anterior, acentuando duas advertencias: 1) cada Bispo continua
a gozar de liberdade para implantar ou nao tal costume em sua diocese,
e2)o acesso de meninas nao deve impedir que meninos desempenhem
a fungáo de acólito, visto que tal exercício tem sido altamente benéfico
para a juventude masculina.
* * *

Tem-se registrado, com freqüéncia crescente, o acesso de meni


nas á funcáo de coroinha da S. Missa. A propósito a Congregacáo para o
Culto Divino já enviou urna carta ao Presidente das Conferencias Episco-
pais autorizando tal uso. O texto dessa carta pode ser lido em PR 457/
2000, pp 285s. A autorizacáo para que haja acolitas de Missa depende
da ¡nterpretacáo do canon 230 § 2 assim concebido:

"Os leigos podem desempenhar, por encargo temporario, as fun-


góes de leitor ñas acóes litúrgicas; igualmente todos os leigos podem
exercer o encargo de comentador, de cantor ou outros, de acordó com o
Direito".

No texto ácima, a expressáo "todos os leigos" foi entendida sem


excegáo e entre "os outros encargos" foi incluido o de acolita pelo Pontificio
Conselho para a Interpretacáo dos Textos Legislativos. Donde a atitude
da Congregacáo para o Culto Divino favorável á instituicáo de acolitas de
Missa.

Dado, porém, que ficava certa hesitacáo a respeito tanto no clero


quanto no laicato, o Pe. Christian Laffargue, da diocese de Belley-Ars
solicitou esclarecimentos á Congregacáo para o Culto Divino, que aos 7
de marco 2003 redigiu a seguinte resposta assinada por Mons. Francisco
Pió Tamburrino, Secretario da mesma:

"A respeito do acesso de mulheres ao servigo do altar a Congrega-


gao para o Culto Divino emitiu resposta fundamentada na auténtica inter-
pretagáo da expressáo 'ou aínda outras fungóes', expressáo do canon
230 §2 do Código de Direito Canónico explicitado pelo Pontificio Conse-

567
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

Iho para a Interpretagáo de Textos Legislativos em data de 30 de junho


de 1992. Baseada nesta sentenga da autoridade competente, a mencio
nada Congregagáo enviou ao Presidente de cada Conferencia Episcopal
urna carta datada de 15 de margo de 1994, pela qual ficava estipulado
ser da competencia de cada Bispo, após ouvir o parecer de sua Confe
rencia Episcopal, num julgamento de prudencia avallar o que convém
fazerpara o desenvolvimento harmonioso da vida crista em sua diocese.

Se, por razoes particulares, o Bispo concede tal autorizagáo, a de-


legagáo temporaria das mulheres para o servigo do altar há de ser clara
mente explicada aos fiéis. Mais: a autorizagáo concedida poralguns Bis-
pos nao pode seraduzida como razáo que obrigue outros Bispos a fazer
o mesmo.

Enfim a Carta faz questáo de frisar que a Santa Sé lembra que será
sempre oportuno seguir a antiga tradigáo de confiar a meninos o servigo
do altar. Sabe-se que esse servigo propiciou alvissareiro desenvolvimen
to de vocagóes sacerdotais; por conseguinte permanecerá sempre a obri-
gagáo de favorecer a existencia desses grupos de meninos acólitos.

Além do mais, convém notar que numa Carta datada de27dejulho


de 2001 e publicada em Notitiae, boletim oficial da Congregagáo para o
Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (ne 426-427, janeiro-feverei-
ro 1992, pp. 49-51), este Dicastério frisa que, no caso de ter o Bispo
diocesano concedido a autorizagáo, esta nao pode, em hipótese alguma,
excluir do servigo do altar os homens ou, em particular, os meninos; tam-
bém nao pode obrigar os sacerdotes da diocese a chamar as mulheres
para o servigo do altar, pois será sempre muito oportuno seguir a nobre
tradigáo que confia aos meninos o servigo do altar'(Carta Circular de 15/
09/1994, nB2, atrás citada)".

REFLETINDO...

A Carta de Mons. Tamburrino pode ser assim compendiada:


1) A instituto de mulheres ou de meninas como acolitas da S.
Missa é legítima, desde que autorizada pelo Bispo.
2) Este só a autorizará após ouvir a Conferencia Nacional dos Bis
pos

- tendo ponderado o que pareca ser o mais conveniente para o


crescimento espiritual dos seus diocesanos;

- por tempo limitado;

- tendo-se comprometido a explicar (ou mandar explicar) ao povo


de Deus o significado da nova praxe.

568
. MENINAS ACOLITAS DAS. MISSA 41

3) O acesso de meninas ao altar nao deve prejudicar a antiga e


valiosa tradicao de ter acólitos masculinos, dos quais alguns podem even-
tualmente tornar-se sacerdotes.

4) O novo costume ¡ntroduzido numa diocese nao deve significar


para as dioceses vizinhas, a obrigacáo de adotar a mesma novidade!
Requer-se neste {como em outros casos) um juízo inspirado pela virtude
da prudencia do Sr. Bispo diocesano.

A documentagáo atrás apresentada foi extraída da revista LA NEF


nQ 138, maio 2003, p, 6.

A Fé Católica. Documentos do Magisterio da Igreja. Organiza-


gao, Introdugóes e Notas do Pe. Justo Collantes S.J. Tradugáo e atuali-
zagáo de Paulo Rodrigues. - Ed. Lumen Christi e Diocese de Anápolis
(GO), 2003, 1345 pp., 150 x 220 mm.

Fazia falta, no Brasil, um compendio portador dos documentos ofi


ciáis da Igreja em questóes de fé e Moral, como em latim é a famosa obra
de Denzinger. O Pe. Justo Collantes S.J. realizou urna súmula semelhan-
te em espanhoi: "La fe de la Iglesia Católica: las ideas y los hombres eñ
los documentos doctrinales del Magisterio". Ora o Prof. Paulo Rodrigues
traduziu tal obra do espanhoi para o portugués, cotejando o respectivo
texto com os origináis latinos e gregos, e acrescentou novos documen
tos, atualizando assim a obra. Os documentos do magisterio da Igreja
sao apresentados por ordem sistemática, comegando pelo binomio "Fé e
Razáo"; a serie continua em "As fontes da Revelagáo", "Deus Criador"
até "As Realidades Escatológicas"e "Símbolos da Fé Católica". Sao onze
capítulos, aos quais se seguem um Quadro Geral dos 21 Concilios
Ecuménicos e urna relagáo completa dos Papas. Entre os índices do final
da obra chama a atengáo o da correspondencia numérica com Denzinger.
Tratase de urna obra de grande precisáo, em que o texto original
latino aparece quando necessário para maior clareza, assim como o tex
to grego transliterado (em caracteres latinos). Será de inestimável utilida-
de a quantos se interessam pelo serio cultivo da Teología, especialmente
em nossos dias, quando falta o conhecimento das línguas clássicas. É
benemérito o tradutor brasileiro, que durante dez anos se aplicou a con-
fecgáo da súmula que ele agora apresenta ao público.

569
Pió XII seria...?

"O PAPA DE HITLER"

Sabe-se que, dezoito anos após o término da segunda guerra mun


dial , ou seja, em 1963 o Papa Pió XII comecou a ser acusado de covardia
por nao ter protestado em público contra a perseguigáo nazista aos ju-
deus. Já esta data tardía debilita ou mesmo anula o valor das acusacoes.
Novo argumento para dissipar o falso conceito de "O Papa de Hitler" re-
cém-criado é a noticia publicada pelo JORNAL DO BRASIL aos 2/9/03 e
abaixo transcrita:

Artigo inocenta o papa Pío XII sobre Hitler


Pesquisa diz que o Cardeal Pacelli detestava o nazismo
Miláo - O papa Pió XII, estigmatizado como o "O Papa de Hitler",
na realidade descrevia o Führer como "urna pessoa fundamentalmente
má" e "um patife nao-confiável". A revelacáo consta em documentos re-
centemente liberados e publicados ontem em um estudo na revista cató
lica América.
O autor, Charles Gallagher, é um historiador jesuíta e disse que
descobriu por acaso o material em arquivos americanos. Um dos docu
mentos é o registro do ex-consul-geral dos EUA em Berlim, Alfred Klieforth
- escrito em 1939, logo depois de o Cardeal Eugenio Pacelli se haver torna
do Pió XII - sobre urna conversa que havia tido com ele dois anos antes.
De acordó com o relato de Klieforth, as visóes de Pacelli o surpre-
enderam por seu radicalismo.
- Ele disse que era contra qualquer acordó com o Nacional-Soci
alismo. Nao acreditava que Hitler pudesse agir com moderacáo - escreveu.
Outro documento é um longo memorando escrito por Pacelli, em
abril de 1938, para Joseph Kennedy, entáo embaixador americano na
Grá-Bretanha. Nele, o ainda cardeal definía os nazistas como "os novos
pagaos que brotam das jovens geracóes de arianos".
- Estou certo de que a Santa Sé pretende ter boas relagoes com
toda autoridade política, mas antes é preciso que o outro lado dé urna
mínima demonstracáo de boa fé, algo que até agora tem sido completa
mente falso. Por essa razao, um acordó entre os dois poderes (o Terceiro
Reich e a Santa Sé) está no momento, fora de questáo - definiu.
Para Gallagher, a avaliacáo pode mudar a imagem de Pió XII pas-
sada á historia.

570
E cristáo?

"O PODER DA ORAQÁO"


por Joseph Murphy

O titulo do livro é atraente e sugestivo; parece corresponder a quanto


se diz na espiritualidade católica. Todavía o autor é panteísta, professan-
do a identidade de Deus com o inconsciente do ser humano Por "ora-
cao" o autor entende um estado de ánimo posto em sintonía com o uni
verso. Assím escreve á p. 137:

"Vocé encontrou o seu salvador, pois é o seu próprio salvador O


seu ser é Deus".

Orar, no caso, significa concentrar o seu pensamento em torno de


determinado objeto, de modo que esse objeto se torne realídade pela
forca da mente:

"Conforme o homem pensa em seu coragáo, assim é ele, prova de


que podemos modificar o futuro modificando nossos pensamentos e sen-
timentos agora. É aquilo que vocé acredita de si e o seu modo de pensar
que o torna sadio ou doente, feliz ou deprimido, próspero ou pobre" (4S
capa). '

Muíto claros sao os dizeres seguintes:

"O único Poder Criador é a sua mente e espirito. O seu pensamen


to faz com que o Espirito dentro de vocé se condicione em seu mundo e
assuma a forma de seu pensamento. O seu pensamento e sentimento
criam o seu destino. Comece a praticar essas verdades e compreenda
que nada o afeta a nao ser por meio de seu pensamento. Alguém pode
dizer-lhe que vocé vai fracassar - essa declaragáo nao tem poder a nao
ser que vocé pense no fracasso. Vocé o rejeita e diz consigo, com cora-
gem e vitorioso: 'Nascipara vencer. Deus sempre tem sucesso em todos
os seus empreendimentos e eu também'. Por ai vocé pode ver que nin-
guém tem o poder de prejudicá-lo. O Onipotente está dentro de vocé. É
indivisivel e se move como urna unidade" (p. 115).

Chama a atencáo a ambigüidade: O autor se refere a Deus como


terceira Pessoa (Ele), mas também afirma que o individuo humano é
Deus. Esta ambigüídade se explica pelo fato de que todo individuo hu
mano senté a espontánea necessidade de clamar por um Ser Superior,
mesmo quando julga que a Divíndade é ele mesmo.

571
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

Joseph Murphy chama essa prática "oracáo científica", que ele vé


esbocada pelo livro do Apocalipse; este é todo interpretado alegórica
mente, como se, através de imagens, quisesse referir fenómenos men
táis:

"A Revelagáo de S. Joáo, o Divino, é um manual de desenvolví-


mentó espiritual que ensina a grande arte da oragáo científica e nao,
como créem muitos, urna profecía crítica de futuros acontecimentos mun-
diais" (p. 9).

Pergunta-se: com que fundamento J. Murphy assim interpreta o


Apocalipse? Pode ele provar que Sao Joáo tinha os mesmos conceitos
psicológicos que J. Murphy? Para interpretar um livro bíblico, é necessá-
rio reconstituir o ambiente em que foi escrito, pondo em relevo os interes-
ses do autor e dos seus ¡mediatos leitores; ora Sao Joáo e os cristáos da
Asia Menor no fim do século I estavam longe de conceber que "o indivi
duo é o seu próprio Salvador e que o ser humano é Deus" (p. 173). Basta
ler o Evangelho segundo Sao Joáo para tomar consciéncia disto.
Como é gratuita ou preconceituosa a tese básica de J. Murphy,
assim também sao gratuitos e preconceituosos certos tópicos do livro "O
Poder da Oracáo":

- "A Biblia é escrita em código e sua chave sempre foi conhecida"


(p. 7). Nenhum cultor das ciencias bíblicas diria isto. Nada há de esotérico
ou cifrado na Biblia.

- "Sabemos que as cartas de Sao Paulo e outras partes do Novo


Testamento foram mutiladas..., mas os estudiosos da Biblia, os filólogos
e outros pesquisadores sabem onde se encontram essas falsificagóes"
(p. 113). A historia do texto sagrado pode ser reconstituida através do
exame dos manuscritos desse texto datados dos séculos II, III, IV... Em
geral, verifica-se que o texto foi bem conservado; as alteracdes devidas a
copistas podem ser detectadas, averiguando-se entáo que sao de pouca
monta.

- "No estudo das religioes comparadas e dos textos sagrados, te


mos de chegar á conclusáo de que há urna sabedoria secreta e tradicio
nal, urna ciencia oculta na base de todos os escritos antigos"(p. 6). Póde
se questionar tal afirmacáo; por certo nao é válida para a Biblia.
Em suma, J. Murphy manipula o livro do Apocalipse, tomando-o
como ocasiáo de expor idéias alheias ao pensamento do autor S. Joáo e
do Catolicismo em geral, usando de estilo e linguagem que podem fasci
nar leitores incautos.

572
Incoeréncia:

ASSIM SE JUSTIFICA O ABORTO?

O deputado Roberto Gouveia apresentou á Cámara dos Deputa-


dos o Projeto de Lei ns 21, de 2003, que visa a legalizar o aborto.
Eis o teor do decreto em pauta:

Suprime o artigo 124 do Código Penal Brasileiro.


O Congresso Nacional decreta:

Art. 19Fica suprimido o art. 124 do Decreto Lei nB 2.848, de 07 de


dezembro de 1940 (Código Penal).

Art. 2- Esta lei entra em vigor na data de sua publicagáo.


A justificativa do Projeto termina com as seguintes ponderacoes:
O artigo que (o Projeto de Lei) suprime, penaliza duramente a ges
tante que provoca aborto ou consente que outro o realize. Esta é urna
disposigao legal ultrapassada e desumana. O Código Penal data de 1940
e, nestes últimos 50 anos, nossa sociedade passou por profundas trans-
formagóes, notadamente no que se refere ao papel da muiher...
A gestante, quando provoca aborto em si mesma ou permite que
outro o faga, está tomando urna providencia extrema, que a violenta físi
ca, mental e moralmente. Pelo exposto e no sentido de reparar mais urna
entre as varias injustigas contra a muiher, conclamamos os ilustres pares
a aprovar este projeto de lei. Sala de Sessóes, de 2003. ROBERTO
GOUVEIA Deputado Federal PT/SP.

Neste texto existe urna incoeréncia. Com efeito, o deputado reco-


nhece que o aborto inflige violencia á gestante de maneira extrema e,
apesar disto, conclama seus pares para que votem em favor do aborto. O
Sr. Roberto Gouveia percebe claramente que o aborto fere nao somente
a crianca, mas também a máe. Nao seria mais razoável e humano levar
a gestacáo até o fim, deixar a crianca nascer e entregá-la a quem a pos-
sa educar? Assim seriam evitados os dois crimes que o Projeto de Lei
tenciona legalizar a fim de "beneficiar a muiher".

573
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

RELIGIÁO LUCRATIVA

O jornal CORREIO DA PARAÍBA, em sua edicáo de 3/6/03, publi-


cou um artigo um tanto maldoso, que nao deixa de refletir algo do pano
rama religioso de nossos días. Da autoría de Pereira Nóbrega, vai abaixo
transcrito:

"RSeligiáo

Quer ganhar dinheiro, muitomesmo, sem ter que pagar impostas?


Só urna coisa se exige para isso: nao tenha escrúpulos de consciéncia,
que isso nao dá lucro. E Ihe garanto que tudo será dentro da te/. Nao há
como vocé responder a processo por isso.
No Rio, no inicio dos anos 80, - diz Luís Domingues, o sociólogo
que fez a pesquisa - a cada semana se abriram 3,5 novos negocios des-
se tipo. Na década de 90, já foram 5,4 por semana. Na cidade de SP
existem advogados especializados em montar essas fábricas de lucro,
registradas nalgum Cartório de Títulos. Dou-lhe até o nome do mais co-
nhecido: o advogado Glauco Guerra.
A partir daía empresa passa a ter isengáo de Imposto de renda, de
IPTU. Pode comercializar sem pagar tributos. Arrecada doagóes e sobre
isso nao incide tributagao. E como há deputado para todas as causas,
nao faltaram alguns, conseguindo verbas para essas empresas.

Fiquei sabendo de tudo isso, nao por terceiros, por quem fui convi
dado a entrar nesse negocio. Tenho urna sobrinha, excelente
comunicóloga. Trabalhava para a Confederagáo das Industrias do RS,
quando um de seus industriáis Ihe propós nada menos que fundar urna
R$eligiáo, para ganhar dinheiro, como fez Edir Macedo, apelidado de
bispo.
Daíem diante nao pararam de se multiplicaros negocios em nome
da fé, como urna Teología da prosperidade, prometendo empregos e cu
ras. Sao vultuosos os lucros dessas empresas "em nome de Deus". Cito
algumas: "A última Embarcagao para Cristo", "Pronto Socorro de Jesús",
"A Espada de Dois Gumes", "Prepara-te", "Deus opera Maravilhas". Cada
urna dessas gastou apenas R$ 30,00 mais 3 dias para a condigáo legal
de explorar a credulidade popular.

Dizem-se todas evangélicas. E nisso vai um crime a mais. Ao movi-


mento evangélico, no Brasil e no mundo, vocé pode negar sua fé, nao a
(Continua na 3a capa)

574
Amigo, se esta revista lhe foi útil, queira difundi-la. Lembre-se
DE QUE MUITOS SEMELHANTES SOFREM DE PROBLEMAS QUE ELES NEM SABEM
EQUACIONAR POR FALTA DE DADOS BÁSICOS. PR DESEJA OFERECER MATERIA
PARA REFLEXÁO.

QUEM OBTIVER TRES ASSINATURAS NOVAS, TERÁ DIREITO Á QUARTA


ASSINATURA GRATUITA. QuEIRA POIS DESTACAR ESTA FOLHA E ENVIA-LA A
PR, caixa postal 2666, cep 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ, devi-
DAMENTE PREENCHIDA COM O NUMERARIO DA(s) ASSINATURA(s).

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575
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

FELIZ MATAL

PRÓSPERO NOVO AMO,

É O QUE CORDIALMENTE DESEJA A DIRECÁO DE PR

AOS SEUS AMIGOS.

POSSAMOS TODOS CONTINUAR A CAMINHAR JUNTOS

COMO PEREGRINOS DO ABSOLUTO, SEQUIOSOS DA

VERDADE E DO BEM!

576
índice Geral de 2003
50 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

ÍNDICE

(Os números á direita indicam, respectivamente, fascículo, ano de edigáo e página)

"A IGREJA VIVE DA EUCARISTÍA" por Joáo Paulo II 495/2003, p. 386


"A MORTE NAO EXISTE MAIS" por Heitor Sapattini 487/2003, p. 32
"A SEMENTÉ DA VITORIA" por Nuno Cobra 493/2003, p. 328
"A VIRGEM MARÍA ESTÁ MORTA OU VIVA?" por Danny Vierra .. 497/2003, p. 514
ABORTO: NAO AO 497/2003, p. 524
ASSIM SE JUSTIFICA? 498/2003, p. 574
ABSTINENCIA SEXUAL Miss América censurada 487/2003, p. 43
AQÁO CARITATIVA DE JOÁO PAULO II EM 2002 498/2003, p. 547
ACASO OU O CRIADOR? por Dr. Jobe Martín 494/2003, p. 376
ACOLITAS DA SANTA MISSA 498/2003, p. 567
ADOQÁO DE CRIANQAS POR CASÁIS HOMOSSEXUAIS 497/2003, p. 506
ALMOQO COM O PAPA (revista MARIAPOLI) 493/2003, p. 335
ALVES, DR. J. E. DOS SANTOS: RESPEITO A VIDA HUMANA ... 493/2003, p. 316
ANÍBAL PEREIRA DOS REÍS: quem foi? 496/2003, p. 452
"ANJOS CAÍDOS E AS ORIGENS DO MAL" por Elizabeth Clare .489/2003, p. 121
ANTROPOLOGÍA CATÓLICA, que ensina? 495/2003, p. 423
APÓCRIFOS: "A FAMÍLIA OCULTA DE JESÚS" (ÉPOCA) 494/2003, p. 338
"OS LIVROS PROIBIDOS" 489/2003, p. 106
ARAUTOS DO EVANGELHO: quem sao? 492/2003, p. 26
ARMSTRONG, KAREN: "UMA HISTORIA DE DEUS" 493/2003, p. 304
"AS ESCRITURAS GNÓSTICAS" por Bentley Layton 489/2003, p. 139
"AS ORIGENS APÓCRIFAS DO CRISTIANISMO" por Jacirde
Freitas Faria 494/2003, p. 359
"AS TRADICÓES" por J. Linhares e R. Silveira 496/2003, p. 446
ASSEMBLÉIA DE DEUS: ORIGEM E CARISMAS 490/2003, p. 165
ASTROLOGIA (Histórico) 492/2003, p. 255
AUTENTICIDADE DO OSSÁRIO RECÉM-DESCOBERTO? 490/2003, p. 161;
494/2003, p. 357;
495/2003, p. 432

BALANQO ECONÓMICO DA SANTA SÉ EM 2002 498/2003, p. 552


BANALIZACÁO DA COMUNHÁO 490/2003, p. 187
BARROS MARCELO, RESPOSTAA 495/2003, p. 429
BATISMO DE CRIANQAS: VALIDADE E UCEIDADE 492/2003, p. 277

578
ÍNDICE GERAL 51

BATIZAR CRIANQAS SEM O CONSENTIMENTO DOS PAÍS? 492/2003, p. 277


BELÉM OU NAZARÉ? Crítica dos Evangelhos 492/2003! p' 257
BERNARDI, IARA, Depulada. Pornografía nos comerciáis 494/2003 p 384
BIANCHI, Pe. PAOLO: "QUANDO O MATRIMONIO É NULO?" 496/2003' p' 463
BIBLIA: AIGREJA PROIBIU A LEITURA DA ? 496/2003* p 457
CONVERSANDO SOBRE OS EVANGELHOS E
SAO PAULO 491/2003, p. 237
CORPO, ALMA E ESPÍRITO? 1Ts 5,23 495/2003, p. 422
DEJERUSALÉM" Nova edicáo revista e ampliada 491/2003 p 230
INSPIRAQÁO E CANONICIDADE 492/2003' p 259
QUEM ESCREVEU A 23 CARTATESSALONICENSES?.. 491/2003Í p. 234
SAGRADA: Traducáo da CNBB Recensáo 492/2003 p 284
"TIAGO, IRMÁO DE JESÚS"? 487/2003' p 2
UMAPEDRA QUE CONFIRMA O TEXTO BÍBLICO 491/2003'p 194
BIOÉTICA que é? 491/2003! p 216
MANUAL DE BIOÉTICA: Elio Sgreccia 492/2003 p 272
BLANK, RENOLD: "ESPERANCA QUE VENCE O TEMOR" 488/2003' p 60
BLESSMANN, JOAQUIM: "O HOLOCAUSTO, PIÓ XII E OS
ALIADOS" 497/2003, p. 482
BRUXARIA: Harry Potter 488/2003, p. 92

CALENDARIO GREGORIANO: que é ? 488/2003 p 89


CARAVACA, CRUZ DE 487/2003! p. 45
491/2003, p. 237
CARRERA.CARLOS: "O CRIME DO PADRE AMARO" 489/2003 p 127
CARTA DA SANTA SÉ A FIDEL CASTRO 493/2003 p 299
CASÁIS HOMOSSEXUAIS E ADOCÁO DE CRIANQAS 497/2003' p 506
CASAMENTO MERAMENTE CIVIL PARA CATÓLICOS? 497/2003, p. 493
CASTIDADE: abstinencia sexual 487/2003, p. 43
CLARE, ELIZABETH: "Anjos caídos e as origens do mal" 489/2003' p 121
CLONAGEM: SURPRESAS 490/2003, p. 179
COBRA, NUNO: "A sementé da Vitoria" 493/2003 p 328
COMBLIN, JOSÉ: "O POVO DE DEUS" 493/2003* p 310
"COMO REZAR PELA CURA ENTRE GERAQÓES": A. Gambarini... 498/2003,' p. 563
COMUNGARDEJOELHOSOUEMPÉ? 493/2003 p 330
COMUNHÁO: BANALIZACÁO DA 490/2003* p' 187
CONFESSIONÁRIO, USO DO 493/2003! p. 336
CONFISSÁO SACRAMENTAL: SIGILO DA 488/2003 p 85
CONSCIÉNCIA, OBJEQÁO DE 494/2003* p 372
CONVERTIDOS AO CATOLICISMO 498/2003, p. 530
CORPO, ALMA E ESPÍRITO? 1Ts 5,23 495/2003, p. 422
CRIACÁO E EVOLUQÁO CONCILIAM-SE ENTRE SI? 495/2003, p. 416
CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO (revista GALILEU) 496/2003, p. 434
CRUZ, CÓNEGOA. DA: Banalizacáo da Comunháo 490/2003, p. 187
O Sacramento da Reconciliacáo 493/2003, p. 336

579
52 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

CRUZ DE CARAVACA 487/2003, p. 45


491/2003, p. 240
CURA ENTRE GERACÓES 498/2003, p. 563
"CURANDO NOSSAIMAGEM DE DEUS" por Matthew, Sheila
e Dermis Linn 496/2003, p. 476
CURAS MARAVILHOSAS E DOENCAS 490/2003, p. 172

DAMASCENO, ELIMAR MÁXIMO, DEP.: LEXICÓN DA FAMÍLIA:


(resposta a "VEJA") 495/2003, p. 394
DEMONIO: ORIGEM DO 496/2003, p. 442
DEUS AMA, PERDOA E NAO CONDENA 488/2003, p. 94
NA CIENCIA" (revista GALILEU) 496/2003, p. 434
VINGATIVO NO ANTIGO TESTAMENTO? 495/2003, p. 427
DIVORCIO, HISTORIA DE UM 487/2003, p. 16
"IGREJA CATÓLICA JÁ ADMITE" (Folha Universal).... 494/2003, p. 350
OS CRISTÁOS DIANTE DO DIVORCIO por M. Legram. 491/2003, p. 208
DOENCAS E MARAVILHOSAS CURAS 490/2003, p. 172

ECONOMÍA DA SANTA SÉ: BALANQO2002 498/2003, p. 552


EMBRIÓES, PRODUCÁO PARA FINS TERAPÉUTICOS 497/2003, p. 524
ENCOSTÓ E DESCARREGO (revista ÉPOCA) 495/2003, p. 418
"ESPERANCA QUE VENCE O TEMOR" por Renold J. Blank 488/2003, p. 60
ESPORTE E ÉTICA 492/2003, p. 272
ESPIRITO SANTO SOBRE OS APOSTÓLOS: QUANDO VEIO ? .. 489/2003, p. 117
EUCARISTÍA: Encíclica de Joáo Paulo II 495/2003, p. 386
EVANGELHOS APÓCRIFOS: que sao? 489/2003, p. 109
E SAO PAULO: páginas difíceis 491/2003, p. 237
EVOLUCIONISMO X CRIACIONISMO (revista GALILEU) 496/2003, p. 434
EXCOMUNHÁO PARAMULHERES ORDENADAS 492/2003, p. 263

FAMÍLIA. A ONU CONTRA 495/2003, p. 397


LEXICÓN OU DICIONÁRIO DA 495/2003, p. 393
OCULTA DE JESÚS (ÉPOCA) 494/2003, p. 338
FARIA, JACIR DE: "As origens apócrifas do Cristianismo" 494/2003, p. 359
FÉ E RAZÁO: Historia de um divorcio 487/2003, p. 16
SERÁ QUE ESTOU PERDENDOA FÉ? 492/2003, p. 281
FECUNDACÁO ARTIFICIAL: SURPRESAS ("O Globo") 490/2003, p. 179

580
ÍNDICE GERAL 53

FEMINISMO. A LINGUAGEM MUDA DE SENTIDO 493/2003, p. 301


FETO ANENCEFALO 497/2003 p 524
FIDEL CASTRO: CARTA DA SANTA SÉ 493/2003Í P 299

GABEIRA, DEP. FERNANDO: Prostituyo legalizada? 495/2003, p. 403


GAMBARINI. A: "Como rezar pela cura entre geracóes" 498/2003, p. 563
GNOSTICISMO E APÓCRIFOS 494/2003, p. 338 e 359;
484/2003, p. 106;
484/2003, p. 139
GRAVIDEZ ECTÓPICAOU TUBÁRIA: aspecto ético 492/2003, p. 279

HAROLD, ERIKA: Miss América 2003 censurada 487/2003 p 43


HARRY POTTER : QUE DIZER? 488/2003, p. 92
HISTORIA DE UM DIVORCIO: razio e fé 487/2003, p. 16
HITLER: PIÓ XII SERIA O PAPA DE 498/2003, p. 570
HOGE, GARY: MINHA HISTORIA DE CONVERSÁO 498/2003! P- 530
HOMEM: MACACO APERFEICOADO? (Rede Globo) 495/2003, p. 415
HOMOSSEXUAIS: ADOQÁO DE CRIANQAS 498/2003, p. 556
UNIÁO. SIM OU NAO? 498/2003, p. 555
HONORIO I: DEBATE 493/2003, p. 290
HORÓSCOPO (Astrologia): SUPERSTICÁO 492/2003, p. 252
COMPROVADAMENTE FALSO ("O GLOBO") 498/2003, p. 559

IBGE INFORMA... (Religiosidade do poyo brasileiro) 496/2003, p. 472


IGREJA A INSTITUICÁO MAIS CONFIÁVEL (enquete) 496/2003, p. 471
491/2003, p. 236
ALGUMA VEZ ACEITOU A REENCARNACÁO? 491/2003, p. 196
DO EVANGELHO QUADRANGULAR Por qué? 492/2003, p. 287
E SATANISMO (FOLHA UNIVERSAL) 497/2003, p. 497
EM RECUO: "O POVO DE DEUS" 493/2003, p. 312
INFALIBILIDADE DA 491/2003, p. 202
LIDERA 498/2003, p. 558
PROIBIU A LEITURA DA BÍBLIA? 496/2003, p. 457
IGREJA CATÓLICA: AGRESSÓES GRATUITAS 489/2003, p. 136
JÁ ADMITE O DIVORCIO" (Folha Universal) 494/2003, p. 350
"IGREJAS": MULTIPLICACÁO DE 489/2003, p. 144

581
54 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

INFALIBILIDADE DA IGREJA 491/2003, p. 202


PAPAL: a discutida questáo do Papa Honorio 1.493/2003, p. 290
INQUISIQÁO ESPANHOLA 488/2003, p. 76
INSPIRACÁO E CANONICIDADE 492/2003, p. 259
INSTINTO E INTELIGENCIA: diferencas 488/2003, p. 66
INVASÁO DE TÉRRAS: Joáo Paulo II 492/2003, p. 276
IRMÁOS SEPARADOS ILUDEM FIÉIS CATÓLICOS 491/2003, p. 224
IURD: PASTOR PROTESTANTE PROTESTA 497/2003, p. 521
VON HELDE CONVERTIDO? ... 497/2003, p. 522

"O JESÚS HISTÓRICO" por G Theissen e A. Mertz 490/2003, p. 157


"JESÚS CRISTO, O PORTADOR DA AGUA VIVA" :(NOVAERA) .494/2003, p. 344
E BELZEBU. SATANÁS E DEMONIOS" por Alberto Maggi. 496/2003, p. 439
FAMÍLIAOCULTA 494/2003, p. 338
QUEM FOI? (revista "Superinteressante") 489/2003, p. 97
JOÁO NEPOMUCENO, SAO; MÁRTIR 488/2003, p. 85
JOÁO PAULO II: "A IGREJA VIVE DA EUCARISTÍA" (Encíclica) .. 495/2003, p. 386
AQÁO CARITATIVA EM 2002 498/2003, p. 547
CIDADÁO ROMANO 489/2003, p. 143
E RECONCILIAQÁO SACRAMENTAL 493/2003, p. 336
"O ROSARIO DA VIRGEM MARÍA" 490/2003, p. 146
JUDEUS POR JESÚS (Movimento) 498/2003, p. 543

KAREN, ARMSTRONG: "UMA HISTORIA DE DEUS" 493/2003, p. 304


KVITIZ, RENE: "LADEIRA ABAIXO. A DECADENCIA DO
CRISTIANISMO" (revista Eclésia) 489/2003, p. 112

"LADEIRA ABAIXO. A DECADENCIA DO CRISTIANISMO"


(revista "Eclésia") 489/2003, p. 112
LAYTON, BENTLEY: "As Escrituras gnósticas" 489/2003, p. 139
LEGRAIN, MICHEL: "OS CRISTÁOS DIANTE DO DIVORCIO" 491/2003, p. 208
LEONARD, GRAHAM. Ex-bispo anglicano convertido 497/2003, p. 489
LEXICÓN OU DICIONÁRIO DA FAMÍLIA: (resposta a "VEJA") 495/2003, p. 393
LIGAQÁO GRATUITA COM OS MORTOS? 489/2003, p. 135
LINGUAGEM MUDA DE SENTIDO 493/2003, p. 301
LINHARES, J E R. SILVEIRA: "AS TRADIQÓES" 496/2003, p. 446
LINNEDENNIS: "Curando a nossa imagem de Deus" 496/2003, p. 476

582
ÍNDICE GERAL 55

MACUMBA INOCUA 491/2003, p. 227


MAGGI, ALBERTO: "Jesús e Belzebu. Satanás e Demonios" 496/2003, p. 439
MAGIA, BRUXARIA, SATANISMO Harry Potter 488/2003, p. 92
"MANUAL DE BIOÉTICA": TRANSEXUALISMO por Elio Sgreccia .... 491/2003, p. 216
ESPORTE E ÉTICA 492/2003, p. 272
MARÍA ONIPRESENTE E ONIPOTENTE ? 487/2003, p. 13
PODE SER MÁE DE DEUS ? 487/2003, p. 15
VIRGINDADE PERPETUA 487/2003, p. 7
"MASTURBACÁO: DE PECADO A REMEDIO" (revista "Veja") 497/2003^ p. 509
MATERNIDADE VIRGINAL DE MARÍA 487/2003, p. 7
MATRIMONIO: HISTÓRICO 497/2003Í p. 494
NULIDADE DO 496/2003, p. 463
MENINAS ACOLITAS DA SANTA MISSA 498/2003, p. 567
MESSIANISMO DE CORRENTES RELIGIOSAS
NORTE-AMERICANAS (panfleto adventista) 497/2003, p. 514
MISS AMÉRICA 2003 CENSURADA 487/2003, p. 43
MISSA: MENINAS ACOLITAS 498/2003, p. 567
POR BANDIDOS FALECIDOS 493/2003, p. 323
OU PARA LITURGIA DOMINICAL? 490/2003, p. 155
MORTE: "A MORTE NAO EXISTE MAIS" por H. Sapattini 487/2003 p. 32
DOS ANIMÁIS 488/2003, p. 65
SENTIDO CRISTÁO 487/2003, p. 34
MORTOS: LIGAQÁO GRATUITA 489/2003, p. 135
MOTEL TRABALHAR EM 492/2003, p. 255
MULHER: CONTROVERSIA SOBRE 496/2003, p. 446
MULHERES NOS COMERCIÁIS Dignidade humana 494/2003, p. 384
ORDENADAS E EXCOMUNGADAS 492/2003, p. 263
492/2003, p. 266
MULTIPLICACÁO DE "IGREJAS" 489/2003, p. 144
MURPHY, JOSEPH: "O PODER DAORAQÁO" 498/2003, p. 571

NEO-PENTECOSTALISMO PROTESTANTE: ORIGEM 490/2003. p. 165


NETO, HENRIQUE BORK (Pastor convertido) 497/2003, p. 487
NOVA ERA: CONCEITO 494/2003, p. 344

"O CRIME DO PADRE AMARO" filme. Carlos Carrera 489/2003, p. 127


"O FOGO E O PÉNDULO" Filme sobre Inquisicáo espanhola 488/2003, p. 76

583
56 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

"O HOLOCAUSTO, PIÓ XII E OS ALIADOS" por J. Blessmann 497/2003, p. 482


"O JESÚS HISTÓRICO" por Gerd Theissen e Annette Merz 490/2003, p. 157
"O PODER DA ORAQÁO" por Joseph Murphy 498/2003, p. 571
"O POVO DE DEUS" por José Comblin 493/2003, p. 310
"O ROSARIO DA VIRGEM MARÍA" (Joáo Paulo II) 490/2003, p. 146
"OSENHOR DOSANÉIS" porJ. R. R. Tolkien 494/2003, p. 365
"OS CRISTÁOS DIANTE DO DIVORCIO" por Michel Legrain 491/2003, p. 208
"OS LIVROS PROIBIDOS" (revista "GALILEU") 489/2003, p. 106
OBJECÁO DE CONSCIÉNCIA que é? 494/2003, p. 372
ONU CONTRA A FAMÍLIA 495/2003, p. 397
ORAQÁO UNIVERSAL: Papa Clemente XI 488/2003, p. 96
segundo J. Murphy 498/2003, p. 571
ORDENAQÁO DE MULHERES. O "NAO" É DEFINITIVO 492/2003, p. 266
ORÍGENES, ORIGENISMO E REENCARNACÁO 491/2003, p. 197
OSSÁRIOTIDO COMO FALSO 494/2003, p. 357
495/2003, p. 432

PAÍSES MAIS HONESTOS E PAÍSES MAIS CORRUPTOS 490/2003, p. 190


PALAVRA ORAL E PALAVRA ESCRITA 487/2003, p. 11
PAPA, ALMOCO COM 493/2003, p. 335
CIDADÁO ROMANO 489/2003, p. 143
HONORIO I (625-638): Infalibilidade papal. Controversia... 493/2003, p. 290
PARA LITURGIA DOMINICAL OUMISSA? 490/2003, p. 155
PASTOR PROTESTANTE PROTESTA 497/2003, p. 521
PEDRA QUE CONFIRMA O TEXTO BÍBLICO 491/2003, p. 194
PENTECOSTAUSMO E CURAS 490/2003, p. 172
PENTECOSTÉS: DEBATE 489/2003, p. 117
PEREIRA, PE. NEY BRASIL: BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova Ed... 491/2003, p. 230
SAGRADA.. Traducáo da
CNBB. Recensio....492/2003, p. 284
PIÓ XII: "O HOLOCAUSTO, PIÓ XII E OS ALIADOS" 497/2003, p. 482
O PAPA DE HITLER? 498/2003, p. 570
O SILENCIO DE 493/2003, p. 334
POLÉMICA CEGA: Agressóes á Igreja Católica 489/2003, p. 136
PONTIFICIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA: Lexicón ou
Dicionário da Familia (resposta a "VEJA").... 495/2003, p. 393
PORNOGRAFÍA NOS COMERCIÁIS (dignidade humana) 494/2003, p. 384
PRESERVATIVOS: DEBATE 497/2003, p. 502
PROPHET, ELIZABETH CLARE: "Anjos caídos e as origens do mal" 489/2003, p. 121
PROSTITUIQÁO LEGALIZADA? 495/2003, p. 403
PROTESTANTES MASSACRADOS NO BRASIL? 488/2003, p. 82
CONVERTEM-SEAO CATOLICISMO 497/2003, p. 487
498/2003, p. 530

584
ÍNDICE GERAL 57

"QUANDO O MATRIMONIO É NULO?" por Pe. Paolo Bianchi 496/2003 p 463


"QUE ACONTECE COMIGO?" 491/2003, p. 227
"QUEM FOI JESÚS?" (revista "Superinteressante") 489/2003^ p. 97

RAZÁO E FÉ: HISTORIA DE UM DIVORCIO 487/2003 p 16


RECONCILIAQÁO SACRAMENTAL (Joáo Paulo II) 493/2003Í p. 336
REENCARNAQÁO: A IGREJAALGUMA VEZACEITOU ? 491/2003^ p. 196
EXISTE? 491/2003Í p. 229
EXPLICA O SOFRIMENTO DAS CRIANCAS. 488/2003 p 57
RELIGIÁO LUCRATIVA 498/2003, p. 574
RELIGIOSIDADE DO POVO BRASILEIRO: IBGE INFORMA 496/2003, p 472
RESPOSTAA MARCELO BARROS 495/2003, p 429
ROBERTO CARLOS, A NOVA FACE ("O Globo") 490/2003^ p. 184
ROSARIO DA VIRGEM MARÍA (Joáo Paulo II) 490/2003, p. 146
ROSSI, CARDEALAGNELOem "o Jornal Batista" 496/2003^ p. 453
RUBERT, PE. ARLINDO: "TUDO SOBRE OS PAPAS" 496/2003^ p. 475
E CALVINISTAS FRANCESES 488/2003, p. 82

SACRAMENTO DA RECONCILIACÁO 493/2003, p. 336


SANTA SÉ: BALANCO ECONÓMICO EM 2002 498/2003^ p. 552
CARTA A FIDEL CASTRO 493/2003, p. 299
SAPATTINI, HEITOR: "A morte nao existe mais" 487/2003, p. 32
SATANISMO E IGREJA (FOLHA UNIVERSAL) 497/2003, p. 497
HARRY POTTER 488/2003, p. 92
SCHOOYANS.MONS.MICHEL: AONU CONTRAAFAMÍLIA 495/2003, p. 397
"SE DEUS AMA, ELE PERDOA E NAO CONDENA" 488/2003, p. 94
SEXO SEGURO? por Dr. Jacques Suaudeau 497/2003, p. 502
SGRECCIA, ELIO: "Manual de Bioética". Transexualismo 491/2003, p. 216
ESPORTE E ÉTICA 492/2003, p. 272
SIGILO DA CONFISSÁO SACRAMENTAL 488/2003, p. 85
SILENCIO DE PIÓ XII 493/2003, p. 334
SINCRETISMO RELIGIOSO: CRUZ DE CARAVACA 487/2003, p. 45
SOFRIMENTO: DAS CRIANQAS 488/2003, p. 57
POR QUE OS BONS SOFREM ? 488/2003, p. 50
SORTE POSTUMA DOS ANIMÁIS INFRA-HUMANOS 488/2003, p. 65
SUAUDEAU, DR. JACQUES: Sexo seguro? 497/2003, p. 502
SUPERSTICÓES E MARAVILHAS (falsa religiosidade) 492/2003, p. 242

585
58 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

TELEFONE PARA O ALÉM? 489/2003, p. 131


TESSALONICENCES, 2a CARTA: Quem escreveu? 491/2003, p. 234
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E TRANSFUSÁO DE SANGUE 494/2003, p. 376
THEMIS, IRMA: CONVERTIDA AO CATOLICISMO 498/2003, p. 537
"TIAGO, IRMÁO DE JESÚS"? 487/2003, p. 2
TOLKIEN, J. R. R: "O SENHOR DOSANÉIS" 494/2003, p. 365
TOMÁS DE AQUINO: "CONTROVERSIA SOBRE A MULHER" 496/2003, p. 446
TORQUEMADA, TOMÁS DE: Inquisicáo espanhola 488/2003, p. 76
TRABALHAR NUM MOTEL: SIM OU NAO? 492/2003, p. 255
TRADICÁO DIVINO-APOSTÓLICA E TRADIQÓES 496/2003, p. 447
"TRADigÓES" por Linhares e Silveira 496/2003, p. 446
TRANSEXUALISMO: que é? 491/2003, p. 216
TRANSFUSÁO DE SANGUE E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ 494/2003, p. 376
TUDO SOBRE OS PAPAS" por Arlindo Rubert 496/2003, p. 475

"UMA HISTORIA DE DEUS" por Karen Armstrong 493/2003, p. 304


UNIÓES HOMOSSEXUAIS: SIM OU NAO? 498/2003, p. 555

VALDÉS, PE. ARIEL ALVAREZ: "Quando veio o Espirito Santo


sobre os apostólos?" 489/2003, p. 117
VENERAR E ADORAR NA TEOLOGÍA CATÓLICA 496/2003, p. 447
VIDA HUMANA, RESPEITOÁ 493/2003, p. 316
E MORTE DOS PEQUENINOS 497/2003, p. 524
VIRGINDADE PERPETUA DE MARÍA: significado 487/2003, p. 7
"VOCÉ É UMA ILUSÁO" (revista Galileu) 487/2003, p. 27

ZOLLI, ISRAEL: CONVERTIDO AO CATOLICISMO 498/2003, p. 541

586
ÍNDICE GERAL 59

EDITORIAIS

A MULHER ETERNA 491/2003, p. 193


"CARPE DIEM..." 487/2003, p. 2
"EU VIM PARA QUE TENHAM A VIDA" (Jo, 10,10) 490/2003, p. 145
"QUANDO SOU FRACO, ENTÁO É QUE SOU FORTE"(1Cor 12,10) 494/2003, p. 337
O GEMIDO DO UNIVERSO (Rm 8,19-28) 496/2003, p. 433
O MISTERIO DA CRUZ 489/2003, p. 97
"RECONHECIDO COMO HOMEM..." (Fl 2, 7) 498/2003, p. 529
"SENHOR, JÁ É TEMPO DE NOS VERMOS" (Sta. Teresa de Ávila). 497/2003, p. 481
"SENHOR.TU SABES TUDO..." (Jo 21,17) 493/2003, p. 289
"TU ME MOVES, MEU DEUS..." 492/2003, p. 241
"VIGIAI" (Me 13,37) 488/2003, p. 49
"VOSSOS CORPOS... HOSTIA VIVA, SANTA" (Rm 12,1) 495/2003, p. 385

LIVROS APRECIADOS

AQUINO, FELIPE: A Igreja 490/2003, p. 192


Falsas doutrinas. Seitas e Religióes 490/2003, p. 192
Teología da Libertado 490/2003, p. 192
BARREIRO, ALVARO, S.J. Assumiu a nossa carne e
acampou éntrenos 489/2003, p. 134
BATTISTINI, F.: Aberracóes humanas, "evangélicas" e
"domésticas" 488/2003, p. 56
Espirito Santo, "O dom de Deus" 491/2003, p. 223
Primeiro encontró 494/2003, p. 381
BECKHÁUSER, FREÍ ALBERTO, OFM: Viver o Ano Litúrgico.... 496/2003, p. 470
CASTANHO, AMAURY: Evangelizacáo da Cidade. Desafios 496/2003, p. 471
CERFAUX, LUCIEN: Cristo na Teología de Sao Paulo 496/2003, p. 456
CHESTERTON, G.K.: Sao Francisco de Assis. (Aespiritualidade da
paz) Santo Tomás de Aquino.(As complexidades da razáo)... 498/2003, p. 552
CODA, PIERO entrevistado por Severino Gaeta: Na Luz do Pai.. 492/2003, p. 280
COELHO, FLORA SIMONETTI: Joaquim de Fiore. A vida: a
obra e o pensamento 489/2003, p. 138
COLLANTES, S.J., Pe. JUSTO: A Fé Católica. Documentos do
Magisterio da Igreja 498/2003, p. 569
FARIA, JACIR DE FREITAS, (org): Historia de Israel e as
pesquisas mais recentes 492/2003, p. 262
FROSSARD, HENRI: Há um outro mundo 497/2003, p. 501
GRINGS, DADEUS: A Ortopráxis da Igreja 491/2003, p. 215
GROESCNEL C.R.C. BENEDICT: Do escándalo á esperanca ....494/2003, p. 383
HAIGHT, ROGER: Jesús, Símbolo de Deus 493/2003, p. 327
LEGRAIN, MICHEL: Os cristáos diante do divorcio 489/2003, p. 130

587
60 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 498/2003

McGALEU, JOÁO BATISTA: A Palavra e a rosa 488/2003, p. 88


MEGALE, NILZA BOTELHO: Nossa Senhora. Invocares da
Virgem María 490/2003, p. 164
MILES, JACK: Cristo, urna Crise na Vida de Deus 497/2003, p. 513
MORAVSKY, Pe. VIESLAU: As imagens na Biblia e na Igreja ....490/2003, p. 186
MOURA, JAIME FRANCISCO DE: Por que estes ex-protestantes
se tornaram católicos? 495/2003, p. 432
NASINI, GINO: Um Espinho na Carne 491/2003, p. 226
NOGUEIRA, MARÍA EMMIR OQUENDO: Ao amor da minha vida... 494/2003, p. 381
Wlulherque muitoamou 494/2003, p. 381
Tecendo o fio de ouro 494/2003, p. 381
PARISOTTO, FR. MAURÍLIO: Santíssima Trindade e voc§,
homem e mulher 496/2003, p. 474
ROCHA, Pe. JOÁO: Educar, a Arte das Artes 490/2003, p. 189
RUBÍN, ACHYLLE ALEXIO: Minha Pequeña Filósofa, Minha
Pequeña Filosofía 497/2003, p. 520
SESBOÜÉ, BERNARD, S.J.e JOSEPH WOLINSKI: O Deus
da Salvacáo 497/2003, p. 523
ZILLES, URBANO : Os Evangelhos Apócrifos 490/2003, p. 178

A ALAVANCA PARA LEVANTAR O MUNDO

"UM SABIO DISSE: 'DAI-ME UMA ALAVANCA E UM PONTO DE


APOlO, E EU LEVANTAREI O MUNDO'. O QUE ARQUIMEDES NAO CON-
SEGUIU, PORQUE SEU PEDIDO NAO SE DIRIGÍA A DEUS E PORQUE
ERA FEITO DO PONTO DE VISTA MATERIAL, APENAS OS SANTOS O
CONSEGUIRAM EM TODA A SUA PLENITUDE. O TODO-PODEROSO LHES
DEU POR PONTO DE APOlO ELE MESMO, E SÓ ELE. DEUS CONCEDEU-
LHES POR ALAVANCA A ORACÁO, QUE ABRASA COM UM FOGO DE
AMOR; E FOl ASSIM QUE ELES LEVANTARAM O MUNDO. É ASSIM QUE
OS SANTOS AÍNDA MILITANTES O LEVANTAM E QUE ATÉ O FIM DO
MUNDO OS SANTOS VINDOUROS O LEVANTARÁO TAMBÉM".

(SANTA TERESINHA DO MENINO JESÚS)

588
(Continuagáo da p. 574)

honestidade de seus pastores ou a seriedade de sua Teología. Formáis que se coloquen)


dentro da leí, desconfio que esses exploradores da fé cometem crime contra a economía
popular. Fica essa sugestáopara os evangélicos.

Nao foipensamento do Cristo fazercristáos privilegiados, isentos de carencias. Salvou-


nos pela cruz, nao nos salvou da cruz. A qualquer um desses picaretas da fé, prefiro Marx, o
ateu. Teve seus erros sim. Mas foi sincero no que pensou, arriscou-se pelos pobres, desejou
uma humanidade igual, como Cristo a desejou. Apenas errou nos meios quepreconizou".

Estéváo Betténcourt O.S.B.

Nova Edicáo da Regra de Sao Bento

"Apresentamos com satisfacao a 3* edicáo


da Regra de Sao Berito, na traducao de Dom
Joao Evangelista Enout, OSBft 1993). Como a
traducao anterior, esta é uma edicáo bilingüe. Uma
traducao já meio clássica, caractcrizando-se pela
fidelidade ao texto latino. Atravcs déla varias
geracócs de monges, oblatos, estudiosos do
mundo beneditino, aquí no Brasil tcm lido a Santa
Regra.
Que esta 3a edicáo da Santa Regra seja,
como as anteriores, um valioso auxilio para que
este venerável documento seja mais c mais
conhecido, amado e vivido, em nosso país." (Dom
José Pcilmeim Alendes, OS'B)

A Regra de Sao Bento é um dos textos mais notáveis c veneráveis da tradicao crista.
Desde Sao Gregorio Magno até Joáo Paulo II, inúmeros foram os papas e bispos, sabios e
santos que expressaram sua admiracao por este documento do scculo VI que compendia as
melhores esséncias do Evangelho e da tradicao patrística e monástica e que foi a origem da
vida religiosa na Europa Ocidental. Na Idade Media foi a "Charta Magna" do monaquismo,
a Regra por excelencia. Constituiu o grande instrumento de santificacao para uma multidao
inumerável de almas ate os nossos dias. Foi louvada sua simplicidade, sua discricáo, sua
adaptalidade, seu equilibrio, seu grande humanismo, junto com um grande sobienaturalismo,
sua perfeita consonancia com o Evangelho. A admiracáo de certos Concilios pela "Santa
Regra" foi tao grande que a consideraran! como inspirada pelo Espirito Santo (Concilio
franco de 825; Concilio de Douzy de 874).
213 págs-RS 19,00
Atendemos pedidos em nosso site www.lumenchristi.com.br ou pelo reembolso postal.
Importante Lanqamento

Esta obra, sem similar no


Brasil, contém, em traducao
portuguesa os documentos do
Magisterio da Igreja referentes á
Fé Católica.
Traducáo do prof. Paulo
Rodrigues, cotejada com os
_ Jmtfo Otll
ii
origináis em latim e grego e A FÉ CATÓLICA
atualizada com 19 documentos j VkKumenttado'Magftttrioda'ígnia)

chegando-se até á Declaracáo


"Dominus Iesus"(2000).
Criarlo mtíttlea i* AWgnfl TttxHgua

"AFéCatóHca- Documentos do Magisterio da ignja. Das origens aos nossos dias", é de autoría do Pcjusto
Collantes, SJ, professor de Eclesiologia na Faculdade de Teología de Granada, Espanha. Foi publicada
originalmente pela prestigiosa B. A.C. -Biblioteca de Autores Cristianos. O autor antes de falecer, em 2000,
enviou urna Apresentacao especial para a edicao brasileira. O teólogo Candido Pozo, S.J., explica que "trata-se
de um Denzinger", mas com os documentos em ordem sistemática e nao só cronológica e com introducóes
históricas para cada documento.

O livro trata dos seguintes temas: Fé e razáo, As fontes da revelacao, Deus criador, Cristo Salvador, María
na obra da salvacao, Deus revelado por Cristo, A Igreja, A graca, Os sacramentos, As realidades escatológicas,
Símbolos da fé católica. Sobrecapa com texto de Dom Estévao Bettencourt, O.S.B. e Prefacio do Pe. Ingo
Dollinger, éx-reitor do Institutum Sapientiae, de Anápolis, da Ordem dos Cónegos da Santa Cruz.

Edtfóes Lumen Christi- Rio de Janeiro/2003. Vormato: 14 x 21 cm. 1.345 páginas.


Ptvfo do volttme: RS 90,00 - 20% de descontó para pedidos de Dioceses e Seminarios (mais
de 2 exemplares) e 10% de descontó para pedidos de sacerdotes, seminaristas e religiosos.
Pedidos em nosso site ivnnv.lumenchristi.com.br,pelo e-mailhtmen.christe@osb.org.br o»
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