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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Professora: Dra. Solyane Silveira Lima
Disciplina: História e Educação
Discente: Lucas Gesteira Ramos da Silva Data: 14 de Novembro de 2019

Referência bibliográfica: CARVALHO, Marta Maria Chagas de. A Escola e a República. São
Paulo: Brasiliense. 1989.

Objeto de pesquisa: “o processo de redefinição do estatuto da escola na ordem republicana.” (p. 8)

Objetivo: “elucidação do projeto político-pedagógico formulado nos anos 20, ao calor do chamado
entusiasmo pela educação”. (p. 8)

Hipóteses: “o abandono na ênfase na difusão do ensino, registrado por Vanilda Paica, não significou
uma despolitização do campo educacional mas, ao contrário, sua politização em novos termos.
Compreender esse desdobramento requer que se compreenda o aparecimento do entusiasmo pela
educação e sua transformação no otimismo pedagógico em termos que possibilitem evidenciar o
sentido da repolitização operada.” (p. 52 e 53)

Metodologia: contextualização histórica do objeto estudado por meio da obra de outros historiadores
e análise crítica dessas obras à luz das fontes.

Fontes: Cartas abertas a políticos e pedagogos; anais e discursos de abertura de conferências de


educação; discursos-programa da ABE; relatórios apresentados a políticos.

Principais conceitos utilizados pela autora:

Trabalho: segundo Vicente Licínio Cardoso “é um complexo: energia, ação e produção. Complexo é
o conjunto de condições que uma sociedade deve satisfazer para o estabelecimento desta organização
do trabalho livre do homem: Instrução (Energia); Liberdade (Ação); Ordem (Produção).” (p. 18)

Entusiasmo Pedagógico: “importância atribuída à educação, constituída como o maior dos problemas
nacionais, de cuja solução adviria o equacionamento de todos os outros.” (p. 47)

Otimismo Pedagógico: aquilo que “manteria, do entusiasmo, a crença no poder da educação, não de
qualquer tipo de educação, enfatizando a importância da nova pedagogia na formação do homem
novo.” (p. 48)

Principais conclusões da autora:

“Dependendo de sua qualidade, a educação foi explicitamente valorizada, como instrumento político
de controle social.” (p. 50)

“Amplamente forjada por rituais de constituição de corpos saudáveis e de mentes e corações


disciplinados, a educação cívica era garantia de que a educação não viesse a tornar-se fator de
desestabilização social. Porque a instrução pura e simples era, como a entendia Heitor Lyra da Silva,
“uma arma” e, “como toda arma”, “perigosa”. Colocá-la nas mãos da população requeria medidas
que preparassem quem a recebesse “para manejá-la benfajezamente para si e para os outros. (Missão
Educacional) Educação do sentimento, dos gestos, do corpo e da mente, assim se diferenciava a
educação integral preconizada da instrução pura e simples, arma perigosa.”
“A ênfase no papel formativo da escola secundária - que foi a tônica das críticas, tão correntes no
período, do caráter exclusivamente propedêutico desta escola - era modulada pelo interesse de homo
geneizar uma mentalidade nos seus bancos, assegurando-se com isto uma ação concertada dessas
elites sobre toda a sociedade.” (p. 64)

“Prisioneiro do imaginário naturalista, o discurso opera uma interpretação em que toda a sociedade é
contaminada pela sujeira, pela doença e pelo vício. Nela, a imoralidade da alta sociedade aparece
como sintoma da contaminação da sujeira da classe operária. A imoralidade dos costumes citadinos
passa a ser, desta maneira, o ponto de incidência principal do “projeto de organização social” de
Amélia de Rezendes Martins." (p. 76)

“Nas iniciativas que marcam a presença da ABE na cidade do Rio de Janeiro na década de 20,
evidencia-se propósito similar ao de D. Amélia: o de tornar mais abrangente e eficiente a ação escolar
no disciplinamento do cotidiano citadino.” (p. 76)

Comentário pessoal: detestei o texto. Achei-o extremamente monótono, por vezes repetitivo e
muitas vezes prolixo. Sinto que a autora poderia ter dito o que disse com muito menos palavras e de
formas mais interessantes. Outro problema pra mim foi a forma que a autora coloca as referências no
corpo do texto, que muitas vezes não cita o ano da obra e algumas vezes nem seu nome. Isso me
incomodou bastante pois por vezes e em alguns momentos pensei que a autora havia deixado de
colocar suas referências. Depois fui compreender que se tratava da forma como ela referenciou.

Palavras-chave: educação; república; escola-nova; Associação Brasileira de Educação; controle


social.

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