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Segundo Cavalieri Filho, a norma quando eficaz produz normalmente efeitos positivos, e a eficácia é o
principal desses efeitos, mas, além dela o autor cita:
a) Função de controle social – É exercida pelo direito primeiramente pela prevenção geral, sendo uma
coação psicológica, ou seja, uma intimidação exercida por todos.
Também é exercida pela prevenção especial, ou seja, isolamento do transgressor do meio social, ou a
aplicação de uma pena pecuniária (multa), visando ajustar sua conduta às condições existenciais. O
próprio Estado, a sociedade como um todo, sofre esse controle do direito quanto à sua conduta, tanto
assim que não pode punir sem que alguém tenha praticado um fato típico (uma ação ou omissão que
provoca um resultado, que é contrário ao direito), não pode apoderar-se da propriedade de quem
quiser, a não ser através dos meio constitucionais.
b) Função educativa – Certos assuntos passam a ser mais conhecidos do grupo social depois de serem
disciplinados pela lei. Isso é assim, porque a lei, antes de ser tornar obrigatória, tem que ser divulgada,
publicada, e assim, à medida que vai se tornando conhecida pelo grupo, também vai educando e
esclarecendo a opinião pública.
c) Função conservadora da norma – As normas jurídicas tutelam determinados bens da vida social, que
se transformam em jurídicos quando recebem a proteção do direito. Não somente os bens, mas
também instituições recebem esta proteção jurídica, como é o caso das famílias e do próprio Estado.
A função conservadora do direito está vinculada também ao caráter estático que ele representa ao
garantir a manutenção da ordem social vigente. Isto pode significar a perpetuação do atraso. Daí a
importância do direito ser visto ao mesmo tempo, como instrumento de transformações sociais.
d) Função transformadora da norma – Muitas vezes, em função das necessidades objetivas, a norma
estabelece novas diretrizes a serem seguidos, fixa novos princípios a serem observados em certas
questões, para tanto determina a realização de certas modificações. A sociedade então, a fim de
cumprir a lei, tem que se adequar, equipar, aparelhar e assim, aos poucos, vai operando sensíveis
transformações em seu meio.
Conciliação – Constitui negócio jurídico por meio do qual se extingue um conflito entre as partes. Tem
natureza contratual e pode ser judicial ou extrajudicial.
Renúncia – Configura meio de resolução de conflitos coletivos, à medida que efetiva a pacificação do
litígio. É o ato unilateral e implica alguém abrir mão de um direito, dotado de certeza jurídica que lhe
pertença.
O processo judicial cada vez mais se revela como um fato de acirramento de ânimos e não de
pacificação. A decisão, unicamente como um comando, coloca as partes nas posições de vencedor e
vencido, ganhador e perdedor, vitorioso e derrotado, não promovendo a paz almejada, razão pela
qual, a própria sociedade busca formas não judiciais do modelo de composição jurisdicional para a
resolução dos conflitos.
Exemplo – Segundo a matéria ‘‘De acordo com projeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça, deve
chegar à marca de 114,5 milhões o número de processos em tramitação na Justiça brasileira em 2020
se a quantidade de ações continuarem superando a capacidade do Poder Judiciário de julgar.
A previsão é de que 36,37 milhões de novas ações sejam propostas em 2020. Ainda segundo a
entidade, um estoque composto por outros 78,13 milhões de processos chegará ao início do mesmo
ano sem julgamento.
Enquanto isso, a União Europeia promove ativamente modos de resolução de litígios como, por
exemplo, a mediação, obrigatória desde 2012. A Diretiva ‘’mediação’’, que diz respeito à mediação em
matéria civil e comercial, de maio de 2011, está agora sendo aplicada nos Estados-Membros europeus.
O Sistema Eleitoral
O sistema no Brasil era censitário (baseado na renda ou na escolaridade), o voto era indireto (os
eleitores municipais indicavam os eleitores da província) e a descoberto, o que facilitava a fraude e
legitimava a exclusão social.
Voto Distrital – Sistema de escolha do candidato no qual este tem que morar em um distrito eleitoral,
região definida por espaço geográfico pré-estabelecido, não podendo colher votos em todos os
distritos, visando mais proximidade do eleitor com o eleito, mais fiscalização e menos candidatos no
momento da escolha, para facilitar o conhecimento da vida do candidato pelo eleitor.
Voto Distrital Puro – Todos os candidatos na eleição proporcional (deputados estaduais e federais) são
escolhidos somente entre os candidatos de uma determinada região (ou distrito) eleitorais, que devem
possuir, obrigatoriamente, domicílio eleitoral nessa região (perto do eleitor), e são escolhidos de
forma majoritária (o mais votado, por exemplo). Nesse sistema não existe o voto para deputados de
fora da região do eleitor e não se facilita a representação por categorias homogêneas de interesses,
tendendo-se a diminuição de partidos políticos.
Voto Distrital Misto – Parte das vagas é escolhida pelo sistema distrital e a outra é escolhida pelo
sistema atual (proporcional), de forma que o eleitor tem acesso a uma escolha de representante da
sua região, e também, pode votar em um candidato que represente uma área política de seu interesse,
como, por exemplo, um projeto nacional, uma proposta de trabalho de amplo alcance, não só loca,
como um candidato nacionalista, a favor da segurança, meio ambiente, etc., ou o que defenda
políticas sociais e ideologias específicas, como o trabalhador, o empresário, a igualdade racial, direitos
civis, consumidor, relações homoafetivas, ambientalistas, socialistas, etc., tendendo-se a manter um
pluripartidarismo para defender tais grupos de interesses coletivos fragmentados.
Efeitos e vantagens do Voto Distrital – Como pelo voto distrital o candidato só pode pedir voto na
região onde mora, ele não some depois das eleições – fica sempre e obrigatoriamente perto do eleitor.
Assim, o eleito pode ser mais bem conhecido, melhor fiscalizado e mais cobrado, durante e, após as
eleições. Como o voto distrital a sobrevivência política depende de alianças fortes, permanentes, e
honestas, a serem traçadas com uma comunidade de eleitores de tamanho menor, constante,
imutável, fixa, o que torna mais difícil o enganar e o ludibriar, o que, por sua vez, é uma qualidade
ótima para o eleitor e péssima para o mau político. Justamente por tal modernidade e por ser tão
eficiente (do ponto de vista do interesse do eleitor) é que nossos políticos (em maioria) ainda fogem
do voto distrital. Justamente o que os políticos atuais querem evitar, é ter que prestar, de verdade,
contas do que fazem, para o seu eleitorado, já que um grupo menor de leitores (só os eleitores de seu
distrito) é mais difícil de ser enganado e manipulado indevidamente do que o eleitorado de todo o
Estado da federação.
b) Escola Pluralista – O Pluralismo jurídico surge com uma alternativa em virtude da insuficiência da
crítica jurídica tradicional. Levanta a possibilidade da existência de uma pluralidade de ordenamentos
em um mesmo espaço temporal e geográfico.
A crítica do Direito de acordo com a tradição se preocupou em mostrar os efeitos do Direito como
instrumento de dominação. O Pluralismo considera que todo grupo social de certa consistência ou
expressão pode criar normas de funcionamento, as quais ultrapassando o caráter de simples
regulamentos adquirem o alcance de verdadeiras regras jurídicas. O advento do Direito
Alternativo busca resgatar a possibilidade transformadora do jurídico, colocando- a serviço da
libertação, naquelas sociedades marcadas pela desigualdade e pela exclusão social.
O direito quando na sua função de composição de conflitos atua, então, na medida em que a
capacidade persuasiva de suas normas reguladoras de conduta (sua função reguladora) não determina
os efeitos esperados. Aí, os interesses antagônicos findam por não poder chegar a um acordo por si
mesmo. Neste caso, o direito indica normas para conter os conflitos. Ou seja, o direito não busca fazer,
radicalmente, que o conflito desapareça, mas traz para si o conflito e indica um tratamento possível,
sempre o mantendo sob seu controle.
Por fim, é relevante apontar que surgiram, nas últimas décadas, as chamadas formas "alternativas" de
resolução de conflitos, isto é, sujeitos e órgãos que funcionam paralelamente aos órgãos jurisdicionais
que o direito estatal formalmente designou para a resolução jurídica dos conflitos.
b) Critério autoritário – cabe ao chefe do grupo o poder de compor os conflitos de interesses que
ocorrem entre os indivíduos que se encontram sob a sua autoridade. Normalmente a autoridade lança
mão do seu foro íntimo, do próprio senso de Justiça, do que lhe guia a consciência, para desempenhar
a tarefa de compor conflitos.
Forma antiga de composição de conflitos nas sociedades antigas. Um exemplo famoso deste tipo de
composição de conflitos é a chamada justiça salomônica, eternizada na célebre fórmula usada pelo Rei
Salomão para resolver um conflito entre duas mulheres que disputavam a mesma criança como filho.
O Rei ordenou que cortassem a criança ao meio, dando uma metade para cada mulher. Assim
constatou qual era a mãe verdadeira – a que se opôs à ordem, preferindo que seu filho, vivo, fosse
entregue à falsa mãe. A solução para o conflito ditada por Salomão teve origem em seu foro íntimo e
que, no caso, conseguiu pôr fim no conflito.
Atualmente o critério autoritário é ainda utilizado no meio familiar, quando há conflitos de interesses
que surgem entre os seus membros, filhos, parentes, empregados, etc., o (a) chefe da família busca
soluções tiradas da sua vontade (seu foro íntimo), nas relações laborais.
Os dois critérios, contudo, são imperfeitos e insuficientes para resolver os conflitos de interesses que
ocorrem nas sociedades complexas. Por isso, surge um terceiro critério de composição.