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Propriedades Dos Materiais Solidos PDF
Propriedades Dos Materiais Solidos PDF
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS................................................................................. 9
Capítulo 1
Propriedades mecânicas dos materiais............................................................................. 9
Unidade iI
O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS................................................................................... 26
Capítulo 1
Propriedades térmicas dos materiais............................................................................... 26
Unidade iii
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS................................................................................... 42
Capítulo 1
Propriedades elétricas dos materiais............................................................................... 42
Unidade iV
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS..................................................................................... 70
Capítulo 1
Propriedades óticas dos materiais................................................................................... 70
Unidade V
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS.............................................................................. 87
CAPÍTULO 1
Propriedades magnéticas dos materiais.......................................................................... 87
Capítulo 2
Sintetizando....................................................................................................................... 108
Referências................................................................................................................................. 112
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O conhecimento sobre as diversas propriedades e particularidades dos materiais
possibilita a diminuição dos custos, melhorando a eficiência de produtos utilizados e
confeccionados em diversas áreas.
Objetivos
»» Definir o que são deformações e tensões em materiais.
7
O COMPORTAMENTO
MECÂNICO DOS Unidade I
MATERIAIS
Sabe-se que muitos materiais, em operação, estão sujeitos a forças ou cargas e nessa
situação é necessário conhecer as características do material e projetar o membro a
partir do qual ele é feito, de tal maneira que qualquer deformação resultante não seja
excessiva e não ocorra fratura. O comportamento mecânico de um material reflete
a relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força que esteja sendo
aplicada. Algumas propriedades mecânicas importantes são a resistência, a dureza, a
ductilidade e a rigidez.
As propriedades são muitos importantes nas estrutura dos materiais, por isso será
o alvo do nosso estudo. Ao final dessa unidade o aluno será capaz de: definir o que
são deformações e tensões em materiais; saber diferenciar entre tensão/deformação;
observar gráficos de tensão versus deformação e obter varias propriedades mecânicas
dos materiais; entender os conceitos de dureza, fluência, resistência ao choque e fadiga.
Capítulo 1
Propriedades mecânicas dos materiais
Comportamento mecânico
Sabemos que a peças são submetidas a cargas ou esforços. Logo, é preciso conhecer as
características que o material que as constitui possuem. Características essas que são
fundamentais quando se vai projetar o elemento estrutural, para que ele seja construído
9
UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
de forma que quando submetido a um esforço, sua deformação não seja muito grande
e com isso haja uma fratura.
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
Ensaio de tração
É um dos ensaios mecânicos mais comuns de tensão-deformação, pois pode ser usado
para determinar varias propriedades mecânicas dos materiais. O ensaio de tração é
realizado utilizando-se uma amostra-padrão (Figura 3) que é presa pelas extremidades
na máquina de ensaio. No aparelho de teste, o corpo é alongado de forma constante e
a carga aplicada é medida de forma simultânea e contínua, junto com suas elongações.
A carga é aplicada ao longo do eixo do corpo de prova e esse é deformado até a fratura,
trata-se de um ensaio destrutivo.
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UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
Ensaio de compressão
Tipo de ensaio utilizado quando forças em serviço são de compressão. Realizado de
maneira parecida com o ensaio de tração, difererenciando-se pelo tipo de força e o
corpo de prova que se contrai ao longo da direção da tensão.
Elasticidade
Trata-se da capacidade que um material tem de se deformar quando submetido a ações
externas, como uma força aplicada por outro corpo ou a ação da gravidade, e retornar a
sua forma primitiva sem alteração quando essa força é retirada.
Plasticidade
Diferentemente da elasticidade, a plasticidade é a capacidade de um material adquirir
uma forma qualquer quando submetido a um esforço e conservar essa nova forma
mesmo que o esforço seja retirado. Saiba que a plasticidade pode ser vista como
maleabilidade e ductilidade.
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
Maleabilidade
Quando se deseja laminar, forjar, estampar, repuxar ou entortar um material, a
maleabilidade é uma propriedade muito importante. Logo, a maleabilidade é a
propriedade mecânica de alguns metais que os permite sofrer deformação tanto a
quente, quanto a frio, possibilitando a transformação desses em chapas com fina
espessura, sem sofrer ruptura.
Propriedades de tração
Limite de escoamento
É desejável, na maioria das vezes, quando se projeta uma estrutura do material que
a compõe, quando aplicada uma tensão, só sofrerá deformação elástica. Logo, é
importante conhecer a magnitude a tensão em que se inicia o regime plástico, pois é aí
que se inicia o fenômeno do escoamento.
O limite de escoamento é a tensão máxima suportada pelo material em que ele ainda
esteja no regime elástico. Se a tensão aplicada for maior, o material não seguirá a Lei de
Hooke, deformando-se plasticamente.
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UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
Nos materiais, dependendo do material e temperatura, quando lhes são aplicadas tensões,
suas deformações ocorrem de forma proporcional. A constante de proporcionalidade
entre elas é chamada módulo de elasticidade ou módulo de Young. Quanto maior esse
módulo, maior a tensão necessária para o mesmo grau de deformação, portanto, mais
rígido é o material.
σ
ε=
E
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
− My
σ=
I
Considerando:
ε = Deformação
σ = Tensão de Flexão
E = Módulo de Elasticidade
I = Momento de Inércia
y = Centroide
Baseado na Lei de Hooke é possível observar que o módulo de elasticidade (E) é a razão
entre a tensão e a deformação na direção da carga aplicada, sendo a máxima tensão que
o material suporta sem sofrer deformação permanente.
Você já observou atentamente que a curva tensão-deformação é formada por uma região
linear, onde ocorre a deformação elástica, e uma região curva onde ocorre a deformação
plástica. Depois do escoamento, o material começa a deformar-se plasticamente até
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UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
que aconteçe a ruptura. Dentro dessa região plástica, a tensão cresce até um ponto de
máximo e em seguida perde intensidade, até a fratura. Essa tensão máxima é conhecida
como limite de resistência à tração, que é a tensão máxima que uma estrutura suporta
em tração. A fratura só ocorrerá se a tensão correspondente ao limite de resistência à
tração continuar sendo aplicada.
Ductilidade
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
Figura 9. Ductibilidade.
Dureza
É uma propriedade que permite apenas que se conheça uma característica superficial
do corpo de prova. Trata-se da grandeza que mede a resistência ao risco ou abrasão, ou
seja, é medida a dureza pela resistência que a superfície do material oferece à penetração
de uma ponta de maior dureza.
É uma propriedade bastante interessante, pois a partir dela pode-se medir outras
características de forma indireta. Geralmente, a relação dureza e fragilidade são
diretamente proporcionais, quanto mais duro o material mais frágil ele será. É possível
também avaliar a resistência ao desgaste do material, quanto maior a dureza, maior a
ela será, essa relação pode ser feita pois a resistência ao desgaste é uma propriedade
dependente da superfície do corpo, assim como a dureza.
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UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
Fragilidade
Tenacidade
Resiliência
Resistência à fadiga
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
Alguns fatores contribuem para que ocorra a fratura por fadiga, principalmente pelo
fato de tratar-se de uma fratura com características frágeis. Alguns desses fatores são:
temperatura, concentração de tensões, meio corrosivo e tensões residuais.
A resistência à fadiga é a resistência à ruptura dos materiais. Na maioria das vezes, ela
é medida em ensaios elásticos e é fundamental quando se dimensiona uma peça que
passará por esforços cíclicos e dinâmicos.
(PADILHA, 2000)
Resistência ao impacto
Muitas propriedades têm muita influência sobre outras. Quando falamos de resistência
ao impacto, temos que pensar na capacidade de um determinado material de absorver
energia do impacto, essa propriedade está ligada à sua tenacidade. E essa última ligada
a sua resistência e ductilidade.
Hoje, existem vários ensaios de impacto para distintas situações, que vão desde um
impacto de baixas velocidades até impactos de velocidades hipersônicas (USP). Os
mais utilizados, e também os mais antigos, são os ensaios Charpy e Izod. A Figura 10 é
a representação de uma máquina de testes utilizada para os dois ensaios citados.
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UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
Ensaio Charpy
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
seção quadrada (10 mm) e são classificados de acordo com o seu entalhe. São eles: Tipo
A, tipo B e tipo C (Figura 12).
Em todos os três tipos de corpo de prova, o entalhe é feito no centro. No tipo A, ele é
em forma de V, o do tipo B tem um formato que lembra uma fechadura e o tipo C é no
formato de U invertido.
A medição das energias potenciais gravitacionais iniciais e finais são importantes, pois
a diferença entre elas diz qual a energia absorvida pelo corpo de prova, energia essa
necessária para a ruptura dele.
Ensaio Izod
Esse ensaio é muito parecido como o ensaio Charpy, a principal diferença entre os dois
são as dimensões do corpo de prova e o seu posicionamento. No ensaio Izod o corpo
de prova é muito parecido com o do ensaio Charpy do tipo A, a maior diferença é que
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UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
nesse caso o entalhe não está no centro. O corpo de prova está numa posição engastada
verticalmente na máquina de ensaio (Figura 13).
Resistência a fluência
É a deformação plástica que ocorre num material, sob tensão constante ou quase
constante, em função do tempo e a temperatura tem um papel muito importante nesse
fenômeno.
22
O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
A fluência é a capacidade que um metal tem de alterar o seu tamanho e a sua resistência
mecânica ao longo do tempo quando apenas sujeito à uma força constante, em função
do tempo, e uma temperatura de 40% da sua temperatura de fusão (TF).
Para o Alumínio,
Ensaio de fluência
23
UNIDADE I │ O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS
»» ensaio de relaxação.
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O COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE I
Muito parecido com o ensaio de fluência propriamente dito, mas aqui os corpos de
prova são sempre levados até a ruptura. Os principais resultados obtidos no ensaio são:
Ensaio de relaxação
É através desse ensaio que são conseguidas informações sobre a redução da tensão
aplicada ao corpo de prova quando a deformação em função do tempo é constante a
determinada temperatura. O ensaio dura entre 1000 a 2000 horas.
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O COMPORTAMENTO
TÉRMICO DOS Unidade iI
MATERIAIS
Capítulo 1
Propriedades térmicas dos materiais
Capacidade calorífica
Os corpos podem receber ou perder calor, e com isso podem ter sua temperatura
aumentada ou diminuída ou, ainda, mudar seu estado de agregação das moléculas, ou
seja, passar pelo processo de mudança de fases. Isso ocorre se considerarmos que a
variação de temperatura seja o único resultado da troca de energia.
26
O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
A capacidade térmica de um corpo está ligada à quantidade de energia que ele recebe,
sem alterar seu estado de agregação, e a variação de temperatura que essa causa no
corpo. Definimos capacidade térmica como:
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UNIDADE II │ O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS
A capacidade térmica e o calor específico dos materiais podem ser determinados com o
uso de um calorímetro, um aparelho com isolamento térmico, utilizado para estudar as
trocas de calor entre corpos de diferentes temperaturas.
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O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
muito altas e com amplitudes relativamente pequenas. Cada átomo produz a sua
vibração, mas sempre sofrem influências das vibrações de átomos adjacentes devido
às ligações atômicas. As vibrações estão coordenadas e produzem ondas reticulares
que se propagam. Podem ser consideradas como ondas elásticas ou ondas sonoras, de
comprimentos de onda curtos e frequências muito altas. A energia térmica vibracional
para um material consiste em uma série dessas ondas elásticas, as quais possuem
uma variedade de distribuições e frequências (CALLISTER, 2008). Só são permitidas
determinadas quantidades de energia e um único quantum de energia vibracional é
chamado um fônon. As ondas vibracionais também são chamadas de fônons.
Expansão térmica
Quando a temperatura é elevada, a maioria dos materiais, não importando seu
estado físico, sofre uma expansão de suas dimensões. O conceito de expansão térmica
é de grande interesse para aplicações em engenharia, já que ela deve ser levada em
consideração durante a confecção de projetos para a construção de edifícios, estradas
ou quando se estuda o funcionamento de motores a explosão, por exemplo.
Logo, pode ser dado um conceito melhor de expansão, ou dilatação térmica, que é
um fenômeno que ocorre geralmente durante o aquecimento de um material onde há
decorrência do aumento nas vibrações térmicas dos átomos, ou seja, há o aumento na
amplitude de vibração dos átomos levando a uma expansão do retículo cristalino.
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UNIDADE II │ O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS
Nos materiais sólidos a expansão térmica ocorre pela assimetria da curva de potencial
de ligação, ou seja, pela assimetria das forças de ligação entre átomos. A força para
separar os átomos de um cristal é menor do que aquela para aproximá-los, com uma
vibração térmica ocorre também o aumento da distância média entre os átomos, esse
processo é natural na maioria dos átomos.
∆L
L0
αl =
∆T
Sendo,
L0 = o comprimento inicial;
ΔL = a variação do comprimento;
ΔT = a variação da temperatura;
30
O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
∆V
V0
αv =
∆T
Em muitos materiais o coeficiente volumétrico depende da direção cristalográfica ao
longo da qual é medida a propriedade, ao depender dessa direção o coeficiente é dito
anisotrópico e a relação abaixo pode ser considerada:
α v = 3αl
31
UNIDADE II │ O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS
Em cada tipo de material, seja ele metal, cerâmica ou polímeros, quanto maior for a
energia da ligação atômica, o poço da energia potencial será mais estreito e profundo.
Quanto maior a separação interatômica e menor elevação de temperatura, menor valor
de αl. O coeficiente de expansão aumenta com a elevação da temperatura.
Cr 6 BeO 9
Co 12 MgO 13,5
Cu 17 SiC 4,8
Au 14 Si 2,6
Mg 25 MgAl2O4 7,6
Pt 9 Polímeros
K 83 Polietileno 100-200
Ag 19 Polipropileno 58-100
Na 70 Poliestireno 60-80
Ta 7 Nylon 80
Ti 9 Silicone 20-40
W 5
Zn 35
Aço 1020 12
Aço inox 17
Liga de alumínio
3003 23,2
Liga de alumínio
2017 22,9
Bronze 18
Fonte: Righi, 2016.
32
O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
Condutividade térmica
Condutividade térmica descreve o transporte de energia – na forma de calor – através
de um corpo, como resultado do gradiente de temperatura, ou seja, habilidade do
material de transferir calor de uma região mais quente para uma região mais fria.
Fônons e elétrons livres carregam energia (vibrações) da região mais quente para
regiões mais frias.
33
UNIDADE II │ O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS
A relação entre calor transportado por unidade de tempo (dQ/dt ou fluxo de calor Q) e
o gradiente de temperatura (ΔT/Δx) através da Área A (área através da qual o calor flui
perpendicularmente a uma taxa constante) é descrita pela equação de condutividade
térmica. A equação que rege os estudos da transferência de calor por condução é a
equação da Lei de Fourier. Essa lei foi determinada a partir da observação de fenômenos
em experimentação.
∆T
qx∞ A
∆x
Onde:
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O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
Δx = o comprimento do bastão.
∆T
q x = − kA
∆x
Sendo que, k é a condutividade térmica do material [W/mK]
∆T
q x = kA
∆x
Ainda sobre a condutividade térmica k, é importante dizer que essa é classificada como
uma propriedade de transporte, que fornece uma indicação da taxa na qual a energia
é transferida pelo processo de difusão térmica (INCROPERA, 2008). Ela depende da
estrutura física, atômica e molecular da matéria, que depende do estado da matéria.
Voltando ao experimento da figura 22, sendo conhecidas a taxa de calor transferido
através do bastão, as propriedades geométricas do bastão e a diferença de temperatura
entre as faces, é possível determinar qual é a condutividade térmica desse bastão, caso
o seu material não seja conhecido.
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O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
Metais
37
UNIDADE II │ O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS
K
= LT
σ
Onde L é previsto ser constante em metais. Essa constante é idêntica para todos
os metais e é conhecida como número de Lorenz.
Polímeros
Os materiais não metálicos são isolantes térmicos, uma vez que eles
carecem de grandes números de elétrons livres. Dessa forma, os fônons
são os principais responsáveis pela condutividade térmica: o valor de
ke é muito menor do que o valor de kr. Novamente, os fônons não são
tão efetivos como os elétrons livres no transporte da energia calorífica,
o que é um resultado do espalhamento muito eficiente dos fônons pelas
imperfeições do retículo.
(CALLISTER, 2008)
38
O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
coordenada mais efetiva das cadeias moleculares para o estado cristalino. Devido à sua
baixa condutividade térmica, os polímeros, geralmente, são utilizados como isolantes
térmicos. (CALLISTER, 2008)
(CALLISTER, 2008)
Cerâmicas
Devido ao espalhamento das vibrações dos retículos ser maior quando há o aumento da
temperatura, a condutividade térmica em grande parte dos materiais cerâmicos diminui,
geralmente, proporcionalmente ao aumento na temperatura, para temperaturas
relativamente baixas.
Tensões térmicas
Um corpo pode ter a sua temperatura elevada e diminuída sem gerar nenhuma tensão.
Mas, quando o aumento dessa temperatura não é uniforme, não há também uma
dilatação uniforme do material, o que dá origem às tensões térmicas.
Tensões térmicas são induzidas no corpo como resultado das mudanças de temperatura.
Esse tipo de tensão pode provocar a fratura ou uma indesejável deformação plástica.
39
UNIDADE II │ O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS
σ = Eα1 (T0 − Tf )
(CALLISTER, 2002)
40
O COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE II
41
O COMPORTAMENTO
ELÉTRICO DOS Unidade iii
MATERIAIS
Ao final desta unidade, esperamos que você tenha uma visão geral de conceitos como:
condução elétrica, semicondutividade, condução elétrica em cerâmicas iônicas e
em polímeros, comportamento dielétrico, ferroeletricidade, piezoeletricidade, por
exemplo.
Capítulo 1
Propriedades elétricas dos materiais
Condução elétrica
Lei de Ohm
42
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Figura 25. A diferença de potencial, V, dividido pela corrente elétrica, I, é resistência do resistor, R, que é
Sabe-se que existe uma relação entre a corrente elétrica e a diferença de potencial e
que ela é mantida sempre constante. Segundo a Lei de Ohm, a voltagem aplicada nos
terminais de um condutor é proporcional à corrente elétrica que o percorre, descrita
pela equação:
V = R.i
Um resistor ôhmico ou linear é aquele onde a relação acima é obedecida. Essa relação
é obedecida por todos os condutores. Logo, o condutor que se submete a essa lei terá
sempre o mesmo valor de resistência, não importando o valor da voltagem. E o condutor
que não obedece, terá valores de resistência diferentes para cada valor de voltagem
aplicada sobre ele.
Mas nem sempre a Lei de Ohm é aplicável a todos os resistores, pois depende do
material de que o resistor é feito. Em alguns materiais, como os semicondutores, por
exemplo, a resistência elétrica não é constante, mesmo que a temperatura o seja, ela
depende da diferença de potencial. Logo, os materiais que não obedecem à Lei de Ohm,
são chamados de condutores não ôhmicos.
Condutividade elétrica
Como você pode ver no quadro 6, existe uma faixa bem extensa de condutividades
elétricas nos materiais sólidos, em alguns casos chegam a uma ordem de grandeza de
10x27. Quanto à condutividade, os materiais podem ser classificados em condutores,
semicondutores e isolantes. Os metais são bons condutores, materiais com
43
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Condutividade
Material
(S.m/mm2)
Prata 62,5
Cobre puro 61,7
Ouro 43,5
Alumínio 34,2
Tungstênio 18,18
Zinco 17,8
Bronze 14,9
Latão 14,9
Níquel 10,41
Ferro puro 10,2
Platina 9,09
Estanho 8,6
Manganina 2,08
Constantan 2
Mercúrio 1,0044
Nicromo 0,909
Grafite 0,07
Fonte: Villate, 2013.
44
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
45
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
O nível de Fermi (EF) é aquele onde o nível de energia acima do qual não há
estados ocupados à temperatura zero Kelvin, logo, ele é o orbital mais alto ocupado
a T=0 K. Utilizando-se a teoria de bandas, é possível prever que sólidos com bandas
semipreenchidas apresentarão a energia de Fermi no interior de uma banda permitida
e, portanto, sob aplicação de um campo elétrico responderão com a condução de
corrente. As propriedades de condução do cristal dependem do fato da última banda
estar cheia ou não de elétrons. Se a banda não está completamente preenchida, os
elétrons próximos ao nível de Fermi podem ser facilmente promovidos para os níveis
vazios mais próximos, já que os elétrons podem mover-se com uma relativa liberdade
através do sólido.
46
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Mobilidade eletrônica
Logo, a mobilidade eletrônica pode ser mais bem definida como da maior ou menor
facilidade com que o elétron pode mover-se pelo material e depende da temperatura
e do tipo de impureza presente nesse material, é a relação entre a velocidade de
deslocamento por unidade de campo elétrico.
O processo ocorre quando um campo elétrico é aplicado e gera uma força que atua
sobre os elétrons livres; como consequência. Os elétrons experimentam uma aceleração
em uma direção oposta àquela do campo, em virtude das suas cargas negativas. Se a
estrutura cristalina fosse perfeita, não existiria mobilidade eletrônica, já não haveria
qualquer interação entre um elétron em aceleração e os átomos. Mas como já sabemos,
apesar de estudarmos um retículo perfeito, num ambiente real, isso não ocorre. Logo,
o que ocorre é a aceleração de todos os elétrons livres, enquanto o campo elétrico é
aplicado, o que origina uma corrente elétrica que se eleva à medida que o tempo passa.
Contudo, sabemos que uma corrente elétrica atinge um valor constante no instante em
que um campo é aplicado, indicando que existe o que pode ser chamado por “forças de
atrito”, as quais contrapõem essa aceleração devida ao campo externo. Essas forças de
atrito resultam do espalhamento dos elétrons pelas imperfeições no retículo cristalino,
incluindo os átomos de impurezas, lacunas, átomos intersticiais, discordâncias, e
mesmo as vibrações térmicas dos próprios átomos. Cada evento de espalhamento faz
com que um elétron perca energia cinética e mude a direção de seu movimento. Existe,
contudo, um movimento líquido dos elétrons na direção oposta ao campo, e esse fluxo
de carga consiste na corrente elétrica.
47
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Mobilidade eletrônica:
VD = µ e E
Nesse caso a condutividade pode ser expressa como:
σ n | e | µe
=
Influência da temperatura
Para o metal puro e todas as ligas cobre-níquel, por exemplo, a resistividade aumenta
linearmente com a temperatura. Esse fato ocorre, pois a resistividade térmica em
relação à temperatura se deve ao aumento das vibrações térmicas e da presença de
defeitos no retículo, os quais servem como centros de espalhamento de elétrons, com o
aumento da temperatura.
Quando é adicionada uma única impureza que forma uma solução sólida, a resistividade
devido à impureza, está relacionada à concentração da impureza em termos da fração
atômica.
48
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Semicondutividade
Um sólido consiste de um grande número de átomos que, quando juntos, ligam-se para
formar um arranjo atômico que define a sua estrutura cristalina. Em grandes distâncias
(separação entre os átomos), cada átomo é independente de todos os outros e terá nível
de energia atômico e configuração eletrônica como se fosse isolado.
Quanto maior for a largura da banda proibida, menor será a condutividade elétrica
numa dada temperatura. Dessa maneira, a distinção entre semicondutores e isolantes
está na largura da banda proibida. Para semicondutores ela é pequena, enquanto para
isolantes ela é relativamente grande.
A condutividade elétrica dos materiais semicondutores não é tão elevada quanto a dos
metais, entretanto, eles apresentam características elétricas especiais destinadas a
certos propósitos.
49
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Semicondução extrínseca
Figura 30. Representação dos níveis de energia em semicondutores extrínsecos do (a) Tipo n e (b) Tipo p. Onde
Ed é o nível de energia doador, Ea é o nível de energia aceitador, Ev é o mais alto nível de energia ocupado na
50
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Semicondução intrínseca
A 0k (zero K), a banda proibida nos semicondutores é geralmente menor que 2eV.
Em semicondutores intrínsecos, para cada elétron excitado para a banda de condução
fica uma lacuna em uma ligação covalente. Sob a influência de um campo elétrico
há um movimento do elétron livre e de elétrons de valência em direções contrárias.
O movimento dos elétrons nas ligações covalentes pode ser visto como um movimento
da lacuna. A lacuna tem a mesma carga de um elétron, nos semicondutores intrínsecos
a concentração dos elétrons livres é sempre igual à concentração de lacunas.
51
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
52
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
−Eg
n∞e
2kT
Sabendo-se que:
T = temperatura absoluta.
σ qn n µ n + qn lµ l
=
A condutividade em função do tempo, σ(T), é dada por n e µn e µl.
Eg
ln σ= ln σ0 −
2kT
Fonte: UNIOESTE, cap. 15, p. 426.
Eg
Por meio da equação, se consegue uma linha reta de lnσvs T-1 com inclinação ,
Figura 31. 2k
Figura 31. Gráfico de Arrhenius dos dados de condutividade elétrica para o silício.
53
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Efeito Hall
A descoberta do Efeito Hall ocorre a partir do estudo do físico Edwin H. Hall, quando ele
realizava experimentos para medir diretamente o sinal dos portadores de carga em um
condutor, o físico percebeu um fenômeno peculiar. Ainda não se sabia que quando o fio
percorrido por corrente elétrica era exposto a um campo magnético as cargas presentes
nesse condutor eram submetidas a uma força que fazia com que seu movimento fosse
alterado. O físico descreveu que houve o surgimento de regiões com carga negativa e
outras com carga positiva no condutor, criando um campo magnético perpendicular ao
campo gerado pela corrente principal.
Para melhor entendimento do efeito Hall, vamos ver um exemplo. A figura 32 representa
uma tira de cobre fina, por onde passa uma corrente i, numa região de campo magnético
uniforme.
qE h = qvB
54
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
iB
Eh =
nqA
iB
n=
qLVh
Esse efeito permite com que se concluam dois pontos importantes. O primeiro é que
é possível determinar o sinal da carga dos portadores, bastando medir a diferença de
potencial entre as superfícies superior e inferior. E por ultimo é possível determinar o
valor da densidade de portadores.
Dispositivos semicondutores
Os semicondutores são conhecidos pelas suas propriedades elétricas. Elas estão entre
as propriedades apresentadas nos condutores elétricos e nos isolantes.
Diodo
55
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
importante aqui é saber que quando temos uma junção PN, a corrente
elétrica trafega com facilidade do trecho P para o trecho N, mas não
consegue trafegar no sentido inverso.
O diodo possui seus dois terminais ligados às partes de uma junção PN.
A parte ligada ao P é chamada de anodo, e a parte ligada ao N é chamada
de catodo. A corrente elétrica trafega livremente no sentido do anodo
para o catodo, mas não pode trafegar no sentido inverso.
LED
56
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Transistor
Figura 35.Transistor.
Fonte: <http://www.feiradeciencias.com.br/sala15/image15/15_25_02.gif>.
57
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
por band gap, geralmente, maior do que 2 eV. Logo, em temperatura ambiente, só
poucos elétrons podem ser excitados através do bad gap pela energia térmica que
está disponível, o que ocasiona valores muito pequenos de condutividade para esses
materiais.
n eD
µif = i i
kT
Sendo,
n = valência;
58
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
(CALLISTER, 2002)
Comportamento dielétrico
Capacitância
Por volta de 1837, Faraday realizou um estudo que buscou saber o que acontece quando
se coloca outro dielétrico (que não seja o ar) entre as placas do capacitor.
Na figura 36, temos um capacitor carregado com carga Q. O dielétrico entre as placas
é o ar. Para medir a diferença de potencial entre as placas, utiliza-se um voltímetro.
Esse é um dispositivo com grande resistência interna, segue-se que o capacitor está
isolado, pelo menos para efeitos práticos. Portanto, a carga acumulada permanecerá
constante.
59
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Se for aplicada uma voltagem no capacitor, uma das placas se torna positivamente
carregada e a outra negativamente carregada. O campo elétrico existente é direcionado
da carga positiva para a carga negativa. A capacitância (C) é dada pela quantidade de
cargas armazenadas em cada uma das placas, g, (CALLISTER, 2002):
Q
C=
V
Sendo,
Para capacitor de placas paralelas com vácuo na região entre as placas. A capacitância
é dada por:
A
C =∈0
l
Sendo,
ϵ0 = permissividade do vácuo é uma constante universal que tem o valor de 8,85 X 10-
12 F/m.
A
C =∈
l
60
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Sendo,
A permissividade do meio dielétrico que será maior em magnitude do que ϵ0. A constante
dielétrica, e dada pela permissividade relativa, ;
∈
∈r
∈0
A constante dielétrica é uma das propriedades dos materiais de maior consideração no
projeto de capacitores.
C = kCar
Sendo,
61
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Dielétrico k
Vácuo 1,00000 (por definição)
Ar 1,00058986 (±0,0000005)
Vidro 5-10
Borracha 3-35
Mica 3-6
Papel 4-6
Porcelana 6,0
Teflon 2,1
Concreto 4,5
Diamante 5,5-10
Sal 3-15
88 a 0° C
Água 80,1 a 20° C
55,3 a 100º C
Fonte: Kilhian, 2013.
62
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
reta que une as duas cargas e sentido da carga negativa para a positiva.
A figura 39 ilustra o momento do dipolo elétrico discreto.
Figura 39. Representação do momento de um dipolo elétrico gerado por duas cargas (de magnitude q)
63
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Figura 41. (a) Forças impostas (torque) agindo sobre um dipolo elétrico devido a um campo elétrico. (b)
Tipos de Polarização
Polarização Eletrônica
Polarização Iônica
Figura 42. (a) Polarização eletrônica. (b) Polarização iônica. (c) Resposta dos dipolos elétricos ao campo aplicado.
Polarização de orientação
65
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Resistência dielétrica
A rigidez dielétrica especifica a tensão máxima que pode ser aplicada entre dois
eletrodos (normalmente indicada em função de eletrodos esféricos) sem que
ocorra o centelhamento, quando o material deixa de ser isolante. Em outras
palavras, a rigidez mede a qualidade de um material como isolante.
66
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
Ar 3 x 106
Baquelite 24 x 106
Nylon 14 x 106
Papel 16 x 106
Poliestireno 24 x 106
Quartzo 8 x 106
Teflon 60 x 106
Materiais dielétricos
Como já vimos, os materiais dielétricos também são conhecidos como isolantes. São
materiais que fazem oposição à passagem da corrente elétrica. Neles, os elétrons estão
firmemente ligados aos respectivos átomos, isto é, essas substâncias ou não possuem
elétrons livres ou o número de elétrons livres é relativamente pequeno. Portanto, não é
fácil o deslocamento da carga elétrica através desses materiais.
67
UNIDADE III │ O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS
Ferroeletricidade
Os cristais apresentam dois centros de cargas elétricas com sinais opostos (dipolos) que
são separados por uma pequena distância.
Piezoeletricidade
68
O COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE III
(CALLISTER, 2002)
69
O COMPORTAMENTO
ÓPTICO DOS Unidade iV
MATERIAIS
Capítulo 1
Propriedades óticas dos materiais
Conceitos Básicos
Radiação eletromagnética
Fonte: <http://www.fq.pt/images/luz/onda.jpg>.
A luz, o calor (ou energia radiante), o radar, as ondas de rádio e os raios-x, são todos
formas de radiação eletromagnética (Figura 45). A luz, ou radiação eletromagnética,
pode ser observada sob diferentes faixas espectrais: visível, infravermelho, ultravioleta,
70
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/36/Espectro_EM_pt.svg/800px-Espectro_EM_pt.svg.png>.
(UFPR, 2016)
71
UNIDADE IV │ O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS
O comprimento de onda (𝛌) é a distância entre cristas (ou cavados) sucessivos (Figura 45);
a frequência de onda (v) é o número de ondas completas, para 1 ciclo, que passa por um
dado ponto por unidade de tempo, em segundos. A relação entre 𝛌, v e a velocidade c é;
c= λ v
Apesar da divisão do espectro em intervalos, todas as formas de radiação são
basicamente iguais. Quando qualquer forma de energia radiante é absorvida por um
objeto, o resultado é um crescimento do movimento molecular e um correspondente
crescimento da temperatura.
hc
E= hv
=
λ
72
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
|0=|R+|D+|A+|T
|0=|R+|T
T+A+R=1
74
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
Figura 47. (a) O elétron excitado passa um nível energético não preenchido atravessando o poço de energia.
A energia do fóton absorvido, ΔE, é necessariamente maior que a do poço de energia. (b) Passagem de um
elétron de um nível de alta para um nível de baixa energia através do poço de energia e consequente reemissão
de um fóton.
Fonte: <http://moodle.stoa.usp.br/file.php/739/Aula_14_2010/Aula_14-2010.pdf>.
Os metais são opacos e altamente refletivos, logo, a cor percebida é determinada pela
distribuição de comprimentos de onda da radiação que é refletida e não absorvida.
75
UNIDADE IV │ O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS
Refração
Quando a luz atravessa dois meios transparentes de densidades distintas, como por
exemplo, ar/água ou ar/vidro, não só a direção do feixe luminoso é alterada, como
a própria velocidade e o comprimento de onda da luz variam abruptamente na
interface. Trata-se da refração da luz, ela é responsável pela distorção da imagem de
objetos imersos em copos com água, ou ainda de objetos perto do solo em dias de calor
intenso. A refração é representada pelo índice de refração, índice esse que está ligado à
temperatura.
76
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
O índice de refração n de um material é a razão da sua velocidade num vácuo (c) pela
velocidade (v) num meio.
C
n=
V
A magnitude de n, ou o grau de dobramento, depende do comprimento de onda da luz.
Podemos ver esse efeito pelo gráfico e dispersão ou separação de um feixe de luz branca
em suas cores componentes por um prisma de vidro. (CALLISTER, 2002)
Além de alterar a trajetória ótica da luz, o índice de refração tem grande influência
também na fração da luz incidente que é refletida na superfície do material. Sendo a
velocidade da luz (v) em um meio dada por:
1
v=
∈µ
C ∈µ
n= = = ∈r µ r
V ∈0 µ 0
∈r = constante dielétrica
n ≅ er
77
UNIDADE IV │ O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS
vidros com alto teor de chumbo, contendo 90%p PbO, possuem um índice de
refração de aproximadamente 2,1. Para as cerâmicas cristalinas com estruturas
cristalinas cúbicas, bem como para os vidros, o índice de refração é independente
da direção cristalográfica (isto é, ele é isotrópico). Os cristais não cúbicos, por
outro lado, possuem um valor de n que é anisotrópico; isto é, o índice é maior ao
longo das direções que possuem a maior densidade de íons.
(CALLISTER, 2002)
Reflexão
Quando um raio luminoso incide sobre uma superfície, parte dele passa de um meio
para outro com diferente índice de refração, e uma parte da luz é espalhada na interface
entre os dois meios. A reflexão da luz é um fenômeno físico que consiste na mudança
de direção dos raios de luz incidentes sobre uma superfície refletora, exceção feita à
situação na qual o ângulo de incidência seja igual a 90°, em que a direção se mantém,
mas apenas o sentido da propagação se altera.
Fonte: <http://wiki.stoa.usp.br/images/2/2a/Reflex%C3%A3o_regular_difusa.jpg>.
78
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
Damos o nome de refletividade (R) à fração da luz incidente que é refletida na interface.
Sendo
|R
R=
|0
Onde:
(n 2 − n1 ) 2
R=
(n 2 + n1 )
(n 2 −1) 2
R=
(n 2 + 1)
2ª Lei: O raio incidente, (RI), a normal à superfície refletora (N) e o raio refletido (RR)
estão no mesmo plano. Considere uma reta N, perpendicular à superfície refletora que
denominaremos Normal à superfície (Figura 51).
79
UNIDADE IV │ O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS
Fonte: <http://s2.glbimg.com/N6I62DqGjKz0cMpHqg3LjcFve44=/0x0:652x324/620x308/s.glbimg.com/po/ek/f/
original/2014/07/01/figura_2.png>.
Absorção
Materiais não metálicos podem ser atravessados pela luz e, por isso, é possível
enxergar com nitidez através deles, são chamados materiais transparentes. Se não são
atravessados pela luz e, por causa disso, não enxergamos através deles, são chamados
materiais opacos. Já os materiais que permitem a passagem da luz, mas que não
favorecem uma visualização nítida de imagens através deles, apenas de contornos e de
cores mais fortes, são chamados materiais translúcidos.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-LhO-mCFmL7M/TkLWCS95ZAI/AAAAAAAAAGU/58NpnGc2tDA/s1600/imagem+2.JPG>.
A absorção da luz ocorre quando a luz incidente não se reflete e nem se refrata. A luz,
que é uma forma de energia radiante, é absorvida pela superfície, aquecendo-a.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-xwRR31hRYjM/U_O9n8RYneI/AAAAAAAAAK8/bz6SjMKyyG8/s1600/absor%C3%A7%C3%A3o.png>.
80
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
Figura 54. Quantidade de energia necessária para o composto passar do estado fundamental para o excitado.
Coeficiente de absorção - ß
81
UNIDADE IV │ O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS
IT = I 0 eβl
Onde:
Transmissão
A transmissão acontece quando a luz atravessa uma superfície ou objeto. Existem três
tipos de transmissão: direta, difusa ou seletiva. A transmissão direta acontece quando a
luz atravessa um objeto e não se produzem câmbios na direção ou qualidade dessa luz. A
transmissão difusa se produz quando a luz passa através de um objeto transparente ou
semitransparente com textura. A luz que é transmitida de maneira difusa vai ser mais
suave, irá ocorrer menos contraste e intensidade, gerando sombras mais claras e uma
transição mais suave entre luz e sombra do que a luz direta. Já na transmissão seletiva
é produzida quando a luz atravessa um objeto colorido. Parte da luz será absorvida e
parte vai será transmitida por esse objeto.
Para um feixe incidente Io que incide sobre a superfície frontal de uma amostra de
espessura l e coeficiente de absorção β, a intensidade transmitida na face posterior IT é
82
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
IT = I0 (1 − R) 2 eβ l
Onde R é a refletância; para essa expressão, é suposto que o mesmo meio existe do lado
de fora tanto da face frontal quanto da face posterior. Transmissão de luz através de
um meio transparente para o qual existe uma reflexão nas faces tanto frontal quanto
traseira, bem como absorção dentro do meio. Assim, a fração da luz incidente que é
transmitida através de um material transparente depende das perdas que incorreram
por absorção e reflexão.
IT = I 010 -kc
Sendo,
83
UNIDADE IV │ O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS
Cor
Dada a opacidade dos metais e a sua boa refletividade, a cor percebida é determinada
pela distribuição dos comprimentos de onda da radiação refletida, ou seja, não
absorvida. Materiais não metálicos podem ser opacos ou transparentes à luz visível,
sendo transparentes, poderão ter uma cor definida.
Figura 56. Espectro da sensibilidade do olho humano à radiação visível, em condições de visibilidade diurna (CIE,
CommissionInternational de Éclairage).
Fonte: <http://www.photton.com.br/wp-content/uploads/Sensibilidade-espectral-do-olho-humano.jpg>.
84
O COMPORTAMENTO ÓPTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE IV
As cores cromáticas são aquelas que formam o espectro de luz branca, vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Já as cores não cromáticas são as que resultam da
mistura de cores cromáticas e não estão presentes no espectro.
Existem parâmetros que definem as cores, são eles: tom (cor), luminosidade do tom
(valor do tom) e saturação do tom.
(GONÇALVEZ, 2004)
Já vimos que materiais transparentes exibem cor devido a uma absorção de faixas de
comprimentos de onda da luz, ou seja, devido a um fenômeno chamado de absorção
seletiva. Na absorção seletiva ocorre a excitação de elétrons da banda de valência para
a banda de condução. A reemissão da luz dos fótons nem sempre ocorre para o mesmo
valor λ da luz incidente.
Figura 57. Três amostras de alumina de diferentes transmitâncias. Da esquerda para direita: (i) monocristal de
safira - transparente, (ii) policristal denso (não poroso) - translúcido e (iii) policristal com aproximadamente 5% de
porosidade - opaco.
Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAAA5oAC-6.jpg>.
86
O COMPORTAMENTO
MAGNÉTICO DOS Unidade V
MATERIAIS
CAPÍTULO 1
Propriedades magnéticas dos materiais
Conceitos básicos
Figura 58. A corrente (I) em um condutor linear produz um campo magnético (B) em torno do condutor. O campo
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/91/Electromagnetism.svg/2000px-Electromagnetism.
svg.png>.
Indução magnética são linhas de fluxo magnético por unidade de área, também
conhecida como densidade de fluxo ou fluxo magnético, representada pelo vetor B.
Um campo magnético pode ser representado por linhas de indução e que, em cada
ponto, têm a direção e o sentido do vetor indução magnética. Se um campo magnético
é aplicado no vácuo, o número de linhas do fluxo, ou densidade de fluxo, é dado por:
B= H µ 0
Sendo,
88
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
B
µ=
H
89
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Figura 59. As distribuições de campo podem ser representadas por linhas de força, elas saem do polo norte em
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/--ymOviESjg4/Vh4I1XVVyiI/AAAAAAAAABo/LYZpmuhUiE4/s1600/Dipolo-gilbert.png>.
90
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
O momento magnético mais fundamental é o magnéton de Bohr, μB, que (9,27 x 10-24
A-m2). Para cada elétron em um átomo, o momento de spin é +- μB. A contribuição do
momento magnético orbital é ml μB , em que ml é o número quântico magnético do
elétron. Em cada átomo individual os momentos orbitais de alguns pares de elétrons se
cancelam mutuamente. Isto é válido também para os momentos de spin. O momento
magnético resultante de um átomo é o somatório dos momentos magnéticos (orbital +
spin) de cada elétron que constitui o átomo.
Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAhEMcAC-3.jpg>.
91
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Dianiagnetismo e paramagnetismo
Dianiagnetismo
Dois bons exemplos de materiais diamagnéticos são o ouro e a prata além de muitos
outros elementos químicos. São materiais que apresentam propriedades magnéticas,
quando sujeitos a um campo magnético externo. Esse campo de magnetização opõe-se
ao campo magnético a que for sujeito.
É uma forma muito fraca de magnetismo, que só persiste enquanto um campo magnético
externo estiver aplicado. Na ausência de campo externo, os átomos de um material
diamagnético têm momento nulo. A magnitude do momento magnético induzido pelo
campo externo é extremamente pequena e sua direção é oposta à direção do campo
aplicado. Pode-se dizer que todos os materiais apresentam diamagnetismo, porém sua
intensidade é tão baixa que só se consegue observar em materiais que não apresentam
outro tipo de magnetismo.
Paramagnetismo
O paramagnetismo é uma forma muito fraca de magnetismo e não tem aplicação prática,
pode ser observado em materiais como: alguns metais, alguns gases diatômicos, íons de
metais de transição, terras raras e seus sais e óxidos de terras raras.
92
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
Ferrimagnetismo e antiferromagnetismo
Ferrimagnetismo
Figura 61. Esquema de ordenação ferrimagnética: interações são antiferromagnéticas em cada linha, mas as
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0c/Ferrimagnetic_ordering_01.PNG?1478627305505>.
Antiferromagnetismo
Ao ser aplicado um campo magnético a um material dessa espécie não o vai magnetizar,
pois os dipolos magnéticos estão sempre opostos, anulando-se. Se aumentarmos
a temperatura, acima da temperatura de Néel, o material fica paramagnético, como
veremos em seguida o que significa.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5d/Antiferromagnetic_ordering.svg/800px-
Antiferromagnetic_ordering.svg.png>.
Ferromagnetismo
Nos materiais ferromagnéticos todos os dipolos magnéticos estão alinhados, quando
um campo magnético exterior é aplicado.
94
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3d/Ferromagnetic_ordering.svg/440px-Ferromagnetic_
ordering.svg.png>.
Figura 64. Comportamento dos momentos magnéticos dos átomos em materiais (A)
ferromagnéticos.
Domínios e histereses
Os domínios são pequenas regiões no material ferromagnético onde existe um
alinhamento mútuo de todos os momentos de dipolo magnéticos em uma mesma
direção. Em cada domínio a magnetização de saturação é máxima e o somatório das
magnetizações dos domínios é nulo. Os domínios adjacentes estão separados por uma
parede e cada um está magnetizado com sua magnetização de saturação.
95
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
A divisão em domínios cessa quando a energia para criar as paredes entre os domínios
é igual à energia externa devido ao alinhamento do campo.
Figura 65. Alinhamento de domínios. Um campo magnético externo pode alinhar os domínios.
Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAAT_AAD-1.jpg>.
Figura 66. Domínios crescem com momentos magnéticos paralelos a H. Domínios desalinhados diminuem com
momentos magnéticos.
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/m25HUBLFQa9g6StKL5P66fYYxerygZbKmyk2xJzNTqcjfn5HllrDme9F24Dsb3z8JU2J
=s145>.
96
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
O que acontece se a direção do campo externo aplicado for invertida? Isto é uma
característica de campo alternado produzido por corrente alternada. Quando um
material ferromagnético for submetido a um campo alternado irá aparecer um fenômeno
denominado de histerese. A histerese pode ser considerada como uma defasagem do
campo B em relação ao campo H aplicado.
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/uUIi-0PHV7PfPOv2Nvt0z5z91vJ44i0dIlUHkpDuTKzO3bh7C3hYJrt73a48I3_9QPUdeA
=s92>.
97
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Entretanto, existe uma resistência ao movimento por parte das paredes dos domínios
que ocorre em resposta ao aumento do campo H aplicado na direção oposta.
É possível obter outros ciclos de histerese sem que necessariamente o material atinja a
saturação.
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/8xliEy9ZvicqhIyEnbPCTXc8FQrC2bDFWiOvg8dVNljWkpEPvMy1NY1YHEmhQDAuE3aR
=s119>.
A área compreendida pela curva de histerese corresponde a uma perda de energia por
unidade de volume, por ciclo de magnetização-desmagnetização, liberada na forma de
calor, ou perda por histerese.
98
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/UjIMAPMa2DTPHkubbyGSuw7h0Xge25rxkIwtnff4QtjJovC_ujbiLLA65-
Wp3X65l2f7SUs=s85>.
99
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/UjIMAPMa2DTPHkubbyGSuw7h0Xge25rxkIwtnff4QtjJovC_ujbiLLA65-
Wp3X65l2f7SUs=s85>.
Supercondutividade
Fonte: <http://www.ensinandoeaprendendo.com.br/wp-content/uploads/2014/09/rede-met%C3%A1lica-e1409800085260.jpg>.
Fenômeno descoberto em 1991, pelo físico alemão Heike Kamerlingh Onnes. O físico
realizou medidas de resistência elétrica em mercúrio, enquanto a amostra era resfriada,
chegando a uma temperatura de 4K (-269o C). Na figura 72, é possível observar o
resultado obtido por Onnes, e ilustrando a diferença de comportamento entre um metal
usual e um supercondutor. (UFPR, s/d)
Figura 72.
Fonte: <http://fisica.ufpr.br/grad/supercondutividade.pdf>.
101
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b5/EfektMeisnera.svg/2000px-EfektMeisnera.svg.png>.
Supercondutores que apresentam um completo efeito Meissner são ditos do tipo I. Eles
são, além de condutores perfeitos, diamagnéticos perfeitos. O diamagnetismo é uma
propriedade interessante, pois, como já vimos, serve para caracterizar o supercondutor.
Diversos elementos metálicos, incluindo o alumínio, o chumbo, o estanho e o mercúrio,
pertencem ao grupo do tipo I.
Figura 74. Efeito Messer. O material supercondutor se encontra imerso em um banho criogênico. Como as linhas
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/dRFPLW_oHSnn6FtheaJ6y1QQq1-c2Lu6WtZMeOZ6x7OuCye6l_
aNXsWIpuwe_2TLZSsdPg=s170>.
102
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
(UFPR, 2016)
Fonte: <http://www.seara.ufc.br/especiais/fisica/supercondutividade/meissner2.gif>.
Tipos:
103
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Para saber um pouco mais sobre a diferença que existe entre um condutor e um
supercondutor, leia o texto: Você sabe a diferença entre um simples condutor
elétrico e um supercondutor?
104
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
Segue abaixo uma pequena lista contendo algumas das mais importantes
aplicações práticas dos sistemas supercondutores. O objetivo desse post é
fornecer apenas uma ideia geral sobre onde são empregados esses materiais.
105
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
Transporte de corrente
106
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
Fonte: <http://supercondutividade.blogspot.com.br/2013/08/aplicacoes-dos-supercondutores.
html>.
107
Capítulo 2
Sintetizando
Metais
Os metais são materiais com características próprias como brilho, não transparentes
à luz visível. Apresentam uma estrutura cristalina em que os átomos estão arranjados
de forma organizada. Apresenta um grande número de elétrons livres, muitas de suas
propriedades estão ligadas à existência deles.
Características básicas
»» Normalmente, são formado por ligas, combinação de elementos metálicos.
108
O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
Polimeros
Cerâmicas
Os materiais cerâmicos contêm fases que são compostas de elementos metálicos e não
metálicos. O composto MgO também é um material cerâmico, muito utilizado como
refratário pelas suas capacidades de suporte de altíssimas temperaturas, embora seja
bem mais simples que as argilas. As peças são queimadas geralmente entre 900° C e
1400° C. Essa temperatura depende da composição da peça e das propriedades desejadas.
Durante a queima, ocorre um aumento da densidade e da resistência mecânica devido
à combinação de diversos fatores. Apresentam alto ponto de fusão e são, geralmente,
isolantes elétricos, embora existam materiais cerâmicos semicondutores, condutores e
até mesmo supercondutores. As cerâmicas não se deformam quando expostas a altas
temperaturas, pois têm alta resistência mecânica e maior dureza e rigidez quando
comparadas aos aços. Também possuem maior resistência ao calor e à corrosão
que metais e polímeros, e são menos densos que a maioria dos metais e suas ligas.
Os materiais usados na produção das cerâmicas são abundantes e mais baratos. (VAN
VLACK, 2000)
As propriedades das cerâmicas somam uma lista tão grande quanto variável de
acordo com todos os processos envolvidos na produção da própria cerâmica, da
composição mineral ao cozimento. Chiaverini (1986, pp. 348-349) lista as mais
importantes:
109
UNIDADE V │ O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS
»» Duros e quebradiços.
Compositos
»» resistência química,
»» resistência às intempéries,
»» flexibilidade arquitetônica,
»» durabilidade,
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O COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS │ UNIDADE V
»» fácil manutenção,
»» resistência mecânica e
Essas características fazem com que os compósitos sejam solução para muitos problemas
de engenharia.
Semicondutores
Os semicondutores são conhecidos pelas suas propriedades elétricas. Elas estão entre
as propriedades apresentadas nos condutores elétricos e nos isolantes.
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Referências
FENDT, Walter; PIMENTEL JUNIOR, Jorge Luiz. Refração da Luz. 2001. Disponível
em: <http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20011/Jorge/index.html>.
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Referências
NETTO, Luiz Ferraz. Produzindo energia elétrica. 1999. Disponível em: <http://
www.feiradeciencias.com.br/sala02/02_098.asp>. Acesso em: 9 ago. 2016.
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Referências
PINHO, Luís Carlos Almeida Bastos de. Materiais Magnéticos e suas Aplicações.
2009. 99 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Electrotécnica e de Computadores,
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Porto, 2009.
SANTOS, José Carlos Fernandes dos. Espelhos e reflexão da luz. Disponível em:
<http://educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-e-luz/espelhos-e-reflexao-da-luz.
html>. Acesso em: 16 abr. 2016.
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Referências
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