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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Arqueologia e Antropologia

Licenciatura em Antropologia

História do Pensamento Africano

Docente: Hélder Nhamaze

Discente: Stela Gracinda Lidau

3° Ano/2° Semestre

Resumo nº 9

Referência bibliográfica

Oliva, A. (2009) “’A África não está em nós’. A História Africana no Imaginário de Estudantes
do Recôncavo Baiano” in Fronteiras, v. 11, n. 20, pp 73-91.

Oliva (2009) tem como objectivo principal analisar alguns dos dados obtidos na pesquisa a partir
dos resultados obtidos pelo projecto de pesquisa “A África nos Bancos Escolares”, desenvolvido
ao longo dos anos de 2007 e 2008 no Recôncavo Baiano que analisava as construções
imaginárias acerca da história africana e da África por parte de estudantes dos Ensinos
Fundamental, Médio e professores de História em escolas do Recôncavo Baiano.

O autor diz que ao buscar conhecer a relevância e o interesse que os estudantes possuíam acerca
da história africana, a maioria achavam importante o estudo da história africana, enquanto outros
revelaram que gostariam de estudar conteúdos sobre a história de áfrica. Diz o autor que o
espelho imaginário projectado sobre a áfrica associa-se a “Fome e a Miséria” e que uma das
faces principais do continente seria o facto de que suas populações teriam pele negra. Outra
imagem associa-se a ideia de que na África teriam existido “Grandes Reinos, Impérios e
Civilizações”, e poucos sabiam sobre existência de “Grandes Centros Urbanos”.

A principal imagem que se possuí sobre os africanos e a África apontam para “Paisagens” ,
“Fome e Miséria”, “Escravidão”, “Populações Negras”, “Berço Cultural” , terra de “Guerras” e,
de doenças. As imagens veiculadas desde a década de 1980 pelos meios de comunicação sobre
a África são uns dos possíveis motivos explicativos para que a africa seja vista com repetição de
cenas de “Fome e Miséria, conflitos, pobreza, violência e doenças. poucas abordagens realizadas
pelos livros didáticos sobre a história do continente enfatizam justamente a perspectiva de que os
países africanos no período posterior às independências passaram a integrar o centro do Terceiro
Mundo e começaram a compartilhar certas características históricas, geopolíticas, políticas e
sociais: instabilidade governamental, corrupção, conflitos inter-étnicos, massacres.

A ausência de abordagens sobre a história africana que se desenrolou do outro lado do Atlântico
cristalizou a perspectiva de que as trajetórias históricas de suas sociedades teriam tido início
juntamente com o tráfico de escravos. As referências aos africanos como negros pela sua
totalidade continental ou pelos seus pluralismos. A ausência de substância histórica, de
conteúdos trabalhados sobre a história do continente, em associação com a história do tráfico e
da escravidão que podem explicar a continuidade de uma imagem que torne a África una,
homogénea e genérica.

O autor conclui que apesar de professores e estudantes reconhecerem a importância dos estudos
africanos nas escolas da região, ainda vigora uma situação emblemática e complexa de se
resolver. As imagens que compõem os cenários mentais imagéticas e ideias de África que
conduzem a acção mental de milhões de brasileiros quotidianamente: os estereótipos.

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