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arrecadação dos bens e direitos deixados pelo falecido para posterior pagamento
das dívidas e tributos porventura existentes e, finalmente, partilha do que sobejar
“O fato de o art. 984 do CPC/73 determinar ao juiz que remeta as partes às vias
ordinárias se verificar a existência de questão de alta indagação não significa dizer que a parte
está proibida de ajuizar ação autônoma perante o juízo cível se constatar, desde logo, a
necessidade de dilação probatória incompatível com o rito especial do inventário. 6- A
legitimidade de parte, que se afere in status assertionis, deriva da aptidão que a decisão judicial
possui para atingir a esfera de bens e direitos da parte indicada na petição inicial, de modo que é
legítima, para responder a ação de prestação de contas assentada em nulidade de doações, a
parte que se beneficiou diretamente dos atos de disposição de bens e direitos de titularidade da
civilmente incapaz”.
Após ler as considerações dos 3 autores citados acima e do destaque da matéria na Nota
Informativa do STJ nº 622 (É cabível o ajuizamento de ação autônoma perante o juízo cível
quando se constatar, desde logo, a necessidade de dilação probatória incompatível com o rito
especial do inventário) proferirei minhas considerações acerca do tema.
O rito especial do processo de inventário se dá, entre outras razões, pelo motivo
de celeridade e economia processual. Contudo, em oposto ao rito ordinário, esse não
proporciona uma maior oportunidade e tempo para uma produção de provas mais robusta e
investigações e questionamentos mais aprofundados do caso julgado. O direito de uma das
partes envolvidas no inventário de ajuizar qualquer ação que seja não deve ser tolhido pelo juízo
do inventário, mas sim analisado pelo juízo ordinário de destino. Em oposição a esta afirmação,
tenho como ressalva os casos em que as partes no inventário tem como desejo oculto a dilatação
do prazo de inventário, ou até a não conclusão desse, por diversos motivos. Casos em que a
parte que tem este objetivo busca maneiras de “esvaziar” o inventário, ou fazer com que a sua
celeridade se torne impossível. Tendo em vista os argumentos apresentados, a função primordial
do juiz do inventário neste caso é avaliar o real ânimo da parte que deseja apartar o bem do rito
especial para o rito ordinário. Com o risco de tornar desnecessariamente moroso o término
completo do processo de inventário sem a necessidade de dilação probatória e ampla discussão
e contraditório da matéria.