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CURSO ENSINO HÍBRIDO 1° EDIÇÃO

UNIDADE 1
O Ensino Híbrido
Para lidar com tal prioridade – aproximar educadores e estudantes –,
entra em cena o Ensino Híbrido, aqui tratado como a união dos ensinos
presencial e on-line.
Embora seja a possibilidade indicada para o momento em que o
distanciamento social ainda é importante, essa forma de desenvolver as
relações de ensino e aprendizagem vai além dessa conveniência.
No entanto, há pressupostos relevantes que caracterizam o Ensino
Híbrido por conta da necessidade da mudança no contexto educacional
para uma escola mais alinhada ao que demanda a sociedade atualmente.
Quais são essas características do Ensino Híbrido?
Reorganização dos espaços e dos planos pedagógicos
O processo de ensino e aprendizagem não se restringe à sala de aula e ao
contexto presencial das interações. Há possibilidade de flexibilização de
tempos e espaços, de relações síncronas e assíncronas, e os planos
pedagógicos precisam levar em conta essas novas possibilidades e
enfatizar orientações para a organização do tempo pelos estudantes.
Metodologias diversificadas
Os momentos presenciais são reservados para interações,
questionamentos e aprendizagens coletivas. No trabalho mediado por
tecnologias, o estudante controla sua dinâmica, quando e onde deseja
estudar, embora haja sempre uma proposta, uma problematização ou um
projeto a desenvolver.
Conteúdo dentro de um box de destaque

Saiba Mais!

Que tal conhecer mais sobre algumas metodologias ativas?

 Rotação por estações


https://novaescola.org.br/conteudo/3352/blog-aula-diferente-
rotacao-estacoes-de-aprendizagem
 Laboratório rotacional
 Sala de aula invertida
 https://novaescola.org.br/conteudo/3376/blog-tecnologia-
educacao-como-funciona-sala-de-aula-invertida

Presença importante das tecnologias


As tecnologias estão presentes para favorecer a pesquisa, a comunicação
e a interação entre professores e estudantes, além de viabilizar a
produção das atividades de diferentes formas e linguagens.
Os estudantes e educadores podem se tornar produtores e disseminadores
de conteúdo na web.

Personalização do ensino
A forma como cada um aprende é diferente. Desenvolver os estudos e as
atividades a partir da escolha de cada um torna possível respeitar as
particularidades e os estilos de aprendizagem pessoais.
As tecnologias possibilitam a flexibilidade no programa de estudos; cada
estudante pode progredir de acordo com seu ritmo, o que pode favorecer
o engajamento e a melhoria do desempenho dos estudantes.
Estudante como protagonista em seu processo de aprendizagem
A conjugação das metodologias diversificadas, as viabilidades das
tecnologias e a possibilidade de o estudante selecionar o percurso que
mais atende às suas necessidades resultam em oportunidades para o
estudante ser o protagonista de seu processo de aprendizagem, superar
uma educação padronizada e desenvolver autonomia para tomar as
decisões na escola e na vida.
Segundo Antônio Carlos Gomes da Costa, uma pessoa está agindo com
"autonomia" quando já tem consciência das regras e normas da
sociedade onde vive, seguindo-as, e suas ações são feitas por iniciativa
própria sem a influência e a necessidade de alguém ficar mandando
fazer, tendo a liberdade de escolha entre as ações, seja para fazer alguma
coisa, para pensar ou para utilizar seus juízos morais. A sociedade
considera que uma pessoa está nessa etapa almejada quando desenvolveu
o autocontrole, a autocrítica (não absorve passivamente as informações,
mas as transforma) e tem consciência do certo e do errado, tomando as
decisões sobre quais comportamentos deve ter.
Professor como mediador
O professor assume um papel diferenciado nesta proposta de Ensino
Híbrido. Ele provoca, desafia, medeia, estimula relações, e organiza e
orienta processos de estudos junto aos estudantes.
As tecnologias, sem sombra de dúvida, têm um importante papel para
viabilizar as novas expectativas para se fazer a educação que é
necessária para um mundo diferente.
E que mundo diferente é esse?
Esse mundo é pautado pelas mudanças constantes e rápidas, que exigem
muita iniciativa para que cada um se mantenha “no jogo” das
oportunidades, do mercado de trabalho e da apropriação de todos os
cenários no exercício de uma cidadania digital nesse mundo
contemporâneo.
Para o sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos na era da pós-
modernidade, ou modernidade líquida, que ele define como “(...) uma
época de liquidez, de volatilidade, de incerteza e insegurança”.
A instituição escolar precisa repensar o seu papel e a sua atuação diante
deste novo cenário. Os conhecimentos científicos não são mais
suficientes para assegurar uma formação de qualidade; é necessário
também o desenvolvimento de outras dimensões humanas, de
habilidades para a resolução de problemas e para a convivência, pois elas
promovem a autonomia dos jovens e adolescentes, preparando-os para
viver neste mundo tão complexo e cheio de incertezas.
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Saiba Mais!

 Assista ao trecho da entrevista com Bauman, no qual ele trata das


mudanças ocorridas e da nova configuração do mundo.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12617/o-
que-e-essa-tal-de-cidadania-digital#:~:text=Cidadania
%20digital%20%
C3%A9%20o%20uso,que%20surgem%20ao%20nosso
%20redor.
 Leia também o texto sobre a Quarta Revolução Educacional, de
Ulisses F. Araújo, no qual trata das mudanças deste século e do
novo papel que a escola deve assumir na formação dos seus
estudantes. Disponível
em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/
etd/article/view/1202/pdf_68.

Quem são os estudantes foco deste programa?


Os estudantes que serão atendidos pelo Programa Ensino Híbrido, neste
momento, serão aqueles que apresentarem defasagem no
desenvolvimento das competências e habilidades previstas para o ano
letivo em que se encontram.
Essa dificuldade pode revelar a continuidade de um processo de
dificuldade já existente e que se acentuou com o isolamento social, por
conta da pandemia, e que dificultou ainda mais a conexão desses
estudantes com o ambiente escolar. É importante que se leve em conta
que as aulas remotas produzidas nesse período pelo CMSP, mesmo com
dados patrocinados para o acesso de todos, podem não ter coberto todas
as fragilidades encontradas por esses estudantes e suas famílias. A falta
de familiaridade com os recursos disponíveis e a dinâmica de estudos
diferente daquela desenvolvida presencialmente podem ter contribuído
para que dificuldades tenham se acentuado.
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Características dos estudantes do Programa
É sempre importante resgatar características típicas de estudantes que
estão em defasagem em processo de aprendizagem, a fim de que se
possa estabelecer um diálogo que favoreça avanços qualitativos e a
superação da condição comumente presente:

 Baixa autoestima: perceber-se com aproveitamento aquém


daqueles apresentados pelos colegas de turma pode representar um
destaque negativo no grupo. Para adolescentes e jovens, o
pertencimento e a aceitação dos colegas é especialmente
importante. Sentir-se à margem de um grupo pode abalar a
confiança e a vontade para aprender.
 Condições adversas fora do espaço escolar: a dinâmica
diferenciada presente nas aulas remotas ou o desenvolvimento de
atividades fora do ambiente escolar exigem uma organização
pessoal diferenciada. Tal organização envolve estratégias para
estudar e disciplina na administração do tempo. As pesquisas
confirmam que é uma das dificuldades mais apontadas pelos
estudantes no período de isolamento social. Dificuldades podem
surgir ou serem intensificadas a partir dessas condições adversas.
Esse estudante precisa receber atenção para desenvolver a
confiança e acreditar que poderá superar seus desafios.

Responsabilidades do estudante
O participante do Programa estará ciente de que terá como
responsabilidade:

 Estar presente às sessões agendadas previamente pelo Professor


Orientador de Estudos (POE) e comprometer-se a seguir as
orientações dadas por ele, assim como os combinados feitos em
grupo.
 Buscar apoio do Professor Orientador de Estudos (POE) e dos
demais professores, a fim de superar as dificuldades no
desenvolvimento do plano de estudo ou nas questões relacionadas
a conteúdos específicos.
 Manter uma relação de respeito e diálogo com o Professor
Orientador de Estudos (POE) e os demais colegas de grupo.
 Manter-se ativo e corresponsável pelo próprio processo de
estudos.

Perspectivas a partir do desenvolvimento do Programa


A retomada das atividades presenciais pode colocar em evidência as
dificuldades acumuladas durante o período em que as aulas remotas
eram a única possibilidade. Para prevenir futuras desistências dos
estudantes e evitar o possível desânimo na dedicação aos estudos,
aqueles que fizerem parte deste Programa precisarão se sentir
acompanhados, estimulados e confiantes nas possibilidades de
superação, razão pela qual você, POE, terá um papel fundamental, que
vai além do acompanhamento pedagógico. Estar presente e atento pode
favorecer o restabelecimento da confiança de que esse estudante
precisará.
Os diferentes públicos do Programa Ensino Híbrido: Práticas
de Orientação de Estudo
Neste momento, há um público-alvo prioritário a ser atendido:

 Estudantes de 6º, 7º, 8º e 9o anos do Ensino Fundamental e do


Ensino Médio Diurno, que desenvolverão 1 hora e 45 minutos de
atividades no Programa, além do horário já destinado aos estudos
regulares. Com esse acréscimo, o estudante desenvolverá
aproximadamente 7 horas de estudos por dia, compostas por
atendimento escolar e orientação para o desenvolvimento de
atividades de estudo. Isso caracteriza, pela abordagem e duração
do período de estudos, o que será denominado de “Ensino Integral
Híbrido”.
 Estudantes do Ensino Médio Noturno terão, pelo Programa, 1 hora
e 15 minutos a mais de dedicação aos estudos, o que totalizará 5
horas e 15 minutos por dia de atividades. Esse acréscimo poderá
fazer grande diferença para aqueles que frequentam o período
noturno, mas que terão acompanhamento pelo POE de forma
remota, o que será denominado “Ensino Médio Noturno
Ampliado”.
 O Professor Orientador de Estudos (POE) e seu
trabalho
 Para o exercício da função de Professor Orientador de Estudos
(POE) é importante que você conheça o perfil profissional
necessário e as concepções pedagógicas em que o Programa se
baseia, para que o trabalho possa atender aos objetivos
estabelecidos e ao compromisso primordial de resgatar o convívio
escolar e auxiliar os estudantes que estão em defasagem em seu
processo de aprendizagem.
 Conteúdo dentro de um box de destaque

 LEMBRE-SE!
 O foco da orientação de estudos é acadêmico.
 Vamos tratar disso agora, além de descrever como, na prática,
ocorrerá o desenvolvimento das atividades orientadoras.

 O papel do Professor Orientador de Estudos (POE)

 O POE é o profissional que terá todas as informações do


estudante, inclusive levantamento de suas dificuldades a
partir escuta ativa e que vai acompanhá-lo e apoiá-lo na busca de
estratégias para desenvolver melhor sua rotina de atividades
escolares e seus hábitos de estudo.
 Veja na imagem as características inerentes ao POE.
 Concepções Pedagógicas

 Alguns pressupostos na formação do Professor Orientador de


Estudos podem fazer toda a diferença para o bom andamento de
seu trabalho junto aos estudantes:

 Todo aluno tem potencial para aprender

 O que pode variar é a forma e o ritmo como cada um aprende


melhor. Há teorias nessa área que defendem a existência de estilos
de aprendizagem e de inteligências múltiplas quando se trata de
aprender. Proporcionar um convívio com interação e colaboração
entre os estudantes é muito favorável para que cada um possa
ensinar e aprender com os demais.

 Relação de confiança com os estudantes

 O desenvolvimento de uma relação de confiança entre o estudante


e o professor orientador é fundamental para o fortalecimento do
vínculo do estudante com a escola e para a melhoria no processo
de aprendizagem.
 Os orientadores que estabelecem essa relação tornam o ambiente
confortável para os estudantes se expressarem sem temores.

 O erro faz parte do processo de aprendizagem

 Essa certeza, aliada ao estabelecimento de uma relação de


confiança entre POE e estudantes forma um vínculo precioso para
superar frustrações e adversidades, e aumentar a autoestima e a
confiança dos estudantes.
 Faz parte da cultura escolar tomar o erro como fracasso e algo a
ser evitado quando, na verdade, pode revelar e possibilitar a
reconstrução de hipóteses equivocadas.

 Ouvir não é julgar

 Já sabemos que ouvir é diferente de escutarescutar e, agora,


complementamos com o entendimento de que ouvir requer
dispensa da manifestação de julgamento por parte do POE,
principalmente quando o estudante manifestar uma inadequação
ao fazer uma exposição de seu entendimento, suas
dificuldades, sentimentos e interpretações. A relação dialógica,
que é a base para uma interação verdadeira, exige atenção sem
julgamento.
 SAIBA MAIS!
 Assista ao vídeo “Múltiplas Inteligências na Educação” e
conheça melhor cada uma delas.
 https://www.youtube.com/watch?v=oJ85PMYqHqg

 Desenvolvimento do trabalho

 O trabalho a ser realizado com os estudantes está organizado em


nove passos. Acompanhe:
 1. Diagnóstico prévio dos estudantes
 Após ter suas turmas atribuídas como POE, o professor receberá
algumas orientações a fim de que tome um primeiro contato e
possa dar início à montagem do perfil de cada turma com a qual
vai trabalhar.
2. Dinâmica do primeiro contato
O primeiro contato entre o POE e sua turma poderá ocorrer de forma
presencial, remota ou mesmo de forma híbrida, com a combinação
dessas duas possibilidades. Esse é um momento especial e deve ser
preparado com muito cuidado pelo POE. Mais adiante, você terá a
oportunidade de iniciar esse planejamento e receber dicas valiosas para
que o convívio tenha um bom ponto de partida.
3. Estabelecer combinados
Para o desenvolvimento do trabalho é fundamental que o início seja
marcado pela construção de combinados entre o POE e os estudantes, de
forma que toda relação tenha parâmetros claros e que direitos e
obrigações possam ser retomados, sempre que necessários.
Para os combinados, valendo-se da escuta ativa e do diálogo, o POE
explicará como se dará a rotina diária de trabalho.
 Cada estudante terá acesso a trilhas formativas on-line e o
professor acompanhará a realização delas e de atividades que apliquem
habilidades desenvolvidas semana a semana;
 Interação com os colegas de grupo para trocar ideias, tirar dúvidas
e auxiliar na busca de solução para os desafios propostos como percurso
para a semana;
 Registrar em memorial as questões para as quais é preciso buscar
orientação, tanto com o POE como com o professor da disciplina que
melhor poderá auxiliar no desenvolvimento da atividade;
 Uma vez por semana, participar da seção de orientação com uma
hora de duração, a fim de receber novas orientações e socializar as
soluções e os encaminhamentos já realizados junto aos professores de
outras disciplinas;
 Compartilhar ideias e trocar insumos para o avanço de seus
projetos de vida.
O POE pode lançar perguntas-chave para que o grupo estabeleça as
regras necessárias ao bom andamento dos trabalhos. Veja algumas
perguntas para estimular a sistematização do regulamento do grupo:
 Como garantir que o tempo diário de dedicação seja respeitado?
 Qual a melhor forma de relacionamento do grupo para que um
colabore com a aprendizagem do outro? Como solicitar e atender a uma
solicitação de ajuda?
 O que e como fazer para não procrastinar a realização das
atividades?
 Qual a melhor forma do POE dar devolutivas em relação ao
cumprimento das atividades, assiduidade e postura de cada um ou do
grupo?
DICA!

Estipular regras a serem seguidas é uma tarefa mais rápida, porém menos
eficiente, porque não gera a sensação de pertencimento e de
corresponsabilidade.

A receita não vem pronta e situações de não receptividade dos estudantes


e ausências podem ocorrer. É importante o POE atuar utilizando
a Pedagogia da Presença, fazendo intervenções com abordagens
respeitosas e olhar atento às causas e aos motivos da recusa ou do
descontentamento do estudante.
SAIBA MAIS!

Para conhecer mais sobre essa metodologia, leia o texto Por uma


Pedagogia da Presença, de Antonio Carlos Gomes da Costa, disponível
nesta matéria https://novaescola.org.br/conteudo/18713/livros-e-
textos-para-mudar-o-relacionamento-dentro-de-sua-escola.
4. Utilização de recursos
O POE precisará fazer uma sondagem para levantar quais conhecimentos
e qual familiaridade o grupo já possui em relação a ferramentas como os
aplicativos, ambientes e plataformas. Essas plataformas serão detalhadas
mais adiante, neste curso.
5. Seleção e elaboração de propostas de percursos
formativos
Os professores orientadores de estudos receberão diretrizes para o
acompanhamento da realização das trilhas formativas on-line pelos
estudantes e para a realização dos momentos semanais em grupo de
orientação.
6. Apresentação da proposta de trabalho aos estudantes
Em dia e horário marcados, o orientador apresenta a proposta de
atividades do período e realiza a orientação de estudo destinada para o
dia. É importante o orientador descrever, sugerir tópicos e temas que
envolvam a orientação de estudos, como as estratégias de leitura.
7. Realização das atividades e interação entre os estudantes
Os estudantes realizam as atividades e os registros adequados. O
orientador também registra o acompanhamento, segundo as ferramentas
e os recursos previstos. O orientador deve explicar como as atividades
serão registradas e como acontecerão as orientações de estudos e
possíveis diálogos entre os próprios estudantes.
8. Devolutivas do orientador aos estudantes
O acompanhamento e o registro da realização das atividades gerarão
retornos aos estudantes, os chamados feedbacks, cujo formulário on-
line ficará à disposição do Professor Orientador de Estudos (POE), do
professor coordenador da escola e de outros interlocutores da Seduc.
9. Finaliza o processo de acompanhamento
Ao final do período de acompanhamento e orientação, o POE conclui o
registro, a fim de o estudante ser encaminhado ou não, diante de seu
desempenho, para a próxima etapa do Programa.
A educação híbrida como forma de recuperar e acelerar a
aprendizagem
As características e potencialidades do Ensino Híbrido, além de se
apresentarem como uma resposta mais apropriada aos processos de
ensino e de aprendizagem no contexto contemporâneo, pautado pelo
distanciamento social, podem agregar mais interesse aos estudantes e
mais qualidade no desenvolvimento de suas atividades para superar as
dificuldades que estejam enfrentando.
A flexibilidade de tempo e espaço, as múltiplas possibilidades de
recursos e de metodologias para estudos e o acesso a várias plataformas
possibilitam o engajamento e a conexão do estudante com as propostas
que a escola apresenta e o fortalecimento do compromisso desse
estudante por seu próprio processo de evolução nos estudos.
Entretanto, há uma cultura escolar na qual o estudante está inserido que
precisa ser tocada pelas novas formas de construção dos saberes. É aqui
que você, Professor Orientador de Estudos (POE), terá papel
fundamental.
Intervir em um processo cultural é sempre um grande desafio. Ainda
persiste o entendimento de que cabe ao professor conduzir o aluno em
seu processo de aprendizagem e até mesmo transferir a esse aluno o
conhecimento que possui.
Já sabemos, tanto pelos estudos acadêmicos na área quanto pela própria
vivência no ambiente escolar, que esta abordagem não favorece o
aprendizado. Tais concepções confundem o conceito de conhecimento
com informação.
Por essa razão é que sua preparação para atuar no Programa de Ensino
Híbrido é um passo importante. São novas formas de agir e conceber a
relação com o ensino e o aprendizado que exigem redefinição de papéis
para os professores e estudantes.

Detalhamento do Programa

Os estudantes com defasagem e dificuldade no desenvolvimento dos


estudos serão identificados por meio de avaliação diagnóstica realizada
pela Seduc e alguns outros critérios; também enturmados em pequenos
grupos para os estudos, que acontecerão sempre no contraturno de seu
período de aula.
Após realizar este curso, o POE estará apto a ter aulas atribuídas no
Programa e poderá atender a mais de um grupo, caso deseje.
A missão do Professor Orientador de Estudos (POE) será a de
acompanhar e orientar as atividades necessárias de seu grupo de
estudantes, para a superação dos obstáculos apontados na avaliação
diagnóstica.
É sabido que as dificuldades de aprendizagem podem gerar também a
falta de interesse e de perspectivas no estudante e até uma certa apatia,
razão pela qual o POE precisará fazer um trabalho que vá além da
preocupação com aspectos cognitivos.
Será importante conhecer cada estudante do grupo e a realidade recente
vivida em relação à vida escolar, e desenvolver um relacionamento em
que a empatia, o acolhimento e a presença contribuam para que esse
estudante renove suas perspectivas e se comprometa com o percurso que
estará à sua disposição.
O estudante desenvolverá aproximadamente duas horas a mais de
estudos remotos por dia, a partir de diretrizes do Professor Orientador de
Estudos (POE) e do acesso a conteúdo das seguintes plataformas:
A educação híbrida como forma de recuperar e acelerar a
aprendizagem
As características e potencialidades do Ensino Híbrido, além de se
apresentarem como uma resposta mais apropriada aos processos de
ensino e de aprendizagem no contexto contemporâneo, pautado pelo
distanciamento social, podem agregar mais interesse aos estudantes e
mais qualidade no desenvolvimento de suas atividades para superar as
dificuldades que estejam enfrentando.
A flexibilidade de tempo e espaço, as múltiplas possibilidades de
recursos e de metodologias para estudos e o acesso a várias plataformas
possibilitam o engajamento e a conexão do estudante com as propostas
que a escola apresenta e o fortalecimento do compromisso desse
estudante por seu próprio processo de evolução nos estudos.
Entretanto, há uma cultura escolar na qual o estudante está inserido que
precisa ser tocada pelas novas formas de construção dos saberes. É aqui
que você, Professor Orientador de Estudos (POE), terá papel
fundamental.
Intervir em um processo cultural é sempre um grande desafio. Ainda
persiste o entendimento de que cabe ao professor conduzir o aluno em
seu processo de aprendizagem e até mesmo transferir a esse aluno o
conhecimento que possui.
Já sabemos, tanto pelos estudos acadêmicos na área quanto pela própria
vivência no ambiente escolar, que esta abordagem não favorece o
aprendizado. Tais concepções confundem o conceito de conhecimento
com informação.
Por essa razão é que sua preparação para atuar no Programa de Ensino
Híbrido é um passo importante. São novas formas de agir e conceber a
relação com o ensino e o aprendizado que exigem redefinição de papéis
para os professores e estudantes.
Detalhamento do Programa

Os estudantes com defasagem e dificuldade no desenvolvimento dos


estudos serão identificados por meio de avaliação diagnóstica realizada
pela Seduc e alguns outros critérios; também enturmados em pequenos
grupos para os estudos, que acontecerão sempre no contraturno de seu
período de aula.
Após realizar este curso, o POE estará apto a ter aulas atribuídas no
Programa e poderá atender a mais de um grupo, caso deseje.
A missão do Professor Orientador de Estudos (POE) será a de
acompanhar e orientar as atividades necessárias de seu grupo de
estudantes, para a superação dos obstáculos apontados na avaliação
diagnóstica.
É sabido que as dificuldades de aprendizagem podem gerar também a
falta de interesse e de perspectivas no estudante e até uma certa apatia,
razão pela qual o POE precisará fazer um trabalho que vá além da
preocupação com aspectos cognitivos.
Será importante conhecer cada estudante do grupo e a realidade recente
vivida em relação à vida escolar, e desenvolver um relacionamento em
que a empatia, o acolhimento e a presença contribuam para que esse
estudante renove suas perspectivas e se comprometa com o percurso que
estará à sua disposição.
O estudante desenvolverá aproximadamente duas horas a mais de
estudos remotos por dia, a partir de diretrizes do Professor Orientador de
Estudos (POE) e do acesso a conteúdo das seguintes plataformas:
https://centrodemidiasp.educacao.sp.gov.br/

https://curriculomais.educacao.sp.gov.br/

Nesta carga horária, os estudantes também contarão com outras


Plataformas Digitais desenvolvidas por parceiros da Seduc, que trarão
ludicidade e diversidade às formas como o estudante fará seu percurso,
além do apoio de softwares de comunicação e videoconferências, como
Teams e Google Classroom, para que seja possível a comunicação entre
todos os envolvidos no projeto, tanto na escola como entre os
responsáveis pelo Projeto nos órgãos centrais da Seduc-SP.
SAIBA MAIS!
Que tal aprender mais sobre as funcionalidades do Google Classroom?
No CMSP, você encontra uma seção com materiais de orientação para
acessar a plataforma, bem como tutoriais dos APPs, materiais de
parceiros e documentos informativos que o auxiliarão com essas
ferramentas.
O Orientador de Estudos atuará de forma interdisciplinar. Sempre que
necessário, manterá diálogo com o professor especialista ou fará
indicação para que o estudante o faça, em caso de dúvida específica a
respeito de alguma atividade. A interlocução do POE também será feita
com o Professor Coordenador da Unidade Escolar e o Professor
Coordenador de Apoio Pedagógico para receber orientações para o
desenvolvimento de suas funções.

UNIDADE 2
Quais são as ferramentas para ensinar e aprender? Para que
servem?
A utilização de recursos didáticos é inerente ao processo educativo e
cada época tem os seus, de acordo com os avanços tecnológicos. Sendo
assim, seria impossível enumerarmos e trabalharmos, num único curso,
todas as ferramentas educacionais que temos à nossa disposição neste
século XXI, tão imerso no “digital”.
Mas podemos pensar em um ponto de confluência para nós, aqui da
Rede.
Para isso, neste módulo, nos propomos a mergulhar no entendimento de
algumas das principais ferramentas que compõem uma base à qual
outros recursos digitais podem ser agregados para dar vida e enriquecer
as experiências educativas a serem desenhadas pelos professores. São
elas:
 Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP);
 Currículo +;
 Google Classroom;
 Microsoft Teams;
 Zoom.

Algumas dessas ferramentas já vinham sendo adotadas pela Rede


Estadual, porém a fase de teletrabalho decorrente da pandemia do novo
coronavírus fez com que nossas escolas acelerassem o processo de
incorporação desses tipos de tecnologia ao trabalho pedagógico. Outras
delas, como o Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP),
surgiram depois do início da pandemia, em abril de 2020.
Essas ferramentas contribuem para que o professor possa:
 obter e disponibilizar conteúdo;
 criar salas de aula virtuais;
 organizar rotinas;
 facilitar a comunicação com os estudantes;
 facilitar a localização das atividades;
 facilitar o recebimento e a guarda das atividades;
 organizar a documentação pedagógica e o registro do histórico do
processo, entre outros.
Pode ser que sua escola já utilize uma ou duas dessas ferramentas, ou
não utilize nenhuma. Por isso, apresentaremos as cinco.
Ao final deste módulo, esperamos que possa escolher para sua prática
cotidiana a ferramenta que mais corresponder aos seus objetivos e à sua
prática pedagógica.

UNIDADE 1
Ensino híbrido: O que é importante lembrar
Embora o ensino híbrido esteja recebendo muita atenção recentemente, sua concepção
existe há tempos, assim como a busca para que o estudante esteja no centro do seu
processo de aprendizagem, conquiste autonomia e seja protagonista do percurso que
precisar percorrer.
Visto numa perspectiva histórica, o ensino híbrido ou “misturado” é uma
inovação pedagógica tão antiga quanto as pedagogias ativas. A proposta
basilar destas últimas foi a de centralizar o processo educativo no aluno e
na aprendizagem, para estimular o protagonismo e a participação,
entendidos como vitais para que o aprendido faça sentido e seja eficaz na
vida das crianças e jovens. Daí decorreu a importância que atribuíram ao
ensino mais personalizado, que buscasse respeitar o ritmo e os interesses
dos que aprendem. Consequentemente, defenderam também um ensino
diversificado para atender à diversidade dos alunos. Embora não levasse
esse nome tratava-se, já no surgimento das pedagogias ativas, de um
ensino “diversificado”, “misturado”, que hoje leva o nome de
“híbrido”. (MELLO, 2020)
No excerto acima, extraído da Nota Técnica, que você poderá ler na íntegra, Mello
retoma a busca para superar a cultura escolar que parte do princípio de que o
conhecimento pode ser entregue pelo professor ao estudante. Esse modo de entender
como o conhecimento se estabelece não foi ainda de todo superado na educação, o que
exige esforços constantes. Isso porque os resultados dessa concepção arcaica atrasam os
avanços no processo de desenvolvimento dos estudantes, já que o objeto do
conhecimento proposto pode não fazer sentido pleno àqueles que aprendem.
Além disso, não se pode esquecer que as descobertas da neurociência apontam que
pessoas diferentes podem aprender de diferentes formas. O entendimento
de Gardner sobre as inteligências múltiplas, por exemplo, alerta para o problema que se
estabelece quando a escola não leva em conta as capacidades inatas dos estudantes,
nivelando suas propostas como se todos reagissem da mesma forma aos processos de
ensino e aprendizagem.
Se partirmos da premissa defendida por Gardner, como fazer para que cada estudante
tenha suas capacidades contempladas e reconhecidas e a escola se valha disso como
potencial e não fator limitador?
Resposta a essa questão está presente no desenvolvimento do ensino híbrido, conforme
já estudamos também no Módulo 1, quando é defendido e priorizado o conceito de
personalização. Segundo Bacich, 2020:
Ensino Híbrido tem como foco a personalização, considerando que os
recursos digitais são meios para que o estudante aprenda, em seu ritmo e
tempo, que possa ter um papel protagonista e que, portanto, esteja no
centro do processo. Para isso, as experiências desenhadas para o online
além de oferecerem possibilidades de interação com os conhecimentos e
o desenvolvimento de habilidades, também oferecem evidências de
aprendizagem. A partir dessas evidências, nos momentos em que os
alunos estão face a face com o professor, presencialmente, em uma sala
de aula física, é possível que o professor utilize as evidências coletadas
para potencializar a aprendizagem de sua turma. (BACICH, 2020)
A personalização, característica fundante do ensino híbrido, pressupõe que o estudante
terá opções e escolherá caminhos para atingir o objeto de estudo proposto em seu
percurso formativo. A flexibilização de tempo e espaço, aliada aos recursos disponíveis,
poderá favorecer ao estudante perceber de que forma aprende melhor. Em outras
palavras, aquele que aprende estará no centro do processo e terá autonomia para buscar
a superação dos desafios de aprendizagem para desenvolver as habilidades que
necessita. Juntamente com essa autonomia, no ensino híbrido, o protagonismo vem
aliado ao desenvolvimento coletivo de ações.

Essa autonomia é concretizada nas ações e atitudes, e confere ao estudante o


protagonismo refletido nessa disposição para agir e entender que é corresponsável pelo
próprio processo de aprendizagem. Tal protagonismo requer a prática de princípios
democráticos de convivência e desenvolvimento das atividades, já que estas acontecerão
a partir de um grupo, e não de forma individualizada.
Sendo o estudante formado para exercer o protagonismo e agir com
autonomia, o papel do professor não ficaria enfraquecido?
Não! Porque nesse contexto o professor entra como aquele ator que contribui ao
fomentar desafios, questionamentos, o estabelecimento de relações e instiga o estudante
a reflexões e sínteses, resultados dos processos desenvolvidos por cada um e pelo grupo.
A interação e a ação colaborativa são conceitos presentes, que se firmarão entre
professor e estudante e estudantes entre si.
A personalização também envolve a possibilidade de o professor acompanhar o
desenvolvimento do estudante a partir dos registros que vão sendo gerados conforme ele
desenvolve suas atividades. Os instrumentos para esses registros e esse
acompanhamento, sejam digitais ou analógicos, são fundamentais. Como aponta
Bacich, as evidências geradas no percurso realizado por cada estudante possibilita a
construção de um mapeamento individual e também coletivo com o qual o POE poderá
contar para potencializar a aprendizagem de sua turma.
Esse mapeamento também poderá contribuir para que o POE entenda limites e avanços
dos estudantes e possa criar elementos que favoreçam o desenvolvimento de habilidades
sociemocionais, especialmente importantes para os estudantes que farão parte do
Programa Ensino Híbrido: Práticas de Orientação de Estudos. Todo dado que favorecer
ao POE conhecer melhor sua turma fornecerá subsídios para o estabelecimento de uma
relação dialógica e a escuta realmente ativa, na qual todos os interlocutores poderão se
sentir de fato incluídos.
E como esses conceitos estarão presentes nas ações e no trabalho do POE?
Enxergar o aluno como centro de seu próprio processo de aprendizagem inspirará a
atuação do POE para que atue confiando e estimulando a iniciativa de seu grupo de
estudos. Orientar os estudos não deve ser confundido com apoio incondicional ao
estudante para sanar prontamente todas as suas dúvidas nem tampouco como grupo de
recuperação de aprendizagem. Até porque o POE não será obrigatoriamente especialista
na disciplina ou área em que o estudante poderá ter mais dificuldades.
Seu papel será o de fazer provocações que estimulem a autonomia e o protagonismo,
que se revelará pela postura e comunicação adotada pelo POE. Ele precisará cuidar
desse aspecto da comunicação, incluindo a escuta ativa. Ele também precisará
demonstrar sua crença no potencial de cada um individualmente e no grupo.
Seu papel será o de fazer provocações que estimulem a autonomia e o
protagonismo.
Como fazer isso, na prática? Veja as sugestões abaixo que podem servir de exemplo
para interlocução entre o POE e o(s) estudante(s) de seu grupo, diante de uma possível
situação desafiadora ou dúvida para resolver uma atividade:
 Em que ponto dessa atividade você sente que começa sua dificuldade?
 Sua dificuldade está em entender o que está lendo ou em desenvolver algum
ponto da atividade?
 Como e onde você acha que pode conseguir elementos para superar essa
dificuldade?
 Você acha que uma troca com seus colegas de grupo pode ajudar a entender
melhor a dificuldade e a busca de solução?
 Que tal você consultar esse material (livro, texto, site, plataforma, vídeo, guia,
roteiro de estudo)? Ele poderá contribuir para que você e o grupo entendam melhor essa
questão.
 A partir das sugestões e dos questionamentos feitos, busque as informações
necessárias e elabore uma proposta de solução para nosso próximo encontro.
 Sugiro que você consulte seu professor da disciplina/área, na próxima aula, e
solicite orientação em relação a essa dúvida.
 Se você ainda não entendeu a explicação de seu professor a respeito dessa
questão, que tal buscar outras abordagens, como um vídeo na internet ou exercícios em
uma das plataformas disponíveis?
 O grupo conseguiria achar uma forma de colaborar para a solução desse
problema?
 Em análise ao percurso de desenvolvimento das atividades feita por você, trago
o seguinte retorno [...] A ideia é que todos da turma sigam juntos, que ninguém fique
para trás. O que nosso grupo poderia fazer para incentivar quem está com dificuldade ou
ausente?
Cursista, você percebe que algumas das proposições acima fazem com que o POE esteja
presente orientando e propondo caminhos, mas que a ação efetiva será realizada pelo
estudante e seu grupo? Pense nisso mais adiante, quando for planejar uma possível
construção de combinados com a turma, de forma que todos tenham clareza dessa
postura diante dos desafios, postura que faz parte da concepção desse programa.
Em outras proposições, evidencia-se o estímulo para que o estudante busque
explicações em diferentes linguagens para o mesmo assunto, partindo do pressuposto já
estudado de que as pessoas não aprendem sempre do mesmo jeito e com os mesmos
estímulos. Para alguns, ler será a melhor forma; para outros, um vídeo será mais
interessante.

Em alguns casos, há necessidade de exercitar conceitos reiteradas vezes para a devida


apropriação. Sem esquecer que o diálogo em grupo pode favorecer a organização de
dúvidas e a busca de soluções. Será tarefa do POE estimular muito essa interação entre
os estudantes do mesmo grupo.
Nos encontros semanais, o POE poderá trabalhar com princípios de metodologia da sala
de aula invertida, quando lançar um desafio para os estudantes cuja solução será objeto
das discussões no encontro da semana seguinte. 
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Orientação de Estudos: o que é primordial para o programa

Mentalidade fixa X Mentalidade de crescimento

Como profissional da educação, você certamente já se deparou com


estudantes e até mesmo companheiros de profissão dizendo o seguinte:
“Eu não consigo, não nasci com esse dom…”.
Esse é o tipo de afirmação que só prejudica a pessoa que a profere.
Embora as pessoas possuam mais aptidão e talento para determinados
assuntos em relação a outros, algo precisa ficar muito claro a partir deste
momento:
você é o protagonista da sua vida!
Atribuir culpa à genética ou aos outros não ajudará em nada o seu
desenvolvimento como ser humano. Na verdade, esse vitimismo desvia
seu foco, minando sua força de vontade e perpetua o ciclo
de mentalidade fixa.
Esse assunto será trabalhado aqui para contribuir com o POE na criação
de condições e argumentações para demover o fatalismo e a mentalidade
fixa que podem fazer parte das crenças de estudantes para justificar uma
possível defasagem em seus processos de aprendizagem.
Mas o que é mentalidade fixa?
Segundo Carol Dweck, o conceito de mentalidade fixa está atrelado a
algumas características importantes de como as pessoas se comportam.
Aceitam como fato que suas habilidades não podem ser aperfeiçoadas e
que suas limitações jamais poderão ser vencidas.
Alguns pontos que revelam a mentalidade fixa se mostram presentes
principalmente ante os desafios que a vida apresenta. E, como bem
sabemos, ao abrir os olhos de manhã e começarmos nosso dia,
obrigatoriamente enfrentaremos problemas que demandam de nós a
capacidade de solucioná-los.
Pessoas que “cultivam” a mentalidade fixa costumam esquivar-se de
desafios; quando recebem críticas, mesmo críticas positivas, as
descartam, têm o hábito de desistir facilmente de entraves e também não
se dedicam a superá-los, pois enxergam o esforço como perda de tempo.
Outros ainda sentem-se intimidados pelo sucesso de colegas próximos.
Essas são as pessoas que esperam por milagres em vez de tomar as
rédeas da vida em suas mãos.

Cultivar a mentalidade fixa é adentrar a zona de conforto, espaço mental


que reduz a ansiedade de enfrentar o novo, o desconhecido. Como
consequência, temos nossa carga de ansiedade atenuada, uma vez que
nos sentimos seguros, pois estamos no controle das situações. Contudo,
a zona de conforto poderia também ser chamada de o lugar onde os
sonhos vão para morrer.
Como profissional da educação e crente nos benefícios que a mudança
de mentalidade pode acarretar, você deve estar se perguntando como
poderá ajudar seus estudantes a se libertarem dessa mentalidade
aprisionadora e conformista.
Sabemos que mudar hábitos não é tarefa fácil para ninguém, porém,
como foi advertido acima, é essencial que os estudantes interiorizem o
conceito de ser o autor e o personagem principal de suas vidas. O POE,
como professor orientador de estudos, pode ajudá-los neste aspecto.

A mentalidade de crescimento é edificada em atitudes mentais positivas


e apresenta alguns pontos-chave na sua manifestação. Pessoas que
aceitam seguir por esse caminho acreditam que podem aperfeiçoar suas
habilidades por meio do esforço diário de lutar contra os velhos hábitos.
A crença que os estudantes precisam ter na mentalidade de crescimento é
de não se enxergarem com restrições cognitivas, mas de confiarem que
suas potencialidades podem e serão fortalecidas quanto mais coragem
tiverem em face das adversidades que a vida apresenta. A mudança de
como os estudantes visualizam a si próprios tem o poder de transformar
o seu desempenho, não só acadêmico, mas também em todas as outras
esferas de suas vidas.
As características de uma mentalidade de crescimento se apresentam na
maneira como são encaradas as situações cotidianas. Indivíduos que
perseveram em modificar suas atitudes e hábitos para essa forma de
encarar o mundo procuram tirar lições valiosas de todos os momentos.
Em vez de fugir dos desafios, os encaram de peito aberto e prosseguem
até o final, valorizando a dedicação, uma vez que compreendem que
estamos em constante aprimoramento de nossas habilidades.
Indivíduos que perseveram em modificar suas atitudes e hábitos para
essa forma de encarar o mundo procuram tirar lições valiosas de todos os
momentos.
A decorrência da mudança de mentalidade geralmente está associada ao
galgar de realizações surpreendentes para os que a aceitam.
Entretanto, Carol Dweck nos adverte que nem sempre e nem em todos os
momentos as pessoas apresentarão mentalidade de crescimento. O ponto
de atenção é, justamente, o caminho do autoconhecimento. Assim que os
estudantes compreenderem as nuanças entre os tipos de mentalidades,
deverão trilhar o caminho de se autoconhecerem, assim poderão evitar os
mecanismos que acionam velhos hábitos e trazem à tona a mentalidade
fixa.
Os mecanismos estão centrados em emoções que despertam angústia e
ansiedade, como críticas, ameaças potenciais ou situações vexatórias.
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DICA!

Para estimular o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento


em seus estudantes, sugerimos ao POE pontos para reflexão e prática:

 Procure sempre valorizar o esforço que seus estudantes


demonstram ao resolver as atividades, em vez de simplesmente
reduzir o comentário à inteligência deles;
 Estimule o foco na solução e no processo de aprendizagem como
um todo, deixando claro em suas devolutivas o progresso e
aperfeiçoamento que o estudante apresentou;
 Sempre que possível, demonstre que existe mais de uma maneira
de se fazer algo, exercitando a criatividade de seus estudantes e
mantendo o foco na solução das situações,
 Enriqueça a experiência do protagonismo dos estudantes com
questões abertas e debates democráticos, sintonizados com a
realidade que eles vivenciam.

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SAIBA MAIS!

Para aprofundar seus conhecimentos sobre os impactos positivos da


mudança de mentalidade, leia aqui o artigo “Aprendemos mais quando
acreditamos que somos capazes de aprender mais”.
O POE precisará estar atento para agir de forma a combater com
palavras e ações a mentalidade fixa do fatalismo e das dificuldades
insuperáveis.
Cursista, para muitos estudantes, público-alvo do Programa Ensino
Híbrido: Práticas de Orientação de Estudos, é possível que a mentalidade
de crescimento encontre amarras que fortaleçam a manutenção do
sentimento de menos valia. O POE precisará estar atento para agir de
forma a combater com palavras e ações a mentalidade fixa do fatalismo e
das dificuldades insuperáveis. Vários materiais complementares podem
circular pelo grupo, como músicas, pensamentos, imagens, diálogos,
depoimentos, biografias de personagens que superaram suas dificuldades
etc.
Assista ao vídeo com depoimento de uma profissional egressa da Rede
Pública Estadual que conta de maneira simples o seu trajeto de vida,
construído a cada tomada de decisão em uma realidade muito parecida
com a de muitos de nossos estudantes.
 GICA MESIARA
Veja agora alguns elementos importantes para subsidiar as orientações
junto aos estudantes quando o assunto é manter o foco. Tais elementos
ajudarão no desenvolvimento dos trabalhos no programa e em outras
atividades cujo foco e disciplina sejam importantes.

Foco X Distrações

Cursista, neste momento, vamos conhecer algumas estratégias e dicas


sobre como melhorar a nossa capacidade de focar em tarefas. Essa
habilidade que possuímos é a chave para atingirmos os objetivos que
delineamos para nossas vidas. Pessoas bem-sucedidas em suas áreas de
atuação comungam a faculdade de focar em seus objetivos e metas. Esse
é um ponto de atenção que nossos estudantes precisam incorporar em
suas vidas se realmente querem desenvolver seus projetos de vida.
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SAIBA MAIS!

Para entender melhor como a neurociência é uma grande aliada da


aprendizagem, leia este artigo da Nova Escola.

Elimine as distrações antes de começar

Uma maneira de estreitarmos nosso foco é eliminar estímulos que


minam nossa concentração e nos empenhar em desenvolver habilidades
que impulsionam nossa dedicação.
Em vez de ignorarmos as distrações, o caminho mais produtivo para o
nosso cérebro é reduzi-las ou bani-las sempre que possível. Existem
algumas distrações que estão além do nosso controle. Contudo, é mais
produtivo afastar as distrações que estão sob nosso controle do que lutar
contra elas.
Estímulos visuais são responsáveis por disparar impulsos em nosso
cérebro que prejudicam nossa atenção. Exemplos de estímulos visuais
como televisão, fotografias, documentos e anotações devem ser
excluídos de nosso campo de visão.
Os estímulos auditivos também são prejudiciais à nossa capacidade de
concentração. Um local silencioso onde o estudante possa se aplicar na
tarefa à sua frente se mostrará de extrema valia para a conclusão
evitando erros motivados por distrações.
Estabeleça um momento de concentração antes de iniciar uma tarefa

Dependendo do ambiente em que estamos, é complicado nos


desligarmos completamente das distrações que vão nos atrapalhar na
conclusão da tarefa que temos à frente. Portanto, é fundamental
adotarmos algumas práticas que favoreçam e estimulem a concentração.
Quando precisamos de foco, o importante é estabelecermos a prioridade
em nós mesmos: reduzir distrações internas por meio da mentalização da
tarefa e visualizar as etapas que devemos executar para concluir a
missão.
Oriente os estudantes que estão em seu grupo para que, se possível,
procurem um local calmo, bem iluminado e silencioso para desenvolver
as atividades. Após alguns minutos de abstração, o cérebro estará em
consonância e desempenhará suas funções com mais eficiência.
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DICA!

Outras dicas importantes para estabelecer condições que favoreçam o


foco dos estudantes são:

 Desligar ou manter o celular em modo silencioso (vibratório não


vale!) e fora do campo de visão;
 Desconectar-se de redes sociais ou aplicativos de trocas de
mensagens;
 Desligar a televisão;
 Não utilizar músicas que eles gostam para estudar, uma vez que
ocupará o cérebro com estímulos auditivos;
 Organizar e limpar o local que será utilizado para o
desenvolvimento das tarefas.

Embora as dicas acima sejam um discurso que ouvimos desde eras


imemoriais, atualmente vivemos um momento onde a facilidade de
comunicação pode prejudicar significativamente o rendimento de nosso
cérebro. O motivo por trás da deterioração do rendimento
contemporâneo está associado ao fenômeno das multitarefas (do
inglês multitasking).
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SAIBA MAIS!
Ficou curioso para entender como o multitasking é prejudicial à sua
produtividade? Acesse aqui o link e conheça a opinião de especialistas
em gerenciamento do tempo.
Não obstante algumas pessoas se gabarem de ser capazes de realizar
múltiplas tarefas ao mesmo tempo, a verdade é que isso é negativo para
o desenvolvimento efetivo de tarefas.
Quando pensamos que estamos realizando múltiplas tarefas ao mesmo
tempo, o fato é que estamos alternando frequentemente entre tarefas, ou
seja, desviando nosso foco constantemente entre as múltiplas atividades.
O processo cerebral completo de mudança entre atividades não leva mais
que alguns segundos; entretanto devemos levar em consideração que
esse mecanismo ocorre todas as vezes que alternamos tarefas. O
complicado é que, cada vez que alternamos tarefas ou atividades,
precisamos iniciar o processo de concentração novamente. Estudos
apontam que interrupções constantes aumentam o tempo de conclusão de
tarefas em aproximadamente 50%, além de incrementar erros na mesma
proporção.

Utilize emoções para facilitar o processo de concentração

Uma vez que os estudantes compreenderam a importância da


concentração para alcançar suas metas e concretizar seus projetos de
vida, as emoções entram em jogo. O estímulo emocional pode ser o
suficiente para despertar o engajamento necessário, minimizando a
necessidade do cérebro de procurar por outras fontes de incentivo.
Uma dica relevante quando a concentração está dispersa é trocar de
ambiente ou, algo mais simples, trocar de lugar na mesa quando seu
estudante for iniciar uma outra atividade. Mudanças sutis como a
proposta acima acionarão processos que avisam ao cérebro que estamos
iniciando algo novo.

Administre seu tempo em momentos

A estratégia de administrar o tempo em momentos é uma tática para


evitar a dispersão de concentração que o multitasking inflige aos
processos cerebrais com a constante alternância de interesse.
Uma sugestão é estabelecer momentos entre 15 e 20 minutos de imersão
em cada tarefa antes de alternar para outra. O entusiasmo gerado por
cada segmento de tempo executado com dedicação e a perspectiva de
uma nova sequência muitas vezes são o combustível necessário para
manter o foco.
Oriente seus estudantes para começarem esse exercício de imersão com
tempos curtos. Eles sentirão mais confiança para poder administrar
períodos maiores de atenção e, assim, aumentar gradativamente os
ciclos.
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DICA!

Sabemos que os jovens atualmente gastam muito tempo em redes sociais


e acabam por desenvolver compulsão, deixando suas tarefas e afazeres
de lado. Uma solução que o POE pode sugerir para seus estudantes é
que, a cada período de dedicação exclusiva às atividades, os estudantes
utilizem de 3 a 5 minutos (deixe claro que o tempo deve ser monitorado)
para navegar e utilizar as redes sociais. Aconselhe os estudantes que a
perseverança destas atitudes os fará aceitar tempos maiores
desconectados.
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ATENÇÃO!

Um recurso útil para a atenção plena e, principalmente, para organizar a


estrutura mental necessária para começar ou mudar de atividades são
quatro passos simples:

1. Pare;
2. Respire fundo;
3. Observe com imparcialidade;
4. Continue.

Esse procedimento é adequado e pode ser executado em praticamente


qualquer lugar, mesmo em um ambiente estressante. É um método para
conversar consigo mesmo e refletir sobre pontos sensíveis relacionados
às tarefas que precisam ser concluídas. Assim como as demais
habilidades, a atenção plena requer esforço e prática para o
aperfeiçoamento. Quanto mais os estudantes praticarem, melhor
exercerão esta habilidade.
Essas estratégias e dicas não esgotam o assunto, mas são um ponto de
partida estruturado para fortalecer a confiança de seus estudantes na
própria capacidade de superar os desafios.

Objetivos claramente definidos

O objetivo da atividade deve ser específico. Assim, os estudantes


conseguirão distinguir entre as distrações e as direções essenciais para
realizar a atividade proposta.
Quanto mais claro for o objetivo das atividades propostas, mais fácil será
para que seus estudantes possam focar na solução e se engajarem
devidamente motivados. Nosso cérebro possui a faculdade de centralizar
e dedicar sua atenção plena quando temos claramente definido o que
realmente é importante, descartando o que não é significativo.
Outro aspecto positivo de afunilar os objetivos é de nos animar e
persistir no desenvolvimento das atividades.

Otimizando o desafio

Para auxiliar os estudantes a se manterem focados nas tarefas é


imprescindível balancear o desafio imposto com as habilidades que eles
possuem.
Uma vez que o POE conhecer o perfil de seus estudantes e adequar os
desafios às habilidades, poderá fornecer condições apropriadas para as
atividades, para que os estudantes se sintam motivados a enfrentar as
provocações e, assim, superá-las.
Um fator de risco na calibração dos desafios é exagerar na dose. Se isso
ocorrer, seus estudantes poderão sofrer com a ansiedade de perceberem
que a situação está além de suas capacidades momentâneas, e o
desenrolar da situação será a desmotivação e falta de engajamento com
as tarefas propostas.
Contudo, se o inverso ocorrer, ou seja, as atividades propostas forem
aquém das habilidades dos estudantes a falta de impulsos cerebrais
motivacionais, nomeadamente a falta de dopamina e noradrenalina
(neurotransmissores/hormônios), poderá aumentar as chances de
desinteresse.
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SAIBA MAIS!

Para entender melhor como os impactos dos hormônios e


neurotransmissores afetam o desempenho de seus estudantes acesse
os sites:

1. Os hormônios da felicidade;
2. Dicas;
3. Lev Vygotsky e o conceito da zona de desenvolvimento
proximal.

Devolutivas assertivas

É vital que os estudantes recebam devolutivas assertivas sobre o


desempenho em suas atividades.
A reação às devolutivas realizadas de maneira clara e objetiva é
encorajadora, e o resultado provável é que os estudantes se mantenham
motivados para continuar engajados no programa. O professor orientador
de estudos pode optar por fornecer devolutivas individualizadas, grupais
ou utilizar ambas as situações.
No caso de fornecer devolutivas individualizadas, sugerimos que o POE
comece o processo demonstrando para o estudante quais foram os pontos
positivos e os avanços que ele obteve em suas habilidades.
Ao iniciar o processo considerando aspectos positivos, o cérebro recebe
impulsos dominantes de sensações de alegria e bem-estar, o que favorece
a atenção plena para o assunto que está sendo tratado.
Provoque seu estudante para que ele persevere e supere os desafios.
Lembre-se de não utilizar como parâmetro de comparação o desempenho
de outros estudantes.
Assim que perceber que seu estudante está devidamente concentrado no
diálogo, analise com ele os pontos de atenção e que necessitam de mais
trabalho por parte dele. Provoque seu estudante para que ele persevere e
supere os desafios. Lembre-se de não utilizar como parâmetro de
comparação o desempenho de outros estudantes, uma vez que isso pode
gerar falta de confiança dos estudantes por ausência de sigilo.
As devolutivas em grupo podem seguir o mesmo processo descrito
acima. Evite comentários específicos sobre desempenhos individuais
nesse momento para resguardar seus estudantes de possíveis assédios.
Assim que você conseguir estabelecer o vínculo de cumplicidade com os
estudantes, faça o possível para preservar esse sentimento por parte
deles.
Muito bem, cursista, agora vamos pôr a mão na massa? Veja-se como
POE e já deixe preparado o planejamento para os primeiros encontros
com sua turma de orientação de estudos.
Preparação para a ação
Cursista, você já pode elaborar o plano de aula para os primeiros
encontros com os estudantes de sua turma. Não se esqueça de levar em
conta a faixa etária com a qual vai trabalhar e o período frequentado por
eles.
Ainda que você não tenha turma alocada no programa, há objetivos e
condutas universais que podem ser planejadas desde já, sem contar que
todo planejamento é fundamental para se iniciar uma ação com mais
chances de sucesso, embora sua revisão e adaptação sejam fundamentais
quando o trabalho for de fato iniciado.
O que está apresentado aqui é um ponto de partida. Sua sensibilidade e
vivência como educador poderão indicar outras dimensões para que o
desenvolvimento das atividades aconteça de forma efetiva em prol do
fortalecimento da mentalidade de crescimento, como foi visto
anteriormente.
Não se esqueça que você, como POE, terá um grupo heterogêneo de
estudantes para orientar e que as dinâmicas para equipes menores e
maiores vão requerer adequações. Entretanto, você terá liberdade para
sugerir a formação de subequipes dentro de sua turma, quando achar
conveniente. Quais vantagens isso pode trazer? Como você poderá
planejar seus encontros levando isso em consideração?
 Quando várias equipes são formadas há mais possibilidades de
construção de saídas inteligentes para tarefas complexas. Afinal, várias
cabeças pensam melhor do que uma.
 Em equipes menores, o diálogo e a interação poderão fluir melhor.
Os mais tímidos terão mais oportunidades para se expressar e ser
ouvidos.
 Poderá ser mais fácil fortalecer a união entre os estudantes que,
ora estarão em pequenas equipes, ora se manifestarão e estabelecerão
interlocução com a turma toda.
 Poderá haver mais oportunidades para cada um aprender com as
capacidades e habilidades dos colegas.
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IMPORTANTE!

O trabalho em grupo está mais voltado para objetivos e tarefas


diferentes, enquanto no trabalho em equipe, que é o que se espera nesse
programa, todos os estudantes estarão agindo de forma colaborativa em
suas tarefas ou etapas.
Agora, vamos planejar?
CONTEÚDO DIVIDIDO POR ACCORDION
Primeiro encontro
Geralmente, o primeiro encontro provoca muitas expectativas em todos
os participantes, causando até uma certa ansiedade e gerando um misto
de sentimentos.
Pensando nisso, o objetivo do primeiro encontro é acolher, engajar e
cativar os estudantes para que participem ativamente e com qualidade
das atividades. O POE, no primeiro encontro, poderá fazer uso de
algumas dinâmicas visando conhecer o seu grupo e fazer-se
conhecer, apresentar o que há de mais importante no
programa e iniciar o processo de integração entre todos.
Conteúdo dentro de um box de destaque

IMPORTANTE!

Trabalhar com ênfase o lema do programa: nenhum estudante será


deixado para trás!
A turma deverá caminhar integrada, e um estudante auxiliará o outro em
suas dúvidas ou dificuldades. Os estudantes do programa se constituirão
como um time, e a vitória precisa ser alcançada pelo coletivo.
Em seguida, apresentamos algumas sugestões de dinâmicas que podem
ser utilizadas para os primeiros contatos com os estudantes, foco desse
programa.
Conteúdo dividido em abas
Apresentação Nominal
O professor se apresenta e passa a palavra para cada estudante
perguntando seu nome e, caso sinta-se à vontade, pode falar seu sonho,
pois o programa também vai auxiliar no encaminhamento do projeto de
vida.

 Mural colaborativo
 Nesse momento remoto ou até mesmo presencial, essa
apresentação pode acontecer por meio tecnológico utilizando
plataformas onde o estudante coloca seu nome, ano e/ou série,
componente curricular que tem mais dificuldade de aprender,
componente curricular que mais gosta e seus sonhos. Assim o Professor
Orientador de Estudos terá um diagnóstico real da turma e poderá
orientar seu trabalho com as trilhas e atividades que serão propostas. Em
turmas grandes, o mural colaborativo auxilia com o tempo e a
organização das ideias. É importante que o professor verifique se todos
participaram.
 Roda de conversa
 O professor pode “quebrar o gelo” nesse primeiro momento
compartilhando suas experiências e pedindo para que os estudantes
também se posicionem. Com isso, começa a criar um vínculo que será
importante nesse programa.

Sentido do programa e corresponsabilidade

Resgatando os objetivos do Programa Ensino Híbrido que vão auxiliar os


estudantes vulneráveis com as aprendizagens essenciais que não foram
contempladas em razão de diversas dificuldades durante o período de
isolamento social, com a distribuição de chips para acesso à internet e
com o retorno gradual às atividades presenciais, isso deve ser diminuído.
O POE terá um papel primordial junto a esses estudantes, orientando-os
e reforçando com eles a importância da dedicação ao estudo e também
da corresponsabilidade de cada um, conscientizando-os sobre o quanto é
gratificante se tornarem autônomos, refletindo sobre as vantagens em
desenvolver as atividades sozinhos ou ainda em pequenos grupos.
Conteúdo dentro de um box de destaque

ATENÇÃO!
Esse exercício será importante para se acolher as dúvidas que forem
surgindo e, juntos, buscarem soluções que possam ser sanadas tanto
durante as aulas regulares quanto no decorrer do programa.
O estudante precisa ter clareza de que é durante a realização de uma
leitura, das atividades propostas em trilhas, pelo professor de sala regular
ou do programa que ele estará melhorando sua aprendizagem, sem
desprezar os erros que podem acontecer e que, ao contrário do que se
pensa, auxiliam na aprendizagem.
Agora é sua vez de pôr mãos na massa e elaborar um plano de aula para
a primeira semana de atividades com os estudantes do programa. Baixe o
formulário de plano de aula e capriche! Lembre-se de que a primeira
impressão deverá ser de acolhimento e aconchego.
Conteúdo dentro de um box de destaque

IMPORTANTE!

Inclua nesse primeiro contato uma sondagem a respeito das ferramentas


e plataformas que os estudantes já conhecem e utilizam, a fim de que
você já tenha condições de preparar o próximo encontro.
Caso você perceba a necessidade, poderá elaborar um plano de aula para
mais de um encontro. Pode ocorrer também de sua turma ser do período
noturno, composta por mais estudantes, e ser igualmente necessário fazer
um plano para mais de um encontro.

Segundo encontro
Cursista, ainda calçando os sapatos do POE, você já planejou como será
o primeiro contato com os estudantes de sua turma, visando que se
conheçam entre si e também a você.
Contextualizando-os sobre os pontos principais do programa, agora é o
momento de trabalhar com os recursos e ferramentas que farão parte da
rotina e que viabilizarão os estudos, o acompanhamento e a comunicação
entre todos.
Como já visto no Módulo 2, há vários aplicativos e plataformas
destinados a isso, e muitos outros poderão surgir no caminho.
Sugerimos que, na preparação do primeiro encontro, você deve ter um
panorama do grau de familiaridade que os estudantes já desenvolveram
ou não em relação aos aplicativos e plataformas que serão utilizados no
programa. Essa informação é valiosa para a construção do presente
encontro.
Seguem algumas sugestões para a montagem de seu plano de aula para
esse segundo encontro:
Conteúdo dividido em abas
Qual O E-Mail Acadêmico (Institucional) Do Estudante?
Muitos deles sequer têm o hábito de utilizar e-mail no dia a dia; por isso,
a importância desse detalhamento. Explicar o que é um e-mail e informar
que todos os estudantes da rede paulista têm direito a um e-
mail institucional, ativado na SED e mediante esta conta ele tem acesso a
diversas plataformas de suporte do Google e da Microsoft.
Procure construir uma lista com os e-mails de todos da turma, pois este
será o meio oficial de comunicação no programa. 

 Como configurar a caixa de correio eletrônico no dispositivo
móvel?
 Esse passo é importante para que o estudante receba as mensagens
de sua conta institucional em seu tablet ou smartphone.

 Como baixar o app do CMSP?
 Esse aplicativo será de fundamental importância para o
desenvolvimento e acompanhamento das atividades. Oriente os
estudantes a fazerem o download do app, caso não o utilizem ainda.
 Como acessar o CMSP em dispositivos móveis?
 O que cada um poderá encontrar por lá? Retome com os
estudantes um passo a passo de como acessar e navegar no app da
CMSP. Você poderá contar com os tutorias disponibilizados
no website e todas as indicações já feitas no Módulo 2.
 E para fazer as atividades? Onde? Como?
 Reforçar como o estudante acessará sua turma/sala no Google
Classroom para realizar as atividades.
 Conteúdo dentro de um box de destaque

 IMPORTANTE!
 Exercite um passo a passo, se possível síncrono com sua turma,
abordando como acessar o Google Classroom, a partir do CMSP, e
como realizar as atividades.
 Lembre-se de que muitos estiveram ausentes da rotina das aulas
remotas, e o que pode ser familiar para uns, pode não ser para
outros.
 Colocar todos no mesmo patamar básico de acesso trará mais
chances de sucesso! Tire dúvidas e estimule aqueles que têm mais
familiaridade a conversar posteriormente com os demais, para
contribuir na superação de possíveis impasses.

Quais os passos para planejar as aulas?

Planeje suas aulas em três passos:


 Ativação inicial – caso não tenha optado por fazer a sondagem
dos conhecimentos prévios, como foi sugerido no primeiro encontro,
faça isso logo no início desse segundo momento por meio de perguntas
orais e/ou escritas, debates, vídeos, notícias, leitura de artigos ou análise
de imagens, entre outros.
 Desenvolvimento – intervenção pedagógica, por meio de
aplicação de atividades, aula dialogada, sala de aula invertida,
apresentação de vídeo, roda de conversa e análise de cartaz, entre outros.
 Finalização – o POE poderá solicitar aos estudantes a realização
de atividades para a consolidação das aprendizagens, incluindo produção
textual, mapa conceitual, análise de fluxograma e análise de simuladores,
entre outros. Além disso, é necessário verificar se o objetivo da aula foi
contemplado e verificar pontos de atenção para o desenvolvimento das
próximas aulas.
Agora é sua vez de pôr as mãos na massa e elaborar um plano de aula
para a segunda semana de atividades com os estudantes do programa.
Baixe o formulário de plano de aula e capriche! Lembre-se de que esse
momento de conhecimento dos instrumentos de trabalho é especial e
deve ser detalhadamente trabalhado.
Caso você perceba a necessidade, poderá elaborar um plano de aula para
mais de um encontro. Pode também ocorrer de sua turma ser do período
noturno, composta por mais estudantes, e ser igualmente necessário fazer
um plano para mais de um encontro.

Orientações para acompanhamento pelo POE


Cursista, durante os estudos propostos, já foram identificadas algumas
situações desfavoráveis que exigirão ações intencionais do POE.
Entretanto, vamos sistematizar melhor possíveis ocorrências e dicas para
superá-las.
Por outro lado, também poderão existir situações em que o POE
necessitará de apoio para entender sua rotina e utilizar melhor as
ferramentas de acompanhamento e elaboração de intervenções, a partir
de evidências coletadas no processo.
Vejamos algumas situações:
 O estudante interrompe sua presença no desenvolvimento das
atividades e falta aos encontros programados.
Essa é uma situação com probabilidade de acontecer, mesmo que a
participação no programa seja por adesão, o que indicaria interesse e
iniciativa do estudante para superar a defasagem de aprendizagem que
possui.
No desenvolvimento dos combinados, o POE já deve ter trabalhado de
forma bastante objetiva e enfática a premissa do programa: nenhum
estudante será deixado para trás.
Ao sentir a falta de alguém aos encontros semanais programados ou
verificar pelas ferramentas de acompanhamento que algum estudante da
turma está passando por tal situação, cabe ao POE lançar mão dos
recursos disponíveis para reverter o quadro. Algumas providências:

o Buscar contato direto com o estudante para saber as causas


de sua ausência e reforçar que o fato de faltar muda a configuração
do grupo formado. Questioná-lo a respeito das providências que
podem ser tomadas para que ele retome seu processo de
orientação.

o Solicitar que o grupo faça contato também e que ofereça


ajuda para a superação de algum problema ou dificuldade.

o Buscar alternativas para informar a família ou responsáveis


sobre a necessidade de o estudante retomar as atividades e solicitar
apoio para encorajá-lo. O grupo gestor da escola também pode
contribuir nessa busca ativa e resgate do estudante faltoso.

o Um sistema de comunicação entre o POE, o grupo gestor e


os professores especialistas que são professores desse aluno pode
agir conjuntamente para que ele retome suas atividades.
 O estudante passa a ter dificuldade com o dispositivo
tecnológico utilizado para ter acesso ao programa e desenvolver as
atividades.
Podem acontecer situações em que o celular ou computador do estudante
apresentem problemas, quebrem ou sofram algum tipo de extravio. O
POE precisa se lembrar das alternativas que o estudante tem e orientá-lo
a encontrar qual é a mais apropriada para que continue participando do
programa.
Algumas sugestões:

o Verificar se a escola dispõe de equipamentos que podem ser


utilizados, mesmo que o distanciamento ainda seja uma realidade.
Os gestores poderão criar condições de uso seguro ao estudante,
adotando as medidas sanitárias indicadas para segurança do
ambiente.

o As bibliotecas locais podem ser consultadas, a fim de


verificar a disponibilidade de uso dos equipamentos comumente
presentes e que ficam à disposição dos usuários.

o O espaço Acessa São Paulo existe em várias cidades do


estado e deve ser consultado como possibilidade para os alunos
utilizarem os recursos tecnológicos para acessar o programa
Práticas de Orientação de Estudos.

 O estudante apresenta dificuldades específicas em relação a


uma disciplina/área de conhecimento diferente da formação do
POE.
Diversas vezes já citamos essa questão, ou seja, para ser POE o
profissional não precisa pertencer a uma área específica, mas o estudante
do programa poderá necessitar de atendimento especializado em algum
momento. Como fazer?

o O professor da disciplina/área que atende esse aluno deverá


ser seu interlocutor, como já é de costume, para dirimir dúvidas.

o O grupo gestor deverá promover essa aproximação entre o


POE e os professores da escola, a fim da constituição de uma rede
de apoio aos estudantes do programa.
 Dificuldades em habilidades essenciais (leitura, interpretação,
conceitos básicos em matemática, administração do tempo,
organização de estudos).
Em alguns momentos, o POE poderá identificar dificuldades mais
abrangentes e poderá criar ou consultar percursos formativos para apoiar
os estudantes.

o Haverá plataformas digitais à disposição do POE, liberadas


para indicação aos estudantes. A Seduc está fechando várias
parcerias que disponibilizarão recursos em diversas áreas, a fim de
que o estudante tenha opções para contemplar possíveis
dificuldades.

o O POE poderá buscar alternativas e sugestões com


professores especialistas, a fim de selecionar opções de estudos
nas diversas áreas. Essa medida interessa a todos, já que a
superação de dificuldades pelo estudante pode colaborar com o
trabalho de todos.

o Serão oferecidas ao POE várias ações formativas para


ampliar seu repertório de recursos e para lidar com a carência no
desenvolvimento das habilidades essenciais aos estudantes.

o O grupo gestor da escola poderá acionar o Núcleo


Pedagógico da Diretoria de Ensino, a fim de que possa atender às
demandas específicas que emerjam durante o desenvolvimento do
programa e que ofereçam apoio ao trabalho do POE.

 O POE poderá ter dúvidas, a partir da pouca familiaridade


com os instrumentos e recursos digitais utilizados para
acompanhamento e gestão das ações do programa.
O programa prevê vários recursos tecnológicos que o POE terá à sua
disposição para indicações pedagógicas e também para acompanhar o
desenvolvimento da atuação discente. Como agir?

o Estar atento às formações que serão oferecidas e que terão


sempre o objetivo de abordar essas duas dimensões de seu
trabalho: o pedagógico e o de administrar/gerenciar o grupo de
estudantes.
o Cada instrumento que envolve o planejamento ou registro
do trabalho de POE deve ser criteriosamente contemplado, a fim
de que as ações que derivarem de cada sistematização não se
percam e a gestão dentro do programa não seja afetada.

o Buscar sempre o esclarecimento necessário junto ao grupo


gestor da escola e à Diretoria de Ensino ou com outros
interlocutores e canais indicados pela Seduc.

o Consultar semanalmente a programação do CMSP, pois


transmissões estão previstas para apoiar o POE, à medida que a
prática e a realidade do programa forem se desenvolvendo.

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