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UNIDADE 1
O Ensino Híbrido
Para lidar com tal prioridade – aproximar educadores e estudantes –,
entra em cena o Ensino Híbrido, aqui tratado como a união dos ensinos
presencial e on-line.
Embora seja a possibilidade indicada para o momento em que o
distanciamento social ainda é importante, essa forma de desenvolver as
relações de ensino e aprendizagem vai além dessa conveniência.
No entanto, há pressupostos relevantes que caracterizam o Ensino
Híbrido por conta da necessidade da mudança no contexto educacional
para uma escola mais alinhada ao que demanda a sociedade atualmente.
Quais são essas características do Ensino Híbrido?
Reorganização dos espaços e dos planos pedagógicos
O processo de ensino e aprendizagem não se restringe à sala de aula e ao
contexto presencial das interações. Há possibilidade de flexibilização de
tempos e espaços, de relações síncronas e assíncronas, e os planos
pedagógicos precisam levar em conta essas novas possibilidades e
enfatizar orientações para a organização do tempo pelos estudantes.
Metodologias diversificadas
Os momentos presenciais são reservados para interações,
questionamentos e aprendizagens coletivas. No trabalho mediado por
tecnologias, o estudante controla sua dinâmica, quando e onde deseja
estudar, embora haja sempre uma proposta, uma problematização ou um
projeto a desenvolver.
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Saiba Mais!
Personalização do ensino
A forma como cada um aprende é diferente. Desenvolver os estudos e as
atividades a partir da escolha de cada um torna possível respeitar as
particularidades e os estilos de aprendizagem pessoais.
As tecnologias possibilitam a flexibilidade no programa de estudos; cada
estudante pode progredir de acordo com seu ritmo, o que pode favorecer
o engajamento e a melhoria do desempenho dos estudantes.
Estudante como protagonista em seu processo de aprendizagem
A conjugação das metodologias diversificadas, as viabilidades das
tecnologias e a possibilidade de o estudante selecionar o percurso que
mais atende às suas necessidades resultam em oportunidades para o
estudante ser o protagonista de seu processo de aprendizagem, superar
uma educação padronizada e desenvolver autonomia para tomar as
decisões na escola e na vida.
Segundo Antônio Carlos Gomes da Costa, uma pessoa está agindo com
"autonomia" quando já tem consciência das regras e normas da
sociedade onde vive, seguindo-as, e suas ações são feitas por iniciativa
própria sem a influência e a necessidade de alguém ficar mandando
fazer, tendo a liberdade de escolha entre as ações, seja para fazer alguma
coisa, para pensar ou para utilizar seus juízos morais. A sociedade
considera que uma pessoa está nessa etapa almejada quando desenvolveu
o autocontrole, a autocrítica (não absorve passivamente as informações,
mas as transforma) e tem consciência do certo e do errado, tomando as
decisões sobre quais comportamentos deve ter.
Professor como mediador
O professor assume um papel diferenciado nesta proposta de Ensino
Híbrido. Ele provoca, desafia, medeia, estimula relações, e organiza e
orienta processos de estudos junto aos estudantes.
As tecnologias, sem sombra de dúvida, têm um importante papel para
viabilizar as novas expectativas para se fazer a educação que é
necessária para um mundo diferente.
E que mundo diferente é esse?
Esse mundo é pautado pelas mudanças constantes e rápidas, que exigem
muita iniciativa para que cada um se mantenha “no jogo” das
oportunidades, do mercado de trabalho e da apropriação de todos os
cenários no exercício de uma cidadania digital nesse mundo
contemporâneo.
Para o sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos na era da pós-
modernidade, ou modernidade líquida, que ele define como “(...) uma
época de liquidez, de volatilidade, de incerteza e insegurança”.
A instituição escolar precisa repensar o seu papel e a sua atuação diante
deste novo cenário. Os conhecimentos científicos não são mais
suficientes para assegurar uma formação de qualidade; é necessário
também o desenvolvimento de outras dimensões humanas, de
habilidades para a resolução de problemas e para a convivência, pois elas
promovem a autonomia dos jovens e adolescentes, preparando-os para
viver neste mundo tão complexo e cheio de incertezas.
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Saiba Mais!
Responsabilidades do estudante
O participante do Programa estará ciente de que terá como
responsabilidade:
LEMBRE-SE!
O foco da orientação de estudos é acadêmico.
Vamos tratar disso agora, além de descrever como, na prática,
ocorrerá o desenvolvimento das atividades orientadoras.
Desenvolvimento do trabalho
Estipular regras a serem seguidas é uma tarefa mais rápida, porém menos
eficiente, porque não gera a sensação de pertencimento e de
corresponsabilidade.
Detalhamento do Programa
https://curriculomais.educacao.sp.gov.br/
UNIDADE 2
Quais são as ferramentas para ensinar e aprender? Para que
servem?
A utilização de recursos didáticos é inerente ao processo educativo e
cada época tem os seus, de acordo com os avanços tecnológicos. Sendo
assim, seria impossível enumerarmos e trabalharmos, num único curso,
todas as ferramentas educacionais que temos à nossa disposição neste
século XXI, tão imerso no “digital”.
Mas podemos pensar em um ponto de confluência para nós, aqui da
Rede.
Para isso, neste módulo, nos propomos a mergulhar no entendimento de
algumas das principais ferramentas que compõem uma base à qual
outros recursos digitais podem ser agregados para dar vida e enriquecer
as experiências educativas a serem desenhadas pelos professores. São
elas:
Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP);
Currículo +;
Google Classroom;
Microsoft Teams;
Zoom.
UNIDADE 1
Ensino híbrido: O que é importante lembrar
Embora o ensino híbrido esteja recebendo muita atenção recentemente, sua concepção
existe há tempos, assim como a busca para que o estudante esteja no centro do seu
processo de aprendizagem, conquiste autonomia e seja protagonista do percurso que
precisar percorrer.
Visto numa perspectiva histórica, o ensino híbrido ou “misturado” é uma
inovação pedagógica tão antiga quanto as pedagogias ativas. A proposta
basilar destas últimas foi a de centralizar o processo educativo no aluno e
na aprendizagem, para estimular o protagonismo e a participação,
entendidos como vitais para que o aprendido faça sentido e seja eficaz na
vida das crianças e jovens. Daí decorreu a importância que atribuíram ao
ensino mais personalizado, que buscasse respeitar o ritmo e os interesses
dos que aprendem. Consequentemente, defenderam também um ensino
diversificado para atender à diversidade dos alunos. Embora não levasse
esse nome tratava-se, já no surgimento das pedagogias ativas, de um
ensino “diversificado”, “misturado”, que hoje leva o nome de
“híbrido”. (MELLO, 2020)
No excerto acima, extraído da Nota Técnica, que você poderá ler na íntegra, Mello
retoma a busca para superar a cultura escolar que parte do princípio de que o
conhecimento pode ser entregue pelo professor ao estudante. Esse modo de entender
como o conhecimento se estabelece não foi ainda de todo superado na educação, o que
exige esforços constantes. Isso porque os resultados dessa concepção arcaica atrasam os
avanços no processo de desenvolvimento dos estudantes, já que o objeto do
conhecimento proposto pode não fazer sentido pleno àqueles que aprendem.
Além disso, não se pode esquecer que as descobertas da neurociência apontam que
pessoas diferentes podem aprender de diferentes formas. O entendimento
de Gardner sobre as inteligências múltiplas, por exemplo, alerta para o problema que se
estabelece quando a escola não leva em conta as capacidades inatas dos estudantes,
nivelando suas propostas como se todos reagissem da mesma forma aos processos de
ensino e aprendizagem.
Se partirmos da premissa defendida por Gardner, como fazer para que cada estudante
tenha suas capacidades contempladas e reconhecidas e a escola se valha disso como
potencial e não fator limitador?
Resposta a essa questão está presente no desenvolvimento do ensino híbrido, conforme
já estudamos também no Módulo 1, quando é defendido e priorizado o conceito de
personalização. Segundo Bacich, 2020:
Ensino Híbrido tem como foco a personalização, considerando que os
recursos digitais são meios para que o estudante aprenda, em seu ritmo e
tempo, que possa ter um papel protagonista e que, portanto, esteja no
centro do processo. Para isso, as experiências desenhadas para o online
além de oferecerem possibilidades de interação com os conhecimentos e
o desenvolvimento de habilidades, também oferecem evidências de
aprendizagem. A partir dessas evidências, nos momentos em que os
alunos estão face a face com o professor, presencialmente, em uma sala
de aula física, é possível que o professor utilize as evidências coletadas
para potencializar a aprendizagem de sua turma. (BACICH, 2020)
A personalização, característica fundante do ensino híbrido, pressupõe que o estudante
terá opções e escolherá caminhos para atingir o objeto de estudo proposto em seu
percurso formativo. A flexibilização de tempo e espaço, aliada aos recursos disponíveis,
poderá favorecer ao estudante perceber de que forma aprende melhor. Em outras
palavras, aquele que aprende estará no centro do processo e terá autonomia para buscar
a superação dos desafios de aprendizagem para desenvolver as habilidades que
necessita. Juntamente com essa autonomia, no ensino híbrido, o protagonismo vem
aliado ao desenvolvimento coletivo de ações.
DICA!
SAIBA MAIS!
Foco X Distrações
SAIBA MAIS!
DICA!
SAIBA MAIS!
Ficou curioso para entender como o multitasking é prejudicial à sua
produtividade? Acesse aqui o link e conheça a opinião de especialistas
em gerenciamento do tempo.
Não obstante algumas pessoas se gabarem de ser capazes de realizar
múltiplas tarefas ao mesmo tempo, a verdade é que isso é negativo para
o desenvolvimento efetivo de tarefas.
Quando pensamos que estamos realizando múltiplas tarefas ao mesmo
tempo, o fato é que estamos alternando frequentemente entre tarefas, ou
seja, desviando nosso foco constantemente entre as múltiplas atividades.
O processo cerebral completo de mudança entre atividades não leva mais
que alguns segundos; entretanto devemos levar em consideração que
esse mecanismo ocorre todas as vezes que alternamos tarefas. O
complicado é que, cada vez que alternamos tarefas ou atividades,
precisamos iniciar o processo de concentração novamente. Estudos
apontam que interrupções constantes aumentam o tempo de conclusão de
tarefas em aproximadamente 50%, além de incrementar erros na mesma
proporção.
DICA!
ATENÇÃO!
1. Pare;
2. Respire fundo;
3. Observe com imparcialidade;
4. Continue.
Otimizando o desafio
SAIBA MAIS!
1. Os hormônios da felicidade;
2. Dicas;
3. Lev Vygotsky e o conceito da zona de desenvolvimento
proximal.
Devolutivas assertivas
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
Mural colaborativo
Nesse momento remoto ou até mesmo presencial, essa
apresentação pode acontecer por meio tecnológico utilizando
plataformas onde o estudante coloca seu nome, ano e/ou série,
componente curricular que tem mais dificuldade de aprender,
componente curricular que mais gosta e seus sonhos. Assim o Professor
Orientador de Estudos terá um diagnóstico real da turma e poderá
orientar seu trabalho com as trilhas e atividades que serão propostas. Em
turmas grandes, o mural colaborativo auxilia com o tempo e a
organização das ideias. É importante que o professor verifique se todos
participaram.
Roda de conversa
O professor pode “quebrar o gelo” nesse primeiro momento
compartilhando suas experiências e pedindo para que os estudantes
também se posicionem. Com isso, começa a criar um vínculo que será
importante nesse programa.
ATENÇÃO!
Esse exercício será importante para se acolher as dúvidas que forem
surgindo e, juntos, buscarem soluções que possam ser sanadas tanto
durante as aulas regulares quanto no decorrer do programa.
O estudante precisa ter clareza de que é durante a realização de uma
leitura, das atividades propostas em trilhas, pelo professor de sala regular
ou do programa que ele estará melhorando sua aprendizagem, sem
desprezar os erros que podem acontecer e que, ao contrário do que se
pensa, auxiliam na aprendizagem.
Agora é sua vez de pôr mãos na massa e elaborar um plano de aula para
a primeira semana de atividades com os estudantes do programa. Baixe o
formulário de plano de aula e capriche! Lembre-se de que a primeira
impressão deverá ser de acolhimento e aconchego.
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IMPORTANTE!
Segundo encontro
Cursista, ainda calçando os sapatos do POE, você já planejou como será
o primeiro contato com os estudantes de sua turma, visando que se
conheçam entre si e também a você.
Contextualizando-os sobre os pontos principais do programa, agora é o
momento de trabalhar com os recursos e ferramentas que farão parte da
rotina e que viabilizarão os estudos, o acompanhamento e a comunicação
entre todos.
Como já visto no Módulo 2, há vários aplicativos e plataformas
destinados a isso, e muitos outros poderão surgir no caminho.
Sugerimos que, na preparação do primeiro encontro, você deve ter um
panorama do grau de familiaridade que os estudantes já desenvolveram
ou não em relação aos aplicativos e plataformas que serão utilizados no
programa. Essa informação é valiosa para a construção do presente
encontro.
Seguem algumas sugestões para a montagem de seu plano de aula para
esse segundo encontro:
Conteúdo dividido em abas
Qual O E-Mail Acadêmico (Institucional) Do Estudante?
Muitos deles sequer têm o hábito de utilizar e-mail no dia a dia; por isso,
a importância desse detalhamento. Explicar o que é um e-mail e informar
que todos os estudantes da rede paulista têm direito a um e-
mail institucional, ativado na SED e mediante esta conta ele tem acesso a
diversas plataformas de suporte do Google e da Microsoft.
Procure construir uma lista com os e-mails de todos da turma, pois este
será o meio oficial de comunicação no programa.
Como configurar a caixa de correio eletrônico no dispositivo
móvel?
Esse passo é importante para que o estudante receba as mensagens
de sua conta institucional em seu tablet ou smartphone.
Como baixar o app do CMSP?
Esse aplicativo será de fundamental importância para o
desenvolvimento e acompanhamento das atividades. Oriente os
estudantes a fazerem o download do app, caso não o utilizem ainda.
Como acessar o CMSP em dispositivos móveis?
O que cada um poderá encontrar por lá? Retome com os
estudantes um passo a passo de como acessar e navegar no app da
CMSP. Você poderá contar com os tutorias disponibilizados
no website e todas as indicações já feitas no Módulo 2.
E para fazer as atividades? Onde? Como?
Reforçar como o estudante acessará sua turma/sala no Google
Classroom para realizar as atividades.
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IMPORTANTE!
Exercite um passo a passo, se possível síncrono com sua turma,
abordando como acessar o Google Classroom, a partir do CMSP, e
como realizar as atividades.
Lembre-se de que muitos estiveram ausentes da rotina das aulas
remotas, e o que pode ser familiar para uns, pode não ser para
outros.
Colocar todos no mesmo patamar básico de acesso trará mais
chances de sucesso! Tire dúvidas e estimule aqueles que têm mais
familiaridade a conversar posteriormente com os demais, para
contribuir na superação de possíveis impasses.