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Módulo I - Mucopolissacaridose
FORMADORA: Patrícia B.
Agosto 2015
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
o Cromossómica;
o Monogénica;
o Poligénica;
o O que é a Mucopolissacaridose?;
o Herança da Mucopolissacaridose:
o Autossómica recessiva;
o Ligada ao cromossoma X;
o Diagnóstico;
o Tratamentos específicos:
o Transplante de fibroblastos;
o Terapia génica.
o Diagnóstico;
o Tratamentos específicos.
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Módulo III – Síndrome de Patau (60 min)
o Diagnóstico;
o Tratamentos específicos.
o Diagnóstico;
o Tratamentos específicos.
o O que é a Alzheimer;
o Herança da Alzheimer:
o Diagnóstico;
o Tratamentos específicos.
o Diagnóstico;
o Tratamentos específicos.
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Módulo I - Mucopolissacaridose
OBJECTIVOS GERAIS
Objetivos específicos
No final do Modulo I – Mucopolissacaridose, os formandos, que o concluam com uma taxa de êxito
superior a 50%, deverão ser capazes, sem recurso ao manual, de:
o Corresponder o tipo a síndrome da Mucopolissacaridose com a herança que lhe está associada.
A avaliação será formativa, por observação direta, e sumativa, no final de cada módulo.
No final do módulo, o formador realizará uma avaliação sumativa através de teste escrito,
para obter, desta forma, uma noção mais específica dos conhecimentos adquiridos por
cada formando, com cotação final de 80%.
Finalidade
Destinatários
Maiores de 18 anos com formação na área da biologia, que não tenham qualificação inferior
a 12º ano.
CARGA HORÁRIA
20 MINUTOS
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Índice
Introdução …………………………………………………………………………………………………. 7
1. Principais doenças e distúrbios genéticos ……………………………………………………. 8
1.1. Cromossómicas ………………………………………………………………………… 8
1.2. Monogénicas ……………………………………………………………………………. 8
1.2.1. Monogénica autossómica recessiva ……………………………..…………………... 9
1.2.2. Monogénica autossómica dominante ………………………………………………… 9
1.3. Poligénicas ……………………………………………………………………………… 10
2. Mucopolissacaridose …………………………………………………………………………….. 10
3. Herança ……………………………………………………………………………………………. 11
3.1. Herança da MPS: Autossómica recessiva …………………………………………… 12
3.2. Herança da Síndrome de Hunter: ligada ao cromossoma X ………………………. 13
4. O que causa a mucopolissacaridose? …………………………………………………………. 14
5. Diagnóstico ……………………………………………………………………………………….. 15
5.1. MPS I – Síndrome de Hurler, Scheie e Hurler/Scheie ……………………………… 15
5.2. MPS II – Síndrome de Hunter …………………………………………………………. 16
5.3. MPS III – Síndrome de Sanfilippo (tipos A, B, C, D) ………………………………… 16
5.4. MPS IV – Síndrome de Morquio ………………………………………………………. 16
5.5. MPS VI – Síndrome de Maroteaux-Lamy …………………………………………….. 16
5.6. MPS VII – Síndrome de Sly ……………………………………………………………. 17
6. Manifestações físicas gerais ………………………………………………………………….… 18
7. Tratamentos específicos .....…………………………………………………………………….. 19
7.1. Terapia de reposição enzimática ……………………………………………………… 19
7.2. Transplante de fibroblastos ……………………………………………………………. 19
7.3. Transplante de medula óssea …………………………………………………………. 19
7.4. Terapia génica …………………………………………………………………………… 19
Síntese ………………………………………………………………………………………………………. 20
Referências bibliográficas …………………………………………………………………………………. 21
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Introdução
As doenças genéticas são também conhecidas como doenças hereditárias, são aquelas
transmitidas de pais para filhos, ou seja, de geração para geração. Os genes defeituosos passam dos
pais para os filhos e podem gerar determinadas doenças ou distúrbios. Devem lembrar-se que nem
sempre um gene defeituoso é transmitido de pai para filho. Logo, um pai ou mãe com uma doença ou
distúrbio genético poderá ou não transmitir para seu filho.
Os genes são unidades hereditárias que contêm a informação para a produção de substâncias
bioquímicas especificas na célula. Determinam a nossa constituição biológica. São eles que nos tornam
parecidos com os nossos progenitores e controlam o nosso crescimento e aparência.
Devido à sua raridade, gravidade e diversidade, as doenças genéticas constituem um
importante problema de saúde pública, se bem que sem o adequado reconhecimento social. Estima-
se que cerca de 5 por cento da população europeia esteja afetada de uma doença genética o que, em
Portugal, significa mais de 500 mil pessoas.
Tipicamente, a abordagem passa pela avaliação da magnitude do problema na população
residente, pela caracterização da sua arquitetura etiológica (cromossómica, bioquímica ou genómica)
e pela elucidação das respetivas vias fisiopatológicas. Desta abordagem descritiva/interpretativa
resultam frequentemente novas intervenções a nível de rastreio, diagnóstico, prognóstico e/ou
prevenção da patologia em causa.
Abreviaturas:
MPS – Mucopolissacaridose
GAGs - Glicosaminoglicanos
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1. Principais doenças e distúrbios genéticos
1.1. Cromossómicas
⇒ Síndrome de Down;
⇒ Síndrome de Edward;
⇒ Síndrome de Patau;
⇒ Síndrome do XYY;
1.2. Monogénicas
⇒ Autossómica dominante (Aa ou AA): nesse caso, para manifestar a doença, só é preciso
herdar um gene que a determine.
Algumas vezes, apenas um dos genitores apresenta os sintomas da doença, mas se os dois
forem portadores, a probabilidade do descendente ter um filho portador é muito grande
As doenças mais conhecidas causadas por esse tipo de mutação são:
⇒Mucopolissacaridose; ⇒Fenilcetonúria;
1.3. Poligénicas
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São chamadas multifatoriais ou poligénicas, as doenças genéticas que acontecem por
intermédio de diversos fatores ambientais e algumas mutações em alguns genes e em diferentes
cromossomas.
Trata-se de doenças que podem se manifestar em qualquer época da vida. Algumas como
o mal de Alzheimer, que aparece na velhice, mas todas têm uma motivação genética para aparecer.
São doenças genéticas multifatoriais ou poligênicas:
⇒ Mal de Alzheimer;
⇒ Diabetes mellitus;
⇒ Pressão Alta;
2. Mucopolissacaridose
3. Herança
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A palavra herança quer dizer aquilo que recebemos dos nossos antecessores, normalmente os
pais. Aqui trata-se um pouco de como herdamos as caraterísticas dos nossos pais e como as passamos
para os nossos filhos. Quando a maioria das pessoas pensa numa doença genética, ou hereditária,
pensa num problema de saúde que passa do pai ou da mãe para o filho e assim adiante.
Como vimos anteriormente, a MPS é uma doença monogénica, dentro dessas enquadra-se
nas monogénicas autossómicas recessivas. Neste caso é preciso que ambos os pais são portadores
do gene que provoca a doença.
Os seres humanos possuem 46 cromossomas organizados aos pares em cada célula, num
total de 23 pares. Destes, 22 pares chamam-se cromossomas somáticos. O par restante é conhecido
como par de cromossomos sexuais, já que carregam a informação que determina o sexo da criança.
Em situações normais todas as mulheres terão os dois cromossomas X (XX) e os homens terão um X
e um Y (XY).
O sexo dos filhos não interfere na distribuição da doença. A probabilidade de ter uma criança
não afetada e que não seja portadora é de ¼ ou 25%. A probabilidade de ter uma criança não afetada
e portadora é 2/4 ou 50%. A probabilidade de ter uma criança afetada é de ¼ ou 25%.
Esta representação é apenas estatística, uma família pode ter 4 filhos sem crianças afetadas,
enquanto outra pode ter quatro filhos todos com a doença.
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O gene para a enzima que esta em défice na MPS II, ao contrário das outras MPS, está
associado ao cromossoma sexual X, o que significa que o padrão de herança é diferente do
anteriormente descrito.
Como as meninas herdam dois cromossomas X, tanto do pai como da mãe, caso um deles
esteja afetado ela ainda terá a informação genética correta no outro. As meninas, com raras exceções,
não sofrem da doença, mas podem ser portadoras.
Os meninos, como recebem sempre um cromossoma Y do pai, caso o cromossoma X que
recebem da mãe esteja afetado, ele não terá nenhuma cópia do gene com a informação correta para
produzir a enzima e sofrerá da doença.
Algumas vezes o defeito no gene ocorre pela primeira vez numa criança com Hunter (uma
mutação nova) e a mãe não é portadora. Neste caso a doença não ocorrerá novamente na família, a
menos que a pessoa com Hunter tenha filhos.
Uma mulher que é portadora pode passar o gene defeituoso para os seus filhos,
independentemente dos genes do seu companheiro.
Caso o bebé seja uma menina, a probabilidade de ser portadora é de ½ ou 50%, mas em
nenhum destes casos a menina terá a doença. Se o bebé for um menino, a probabilidade de ser afetado
pela doença é também de ½ ou 50%, neste caso os outros 50% nem serão portadores da doença.
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As mucopolissacaridoses são doenças nas quais há deficiência ou falta de enzimas capazes
de digerir substâncias chamadas de mucopolissacarídeos, sendo que daí vem o nome das doenças,
sendo que o nome mais comum, hoje em dia, é glicosaminoglicanos ou GAGs.
5. Diagnóstico
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Em geral, o diagnóstico de MPS é feito a partir de uma suspeita clinica pela presença de
determinados sintomas, sendo o diagnóstico precoce muito difícil, mas também muito importante. As
manifestações clinicas das MPS irão variar de acordo com a deficiência enzimática específica, embora
existam diferentes fenótipos clínicos para o mesmo defeito enzimático, bem como fenótipos
semelhantes para deficiências enzimáticas diferentes, por isso, são conhecidos seis tipos da doença,
estas são referidas como MPS I – VII ou, mais usualmente pelo nome do médico que descreveu pela
primeira vez a doença. Cada uma conta com a deficiência de uma ou mais enzimas.
Como os sintomas podem ser bastante variados o médico deve realizar uma série de exames
para obter a certeza do caso. No entanto, antes de dar início à leva de exames, deve ser feita uma
cuidadosa análise clínica, assim como deve se ter uma boa conversa com o paciente, para avaliar o
histórico familiar.
A triagem urinária é solicitada para estudar erros inatos do metabolismo. Também costuma
verificar-se a dosagem de GAGs na urina do paciente. Um raio-x do esqueleto e uma polissonografia
são de grande ajuda, assim como devem ser feitas avaliações cardíacas e oftalmológicas. Para a
certeza do diagnóstico o profissional costuma recorrer à dosagem da enzima deficiente ou à análise de
alterações genéticas. Quando o caso for confirmado deve dar-se início imediato ao tratamento.
Caso um casal já tenha um filho com MPS, ou até no caso de um paciente MPS pretender ter
filhos, é possível a realização de um diagnóstico pré natal, numa gestação, para descobrir se o bebé
será afetado. É neste caso importante consultar um médico especializado nesta área, precocemente.
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mais grave caraterizada por hidrópsia fetal, fisionomia grosseira, disostose múltipla,
hepatoesplenomealia e opacidade das córneas. Pode causar o óbito do feto.
Na forma precoce os sintomas podem ter início nos primeiros meses de vida com hérnia
umbilical e inguinal, macrocefalia e deformidade do tórax.
A forma tardia tem início após os 4 anos, evolui com alterações esqueléticas mínimas mas sem
atraso do desenvolvimento ou opacidade da córnea.
MPS Outro nome GAG em excesso Enzima
O decurso das MPS é crónico e progressivo com envolvimento multissistémico, o qual afeta,
principalmente, o sistema esquelético e cardiopulmonar, a pele, a córnea, o fígado, o baço, o cérebro
e as meninges (membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central). Quanto aos
pacientes com MPS podem apresentar face grosseira, pelos grossos, miocardiopatia, hérnia umbilical
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e ou inguinal, alteração neurológica progressiva, baixo crescimento corporal e facial, síndrome
dismórfica, alteração respiratória, deformações ósseas, enrijecimento das articulações, dificuldades
respiratórias e cardíacas, aumento do fígado, baço e das mucosas em geral.
7. Tratamentos específicos
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Para que tenham uma melhor qualidade de vida é importante que frequentem, desde cedo a
fisioterapia, devido à rigidez das articulações, devendo ser evitados todos os exercícios que lhes
causem dor.
Síntese
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As doenças genéticas são hereditárias, assim sendo, podem ser transmitidas de pais para
filhos;
As doenças e distúrbios genéticos podem ser classificados em três tipos:
o Cromossómicas;
o Monogénicas;
o Poligénicas;
A MPS é uma doença rara, chamada de Doença de Depósito lisossomal, devido à deficiência
de uma enzima;
Existem dois tipos de herança que podem ocorrer:
o Autossómica recessiva – MPS I, III -VII;
o Ligada ao cromossoma X – na MPS Tipo II;
A doença é causada pelo acúmulo de mucopolissacarídeos;
O diagnóstico é feito através de vários exames, sendo a triagem urinária essencial;
Existem 6 tipos de MPS, classificadas de I a VII, não existindo a Tipo V;
As MPS tem envolvimento multissistémico e afeta, principalmente, o sistema esquelético e
cardiopulmonar;
Os pacientes MPS devem ter um acompanhamento multidisciplinar com vários profissionais de
saúde;
Para melhor qualidade de vida e para evitar evolução das limitações devem ser indivíduos
ativos e fazer fisioterapia;
O principal foco para tratamento das MPS é a terapia de reposição enzimática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Guedes ZC. Alterações oromiofuncionais em síndromes. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM,
Limongi SC, organizadoras. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004. p. 254-60.
Albano LM, Sugayama SS, Bertola DR, Andrade CE, Utagawa CY, Puppi F, et al. Clinical and
laboratorial study of 19 cases of mucopolysaccharidoses. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São
Paulo. 2000;55(6):213-8.
Neufeld EF, Muenzer J. The mucopolysaccharidoses. In: Scoriner CR, Beaudet AL, Sly WS,
Valle D. The metabolic and molecular bases of inherited disease 1995; 2465-94. 15: 142.
http://www.saudemedicina.com/mucopolissacaridose/
http://www.todabiologia.com/genetica/doencas_geneticas.htm
http://www.infoescola.com/doencas/sindrome-de-hurler/
http://doencas-geneticas.info/
www.hunterpatients.com.br
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