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A cidade de Luanda foi fundada por Paulo Dias de Novais, na

sequência da chegada à região de uma armada de Lisboa, que


transportava várias centenas de homens, entre soldados,
mercadores e missionários.

Paulo Dias de Novais era um fidalgo da Casa Real, neto de Bartolomeu


Dias, que tinha anteriormente sido incumbido de liderar uma embaixada
ao reino de Angola. Conhecia, portanto, o terreno e os cenários político e
social da região.

A armada chegou à ilha de Luanda em fevereiro de 1575 e Paulo Dias de


Novais, após reconhecimento do terreno, decidiu criar um núcleo
permanente, a que deu o nome de S. Paulo de Luanda, não na ilha mas
em terra firme devido às boas condições de defesa e, sobretudo, do
porto abrigado.

 
 Quais eram os objetivos da expedição?

Os portugueses tinham chegado àquela região há praticamente um


século, mas durante muito tempo a presença portuguesa tinha-se
concentrado no reino do Congo, mais a norte.

A certa altura, os portugueses estabeleceram contactos com um


pequeno reino, vassalo do Congo, que se mostrava recetivo ao comércio
português e ao trabalho missionário.

Tratava-se do reino do Ndongo, um pouco a sul, cujo rei tinha o título de


“Ngola”, e foi este o nome que os portugueses adotaram para a região e
que veio mais tarde a designar o enorme território da colónia portuguesa
e o atual país.

Paulo Dias de Novais recebeu uma doação régia para criar uma base
permanente, promover o povoamento, o comércio e a descoberta de
metais preciosos, à semelhança do que tinha ocorrido com as donatarias
no Brasil.

A sua missão era, portanto, simultaneamente oficial e privada, uma vez


que recebia o título e o poder de governador e capitão-geral, mas os
custos da preparação e financiamento do empreendimento eram da sua
responsabilidade.
 
 Teve sucesso?

A expedição foi bem-sucedida, porque teve um bom acolhimento por


parte do Ngola, que autorizou a fundação de Luanda. A ilha tinha um
grande interesse na economia local, porque produzia uma espécie de
búzio que era usado como moeda em toda a região.

Luanda tornou-se, portanto, o centro da presença portuguesa, quer do


comércio e da atividade das ordens missionárias, mas também das
expedições militares para o interior, ou seja, da “conquista”.

Foi nesta vertente que surgiram de imediato grandes dificuldades e


tensões, porque os portugueses envolveram-se nos conflitos das
potências da região, ou seja, o Ndongo, o Congo e outros reinos, e
também porque as tentativas de penetração no interior em busca de
minas de prata depararam com enorme resistência.

Paulo Dias de Novais morreu em 1589, no decorrer de uma dessas


expedições. Seja como for, Luanda passou a ser o centro da presença e
da influência portuguesa em toda região durante os séculos seguintes,
excetuando um breve período, entre 1641 e 1648, durante o qual a
cidade esteve sob o poder dos holandeses.

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