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PROCESSOS DE

PERPETUAÇÃO ESQUEMÁTICA
MARCO ANTÔNIO SILVA ALVARENGA

ROTEIRO DE EXPOSIÇÃO
 Construindo uma percepção global sobre o homem
 Esquemas, Memória e Personalidade
 Os Esquemas Primários e Secundários
 Os Esquemas e o seu processo de manutenção e perpetuação
 Respostas de Enfrentamento características de cada Esquema
 Como avaliar desenvolvimento e manutenção dos Esquemas

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1) CONSTRUINDO UM
CONHECIMENTO
GLOBAL SOBRE AS
INTERVENÇÕES

CONSTITUIÇÃO
HUMANA
Como seres humanos, toda nossa
história poderá ser contada por três
dimensões, a saber:

 Filogênese
 Ontogênese
 Meio

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CONSTITUIÇÃO HUMANA
Esta relação de fatores faz com que nos tornemos
diferentes em muitos sentidos, tanto na forma como
somos fisicamente quanto na maneira de nos
desenvolvermos psicologicamente. Dentre as funções
psicológicas que variam significativamente de pessoa
para pessoa estão a memória e a personalidade.

CONSTITUIÇÃO HUMANA
Claro, há questões mais complexas na constituição humana e em
seu percurso ao longo da história de cada um. Conceitos
intermediários, mas não menos complexos, surgem. Dentre eles, o
Esquema. Deste modo, nossa primeira explanação é compreender
o que pode sustentar o conceito de Esquema e, em seguida, como
ele se desenvolve e se mantém.

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2) QUESTÕES RELATIVAS AO
CONCEITO DE ESQUEMAS

O QUE É MEMÓRIA?
É descrita como um processo utilizado capaz de codificar,
armazenar e recuperar informações de diferentes
naturezas e como consequência produzir alterações
transitórias ou permanentes na conduta.

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icônica
sensorial
ecoica

primazia visuoespacial
curto prazo
recência verbal

semântica
explícita
(declarativa)
episódica
MEMÓRIA longo prazo
condicionamento,
implícita
habilidades,
(não-declarativa)
priming etc.

alça semântica
fonológica visual

executivo episodic
trabalho episódica
central buffer

esboço linguagem
visuoespacial

ALGUMAS QUESTÕES AFETIVAS


RELACIONADAS À MEMÓRIA
 Quem somos nós?
 Como sei quem eu sou?
 Quem eu acredito ser?
 Como e por que minhas crenças são verdadeiras?
 Como minhas ideias me fazem ver e sentir o mundo?
 O que faço com as informações que tenho sobre mim?
 Como elas influenciam meu comportamento em outras situações?

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MEMÓRIA AUTOBIOGRÁFICA
É um tipo de memória episódica na qual
armazenamos eventos sobre a nossa vida de
forma a utilizar estas informações em diferentes
contextos e situações do futuro e que tenham
relação com a ideia que guardamos sobre nós
mesmos.

MEMÓRIA E ESQUEMAS

O conceito de memória autobiográfica episódica


é de extrema importância, pois se relaciona
diretamente com o conceito de Esquema uma
vez que ela constitui as informações básicas
necessárias sobre quem somos nós e sobre
nosso autoconceito, o que interfere nos
comportamentos que produzimos.

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ESQUEMAS E PERSONALIDADE
O nosso autoconceito apresenta estabilidade,
interfere e prediz nossas ações no futuro.

Deste modo, a noção de esquema e personalidade


podem apresentar um núcleo comum, o que
explicaria porque nossos comportamentos tendem a
se manter ao longo do tempo.

ESQUEMAS E TRANSTORNOS DE
PERSONALIDADE (TP)
Apesar dos constructos Personalidade e Transtorno de
Personalidade serem distintos, claramente se percebe que
ambos se referem a padrões estáveis de funcionamento,
sendo os TP constituídos por aqueles arraigados, inflexíveis
e que causam sofrimento a si mesmo e aos outros.

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ESQUEMAS E TRANSTORNOS
DE PERSONALIDADE (TP)
Por este motivo, um sistema de pensamentos e
respostas emocionais exacerbadas pode ser
percebido e reconhecido. Daí o motivo pelo qual
tais manifestações crônicas podem ser
representadas e expressas como organizações
profundas das experiências humanas, o que
chamamos de esquemas.

3) ESQUEMA
EM TC E
MODELO TE
DE YOUNG

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TERAPIA COGNITIVA E
TERAPIA DOS ESQUEMAS
São modelos de intervenção clínica cuja premissa
concebe o homem como um ser em
desenvolvimento, capaz de organizar
experiências em sistemas de ideias mais
estáveis, conduzindo a forma como cada pessoa
avalia a sua própria capacidade e a maneira de
interagir com o mundo e os outros.

A TERAPIA COGNITIVA
CLÁSSICA
A Terapia Cognitiva é um sistema teórico
racionalista sustentado na ideia de que as
cognições manejam as respostas
emocionais e comportamentais. É
fundamentada numa abordagem diretiva,
breve, estruturada, empírica, colaborativa e
psicoeducativa.

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A TERAPIA COGNITIVA CLÁSSICA
 Experiências
 Inputs entrada e organização
 Suposições crenças básicas e intermediárias
 Pensamentos automáticos disfuncionais
 Outputs respostas emocionais e comportamentais

O ESQUEMA PARA A TERAPIA


COGNITIVA CLÁSSICA
O esquema é definido como um padrão cognitivo
relacionado a busca seletiva de estímulos e ativação
de respostas. Os esquemas são caracterizados
como processamento falho da informação e se
expressam de maneira disfuncional.

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A TERAPIA DO ESQUEMA
É um sistema de intervenção clínica focada
em tratar pacientes com problemas crônicos
– estilos persistentes – com a finalidade de
ampliar os resultados das terapias de
modalidade cognitiva e cognitiva e
comportamental. Fundamenta-se num
sistema de crenças e emoções
apresentadas de acordo com um estímulo
sem nenhum tipo de questionamento.

A TERAPIA DO ESQUEMA
 Experiências iniciais na infância e adolescência
 Desenvolvimento de esquemas
 Valência emocional
 Esquemas incondicionais ou imutáveis
 Esquemas condicionais ou acessíveis
 Modelo interpessoal

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O ESQUEMA PARA A TERAPIA DO ESQUEMA
O esquema é um padrão difuso, amplo, fundamentado na memória
biográfica – evento, emoções e sensações – que interferem na maneira
como uma pessoa pensa sobre si mesma e se relaciona com as demais.
Geralmente se origina na infância e apresenta-se com disfuncional em
algum nível.

UMA BREVE CONSIDERAÇÃO


Até o momento percebemos como o conceito de memória,
memória biográfica episódica, personalidade, transtornos
de personalidade e esquemas estão associadas. A partir de
agora, entenderemos o conceito de esquema em duas
perspectivas clínicas cognitivas e, a seguir, vamos ver o
modelo de origem dos esquemas desadaptativos e sua
manutenção.

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4) APRENDIZAGEM E
MANUTENÇÃO

A ORIGEM E EVOLUÇÃO EM TC E ESQUEMA


Existem dois conceitos importantes a serem trabalhados para o
desenvolvimento de transtornos mentais e problemas persistentes,
a saber: a vulnerabilidade cognitiva e a predisposição associada
com o ambiente.

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A DIFERENÇA E APLICAÇÃO DOS CONCEITOS
O conceito de vulnerabilidade está geralmente associado a forma
como as pessoas tornam-se susceptíveis a processar informação de
modo a desenvolverem sintomas depressivos.

A DIFERENÇA E APLICAÇÃO DOS


CONCEITOS
Por outro lado, a predisposição associada a fatores
ambientais interferem na maneira como as cognições e o
processamento emocional formam os esquemas. Estes
esquemas formam o modo como a pessoa pensa/sente
sobre si mesma e responde ao ambiente.

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MANUTENÇÃO E
PERPETUAÇÃO
Tanto para a TC quanto para a TE o
processo de manutenção leva ao
processo de perpetuação. Para a TC
a manutenção é feita pelo erro de
processamento – distorções mediante
uma situação. Deste modo, gera
respostas emocionais e as direcionam
a condutas pouco adaptadas ou
geradoras de sofrimento.

MANUTENÇÃO E
PERPETUAÇÃO
A manutenção do esquema ocorre
justamente em função da maneira
como a pessoa manifesta uma
emoção, intrincada a um conjunto de
memórias, em uma dada situação.
Ocorre, desta forma, uma
retroalimentação, mantendo ou
ampliando o efeito dos esquemas já
consolidados.
Como isto acontece?

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5 - ESQUEMAS
DESAPTATIVOS
INICIAIS OU
REMOTOS

O QUE ACONTECE NO INÍCIO DA VIDA?


 Produzimos reações incondicionadas de interação
 Desenvolvemos o sistema sensorial e perceptomotor
 Respondemos a muitos estímulos
 Organizamos nossa forma de compreender o mundo
 Busca de proteção e segurança
 Desenvolvemos em tamanho e socialmente

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SURGIMENTO DOS ESQUEMAS INICIAIS
PREJUDICADOS
 Interação entre variáveis biológicas e ambientais
 Tratamento para transtornos de personalidade
 Padrões enraizados de pensamentos sobre si
 Resistência à mudança
 Disfuncionalidade e ativação ambiental
 Experiência emocional intensa

ALTERAÇÃO DOS RUMOS NORMATIVOS


 Experiências emocionais e constrangedoras
 Mudança nas interações interpessoais e sociais
 Problemas emocionais e comportamentais
 Evitação e crescimento da insegurança e desconfiança
 Prejuízo em diferentes campos ontogenéticos
 Padrão de respostas para manutenção da autopreservação

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FATORES DE RISCO
 Abuso físico e sexual
 Negligência emocional e das
necessidades
 Privação nutricional e educacional
 Estilo parental e pais com transtornos
mentais
 Traumas
 Vulnerabilidade social

TEMPERAMENTO EMOCIONAL
 Influência majoritária de aspectos inatos
 Formas de interação particulares
 Base desenvolvimental da personalidade
Lábil Não reativo
Distímico Otimista
Ansioso Calmo
Obsessivo Distraído
Passivo Agressivo
Tímido Sociável

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ORIGEM DOS ESQUEMAS DESAPTATIVOS

temperamento

eventos traumáticos influência parental

esquemas desadaptativos

sintomas/
estilo de enfrentamento problemas
desadaptativo

DESCRIÇÃO DOS ESQUEMAS INICIAIS PREJUDICADOS


Domínios Esquemas
 Abandono/instabilidade
 Desconfiança/abuso
Desconexão e
 Privação emocional
rejeição
 Defectividade/vergonha
 Isolamento social /alienação
 Dependência/incompetência
Autonomia e
 Vulnerabilidade/incompetência
desempenho
 Emaranhamento/self subdesenvolvido
prejudicados
 Fracasso
Limites  Merecimento/grandiosidade
prejudicados  Autocontrole/autodisciplina insuficientes.
 Subjugação
Orientação
 Autossacrifício
para o outro
 Busca de aprovação/reconhecimento
 Negativismo/pessimismo
Supervigilância  Inibição emocional
e inibição  Padrões inflexíveis/críticas exageradas
 Caráter punitivo

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