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Em 15 de janeiro de 2013, Marcelo, engenheiro, domiciliado no Rio de Janeiro, efetuou

a compra de um aparelho de ar condicionado fabricado pela “G” S. A., empresa sediada


em São Paulo. Ocorre que o referido produto, apesar de devidamente entregue, desde o
momento de sua instalação, passou a apresentar problemas, desarmando e não
refrigerando o ambiente. Em virtude dos problemas apresentados, Marcelo, no dia 25 de
janeiro de 2013, entrou em contato com o fornecedor, que prestou devidamente o
serviço de assistência técnica. Nessa oportunidade, foi trocado o termostato do aparelho.
Todavia, apesar disso, o problema persistiu, razão pela qual Marcelo, por diversas
outras vezes, entrou em contato com a “G” S. A. a fim de tentar resolver a questão
amigavelmente. Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias sem a resolução
do defeito pelo fornecedor, Marcelo requereu a substituição do produto.
Ocorre que, para a surpresa de Marcelo, a empresa negou a substituição do mesmo,
afirmando que enviaria um novo técnico à sua residência para analisar novamente o
produto. Sem embargo, a assistência técnica somente poderia ser realizada após 15
(quinze) dias, devido à grande quantidade de demandas no período do verão.
Registre-se, ainda, que, em pleno verão, a troca do aparelho de ar condicionado se faz
uma medida urgente, posto que as temperaturas atingem níveis cada vez mais
alarmantes. Ademais, Marcelo comprou o produto justamente em função da chegada do
verão.
Inconformado, Marcelo o procura, para que, na qualidade de advogado, proponha a
medida judicial adequada para a troca do aparelho, abordando todos os aspectos de
direito material e processual pertinentes. (Valor: 5,00

AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE


JANEIRO– RJ
Juizado da Comarca do Rio de Janeiro -RJ
ou Vara Cível da Comarca de São Paulo - SP

MARCELO (nome completo), nacionalidade..., estado civil..., a existência de união


estável..., engenheiro, CPF no..., o endereço eletrônico..., residente e domiciliado...,
vem, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que a esta subscreve, com
endereço profissional na ..., nº ..., bairro: ..., Cidade: Rio de Janeiro, CEP: ..., local que
indica para receber as intimações e notificações de praxe, conforme artigo 318 do CPC,
propor a presente:
AÇÃO INDENIZATÓRIA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
 Em face da “G” S. A, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ no..., o endereço
eletrônico, o endereço eletrônico, sendo citada na pessoa de um dos seus Representantes
Legais localizados ..., pelos motivos abaixo aduzidos.

1. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA, DE NATUREZA


ANTECIPADA
A presente demanda funda-se no descumprimento da obrigação de ...,
Dessa maneira, requer a parte autora digne-se Vossa Excelência de antecipar a
tutela pretendida com fundamento no artigo 300 do Código de Processo Civil, de modo
que a Ré possa ...

Verifica-se Vossa Excelência a necessidade de antecipação da tutela pretendida,


haja vista...

A demora na troca do aparelho de ar condicionado...

Ademais, Vossa Excelência, o Art. 84§ 3° do CDC:

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o


cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou após justificação prévia, citado o
réu.
Demonstrados, portanto, o periculum in mora e a prova inequívoca, mister se faz
a tutela antecipada de urgência nos Arts. 294 e seguintes e 300 do Código de Processo
Civil e § 3° do CDC.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se
em urgência ou evidência.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.

Em razão do receio de difícil reparação, requer a autora digne-se Vossa


Excelência de conceder a tutela antecipada de urgência, determinando ..., nos termos
dos artigos arts. 294 e seguintes e 300 do Código de Processo Civil.
Verifique Vossa Excelência a jurisprudência pátria, que tem admitido a
antecipação de tutela nesses casos:
Jurisprudência atualizada

2. FATOS:
O autor adquiriu um.... junto a Ré.

Contudo o produto...

3. FUNDAMENTOS:

Fica nítida a relação de consumo no caso em tela, haja vista, a autora ser o
destinatário final, ficando, portanto, nos moldes do disposto nos artigos 2º e 3º, §2º, do
CDC, fato pelo qual deve ser utilizado o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica


que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Assim, a Ré violou os Princípios que regem as relações de consumo, constantes
do art. 4º, I, III e IV do CDC, quais sejam a Boa-fé, Equidade, o Equilíbrio Contratual e
o da Informação.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de


Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade
de vida, bem como a transparência e harmonia das
relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de
21.3.1995)

III - harmonização dos interesses dos participantes


das relações de consumo e compatibilização da
proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda
a ordem econômica (art. 170, da Constituição
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e


consumidores, quanto aos seus direitos e deveres,
com vistas à melhoria do mercado de consumo;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os


diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
sobre os riscos que apresentem; 

O código de Defesa do Consumidor no seu art. 20, protege a integridade dos


consumidores
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como
por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem
publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem


inadequados para os fins que razoavelmente deles
se esperam, bem como aqueles que não atendam as
normas regulamentares de prestabilidade.

Neste sentido, estabelece o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor que:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

O Art. 18 do CDC informa que, havendo o vício do produto, tornando impróprio


ou inadequado ao consumo a que se destina.

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo


duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes
viciadas.

Contudo, o vício não foi sanado no prazo do § 1° do referido Artigo, ou seja,


estabelecido pelo prazo máximo de trinta dias, o autor poderá exigir a substituição do
produto por outro da mesma espécie, ou ainda o § 3° em razão da extensão do vício, a
substituição das partes viciadas comprometendo a qualidade ou características do produto ou
se trata de produto essencial.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de


trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da
mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
        II - a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.

  § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou


ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior,
não podendo ser inferior a sete nem superior a
cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a
cláusula de prazo deverá ser convencionada em
separado, por meio de manifestação expressa do
consumidor.
        § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato
das alternativas do § 1° deste artigo sempre que,
em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor ou
se tratar de produto essencial.
2.5 - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO:

No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o entendimento


jurisprudencial, mormente em sede de dano moral, no sentido de que a indenização
pecuniária não tem apenas cunho de reparação de prejuízo, MAS TAMBÉM
CARÁTER PUNITIVO OU SANCIONATÓRIO, PEDAGÓGICO, PREVENTIVO E
REPRESSOR: a indenização não apenas repara o dano, repondo o patrimônio abalado,
mas também atua como forma educativa ou pedagógica para o ofensor e a sociedade e
intimidativa para evitar perdas e danos futuros.
Impende destacar ainda, que tendo em vista serem os direitos atingidos muito
mais valiosos que os bens e interesses econômicos, pois reportam à dignidade humana,
a intimidade, a intangibilidade dos direitos da personalidade, pois abrange toda e
qualquer proteção à pessoa, seja física, seja psicológica. As situações de angústia, paz
de espírito abalada, de mal estar e amargura devem somar-se nas conclusões do juiz
para que este saiba dosar com justiça a condenação do ofensor.
Conforme se constata, a obrigação de indenizar a partir do dano que o Autor
sofreu no âmbito do seu convívio domiciliar, social e profissional, encontra amparo na
doutrina, legislação e jurisprudência de nossos Tribunais, restando sem dúvidas à
obrigação de indenizar da Promovida.
Assim sendo, deve-se verificar o grau de censurabilidade da conduta, a
proporção entre o dano moral e material e a média dessa condenação, cuidando-se para
não se arbitrar tão pouco, para que não se perca o caráter sancionador, ou muito, que
caracterize o enriquecimento ilícito.
Portanto, diante do caráter disciplinar e desestimulador da indenização, do
poderio econômico da empresa promovida, das circunstancias do evento e da gravidade
do dano causado ao autor, mostra-se justo e razoável a condenação por danos morais da
Ré num quantum indenizatório de R$... .

4 - DOS PEDIDOS:
- Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne em:

a) a concessão da antecipação de tutela, para ...., haja vista, vem causando sérios
transtornos...

b) A ratificação do pedido de tutela ao final em sentença, sob pena de multa de R$...


c) Determinar a citação da parte Ré no endereço supracitado, na pessoa de seu
representante legal
d) Condenar a Ré a pagar ao autor o valor de R$... , a título de indenização por danos
morais, face aos transtornos experimentados, não somente em caráter punitivo, bem
como, em caráter preventivo-pedagógico.
e) A inversão do ônus da prova de acordo com o Art. 6º, VIII da lei 8078/90, ante a
verossimilhança das alegações e da hipossuficiência técnica do autor;
f) por fim, seja a Ré condenada em custas e honorários advocatícios, esses arbitrados em
20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação
g) o comparecimento na audiência de conciliação, conforme o Art. 319 VII CPC.

5 - DOS MEIOS DE PROVA.

Protesta por todos os meios de prova admitidas em direitos, documental, testemunhal,


depoimento pessoal da requerida, sob pena de confesso.

6 - DO VALOR DA CAUSA.

Dá-se a causa o valor de R$ ....

Nestes termos,
P. Deferimento.
Local e data

Advogado
OAB/UF

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