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Américo Mário Napore

Berta Matias

Diolene Olimpio Mutumane

Jamussene Bernardo Pedro

José Jorge Madeira

Noémia Esperança

Regina José Jonas

Regino Almerindo Vali

Sandra João

Deveres Profissionais

Licenciatura em Ensino de Química com Habilidades em Gestão de Laboratórios

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo de Delgado

2022
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Américo Mário Napore

Berta Matias

Diolene Olimpio Mutumane

Jamussene Bernardo Pedro

José Jorge Madeira

Noémia Esperança

Regina José Jonas

Regino Almerindo Vali

Sandra João

Deveres Profissionais

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue ao docente da cadeira de Ética,
no Departamento de Ciências,
Engenharia, Tecnologia, Estatística e
Matemática, no curso de Química 4º ano.

Docente: Faruk Amede

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo de Delgado

2022
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Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1. Deveres Profissionais..............................................................................................................4

1.1. Dever...................................................................................................................................4

1.2. Profissionalismo...................................................................................................................4

1.2.1 Deveres para com a comunidade.......................................................................................5

1.2.2. Deveres para com a entidade empregadora e para com o cliente.....................................6

1.2.4. Deveres recíprocos dos profissionais..............................................................................10

1.3. Dever perante a ética..........................................................................................................11

2. Géneses e a natureza íntima do dever...................................................................................12

2.1. Sensibilidade para com o dever.........................................................................................12

2.2. Compulsoridade do dever..................................................................................................13

2.3. Educação e dever...............................................................................................................13

2.4. Espírito e dever..................................................................................................................14

3. Conclusão..............................................................................................................................15

4. Bibliografia...........................................................................................................................16
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Introdução

O presente trabalho visa falar sobre os deveres profissionais, que são todas as
capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da profissão (S......Á, 2012, p.
167). As leis de cada profissão são elaboradas com o objectivo de proteger os profissionais,
a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos
aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do
profissional em ser eticamente correcto, aquele que, independente de receber elogios, faz a
coisa certa. Além disso, vai abordar sobre profissionalismo, deveres para com a
comunidade, deveres para com a entidade empregadora e para com o cliente, deveres
recíprocos dos profissionais e dever perante a ética. Em seguida vai falar sobre géneses e a
natureza íntima do dever e, nessa abordagem vai se fazer uma menção daquilo que é o
princípio de dever, ou seja, onde nasce o dever, posterior abordar a sensibilidade para com o
dever, compulsoridade do dever, educação e dever e finalmente espírito e dever.

O trabalho tem como objectivos gerais e específicos respectivamente:

Objectivo geral

 Descrever os deveres profissionais.

Objectivo específico

 Definir profissionalismo e suas facetas na Ética;


 Caracterizar a géneses e a natureza íntima do dever.

A metodologia usada para elaboração deste trabalho foi com base de pesquisa e leitura
de algumas obras cuja encontram-se citadas e fixadas na referência bibliográfica. E Quanto a
estrutura apresenta: introdução, desenvolvimento, conclusão, e referências bibliográficas.
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1. Deveres Profissionais

“Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da


profissão são deveres éticos” (SA, 2012, p. 167).

1.1. Dever

Em Kant o dever é a necessidade de uma acção por respeito a lei. E uma acção por
dever elimina todas as inclinações (todo o objecto da vontade), e, portanto, só resta à
vontade obedecer à lei prática (baseada na máxima universal), pois trata-se de um princípio
que está ligado à vontade.

1.2. Profissionalismo

Outro conceito interessante de examinar é o de Profissional, como aquele que é


regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou actividade que exerce, em oposição a
Amador. Nesta conceituação, se diria que aquele que exerce actividade voluntária não seria
profissional, e esta é uma conceituação polémica (Singer 2004).

Em realidade, Voluntário é aquele que se dispõe, por opção, a exercer a prática


Profissional não-remunerada, seja com fins assistenciais, ou prestação de serviços em
beneficência, por um período determinado ou não.

Aqui, é fundamental observar que só é eticamente adequado, o profissional que age,


na actividade voluntária, com todo o comprometimento que teria no mesmo exercício
profissional se este fosse remunerado.

Existem obrigações perante o desempenho:

 “ [...] um complexo de deveres envolve a vida profissional, sob ângulos da conduta a


ser seguida para a execução de um trabalho”. (SA, 2012, p. 167).
 Os deveres se impõem ao indivíduo na relação profissional;
 “Esses deveres impõem-se e passam a governar a acção do indivíduo perante seu
cliente, seu corpo, seus colegas, a sociedade, o Estado e especialmente perante sua
própria conformação mental e espiritual”. (SA, 2012, p. 167).

No que se refere aos deveres profissionais, estabelecem-se (4) quatro grandes categorias:
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a. Deveres para com a comunidade;


b. Deveres para com a entidade empregadora e para com o cliente;
c. Deveres no exercício da profissão;
d. Deveres recíprocos dos profissionais.

1.2.1. Deveres para com a comunidade

i. Desempenhar com competência as suas funções, contribuindo para o


progresso do profissionalismo.

Este é, de certa forma, um dever ligado ao bem da humanidade e ao prestígio da


própria profissão. Significa que o profissional, está, por vocação, apto a resolver problemas
práticos e complexos, desenvolvendo, produzindo e melhorando produtos e processos. Deve,
por isso, dar o máximo de si no desempenho das suas funções, aplicando todo o seu saber e
criatividade, fazendo progredir a ciência e a técnica. Desta forma, contribuindo para o
progresso da profissão que exerce, deve contribuir para o progresso económico e social.
(Carapeto e Fonseca, 2012)

ii. Defender o ambiente e os recursos naturais

Os profissionais devem utilizar os seus conhecimentos de forma socialmente


responsável. Ora, isto significa não apenas proteger segurança e saúde, mas contribuir para o
bem-estar humano através de um ambiente sã.

Proteger o ambiente significa utilizar os recursos de forma sustentável (reduzir, reutilizar,


reciclar), antecipar e minimizar os impactes ambientais e ter em consideração os benefícios
económicos e sociais.

O ambiente é já um facto decisivo para repensar os pressupostos filosóficos


e éticos subjacentes aos modelos de desenvolvimento no mundo
contemporâneo. São bem patentes nas nossas sociedades ("sociedades de
risco") as preocupações crescentes com as ameaças ao ambiente (produção
de desperdícios, poluição, esgotamento das reservas minerais),
maioritariamente de natureza global, que surgem como um dos grandes
perigos que a humanidade tem de enfrentar e que são motivadas pela
importância atribuída ao crescimento económico contínuo (Carapeto e
Fonseca, 2012).

Mas, na realidade, parece difícil utilizar este raciocínio em termos ambientais: nem
tudo se reduz aos custos económicos; muitos perigos não são inteiramente conhecidos; nem
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sempre quem suporta os custos tem os benefícios; e existem valores que transcendem a
análise económica à legislação ambiental reconhece-o inúmeras vezes. Por isso,
provavelmente, este tipo de análise não basta para decidir (Carapeto e Fonseca, 2012).

iii. Garantir a segurança do pessoal, dos utentes e do público em geral

O profissional deve, por um lado, diligenciar para que o pessoal que com
ele trabalha disponha de condições de segurança no exercício da sua
actividade e, por outro, garantir que os utentes e o público em geral
usufruam dos produtos ou processos sob a sua responsabilidade em
condições de segurança. O que significa, na prática, abster-se de, por acção
ou omissão, produzir ou fornecer bens e serviços que tenham a
potencialidade de colocar em causa essa mesma segurança (Carapeto e
Fonseca, 2012).

Devem observar padrões e procedimentos de controlo de qualidade que permitam ao


público entender o grau de segurança associado ao produto, fazendo essa verificação antes
de o aprovar.

iv. Procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a


qualidade das obras que projectar, dirigir ou organizar

Não se trata, aqui, de fazer progredir a profissão, em termos de conhecimento


científico mas de encontrar, no seu quotidiano, as soluções que melhor sirvam o interesse da
comunidade. E este interesse é bem servido quando as soluções técnicas são o ponto de
equilíbrio entre aquilo que é economicamente viável e que apresente, em simultâneo,
técnicas de qualidade (que minimizem os riscos e satisfaçam as necessidades)
(SINGER2004).

1.2.2. Deveres para com a entidade empregadora e para com o cliente

i. Contribuir para a realização dos objectivos económico-sociais das organizações


em que se integre, promovendo o aumento da produtividade, a melhoria da
qualidade dos produtos e das condições de trabalho.

Este é um dever ético que cobre a perspectiva organizacional. Nas


organizações modernas, a criatividade e a inovação são componentes
fundamentais para a dinâmica das organizações e para a sua adaptação às
rápidas mudanças no seu ambiente. Para que tenham sucesso, é
fundamental que as organizações possuam uma gestão criativa, que
favoreça a comunicação, a resolução de problemas e o trabalho em equipa
(Carapeto e Fonseca, 2012).
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A participação de todos os funcionários torna-se fundamental para o sucesso das


actividades planificada e para a prestação de serviços de qualidade, que satisfaçam os
clientes. Os funcionários participam na formulação de objectivos de desempenho e na
apresentação de sugestões para a inovação e melhoria na prossecução dos mesmos. São
capazes de trabalhar em equipas multidisciplinares, construindo um ambiente de trabalho
saudável, em que domine a confiança e a comunicação. Devem ser "bons cidadãos
organizacionais", ajudando a organização a alcançar a sua missão, o seu propósito (Carapeto
e Fonseca, 2012).

Com efeito, o êxito de uma organização ou equipa depende tanto das competências
profissionais dos seus membros como da sua "competência social", ou seja, da sua
capacidade para operar com os outros. Por isso, é importante que o profissional não conte
apenas com o seu "saber", ou seja, com os conhecimentos que deve possuir para
desempenhar adequadamente a sua tarefa.

Deve, também, "saber fazer", ou seja, ter capacidades para desempenhar


adequadamente a sua tarefa, adquiridas com a experiência; e "saber estar",
isto é, saber comportar-se. Nos últimos anos, o enfoque dado às relações
interpessoais no seio das organizações tem tornado muito popular a teoria
da chamada "inteligência emocional". Esta teoria defende que os indivíduos
que possuem inteligência emocional estão particularmente bem
posicionados para trabalhar em equipas produtivas, na medida em que
possuem um conjunto de competências que lhes permitem relacionar-se
consigo próprios (competência emocional pessoal) e com os outros
(competência emocional social) de forma construtiva (Carapeto e Fonseca,
2012).

A competência emocional pessoal determina a forma como cada um se gere a si


próprio em termos pessoais. Compreende:

 Auto-consciência, ou seja, conhecer os nossos estados internos, preferências, recursos


intuições. Inclui:
o Auto-consciência emocional (conhecer as suas emoções);
o Auto-avaliação precisa (forças e limitações);
o Auto-confiança (sentido de valor pessoal);
 Auto-regulação, para gerir os seus próprios estados internos. Inclui:
o Auto-controlo (gerir emoções e impulsos imprevistos);
o Inspirar confiança (conservar padrões de honestidade e integridade);
o Ser consciencioso (assumir responsabilidade pelo desempenho pessoal);
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o Adaptabilidade (flexibilidade para lidar com a mudança);


o Inovação (ser receptivo a novas ideias e abordagens);
 Motivação, que consiste no conjunto de tendências emocionais que orientam ou
facilitam o cumprimento de objectivos. O que abrange:
o Vontade de triunfar (lutar por melhorias ou por atingir um padrão de excelência);
o Commitment (alinhar com os objectivos do grupo);
o Iniciativa (capacidade para actuar nas oportunidades);
o (persistência na prossecução de objectivos, apesar dos reveses e dificuldades).

A competência emocional social determina a forma como cada um lida com as


relações. Compreende:

 Empatia, ou seja, a capacidade de:


o Compreender os outros (os seus interesses e preocupações);
o Desenvolver os outros (ter a percepção das suas necessidades de desenvolvimento
e estimular as suas habilidades);
o Orientação para o serviço (antecipar e satisfazer as necessidades do cliente);
o Potenciar a diversidade (cultivar oportunidades com diferentes tipos de pessoas);
o Consciência política (perceber as correntes emocionais e as relações de poder no
grupo);
 Influência: tácticas eficazes de persuasão;
 Comunicação: ouvir com abertura e enviar mensagens convincentes;
 Gestão de conflitos: resolver desacordos;
 Liderança: inspirar e guiar grupos de pessoas;
 Catalisador da mudança: iniciar e gerir a mudança;
 Criar laços: alimentar relações instrumentais;
 Colaboração e cooperação: trabalhar com outros para objectivos partilhados;
 Trabalho em equipa: criar sinergias de grupos para prossecução de objectivos
colectivos.

Idealmente, o profissional deve empenhar-se em adquirir o máximo destas


competências, de forma a maximizar o seu desempenho profissional e
contribuir, assim, para o desempenho global da organização em que se
integre. A este respeito, cumpre anotar que a obrigação de ética
organizacional implica ainda tratar as pessoas com dignidade e respeito
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pelos seus valores culturais e também não desenvolver produtos de forma


que implique a exploração injusta do trabalho (Carapeto e Fonseca, 2012).

ii. Prestar os seus serviços com diligência e pontualidade, de modo a não


prejudicar o cliente nem terceiros, nunca abandonando, sem justificação, os
trabalhos que lhe forem confiados ou os cargos que desempenhar

Este é mais um dever de "bom profissional", a fim de não prejudicar o cliente ou


terceiros. Ser diligente significa dar o seu melhor para cumprir o seu compromisso com o
cliente. Implica, por exemplo, fornecer espontaneamente as explicações necessárias à
compreensão dos serviços prestados, prestar esclarecimentos quando o cliente o solicitar e
informar os clientes acerca da utilização correcta e dos perigos de novas soluções técnicas
(Carapeto e Fonseca, 2012).

Ser pontual significa basicamente honrar os compromissos assumidos, respeitando os


termos do contrato celebrado e os prazos nele estabelecidos. O que pressupõe a definição
clara dos termos da sua relação profissional, nomeadamente a natureza, objectivo, extensão
dos serviços a prestar, responsabilidades e prazos, assim como a remuneração.

Como corolário deste dever, o bom profissional não deve, sem um motivo
atendível, abandonar os trabalhos ou cargos que lhe forem confiados.
Contudo, poderão fazê-lo em situação de conflito de interesses ou se a
independência profissional estiver em causa, quando o empregador incite à
prática de actos ilegais, injustos ou fraudulentos ou quando o cliente ignore
os seus pareceres. Ainda assim, nessas situações deverão dar um pré-aviso
num prazo razoável antes de deixar o trabalho (Carapeto e Fonseca, 2012).

iii. Abster-se de divulgar ou utilizar segredos profissionais

O profissional deve tratar a informação de que tenha conhecimento no exercício das


suas funções como confidenciai, não a utilizando para proveito próprio ou de outrem, directa
ou indirectamente.

iv. Fixar uma remuneração adequada ao serviço prestado

O interesse público requer que o custo dos serviços seja justo e razoável, pelo que os
honorários fixados pelos profissionalizantes devem ser justos e relacionados com a natureza
dos serviços prestados (Carapeto e Fonseca, 2012).

Em síntese, deveremos atender, basicamente a:


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 Tempo gasto no desempenho do trabalho;


 Grau de dificuldade do assunto, o que está relacionado com o trabalho e material
dispendido;
 A situação económica do cliente;
 Eventualmente, os resultados obtidos.

O profissional deve ter o cuidado de se abster de receber retribuições do seu trabalho


por outra via que não seja de honorários ou vencimentos previamente fixados, da mesma
forma que deve recusar condições financeiras que não lhe permitam fornecer uma prestação
profissional satisfatória (Carapeto e Fonseca, 2012).

1.2.3. Deveres no exercício da profissão

i. Agir sempre com boa fé, lealdade, correcção e isenção

Estes deveres visam aumentar o prestígio, a honra, integridade e dignidade da


profissão, fomentando uma conduta irrepreensível.

Por outro lado, devem ser dignos e modestos na promoção do seu trabalho e do seu
mérito, não dando uma imagem exagerada da sua competência e evitando autopromover-se à
custa da honra e dignidade da profissão (Carapeto e Fonseca, 2012).

Não devem também associar-se ou permitir a utilização da sua firma em negócios


com pessoas envolvidas em negócios fraudulentos ou desonestos; não devem utilizar a
associação com outras pessoas ou empresas ou parcerias como "capa" de actos pouco éticos
e não devem incitar colegas a cometer actos que violem as regras da profissão. A isenção
passa também por cumprir as regras relativas a conflitos de interesses (Carapeto e Fonseca,
2012).

ii. Apenas assinar pareceres, projectos ou outros trabalhos profissionais de que


seja autor ou colaborador

Este dever é bastante claro: os profissionais só devem subscrever o seu


próprio trabalho. Isto significa, por um lado, que os profissionais só devem
aceitar os trabalhos para os quais sejam qualificados, por falta de formação
ou experiência, participando em projectos complexos apenas na medida da
sua expertise. Por outro lado, devem reconhecer a justa medida em que
participaram nos projectos: se forem apenas colaboradores, não devem
assinar como autores da totalidade do trabalho (Carapeto e Fonseca, 2012).
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1.2.4. Deveres recíprocos dos profissionais

i. Evitar qualquer concorrência desleal

Isto significa que não devem pagar, directa ou indirectamente, qualquer quantia
(comissão, contribuição política, oferta) tendo em vista assegurar um determinado trabalho.
Também significa que devem negociar contratos para prestar os seus serviços profissionais
de forma justa e honesta, apenas com base na demonstração da competência e qualificação
necessárias para o tipo de serviço em causa - e que não devem falsificar nem permitir a
adulteração das suas qualificações profissionais ou académicas nem adulterar ou exagerar o
seu grau de responsabilidade num determinado projecto, tendo como objectivo aumentar as
suas qualificações e desempenho (Carapeto e Fonseca, 2012).

Assim, dos profissionais devem abster-se de exercer concorrência fundada


unicamente na remuneração e não devem trabalhar gratuitamente, excepto em situações de
apoio a organizações de natureza cívica, caritativa, religiosa, sem fins lucrativos.

ii. Prestar aos colegas, desde que solicitada, toda a colaboração possível

A solidariedade profissional impõe que apoiem os colegas. Tal


comportamento revela coesão do grupo e o empenho para o
desenvolvimento e a imagem da profissão. Mas esse apoio deve ser dado a
pedido: o profissional, mesmo que movido por boas intenções, deve evitar
imiscuir-se no trabalho dos colegas sem que tal lhe seja solicitado. Esse
comportamento revelaria desprezo pela autonomia técnica dos outros
profissionais e falta de confiança nas suas competências (Carapeto e
Fonseca, 2012).

iii. Abster-se de prejudicar a reputação ou a actividade profissional de colegas

Os profissionais não devem, directa ou indirectamente, lesar a reputação ou a


actividade profissional de colegas.

Não devem, por exemplo, procurar suplantar os colegas para prestar um determinado
serviço, caso saibam que o contrato respectivo está concretizado ou prestes a concretizar-se
(Carapeto e Fonseca, 2012).

Nem devem solicitar emprego a clientes quando saibam que estes já


contrataram um outro trabalhador. Ou aceitar emprego por parte de clientes
que já tenham tido um trabalhador a fazer o mesmo trabalho e este não
esteja terminado ou não esteja totalmente pago (excepto quando o contrato
em causa esteja em litígio ou tenha sido denunciado por uma das partes,
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mas, mesmo nesse caso, o profissional deve avisar o colega antes de aceitar
o trabalho à este propósito) (Carapeto e Fonseca, 2012).

iv. Quando chamado a substituir um colega na execução de um trabalho, não o


aceitar sem o informar previamente

Para além de informar o colega antecessor, o profissional deve certificar-se que o seu
contrato está terminado e esclarecer previamente com o colega e com o futuro empregador a
situação contratual e as questões relacionadas com os direitos de autor (Carapeto e Fonseca,
2012).

1.3. Dever perante a ética

O dever ético é cumprir o que se faz útil e necessário à sobrevivência harmónica


(Rodrigues, 1999).

A consciência ética impõe o sentimento de cumprimento da mesma. A isto, se pode


denominar “ Dever Ético”, ou dever moral, como também o denominam outros estudiosos.
Cumprir o que se faz útil e necessária a sobrevivência harmónica, própria e do grupo, dos
semelhantes, da sociedade, é um dever ou obrigação perante as regras de convivência. Quer
aceitando-se que isso seja uma disposição de vontade (como Kant admitiu), quer como os
sociólogos admitem, quer sob um ângulo idealista, quer materialista, quer compulsório, o
dever situa-se como uma disposição especial a exigir seu cumprimento como condição de
respeito, conveniência e êxito da conduta humana perante terceiros.

2. Géneses e a natureza íntima do dever

Há uma lógica natural do dever que, partindo do nosso espírito, do nosso cérebro, nos
estimula a cumprir os modelos mentais e educacionais, estes que recebemos e aqueles os que
adquirimos por conveniência.

Parece inquestionável que exista, reconditamente, uma cobrança em nós mesmos que
nos impele ao correcto; a questão, observada sob este ângulo muito se aproxima do que Kant
denominou “Boa Vontade”, como indução ao sentimento de dever, como actuação de uma
sensibilidade ética (Rodrigues, 1999).

Se uma pessoa mantém sigilo sobre o que outra a ela revelou, segue tal
conduta quase por um instinto natural de vontade, mas, se não o faz, recebe
intimamente repreensões de sua consciência, sentindo certo peso que não
pode explicar, mas que pode perceber (a menos que seja mal-formado, e,
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nesse caso, situado entre as excepções), além da condenação de quem foi


prejudicado e de terceiros que possam observar nesse acto uma
desqualificação para quem o pratica (Rodrigues, 1999).

A reencarnação de um espírito pode nos trazer lembranças fortes que influenciam no


comportamento. A história já registou muitos casos de homens de inteligência muito
superior, bem acima da média dos outros. O electro encefalograma mostra actividades
cerebrais, que não diferem de uma pessoa para outra, por isso muito se acredita que a
inteligência tem ligação com o espírito da pessoa.

A consciência do homem faz com que ele pense no errado e no certo, no ético e no
antiético, no justo e no injusto, e quem decide as acções é o próprio homem.

2.1. Sensibilidade para com o dever

Quando praticamos algo que achamos normal tendemos a normalizar essas acções
como leis. Tem vezes que a lei contraria a ética e tem vezes que a ética contraria a lei, mas
se existir coincidência de princípios, a desobediência desses acarretara em violação.

A ética humana é um sentimento que nos modela para o dever pelas vias de uma
consciência ética. Aquele que não tem sensibilidade ética termina, quase sempre,
marginalizado, embora possa iludir e tirar proveitos dos outros, temporariamente.

2.2. Compulsoridade do dever

A conduta virtuosa torna-se também, uma obrigação compulsória, por se consagrar


nos costumes e consubstanciar em normas, regulamentos e leis. Isto porque representa algo
que não se sujeita a opções, nem a alternativas, mas a um necessário cumprimento.

O não cumprimento do dever assume carácter de violação, ou seja, de transgressão


de obrigação da norma, mas, intimamente, é mais que isto, por representar uma
antipropriedade do espírito.

Logo, a violação torna-se objecto de sanção ou punição, quer natura, quer do grupo
próximo, quer legal, quer profissional, quer social. Nenhum desses aspectos se confunde,
pois a natureza das obrigações são diferentes diante de também diferentes condições de
análise.

2.3. Educação e dever


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Para os que possuem formação educacional de qualidade, que são dotados de índole
boa, o cumprimento dos deveres éticos torna-se um efeito natural, egresso de estruturas
espiritual e mental sadias. Muitos são os estudiosos que recusam o conceito de dever moral
ou ético, como efeito da pressão social ou de imposição legal, por entenderem que o ser
humano pode possuí-lo como formação própria e recebida, independentemente do que possa
estabelecer um código, um decreto, um regulamento etc.

Os efeitos da educação básica de qualidade, sobre a comunidade e o próprio ser, tem


a historia comprovado serem eficazes meios de geração de condutas positivas. A orientação
para o cumprimento do dever ético é tarefa educacional permanentemente, quer dos lares,
quer das escolas, quer das universidades, quer do estado, quer das demais instituições.
Educar para o dever é contribuir para a harmonia social e para o êxito do ser que recebe os
modelos de conduta.

2.4. Espírito e dever

O dever se encontra, em suas raízes, no espírito, como uma tendência originária,


mais que como uma obrigação formal, mas só tem condições de refinar-se e de
consubstanciar-se como modelo de conduta pelas vias de educação.

É determinante, relevante, a qualidade da educação, pois esta, paralelamente a boa


índole, ao ambiente sadio em que se forma o ser, enseja também a consciência ética de
qualidade, e esta o firme conceito de dever. Mesmo os bem dotados não podem prescindir
desse polimento, desse acréscimo ao natural.
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3. Conclusão

Após ter se feito o trabalho conclui-se que, deveres profissionais corresponde a todas
capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da profissão. Falou também
do profissional que pode ser entendido como sendo aquele que é regularmente remunerado
pelo trabalho que executa ou actividade que exerce. Em seguida falou-se da géneses e a
natureza íntima do dever e, nessa abordagem foi se mais sintético dizendo que a lógica
natural do dever parte do nosso espírito, ou seja nasce do nosso espírito, do nosso cérebro, e
daí nos estimula a cumprir os modelos mentais e educacionais, estes que recebemos e
aqueles os que adquirimos por conveniência.

Fez-se uma sobre a sensibilidade para com o dever que, quando praticamos algo que
achamos normal tendemos a normalizar essas acções como leis e, a ética humana é um
sentimento que nos modela para o dever pelas vias de uma consciência ética. Sobre a
Compulsoridade do dever nos diz que, a conduta virtuosa torna-se também, uma obrigação
compulsória, por se consagrar nos costumes e consubstanciar em normas, regulamentos e
leis, isto porque representa algo que não se sujeita a opções, nem a alternativas, mas a um
necessário cumprimento e o não cumprimento do dever assume carácter de violação, ou seja,
de transgressão de obrigação da norma, mas, intimamente, é mais que isto, por representar
uma antipropriedade do espírito.

Na educação e dever, decifrou-se que a formação educacional de qualidade, que são


dotados de índole boa, o cumprimento dos deveres éticos torna-se um efeito natural, egresso
de estruturas espiritual e mentais sadias. Uma das referências foi a dos estudiosos que
recusam o conceito de dever moral ou ético, como efeito da pressão social ou de imposição
legal, por entenderem que o ser humano pode possuí-lo como formação própria e recebida,
independentemente do que possa estabelecer um código, um decreto, um regulamento etc.

E finalmente espírito e dever, nessa perspectiva debruçou-se que o dever se encontra


em suas raízes, no espírito, como uma tendência originária, mais que como uma obrigação
formal, mas só tem condições de refinar-se e de consubstanciar-se como modelo de conduta
pelas vias de educação.
16

4. Bibliografia

1. Carapeto, Carlos e Fonseca, Fátima. Ética e Deontologia - Manual de Formação, s ∕


ed. Lisboa, 2012
2. Rodrigues, Maria de Lurdes, profissionalização e protagonismo. Oeiras: Celta,
Portugal 1999.
3. SÁ, António Lopes. S. Paulo, Ética profissional. Editora Atlas, S. A., 2007
4. SINGER, Peter, Um só mundo: a ética da globalização. Lisboa: Gradiva, 2004.

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