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A. DOS FATOS:
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B. DO DIREITO:
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A reclamada, por sua vez, optou por alterar a atividade do reclamante, passando-o
para atuar na “transpaleteira”, atividade que, no entanto, também exigia esforço físico, posição
inadequada e movimentos repetitivos de membros superiores.
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Não obstante, ainda que tendo plena ciência das moléstias do reclamante e,
inclusive, que o mesmo ainda se encontrava em tratamento, a empresa reclamada decidiu por
demiti-lo, no dia 16/04/2021, de maneira completamente discriminatória e ilegal.
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E, pior ainda, a reclamada, além de não ter tomado medidas preventivas para
evitar o ocorrido, também não se preocupou em tratar do problema do reclamante, uma vez que
sempre manteve o mesmo em funções que envolviam posturas e movimentos danosos ao seu
quadro.
Diante do acima relatado e das provas juntadas, fica evidente que a dispensa do
reclamante não poderia ocorrer.
Destarte, não é demais lembrar e isto é do conhecimento deste MM Juízo, que são
inúmeros os casos de ex-trabalhadores da empresa reclamada, que trabalhavam na mesma atividade
do ora reclamante ou similar, que apresentam problemas especialmente em membros superiores
(ombros, punhos e cotovelos). Se assim é, como não relacionar a atividade laborativa dos mesmos
com as moléstias encontradas em membros superiores, como no caso do ora reclamante?
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Problemas em ombros
Problemas em ombros
Problemas em cotovelo
Estes são apenas alguns casos de que tem conhecimento o reclamante e seu
patrono, sendo certo que este MM Juízo tem condições de apurar outras demandas que estejam
tramitando por esta Vara do Trabalho, onde outros ex-empregados da reclamada também pleiteiam
indenizações por conta do acometimento por moléstias similares. Ou seja, não é um caso isolado
do reclamante, mas sim, inúmeros trabalhadores vêm sendo acometidos das mesmas
moléstias envolvendo membros superiores, por conta das condições de trabalho a que são
submetidos na empresa reclamada. Tal fato não pode passar despercebido por este MM Juízo.
2. DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA:
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“Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção
de auxílio acidente.”
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Ou seja, resta evidente que, tanto a estabilidade garantida por lei (no artigo 93, da
lei 8.213/91) quanto a estabilidade prevista em CCT, foram ambas descumpridas pela reclamada, que
optou pela dispensa imotivada e ilegal do reclamante.
Nem se alegue, também, que o reclamante não faria jus a referida estabilidade
(seja a convencional ou a de 1 ano, garantida por lei) face ao mesmo não ter recebido auxílio-doença
acidentário, uma vez que o mesmo não recebeu tal auxílio por culpa única e exclusiva da reclamada.
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por fim, manter incólume, tanto quanto possível, os cofres públicos, os quais
somente devem responder por onerações previdenciárias na medida do
imprescindível. Prevenção é dever de todos. (TRT6ª R. - RO
00826.2006.181.06.00.2 - 1ª T. - RelªDesembª Valéria Gondim Sampaio - DJ
12.01.2008)”
Acresça-se que, quando de sua admissão, o reclamante não era portador de tal
doença profissional, pois gozava de perfeita higidez física, sendo certo que a adquiriu durante o
período de vínculo de emprego com a ora recda.
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3. DA DISPENSA DISCRIMINATÓRIA
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos; (...)”
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Vale destacar que o reclamante iniciou suas atividades para a reclamada sem
qualquer problema de saúde, e, em razão das condições de trabalho a que foi submetido e as
doenças profissionais adquiridas, padece hoje de sequela que lhe é impeditiva para o exercício
normal de suas funções habituais.
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5. DO CONVÊNIO MÉDICO
O novo Código Civil, trouxe diversas inovações, dentre elas podemos destacar a
teoria da responsabilidade objetiva do empregador, em razão da atividade por ele explorada.
Como ficou demonstrado ao longo do tempo, o empregador que opta por explorar
uma atividade que dentro da normalidade, pela própria natureza dos serviços executados já traz um
risco aos funcionários nada mais justo do que o mesmo responder diretamente pelo referido risco.
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“Art.927 Aquele que por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.”
Assim sendo se o empregador explora serviços com explosivos, nada mais justo
do que a responsabilidade objetiva do mesmo no caso da explosão visto que a própria natureza do
serviço expõe os funcionários a risco de serem feridos no caso de explosão.
Caso assim não entenda V. Exa., ou seja, caso afaste a responsabilidade objetiva
da reclamada, o que só se admite a título de argumentação, mesmo assim, deve a reclamada
indenizar o reclamante com fundamento na responsabilidade subjetiva.
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O histórico dos fatos também noticia que estão presentes os requisitos para que à
reclamada se impute a responsabilidade pela indenização dos danos decorrentes.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;”
Não há, por outro lado, como negar a responsabilidade da empresa pelo ocorrido.
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Caso assim não entenda V. Exa., temos que as prestações deverão ser pagas
mensalmente, mas deverão ser objeto de garantia por um capital a ser fixado por V. Exa. Neste caso,
também deverá ser garantida a correção da pensão, através dos mesmos índices de reajustes
concedidos aos demais empregados da ré (dissídio coletivo).
“Vale lembrar que constitui o dano moral a lesão de interesses não patrimoniais de
pessoa física ou jurídica, provocada por fato lesivo.
Desta feita, na reparação do dano moral, é mister que o julgador examine cada
caso, a seu precavido arbítrio, cotejando os elementos probatórios e analisando as
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Esta também é a lição que nos é dada pelo Ilustre jurisconsulto José Eduardo
Callegari Cenci, em seu claro e bem elaborado artigo entitulado “DANO MORAL E SUA
REPARAÇÃO”, publicado na Revista dos Tribunais, volume 683, páginas 46/48:
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Cabe ressaltar ainda, que a reparação pelo dano moral apresenta não apenas o
caráter reparador, no sentido de oferecer conforto e consolo à vítima do dano, mas também caráter
punitivo e inibidor, no sentido de coibir a continuidade da conduta lesiva, com vistas à proteção da
sociedade. Assim, cuida-se de técnica que, a um só tempo, sanciona o lesante e oferece exemplo à
sociedade, para que não floresçam condutas que possam ferir valores que o Direito protege.
“Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o
seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a
indenização além das despesas do tratamento e lucros cessantes até o fim da
convalescença incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que
se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.”
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Levando-se em consideração que tais situações foram originadas por ação (e/ou
omissão) da reclamada, que negligenciou a saúde laboral de seu empregado em próprio proveito,
devida a indenização em danos morais pela mesma, pelas razões que seguem.
O reclamante foi exposto, durante todo o pacto laboral havido entre as partes, a
esforço excessivo e a movimentos repetitivos, o que fizeram eclodir suas moléstias em coluna,
ombros e joelho.
A reclamada, por sua vez, mesmo tendo plena ciência do quadro clínico do
reclamante, não se preocupava em tratá-lo, apenas receitando alguns analgésicos e anti-inflamatórios
e já direcionando o reclamante de volta ao trabalho, nas mesmas condições agressivas a sua saúde.
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9. DA INSALUBRIDADE
Por exemplo, tinha contato com cromo, graxa, óleos, selante, soda cáustica etc.,
sem que recebesse luvas de PVC, macacões e/ou creme protetivo adequados para o desempenho
da função.
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“Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.”
O artigo 769 da CLT é claro quanto a aplicação subsidiária do CPF:
“Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária
do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as
normas deste Título.”
“... se assenta num juízo de probabilidade, que resulta por seu turno, da análise
dos motivos que lhe forem favoráveis (convergentes) e dos que lhe são contrários
(divergentes). Se os motivos convergentes são superiores aos divergentes, o
juízo de probabilidade cresce; se os motivos divergentes são superiores aos
convergentes, a probabilidade diminui.” (cf. Código de Processo Civil Reformado,
Ed. Del Rey, 2a. edição, 1995, p. 108)
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Não se pode admitir que o reclamante tenha que se submeter aos caprichos da
reclamada, ou a sua total inércia, e aguardar injustamente o final julgamento do mérito da presente
ação para ver seus direitos reconhecidos. Pois, como leciona Ricardo Pinho, em artigo publicado na
Revista ABPI, n. 19, Nov/Dez 1995, p.4, com os grifos do requerente:
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Ainda que assim não o fosse, ressalta-se que a nova sistemática deve ser
analisada em conformidade com o que determina o artigo 99, par. 2º e 3º, do CPC, cujas redações
seguem infratranscritas.
“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial,
na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
por pessoa natural.”
“PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
PROCESSO nº 1002309-91.2017.5.02.0521 (AIRO)
RELATOR: ELIANE APARECIDA DA SILVA PEDROSO
[...]
MÉRITO
A apreciação do requerimento de assistência judiciária gratuita em sentença não
obsta a sua reapreciação posteriormente, porque aquele requerimento não faz
parte do objeto da lide e, portanto, aquela decisão não sofre os efeitos da coisa
julgada material.
Razão assiste ao Agravante.
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No entanto, caso assim não entenda V. Exa., requer, desde já, a aplicação do §
2º, do artigo 99, do CPC, c/c Súmula nº. 263 do E. TST, devendo o Juízo indicar a documentação que
entende pertinente para a comprovação do direito postulado, abrindo-se prazo para que o reclamante
proceda à respectiva juntada, tudo na forma dos artigos 769, da CLT, e 15, do CPC.
C. DOS PEDIDOS
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D. DAS PROVAS
Requer provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sem exceção de
qualquer, especialmente pelo depoimento pessoal dos representantes legais da empresa, oitiva de
testemunhas, juntada de documentos, perícia, etc.
E. DO VALOR DA CAUSA
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Termos em que,
p. deferimento.
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