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A Dominação Britânica na
Índia[N256]
Karl Marx
10 de Junho de 1853
Transcrição autorizada

Primeira Edição: Escrito por Marx em 10 de Junho de 1853. Publicado no


jornal New-York Daily Tribune, n.º 3804, de 25 de Junho de 1853.
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Editorial "Avante!"
- Edição
dirigida por um colectivo composto por: José BARATA-MOURA, Eduardo
CHITAS, Francisco MELO e Álvaro PINA, tomo I, pág: 513-518.
Tradução: José BARATA-MOURA. Publicado segundo o texto
do jornal.
Traduzido do inglês.
Transcrição e HTML:
Fernando A. S. Araújo.

Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa


reservados por Editorial "Avante!" - Edições Progresso Lisboa - Moscovo,
1982.

Londres, sexta-feira, 10 de Junho de 1853


[...] O Indostão é uma Itália de dimensões asiáticas, com
o Himalaia no lugar dos Alpes, as planícies de Bengala no
lugar das planícies da Lombardia, o Decão no lugar dos
Apeninos e a ilha de Ceilão no lugar da Sicília. A mesma rica
diversidade nos produtos da terra e o mesmo
desmembramento na configuração política. Assim como a
Itália, de tempos a tempos, tem sido comprimida pelo gládio
do conquistador em diferentes massas nacionais,
encontramos também o Indostão, quando não submetido à
pressão do Maometano, do Mongol[N257] ou do Britânico,
dissolvido em tantos Estados independentes e em conflito
quantas as cidades, ou mesmo as aldeias, que conta. De um
ponto de vista social, contudo, o Indostão não é a Itália, mas
a Irlanda do Oriente. E esta estranha combinação de Itália e
de Irlanda, de um mundo de voluptuosidade e de um mundo
de dor, encontra--se antecipada nas antigas tradições da
religião do Indostão. Esta religião é, ao mesmo tempo, uma
religião de exuberância sensual e uma religião de ascese que
se atormenta a si própria, uma religião do Linga[N258] e do
Jaganata[N259]; a religião do monge e da bailarina.
Não partilho a concepção daqueles que acreditam numa
idade de ouro do Indostão, sem, contudo, recorrer, como Sir
Charles Wood, para a confirmação da minha perspectiva, à
autoridade de Kuhli-Kahn. Se se tomarem, por exemplo, os
tempos de Aurung Zeb ou a época em que os Mongóis
apareceram no Norte e os Portugueses no Sul, ou a era da
invasão maometana e da heptarquia[N260] na Índia do Sul, ou
se se quiser recuar ainda mais até à antiguidade, atente-se
na cronologia mitológica dos próprios brâmanes[N261], que
situa o começo da miséria da Índia numa época ainda mais
remota do que a criação cristã do mundo.
Não pode, contudo, restar qualquer dúvida de que a
miséria infligida pelos Britânicos ao Indostão é de uma
espécie essencialmente diferente e infinitamente mais
intensiva do que a que todo o Indostão teve de sofrer
anteriormente. Não aludo ao despotismo europeu,
implantado sobre o despotismo asiático pela Companhia
Britânica das Índias Orientais[N262], e que forma uma
combinação mais monstruosa do que qualquer das dos
monstros divinos que nos assustam no templo de
Salsette[N263]. Este não é um traço distintivo da dominação
colonial britânica, mas apenas uma imitação dos
Holandeses, e tanto é assim que, em ordem a caracterizar o
trabalho da Companhia Britânica das Índias Orientais, basta
repetir literalmente o que Sir Stamford Raffles, o governador
inglês de Java, disse da velha companhia Holandesa das
Índias Orientais.
"A Companhia Holandesa, movida apenas pelo espírito
do ganho e encarando os seus súbditos com menos
atenção e consideração do que um plantador das
Índias Ocidentais antigamente encarava um bando [de
escravos] da sua plantação — porque este último tinha
pago o dinheiro de compra de propriedade humana,
enquanto a outra não —empregou toda a mecânica
existente do despotismo para tirar ao povo o último
tostão das contribuições, os últimos restos do seu
labor, e agravou, assim, os males de um governo
caprichoso e semibárbaro, conseguindo-o com o
engenho experiente dos políticos e todo o egoísmo
monopolizador dos comerciantes."
Todas as guerras civis, invasões, revoluções, conquistas,
fomes, por estranhamente complexa, rápida e destruidora
que a [sua] acção sucessiva sobre o Indostão possa parecer,
não o atingiram mais do que à superfície. A Inglaterra
destruiu toda a estrutura da sociedade indiana, sem que
ainda agora apareçam quaisquer sintomas de reconstituição.
Esta perda do seu velho mundo, sem qualquer ganho de um
novo, confere uma espécie particular de melancolia à miséria
actual dos Hindus e separa o Indostão dominado pela Grã-
Bretanha de todas as suas antigas tradições e do conjunto
da sua história passada.
Em geral, na Ásia, desde tempos imemoriais, houve
apenas três departamentos governamentais: o das Finanças,
ou da pilhagem do interior; o da Guerra, ou da pilhagem do
exterior; e, finalmente, o departamento das Obras Públicas. O
clima e as condições do território, em especial, as vastas
extensões de deserto, estendendo-se do Sara, através da
Arábia, Pérsia, Índia e Tartária até às terras altas asiáticas
mais elevadas, constituíram a irrigação artificial por canais e
obras hidráulicas em base da agricultura oriental. Tal como
no Egipto e na Índia, as inundações são utilizadas para
fertilizar o solo da Mesopotâmia, Pérsia, etc; tira-se partido
de um elevado caudal para alimentar os canais de irrigação.
Esta necessidade primeira de um uso económico e comum
da água que, no Ocidente, levou a empresa privada a uma
associação voluntária, como na Flandres e na Itália, obrigou,
no Oriente, onde a civilização estava demasiado pouco
desenvolvida e a extensão territorial era demasiado vasta
para suscitar uma associação voluntária, à interferência do
poder centralizador do governo. Daqui que tenha recaído
sobre todos os governos asiáticos uma função económica, a
função de promover as obras públicas. Esta fertilização
artificial do solo, dependente de um governo central e
decaindo imediatamente com qualquer negligência na
irrigação e drenagem, explica o de outro modo estranho
facto de encontrarmos hoje estéreis e desérticos territórios
inteiros que outrora foram brilhantemente cultivados, como
Palmira, Petra, as ruínas do Iémen e grandes províncias do
Egipto, Pérsia e Indostão; explica também como uma única
guerra de devastação foi capaz de despovoar um país
durante séculos e de o despojar de toda a sua civilização.
Ora, os Britânicos, nas Índias Orientais, aceitaram dos
seus predecessores os departamentos das Finanças e da
Guerra, mas negligenciaram completamente o das Obras
Públicas. Daí a deterioração de uma agricultura que não é
capaz de ser conduzida segundo o princípio britânico da livre
concorrência, do laissez faire e do laissez aller(1*). Mas nos
impérios asiáticos estamos muito acostumados a ver a
agricultura deteriorar-se com um governo e reanimar-se de
novo com outro governo. Aí as colheitas correspondem a um
bom ou a um mau governo, do mesmo modo que na Europa
mudam com um bom ou com um mau ano. Assim, a
opressão e o abandono da agricultura, maus como são, não
poderiam contudo ser encarados como o golpe de
misericórdia na sociedade indiana pelo invasor britânico, se
não fossem acompanhados por uma circunstância de
importância muito diferente, uma novidade nos anais de todo
o mundo asiático. Por muito mutável que o aspecto político
do passado da Índia possa parecer, as suas condições
sociais permaneceram inalteradas desde a sua antiguidade
mais remota até ao primeiro decénio do século XIX. O tear
manual e a roda de fiar que produziram as suas miríades de
tecelões e fiandeiros eram os pivots da estrutura dessa
sociedade. Desde tempos imemoriais, a Europa recebia os
tecidos admiráveis do trabalho indiano, mandando-lhe em
troca os seus metais preciosos e fornecendo, assim, o
material para o ourives, esse membro indispensável da
sociedade indiana, cujo amor pelos enfeites é tão grande que
mesmo a classe mais baixa, aqueles que andam quase nus,
têm vulgarmente um par de brincos de ouro e algum
ornamento em ouro pendurado ao pescoço.
Anéis nos dedos das mãos e dos pés eram também
muito comuns. Tanto as mulheres como as crianças usavam
frequentemente braceletes e pulseiras maciças, de ouro ou
de prata, e foram encontradas estatuetas de divindades de
ouro e de prata nas casas. Foi o invasor britânico que
quebrou o tear manual e destruiu a roda de fiar. A Inglaterra
começou por privar os algodões indianos do mercado
europeu; introduziu depois o fio no Indostão e, no fim,
inundou de algodões a própria terra natal do algodão. De
1818 a 1836, a exportação de fio da Grã-Bre-tanha para a
Índia cresceu na proporção de 1 para 5200. Em 1824, a
exportação de musselinas britânicas para a Índia mal
chegava a 1 000 000 de jardas, enquanto em 1837
ultrapassou os 64 000 000 de jardas. Mas, ao mesmo tempo,
a população de Dacca desce de 150 000 habitantes para 20
000. Este declínio nas cidades indianas famosas pelos seus
tecidos não foi de modo algum a pior consequência. O vapor
e a ciência britânicos destruíram, em toda a superfície do
Indostão, a união entre a agricultura e a indústria
manufactureira.
Estas duas circunstâncias — o hindu, por um lado,
deixando, como todos os povos orientais, para o governo
central o cuidado pelas grandes obras públicas, condição
primeira da sua agricultura e do seu comércio, e disperso, por
outro lado, pela superfície do país e aglomerado em
pequenos centros pela união doméstica de ocupações
agrícolas e manufactureiras — estas duas circunstâncias
tinham gerado, desde os tempos mais remotos, um sistema
social de características especiais — o chamado sistema de
aldeia, que dava a cada uma dessas pequenas unidades a
sua organização independente e a sua vida distinta. Pode
ajuizar--se do carácter peculiar deste sistema pela seguinte
descrição, contida num velho relatório oficial sobre assuntos
indianos da Câmara dos Comuns britânica:
"Uma aldeia, geograficamente considerada, é uma
extensão de território compreendendo algumas
centenas ou milhares de acres de terras aráveis e
incultas; encarada politicamente, assemelha-se a uma
corporação ou a um município. O seu próprio quadro
de funcionários e servidores consiste no seguinte: o
potail ou chefe da comunidade que, em geral, tem a
superintendência dos assuntos da aldeia, resolve os
diferendos entre os habitantes, tem a seu cargo a
polícia e cumpre a tarefa de recolher o rendimento dos
impostos na sua aldeia, uma tarefa para a qual a sua
influência pessoal e o conhecimento minucioso da
situação e das preocupações do povo o tornam o mais
qualificado. O kurnum trata das contas do cultivo e
regista tudo o que com ele se relaciona. O tallier e o
totie: consistindo a tarefa do primeiro em informar-se
de crimes e ofensas e em escoltar e proteger as
pessoas que viajam de uma aldeia para outra;
parecendo estar a área do segundo mais
imediatamente confinada à aldeia, consistindo, entre
outras tarefas, em guardar as colheitas e ajudar à sua
medição. O guarda-fronteira, que preserva os limites da
aldeia e fornece provas a respeito deles em caso de
disputa. O superintendente dos reservatórios e cursos
de água distribui a água para fins agrícolas. O
brâmane, que oficia o culto da aldeia. O mestre-escola,
que se vê numa aldeia a ensinar as crianças a ler e a
escrever na areia. O brâmane que trata do calendário,
ou astrólogo, etc. Estes funcionários e servidores
constituem, em geral, a administração de uma aldeia;
mas nalgumas partes do país é mais reduzida, estando
algumas das tarefas e funções acima descritas
reunidas na mesma pessoa; noutras excede o número
de indivíduos acima citados. Os habitantes do país
viveram, desde tempos imemoriais, sob esta forma
simples de governo municipal. As fronteiras das
aldeias só muito raramente foram alteradas; e embora
as próprias aldeias tenham por vezes sido danificadas
e mesmo devastadas pela guerra, pela fome ou pela
doença, o mesmo nome, os mesmos limites, os
mesmos interesses e até as mesmas famílias têm
continuado durante séculos. Os habitantes não se
preocupavam com as quedas e divisões dos reinos;
enquanto a aldeia permanecer inteira, não se importam
com o poder para o qual ela é transferida ou com o
soberano a que fique sujeita; a sua economia interna
permanece imutável. O potail continua a ser o chefe e
continua a agir como juiz de paz ou magistrado e
como cobrador ou recebedor da aldeia."
Estas pequenas formas esteriotipadas do organismo
social foram, na maior parte, dissolvidas e estão a
desaparecer, não tanto em virtude da interferência brutal do
cobrador de impostos britânico ou do soldado britânico, mas
do trabalho do vapor inglês e do comércio livre inglês.
Aquelas comunidades familiares baseavam-se na indústria
doméstica, naquela combinação peculiar de tecelagem
manual, de fiação manual e de agricultura manual que lhes
dava o poder de se bastarem a si próprias. A interferência
inglesa, tendo colocado o fiandeiro no Lancashire e o tecelão
em Bengala ou fazendo desaparecer tanto o fiandeiro como
o tecelão hindus, dissolveu estas pequenas comunidades
meio bárbaras meio civilizadas, estoirando com a sua base
económica, e produziu assim, a maior e, para dizer a verdade,
a única revolução social de que alguma vez se ouviu falar na
Ásia.
Ora, por mais triste que seja para o sentimento humano
testemunhar estas miríades de organizações sociais
industriosas, patriarcais e inofensivas desorganizadas e
dissolvidas nas suas unidades [constitutivas], atiradas para
um mar de sofrimentos, e os seus membros individuais a
perderem ao mesmo tempo a sua antiga forma de civilização
e os seus hereditários meios de subsistência, não podemos
esquecer que estas idílicas comunidades aldeãs, por muito
inofensivas que possam parecer, foram sempre o sólido
alicerce do despotismo oriental, confinaram o espírito
humano ao quadro mais estreito possível, fazendo dele o
instrumento dócil da superstição, escravizando-o sob o peso
de regras tradicionais, privando-o de toda a grandeza e de
toda a energia histórica. Não podemos esquecer o egoísmo
bárbaro que, concentrando-se nalgum mísero bocado de
terra, foi calmamente testemunha da ruína de impérios, do
perpetrar de crueldades sem nome, do massacre da
população de grandes cidades, sem lhes dedicar mais
consideração do que aos acontecimentos naturais, [sendo,
afinal,] ele próprio presa indefesa de qualquer agressor que
se dignasse dar por ele. Não podemos esquecer que esta
vida indigna, estagnada e vegetativa, que esta espécie de
existência passiva, desencadeava, por outro lado, em
contrapartida, forças de destruição selvagens, sem
objectivos e sem limites, e tornavam o próprio assassínio um
rito religioso no Indostão. Não podemos esquecer que estas
pequenas comunidades estavam contaminadas por
distinções de casta e pela escravatura, que subjugavam o
homem às circunstâncias exteriores em vez de o elevarem a
senhor das circunstâncias, que transformavam um estádio
social em auto-desenvolvimento num destino natural nunca
mutável e ocasionavam, assim, um culto da natureza
brutalizador, que exibia a sua degradação no facto de o
homem, o senhor da natureza, cair de joelhos em adoração
de Kanuman, o macaco, e Sabbala, a vaca.
A Inglaterra, é verdade, ao causar uma revolução social
no Indostão estava movida pelos interesses mais vis e era
estúpida na sua maneira de os impor. Mas não é disso que
se trata. A questão é: pode a humanidade cumprir o seu
destino sem uma revolução fundamental no estádio social
da Ásia? Se não, quaisquer que possam ter sido os crimes da
Inglaterra, ela foi o instrumento inconsciente da história ao
provocar essa revolução.
Neste caso, qualquer que seja o azedume que o
espectáculo do desmoronamento de um mundo antigo
possa trazer aos nossos sentimentos pessoais, temos o
direito, do ponto de vista da história, de exclamar com
Goethe:
"Sollte diese Qual uns quälen
Da sie unsre Lust vermehrt,

Hat nicht Myriaden Seelen

Timur's Herrschaft aufgezehrt?"(2*)


 
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Notas de rodapé:
(1*) Em francês no texto: deixai fazer, deixai andar. Fórmula utilizada
pelos economistas burgueses que preconizavam o livre-cambismo e a
não interferência do Estado nas relações económicas. (retornar ao texto)
(2*) "Deverá atormentar-nos este tormento.

           Quando aumenta o nosso prazer?


           Não consumiu o domínio de Tamerlão


           Miríades de almas?"

           [Goethe, Westöstlicher Diwan, An Suleika. (Divã Ocidental-Oriental. A


Suleika)] (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)
Notas de fim de tomo:
[N256] 256 Os artigos de Marx “A dominação britânica na índia” e
“Resultados futuros da dominação britânica na índia” encontram-se entre
os seus melhores escritos sobre a questão nacional e colonial. Tomando
como exemplo o domínio britânico na índia, que possuía riquezas
naturais colossais e uma antiga civilização, Marx põe a nu os traços
característicos do sistema de domínio colonial dos Estados capitalistas
sobre os países economicamente atrasados do Oriente. Seguindo as
etapas principais da conquista e da colonização da índia pelos ingleses,
Marx mostra que as pilhagens e anexações realizadas pelos
colonizadores na índia foram a fonte de enriquecimento e de reforço da
oligarquia dos latifundiários e dos magnates da finança na própria
Inglaterra. Marx chega à conclusão revolucionária de que a libertação da
índia só podia ser obtida através da revolução proletária na Inglaterra ou
através da luta de libertação do próprio povo indiano contra o domínio
dos colonizadores. (retornar ao texto)
[N257] Mongóis: conquistadores de origem turca que penetraram na índia
no início do século XVI provenientes da parte oriental da Ásia Central e
que fundaram em 1526 no Norte da índia o império dos Grão-Mongóis
(do nome da dinastia reinante neste império). Na primeira metade do
século XVIII este império desapareceu em consequência das constantes
lutas internas e do reforço das tendências separatistas feudais. (retornar
ao texto)
[N258] 258 Religião do Linga: culto do deus Siva espalhado entre a seita
do Sul da índia dos lingaístas (de “linga”, símbolo de Siva), que não
reconhecia as distinções de casta, os jejuns, os sacrifícios, as
peregrinações. (retornar ao texto)
[N259] Jaganata (Juggernaut): uma das reincarnações do deus hindu
Vixnu. Os sacerdotes do templo de Jaganata recebiam grandes
rendimentos das peregrinações em massa e encorajavam a prostituição
das mulheres que viviam no templo. O culto de Jaganata compreendia
ritos pomposos e dava lugar a um desencadeamento de fanatismo que
se manifestava em suicídios e mutilações voluntárias. Nos dias das
grandes festas alguns dos fiéis lançavam-se debaixo das rodas do carro
que transportava a estátua de Vixnu-Jaganata. (retornar ao texto)
[N260] Heptarquia: termo adoptado pela historiografia inglesa para
designar o regime político da Inglaterra no início da Idade Média, quando
o país estava dividido em sete reinos anglo-saxónicos (séculos VI-VIII);
por analogia Marx aplica aqui este termo para designar a fragmentação
feudal do Decão (Índia Central e Meridional) antes da sua conquista pelos
muçulmanos. (retornar ao texto)
[N261] Brâmanes: uma das quatro castas mais antigas da índia, à qual
pertencia primeiro e fundamentalmente a camada privilegiada dos
sacerdotes; mais tarde, tal como as outras castas indianas, abarcava,
além dos sacerdotes, pessoas de diferentes profissões e origens sociais,
sem excluir camponeses e artesãos empobrecidos. (retornar ao texto)
[N262] Companhia das Índias Orientais: companhia comercial inglesa,
instrumento da política colonial inglesa na índia, na China e noutros
países da Ásia, fundada em 1600. A lei adoptada em 1853 restringia os
direitos monopolistas da companhia para dirigir a índia. A companhia foi
definitivamente liquidada em 1858. (retornar ao texto)
[N263] A ilha de Salsette, situada a norte de Bombaim, era célebre pelos
seus 109 templos budistas construídos em grutas. (retornar ao texto)
Inclusão

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