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Bárbara Cunha

Especialista em Educação Inclusiva

O dia nacional da luta da pessoa com deficiência é uma excelente data


para refletirmos e discutirmos sobre o atual contexto social desta classe. Vale
ressaltar que esta reflexão deve existir não apenas hoje, mas em todos os
momentos que nos depararmos com situações que envolva pessoas com
deficiência.
A história da educação da pessoa com deficiência, em destaque a dos
surdos, é marcada por uma longa caminhada de lutas e reivindicações. Os
estudos relacionados à educação das pessoas com deficiência são cada vez
mais amplos e isso se deve principalmente aos vários movimentos
relacionados à luta pelos direitos das pessoas com deficiência que estão mais
organizados e com ativa participação da própria classe.
Destaco a surdez, porque além de meus estudos estarem focados nesta
deficiência, esta trata-se de uma barreira na comunicação do indivíduo que
deve ser diagnosticada e solucionada o mais breve possível para que os pais
ou os responsáveis pela criança surda adotem medidas que desenvolvam a
linguagem mais adequada para sua realidade.
No Brasil, ainda no período Imperial, foi D. Pedro II quem instalou a
primeira escola para surdos no país, porém a metodologia utilizada priorizava o
ensino da fala e não o desenvolvimento do conhecimento da pessoa surda.
Desperdiçavam-se anos tentando ensinar o surdo a falar e muitas vezes não
alcançavam o objetivo desejado. A surdez era vista como uma patologia que
precisava ser reparada e apenas após “a cura” o surdo estaria apto a aprender.
Este foi, e ainda é, uma das grandes barreiras encontradas pela pessoa com
surdez que muitas vezes é vista como alguém doente por não saber falar. Ser
Surdo, com “S” maiúsculo, pois se trata de uma classe e não de uma pessoa
com um déficit, é ter língua, - Língua Brasileira de Sinais - identidade e cultura
própria. No entanto, os ouvintes insistem em exigir da pessoa com surdez a
fala.
Seja surdo, cadeirante ou cego, todos, dentro de suas limitações, são
capazes de ter uma vida com autonomia e mais independência. Meu convívio
com estas pessoas me ensinou que eles são tão capazes de conquistarem
seus objetivos quanto às pessoas sem deficiência. Eles precisam apenas que a
sociedade, e especialmente a família, acreditem em suas capacidades e
ofereçam a oportunidade para o aprimoramento de suas habilidades. Caso nos
limitemos a enxergarmos apenas a deficiência destas pessoas estaremos
negando a capacidade de aprendizado e desenvolvimento de cada uma delas,
pois todo ser humano é capaz de aprender e desenvolver-se.
Nossa sociedade precisa respeitar as leis já conquistadas pelas pessoas
com deficiência e informar-se sobre as aptidões destas. Devemos exterminar a
ideia de incapacidade, o que existe são maneiras distintas de viver. E não há
nada de anormal nisso! As escolas devem ensinar baseadas na ideia de que
todos são diferentes, e antes de qualquer classificação somos todos seres
humanos! Diante disso, se cada um fizer sua parte, refletindo, discutindo e
respeitando a pessoa com deficiência, garantiremos uma melhor socialização
e, consequentemente, um melhor crescimento pessoal e profissional para a
pessoa com deficiência. Faça sua parte!

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