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Termos em que
RAZÕES DA APELANTE:
Após o detido exame dos autos, feito à luz da realidade dos fatos e da matéria
de direito aplicável à espécie, verifica-se, data vênia, que a r. sentença não deverá
prevalecer.
Cuida a espécie de Ação Civil Pública que objetiva impedir a apuração unilateral
de suposta violação de medidor de energia pela apelada, estabelecendo, ainda, à luz da
normatividade de regência, possibilidade de dialeticidade e vinculação de metodologia
escorreita para a cobrança do suposto consumo não faturado.
Pois bem!
“que a requerida, sempre que constata suposta fraude do consumo de energia elétrica, tal
como rompimento do lacre, realiza a cobrança de consumo por estimativa, sendo certo
que em caso de inadimplemento deste valor cobrado, pode ocorrer a suspensão do
fornecimento de energia elétrica (...) respondeu que a requerida somente comunica o
usuário da constatação de suposta fraude no medidor de consumo de energia elétrica,
não o notificando para acompanhar a aferição (...) (fls.225)
‘Art. 1o Esta Lei altera o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, que disciplina a
ação civil pública, legitimando para a sua propositura a Defensoria Pública.
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
(...)
Dito isso, não se pode restringir a esfera de atuação da Defensoria Pública por meio da
Ação Civil Pública, sob pena de se negar vigência ao texto constitucional, que dispõe,
em seu artigo 134, que referido Órgão"é instituição essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos
necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.".
Este Tribunal, por sinal, atento a tal situação reconheceu essa atribuição ao
ajuizamento de ações coletivas pela Apelante, cuja decisão trazemos à colação:
Mais:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA MUNICÍPIO DE
PASSA QUATRO. DEFENSORIA PÚBLICA. LEGITIMIDADE.
IRREGULARIDADE COMPROVADA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA EM
REEXAM NECESSÁRIO.- A Defensoria Pública possui legitimidade ativa para
propor ação civil pública quando o grupo de substituídos abrange parcela necessitada da
sociedade civil, ainda que, indiretamente, beneficie outras pessoas que não sejam
economicamente hipossuficientes, mormente quando está comprovada a situação de
irregularidade fundiária no Município e há o interesse de preservação do direito
constitucional à moradia.- Deve ser confirmada a sentença que determina medidas
práticas para a regularização fundiária pelo Município, principalmente quando o
próprio ente público reconhece a irregularidade e não se opõe ao pedido.
(TJMG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0476.13.000173-0/002, Relator(a): Des.(a)
Alberto Vilas Boas , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/11/2014,
publicação da súmula em 12/11/2014)
TUTELA- MEDIDA QUE SE IMPOE- Com advento da Lei 11.448/2007, que alterou
a Lei 7.347/85, restou sedimentado a legitimidade ativa da Defensoria para propositura
da Ação Civil Pública, - Nos termos do art.273 do CPC, concede-se tutela antecipada
desde que exista prova inequívoca da verossimilhança da alegação e desde que haja
fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação , abuso do direito de defesa ou
manifesto propósito protelatório do réu. - Não há falar em deferimento de tutela
antecipada em ação civil pública ajuizada no interesse de consumidores , se não foi
inequivocamente comprovada a existência de dano irreparável e de difícil reparação aos
consumidores, havendo, ainda, perigo de irreversibilidade do provimento antecipado
Agravo de Instrumento Cv Nº 1.0313.12.022129-3/001 - COMARCA DE
Ipatinga - Agravante(s): BANCO ITAÚ UNIBANCO S/A - Agravado(a)(s):
DEFENSORIA PÚBLICA ESTADO MINAS GERAIS - Interessado: BANCO DO
BRASIL S/A, BANCO BRADESCO S/A (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv
1.0313.12.022129-3/001, Relator(a): Des.(a) Luciano Pinto , 17ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 21/08/2014, publicação da súmula em 02/09/2014)
Não bastasse tal análise, imperioso salientar que o direito de fundo em debate
não é, repita-se: disponível e, para tanto, dissertando sobre o tema, vejamos trecho de
estudo doutrinário realizado pelo procurador do PROCON/SP publicado nas
conclusões da I Jornada em Defesa da Moradia Digna realizada pela Defensoria
Pública do Estado de São Paulo, sobre a saliência do serviço de energia elétrica, verbis:
A propósito:
Quanto à tutela dos interesses individuais homogêneos, tem havido alguma oscilação
nos Tribunais a respeito da viabilidade, ou não, de serem objeto de ação civil pública.
Como já tivemos a oportunidade de assinalar em obra que escrevemos a respeito, o art.
129, III, da CF e a Lei 7.347/1985 só se referiram a direitos coletivos ou difusos, mas não
aos individuais homogêneos, que formam uma terceira categoria. A Lei no 8.078/1990
(Código de Defesa do Consumidor) prevê a defesa coletiva para tais direi- tos, mas não
esclarece se se trata de categoria específica de acão ou se é a mesma ação civil pública.
IGUALDADE E CIDADANIA PARA TODOS
Rua Coronel José Justino, nº 458, Bairro Centro – São Lourenço/MG
CEP 37.470-000 – Tel/Fax: 0(xx)35–3332-6831 - 0(xx)3332-5941
www.defensoriapublica.mg.gov.br
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
DEFENSORIA PÚBLICA NA COMARCA DE SÃO LOURENÇO
Em que pese a confusão que se formou a respeito, parece-nos melhor considerar a ação
civil pública como via idônea para a tutela de direitos individuais homogêneos, desde
que a defesa seja efetivamente coletiva, vale dizer, abranja grupo com significativo
número de integrantes. (Carvalho Filho , José. Manual de direito administrativo,
27ª edição. Atlas, 2014. VitalBook file. Minha Biblioteca.)
Além desses interesses, o Código do Consumidor também definiu uma terceira categoria
de direitos - os interesses ou direitos individuais homogêneos -, definidos na lei como
aqueles que decorrem de origem comum. Esses direitos são marcadamente individuais, e
o aspecto de grupo a eles relativo diz respeito apenas a uma associação de interesses com
vistas a um mesmo fim. Não tem, portanto, o caráter transindividual dos interesses
coletivos e difusos, nos quais o relevante e´ o agrupamento em si, e não os indivíduos
que o compõem. (Carvalho Filho , José. Manual de direito administrativo, 27ª
edição. Atlas, 2014. VitalBook file. Minha Biblioteca.)
Para tal, basta observarem-se as inúmeras ações individuais que correm perante
o Poder Judiciário Mineiro patrocinadas pela Defensoria Pública ou pela atuação do
Juizado Especial em face da apelada, visando exatamente neutralizar e reverter os atos
e procedimentos decantados na proemial.
Mais:
REQUER, ainda:
Nestes termos,