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Alexandre Pedro Muavia


Celestino Gabriel
Dulce Estrela António Nhavene
José Valito Ventura
Maria Zangarote Zangarote Inlava
Paulo Raimundo
Saide Iussufo
Selemane Chale

VIRTUDE:
- CONCEITO DE VIRTUDE
- ESSENCIA DE VIRTUDE
- EFEITO E RESPONSABILIDADE NA PRATICA DE VIRTUDE

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
1

Alexandre Pedro Muavia


Celestino Gabriel
Dulce Estrela António Nhavene
José Valito Ventura
Maria Esmael Zangarote Inlava
Paulo Raimundo
Saide Iussufo
Selemane Chale

VIRTUDE:
- CONCEITO DE VIRTUDE
- ESSENCIA DE VIRTUDE
- EFEITO E RESPONSABILIDADE NA PRATICA DE VIRTUDE
Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilidades em Ética

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue no departamento de Letra e
Ciências Sócias do curso de Licenciatura
em Ensino de Filosofia, recomendado
pelo docente da cadeira Deontologia
Profissional de 3˚ Ano/ II˚ Semestre,
Leccionada por:
dr: Faruk Abdul Amede

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
2

Índice
Introdução..........................................................................................................................3

1. Conceito de Virtude.......................................................................................................4

1.1. Virtude na Filosofia....................................................................................................4

1.2. Essência de Virtude....................................................................................................4

1.3. Efeito e Responsabilidade na Prática da Virtude.......................................................5

1.4. Perfeição e virtude......................................................................................................7

1.5. Carácter e Virtude.......................................................................................................8

1.6. Virtudes Básicas profissionais....................................................................................9

1.7. Diligência ao exercido de zelo...................................................................................9

1.8. Virtude da competência............................................................................................10

1.9. Honestidade..............................................................................................................10

1.10. Virtude de Sigilo.....................................................................................................11

Conclusão........................................................................................................................12

Referencia Bibliográfica..................................................................................................13
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Introdução
Este presente trabalho reflecte sobre o que é virtude, efeito e responsabilidade na prática
da virtude no olhar de como podemos nos tornar virtuosos. A partir de uma abordagem
da obra de Aristóteles “Ética a Nicômaco” onde para ser virtuoso é necessário fugir dos
vícios, da falta ou do excesso, e caminhar na mediania em nossas acções.
Contextualizamos o tema com a concepção de homem virtuoso nos dias actuais, em que
a discussão sobre a virtude moral diante do sistema capitalista cede espaço para os
interesses do próprio sistema, em que o ser perde espaço para ter, e que cada dia mais se
configura uma sociedade materialista, possessiva e alienada. É nessa perspectiva que
Aristóteles se pergunta a respeito de qual é a melhor vida, qual o bem supremo da vida,
o que é a virtude (arete), como vamos encontrar felicidade e satisfação na vida.

Objectivo Geral:
 Compreender o conceito de Virtude, a essência de virtude; efeito de
responsabilidade na prática de virtude; perfeição de virtude; o carácter e virtude
e virtudes básicas.
Objectivos Específicos
 Conceitualizar a virtude e sua essência da Virtude;
 Descrever o Efeito de responsabilidade na prática de virtude;
 Debruçar em torno da perfeição de virtude;
 Explicar as virtudes básicas.
Quanto a metodologia usada na realização do presente trabalho foi a consulta de
referências bibliográficas que debruçam a cerca do tema em destaque, que consiste na
leitura e interpretação dos dados, os respectivos autores estão citados dentro do trabalho
e vem na referência bibliográfica.
A organização importa referir que os conteúdos estão sequenciados de acordo com
amplitude da sua complementaridade lógica, partindo da introdução que faz a
apresentação do tema, sugerindo objectivos a serem alcançados e apresenta o método
pelo qual foi usada para elaboração do mesmo trabalho.
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1. Conceito de Virtude
(Do latim “virˮ, virtus). A noção exprime primeiro que todo o poder e, de um modo
mais geral, força da vontade. Na perspectiva de (Alain,1997:386), citado por Durozoi &
Roussel, observa que não existe virtude fraca. Neste sentido, as concepções que
reduzem a virtude ao domínio de si, ligando-a ao mérito, estão mais próximas da
etimologia do que a tese Epicurista ou Utilitarista que a associa a uma procura da
felicidade.

Na perspectiva de Christofoletti (2012:96), O conceito grego de (virtude) aretê


tem um significado distinto do que se designa por virtude em um contexto
cultural cristão. Para o mundo grego, aretê significa o grau de excelência no
exercício de uma capacidade que um ser possui como própria. A aretê é uma
certa realização do que é uma função natural e não está relacionada com a ideia
de essência.

1.1. Virtude na Filosofia


Reale & Antiseri (1989,p.112), A origem da palavra virtude vem da Grécia antiga com
o termo aretê, que significa excelência. Platão no livro 4 da república, definiu (4) quatro
virtudes de uma pessoa: Temperança, Sabedoria, Coragem e justiça.
Essas virtudes vieram a ficar conhecidas como asa virtudes cardeais. Também como
conhecidas como virtudes cordeias ou virtudes humanas por representarem as virtudes
centrais do ser humanos.
Portanto, a virtude é, pois uma disposição de posição relacionada com a escolha
e consistente numa mediania, isto é a mediania relativa a nós, a qual é
determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria
prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta.
Pereira (2016,p.10)

1.2. Essência de Virtude


Tendência para o bem que deve ser ensinado desde o início da existência; é um hábito
ou uma disposição racional que torna o homem bom e lhe permite cumprir bem a sua
tarefa. Não é algo inato mas resultado de aprendizagem, de exercício quotidiano.
Christofoletti (2012,p.103).
Na perspectiva Durozoi & Roussel (1997,p.386), A virtude designa também, e
por extensão, a “eficácia ou “aptidão real para ágil que pertence a um objecto:
a virtude de um medicamento, por exemplo. Para Platão e Aristóteles existe,
aliás, uma virtude de cada coisa quando esta “realiza de modo excelente a sua
natureza: virtude do cavalo, que é bom carregador, virtude do homem,
sobretudo, que desenvolve as suas faculdades sub a égide da razão.

Entende-se por virtude teológicas as virtudes que, no contexto religioso, tem como
objecto Deus (fé, esperança, e caridade). Aristóteles, “Felicidade, “Justiça, Platão,
“Sabedoria.
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Virtude intelectual é aquela que nasce e progride graças aos resultados da aprendizagem
e da educação e a virtude moral ela não e gerada em nos por natureza, é o resultado do
habito que nos torna capazes de praticar actos justos. Durozoi & Roussel (1997:386).

As virtudes principais, ditas virtudes cordeais, são, para Platão, a sabedoria, a coragem,
a temperança e a justiça. O problema do valor respectivo das virtudes coloca-se
conforme as circunstâncias do seu exercício: assim as virtudes “guerreiras ou do herói
não são nada compatíveis com as que a vida moral quotidiana exige.

De acordo com Pereira (2016,p.12) afirma que para Tomás de Aquino, as virtudes são
hábitos bons e os exercícios dos hábitos constantes e bons conduzem o homem a
praticar o bem e a evitar o mal, por isso, afirma que os actos virtuosos tornam melhor
quem o possui, uma vez que é através dos hábitos bons que as virtudes são geradas. As
virtudes são hábitos, pois o hábito é a capacidade de agir com facilidade de um mesmo
modo, ainda que variem as ocasiões. Existem dois tipos de hábitos: o hábito bom e o
hábito mal.
Definida a função do homem como uma certa actividade da alma enquanto
possuidora de lógos (e lógos aqui pode ser entendido em dois sentidos, sendo,
em ambos, possível o acesso à função ou grau correspondente de virtude),
Aristóteles fala, aqui, de virtudes intelectuais e de virtudes éticas. Durozoi &
Roussel (1997,p.386), A virtude intelectual (dianoética) está relacionada com a
aprendizagem, por isso necessita de experiência e tempo, e a virtude ética é
produto do hábito, do costume (éthos). Nenhuma das formas de virtude ética se
constitui em nós por natureza, pois nada do que existe por natureza pode ser
alterado pelo hábito.

1.3. Efeito e Responsabilidade na Prática da Virtude


A literatura sobre responsabilidade moral se concentra na questão se é possível conciliar
responsabilidade moral com determinismo, ou se a responsabilidade moral exige que o
agente possa agir livremente. Robert Audi investiga a natureza e o alcance da
responsabilidade visto que as discussões da literatura, sobre o assunto, têm se
concentrado:

Na defesa de que as acções responsáveis são equivalentes às acções livres, por


relacionarem acções responsáveis às acções livres, dizem pouco sobre
responsabilidade moral e consequentemente discutem a relação entre acção livre e
determinismo. Audi (1991,p.304).

Ao analisar a responsabilidade pelo carácter, parte da ideia aristotélica de que


nosso traço de carácter está sobre nosso controle voluntário, quer dizer, nosso
controle do carácter deriva do controle que temos sobre nossas acções. Além
disso, responsabilidade não se aplica apenas à acção, ao carácter, mas também à
decisão. Por exemplo, o professor que decide não ensinar uma técnica pode ser
6

responsável pela ignorância do estudante. Para compreender em que sentido se


pode dizer que a acção está no controle do agente, e que ele é capaz de decisão,
quero partir das noções aristotélicas de acção voluntária e escolha deliberada
(decidir sobre aquilo que estava no nosso poder), visto que Aristóteles tem “o
mérito de ter sido o primeiro a abordar a questão da responsabilidade em nível
filosófico e não mítico (como o fez Platão na República e no Timeu). Natali
(2010,p.319).

Em Aristóteles, a teoria da acção parece ser a primeira condição, necessária, mas não
suficiente, para atribuição de responsabilidade moral. Na EN III, encontra-se a
definição de ato voluntário e involuntário:
O voluntário parece ser aquilo cujo princípio reside no agente que conhece as
circunstâncias particulares nas quais ocorre a acção. Não é correto dizer que as
acções praticadas por impulso ou por apetite são involuntárias. Pois neste caso,
nenhum outro animal poderá agir voluntariamente, tampouco poderão as
crianças. Parecem ser involuntárias as acções exercidas por força ou ignorância.
É forçado o ato cujo princípio é exterior ao agente, princípio para o qual o
agente ou o paciente em nada contribui; por exemplo, se o vento ou os homens,
que dominam a situação, levarem-no a algum lugar. Natali (2010,p.320).

Acções voluntárias são louvadas ou censuradas, pois o agente é causa da acção,


portanto, a acção está no seu controle, já as involuntárias são perdoadas visto que o
princípio da acção é exterior ao agente. As acções praticadas por impulso e por apetite
são voluntárias assim como são voluntárias as acções exercidas pelas crianças e pelos
animais. Nesse sentido, a acção voluntária é condição necessária, mas não suficiente
para a atribuição de responsabilidade, por isso a noção de escolha deliberada é
importante, pois “parece ser mais própria à virtude e mais apta a discriminar o carácter
do que as acções o fazem".
É conhecida a investigação de Aristóteles sobre as virtudes. Estas se dividem em
intelectuais (sabedoria, perspicácia e prudência) cuja origem surge através do ensino e, a
morais ou também conhecidas como virtudes do carácter (generosidade, temperança,
justiça, entre outras), que são originadas pelo exercício, pelo hábito de actos repetidos.
É por meio das acções que as disposições morais são adquiridas, pois é por
praticar actos justos, voluntariamente, que o agente se torna justo. Visto que a
virtude moral não surge por natureza, mas somos naturalmente adaptados a
recebê -las, é através do hábito que nos aperfeiçoamos. A investigação não
pretende saber o que é a virtude, um conhecimento intelectual, mas sim
investigar sobre como o agente adquire uma disposição de carácter seja virtuosa
ou viciosa, o que nos possibilita pensar o alcance da responsabilidade moral.
Por exemplo, uma criança cuja infância esteve sob influência de pais
desonestos, é responsável pela criação deste traço de carácter? Como suas
acções são decorrentes do seu traço vicioso, é possível responsabilizá-la pelos
seus actos desonestos? Esta questão será retomada posteriormente à análise
sobre o que consiste a virtude do carácter. Natali (2010,p.322).

Philippa Foot, no artigo “Virtues and Vices”, declara que Aristóteles é um dos filósofos
que tratou o tema das virtudes com mais sistematicidade. Vejamos o que Foot
7

compreende por virtude. Uma primeira característica das virtudes é que elas são
benéficas. Os seres humanos não vivem bem sem elas, ninguém pode viver bem se
carece de alguma medida de coragem, de temperança ou sabedoria.

Interessante observar que essas virtudes são benéficas não apenas para aqueles que
possuem estas disposições, mas também em relação as outras pessoas. Outras virtudes
como caridade e justiça estão preocupadas com o bem-estar dos outros, pois não se pode
ser caridoso consigo mesmo. Essa característica da virtude precisa ser detalhada porque
não se configura em uma definição propriamente dita de virtude, o que conduzirá a
segunda característica, visto que existem outras qualidades do homem que podem ser
igualmente “benéficas” como características corporais tais como força física e saúde, e
características mentais como memória e concentração.
As virtudes são corretoras, coragem e temperança dizem respeito às paixões,
sendo assim, a virtude da coragem e da temperança existem apenas porque
medo ou desejo por prazer frequentemente operam como tentações. Podemos
compreender este ponto por meio de um exemplo fornecido pela autora, o que
implica afirmar que a acção virtuosa necessita de um esforço do agente.
Digamos que um homem tem uma oportunidade para roubar, mas que ele
consegue se abster. Foot (1977, p.7).

1.4. Perfeição e virtude


Perfeição (in. Perfection; fr. Perfection; ai. Volkommenhcil; it. Perfezione). Esta
palavra foi usada pelos filósofos somente em relação aos significados e cio adjectivo
correspondente: não se considera perfeição a relativa, ou seja, o estado de uma coisa
excelente entre as de sua espécie.
De acordo com Abbgnano (2007, p. 757), Afirma que Aquino diz:
A perfeição de uma coisa é dúplice, ou seja, primeira e segunda. A primeira
perfeição é a aquela em virtude da qual uma coisa é perfeita na sua substância, e
esta, perfeição é a forma do todo que emerge da integridade das partes. A
segunda perfeição é a do fim; mas o fim é a operação (assim como o fim do
citarista é tocar citara) ou é a coisa à qual se chega através da operação (assim
como o fim do construtor é a casa que ele constrói). A primeira perfeição é a
causa da segunda: a forma é com efeito o princípio das operações.

Para Kant apaud Abbagnano (2007,p.756), diz que a perfeição indica às vezes um
conceito que pertence à filosofia transcendental, o da totalidade dos elementos
diferentes que, reunidos, constituem uma coisa; mas pode ser entendido também como
pertencente â teologia, e então significa o acordo das propriedades de uma coisa com
um. Estas determinações reduzem a perfeição " à integridade do todo; à realização do
fim. Mas tendem na realidade a privilegiar o primeiro conceito, que, ao ser aplicado à
totalidade do ser, levou a tradição filosófica a identificar perfeição e realidade.
8

Na óptica de Abbagnano (2007,p.756), Kant falava neste sentido de uma


perfeição transcendental, que é "a integridade de cada coisa em seu género", e
de uma perfeição metafísica, como "integridade de uma coisa simplesmente
como coisa em geral", distinguindo delas a perfeição como aptidão ou
conveniência de uma coisa a vários fins.

1.5. Carácter e Virtude


Segundo Abbgnano (2007,p.115), firma que o termo carácter prove etimologicamente
do grego a latim, Character, que significa Propriamente o sinal, ou o conjunto de sinais,
que distingue um objecto e permite reconhecê-lo facilmente entre os outros. Em
particular, o modo de ser ou de comportar-se habitual e constante de uma pessoa, à
medida
De acordo Abbgnano (2007,p.115), afirma que os antigos filósofos possuíam
essa noção de carácter. Heráclito diz que o carácter de um homem é o seu
destino E o aristotélico Teofrasto deixou-nos, no texto intitulado Os caracteres,
a descrição de trinta tipos de carácter morais (importuno, vaidoso, descontente,
fanfarrão,etc.), descritos precisamente com base em suas manifestações
habituais. Com isso Aristóteles percebe que o carácter é uma qualidade da parte
da alma que é não racional mas que é capaz de seguir a razão, de acordo com
um princípio de prescrição.

De acordo com Abbagnano (2007,p.116) diz que essa noção foi retomada no séc. XVII
por La Bruyère (Les caracteres, 1687) e voltou a ser usada. Kant utilizou-a na tentativa
de conciliar a causalidade natural e a causalidade livre. Cada causa eficiente deve ter um
carácter, isto é, "uma lei da sua causalidade, sem a qual não seria causa". Um objecto do
mundo sensível tem, em primeiro lugar, um carácter. Empírico, pelo qual os seus actos,
como fenómenos, estão vinculados causalmente aos outros fenómenos, em
conformidade com as leis naturais. Mas o mesmo objecto também pode ter um carácter.
O carácter físico é o que caracteriza o ser humano enquanto um ser sensível ou natural;
o carácter moral, por sua vez, é o que distingue o ser humano das demais espécies e o
que o caracteriza enquanto um ser racional dotado de liberdade, noutras palavras,
enquanto pessoa – eis o carácter da pessoa.
Para Adler, o Carácter. é a manifestação objectiva, verificável através da
experiência social, da própria personalidade humana. Não só o carácter é um
"conceito social", no sentido de que só se pode falar de carácter referindo-se à
conexão de um homem com o seu ambiente, mas também os traços ou as
disposições que constituem o carácter são verificáveis apenas socialmente. As
manifestações do carácter. "São semelhantes a uma linha directiva que adere ao
homem como um esquema e lhe permite, sem muita reflexão, exprimir a sua
personalidade original em cada situação". Abbagnano (2007,p.116).

Após essa caracterização introdutória do modelo da ética das virtudes, creio ser
necessário um maior esclarecimento do significado da palavra virtude, para,
9

posteriormente, especificar as características de disposição, deliberação e


responsabilidade. Vejamos como Aristóteles define virtude:
A virtude é esse estado de carácter que se revela como um modo de ser, que
torna o homem bom e o faz exercer bem a sua função. A virtude consiste,
essencialmente, em uma disposição de carácter, um estado que pela prática se
consolidou e tornou-se habitual, constante, firme, estável e que leva o indivíduo
a agir de tal forma a sempre escolher o justo meio, evitando o excesso e a falta.
Silveira (2007,p.35)

Segundo Sangalli (1998, p.67): A virtude estava atrelada à prática de certas actividades
humanas consideradas excelências, como a valentia do guerreiro, os actos nobres,
heróicos, do tipo aristocrático. Depois, passa a significar bondade, excelência, qualidade
de acções ou resultados de acções e funções específicas da essência natural de cada ata.
Interpretando essa definição, temos que a virtude é entendida como uma disposição de
carácter para uma escolha deliberada que consistirá em uma medida de entre dois
extremos.

1.6. Virtudes Básicas profissionais


De acordo com Camargo (2001), afirma que são virtudes básicas como: a prudência, a
justiça, a fortaleza e a temperança
A prudência é a noção correcta das atitudes que se deve fazer ou evitar. A
justiça é o desejo concreto e constante de saber respeitar todos os direitos e
deveres; ou melhor, é a atitude de dar a cada pessoa o que é seu, conforme a
natureza, a igualdade ou a necessidade. A fortaleza é considerada uma firmeza
interior contra aquilo que molesta a pessoa, fazendo-a vencer as dificuldades e
os perigos encontrados. E a temperança pode ser entendida como o meio justo
posicionado entre o excesso e a falta. Camargo (2001)

As Virtudes básicas profissionais são aqueles indispensáveis, sem as quais não se


consegue a realização de um exercício ético competente seja qual for a natureza do
serviço prestado zelo importantíssimo virtude na execução de tarefa profissional. Sa
(2001.p.105)

1.7. Diligência ao exercido de zelo


Zelo é uma virtude que como as demais muito depende do próprio ser. Quando alguém
procura um profissional, seja que profissional for entrega, ao mesmo, juntamente com o
trabalho requerido, algo imaterial muito preciso a confiança. É digno recusar o trabalho
acerca do qual não se tem convicção sobre a dedicação que poderá ser dada. Indigno é
aceitar uma tarefa sem a certeza de que é factível, dentro dos limites máximos, do
possível, e sem que haja possibilidade de ser realizada com desvelo.
10

Mesmo diante a uma situação aparentemente sem solução, o profissional pode


aplicar o zelo de tal forma que venha a modificar o prognóstico negativo. Um
profissional percebe dentro de sim mesmo, o que deverias é preciso fazer para o
desempenho da tarefa, da melhor maneira possível, e esse não o sente é porque
ainda não esta apto para exercer a profissão. Diligência é uma forma de zelo
especial, pois caracteriza-se pela presteza e constância com qual o cuidado pela
tarefa vem a ser exercida. Trata-se de um aspecto sob qual podemos observar o
zelo, embora não parece isoladamente uma virtude. A expressão prove
etimologicamente do latim diligentia, empregada para expressar cuidado, zelo.
Cardozo (S\d:49).

1.8. Virtude da competência


Do ponto funcional, competência é o exercício do conhecimento de forma adequada e
pertinente a um trabalho.
Tais visões são de uma só coisa, mas sob os aspectos das naturezas estática
(potencial) e dinâmica funcional, trata-se da capacidade outorgada ao
profissional portador do conhecimento e experiencia pertinente a uma
especialidade. Eticamente é preciso ter-se consciência de que a instrução é
caminho para bem servir e, se desejamos evitar danos a terceiros, na prestação
de serviços, é preciso nos habilitarmos a pasta-los. Os males que a
incompetência tem causado á humanidade são muito grandes. Pinheiro (2013, P.
13).

Para Pinheiro (2013, P. 13) afirma que Competência, sob o ponto de vista funcional, é o
exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão.
Devemos buscá-la sempre. "A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom
citarista é tocá-la bem." (Aristóteles, p.24). É de extrema importância a busca da
competência profissional em qualquer área de actuação. Recursos humanos devem ser
incentivados a buscar sua competência e maestria através do aprimoramento contínuo
de suas habilidades e conhecimentos.
Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada
tarefa, mas é necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando
não se tem a devida capacitação para executá-lo. Pacientes que morrem ou
ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas pela
incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em
engenharia, são apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da
competência. Pinheiro (2013, P. 13).

1.9. Honestidade
De acordo com o Cardozo (S\d:49), afirma que honestidade é uma virtude magna no
profissional, trata-se de uma responsabilidade perante o bem e a felicidade de terceiro, o
fato é que a essência deles se encontra, sempre na satisfação da necessidade de alguém.
É necessário ser honesto, parecer honesto e ter o ânimo para que exista a prática
do respeito ao direito de nosso semelhante. A honestidade é uma virtude que
deve acompanhar o ser durante os momentos de sua vida. No campo
profissional, a sua prática é compatível com a confiança depositada por
11

terceiros. É importante frisar que além de ser honesto, é necessário parecer


honesto e ter ânimo para sê-lo. Sá (2001, p.105).

A honestidade está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a


responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. É muito
fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros, privilégios
e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e
que têm a confiança colectiva de uma colectividade. Pinheiro (2013, P12-13).

Na visão de Cardozo (S\d, p.50), afirma que um dos factores que mais tem caracterizado
a desonestidade é a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo
enriquecimento e desfrute ilícito em cargo que outorgam autoridade e depositam a
confiança colectiva em alguém, para através dela ensejar a prática de actos tirânico ou
egoístas.
Para o, Cardozo (S\d, p.50) diz: Um profissional comprometido com a ética
nãos se deixa corromper em nenhum ambiente, ainda que seja obrigado a viver
e conviver com ele. O profissional tem dever ético de ser honesto integralmente.
Não existe mia-confiança, como não existe meia honestidade; ou confiamos, ou
desconfiamos; o ser é honesto ou é desonesto. O profissional, todavia ao
transgredir os princípios da honestidade, não prejudica só seu cliente, mas pode,
conforme o conceito que já havia firmado, prejudicar, em aquele de sua classe,
tão como influir negativamente sobre a sociedade em geral.

1.10. Virtude de Sigilo


De acordo com Cardozo (S\d, p.51), afirma que o respeito aos segredos das pessoas, dos
negócios, das instituições, é protegido legalmente, pois trata-se de algo muito
importante, eticamente, o sigilo assume o papel de algo que é confiado e cuja
preservação de silêncio é obrigatória.
Para Pinheiro (2013, p.13), diz que o sigilo é:O respeito aos segredos das
pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na formação de
futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação
sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de trabalho, em
geral, nada interessa a terceiros e ainda existe o agravante de que planos e
projectos de uma empresa ainda não colocados em prática possam ser copiados
e colocados no mercado pela concorrência antes que a empresa que os concebeu
tenha tido oportunidade de lançá-los.

Sá (2001, p.110) entende que no campo profissional nem tudo é passível de sigilo, mas
recomenda que o profissional se reserve sobre as informações ou fatos obtidos junto a
algum cliente ou dentro do seu próprio ambiente de trabalho. O profissional deverá estar
atento àquelas informações onde não foi solicitado um segredo, mas que transpareça
uma necessidade da confidência.
12

Conclusão
Após uma exaustiva pesquisa e leitura deste trabalho no diz respeito as virtudes são
importante para os indivíduos pois são eles que nos ta uma referencia moral e ético na
sociedade em que estamos inserido, A acção da virtude provoca a perfeição no ser
humano, uma vez que a virtude é uma qualidade totalmente boa, porque a sua finalidade
é o bem. As virtudes são o percurso a qual um homem, ao buscar uma vida de
excelência deve seguir. As condições essenciais para atribuir responsabilidade moral
que é: a voluntariedade e a capacidade de escolha ou decisão. Vimos que o alcance da
responsabilidade se estende além da categoria da acção, ela abarca também o carácter.
Embora alguém não tenha responsabilidade pela criação de um carácter devido a
determinação do ambiente externo, ainda possui responsabilidade por alterar o traço de
carácter indesejado e por retê-lo, pressupondo que essa pessoa se sente culpada por
praticar actos desonestos e tem o desejo de agir diferentemente. A responsabilidade não
necessariamente exige que o agente possa agir de outro modo.
13

Referencia Bibliográfica
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University Press.
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Vozes.
CARDOZO, Júlio Sérgio.S: Ética profissional na auditoria, S\d.
CHRISTOFOLETI, Denis As Virtudes em Aristóteles. Disponível em:
https://revistas.fw.uri.br/ article/view/203 Acesso em 03 de Agosto de 2022 as 09:29.

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