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Trabalho de Deontologia
Trabalho de Deontologia
VIRTUDE:
- CONCEITO DE VIRTUDE
- ESSENCIA DE VIRTUDE
- EFEITO E RESPONSABILIDADE NA PRATICA DE VIRTUDE
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
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VIRTUDE:
- CONCEITO DE VIRTUDE
- ESSENCIA DE VIRTUDE
- EFEITO E RESPONSABILIDADE NA PRATICA DE VIRTUDE
Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilidades em Ética
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3
1. Conceito de Virtude.......................................................................................................4
1.9. Honestidade..............................................................................................................10
Conclusão........................................................................................................................12
Referencia Bibliográfica..................................................................................................13
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Introdução
Este presente trabalho reflecte sobre o que é virtude, efeito e responsabilidade na prática
da virtude no olhar de como podemos nos tornar virtuosos. A partir de uma abordagem
da obra de Aristóteles “Ética a Nicômaco” onde para ser virtuoso é necessário fugir dos
vícios, da falta ou do excesso, e caminhar na mediania em nossas acções.
Contextualizamos o tema com a concepção de homem virtuoso nos dias actuais, em que
a discussão sobre a virtude moral diante do sistema capitalista cede espaço para os
interesses do próprio sistema, em que o ser perde espaço para ter, e que cada dia mais se
configura uma sociedade materialista, possessiva e alienada. É nessa perspectiva que
Aristóteles se pergunta a respeito de qual é a melhor vida, qual o bem supremo da vida,
o que é a virtude (arete), como vamos encontrar felicidade e satisfação na vida.
Objectivo Geral:
Compreender o conceito de Virtude, a essência de virtude; efeito de
responsabilidade na prática de virtude; perfeição de virtude; o carácter e virtude
e virtudes básicas.
Objectivos Específicos
Conceitualizar a virtude e sua essência da Virtude;
Descrever o Efeito de responsabilidade na prática de virtude;
Debruçar em torno da perfeição de virtude;
Explicar as virtudes básicas.
Quanto a metodologia usada na realização do presente trabalho foi a consulta de
referências bibliográficas que debruçam a cerca do tema em destaque, que consiste na
leitura e interpretação dos dados, os respectivos autores estão citados dentro do trabalho
e vem na referência bibliográfica.
A organização importa referir que os conteúdos estão sequenciados de acordo com
amplitude da sua complementaridade lógica, partindo da introdução que faz a
apresentação do tema, sugerindo objectivos a serem alcançados e apresenta o método
pelo qual foi usada para elaboração do mesmo trabalho.
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1. Conceito de Virtude
(Do latim “virˮ, virtus). A noção exprime primeiro que todo o poder e, de um modo
mais geral, força da vontade. Na perspectiva de (Alain,1997:386), citado por Durozoi &
Roussel, observa que não existe virtude fraca. Neste sentido, as concepções que
reduzem a virtude ao domínio de si, ligando-a ao mérito, estão mais próximas da
etimologia do que a tese Epicurista ou Utilitarista que a associa a uma procura da
felicidade.
Entende-se por virtude teológicas as virtudes que, no contexto religioso, tem como
objecto Deus (fé, esperança, e caridade). Aristóteles, “Felicidade, “Justiça, Platão,
“Sabedoria.
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Virtude intelectual é aquela que nasce e progride graças aos resultados da aprendizagem
e da educação e a virtude moral ela não e gerada em nos por natureza, é o resultado do
habito que nos torna capazes de praticar actos justos. Durozoi & Roussel (1997:386).
As virtudes principais, ditas virtudes cordeais, são, para Platão, a sabedoria, a coragem,
a temperança e a justiça. O problema do valor respectivo das virtudes coloca-se
conforme as circunstâncias do seu exercício: assim as virtudes “guerreiras ou do herói
não são nada compatíveis com as que a vida moral quotidiana exige.
De acordo com Pereira (2016,p.12) afirma que para Tomás de Aquino, as virtudes são
hábitos bons e os exercícios dos hábitos constantes e bons conduzem o homem a
praticar o bem e a evitar o mal, por isso, afirma que os actos virtuosos tornam melhor
quem o possui, uma vez que é através dos hábitos bons que as virtudes são geradas. As
virtudes são hábitos, pois o hábito é a capacidade de agir com facilidade de um mesmo
modo, ainda que variem as ocasiões. Existem dois tipos de hábitos: o hábito bom e o
hábito mal.
Definida a função do homem como uma certa actividade da alma enquanto
possuidora de lógos (e lógos aqui pode ser entendido em dois sentidos, sendo,
em ambos, possível o acesso à função ou grau correspondente de virtude),
Aristóteles fala, aqui, de virtudes intelectuais e de virtudes éticas. Durozoi &
Roussel (1997,p.386), A virtude intelectual (dianoética) está relacionada com a
aprendizagem, por isso necessita de experiência e tempo, e a virtude ética é
produto do hábito, do costume (éthos). Nenhuma das formas de virtude ética se
constitui em nós por natureza, pois nada do que existe por natureza pode ser
alterado pelo hábito.
Em Aristóteles, a teoria da acção parece ser a primeira condição, necessária, mas não
suficiente, para atribuição de responsabilidade moral. Na EN III, encontra-se a
definição de ato voluntário e involuntário:
O voluntário parece ser aquilo cujo princípio reside no agente que conhece as
circunstâncias particulares nas quais ocorre a acção. Não é correto dizer que as
acções praticadas por impulso ou por apetite são involuntárias. Pois neste caso,
nenhum outro animal poderá agir voluntariamente, tampouco poderão as
crianças. Parecem ser involuntárias as acções exercidas por força ou ignorância.
É forçado o ato cujo princípio é exterior ao agente, princípio para o qual o
agente ou o paciente em nada contribui; por exemplo, se o vento ou os homens,
que dominam a situação, levarem-no a algum lugar. Natali (2010,p.320).
Philippa Foot, no artigo “Virtues and Vices”, declara que Aristóteles é um dos filósofos
que tratou o tema das virtudes com mais sistematicidade. Vejamos o que Foot
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compreende por virtude. Uma primeira característica das virtudes é que elas são
benéficas. Os seres humanos não vivem bem sem elas, ninguém pode viver bem se
carece de alguma medida de coragem, de temperança ou sabedoria.
Interessante observar que essas virtudes são benéficas não apenas para aqueles que
possuem estas disposições, mas também em relação as outras pessoas. Outras virtudes
como caridade e justiça estão preocupadas com o bem-estar dos outros, pois não se pode
ser caridoso consigo mesmo. Essa característica da virtude precisa ser detalhada porque
não se configura em uma definição propriamente dita de virtude, o que conduzirá a
segunda característica, visto que existem outras qualidades do homem que podem ser
igualmente “benéficas” como características corporais tais como força física e saúde, e
características mentais como memória e concentração.
As virtudes são corretoras, coragem e temperança dizem respeito às paixões,
sendo assim, a virtude da coragem e da temperança existem apenas porque
medo ou desejo por prazer frequentemente operam como tentações. Podemos
compreender este ponto por meio de um exemplo fornecido pela autora, o que
implica afirmar que a acção virtuosa necessita de um esforço do agente.
Digamos que um homem tem uma oportunidade para roubar, mas que ele
consegue se abster. Foot (1977, p.7).
Para Kant apaud Abbagnano (2007,p.756), diz que a perfeição indica às vezes um
conceito que pertence à filosofia transcendental, o da totalidade dos elementos
diferentes que, reunidos, constituem uma coisa; mas pode ser entendido também como
pertencente â teologia, e então significa o acordo das propriedades de uma coisa com
um. Estas determinações reduzem a perfeição " à integridade do todo; à realização do
fim. Mas tendem na realidade a privilegiar o primeiro conceito, que, ao ser aplicado à
totalidade do ser, levou a tradição filosófica a identificar perfeição e realidade.
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De acordo com Abbagnano (2007,p.116) diz que essa noção foi retomada no séc. XVII
por La Bruyère (Les caracteres, 1687) e voltou a ser usada. Kant utilizou-a na tentativa
de conciliar a causalidade natural e a causalidade livre. Cada causa eficiente deve ter um
carácter, isto é, "uma lei da sua causalidade, sem a qual não seria causa". Um objecto do
mundo sensível tem, em primeiro lugar, um carácter. Empírico, pelo qual os seus actos,
como fenómenos, estão vinculados causalmente aos outros fenómenos, em
conformidade com as leis naturais. Mas o mesmo objecto também pode ter um carácter.
O carácter físico é o que caracteriza o ser humano enquanto um ser sensível ou natural;
o carácter moral, por sua vez, é o que distingue o ser humano das demais espécies e o
que o caracteriza enquanto um ser racional dotado de liberdade, noutras palavras,
enquanto pessoa – eis o carácter da pessoa.
Para Adler, o Carácter. é a manifestação objectiva, verificável através da
experiência social, da própria personalidade humana. Não só o carácter é um
"conceito social", no sentido de que só se pode falar de carácter referindo-se à
conexão de um homem com o seu ambiente, mas também os traços ou as
disposições que constituem o carácter são verificáveis apenas socialmente. As
manifestações do carácter. "São semelhantes a uma linha directiva que adere ao
homem como um esquema e lhe permite, sem muita reflexão, exprimir a sua
personalidade original em cada situação". Abbagnano (2007,p.116).
Após essa caracterização introdutória do modelo da ética das virtudes, creio ser
necessário um maior esclarecimento do significado da palavra virtude, para,
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Segundo Sangalli (1998, p.67): A virtude estava atrelada à prática de certas actividades
humanas consideradas excelências, como a valentia do guerreiro, os actos nobres,
heróicos, do tipo aristocrático. Depois, passa a significar bondade, excelência, qualidade
de acções ou resultados de acções e funções específicas da essência natural de cada ata.
Interpretando essa definição, temos que a virtude é entendida como uma disposição de
carácter para uma escolha deliberada que consistirá em uma medida de entre dois
extremos.
Para Pinheiro (2013, P. 13) afirma que Competência, sob o ponto de vista funcional, é o
exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão.
Devemos buscá-la sempre. "A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom
citarista é tocá-la bem." (Aristóteles, p.24). É de extrema importância a busca da
competência profissional em qualquer área de actuação. Recursos humanos devem ser
incentivados a buscar sua competência e maestria através do aprimoramento contínuo
de suas habilidades e conhecimentos.
Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada
tarefa, mas é necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando
não se tem a devida capacitação para executá-lo. Pacientes que morrem ou
ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas pela
incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em
engenharia, são apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da
competência. Pinheiro (2013, P. 13).
1.9. Honestidade
De acordo com o Cardozo (S\d:49), afirma que honestidade é uma virtude magna no
profissional, trata-se de uma responsabilidade perante o bem e a felicidade de terceiro, o
fato é que a essência deles se encontra, sempre na satisfação da necessidade de alguém.
É necessário ser honesto, parecer honesto e ter o ânimo para que exista a prática
do respeito ao direito de nosso semelhante. A honestidade é uma virtude que
deve acompanhar o ser durante os momentos de sua vida. No campo
profissional, a sua prática é compatível com a confiança depositada por
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Na visão de Cardozo (S\d, p.50), afirma que um dos factores que mais tem caracterizado
a desonestidade é a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo
enriquecimento e desfrute ilícito em cargo que outorgam autoridade e depositam a
confiança colectiva em alguém, para através dela ensejar a prática de actos tirânico ou
egoístas.
Para o, Cardozo (S\d, p.50) diz: Um profissional comprometido com a ética
nãos se deixa corromper em nenhum ambiente, ainda que seja obrigado a viver
e conviver com ele. O profissional tem dever ético de ser honesto integralmente.
Não existe mia-confiança, como não existe meia honestidade; ou confiamos, ou
desconfiamos; o ser é honesto ou é desonesto. O profissional, todavia ao
transgredir os princípios da honestidade, não prejudica só seu cliente, mas pode,
conforme o conceito que já havia firmado, prejudicar, em aquele de sua classe,
tão como influir negativamente sobre a sociedade em geral.
Sá (2001, p.110) entende que no campo profissional nem tudo é passível de sigilo, mas
recomenda que o profissional se reserve sobre as informações ou fatos obtidos junto a
algum cliente ou dentro do seu próprio ambiente de trabalho. O profissional deverá estar
atento àquelas informações onde não foi solicitado um segredo, mas que transpareça
uma necessidade da confidência.
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Conclusão
Após uma exaustiva pesquisa e leitura deste trabalho no diz respeito as virtudes são
importante para os indivíduos pois são eles que nos ta uma referencia moral e ético na
sociedade em que estamos inserido, A acção da virtude provoca a perfeição no ser
humano, uma vez que a virtude é uma qualidade totalmente boa, porque a sua finalidade
é o bem. As virtudes são o percurso a qual um homem, ao buscar uma vida de
excelência deve seguir. As condições essenciais para atribuir responsabilidade moral
que é: a voluntariedade e a capacidade de escolha ou decisão. Vimos que o alcance da
responsabilidade se estende além da categoria da acção, ela abarca também o carácter.
Embora alguém não tenha responsabilidade pela criação de um carácter devido a
determinação do ambiente externo, ainda possui responsabilidade por alterar o traço de
carácter indesejado e por retê-lo, pressupondo que essa pessoa se sente culpada por
praticar actos desonestos e tem o desejo de agir diferentemente. A responsabilidade não
necessariamente exige que o agente possa agir de outro modo.
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Referencia Bibliográfica
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