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Amândio Rodrigues

António Simões Nhamitambo

Aventino Vina Bernardo

Cesário J. Arnaldo

Marino Ernesto

Nicolau Firmino

Funções Da Equipa De Supervisores Aos Diferentes Níveis

LICENCIATURA EM ENSINO BASICO

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

Setembro de 2022
Amândio Rodrigues

António Simões Nhamitambo

Aventino Vina Bernardo

Cesário J. Arnaldo

Marino Ernesto

Nicolau Firmino

Funções Da Equipa De Supervisores Aos Diferentes Níveis

LICENCIATURA EM ENSINO BASICO

Trabalho Científico de Caracter


Avaliativo da Cadeira de Supervisão e
Inspecção Educacional Da Escola Básica
do Curso de Ensino Básico, 3º Ano, 2º
Semestre, Leccionado pelo: dr. Geraldo
Joaquim Nkabwde.

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

Setembro de 2022
Índice
Introdução ................................................................................................................... 4
Objectivo geral ........................................................................................................... 4
Objectivos específicos ................................................................................................ 4
1.FUNÇÕESDA EQUIPA DE SUPERVISORES AOS DIFERENTES NÍVEIS ..... 5
1.1. Conceitos Básicos ............................................................................................. 5
1.1.1. Supervisor ..................................................................................................... 5
1.1.2. Supervisão ..................................................................................................... 5
2. Funções dos supervisores ................................................................................. 6
3. Objectivos da supervisão .................................................................................. 7
4. Funções Da Equipa De Supervisores Aos Diferentes Níveis ........................... 8
4.1. Á nível Nacional ............................................................................................... 8
4.2. Á nível Provincial ............................................................................................. 9
4.3. Á nível Distrital ................................................................................................ 9
4.4. Á nível da Escola ou ZIP .................................................................................. 9
4.5. Nível burocrático ............................................................................................ 10
4.6. Nível pedagógico ............................................................................................ 10
Conclusão ................................................................................................................. 12
Referencia bibliográfica ........................................................................................... 13
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Introdução

O presente trabalho enquadra-se na cadeira de Supervisão e Inspecção Educacional


Da Escola Básica, com o tema: Funções Da Equipa De Supervisores Aos Diferentes Níveis,
tema este de grande importância na área da educação, uma vez que a supervisão escolar é
responsável pelo constante desenvolvimento do aluno, professor e a equipe em geral que
compõe a escola, a supervisão garante que o trabalho pedagógico seja de qualidade e voltado
à ação humanizadora, tornando possível uma escola capaz de reinvenções e de melhorias do
Processo de Ensino e Aprendizagem.

O trabalho encontra-se estruturado partindo de uma introdução, um desenvolvimento


que constitui o ponto central da pesquisa seguida de uma conclusão e por último encontramos
a referência bibliográfica que sérvio de base de consulta para a produção da pesquisa.

Objectivo geral

✓ Conhecer os diferentes níveis de actuação da supervisão escolar;

Objectivos específicos

✓ Conceituar a supervisão;
✓ Identificar a funções da equipa de supervisão;
✓ Descrever os diferentes níveis da supervisão escolar.
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1. FUNÇÕES DA EQUIPA DE SUPERVISORES AOS DIFERENTES


NÍVEIS
1.1.Conceitos Básicos

Antes de falarmos do tema em destaque, importa primeiro conceituar os termos


essenciais do tema em estudo, tais como: supervisor e supervisão para melhor aclarar o
conteúdo do trabalho.

1.1.1. Supervisor

Sugundo Rangel (apud Lagar et al., 2013, p. 45): O supervisor não é um técnico
encarregado da eficiência do trabalho e, muito menos, um controlador de produção; sua
função e seu papel assumem uma posição social e politicamente maior, de líder, de
coordenador, que estimula o grupo à compreensão – contextualizada e crítica – de suas ações
e, também, de seus direitos.

De acordo com o autor nesse sentido, o supervisor no desempenho das suas funções
transcende a função meramente de inspecionar e passa a coordenar o trabalho pedagógico,
tornando-se um parceiro do docente, com vistas na conclusão de uma aprendizagem real,
significativa.

1.1.2. Supervisão

A palavra supervisão provém de dois vocábulos Super e visão que significa acção
de ver; atitude de ver com mais clareza ou ainda olhar de cima a partir disso pode-se
chegar a conclusão de que a supervisão é um processo pelo qual uma pessoa possuidora de
conhecimentos e experiências assume a responsabilidade de fazer com que as outras pessoas
possuam os mesmos recursos (conhecimentos);

A supervisão é um conjunto de procedimentos destinados a acompanhar a execução


de determinadas tarefas, actividades ou programas, com o objectivo de se verificar o
cumprimento de normas e procedimentos, identificar o grau de implementação do
Regulamento, orientar e estabelecer directrizes para acções futuras.
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2. Funções dos supervisores

A função do supervisor é de ajudar o professor a tornar-se um bom profissional, para


que os seus alunos aprendam melhor e se desenvolvam mais (Alarcão e Tavares, 1987, p.
65). Wallace (1991), citado por Vieira (1993), distingue duas formas clássicas de perspectivar
os papéis do supervisor: a prescritiva, quando o supervisor é entendido como autoridade
única, juiz do pensamento e da actuação do professor e a colaborativa, quando é concebido
como um colega com mais saber e experiência, receptivo por excelência ao professor que
orienta e se co-responsabiliza pelas suas opções, ajudando-o a desenvolver-se para a
autonomia, através da prática sistemática da reflexão e da introspecção.

Assim, constitui-se objectivo central da actuação do supervisor, numa perspectiva


formativa e facilitadora, promover o estabelecimento de uma relação de confiança e de
abertura que possibilite a participação responsável e activa do professor no seu processo de
formação (idem, 1997). Ribeiro (2000) refere-se, igualmente, ao supervisor como alguém
que deve acompanhar, ajudar, desenvolver aptidões e capacidades, enfim, criar condições
de sucesso… (p. 89).

Stones (1984), citado por Vieira (1993), refere que a “super-visão” é a


qualificação necessária para se ser supervisor. Prossegue dizendo que a
actividade do supervisor é bastante complexa uma vez que essa super-
visão deve ser constituída por várias “capacidades” (pessoais)
sequencialmente relacionadas: (i) Visão apurada - para ver o que
acontece na sala; (ii) Introvisão - para compreender o significado do que
lá aconteceu; (iii) Antevisão – para ver o que poderia estar a acontecer;
(iv) Retrovisão - para ver o que deveria ter acontecido e não aconteceu;
(v) Segunda-visão – para saber como fazer acontecer o que deveria ter
acontecido e não aconteceu.

Para que tal aconteça, os autores reiteram que o supervisor para além de competências
pedagógicas, didácticas, metodológicas, tecnológicas e permanente bom senso, deve também
possuir um certo número de skills específicos. Esta ideia é corroborada por Vieira (1993),
uma vez que reforça a importância do papel do supervisor, ao acrescentar às características
pessoais e profissionais deste, o imperativo de uma formação especializada (p. 29).

De entra varias funcoes do supervisor destacam-se:


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✓ Ajudar aos professores a melhor compreender os objectivos reais da educação


e o papel especial da escola na consecução dos mesmos;
✓ Auxiliar aos professores a melhor compreender os problemas e necessidades
dos educandos e atende-los na medida do possível;
✓ Exercer a liderança democrática promovendo e aperfeiçoando profissional da
escola e das suas actividades, estabelecer boas relações com o seu pessoal,
estimular o desenvolvimento dos professores em exercício e estabelecer uma
aproximação estreita da escola com a comunidade;
✓ Proteger os professores das exigências descabidas da parte do público quanto
ao emprego do tempo;
✓ Estabelecer fortes laços morais entre os professores no trabalho de tal forma
que actuem em estreita cooperação para que os fins sejam atingidos;
✓ Indicar o tipo de trabalho mais apropriado para cada professor de forma a
desenvolver as suas capacidades noutras direcções promissoras;
✓ Ajudar os professores a adquirir maior competência didáctica e orientar os
principiantes no sentido de se adaptarem a sua profissão; e
✓ Ajudar os professores a diagnosticar as dificuldades dos alunos na
aprendizagem e a elaborar planos para a sua superação.

3. Objectivos da supervisão

O objectivo da supervisão pedagógica é a dinamização e o acompanhamento do


desenvolvimento qualitativo da organização da escola e dos que nela realizam o seu trabalho
de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa (Alarcão, 2000).

Também constituem objectivos da supervisão os seguintes:

✓ Assegurar a qualidade de ensino para manter ou melhorar os resultados da


aprendizagem;
✓ Analisar e avaliar o desempenho dos professores e da escola;
✓ Avaliar a instituição;
✓ Identificar as necessidades da escola;
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✓ Encorajar a mudança e o desenvolvimento;


✓ Colectar dados;
✓ Fornecer facilidades de formação profissional aos professores;
✓ Equipar a escola com recursos necessários;
✓ Dar reforço a supervisão dos directores;
✓ Dar relatório da situação ao ministério da tutela e parceiros.
✓ Fazer a fiscalização e avaliação aplicando a política educativa de estudo em
todos os seus órgãos;
✓ Verificar o processo de direcção nos órgãos e instituições de educação;
✓ Observar aplicação e o comprimento de legislação em vigor no sector da
educação;
✓ Avaliar ate que ponto o processo educativo atinge o seu objectivo e propor a
correcção de falhas;
✓ Observar a aplicar cumprimento da legislação no sector da educação;
✓ Avaliar ate que ponto o processo educativo atinge o seu objectivo e propor a
Correcção de falhas;
✓ Avaliar o impacto do funcionamento das estruturas educativas ao nível dos
seus sectores;
✓ Contribuir para o fortalecimento da estrutura laboral da educação.

4. Funções Da Equipa De Supervisores Aos Diferentes Níveis

A supervisão na educação constitui um instrumento importante de controlo da


qualidade de ensino, pois ela é vista como um ver crítico, construtivo, vitalizador das acções
educativas colocadas a serviço de indivíduos, orientado a garantir a eficiência do processo
educativo e a eficiência dos resultados.

Assim, segundo MINED, 2003, a supervisão é classificada em seguintes níveis:

4.1. Á nível Nacional

organiza as acções de capacitação com vista a superar as dificuldades dos professores;


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✓ Elabora fichas modelo de observação das aulas;


✓ Acompanha as actividades de supervisores;
✓ Elabora um relatório sobre as actividades e canaliza aos respectivos lugares
supervisionados.

Todos os supervisores incluindo o nacional, assistem as aulas dos professores, de


forma a ajuda-los e sugerem ou recomendam as possíveis modificações.

4.2. Á nível Provincial

Neste nível, o supervisor concentra-se mais em informar, consciencializar e


coresponsabilizar o supervisionado sobre as estratégias de supervisão, quanto aos
pressupostos, objectivos e formas de realização da supervisão, isto é, fazer com que as
actividades e objectivos pré-estabelecidos a nível nacional possam produzir efeitos desejados
nas províncias.

4.3. Á nível Distrital

Já para o nível distrital o supervisor, de entre as várias funções, deve adaptar as fichas-
modelo de observação das aulas já elaboradas no nível nacional ou provincial consoante a
realidade do distrito, assistir as aulas dos professores de forma a alcançar os objectivos pré-
estabelecidos.

4.4. Á nível da Escola ou ZIP

No nível da ZIP, o supervisor tem a função de aplicar a ficha de observação das aulas
fornecida pelo serviço distrital;

✓ Planificar as acções de supervisão a seu nível;


✓ Fazer o acompanhamento das acções do professor supervisionado e ajuda-lo se
necessário;
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✓ Informar, consciencializar e coresponsabilizar o supervisionado sobre as estratégias


de supervisão, quanto aos pressupostos, objectivos e formas de realização de
supervisão.

Dentro deste nível, ainda pode-se distinguir duas funções da equipa de supervisão,
embora se confundam com as funções da Inspecção:

4.5. Nível burocrático

No nível burocrático verifica o cumprimento da legislação de ensino e intervém em


casos de haver algumas irregularidades de modo a serem ultrapassadas; observa o
cumprimento do calendário escolar; assessora os agentes administrativos em caso de algumas
falhas; articulam as acções educativas com os demais sectores; participam na elaboração do
plano de acção da directoria com objectivo de fortalecer a autonomia escolar.

4.6. Nível pedagógico

Neste analisa e apoia o desempenho do docente no PEA; acompanha a acção


pedagógica do professor durante a sua actuação no PEA, sobretudo em metodologias de
ensino; faz assessoria ao professor na mediação dos conteúdos de ensino; orienta e coordena
as acções educativas da escola de forma a garantir a consecução dos objectivos traçados;
garante a implementação do currículo com sucesso; procura sanar as dificuldades no seio dos
professores durante o PEA.

Duma forma geral, os supervisores em geral, devem participar no trabalho dos


professores, isto é, devem assistir as aulas; devem discutir com os professores os aspectos
observados, não somente os pontos negativos, como também devem elogiar os aspectos
positivos de forma a encoraja-los.

Como refrem, Alarcão e Tavares (1987) que as situações de supervisão se devem


caracterizar por relações interpessoais, dinâmicas, encorajadoras e facilitadoras de
desenvolvimento e aprendizagem, de forma comprometida e consciente. Pretende-se com
elas maximizar as capacidades do professor como pessoa e como profissional e, em
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simultâneo, que se repercutam num melhor grau de desenvolvimento e aprendizagem dos


alunos, através de um ensino de qualidade ministrado em condições facilitadoras da própria
aprendizagem (p.85-86).
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Conclusão

Para terminar afirmamos vivamente que a supervisão escolar, necessário para um


bom andamento das ações educativas, deve ser praticada com cuidado e conhecimento de
causa. É importante uma formação complementar para o educador que assume o
compromisso de supervisionar os trabalhos escolares. Na actualidade, o supervisor deverá
ser um profissional consciente de seu papel de mediador do trabalho docente, de facilitador
das ações pedagógicas, de orientador de práticas condizentes com o cenário onde se foca o
seu trabalho. A supervisão perpassa a função burocrática e prioriza as ações pedagógicas.

Num cenário de incertezas e incoerências nas práticas de ensino, o papel do


supervisor escolar é de fundamental importância para a construção de um novo paradigma
de educação, que priorize os saberes prévios dos alunos e concilie as novas teorias da
aprendizagem com as práticas necessárias para o sucesso do ensino que, como consequência,
conduzirá à aprendizagem.
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Referencia bibliográfica

Alarcão, I. (2002). Escola Reflexiva e Desenvolvimento Institucional – Que Novas


Funções Supervisivas?. In Formosinho, J. (org.). A Supervisão na Formação de Professores
I – Da Sala à Escola. Porto: Porto Editora, p. 217-237.

Alarcão, I.; Roldão, M. (2008). Supervisão. Um contexto de Desenvolvimento


Profissional. Mangualde: Edições Pedago.

Alarcão, I.; Tavares, J.(1987). Supervisão da Prática Pedagógica: uma Perspectiva


de Desenvolvimento e Aprendizagem. Coimbra: Almedina.

Alarcão, I.; Tavares, J. (2003). Supervisão da Prática Pedagógica – Uma Perspectiva


de Desenvolvimento e Aprendizagem. (2ª ed.). Coimbra: Almedina.

Wallace, M. (1991). Training Foreing Language Teacher – a reflective approach.


Cambrige: Cambridge University Press.

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