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J.O.J.S.

SEXO MASCULINO, 49 ANOS, PACIENTE ENCAMINHADO NO ESF COM


QUADRO DE FERIDA INFECTADA EM PÉ ESQUERDO, COM PRESENÇA DE MIÍASE
EM FERIDA, SEM DOR, FEBRE E OUTROS SINTOMAS. HIPERTENSO E DIABÉTICO.
SEM ALERGIA MEDICAMENTOSA.

AO EXAME: FERIDA INFECTADA, SECRETIVA, PURULENTA, PRESENÇA DE


MIÍASE, ODOR MUITO FÉTIDO, PRESENÇA DE NECROSE EM HÁLUX ESQUERDO.

• GLICEMIA CAPILAR: 61mg/dl


• TAX: 35,8°C
• SAT: 98%
• GLASGOW: 15
• FC: 100bpm

RESULTADOS DE EXAMES: RX SEM EVIDÊNCIA DE OSTEOMIELITE. PRESENÇA


DE AMPUTAÇÃO DE 2º E 3º DEDOS.

EVOLUÇÃO: PACIENTE EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE.

CONDUTA/CONCLUSÃO: INTERNAÇÃO

DIA DE ADMISSÃO (11/10/2022): PACIENTE ESTÁVEL, DIETA ACEITA, DIURESE


PRESENTE, EVACUAÇÕES PRESENTES, SONO REGULAR, SEM QUEIXAS ÁLGICAS.
EUPNEICA, ANICTÉRICA, BOA PERFUSÃO TISSULAR

• SR: MVF S/A


• FR: 18rpm
• SC: RCR 2T
• FC: 100bpm

PRESCRIÇÃO:

• DIETA VO HAS E DM
• DADOS VITAIS DE 06/06H + GC
• DIPIRONA SN 500MG/ML 1AMP + 8ML ABD EV 08/08H
• PLASIL SN 50MG/ML 1AMP + 8ML ABD EV DE 08/08H
• INSULINA REGULAR SE GL APRESENTAR ALTERAÇÃO
• OMEPRAZOL ÀS 20MG 01CP VO ÀS 06H
• CEFTRIAXONA 1G EV 12/12H
• METRONIDAZOL 500MG 1AMP EV 08/08H
• CURATIVO COM SULFADIAZINA DE PRATA DE 12/12H
• IVERMECTINA 6MG 3CPS VO DOSE ÚNICA
• KOLAGENESE (NA HORA DO CURATIVO)
• DIAZEPAM 10MG 1CP VO ÀS 22H
• INSULINA NPH 40UI ÀS 08H E 10UI ÀS 20H
• CUIDADOS GERAIS
• MEDICACAÇÕES DE USO CONTÍNUO

TESTES RÁPIDOS: HEPATITE B (NEGATIVO) / HCV (NEGATIVO) / SÍFILIS


(NEGATIVO) / HIV (NEGATIVO)

CLIENTE FICOU INTERNADO PELO PERÍODO DO ANTIBIÓTICO, 7 DIAS, COM


EVOLUÇÃO RECEBEU ALTA NO 8º DIA. EUPNEICO, ANICTÉRICA, BOA PERFUSÃO
TISSULAR, HIDRATADO, NORMOCORADO, DEAMBULANDO.

PERSPECTIVA:

PACIENTE TEVE ADMISSÃO AO PERCEBER A INFECÇÃO DA FERIDA, QUE É


QUANDO A VIRULÊNCIA DOS PATÓGENOS É MUITO ALTA PARA QUE O SISTEMA
IMUNOLÓGICO DO PACIENTE POSSA COMBATÊ-LA. NESTE JÁ HAVIA PASSADO
AS FASES DE CONTAMINAÇÃO E COLONIZAÇÃO, O PACIENTE JÁ ESTAVA NA
FASE DE INFECÇÃO LOCAL, ENTÃO FOI SENSATO E NECESSÁRIO A PRESCRIÇÃO
DE IVERMECTINA COMBINADA COM O ANTIBIÓTICO CEFTRIAXONA E O ANTI-
INFECCIOSO METRONIDAZOL. ESSE TRIO FOI CERTEIRO PARA AJUDAR O
SISTEMA IMUNE E IMPEDIR QUE A SITUAÇÃO AGRAVASSE. DIANTE DISSO FOI
PRESCRITO OMEPRAZOL, CASO A IVERMECTINA FIZESSE MAL AO ESTÔMAGO.
FOI SENSATO PRESCREVER DIPIRONA E PLASIL, MESMO COM O PACIENTE NÃO
SENTINDO DOR OU NÁUSEA, POIS CASO NECESSÁRIO JÁ ESTARIA DISPONÍVEL.

O PACIENTE FOI ADMITIDO COM UMA INFECÇÃO LOCAL, PASSANDO PELAS


TRÊS FASES DE CICATRIZAÇÃO, A EPITELIZAÇÃO, QUE É O PROCESSO PELO
QUAL AS CÉLULAS EPITELIAIS MIGRAM E SE REPLICAM VIA MITOSE E
ATRAVESSAM A FERIDA. NA ETAPA DE ANGIOGÊNESE, QUE É ONDE ACONTECE
A FORMAÇÃO RICA DE VASCULARIZAÇÃO E INFILTRAÇÃO DE CÉLULAS
ESPECIALIZADAS NA LIMPEZA DA REGIÃO, COMO OS MACRÓFAGOS. E APÓS
SER CONSTATADO A PRESENÇA DE TECIDO GRANULADO, QUE É ONDE OS
FIBROBLASTOS PRODUZEM COLÁGENO TIPO I E SE TRANSFORMAM EM
MIOFIBROBLASTOS, QUE PROMOVEM A CONTRAÇÃO DA FERIDA, O PACIENTE
JÁ HAVIA TERMINADO OS MEDICAMENTOS PRESCRITOS E RECEBEU AS
ORIENTAÇÕES DE COMO CUIDAR DA REGIÃO DA FERIDA, RECEBEU ALTA.

POR FIM, AO ESTUDAR O PRONTUÁRIO, FOI NOTADO QUE TANTO O DIAZEPAM


QUANTO O KOLAGENESE HAVIAM SIDO PRESCRITOS UM POUCO MAIS TARDE,
POSSIVELMENTE FOI UMA SUGESTÃO DO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM, UM
PORQUE O PACIENTE NÃO DORMIU BEM NAQUELA PRIMEIRA NOITE E SOMENTE
A SULFAZINA DE PRATA NÃO SERIA SUFICIENTE PARA UMA INFECÇÃO COM
PRESENÇA DE MIÍASE, DOIS PORQUE AO CONVERSAR COM O PACIENTE FOI
POSSÍVEL PERCEBER QUE ESTE TEM COMPLETA CONSCIÊNCIA DO QUE LHE
AFLIGE, PORÉM NÃO TOMA OS CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA QUE TENHA A
SITUAÇÃO SOB CONTROLE, ENTÃO O KOLAGENESE ACELERARIA O PROCESSO
DE CICATRIZAÇÃO.

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