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FACULDADE DO MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO


INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

FERNANDA OLIVEIRA LIMA LISBOA

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: JOGAR, BRINCAR, UMA FORMA DE


EDUCAR

BARREIRA
2022
FERNANDA OLIVEIRA LIMA LISBOA

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: JOGAR, BRINCAR, UMA FORMA DE


EDUCAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Educação Infantil e Ensino Fundamental da
Faculdade do Maciço de Baturité - FMB como
requisito parcial a obtenção do título de Licenciado
em Educação Infantil e Ensino Fundamental da
Faculdade do Maciço de Baturité – FMB.

Orientador (a): Prof. Diana Pereira de Sousa

BARREIRA
2022
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: JOGAR, BRINCAR, UMA FORMA DE
EDUCAR

Fernanda Oliveira Lima Lisboa1, Diana Pereira de Sousa2

RESUMO

O artigo em questão vem apresentar algumas considerações sobre o lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma
forma de educar. Entendemos ao longo desse trabalho que a ludicidade é uma metodologia muito interessante e já
provada sua eficácia em diferentes trabalhos para que a criança possa desenvolver suas habilidades. Como objetivo
geral compreender o lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar, a partir desses pilares. Como
objetivos especificos : entender o que é ludicidade; elencar aspectos da educação infantil no Brasil; o papel do
professor no contexto do ensino lúdico para as crianças; identificar como a família percebe essa educação baseada no
lúdico. Justifica-se o tema pois ainda encontramos entre pais e professores uma concepção errôneo sobre a ludicidade.
Para os pais principalmente a criança tem que aprender a ler e escrever, a brincadeira só na recreação, e quanto aos
educadores por se exigir resultados imediatos no processo de alfabetização da criança muitas vezes se vê forçado a
inibir atividades lúdicas, embora de caráter educativo por uma pressão do próprio sistema que exige desde cedo
resultados na aprendizagem da criança. A metodologia utilizada no trabalho foi uma pesquisa bibliográfica através
das publicações de autores como Huizinga (2004), Herrmann, F. A.; Lima, A. A (1992), Chalita (2014) entre outros
que discorreram sobre a importância da brincadeira na aprendizagem da criança. Os resultados apontaram que a
brincadeira é importante, e muitos trabalhos aqui apresentados como outros já existem reforçam a necessidade de se
ter um outro olhar sobre as brincadeiras e jogos na educação infantil possibilitando ao mesmo um desenvolvimento
mais prazeroso permitindo que a criança se motiva a participar efetivamente das atividades propostas.

Palavras-chave: Lúdico. Educação infantil. Criança.

ABSTRACT
The article in question presents some considerations about playfulness in early childhood education: playing, playing,
a way of educating. We understand throughout this work that playfulness is a very interesting methodology and its
effectiveness has already been proven in different works so that the child can develop their skills. As a general
objective to understand the ludic in early childhood education: play, play, a way of educating, from these pillars. As
specific objectives: to understand what ludicity is; list aspects of early childhood education in Brazil; the teacher's
role in the context of playful teaching for children; to identify how the family perceives this education based on play.
The theme is justified because we still find a misconception about playfulness among parents and teachers. For
parents, mainly, the child has to learn to read and write, playing only in recreation, and as for educators, because
immediate results are required in the child's literacy process, they are often forced to inhibit recreational activities,
although of an educational nature a pressure from the system itself that demands early results in the child's learning.
The methodology used in the work was a bibliographic research through the publications of authors such as Huizinga
(2004), Herrmann, F. A.; Lima, A. A (1992), Chalita (2014) among others who discussed the importance of play in
children's learning. The results showed that play is important, and many works presented here, as others already exist,
reinforce the need to have another look at play and games in early childhood education, allowing for a more pleasant
development, allowing the child to be motivated to participate. effectively from the proposed activities.

Keywords: Playful. Child education. Child.

1
Pedagogía. Professora. Prefeitura municipal de Barreira. E-mai: flima101112@gmail.com
2
Orientador. Diana Pereira de Sousa, CEJA Pacajus Coordenadora das Ciências Humana -
profadianafmb@gmail.com, Geógrafa, Pedagoga, Historiadora, Psicopedagoga e Especialista em AE
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INTRODUÇÃO

A infãncia é a idade das brincadeiras. Por meio delas, as crianças vão se


desenvolvendo, e mais importante se desenvolvem com prazer, alegria e diversão. Esse é o
sentindo que se deseja passar no presente trabalho. Já não se concebe perceber a ludicidade
como uma diversão, ou um momento de recreação na vida escolar da criança.
É importante que os discursos teóricos por muitos educadores passa a existir na sua
prática diária. A brincadeira tem sido objeto de vários estudos, questionamentos e pontos de
vistas diferentes, embora haja um consenso que a brincadeira é fundamental na vida da
criança.
Mas o que se deseja mostrar é que a brincadeira pode também ser instrutiva, uma
ferramenta capaz de fazer com que a criança se desenvolva de forma a contemplar todos os
seus aspectos e ainda trazendo prazer para a vida escolar da criança. Ainda encontramos
informações de que muitos educadores e pais acreditam que a brincadeira é uma forma de
recreação e não necessariamente deve predominar na formação das crianças. Tal pensamento
nos remete a uma total falta de acompanhamento da evolução do processo de ensino que
precisa acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade.
Brincar não pode ser considerada necessariamente uma especialidade da criança,
seria negar a criança que existe ainda em cada um dos adultos quando se abrem as novas
possibilidades de contribuir na formaçao de seus filhos, educando e cuidando com amor e
dedicação.
Quando as crianças brincam é dada as mesmas a possibilidade de interagir com outras
crianças, é perceber risos, alegrias e a felicidade estampada em cada rosto. Desde muito cedo
a criança já convive com brincadeiras e brinquedos e isso vai se tornando seu mundo real
que ao chegar a escola essas experiências trazidas pela escola devem ser levadas em
consideração, pois são essas vivências que vão formando os saberes da criança.
Dentre algumas brincadeiras bem interessantes aponta-se muito os jogos tendo em
vista que a depender das escolhas e da idade a aplicação dos mesmos. Qualquer objeto passa
a ter um valor simbólico para a criança, não necessariamente ela vai depender de um objeto
especifico para que a brincadeira aconteça.
Dessa forma o presente artigo tem como objetivo geral: compreender o lúdico na
educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar, a partir desses pilares. Como objetivos
especificos : entender o que é ludicidade; elencar aspectos da educação infantil no Brasil; o
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papel do professor no contexto do ensino lúdico para as crianças; identificar como a família
percebe essa educação baseada no lúdico.

Justifica-se o tema pois ainda encontramos entre pais e professores uma concepção
errôneo sobre a ludicidade. Para os pais principalmente a criança tem que aprender a ler e
escrever, a brincadeira só na recreação, e quanto aos educadores por se exigir resultados
imediatos no processo de alfabetização da criança muitas vezes se vê forçado a inibir atividades
lúdicas, embora de caráter educativo por uma pressão do próprio sistema que exige desde cedo
resultados na aprendizagem da criança.

A problemática que se deseja responder é diante de inúmeras evidências que a


brincadeira contribui para a aprendizagem da criança, além de outros benefícios por que ainda
existem resistências a essa ferramenta?

A metodologia utilizada no trabalho foi uma pesquisa bibliográfica através das


publicações de autores como Campos (2010), Kishimoto (2016), Maluf (2007) entre outros que
discorreram sobre a importância da brincadeira na aprendizagem da criança.

1. REVISÃO DE LITERATURA

1.1 O que é ludicidade

O homem é um ser lúdico por natureza, e, a despeito do tempo, os momentos de


brincadeiras vivenciadas por ele tem o poder de serem guardados na memória. Quantos de nós
não trazemos lembranças de nossas brincadeiras quando criança?

O brincar do ponto de vista do desenvolvimento interno, exercita a imaginação e a


memória, e [...] funciona como um processo complexo de desenvolvimento da função
simbólica na infância. Tudo isso possibilita à criança ter acervos na memória que ela
utilizará ao longo de sua vida. (LIMA, 2007, p. 5)

Concordamos com Lima (2007) a brincadeira possibilita a criança o desenvolvimento


de suas habilidades, a descoberta de um mundo na qual a mesma já vivencia desde muito cedo,
e através dela a criança vive a fantasia como se fosse algo real e a partir dessa construção ela
vai formando seu caráter, demonstrando seus gostos e favorecendo ainda seu intelecto.

Muita gente não valoriza os momentos que a criança passa brincando, o que pode custar
muito caro lá na frente. É simples entender: a brincadeira não serve apenas para entreter. Por
meio dela, os pequenos “experimentam” o mundo: testam habilidades (fisicas e cognitivas);
aprendem regras, treinam as relações sociais. Isso sem contar que, ao brincar, eles tem a chance
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de simular situações de conflitos e, assim, compreender e organizar as próprias emoções. Não


é à toa, portanto, que o brincar é um direito de todas as crianças, garantido pela Constituição
Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Então, podem pensar, é só isso?
Na teoria, sim. Mas precisa-se pensar além da teoria, as concepções educativas dos educadores,
principalmente os que trabalham em salas de educação infantil precisam compreender a
dinâmica que acontece por trás de cada brincadeira, pode-se até dizer que a brincadeira tem
sempre um caráter intencional quando bem aplicado, permitindo o desenvolvimento da criança
em diferentes áreas da sua vida, como já dito anteriormente.

Quanto ao exposto no parágrafo acima é importante ressaltar que se percebe ainda


resistências com a brincadeira tendo em vista que a percepção de que a mesma é tem um caráter
de entretenimento ainda é muito presente em professores e até mesmo mais. É necessários
desmistificar essa compreensão da brincadeira. Brincadeira é sim coisa séria e uma ferramente
muito útil para o desenvolvimento da crianças nos seus mais variados aspectos.

É necessário salientar que existe, porém, diferentes maneiras de otimizar esse processo
no dia a dia, tanto por meio de brincadeiras em si, como também por outras atividades lúdicas.
sempre respeitando a idade, e a individualidade de cada criança.

A afirmação acima nos leva a compreender que se a brincadeira acontece de forma


intencional, com planejamento, a mesma apresentará resultados positivos que na realidade deve
está relacionada com o desenvolvimento da criança. É óbvio que nem sempre é preciso ver a
brincadeira com seu caráter educativo, deve existir momentos do brincar livre, onde a criança
possa se sentir a vontade para fazer aquilo que mais lhe agrada, no momento certo.

De acordo d’Ávila e leal (2013), a ludicidade é vivida internamente, mas brota da


relação do sujeito com o meio ou com outrem, sendo, portanto, um processo relacional. Isso
implica pensar que a realidade que o sujeito produz é algo singular e que, ao mesmo tempo, tem
intima relação com as condições externas. Sendo assim, o fenômeno lúdico, embora trate de
um sentimento interno de satisfação, relaciona-se, dialeticamente, com o brincar (ou com
manifestações lúdicas, como o recrear, o lazer, o jogar, a festa que é uma ação externa,
eminentemnte cultural. Desse modo, é importante explicitar que a ludicidade apresenta uma
perspectiva que dialoga com os campos endógenos e exógenos que estruturam o sujeito,
proporcionando prazer, tensões, deleites, plenitude.

Concordamos com D’Avila e leal (2013) a ludicidade engloba aspectos importantes na


vivência e formação da criança e isso precisa ser levado em consideração. Aquilo que a criança
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é, o que ela traz, suas vivências em grande parte serão refletidas nesse momento e o professor
precisa esta muito atento para tais aspectos e dessa forma corrobora para a afetividade das
atividades que o mesmo se propôs a realizar com essas crianças e que tem um cunho além de
educacional também que implica na formação pessoal da criança fazendo com que a mesma vá
se descobrindo em aspectos importantes que devem ser levados em consideração nessa etapa
de sua escolarização.

Ainda segundo os autores,a ludicidade e as atividades lúdicas são entendidas como


expressões de um mesmo conceito, confundindo-se, respectivamente, o fenômeno, que é de
ordem subjetiva, vivido e sentido internamente pelo sujeito, e a ação social realizado por um ou
mais indivíduos.

E na verdade ambas se relacionam no sentido de sua amplitude, uma está ligado ao


conceito e enquanto as atividades são a própria realização deste. O que importa nesse sentido é
o papel que a mesma tem na vida da criança e como os profissionais trabalham.

Sobre o conceito de ludicidade, a autora Maria da Conceição Oliveira Lopes (2004) traz
importantes contribuições. A autora defende a ludicidade a partir de três premissas: a) como
condição ontológica, e, portanto, anterior a qualquer uma de suas manifestações; b) a ludicidade
é consequencial, gera consequências pelas suas manifestações: o brincar, o jogar, o recrear,o
lazer e o criar de artefatos lúdicos: c) a ludicidade produz efeitos que resulta das interações
humanas (as aprendizagens informais, por exemplo).

A partir desse entendimento, a autora nos leva a refletir sobre a relação entre ludicidade
e educação a partir do princípio da não linearidade, ou seja, nessa relação não existe moldes,
regras engessadas e padrões rigidos, pois, se partir do princípio de que a ludicidade se estrutura
na relação dialética entre os campos objetivos e subjetivos, admite-se a fluidez e incerteza que
caracterizam, dentre outros, a singularidade do sujeito.

1.2 O imaginário, o simbólico e o real

Brincar, jogar, brinquedo. Essas palavras tem um sentido bem conhecido de todos nós,
especialmente quando criança. Elas representam a possibilidade de imaginarmos ser quem não
somos, de estarmos em lugares e planetas diferentes, o prazer de satisfazer o desejo mesmo que
de forma ilusória, de viver o suspense do inesperado, de viver a loucura sem ser louco, de
divertir-se.

Criança e brincadeira fazem, sem dúvida, uma combinação perfeita. É dificil


pensarmos em uma criança que não goste de brincar, de deixar-se envolver pela
imaginação, pela fantasia, vivendo personagens dos mais variados tipos, bombeiros,
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médicos, super-hérois, viajantes de outros mundos, guerreiros interestrelares, pai e


mãe, inventando, criando tal como o “professor pardal”. (SOMMERHALDER, 2011,
P.16)
Concordamos com o autor criança e brincadeira são indissociáveis, tendo em vista que
a brincadeira está ligada desde cedo ao cotidiano da criança, compreendendo que a mesma faz
das brincadeiras seu mundo real e assim ela vai crescendo construindo um mundo particular e
a partir de seu processo de desenvolvimento pode-se perceber o quanto aquelas aventuras foram
importantes para o crescimento da mesma, haja vista que aquelas brincadeiras dizem muito dos
pensamentos e sonhos da criança.

Por isso, Freud (1968) nos diz que a ocupação preferida e mais intensa da criança é o
brincar. Elas entregam-se às suas brincadeiras, aos seus jogos, às suas histórias, com vigorosa
seriedade. Com rara facilidade se põe a brincar e a jogar, a contar e a ouvir uma história,
constituimdo um cenário imaginário em que cria e representa diferentes personagens, vive as
mais fantásticas aventuras, inventa, constrói e destrói, conhece(-se). Faz do seu corpo um
versátil brinquedo com o qual explora a realidade. No “como se”, disfarça-se, passa a ser, ao
menos naquele momento, quem não é.

Como Freud (1968) já apontava a brincadeira como uma atividade preferida da criança,
essa situação não mudou. A criança ainda gosta das brincadeiras, embora estejamos diante de
um mundo muito tecnológico onde algumas brincadeiras foram esquecidas ou substituidas por
outras, ainda o sentido é o mesmo para muitas crianças. E é isso que é importante ressaltar, a
interação e as relações entre as crianças na ação de brincar, principalmente quando são jogos,
onde existe um envolvimento de várias crianças e existe uma disputa que os motiva.

O jogo é uma forma de disfarce, ou ao menos habilita a criança a disfarcar-se, que


envolve alguma proposta de mudança de identidade, um fingimento que se concretiza, por
exemplo, no uso da roupa emprestada dos pais, na estrela do xerife, na roupa do super-héroi,
enfim, no enredo da brincadeira/jogo. Disfarçar-se é uma das grandes paixões humanas e que
possui grande valia para o convivio social, civilizado. É uma atitude eminentemente social que
regula ou desregula a relação com o outro e que depende de uma convenção socialmente
compartida, para poder tornar-se efetiva. (HERRMANN, 1999). É convencionado socialmente
que o lúdico, isto é, as brincadeiras e os jogos são atividads que servem ao espirito infantil. Em
outras palavras, a convenção social que segue a modernidade, reconhece no lúdico um
comportamento próprio da criança, peculiar a sua natureza (instintiva), às suas necessidades e
seus interesses.

Concordamos com Herrmann (1999) a brincadeira traz muitas verdades sobre a criança
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e esse imaginário faz com que percebamos a influência que um determinado comportamento
traz para a vida das mesmas. E nesse momento as mesmas conseguem definir de forma bastante
clara, quando transforma a realidade vivenciada em uma brincadeira.

Huizinga (1980), historiador, em uma leitura mais ampla, situa o lúdico como um
elemento da cultura, presente em todas as formas de organização social, das mais primitivas às
mais sofisticadas. Ainda segundo o autor concebe-lhes uma função significante, ou seja, afirma
que a essência do lúdico não é material, uma vez que ultrapassa os limites da realidade fisica,
encerra um determinado sentido, transcendendo as necessidades imediatas da vida. O autor
descreve um conjunto de características formais do lúdico que corrobora em muito com a
compreensão do lugar que ele ocupa na cultura:

[...] uma atividade voluntária, exercida dentro de determinado limites de tempo e


espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias,
dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria
e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. (HUIZINGA,1980, p.33),
É exatamente esse sentimento que deve estar envolto as atividades lúdicas na
aprendizagem da criança. E nessa perspectiva a criança vai se desenvolvendo em todos os seus
aspectos tendo a possibilidade de adquirir habilidades que se bem exploradas podem lhe ser
bastante favoráveis para a sua formaçao integral.

Nesse sentido entende-se que é fundamental a escola assim como também a família
possa ver a brincadeira como algo sério e dissociá-la da visão de entretenimento. É ainda
aceitável que muitas famílias não compreendam essa ferramenta e que em visão a brincadeira
deve acontecer somente na recreação das crianças a considerar que nem sempre as famílias
acompanham a evolução que acontece e as mudanças constantes nas diretrizes que norteiam a
educação do país. É por isso que muito se discute sobre a importância da família acompanhar
de perto a educação dos filhos, para evitar esses desencontros tão comuns haja vista não existir
uma parceria efetiva e assim uma comunicação eficaz, existindo sempre uma desconfiança nas
ações que a escola promove. Mas os educadores precisam sim, estes estarem preparados e se
preparem para oferecer a suas crianças todas as possibilidades que as ferramentas como a
brincadeiras tem sido apresentado já algum tempo. E assim ter a propriedade de dialogaar com
os pais a respeito das mesmas.

1.3 A família nessa construção

Uma das maiores dificuldades da família no processo de aprendizagem da criança reside


exatamente na falta de parceria entre as famílias, muitas vezes esse diálogo tão necessário ditem
até mesmo o comportamento das crianças dentro da escola, pois como a criança é tratada na sua
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família esse comportamento reverbera na sala de aula e isso dificulta ou facilita o trabalho do
professor tendo em vista que as primeiras lições na vida da criança são apreendidas no seio da
família.

A família é a primeira etapa do processo educativo. Antes de qualquer contato externo,


é no lar que a criança sente, observa, aprende. Cada vez mais cedo, as crianças têm ido para a
escola. Algumas vão primeiro para as creches, porque os pais trabalham, e é mais seguro deixar
os filhos em um espaço acolhedor.

Muitos pais perguntam se o ideal é manter os filhos mais tempo em casa ou, desde cedo,
enviá-los para as creches. Não se trata de discutir o ideal, mas o real. Deixar as crianças em
casa o dia todo, sem os cuidados necessários com a sua saúde e os sinais que a convivência com
outras pessoas proporciona, não é saúdavel. (CHALITA, 2014)

Da creche à Educação Infantil, as crianças vão aprendendo o valor da convivência e dos


afetos. Vão iniciando o desenvolvimento das habilidades cognitivas, por meio de diversos
instrumentos pedagógicos, como a ludicidade, por exemplo. O despertar da curiosidade, ou ao
menos não sufocá-las, é papel da escola. É condenável a prática escolar que não valoriza a
criatividade, que impõe verdades preestabelecidas e desconsidera a bagagem que a criança
carrega. a tese da tábula rasa já foi superada, ou seja, imaginar que as crianças não trazem nada
de sua breve história de vida, e que, portanto, os professores podem despejar o conteúdo que
considerarem correto é um equívoco que precisa ser evitado.

Ainda em relação às creches e à Educação Infantil, é fundamental que os pais, embora


trabalhem e estejam ocupados quase o dia todo, preocupem-se com o espaço e as
pessoas que cuidam dos seus filhos. O ideal é que visitem com frequência a escola,
que conversem com as coordenadorass, professores, outros pais, porque um filho é
uma preciosidade que não se carrega a qualquer um. (CHALITA, 2012, p. 70)
É importante que a família compreenda que os momentos que se tem com os filhos é
fundamental que seja dispensado a estes toda a atenção de forma integral. Os filhos
compreendem a ausência dos pais que trabalham, principalmente se existir diálogo e se os pais
dizem o que fazem, onde trabalham e por que trabalham, o objetivo de dar a eles uma vida
melhor. Mas os filhos não compreendem os pais que, mesmo em casa, são ausentes, por serem
incapazes de lhes dar a menor demonstração de carinho, seja por causa da novela, do futebol,
por exemplo. Ou os pais que, em fins de semana, preferem beber com os amigos a criar um
ambiente de prazer para os filhos; que não se dispõem a fazer as coisas simples, como levá-los
para um passeio ou no parque ou na praia.

Dito essas coisas pequenas, talvez, para o entendimento de alguns, mas imprescindível
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para a convivência dessas crianças no ambiente escolar. Essa convivência saúdavel em casa,
cheia de respeito e atenção faz com que as crianças respondam com essa mesma atenção as
interações no espaço escolar.

2. METODOLOGIA

A pesquisa realizado utilizou como metodologia a pesquisa bibliográfica. A mesma é


feita com o intuito de levantar um conhecimento disponível sobre teorias, a fim de analisar,
produzir ou explicar um objeto sendo investigado. A pesquisa bibliográfica visa então analisar
as principais teorias de um tema, e pode ser realizada com diferentes finalidades. (CHIARA,
KAIMEN, et al., 2008).

Dessa forma a opção pela metodologia em questão nos permitiu fazer levantamento de
diferentes artigos, livros que discorreram sobre o tema que foi pesquisado e que nos permitiu
encontrar as respostas para os objetivos propostos ao longo do trabalho.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Embora se venha discutido há muito tempo a questão da ludicidade no espaço escolar,


foi possivel perceber ao longo da pesquisa que embora haja um consenso por parte de muitas
autoridades que pesquisam o tema ainda encontra-se resistência. Muitas vezes por que a familia
ainda traz em sua memória um ensino tradicionalista onde a função da escola é aprender a ler e
escrever e nessa concepção a brincadeira é tida como entretenimento.

Acreditamos que por mais informações que a família e até mesmo o professor disponha
a prática de seu trabalho em sala de aula com essa metodologia e os resultados ao longo do
desenvolvimento da criança é que irá permitir uma compreensão mais clara do mesmo tendo
em vista que até alguns professores não acreditam tanto assim, embora de certa forma os
mesmos estão tendo que se adaptar a uma nova realidade que hoje se faz presente no próprio
Projeto Pedagógico da escola que norteia esse princípio de levar a criança a aprender através
das brincadeiras, dos jogos, metodologias essas que as crianças já conhecem como
entretenimento e que na sala de aula com uma visão pedagógica fará com que as mesmas se
sintam motivadas a realização das atividades propostas.

As informações aqui elencadas reforçam os conhecimentos que ao longo dos estudos foi
se tornando algo real, palpável e que possibilita uma nova visão do que é ludicidade e as
possibilidades que a mesma traz. Acreditamos que o diálogo seja a melhor forma de demonstrar
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interesse em novas práticas, metodologias que contribuiram de forma efetiva para o


desenvolvimento do aluno, e permitindo ao professor e a escola inovar com posturas que
favorecem o aprendizado da criança, sem necessariamente força-la a regras predeterminadas
para cada etapa da sua vida. Pela liberdade que a própria metodologia proporciona acreditamos
que as possibilidades de uma compreensão maior e envolvimento da criança aconteça de forma
espontânea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma acreditamos que os achados presentes no trabalho possam contribuir de


forma construtiva para que novos pesquisadores reforçem as informações aqui apresentadas
como subsidios para o trabalho dos professores através da metodologia lúdica, onde jogos e
brincadeirras são fundamentais para o desenvolvimento da criança.

Ao longo dos conhecimentos adquiridos na pesquisa é importante salientar que de


maneira geral esse é o tema recorrente nos trabalhos acadêmicos. E existe quase uma
unanimidade dos mesmos na eficácia da metodologia para o desenvolvimento da criança.

A atividade lúdica está presente desde muito cedo na vida da criança onde até mesmo
através de objetos de seu cotidiano a mesma se transforma em uma forma de brincadeira que
está relacionado com suas experiências, seu cotidiano, e a realidade por ela percebida.

Diante do exposto ficou evidente que embora os debates devam permanecer por um
longo período, acreditamos que as experiências vivenciadas pelos professores que trabalham
com a educação infantil e outras etapas venham corroborar através de futuros trabalhos no
entendimento de que é possivel sim existir aprendizagem com brincadeiras, jogos, sendo estes
bem direcionados, organizados e de caráter pedagógico. E a família assim como a escola deve
contribuir para que esse entendimento deixe de ser possibilidade para alguns, mas realidade
tendo em vista que ao que nos parece ao longo desse processo de construção os conhecimentos
adquiridos corroboram para a importância desse tipo de atividade para a formação e
desenvolvimento da criança.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da
Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998,
volume: 1 e 2
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CHALITA, Gabriel. Famílias que educam: uma relação harmoniosa entre pais e filhos. 1
ed. São Paulo: Cortez, 2014

CHIARA, I. D. et al. Normas de documentação aplicadas à área de Saúde. Rio de Janeiro:


Editora E-papers, 2008.

D’AVILA, C. M.; LEAL, L. B. Docência Universitária e formação de professores- saberes


pedagógicos e constituição da profissionalidade docente. Linhas críticas, Brasília, 2015

FREUD, S. Escritores criativos e devaneios. In: ______ Obras psicológicas completas de


Sigmund Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996. Originalmente
publicada em 1908.

HERRMANN, F. A.; LIMA, A. A. O pensamento kleiniano: uma introdução crítica. In:


KLEIN, M. Psicologia. São Paulo: Ática, 1982.

______. A psique e o eu. São Paulo: HePsyché, 1999.

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva,
2004.

SUTHERLAND, P. O desenvolvimento cognitivo atual. Lisboa: Instituto Piaget. 1996.

VYGOTSKY, H. Do Ato ao Pensamento. Lisboa: Morais

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