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PM-BA

Curso de Formação de Soldado

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO
Administração Pública. Princípios fundamentais da administração pública. .............................1
Poderes e deveres dos administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes
vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar, poder de polícia,
deveres dos administradores públicos. .....................................................................................4
Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. ........................................................14
Regime jurídico do militar estadual: Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia
(Lei estadual nº 7.990, de 27 de dezembro de 2001 - arts 1º ao 59).......................................32
Exercícios.................................................................................................................................47
Gabarito....................................................................................................................................51

Apostila gerada especialmente para: Olgaildes Santana Santos Neta 038.521.795-13


Administração Pública. Princípios fundamentais da administração pública

Administração pública
Conceito
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a atividade que o Estado pratica sob regime público,
para a realização dos interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos.
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e estrito, além disso, é conceituada por Di Pie-
tro (2009, p. 57), como “a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total ou
parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos”.
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a Administração Pública é subdividida em órgãos
governamentais e órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, sendo ainda subdividida
pela sua função política e administrativa em sentido objetivo.
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos
que praticam funções administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também na atividade exercida
por esses entes em sentido objetivo.
Em suma, temos:

SENTIDO
Sentido amplo {órgãos governamen-
SUBJETI-
tais e órgãos administrativos}.
VO
SENTIDO
Sentido estrito {pessoas jurídicas,
SUBJETI-
órgãos e agentes públicos}.
VO
SENTIDO
Sentido amplo {função política e ad-
OBJETI-
ministrativa}.
VO
SENTIDO
Sentido estrito {atividade exercida por
OBJETI-
esses entes}.
VO
Existem funções na Administração Pública que são exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da
Administração que são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e serviço público.
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada uma das funções. Vejamos:
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do desenvolvimento dos entes e pessoas que exer-
cem funções de utilidade ou de interesse público.
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrativa. São os atos da Administração que limitam
interesses individuais em prol do interesse coletivo.
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Administração Pública executa, de forma direta ou
indireta, para satisfazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime jurídico e com predo-
minância pública. O serviço público também regula a atividade permanente de edição de atos normativos e
concretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementativa de políticas de governo.
A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de governo e desempenhar a função adminis-
trativa em favor do interesse público, dentre outros atributos essenciais ao bom andamento da Administração
Pública como um todo com o incentivo das atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse
público.
A Administração Pública também possui elementos que a compõe, são eles: as pessoas jurídicas de direito
público e de direito privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa
estatal.
— Observação importante:

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Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais acopladas ao Estado, exercendo finalidades de
interesse imediato da coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem a personalidade jurídica
de direito público cometida à diversas nações estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos interna-
cionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
No direito público interno encontra-se, no âmbito da administração direta, que cuida-se da Nação brasileira:
União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo da administração indireta, as autarquias e
associações públicas (art. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídicas de direito
público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC, pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar
ao consórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
Princípios da administração pública
De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017), princípios são regras condensadoras dos va-
lores fundamentais de um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento jurídico bem como o
modo de atuação dos aplicadores e intérpretes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato
de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem jurídica, ao passo que a atribuição de
enformar é denotada pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade aos princípios da função hermenêutica e da fun-
ção integrativa.
Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos
demais parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tutela dos casos concretos.
Por meio da função integrativa, por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais
observadas em matérias específicas ou diante das particularidades que permeiam a aplicação das normas aos
casos existentes.
Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e integrativas, bem como cumprem o papel de
esboçar os dispositivos legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, dando-lhe unicidade
e coerência.
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser expressos e positivados escritos na lei, ou
ainda, implícitos, não positivados e não escritos na lei de forma expressa.
— Observação importante:
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os
dois princípios que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente implícitos.
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os princípios e demais dispositivos legais que formam
o Direito Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios centrais, ou supraprincípios
que são a Supremacia do Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público.

Conclama a necessidade da
SUPREMACIA
sobreposição dos interesses da
DO INTERES-
coletividade sobre os individu-
SE PÚBLICO
ais.
Sua principal função é orien-
INDISPONIBI-
tar a atuação dos agentes públi-
LIDADE DO
cos para que atuem em nome e
INTERESSE
em prol dos interesses da Admi-
PÚBLICO
nistração Pública.
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas de atuação conferidas pela supremacia do
interesse público, a indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais prerrogativas sejam
utilizadas para a consecução de interesses privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no
campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação em concurso público para o provimen-
to dos cargos públicos.

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Princípios Administrativos
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Administração Pública deverá obedecer aos
princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Vejamos:
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administrativo, apresenta um significado diverso do que
apresenta no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo que não esteja proibida
em lei e que não esteja contrária à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrativo,
significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador deva atuar somente no instante e da forma que
a lei permitir.
— Observação importante: O princípio da legalidade considera a lei em sentido amplo. Nesse diapasão,
compreende-se como lei, toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo art. 59 da Constitui-
ção Federal.
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas óticas:
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação aos administrados: Em sua atuação, deve o
administrador pautar na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que o ato atingirá. Sua
atuação deverá estar baseada na neutralidade e na objetividade.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve executar atos de forma impessoal, como dispõe
e exige o parágrafo primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos.’’
– Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa deve ser totalmente pautada nos princípios
da ética, honestidade, probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na Administração Pú-
blica.
O princípio da moralidade exige que o administrador tenha conduta pautada de acordo com a ética, com o
bom senso, bons costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que obedecer a Lei, bem como a
ética da própria instituição em que o agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas
nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade.
– Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de controle dos atos administrativos por meio da
sociedade. A publicidade está associada à prestação de satisfação e informação da atuação pública aos admi-
nistrados. Via de regra é que a atuação da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle da
sociedade sobre os seus atos.
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir
exceções previstas em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser preservadas a segurança
nacional, relevante interesse coletivo e intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá ser
afastado.
Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administrativos que se voltam para a sociedade, ponde-
ra-se que os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados.
– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser exercida com presteza, perfeição, rendimento,
qualidade e economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodiernamente, foi acrescentado,
de forma expressa, na CFB/88, com a EC n. 19/1998.
São decorrentes do princípio da eficiência:
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira de órgãos, bem como de
entidades administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial para a aquisição da estabilidade do servidor
Efetivo, nos termos do art. 41, § 4º da CFB/88.

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Poderes e deveres dos administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes vin-
culado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar, poder de polícia, deveres
dos administradores públicos

Poder Hierárquico
Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade administrativa para distribuir e dirimir funções
em escala de seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordinação entre os servido-
res que estiverem sob a sua hierarquia.
A estrutura de organização da Administração Pública é baseada em dois aspectos fundamentais, sendo eles:
a distribuição de competências e a hierarquia.
Em decorrência da amplitude das competências e das responsabilidades da Administração, jamais seria
possível que toda a função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou agente público. Assim sen-
do, é preciso que haja uma distribuição dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e agentes
integrantes da Administração Pública.
Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de maneira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos
são organizados em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que se encontra em plano superior,
detenha o poder legal de emitir ordens e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subor-
dinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, como o dever de obediência dos subordinados, a
possibilidade de o imediato superior avocar atribuições, bem como a atribuição de rever os atos dos agentes
subordinados.
Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado não o obriga a cumprir as ordens manifesta-
mente ilegais, advindas de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII, da Lei 8.112/1990,
o subordinado tem a obrigação funcional de representar contra o seu superior caso este venha a agir com ile-
galidade, omissão ou abuso de poder.
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das manifestações do poder hierárquico que consiste no
ato de conferir a outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte dos atos de competência da au-
toridade delegante. O ilustre Hely Lopes Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a algumas
regras, sendo elas:
A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um Poder a outro, exceto quando devidamente autoriza-
do pelo texto da Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, que ocorre quando a Constituição
Federal autoriza o Legislativo a delegar ao Chefe do Executivo a edição de lei.
B) É impossível a delegação de atos de natureza política. Exemplos: o veto e a sanção de lei;
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determinada autoridade, não podem ser delegadas;
D) O subordinado não pode recusar a delegação;
E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida autorização do delegante.
Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da delegação de competência, a Lei Federal 9.784/1999,
que estabelece os ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as seguintes regras relacionadas a
esse assunto:
• A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser delegada se não houver impedimento legal;
• A delegação de competência é sempre exercida de forma parcial, tendo em vista que um órgão administra-
tivo ou seu titular não detém o poder de delegar todas as suas atribuições;
• A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode ser feita para órgãos ou agentes subordinados
hierarquicamente, e, a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos e agentes não subor-
dinados à hierarquia.
Não podem ser objeto de delegação:
• A edição de atos de caráter normativo;
• A decisão de recursos administrativos;

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• As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade;
Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua revogação deverão ser publicados no meio oficial,
nos trâmites da lei. Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os poderes transferidos, os
limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e também o recurso devidamente cabí-
vel à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da atribuição delegada.
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante como forma de trans-
ferência não definitiva de atribuições, devendo as decisões adotadas por delegação, mencionar de forma clara
esta qualidade, que deverá ser considerada como editada pelo delegado.
No condizente à avocação, afirma-se que se trata de procedimento contrário ao da delegação de compe-
tência, vindo a ocorrer quando o superior assume ou passa a desenvolver as funções que eram de seu subor-
dinado. De acordo com a doutrina, a norma geral, é a possibilidade de avocação pelo superior hierárquico de
qualquer competência do subordinado, ressaltando-se que nesses casos, a competência a ser avocada não
poderá ser privativa do órgão subordinado.
Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências do órgão inferior apenas será permitida em
caráter excepcional e temporário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e impreterivelmente
justificados.
O superior também pode rever os atos dos seus subordinados, como consequência do poder hierárquico
com o fito de mantê-los, convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação do interessado. Con-
validar significa suprir o vício de um ato administrativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido o ato
viciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se que pode ocorrer de duas formas:
a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato válido se tornar inconveniente ou inoportuna;
b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios.
No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre poderá possibilitar a invalidação feita pela au-
toridade superior dos atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a revisão hierárquica
somente é possível enquanto o ato não tiver se tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se
houver sido criado o direito subjetivo para o particular.
Observação importante: “revisão” do ato administrativo não se confunde com “reconsideração” desse mes-
mo ato. A revisão de ato é condizente à avaliação por parte da autoridade superior em relação à manutenção
ou não de ato que foi praticado por seu subordinado, no qual o fundamento é o exercício do poder hierárquico.
Já na reconsideração, a apreciação relativa à manutenção do ato administrativo é realizada pela própria autori-
dade que confeccionou o ato, não existindo, desta forma, manifestação do poder hierárquico.
Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente à função administrativa e não há hierarquia
entre integrantes do Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de suas funções típicas consti-
tucionais. No entanto, os membros dos Poderes Judiciário e Legislativo também estão submetidos à relação
de hierarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas ou administrativas. Exemplo: um juiz de Primeira
Instância, não é legalmente obrigado a adotar o posicionamento do Presidente do Tribunal no julgamento de
um processo de sua competência, porém, encontra-se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens daquela
autoridade quando versarem a respeito do horário de funcionamento dos serviços administrativos da sua Vara.
Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação não se confunde com a vinculação administra-
tiva, pois, a subordinação decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da mesma pessoa jurídica.
Já a vinculação, resulta do poder de supervisão ou do poder de tutela que a Administração Direta detém sobre
as entidades da Administração Indireta.
Esquematizando, temos:

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Poder conferido à autoridade
administrativa para distribuir e di-
PODER rimir funções em escala de seus
HIERÁRQUI- órgãos, que estabelece uma rela-
CO ção de coordenação e subordina-
ção entre os servidores que esti-
verem sob a sua hierarquia.

A edição de atos de caráter


NÃO PODEM normativo
SER OBJETO A decisão de recursos admi-
DE DELEGA- nistrativos
ÇÃO As matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade
DESFAZI- Por revogação: quando a ma-
MENTO DO nutenção do ato válido se tornar
ATO inconveniente ou inoportuna
ADMINISTRA- Por anulação: quando o ator
TIVO apresentar vícios

Poder Disciplinar
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder de autorizar e apurar infrações, aplicando as
devidas penalidades aos servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa
em decorrência de determinado vínculo específico. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o agente
que possuir vínculo certo e preciso com a Administração, não importando que esse vínculo seja de natureza
funcional ou contratual.
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar é decorrente do poder hierárquico. Em razão
da existência de distribuição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a uma mesma pessoa jurídica,
competirá ao superior hierárquico determinar o cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for subordina-
do, o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado às determinações do seu superior ou descumprindo
o dever funcional, o seu chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas no estatuto funcional.
Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder de alcançar particulares que mantenham vínculo
contratual com o Poder Público, a exemplo daqueles contratados para prestar serviços à Administração Públi-
ca. Nesse sentido, como não existe relação de hierarquia entre o particular e a Administração, o pressuposto
para a aplicação de sanções de forma direta não é o poder hierárquico, mas sim o princípio da supremacia do
interesse público sobre o particular.
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e punir crimes e contravenções penais não se
referem ao mesmo instituto e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado somente àqueles que pos-
suem vínculo específico com a Administração de forma funcional ou contratual, o segundo é exercido somente
sobre qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes.
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não se confunde com as penalidades decorren-

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tes do poder disciplinar, que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deverão ser aplicadas a
qualquer pessoa que esteja causando transtornos ou pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia,
denota-se que o vínculo entre a Administração Pública e o administrado é de âmbito geral, ao passo que nas
penalidades decorrentes do poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação funcional ou
contratual com a Administração.
Em suma, temos:
1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém do poder disciplinar; é aplicável sobre as
pessoas que possuem vínculo específico com a Administração Pública.
2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém do poder de polícia; aplica-se sobre as pes-
soas que desobedeçam às regulamentações de polícia administrativa.
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder geral de persecução penal; aplica-se sobre as
pessoas que cometem crimes ou contravenções penais.
Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o poder disciplinar é exercido de forma discricio-
nária. Tal afirmação deve ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance como um todo, pois, se
ocorrer de o agente sob disciplina administrativa cometer infração, a única opção que restará ao gestor será
aplicar á situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a aplicação da pena é ato vinculado. Quando
existente, a discricionariedade refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das sanções legalmente
cabíveis, tendo em vista que no direito administrativo não é predominável o princípio da pena específica que se
refere à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional e da exata sanção cabível.
Em resumo, temos:

Poder Disciplinar
• Apura infrações e aplica penalidades;
• Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é preciso que possua vínculo funcional com a
administração;
• A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de processo administrativo no qual sejam asse-
gurados o direito ao contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que seja aplicada a penali-
dade disciplinar cabível;
• Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre sanções legalmente cabíveis e respectiva gra-
dação.

Poder regulamentar
Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste o poder regulamentar na competência
atribuída aos Chefes do Poder Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas destinadas a
detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento e eficaz execução.
A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão poder regulamentar. Isso acontece, por que há
autores que, assemelhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta expressão somente para se
referirem à faculdade de editar regulamentos conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam com
conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abstratos que são emitidos por outras autoridades,
tais como: resoluções, portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas. Há ainda uma corrente que
entende essas providências gerais e abstratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o fulcro de
possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações do poder normativo.
No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece como estudo e aplicação geral adotada pela
doutrina clássica, que utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente à competência exclusiva
dos Chefes do Poder Executivo para editar regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder norma-
tivo” para os demais atos normativos emitidos por outras espécies de autoridades da Administração Direta e
Indireta, como por exemplo, de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros.
Registra-se que os regulamentos são publicados através de decreto, que é a maneira pela qual se revestem

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os atos editados pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser por meio de conteúdo
ou de determinado regulamento ou, ainda, a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta
última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de determinado nome a um prédio público.
Em razão de os regulamentos serem editados sob forma condizente de decreto, é comum serem chamados
de decretos regulamentares, decretos de execução ou regulamentos de execução.
Podemos classificar os regulamentos em três espécies diferentes:
A) Regulamento executivo;
B) Regulamento independente ou autônomo;
c) Regulamento autorizado.
Vejamos a composição de cada em deles:
Regulamento Executivo
Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições suficientes para sua execução, enquanto ou-
tras pugnam por um regulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, qualquer lei é passível de ser
regulamentada. Diga-se de passagem, até mesmo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. Para
isso, suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda conveniente detalhar a sua execução.
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. Sendo geral pelo fato de não possuir destinatários
determinados ou determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam nas situações reguladas; é abs-
trata pelo fato de dispor sobre hipóteses que, se e no momento em que forem verificadas no mundo concreto,
passarão a gerar as consequências abstratamente previstas. Desta forma, podemos afirmar que o regulamento
possui conteúdo material de lei, porém, com ela não se confunde sob o aspecto formal.
O ato de regulamento executivo é constituído por importantes funções. São elas:
1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa
Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade quando a lei confere ao agente público determina-
da quantidade de liberdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade e margem de liberdade
termina sendo reduzida quando da editação de um regulamento executivo que estipula regras de observância
obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem proceder no fiel cumprimento da lei.
Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento o exercício da discricionariedade administrativa, o
Chefe do Poder Executivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a estabelecer autêntica autovinculação,
diminuindo, desta forma, o espaço para a discussão de casos e fatos sem importância para a administração
pública.
2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei
É interpretada no contexto da primeira, posto que o regulamento ao disciplinar a forma com que a lei deve
ser fielmente cumprida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, fato que impede variações
significativas nos casos sujeitos à lei aplicada. Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores na
carreira de Policial Rodoviário Federal.
Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei 9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou
que a investidura no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão único da classe de Agente,
na qual o titular deverá permanecer por pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe sub-
sequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º.
A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos para que os servidores públicos sejam promo-
vidos. No entanto, o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que abriria a possibilidade de
que os responsáveis pela promoção dos servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base em
critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições e privilégios. E é por esse motivo que existe a
necessidade de regulamentação dos requisitos de promoção, como demonstra o próprio estatuto dos servido-
res públicos civis federais em seu art. 10, parágrafo único da Lei 8.112/1990.
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto 8.282/2014, que possui como atributo, deta-
lhar os requisitos e estabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais Rodoviários Federais, dentre
os quais se encontra a obtenção de “resultado satisfatório na avaliação de desempenho no interstício consi-
derado para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da mesma forma, a expressão “resultado satisfatório”

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também é eivada de subjetividade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo dispositivo regulamentar designou que
para o efeito de promoção, seria considerado satisfatório o alcance de oitenta por cento das metas estipuladas
em ato do dirigente máximo do órgão.
Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do dirigente máximo da PRF continua a existir, e o exem-
plo disso, é o estabelecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no condizente à avaliação da suficiência
de desempenho dos servidores para o efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, diante da regu-
lamentação, erigiu a existência de vinculação da autoridade administrativa referente ao percentual considerado
satisfatório para o efeito de promoção dos servidores, critério que inclusive já foi uniformizado.
Embora exista uma enorme importância em termos de praticidade, denota-se que os regulamentos de exe-
cução gozam de hierarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem jurídica, criando direitos ou obri-
gações, nem contrariando, ampliando ou restringindo as disposições da lei regulamentada. São, em resumo,
atos normativos considerados secundários que são editados pelo Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar
a execução dos atos normativos primários elaborados pelas leis.
Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos à lei, a Constituição Federal prevê a possibili-
dade de o Congresso Nacional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos parâmetros do art. 49, inc.
V da CF/88. É o que a doutrina chama de “veto legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o Chefe do
Executivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo Parlamento.
Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações, uma vez que o veto propriamente dito do
executivo, pode ocorrer em função de o Presidente da República entender que o projeto de lei é incompatível
com a Constituição Federal, que configuraria o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria
o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer por exorbitância do poder regulamentar, sendo
assim, sempre jurídico. Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento venha a sustar um decreto re-
gulamentar por entendê-lo contrário ao interesse público, uma vez que tal norma somente deve detalhar como
a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será indubitavelmente cumprida. Destarte, se o Parlamento
entende que o decreto editado dentro do poder regulamentar é contrário ao interesse público, deverá, por sua
vez, revogar a própria lei que lhe dá o sustento.
Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao controle de legalidade, de tal forma que a nuli-
dade decorrente da exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser reconhecida pelo Poder
Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder Executivo no exercício da autotutela.
Regulamento independente ou autônomo
Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, também adota a forma de decreto. Diversamente
do regulamento executivo, esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo o poder de inovar na
ordem jurídica, da mesma maneira que uma lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado
ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e diretamente da Constituição.
A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a figura do decreto autônomo no direito brasileiro.
No entanto, com a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente inserida na alínea a do inciso
VI do art. 84 da CFB/88.
Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutrina é no sentido de que a única hipótese de
regulamento autônomo que o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispositivo constitucional,
que estabelece a competência do Presidente da República para dispor, mediante decreto, sobre organização
e funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar em aumento de despesa nem mesmo
criação ou extinção de órgãos públicos.
Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista na alínea b do mesmo dispositivo constitucio-
nal, para que o Presidente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos públicos vagos, não se trata
de caso de regulamento autônomo. Cuida-se de uma xucra hipótese de abandono do princípio do paralelismo
das formas. Isso por que em decorrência do princípio da hierarquia das normas, se um instituto jurídico for cria-
do por intermédio de determinada espécie normativa, sua extinção apenas poderá ser veiculada pelo mesmo
tipo de ato, ou, ainda, por um de superior hierarquia.
Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos parâmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas
a lei poderia extingui-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, deixando de lado essa premissa,
o legislador constituinte derivado permitiu que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça por decreto.

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Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto autônomo, mas nunca um regulamento autônomo, isso
posto pelo fato de tal decreto não gozar de generalidade e abstração, não regulamentando determinada maté-
ria. Cuida-se, nesse sentido, de um ato de efeitos concretos, amplamente desprovido de natureza regulamentar.
De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento executivo, que é editado para minuciar a fiel
execução da lei, destaca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, encontra-se sujeito ao
controle de constitucionalidade. O que justifica a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um de-
creto regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a configurar ilegalidade, não cabendo o argumento
de que o decreto é inconstitucional porque exorbitou do poder regulamentar. Assim, havendo agressão direta à
Constituição, a lei, com certeza pode ser considerada inconstitucional, mas não o decreto que a regulamenta.
Agora, em se tratando do decreto autônomo, infere-se que este é norma primária, vindo a fundamentar-se no
próprio texto constitucional, de forma a ser possível uma agressão direta à Constituição Federal de 1988, legi-
timando desta maneira, a instauração de processo de controle de constitucionalidade. Assim sendo, podemos
citar a lição do Supremo Tribunal Federal:
Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do Chefe do Executivo advém de competência
direta da Constituição, ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso o regulamento não
se amolde ao figurino constitucional, caberá, por conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo
tribunal Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucionalidade reflexa, afastando desta forma, o
controle concentrado em ADI porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de opção. Hans Kelsen, no
debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle
difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucionalidade indireta. Não há falar-se em inconsti-
tucionalidade indireta reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adágio: ‘muita jurisdição,
resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-0/DF, Rel. Min. Marco Aurélio).
Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma
expressa a delegação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção a essa regra, o decreto autô-
nomo, diversamente do que acontece com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser objeto de
delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da República e ao Advogado
Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal.
Regulamento autorizado ou delegado
Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento apresentadas, a doutrina administrativista e
jurista também menciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou delegado.
De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário não poderá, fora dos casos previstos na Consti-
tuição, delegar de forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo, aos órgãos administra-
tivos.
Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades técnicas da Administração, contemporanea-
mente, embora haja controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a doutrina maior tem aceitado
que as competências para regular determinadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio legislador
para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do fenômeno da deslegalização, por meio do qual a normatiza-
ção sai da esfera da lei para a esfera do regulamento autorizado.
No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limitado somente a explicar, detalhar ou complemen-
tar a lei. Na verdade, ele busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas técnicas não contidas na
lei, ato que realiza em decorrência de expressa determinação legal.
Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser confundido com o regulamento autônomo. Isso
ocorre, porque, ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição, aquele é amplamente depen-
dente de expressa autorização contida na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução porque,
embora seja um ato normativo secundário que retira sua força jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem
jurídica, ao contrário do que ocorre com este último no qual sua destinação é apenas a de detalhar a lei para
que seja fielmente executada.
Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de regulamento autorizado para matéria reservada
à lei, um exemplo disso é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo em vista que afrontaria o
princípio da separação dos Poderes, pelo fato de estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa determinação constitucional estabelecendo re-

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serva legal, tem sido admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei venha a os autorizar
e estabeleça as condições, bem como os limites da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles
têm sido adotados com frequência para a fixação de normas técnicas, como por exemplo, daquelas condições
determinadas pelas agências reguladoras.
Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível fazer a distinção entre os regulamentos jurídi-
cos ou normativos e os regulamentos administrativos ou de organização.
Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam regras ou normas para o exterior da Admi-
nistração Pública, que passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece com as normas
inseridas no poder de polícia. No condizente aos regulamentos administrativos ou de organização, denota-se
que estes estabelecem normas sobre a organização administrativa ou que se relacionam aos particulares que
possuem um vínculo específico com o Estado, como por exemplo, os concessionários de serviços públicos ou
que possuem um contrato com a Administração.
De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece destaque em relação à distinção entre os mencio-
nados institutos, é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à liberdade e aos direitos dos
particulares sem uma relação específica com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor grau
de discricionariedade em relação aos regulamentos administrativos.
Esquematicamente, temos:

ESPÉCIES Regulamentos jurídicos ou nor-


DE mativos
REGULA-
MENTO
QUANTO Regulamentos administrativos
AOS ou de organização
DESTINATÁ-
RIOS

Poder de Polícia
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado para estabelecer regras restritivas e condicio-
nadoras do exercício de direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o interesse público.
Limites
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim como todo ato administrativo, mesmo sendo
discricionário, está eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos fins, aos motivos ou ao
objeto.
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de polícia seja considerado legítimo, deve respeitar
uma relação de proporcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim sendo, a medida de polícia não po-
derá ir além do necessário com o fito de atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos por exemplo,
a hipótese de um estabelecimento comercial que somente possuía licença do poder público para atuar como
revenda de roupas, mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier de costura. Caso os fiscais com-
petentes, na constatação do fato, viessem a interditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal medida seria
desproporcional, tendo em vista que, para por fim à irregularidade, seria suficiente somente interditar a parte
da revenda de roupas.
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que estejam eivados de vícios de legalidade ou que se
demostrem desproporcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo Poder Judiciário por meio do controle
judicial, ou, pela própria administração no exercício da autotutela.
Prescrição
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública Federal, direta e indireta, são prescritíveis em
cinco anos a ação punitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de polícia, desde que contados
da data da prática do ato ou, em se tratando de infração de forma permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da ação punitiva da Administração também for considerado
crime, a prescrição deverá se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu art. 1.º, § 2.º.

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Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação de execução da administração pública fede-
ral relativa a crédito não tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação em vigor, desde que
devidamente contados da constituição definitiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com sua
redação incluída pela Lei 11.941/2009.
Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibilidade de prescrição intercorrente, ou seja, aque-
la que ocorre no curso do processo, quando o procedimento administrativo vir a ficar paralisado por mais de
três anos, desde que pendente de despacho ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados de
ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que haja prejuízo da apuração da responsabilidade
funcional decorrente da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º.
Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação punitiva, no caso das sanções de polícia, se
interrompe no decurso das seguintes hipóteses:
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital;
B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato; pela decisão condenatória recorrível;
C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação expressa de tentativa de solução conciliatória
no âmbito interno da Administração Pública Federal.
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de em determinadas situações específicas, quando
o interessado interromper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a suspensão do prazo prescricional para
aplicação das sanções de polícia, nos parâmetros do art. 3.º.
Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei 9.873/1999 não se aplicam às infrações de nature-
za funcional e aos processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do art. 5.º.
Atributos
Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder de polícia: a discricionariedade, a autoexecuto-
riedade e a coercibilidade. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas características estão presentes de
forma simultânea em todos os atos de polícia.
Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada atributo:
Discricionariedade
Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em relação à conveniência e oportunidade do exer-
cício do poder de polícia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de polícia seja a regra, em
determinadas situações o exercício do poder de polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que a
autoridade responsável possa executar qualquer tipo de opção.
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, comparemos os atos de concessão de alvará de licença e
de autorização, respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença, depreende-se que o ato é vincu-
lado, significando que a licença não poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os requisitos
legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso ocorre com a licença para dirigir, para construir bem
como para exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo. Referente à hipótese de alvará de
autorização, mesmo o requerente atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou não con-
ceder a autorização, posto que esse ato é de natureza discricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e
oportunidade da autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma autorização para porte de arma,
bem como para a produção de material bélico.
Autoexecutoriedade
Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da autoexecutoriedade consiste na “faculdade de a
Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judici-
ário”. Assim, se um estabelecimento comercial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público
poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo desnecessário haver qualquer ordem judi-
cial. Ocorre, também, que tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo excesso ou desvio
de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina
majoritária afirma que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sendo elas: quando estiver
prevista expressamente em lei; ou mesmo não estando prevista expressamente em lei, se houver situação de
urgência que demande a execução direta da medida. O que infere que, não sendo cumprido nenhum desses

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requisitos, o ato de polícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exemplo, o de ato de polí-
cia que não contém autoexecutoriedade, como o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias.
Nesse caso específico, se o poder público tiver a pretensão de cobrar o mencionado valor, não poderá fazê-lo
de forma direta, sendo necessário que promova a execução judicial da dívida.
A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que alguns autores dividem o atributo da
autoexecutoriedade em dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a executoriedade (privilège
d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibilidade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar decisões
executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a concordância destes, e a executoriedade,
que consiste na faculdade de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a necessidade de
intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando for preciso, do emprego direto da força pública. Imagine-
mos como exemplo, um depósito antigo de carros que esteja ameaçado de desabar. Nessa situação específica,
a Administração pode ordenar que o proprietário promova a sua demolição (exigibilidade). E não sendo a ordem
cumprida, a própria Administração possui o poder de mandar seus servidores demolirem o imóvel (executorie-
dade).
Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que a exigibilidade se encontra relacionada com
a aplicação de meios indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilidade de licenciamento
de veículo enquanto não forem pagas as multas de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de
meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, da apreensão de mercadorias, da interdição
de estabelecimento e da demolição de prédio.
Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente em todas as medidas de polícia, ao contrário da
executoriedade, que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou em situações de urgência.

Coercibilidade
É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja imposto ao particular, concordando este, ou
não. Em outras termos, o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está consignado à de-
pendência da concordância do particular para que tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é
indissociável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoexecutável pelo fato de ser dotado de
força coercitiva.
Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida como a obrigatoriedade do ato para os seus desti-
natários, acaba se confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do desdobramento do atributo
da autoexecutoriedade.
Poder de polícia originário e poder de polícia delegado
Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes
federativos, tendo como fundamento a própria repartição de competências materiais e legislativas constante na
Constituição Federal Brasileira de 1988.
Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz referência ao poder de polícia atribuído às
pessoas de direito público da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser feita por intermédio de
lei do ente federativo que possua o poder de polícia originário.
Como uma das mais claras manifestações do princípio segundo o qual o interesse público se sobrepõe ao
interesse privado, no exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações e omissões inde-
pendentemente das suas vontades. Tal possibilidade envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara
manifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão presentes características ínsitas ao regime jurí-
dico de direito público, o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de delegação do poder
de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
Esquematizando, temos:

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA


DISCRICIO- AUTOEXECU- COERCIBILI-
NARIEDADE TORIEDADE DADE

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Liberda-
Faculdade de
de de escolha
a Administração
da autoridade Faz com
decidir e execu-
pública em re- que o ato seja
tar diretamente
lação à con- imposto ao
sua decisão por
veniência e particular, con-
seus próprios
oportunidade cordando este,
meios, sem in-
do exercício do ou não.
tervenção do Ju-
poder de polí-
diciário.
cia.

Uso e abuso de poder


De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece de forma legítima quando desempenhado
pelo órgão competente, desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em atendimento à con-
secução dos fins públicos.
No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder, venha a ultrapassar os limites de sua compe-
tência ou o utilize para fins diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se que houve abuso de
poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocorre tanto por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma
coisa que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por meio do qual se deixa de fazer algo
que deveria ser feito.
Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
• Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a autoridade atua extrapolando os limites da sua
competência.
• Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a autoridade vem a praticar um ato que é de sua
competência, porém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária ao interesse público como
um todo.
Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder pode ser devidamente invalidado pela própria
Administração por intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle judicial.

Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos

Conceito
A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo, várias regras de organização do Estado bra-
sileiro, dentre elas, as concernentes à Administração Pública e seus agentes como um todo.
A designação “agente público” tem sentido amplo e serve para conceituar qualquer pessoa física exercente
de função pública, de forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou administrativa, com investidura
definitiva ou transitória.

Espécies (classificação)
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as categorias de agentes públicos: agentes políticos,
servidores públicos civis, militares e particulares em colaboração com o serviço público.
Vejamos cada classificação detalhadamente:
Agentes políticos
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbência de propor ou decidir as diretrizes políticas
dos entes públicos. Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal, estadual e municipal
e de seus auxiliares diretos, quais sejam, os Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder Legis-
lativo como Senadores, Deputados e Vereadores.
De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo, com exceção dos Ministros e Secretários que

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são ocupantes de cargos comissionados, de livre nomeação e exoneração.
Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar de forma ampla a categoria de agentes políticos,
de forma a transparecer que os demais agentes que exercem, com alto grau de autonomia, categorias da sobe-
rania do Estado em decorrência de previsão constitucional, como é o caso dos membros do Ministério Público,
da Magistratura e dos Tribunais de Contas.
Servidores Públicos Civis
De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas que prestadoras de serviços às entidades
federativas ou as pessoas jurídicas da Administração Indireta em função da relação de trabalho que ocupam e
com remuneração ou subsídio pagos pelos cofres públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas
jurídicas.
Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públicos em civis e militares. Pelo fato de termos
adotado a classificação aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores militares como
sendo uma categoria à parte, designando-os apenas de militares, e, por conseguinte, usando a expressão ser-
vidores públicos para se referir somente aos servidores públicos civis.
De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos, os servidores públicos civis podem ser subdivi-
didos da seguinte maneira:
Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos pelo regime estatutário.
Servidores ou empregados públicos: são os servidores contratados sob o regime da CLT e ocupantes de
empregos públicos.
Servidores temporários: são os contratados por determinado período de tempo com o objetivo de atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público. Exercem funções públicas, mas não ocupam cargo
ou emprego público. São regidos por regime jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade federativa.
Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os militares eram tratados como “servidores militares”.
Militares são aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha, o Exército e a Aeronáutica,
às Polícias Militares ou aos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios, que
estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pelos cofres públicos. Por estarem submetidos a um
regime jurídico estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submetidos à regras jurídicas diferentes
das aplicadas aos servidores civis estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma categoria
propícia de agentes públicos.
Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares alguns direitos sociais conferidos aos traba-
lhadores de forma geral, são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas com acréscimo ao
menos um terço da remuneração normal; licença à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade e
assistência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o nascimento até cinco anos de idade em creches
e pré-escolas.
Ademais, os servidores militares estão submetidos por força da Constituição Federal a determinadas regras
próprias dos servidores públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório, irredutibilidade de vencimentos,
dentre outras peculiaridades.
Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas algumas vedações que constituem direito dos de-
mais agentes públicos, como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como da greve e, quando estiverem
em serviço ativo, da filiação a partidos políticos.

Cargo, Emprego e Função Pública


Para que haja melhor organização na Administração Pública, os servidores públicos são amparados e orga-
nizados a partir de quadros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, empregos e funções públicas
de um mesmo ente federado, de uma pessoa jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos internos.
Cargo
O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei 8.112/1990 conceitua cargo público como “o con-
junto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um
servidor”. Via de regra, podemos considerar o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional da
Administração Pública a ser preenchido por um servidor público.

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Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, transformados e extinguidos por força de lei.
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do Poder Executivo, dispor sobre a criação, trans-
formação e extinção de cargos, empregos e funções públicas.
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não depende de temos exatos de lei, mas, sim de
uma norma que mesmo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou veto do chefe do Executivo. É
o que chamamos de Resoluções, que são leis sem sanção.
A despeito da criação de cargos, vejamos:
a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do Ministério Público a lei em questão, partirá de
iniciativa dos respectivos Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação de cargos para o Mi-
nistério Público.
c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou transformados por atos normativos de âmbito
interno desse Poder (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se estiverem vagos, podem ser extintos por
intermédio de lei ou por decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver ocupado, só po-
derá ser extinto por lei.
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Vejamos:
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes podem percorrer várias classes ao longo da
sua vida funcional, em razão do regime de progressão do servidor na carreira.
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus titulares.
Em relação às garantias e características especiais que lhe são conferidas, os cargos podem ser classifica-
dos em vitalícios, efetivos; e comissionados. Vejamos:
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de permanência aos seus ocupantes. De forma geral,
a nomeação para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público.
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se des-
tinam apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de maneira temporária, em
função da confiança depositada pela autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo,
a critério da autoridade nomeante.

Emprego
Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito de serem ocupadas por servidores regidos
sob o regime da CLT, que também chamados de celetistas ou empregados públicos.
A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se
que o vínculo jurídico do empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do servidor titular de
cargo público é de natureza estatutária.
No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
bem como em suas autarquias e fundações públicas de direito público, levando em conta a restauração da
redação originária do caput do art. 39 da CF/1988 (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado
é o estatutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência entre o regime estatutário e o celetista relativo
aos entes que, anteriormente à concessão da medida cautelar mencionada, tenham realizado contratações e
admissões no regime de emprego público. No tocante às pessoas de Direito Privado da Administração Indireta
como as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado, infere-se
que somente é possível a existência de empregados públicos, nos termos legais.

Função Pública
Função pública também é uma espécie de ocupação de agente público. Denota-se que ao lado dos cargos e
empregos públicos existem determinadas atribuições que também são exercidas por servidores públicos, mas

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no entanto, essas funções não compõem a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego público, como
por exemplo, das funções exercidas por servidores contratados temporariamente, em razão de excepcional
interesse público, com base no art. 37, IX, da CFB/88.
Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias, desempenhando suas funções sem titularizar cargo ou
emprego público. Além disso, existem funções de chefia, direção e assessoramento para as quais o legislador
não cria o cargo respectivo, já que serão exercidas com exclusividade por ocupantes de cargos efetivos, nos
termos do art. 37, V, da CFB/88.
Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da CFB/88, da mesma forma que previsto para os
cargos em comissão, as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e asses-
soramento.

Regimente Jurídico

Provimento
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo servidor. Além disso, é um ato administrativo por
intermédio do qual ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo as funções a ele específicas
e inerentes a uma determinada pessoa. Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de
cargos públicos em dois grupos. São eles:
Provimento originário: é ato administrativo que designa um cargo a servidor que antes não integrava o qua-
dro de servidores daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública.
O provimento originário é a única forma de nomeação reconhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro,
isso, é claro, ressalte-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e
títulos, obedecidos, nos termos da lei, a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque-se que o
momento da nomeação configura discricionariedade do administrador, na qual devem ser respeitados os pra-
zos do concurso público, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90, devendo, por conseguinte, ainda ser
feita uma análise a respeito dos requisitos para a ocupação do cargo.
Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este ato não lhe atribui a qualidade de servidor
público, mas apenas a garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne servidor público, o particular
deverá assinar o termo de posse, se submetendo a todas as normas estatuárias da instituição.
O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a investidura no cargo acontece com a posse nos ter-
mos do art. 7°da Lei 8.112/90.
De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse é de 30 (trinta) dias, contados a partir da pu-
blicação do ato de provimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a devida comprovação, a
legislação admite que a posse ocorra por meio de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° da
lei 8.112/90.
Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o servidor público federal terá o prazo máximo de 15
(dias) dias para iniciar a exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1° do Estatuto dos Servidores
Públicos da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo res-
peitado este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos:
Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para
função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art.
18. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97).
Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para posse, no prazo de determinado por lei, não
ocorrerá exoneração, tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de servidor. Assim sendo, o
ato de nomeação se torna sem efeito, vindo a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação.
Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a um servidor que já tenha uma relação anterior
com a Administração Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em que pretende assumir o novo
cargo. Denota-se que provimento derivado somente será possível de ser concretizado, se o agente provier de
outros cargos na mesma carreira em que houve provimento originário anterior. Não pode haver provimento
derivado em outra carreira.

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Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público de provas ou de provas e títulos, para que se
faça novo provimento originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira por meio de pro-
vimento derivado violaria os princípios da isonomia e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos
de forma defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula vinculante nº 43 do Supremo Tribunal
Federal
Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido.
Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado permitidas no ordenamento Jurídico Brasi-
leiro e suas características específicas. Vejamos:
Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira ensejando a garantia de o servidor público ocupar
cargos mais altos, na carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade e merecimento. Para que isso
ocorra, é necessário que ele tenha ingressado, mediante aprovação em concurso público no serviço público,
bem como mediante assunção de cargo escalonado em carreira.
Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira deve ser realiza por critérios de antiguidade e
merecimento e de forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento.
Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível assumir um cargo em outra carreira mais ele-
vada. Como por exemplo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o cargo de analista do mesmo
órgão. Isso não é possível, uma vez que tal situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem a
realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi abolida pela Constituição Federal de 1988.
Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação disposta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveita-
mento do servidor em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por este na capacidade física
ou mental. Em ocorrendo esta hipótese, o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo, no
qual as funções sejam compatíveis com as limitações que sofreu em sua capacidade laboral, dependendo a
verificação desta limitação mediante a apresentação de laudo laboral expedido por junta médica oficial, que
ateste demonstrando detalhadamente a impossibilidade de o agente se manter no exercício de suas atividades
de trabalho.
Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de vencimentos, não podendo haver alteração do
subsídio recebido pelo servidor em virtude da readaptação.
Observação importante: esta modalidade de provimento derivado independe da existência de cargo vago na
carreira, porque ainda que este não exista, o servidor sempre terá direito de ser readaptado e poderá exercer
suas funções no novo cargo como excedente. Caso não haja nenhum cargo na carreira, com funções compa-
tíveis, o servidor poderá ser aposentado por invalidez. Para que haja readaptação, não há necessidade de a
limitação ter ocorrido por causa do exercício do labor ou da função. A princípio, independentemente de culpa, o
servidor tem direito a ser readaptado.
Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servidor de alguma forma, deixou de atuar no labor
das funções de cargo específico e retorna às suas atividades. Esse provimento pode ocorrer de quatro formas.
São elas:
a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retorno do servidor público aposentado ao exercício
do cargo público. A reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez, quando cessarem os moti-
vos da invalidez. Neste caso, por meio de laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que os
motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram insubsistentes, do que resulta a obrigatorieda-
de de retorno do servidor ao cargo.
Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado de forma voluntária. Dessa maneira, atendidos
os requisitos dispostos em lei, a legislação ordena que havendo interesse da Administração Pública, que o
servidor tenha requerido a reversão, que a aposentadoria tenha sido de forma voluntária, que o agente público
já tivesse, antes, adquirido estabilidade quando no exercício da atividade, que a aposentadoria tenha se dado
nos cinco anos anteriores à solicitação e também que haja cargo vago, no momento da petição de reversão.
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer o retorno do servidor público estável ao cargo
que ocupava anteriormente, em decorrência da anulação do ato de demissão.

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Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a demissão do servidor estável por decisão judicial ou
administrativa, ponderando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por tudo que deixou de ganhar
em consequência da demissão ilegal.
c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, trata-se a recondução do retorno do servidor ao
cargo anteriormente ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses:
• Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro cargo: quando o servidor público retorna à carreira
anterior na qual já havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do serviço público.
• Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação exposta, na situação prática apresentada ante-
riormente, através da qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é posteriormente reintegrado.
Observação importante: A recondução não gera direito à percepção de indenização, em nenhuma das duas
hipóteses. Assim, o servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a remuneração deste cargo.
d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se encontra em disponibilidade, para assumir cargo
com funções compatíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto o cargo que antes ocupava.
Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a extinção ou declaração de desnecessidade de de-
terminado cargo público, o servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser demitido ou exonerado,
mas sim ser removido para a disponibilidade. Nesses casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma
temporária, mantendo o vínculo com a administração pública.
Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilidade, porém, por lei, o servidor tem a garantia de
que, surgindo novo cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento será obrigatório.
Observação importante: o aproveitamento é obrigatório tanto para o poder público quanto para o agente.
Isso ocorre porque a Administração Pública não pode deixar de executar o aproveitamento para nomear novos
candidatos, da mesma forma que o servidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo a recusar o
aproveitamento.

Vacância
As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do cargo público. Vacância é o termo utilizado
para designar cargo público vago. É um fato administrativo que informa que o cargo público não está provido e
poderá preenchido por novo agente.
A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas:
a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado pela Administração Pública, o servidor público
passa para a inatividade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a aposentadoria pode-se dar
voluntariamente, compulsoriamente ou por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas para que
tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas seguintes maneiras:
• Falecimento
Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse do servidor ou da Administração Pública, torna
inevitavelmente inviável a ocupação do cargo.
• Exoneração
Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder público ocorre por situação prevista em lei,
sem penalidades, dando fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse.
Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do servidor, situação na qual, por vontade do agente
público, o vínculo se restará desfeito e o cargo vago.
b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor cometer infração funcional, prevista em lei e
será punível com a perda do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90 em forma de sanção apli-
cada ao servidor que cometer.
Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que são configuradas como condutas consideradas graves.
Em determinados casos, definidos pelo legislador, a demissão proporá de forma automática a indisponibilidade
dos bens do servidor até que esse faça os devidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando de situações mais
extremas, o legislador vedará por completo a o retorno do servidor ao serviço público.

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A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo disciplinar no qual se observe o direito ao
contraditório e a ampla defesa.
c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada em inspeção minuciosa-
mente realizada por junta médica oficial do órgão competente.
O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde que seja com funções compatíveis com sua
nova situação, deverá retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação ensejará o provimento
de um cargo e, por conseguinte, a vacância de outro, acopladas num só ato.
d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público, por antiguidade e merecimento, alternadamen-
te, passa a assumir cargo mais elevado na carreira de ingresso.
e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servidor tomar posse em cargo ou emprego público
de carreira nova, mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, de forma que o
novo cargo não seja acumulável com o primeiro.
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida pela Carta Magna de acumulação de cargos e em-
pregos públicos, será necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não fazendo o servidor a opção,
após a concessão de prazo de dez dias, por conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da lei,
processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da penalidade de demissão do servidor.

Efetividade
A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo que a estabilidade é a garantia constitucional
disposta no art.14, que garante a permanência no serviço público outorgada ao servidor que, no ato de nome-
ação por concurso público para cargo de provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio probatório
e aprovado numa avaliação específica e especial de desempenho, a efetividade é a situação jurídica daquele
servidor que ocupa cargo de provimento efetivo.
Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser titularizados por servidores estatutários. Sua
nomeação depende explicitamente da aprovação em concurso público.
Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo de provimento efetivo, já é considerado um ser-
vidor efetivo. Entretanto, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua permanência no serviço público,
a estabilidade, depois de três anos de exercício, desde que seja aprovado no estágio probatório.

Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções


Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados, transformados ou extintos por determinação
de lei. Cabe ao Poder Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, dispor sobre a criação,
transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas.
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, o processo de criação não depende apenas de lei, mas sim
de uma norma que mesmo apesar de possuir a mesma hierarquia de lei, não está na dependência de delibe-
ração executiva com sanção ou veto do chefe do Executivo. Referidas normas, em geral, são chamadas de
Resoluções.
Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela denominação, as atribuições e a remunera-
ção correspondentes aos cargos públicos, nos termos da lei.
Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria, extingue ou transforma cargos. A despeito
da criação de cargos, vejamos:
Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do Ministério Público a lei em questão, partirá de
iniciativa dos respectivos Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação de cargos para o Mi-
nistério Público.
Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou transformados por atos normativos de âmbito
interno desse Poder (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se estiverem vagos, podem ser extintos por

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intermédio de lei ou por decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver ocupado, só po-
derá ser extinto por lei.
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Vejamos:
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes podem percorrer várias classes ao longo da
sua vida funcional, em razão do regime de progressão do servidor na carreira.
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus titulares.
Em relação às garantias e características especiais que lhe são conferidas, os cargos podem ser classifica-
dos em vitalícios, efetivos; e comissionados. Vejamos:
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de permanência aos seus ocupantes. De forma geral,
a nomeação para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público.
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se des-
tinam apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de maneira temporária, em
função da confiança depositada pela autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo,
a critério da autoridade nomeante.
Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções públicas só podiam ser extintos por deter-
minação de lei. Entretanto, a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art. 84, VI, “b”, da CF,
passando a legislar admitindo que o Presidente da República possa extinguir funções ou cargos públicos por
meio de decreto, quando estes se encontrarem vagos.
O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria, a consequência é que os Governadores e Pre-
feitos, se houver semelhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas, também
podem extinguir por decreto funções ou cargos públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções públicas, embora sejam criados por lei, poderão
ser extintos por lei ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo estiver ocupado, só po-
derá ser extinto através de lei, uma vez que não se admite a edição de decreto com essa finalidade.

Remuneração
A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art. 37, a seguinte redação:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse dispositivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência
de lei específica para que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em sentido amplo de todos os
servidores públicos. Isso significa que cada alteração de remuneração de cargo público deverá ser feita através
da edição de lei ordinária específica para tratar desse assunto.
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 7 menciona, é um tipo de remuneração inserida em
nosso ordenamento jurídico através da EC 19/1998, que é de medida obrigatória para alguns cargos e faculta-
tiva para outros.
Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, o subsídio deverá ser “fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espé-
cie remuneratória”. No estudo desse paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie remunera-
ção em sentido amplo.
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha usado o termo “vencimento”, convém anotar que
este é usado com frequência para indicar a remuneração dos servidores estatutários que não percebem sub-
sídio.
Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados um tipo de remuneração em sentido amplo.
São compostos pelo vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens pecuniárias estabelecidas
em lei.

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Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao determinar “a remuneração dos servidores públicos
e o subsídio”, está, em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, vencimentos e subsídios que os
servidores públicos estatutários podem receber.
Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo citado dispositivo, posto que este trata-se do nome
usado para o pagamento ou quitação de serviços profissionais prestados em uma relação de emprego quando
a mesma é sujeita ao regime trabalhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das Leis do Traba-
lho. Assim sendo, entende-se que os empregados públicos recebem salário.
Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege, para que a iniciativa privativa das leis que
fixem ou alterem as remunerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com a Constituição, atinente
às principais hipóteses de iniciativa de leis que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, podemos
resumir das seguintes formas:

CARGO DO PO- A iniciativa é privativa do


DER
Presidente da República
EXECUTIVO FE-
DERAL (CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”);
CARGOS DA CÂ-
MARA a iniciativa é privativa des-
DOS DEPUTA- sa Casa (CFB, art. 51, IV);
DOS
CARGOS DO
a iniciativa é privativa des-
SENADO
sa Casa (CF, art. 52, XIII);
FEDERAL
Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Jus-
tiça propor ao Poder Legislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes
forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferio-
res, onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ).
Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais, dos senadores, do Presidente e do Vice-
-Presidente da República e dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso Nacional e não
se encontra sujeita à sanção ou veto do Presidente da República. Nesse sentido específico, em virtude de
previsão constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é realizada por meio de lei, mas sim por
intermédio de Decreto Legislativo do Congresso Nacional.
Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribunal Federal, esse órgão entende que a conces-
são da revisão geral anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve ser efetivada por intermé-
dio de lei de iniciativa privativa do Poder Executivo de cada Federação.
O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final, garante a” revisão geral anual” da remune-
ração e do subsídio dos “servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de índices.
A Constituição da República em seu texto original, usava os termos “servidor público civil” e “servidor público
militar”. No entanto, a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões deixaram de existir e o texto cons-
titucional passou a se referir aos servidores civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores militares,
apenas como “militares.
Também em seu texto original e primitivo, a Constituição Federal de 1988 determinava a obrigatoriedade do
uso de índices de revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis e para servidores públicos
militares (expressões usadas antes da EC 18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou da
EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”, o que leva a entender que o preceito nele con-
tido não pode ser aplicado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais como espécie do gênero
“servidores públicos”.
A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por período revisional. Esse ato também faz parte
do contido na EC 19/1998.
O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o fulcro de recompor o poder de compra da
remuneração do servidor, devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar de aumento real

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da remuneração ou do subsídio, mas somente de um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às
vezes, de “aumento impróprio”.
Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que o dispositivo constitucional em exame
menciona, não é implantada mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as reestruturações de
carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais, pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem
ligação com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral, de forma adversa das reestrutura-
ções de carreiras, tem o condão de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os Poderes da
Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a cada ano.
Registre-se que a remuneração do servidor público é submetida aos valores mínimo e máximo.
Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos servidores públicos a mesma garantia que é dada
aos trabalhadores em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser inferior ao salário míni-
mo. No entanto, tal garantia se refere ao total da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base.
Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante 16.
Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo não foi assegurada pela Constituição Federal
aos militares. Para o STF, a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao fornecimento das condi-
ções materiais para a correta prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, denota-
-se que os militares são enquadrados em um sistema que não se confunde com o que se aplica aos servidores
civis, uma vez que estes têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios (RE 570177/MG).
Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema Corte editou a Súmula Vinculante 6, por meio da
qual afirma que “não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as
praças prestadoras de serviço militar inicial”.
Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto remuneratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada
pela EC 41/2003. Vejamos:
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su-
premo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público,
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto ao afirmar que estão submetidos ao teto a remu-
neração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autár-
quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
outra natureza. Referente às parcelas de caráter indenizatório, estas não serão computadas para efeito de
cálculo do teto remuneratório.
Perceba que a regra do teto remuneratório também e plenamente aplicável às empresas públicas e às socie-
dades de economia mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF).
No entanto, se essas entidades não vierem a receber recursos públicos para a quitação de despesas de custeio
e de pessoal, seus empregados não estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF.
Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se existente um teto geral remuneratório que deve ser
aplicado a todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo este, o subsídio dos Minis-
tros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, referente a esse teto geral, existem tetos específicos aplicáveis
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que a remuneração dos servidores públicos não

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podem exceder o subsídio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode ultrapassar os limites a
seguir:
Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais;
Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado este a
90,25% do subsídio dos Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é nos termos da Lei, aplicável aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não integrem
o Poder Judiciário.
Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna, no art. 37, § 12 com redação incluída pela EC
47/2005, facultou a cada um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório local único, sendo ele
o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio
dos Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem adotar o subteto único, deverão realizar tal
tarefa por meio de emenda às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei Orgânica do Distrito Federal.
Entretanto, em consonância com a Constituição Federal, o limite local único não deve ser aplicado aos subsí-
dios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração dos agentes públicos não poder exceder o teto
geral e também não pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto municipal.
Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em seu bojo a regra de que “os vencimentos dos
cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo”
(art. 37, XII, da CF). No entanto, esta norma tem sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo gené-
rico, ao contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88, que explicitamente estabelece limites precisos
para os tetos remuneratórios.

Direitos e deveres
Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes públicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe
sobre o regime jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais, é importante explanar que além do vencimento - base, a lei prevê que o servidor federal poderá rece-
ber vantagens pecuniárias, sendo elas:

Indenizações
Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de despesas que tenham tido por motivo do exercício
de suas funções. São previstos por determinação legal, os seguintes tipos de indenizações a serem pagas ao
servidor federal:
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de instalação do servidor que, a trabalho em prol
do interesse do serviço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança de domicílio em caráter
permanente.
A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não sendo servidor da União, for nomeado para
cargo em comissão, com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida ajuda de custo ao servi-
dor que em virtude de mandato eletivo se afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo.
O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a remuneração do servidor, e não pode exceder a im-
portância correspondente a três meses de remuneração.
Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado pela ajuda de custo que também seja servidor
e, a qualquer tempo, passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companheiro, não é permitido
pela legislação que ocorra o pagamento de uma segunda ajuda de custo.
Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as despesas de transporte do servidor e de sua fa-
mília, deverão ser arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família, por conseguinte, fará jus à ajuda de custo
bem como de transporte para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado do óbito.
Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina que o servidor ficará obrigado a restituir a

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ajuda de custo quando, sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias.
Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo somente é devida aos servidores que, no
interesse da Administração, forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, parágrafo único, I, da Lei
8.112/1990. No entanto, quando a remoção ocorrer em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda
de custo não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público passar a ter exercício em nova sede, com
mudança de domicílio em caráter permanente, por meio de processo seletivo de remoção, não terá direito à
percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no REsp 1.531.494/SC).

Diárias
São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto
do território nacional ou para o Exterior, que também fará jus a passagens destinadas a indenizar as despesas
extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.
As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos eventuais ou transitórios. Assim, o servidor
não fará jus a diárias se o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo (art. 58, § 2º).
Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração
urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de con-
trole integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servido-
res brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias
pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exi-
gir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas
por diárias (art. 58, § 1º).
Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não se afastar da sede, será obrigado a restituí-las
em valor integral no prazo de cinco dias.
Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do previsto, também ficará obrigado a devolver as
diárias percebidas em excesso no prazo de cinco dias.
a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no exercício de serviço de interesse público realizar
despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das
atribuições próprias do cargo (art. 60 da Lei 8.112/90).
b) Auxílio - moradia: é o ressarcimento das despesas devidamente comprovadas e realizadas pelo servidor
público com aluguel de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem devidamente administrado por em-
presa hoteleira, no decurso do prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
Para fazer jus ao recebimento do auxílio - moradia, o servidor deverá atender a alguns requisitos cumulativos
previstos na lei (art. 60-B). Vejamos:
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio - moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela
Lei nº 11.355, de 2006).
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador,
cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese
de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006).
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio - moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355,
de 2006).
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confian-
ça do Grupo - Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro
de Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipó-

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teses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355,
de 2006).
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde
for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias
dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007).
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando
outro cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).

Gratificações
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de estipêndio, que acopladas ao vencimento consti-
tuem a remuneração do servidor público.
Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se que, além do vencimento e das indeniza-
ções, poderão ser deferidas aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações e adicionais:
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo
efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de
Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição será fixado por
lei específica.
b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador da iniciativa privada, ou pública sendo cal-
culada à razão de 1/12 da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício
no respectivo ano. Para efeito de pagamento da gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de
exercício será considerada como mês integral.
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas: O adicional de insalubridade é
devido aos servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provocam a deterioração da
sua saúde. Em relação ao adicional de periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
habitualmente colocam em risco a sua vida.
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele exercido além da jornada ordinária de traba-
lho do servidor.
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação
à hora normal de trabalho.
(art. 73). No entanto, somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e
temporárias, respeitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74).
e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia
seguinte. O servidor que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno, cujo valor corres-
ponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado como
uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e trinta segundos (art. 75).
f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e disciplinado no art. 76 do estatuto funcional.
Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, um adicional corres-
pondente a 1/3 da remuneração do período das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do
adicional de férias.
h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito assegurado ao servidor que, em caráter eventual,
se encaixar nas hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol-
vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discur-
sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; par-
ticipar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento,

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coordenação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições permanentes e participar da aplicação, fiscalizar
ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contemplava o pagamento do adicional por tempo de
serviço. Entretanto, o dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado. Contemporaneamente,
esta vantagem é paga somente aos servidores que à época da revogação restavam munidos de direito adqui-
rido à sua percepção.

Adicionais
Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à saúde dos trabalhadores com caráter transitório,
enquanto durar a exposição aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público, podemos resumi-los da
seguinte forma:
a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas: O adicional de insalubridade é
devido aos servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provocam a deterioração da
sua saúde. Em relação ao adicional de periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
habitualmente colocam em risco a sua vida.
b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele exercido além da jornada ordinária de traba-
lho do servidor.
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação
à hora normal de trabalho.
No entanto, somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e tempo-
rárias, respeitado o limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74.
c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia
seguinte. O servidor que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno, cujo valor corres-
ponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado como
uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e trinta segundos (art. 75).
d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Inde-
pendentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, um adicional correspondente
a 1/3 da remuneração do período das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou asses-
soramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
férias.
e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores que estejam em exercício de suas funções em
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
fixados em regulamento (art. 71).
Observação importante: O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação
das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, § 2º).
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá op-
tar por um deles, não podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º).

Férias
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem ao direito do servidor a um período de descan-
so anual remunerado, por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. Esse direito do servidor
está garantido pela Constituição Federal, porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990.
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada ano, que por sua vez, podem ser acumuladas
até o máximo de dois períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, com exceção das hipóteses
em que haja legislação específica (art. 77). Entretanto, o servidor que opera direta em permanência constante
com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, terá direito ao gozo de 20 dias consecutivos de férias
semestrais de atividade profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a acumulação desses períodos (art.
79).
Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º).

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É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de exercício
(art. 77, § 1º); a partir daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício.
Infere-se que o gozo do período de férias é decisão exclusivamente discricionária da administração, que só
o fará se compreender que o pedido atende ao interesse público.
No condizente à remuneração das férias, depreende-se que esta será acrescida do adicional que correspon-
da a 1/3 incidente sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de férias, com o acréscimo
do adicional, poderá ser efetuado até dois dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78).
Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor receberá o adicional de férias somente após
utilizado o primeiro período (art. 78, § 5º).
Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, terá o direito de receber indenização
relativa ao período das férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata proporção de um doze
avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda de fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso,
a indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório
(art. 78, § 4º).
Observação importante: o STJ vem aplicando de forma pacífica o entendimento de que, ocorrendo vacância,
por posse em outro cargo inacumulável, sem solução de continuidade no tempo de serviço, o direito à fruição
das férias não gozadas nem indenizadas transfere-se para o novo cargo, ainda que este último tenha remune-
ração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe
20.10.2008).
Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser gozadas sem quaisquer tipos de interrupção.
Entretanto, como exceção, a lei estabelece dispositivo que determina que as férias somente poderão ser inter-
rompidas nas seguintes hipóteses art. 80 da Lei 8112/90:
a) calamidade pública;
b) comoção interna;
c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

Licenças
São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se afastar das suas atividades, com ou sem remu-
neração, de acordo com o tipo de licença.
A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III - para o serviço militar;
IV - para atividade política;
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista;
VIII - para tratamento de saúde;
IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
X - Licença à Gestante (art. 207);
XI - Licença à Adotante (art. 210);
XII – Licença Paternidade (art. 208).

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Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte explanação:
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser
prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do dis-
posto no inciso II do art. 44.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze
meses nas seguintes condições:
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira li-
cença concedida.
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorro-
gações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá
ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze
meses nas seguintes condições:
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira li-
cença concedida.
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorro-
gações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá
ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º.
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício
provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o
exercício de atividade compatível com o seu cargo.
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas
na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reas-
sumir o exercício do cargo.
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua es-
colha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura
perante a Justiça Eleitoral.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo
de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença,
assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-
-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso
de capacitação profissional.
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde
que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração.

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Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse
do serviço.
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em
confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou
entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade coo-
perativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alí-
nea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites:
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores;
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores;
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.
§ 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direção ou de representação nas
referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente.
§ 2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição.
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em
perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo
da remuneração.
§ 1º . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição
médica.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame médico,
e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso re-
munerado.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias
consecutivos.
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante
a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão conce-
didos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo
de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço.
Observação importante: a licença-prêmio não faz mais parte do rol dos direitos dos servidores federais e foi
suprimida pela Lei 9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor, encerrado cada quinquênio ininterrupto
de serviço, pudesse gozar, como prêmio pela assiduidade de três meses de licença, com a remuneração do
cargo efetivo. A legislação vigente à época facultava ao servidor gozar a licença ou contar em dobro o período
da licença para efeito de aposentadoria (o que atualmente não é mais possível, já que a EC 20/1998 proibiu
a contagem de tempo de contribuição fictício para aposentadoria). Entretanto, em análise ao caso específico
daqueles que adquiriram legitimamente o direito antes da supressão legal, o STJ entende pacificamente que “o
servidor aposentado tem direito à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada e contada em dobro,
sob pena de enriquecimento sem causa da Administração Pública” (AgRg no AREsp 270.708/RN).

Concessões
Três são as espécies de concessão:
a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se ausentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua
remuneração, nas seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue; por dois dias, para se

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alistar como eleitor; por oito dias consecutivos em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companheiro,
pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão de horário especial, nas seguintes situações
(art. 98): ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repar-
tição, sendo exigida a compensação de horário; ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a
necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário;ao servidor que tenha
cônjuge, filho ou dependente com deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, inde-
pendentemente da compensação de horário; ao servidor que atue como instrutor em curso instituído no âmbito
da administração pública federal ou que participe de banca examinadora de concursos, vinculado à compensa-
ção de horário a ser efetivada no prazo de até um ano.
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados à matrícula em instituições de ensino. Por
amparo legal, “ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na lo-
calidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer
época, independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse benefício se estende também “ao cônjuge
ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob
sua guarda, com autorização judicial” (art. 99, parágrafo único).

Direito de petição
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do servidor público, requerer junto aos Poderes Públi-
cos, a defesa de direito ou interesse legítimo.
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de requerimento, pedido de reconsideração ou de
recurso.
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminha-
do por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (art. 105).
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de reconsideração dirigido à autoridade que houver ex-
pedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá recurso nas seguintes hipóteses: do indeferimento
do pedido de reconsideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o
ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades, sendo encami-
nhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando continuida-
de, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente e em caso de provi-
mento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado,
nos parâmetros do art. 109, parágrafo único da Lei 8112/90.
O prazo para interposição de recurso ou de pedido de reconsideração é de 30 dias, a contar da publicação
ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida (art. 108).
Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110, em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
relações de trabalho; em 120 dias, nos demais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei.
Em relação à prescrição, merece também destaque:
Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração; o pedido de recon-
sideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111); o prazo de prescrição será contado
da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado
(art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).

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Regime jurídico do militar estadual: Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia
(Lei estadual nº 7.990, de 27 de dezembro de 2001 - arts 1º ao 59)

LEI Nº 7.990 DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001


Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
TÍTULO I
GENERALIDADES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Este Estatuto regula o ingresso, as situações institucionais, as obrigações, os deveres, direitos, ga-
rantias e prerrogativas dos integrantes da Polícia Militar do Estado da Bahia.
Art. 2º - Os integrantes da Polícia Militar do Estado da Bahia constituem a categoria especial de servidores
públicos militares estaduais denominados policiais militares, cuja carreira é integrada por cargos técnicos es-
truturados hierarquicamente.
Art. 3º - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar.
§ 1º - A hierarquia policial militar é a organização em carreira da autoridade em níveis diferentes, dentro da
estrutura da Polícia Militar, consubstanciada no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
§ 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e dispo-
sições que fundamentam o organismo policial militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico,
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
organismo.
§ 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser observados e mantidos em todas as circunstâncias da
vida, entre os policiais militares.
Art. 4º - A situação jurídica dos policiais militares é definida pelos dispositivos constitucionais que lhe forem
aplicáveis, por este Estatuto e por legislação específica e peculiar que lhes outorguem direitos e prerrogativas
e lhes imponham deveres e obrigações.
CAPÍTULO II
DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR
SEÇÃO I
DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES PARA O INGRESSO
Art. 5º - São requisitos e condições para o ingresso na Polícia Militar:
I - ser brasileiro nato ou naturalizado;
II - ter o mínimo de dezoito e o máximo de trinta anos de idade;
III - estar em dia com o Serviço Militar Obrigatório;
IV - ser eleitor e achar-se em gozo dos seus direitos políticos;
V - possuir idoneidade moral, comprovada por meio de folha corrida policial militar e judicial, na forma pre-
vista em edital;
VI - aptidão física e mental, comprovada mediante exames médicos, testes físicos e exames psicológicos,
na forma prevista em edital;
VII - possuir estatura mínima de 1,60 m para candidatos do sexo masculino e 1,55 m para as candidatas do
sexo feminino;
VIII - possuir a escolaridade ou formação profissional exigida ao acompanhamento do curso de formação a
que se candidata, na forma prevista em edital.
IX -possuir Carteira Nacional de Habilitação válida, categoria B.
Inciso IX acrescido pelo art. 6º da Lei nº 11.356, de 06 de janeiro de 2009.

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Art. 6º - O ingresso na Polícia Militar é assegurado aos aprovados em concurso público de provas ou de
provas e títulos, mediante matrícula em curso profissionalizante, observadas as condições prescritas nesta Lei,
nos Regulamentos e nos respectivos editais de concurso da Instituição.
SEÇÃO II
DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR
Art. 7º - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a
sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais militares e manifestará a sua firme disposição
de bem cumpri-los.
Art. 8º - O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado pelo policial
militar na presença da tropa, no ato de sua investidura, conforme os seguintes dizeres: “Ao ingressar na Polícia
Militar do Estado da Bahia, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente
as ordens legais das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar,
à manutenção da ordem pública e à segurança da sociedade mesmo com o risco da própria vida”.
Parágrafo único - Ao ser promovido ou nomeado ao primeiro posto, o Oficial prestará compromisso, em sole-
nidade especial, nos seguintes termos: “Perante as Bandeiras do Brasil e da Bahia, pela minha honra, prometo
cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar do Estado da Bahia e dedicar-me inteiramente ao seu serviço”.
CAPÍTULO III
DA HIERARQUIA POLICIAL MILITAR
SEÇÃO I
DA ESCALA HIERÁRQUICA
Art. 9º - Os postos e graduações da escala hierárquica são os seguintes:
I - Oficiais:
a) Coronel PM;
b) Tenente Coronel PM;
c) Major PM;
d) Capitão PM;
e) 1º Tenente PM.
II - Praças Especiais:
a) Aspirante-a-Oficial PM;
b) Aluno-a-Oficial PM;
c) Aluno do Curso de Formação de Sargentos PM;
d) Aluno do Curso de Formação de Cabos PM;
e) Aluno do Curso de Formação de Soldados PM.
Redação de acordo com o art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.
Redação original: “II - Praças Especiais:a) Aspirante a Oficial PM;b) Aluno a Oficial PM;c) Aluno do Curso de
Formação de Sargentos PM;d) Aluno do Curso de Formação de Soldados PM.”
III - Praças:
a) Subtenente PM;
b) 1º Sargento PM;
c) Cabo PM;
d) Soldado 1ª Classe PM.
Redação de acordo com o art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.
Redação original: “III - Praças:a) Sargento PM;b) Soldado PM 1ª Classe.”
Art. 10 - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado e registrado em
Carta Patente; Graduação é o grau hierárquico do Praça conferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

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§ 1º - A todos os postos e graduações de que trata este artigo será acrescida a designação “PM”.
§ 2º - Quando se tratar de policial militar dos Quadros Complementar e Auxiliar, o posto será seguido da
designação policial militar e da abreviatura da especialidade.
§ 3º - Sempre que o policial militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação,
deverá fazê-lo com as abreviaturas indicadoras de sua situação.
SEÇÃO II
DA PRECEDÊNCIA
Art. 11 - A precedência entre policiais militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela anti-
guidade no posto ou graduação e pelo Quadro, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em Lei.
§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respec-
tiva promoção ou nomeação, salvo quando for fixada outra data.
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, havendo igualdade, a antiguidade será estabelecida:
a) entre policiais militares do mesmo Quadro, pela posição, nas respectivas escalas numéricas ou registros
existentes na Instituição;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior se, ainda assim, subsistir a igualdade,
recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de praça e à data de nascimento para
definir a precedência, sendo considerados mais antigos, respectivamente, os de data de praça mais antiga e
de maior idade;
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais militares, de acordo com o regulamento do
respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas alíneas “a” e “b” deste parágrafo.
§ 3º - Nos casos de nomeação coletiva por conclusão de curso e promoção ao primeiro posto ou graduação,
prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem de classificação obtida no curso.
§ 4º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais militares da ativa têm precedência sobre os da ina-
tividade.
§ 5º - Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os policiais militares de carreira na ativa e
os convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação destes.
§ 6º - Em igualdade de posto, os Oficiais do Quadro de Segurança terão precedência sobre os Oficiais do
Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar e estes terão precedência sobre os Oficiais do Quadro Comple-
mentar de Oficiais Policiais Militares.
§ 7º - A precedência entre os Praças Especiais e aos demais é assim regulada:
a) o Aspirante Oficial é hierarquicamente superior aos praças;
b) o Aluno Oficial é hierarquicamente superior aos Subtenentes;
c) o Aluno do Curso de Formação de Sargentos é hierarquicamente superior ao Cabo.
TÍTULO II
CAPÍTULO I
DAS FORMAS DE PROVIMENTO
Art. 12 - São formas de provimento do cargo de policial militar:
I - nomeação;
II - reversão;
III - reintegração.
Art. 13 - A nomeação far-se-á em caráter permanente, quando se tratar de provimento em cargo da carreira
ou em caráter temporário, para cargos de livre nomeação e exoneração.
§ 1º - A investidura nos cargos dar-se-á com a posse e o efetivo exercício com o desempenho das atribuições
inerentes aos cargos.
§ 2º - São competentes para dar posse o Governador do Estado e o Comandante Geral da Polícia Militar.
Art. 14 - A reversão é o ato pelo qual o Policial Militar retorna ao serviço ativo e ocorrerá nas seguintes hipó-

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teses:
I - quando cessar o motivo que determinou a sua agregação, devendo retornar à escala hierárquica, ocupan-
do o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica, na primeira vaga que ocorrer;
II - quando cessar o período de exercício de mandato eletivo, devendo retornar ao mesmo grau hierárquico
ocupado e mesmo lugar que lhe competir na escala numérica no momento de sua transferência para a reserva
remunerada.
§ 1º - O Policial Militar revertido nos termos do inciso II, deste artigo, que for promovido, passará a ocupar o
mesmo lugar na escala numérica, observado o novo grau hierárquico, sendo tal previsão aplicada, tão somente,
à primeira promoção ocorrida após a reversão.
§ 2º - A competência para a reversão será:
I - da mesma autoridade que efetuou a agregação, nos termos do art. 26, desta Lei;
II - da autoridade competente para efetuar a transferência do Policial Militar para a reserva remunerada, nos
termos da legislação vigente.
§ 3º - Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o retorno ao serviço ativo deverá ocorrer no primeiro dia
útil imediatamente subsequente ao término do mandato eletivo.
§ 4º - Não poderá haver interrupção entre o momento da transferência do Policial Militar para a inatividade,
em razão do exercício de mandato eletivo, e o seu posterior retorno à Corporação, em face do disposto no in-
ciso II deste artigo.
§ 5º - O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos Policiais Militares que tenham exercido ou que se
encontrem no exercício de mandato eletivo estadual no momento da edição desta Lei, vedado o pagamento,
em caráter retroativo, de diferenças remuneratórias de qualquer natureza em decorrência da aplicação do dis-
posto neste parágrafo.
§ 6º - Para fins de reversão, prevista no inciso II deste artigo, é obrigatório que o Policial Militar não tenha
atingido a idade limite de 60 (sessenta) anos.
Redação de acordo com o art. 3º da Lei nº 11.920, de 29 de junho de 2010.
Redação original: “Art. 14 - A reversão é o ato pelo qual o policial militar agregado retorna à escala hierárqui-
ca, tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, ocupando lugar que lhe competir na respectiva
escala numérica, na primeira vaga que ocorrer.
Parágrafo único - A competência para a reversão é da mesma autoridade que efetuou a agregação, nos
termos do art. 26 desta Lei.”
Art. 15 - A reintegração é o retorno do policial militar demitido ao cargo anteriormente ocupado ou o resultan-
te de sua transformação, quando invalidado o ato de afastamento pela via judicial, por sentença transitada em
julgado, ou pela via administrativa, nos termos do art. 91 desta Lei.
CAPÍTULO II
DAS SITUAÇÕES INSTITUCIONAIS DA POLÍCIA MILITAR
Art. 16 - O policiais militares encontram-se organizados em carreira, em uma das seguintes situações insti-
tucionais:
I - na ativa:
a) os de carreira;
b) os convocados;
c) os praças especiais.
d) os agregados;
e) os excedentes;
f) os ausentes e desertores;
g) os desaparecidos e extraviados.

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II - na inatividade:
a) os da reserva remunerada;
b) os reformados.
III - os da reserva não remunerada.
Art. 17 - O policial militar de carreira é aquele que se encontra no desempenho do serviço policial militar a
partir da conclusão com aproveitamento, do respectivo curso de formação.
Art. 18 - O policial militar da reserva remunerada, por conveniência da Administração, em caráter transitório
e mediante aceitação voluntária, poderá ser convocado para o serviço ativo, por ato do Governador do Estado.
§ 1º - O Policial Militar convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos da ativa de igual
situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a qual não concorrerá, fazendo jus ao respectivo acréscimo no
seu tempo de serviço e a uma indenização no valor de 50% (cinquenta por cento) dos seus proventos, enquanto
perdurar a convocação.
Redação de acordo com o art. 2º da Lei nº 10.957, de 02 de janeiro de 2008.
Redação original: “§ 1º - O policial militar convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos da
ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá, fazendo jus ao respectivo
acréscimo no seu tempo de serviço e a uma indenização no valor de 30% (trinta por cento) dos seus proventos,
enquanto perdurar a convocação.”
§ 2º - A convocação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da atividade ou mis-
são que lhe deu origem e deverá ser precedida de inspeção de saúde, vedado o exercício de cargo ou função
de comando, direção e chefia.
§ 3º - Não implicará em convocação a nomeação para cargo em comissão.
§ 4º - A indenização de que trata o § 1º deste artigo tem caráter transitório, devida apenas durante o período
de convocação, não constitui base de cálculo para qualquer vantagem, inclusive as decorrentes de tempo de
serviço e não é passível de incorporação aos proventos.
§ 5º - A convocação de que trata este artigo possui caráter excepcional e terá a duração de até 24 (vinte e
quatro) meses, admitida 01 (uma) única prorrogação por igual período, vedado o exercício de cargo ou função
de comando, direção e chefia.
§ 6º - Não implicará em convocação, a nomeação para cargo em comissão.
§ 7º - O policial militar convocado deverá atender aos seguintes requisitos:
I -ter sido transferido para a reserva remunerada nos termos da lei;
II - ter aptidão física e mental para o exercício da atividade, comprovada por inspeção de saúde, renovada
anualmente;
III - não se encontrar em exercício de cargo, de função ou de emprego público no âmbito do Estado da Bahia,
da União, de outros Estados e de Municípios;
IV - não estar respondendo a inquérito policial, processo disciplinar ou processo criminal.
§ 8º - Sempre que a demanda exceder a oferta de vagas para a convocação, o policial militar será selecio-
nado atendendo aos seguintes critérios, por ordem de preferência:
I -menor tempo de inatividade;
II - menor idade;
III - residência na área territorial de responsabilidade do órgão ou da entidade onde exercerá suas atividades;
IV - melhor comportamento quando da passagem para a inatividade.
§ 9º - A dispensa antes do término do prazo fixado para a convocação poderá ocorrer nas seguintes hipóte-
ses:
I - por requerimento do policial militar convocado;

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II - pelo não atendimento dos requisitos previstos no § 7º deste artigo;
III - por ato do Governador, mediante solicitação fundamentada do Comandante Geral, para garantia da
hierarquia e disciplina;
IV - pelo alcance da idade limite prevista para a reforma ex officio;
V - quando cessada a necessidade do serviço.
§ 10 - O policial militar convocado, além da indenização prevista no § 1º deste artigo, também fará jus:
I - ao uso do uniforme e equipamentos;
II - a diárias de viagem e transporte, nos termos da legislação vigente;
III - ao auxílio transporte e auxílio alimentação, nos termos da legislação vigente;
IV - a 30 (trinta) dias de descanso após 12 (doze) meses de exercício, não sendo devido o pagamento da
indenização a que se refere o § 1º deste artigo no período.
§ 11 - Durante o período da convocação, ficam os policiais militares sujeitos às normas administrativas e de
serviço em vigor nos órgãos em que atuarem, e às normas de hierarquia e disciplina da Corporação.
§ 12 - O número de convocados nos termos deste artigo não poderá ultrapassar o equivalente a 25% (vinte
e cinco por cento) do efetivo da Corporação.
§ 13 - O policial militar convocado poderá ser designado para atuar nos Poderes Judiciário e Legislativo, no
Ministério Público, na Defensoria Pública do Estado, no Tribunal de Contas do Estado e no Tribunal de Contas
dos Municípios, bem como nos Órgãos Federais e de outros Estados e Municípios, mediante celebração de
convênio do qual não resulte ônus para o Poder Executivo.
Art. 19 - Os Praças Especiais são os Aspirantes a Oficial, Alunos dos diversos cursos de formação.
Art. 20 - Integram a categoria dos Praças Especiais:
I - os Aspirantes a Oficial;
II - os Alunos do Curso de Formação de Oficiais do Quadro de Oficiais Policiais Militares;
III - os Alunos do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar;
IV - os Alunos do Curso de Formação Oficiais Auxiliares;
V - os Alunos do Curso de Formação de Sargentos;
VI - os Alunos do Curso de Formação de Soldados.
§ 1º - Equiparam-se aos Alunos do Curso de Formação de Oficiais do Quadro de Oficiais Policiais Militares,
os Alunos do Curso de Formação de Oficiais do Quadro de Oficiais Bombeiros Militares realizados na Polícia
Militar da Bahia ou em outras Instituições militares.
§ 2º - Durante o período de realização do curso profissionalizante, os alunos oficiais receberão, a título de
bolsa de estudo, o equivalente a 30% (trinta por cento) os do 1º ano, 35% (trinta e cinco por cento) os do 2º ano
e 40% (quarenta por cento) os do 3º ano, da remuneração do posto de 1º Tenente.
Redação de acordo com o art. 3º da Lei nº 11.920, de 29 de junho de 2010.
Redação original: “§ 2º - Durante o período de realização do curso profissionalizante, o Aluno Oficial recebe-
rá, a título de bolsa de estudo, o equivalente a 30% (trinta por cento) da remuneração do posto de Tenente e o
Aluno a Soldado o equivalente a um salário mínimo.”
§ 3º - Na hipótese de ser policial militar de carreira, o Aluno poderá optar pela percepção da bolsa de estudo
de que trata o parágrafo anterior ou pela remuneração do seu posto ou graduação, acrescida das vantagens
pessoais.
Art. 21 - A agregação é a situação na qual o policial militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierár-
quica de seu Quadro, nela permanecendo sem número.
Art. 22 - O policial militar será agregado e considerado, para todos os efeitos legais, como em serviço ativo,
quando:

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I - nomeado para cargo policial militar ou considerado de natureza policial militar, estabelecido em Lei, não
previsto no Quadro de Organização da Polícia Militar;
II - estiver aguardando sua transferência, a pedido ou “ex officio”, para a reserva remunerada, por ter sido
enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivarem.
§ 1º - A agregação do policial militar, no caso do inciso I, é contada a partir da data de posse no novo cargo
até o regresso à Polícia Militar ou à transferência “ex officio” para a reserva remunerada.
§ 2º - A agregação do policial militar, no caso do inciso II deste artigo, é contada a partir da data indicada no
ato que a torna pública.
Art. 23 - O policial militar será agregado quando for afastado, temporariamente, do serviço ativo por motivo
de:
I - ter sido julgado incapacitado, temporariamente, para o serviço policial militar e submetido a gozo de licen-
ça para tratamento de saúde própria, a pedido ou ex officio, ou por motivo de acidente;
II - ter ultrapassado doze meses em licença para tratamento de saúde própria;
III - ter entrado em gozo de licença para tratar de interesse particular ou para acompanhar cônjuge ou com-
panheiro;
IV - ter ultrapassado seis meses contínuos em gozo de licença para tratar de saúde de pessoa da família;
V - ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
VI - ter sido considerado oficialmente extraviado;
VII - ter-se esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se oficial
ou praça com estabilidade assegurada;
VIII - ter, como desertor, se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim de se ver
processar;
IX - se ver processar administrativamente ou através de processo judicial, após ficar exclusivamente à dis-
posição da Justiça;
X - ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a seis meses, por sentença transitada em jul-
gado, enquanto durar a execução, incluído o período de sua suspensão condicional, se concedida esta, ou até
ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;
XI - ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista no
Código Penal Militar ou em outros diplomas legais, penais ou extra-penais;
XII - ter passado à disposição de órgão ou entidade da União, de outros Estados, do Estado ou do Município,
para exercer cargo ou função de natureza civil;
XIII - ter sido nomeado para qualquer cargo, emprego ou função público civil temporário, não eletivo, inclu-
sive da administração indireta;
XIV - ter se candidatado a cargo eletivo, desde que conte dez ou mais anos de serviço;
XV - permanecer desaparecido por mais de trinta dias, na forma do art. 30 desta Lei.
Parágrafo único - A agregação do policial militar é contada da seguinte forma:
a) nos casos dos incisos I, II e IV, a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durar o
evento;
b) nos casos dos incisos III, V, VI VII, VIII, IX, X, XI e XV, a partir da data indicada no ato que tornar público
o respectivo evento;
c) nos casos dos incisos XII e XIII, a partir da data da posse no cargo até o regresso à Polícia Militar ou
transferência “ex officio” para a reserva;
d) no caso do inciso XIV, a partir da data do registro como candidato até sua diplomação ou seu regresso à
Polícia Militar, se não houver sido eleito.
Art. 24 - O policial militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações

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com outros policiais militares e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe dê precedência funcional
sobre outros policiais militares ou militares mais graduados ou antigos.
Art. 25 - O policial militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, ao órgão de pes-
soal da Instituição, continuando a figurar no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava.
Parágrafo único - O policial militar agregado, quando no desempenho de cargo policial militar, ou considera-
do de natureza policial militar, concorrerá à promoção, por qualquer dos critérios, sem prejuízo do número de
concorrentes regularmente estipulado.
Art. 26 - A agregação se faz:
I - por ato do Governador do Estado ou da autoridade por ele delegada, quanto aos Oficiais;
II - por ato do Comandante Geral ou da autoridade por ele delegada, quanto aos praças.
Art. 27 - Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, passa o policial militar que:
I - tendo cessado o motivo que determinou sua agregação, seja revertido ao respectivo Quadro, estando o
mesmo com seu efetivo completo;
II - seja promovido por bravura, sem haver vaga;
III - sendo o mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapasse o efetivo de seu Quadro, em virtude
da promoção de outro policial militar em ressarcimento de preterição;
IV - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade, retorne ao respectivo Quadro,
estando este com seu efetivo completo.
§ 1º - O policial militar, cuja situação é de excedente, ocupará a mesma posição relativa, em antiguidade,
que lhe cabe na escala hierárquica e receberá o número que lhe competir, em consequência da primeira vaga
que se verificar.
§ 2º - O policial militar, na situação de excedente, é considerado para todos os efeitos como em efetivo ser-
viço e a ele se aplicam, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição,
as normas para indicação para cargo policial militar, curso ou promoção.
§ 3º - O policial militar, excedente por haver sido promovido por bravura sem haver vaga, ocupará a primeira
vaga aberta, deslocando o critério de promoção a ser seguido para a vaga seguinte.
Art. 28 - É considerado ausente o policial militar que, por mais de vinte e quatro horas consecutivas:
I - deixar de comparecer à sua organização policial militar sem comunicar motivo de impedimento;
II - ausentar-se, sem licença, da organização policial militar onde serve ou do local onde deva permanecer;
III - deixar de se apresentar no lugar designado, findo o prazo de trânsito ou férias;
IV - deixar de se apresentar à autoridade competente após a cassação ou término de licença ou agregação
ou ainda no momento em que é efetivada mobilização, declarado o estado de defesa, de sítio ou de guerra;
V - deixar de se apresentar a autoridade competente, após o término de cumprimento de pena.
§ 1º - É também considerado ausente o policial militar que deixar de se apresentar no momento da partida
de comboio que deva integrar, por ocasião de deslocamento da unidade em que serve.
§ 2º - Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão adotadas as providências cabíveis para a averigua-
ção da ausência, observando-se os procedimentos disciplinares previstos neste Estatuto e/ou criminais.
Art. 29 - O policial militar é considerado desertor nos casos previstos na legislação penal militar.
Art. 30 - É considerado desaparecido o policial militar na ativa, assim declarado por ato do Comandante
Geral, quando no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em operação policial militar ou em caso de
calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de oito dias.
Parágrafo único - A situação de desaparecimento só será considerada quando não houver indício de deser-
ção.
Art. 31 - O policial militar que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de trinta dias,
será oficialmente considerado extraviado e agregado na forma do art. 23, inciso XV.

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Art. 32 - O policial militar da reserva remunerada é aquele afastado do serviço que, nessa situação, perceba
remuneração do Estado, ficando sujeito à ação disciplinar da Instituição e à prestação de serviços na ativa, nos
termos do art. 18 deste Estatuto.
Art. 33 - O policial militar reformado é o que está dispensado definitivamente da prestação do serviço ativo,
percebendo remuneração pelo Estado e permanecendo sujeito ao controle disciplinar da Instituição.
Art. 34 - O oficial militar da reserva não remunerada é aquele ex-integrante do serviço ativo exonerado na
forma do art. 186.
Parágrafo único - O oficial da reserva não remunerada não está sujeito à ação disciplinar da Instituição nem
a convocação.
CAPÍTULO III
DA ESTABILIDADE
Art. 35 - O policial militar, habilitado em concurso público e nomeado para cargo de sua carreira, adquirirá
estabilidade ao completar três anos de efetivo exercício, desde que seja aprovado no estágio probatório, por
ato homologado pela autoridade competente.
Art. 36 - O estágio probatório compreende um período de trinta e seis meses, durante o qual serão obser-
vadas a aptidão e capacidade para o desempenho do cargo, observados, entre outros, os seguintes fatores:
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - observância das normas hierárquicas e ética militar;
IV - responsabilidade;
V - capacidade de adequação para cumprimento dos deveres militares;
VI - eficiência.
§ 1º - A autoridade competente terá o prazo improrrogável de trinta dias para a homologação do resultado
do estágio probatório.
§ 2º - O período em que o praça especial encontrar-se no curso de formação será computado para o estágio
probatório de que trata este artigo.
TÍTULO III
DA DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES
SEÇÃO I
-DOS VALORES POLICIAIS MILITARES
Art. 37 - São valores institucionais:
I - da organização:
a) a dignidade do homem;
b) a disciplina;
c) a hierarquia;
d) a credibilidade;
e) a ética;
f) a efetividade;
g) a solidariedade;
h) a capacitação profissional;
i) a doutrina;
j) a tradição.
II - do profissional:

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a) a eficiência e a eficácia;
b) o espírito profissional;
c) a aparência pessoal;
d) a auto-estima;
e) o profissionalismo;
f) a bravura;
g) a solidariedade;
h) a dedicação.
Art. 38 - São manifestações essenciais dos valores policiais militares:
I - o sentimento de servir à sociedade, traduzido pela vontade de cumprir o dever policial militar e pelo inte-
gral devotamento à preservação da ordem pública e à garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana;
II - o civismo e o respeito às tradições históricas;
III - a fé na elevada missão da Polícia Militar;
IV - o orgulho do policial militar pela Instituição;
V - o amor à profissão policial militar e o entusiasmo com que é exercida;
VI - o aprimoramento técnico-profissional.
SEÇÃO II
DA ÉTICA POLICIAL MILITAR
Art. 39 - O sentimento do dever, a dignidade policial militar e o decoro da classe impõem a cada um dos inte-
grantes da Polícia Militar conduta moral e profissional irrepreensíveis, tanto durante o serviço quanto fora dele,
com observância dos seguintes preceitos da ética policial militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;
II - exercer com autoridade, eficiência, eficácia, efetividade e probidade as funções que lhe couberem em
decorrência do cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - cumprir e fazer cumprir as Leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competen-
tes, à exceção das manifestamente ilegais;
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VI - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e dos subordinados, tendo em vista o cumprimento
da missão comum;
VII - praticar a solidariedade e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
VIII - ser discreto em suas atitudes e maneiras e polido em sua linguagem falada e escrita;
IX - abster-se de tratar de matéria sigilosa, de qualquer natureza, fora do âmbito apropriado;
X - cumprir seus deveres de cidadão;
XI - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
XII - comportar-se educadamente em todas as situações;
XIII - conduzir-se de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro
policial militar;
XIV - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza
ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XV - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas quando:
a) em atividade político-partidária;

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b) em atividade comercial ou industrial;
c) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou policiais militares,
excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado;
d) no exercício de funções de natureza não policiais militares, mesmo oficiais.
XVI - zelar pelo bom conceito da Polícia Militar;
XVII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público.
Art. 40 - Ao policial militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de socie-
dade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas
de responsabilidade limitada.
Parágrafo único - No intuito de aperfeiçoar a prática profissional é permitido aos oficiais do Quadro Comple-
mentar de Oficiais Policiais Militares o exercício de sua atividade técnico-profissional no meio civil, desde que
compatível com as atribuições do seu cargo e com o horário de trabalho, respeitadas as limitações constitucio-
nais.
TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
SEÇÃO I
CONCEITUAÇÃO
Art. 41 - Os deveres policiais militares emanam de um conjunto de vínculos morais e racionais, que ligam o
policial militar à pátria, à Instituição e à segurança da sociedade e do ser humano, e compreendem, essencial-
mente:
I - a dedicação integral ao serviço policial militar e a fidelidade à Instituição a que pertence;
II - o respeito aos Símbolos Nacionais;
III - a submissão aos princípios da legalidade, da probidade, da moralidade e da lealdade em todas as cir-
cunstâncias;
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
V - o cumprimento das obrigações e ordens recebidas, salvo as manifestamente ilegais;
VI - o trato condigno e com urbanidade a todos;
VII - o compromisso de atender com presteza ao público em geral, prestando com solicitude as informações
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
VIII - a assiduidade e pontualidade ao serviço, inclusive quando convocado para cumprimento de atividades
em horário extraordinário.
SEÇÃO II
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO
Art. 42 - Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o policial militar é investido
legalmente, quando conduz seres humanos ou dirige uma organização policial militar, sendo vinculado ao grau
hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o policial militar se define e se caracteriza
como chefe.
Parágrafo único - Aplica-se aos Comandantes de Operações Policiais Militares e de Bombeiros Militares,
Comandantes de Policiamento Regional e Comandante de Policiamento Especializado, à Direção, à Coorde-
nação, à Chefia de Organização Policial Militar, no que couber o estabelecido para o comando.
Redação de acordo com o art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.
Redação original: “Parágrafo único - Aplica-se à direção, à coordenação e à chefia de organização policial
militar, no que couber, o estabelecido para o comando.”
Art. 43 - A subordinação é o respeito ao princípio da hierarquia, em face do qual as ordens dos superiores,
salvo as manifestamente ilegais, devem ser plena e prontamente acatadas.

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Parágrafo único - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do policial militar e decorre,
exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Polícia Militar.
Art. 44 - As funções de comando, de chefia, de coordenação e de direção de organização policial militar são
privativas dos integrantes do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 1º - Compete aos Oficiais Auxiliares do Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar - QOAPM e do Qua-
dro de Oficiais Auxiliares Bombeiros Militares - QOABM o exercício de atividades operacionais e administrati-
vas, excetuando-se o comando de Unidades e Subunidades e o subcomando de Unidades.
Redação de acordo com o art. 3º da Lei nº 11.920, de 29 de junho de 2010.
Redação original: “§ 1º - Os integrantes do Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar exercerão funções
auxiliares e complementares de Comando, de Chefia, de Coordenação e de direção de organização policial
militar.”
§ 2º - Aos integrantes do Quadro Complementar de Oficiais Policiais Militares cabe, ao longo da carreira, o
exercício das funções técnicas de suas respectivas especialidades.
Art. 44-A - O Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar - QOAPM e o Quadro de Oficiais Auxiliares Bom-
beiros Militares - QOABM serão integrados por policiais militares oriundos do círculo de praças, cujo acesso
ocorrerá por promoção, preenchidos os requisitos previstos neste Estatuto e em regulamento de conclusão e
aprovação no respectivo Curso de Formação previsto em regulamento.
§ 1º - O maior grau hierárquico do Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar - QOAPM e do Quadro de
Oficiais Auxiliares Bombeiros Militares - QOABM é o Posto de Major.
§ 2º - Somente poderão concorrer à promoção ao posto de Major do QOAPM e do QOABM os Capitães que
possuam graduação em curso de nível superior reconhecido pelo Ministério da Educação, preenchidos os de-
mais requisitos legais, inclusive conclusão com aproveitamento do Curso de Especialização no Serviço Público
- CESP promovido pela Polícia Militar.
Art. 44-A acrescido pelo art. 4º da Lei nº 11.920, de 29 de junho de 2010.
Art. 45 - Os graduados auxiliam e complementam as atividades dos Oficiais no emprego de meios, na ins-
trução e na administração da Unidade, devendo ser empregados na supervisão da execução das atividades
inerentes à missão institucional da Polícia Militar.
Parágrafo único - No exercício das suas atividades profissionais e no comando de subordinados, os Sub-
tenentes, 1º Sargentos e Cabos deverão impor-se pela capacidade técnico-profissional, pelo exemplo e pela
lealdade, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras de serviço
e das normas operativas, pelos Praças que lhes estiverem diretamente subordinados, bem como a manutenção
da coesão e do moral da tropa, em todas as circunstâncias.
Redação de acordo com o art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.
Redação original: “Parágrafo único - No exercício das suas atividades profissionais e no comando de subor-
dinados, os Sargentos deverão impor-se pela capacidade técnico-profissional, pelo exemplo e pela lealdade,
incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras de serviço e das
normas operativas, pelos praças que lhes estiverem diretamente subordinadas, bem como a manutenção da
coesão e do moral da tropa, em todas as circunstâncias.”
Art. 46 - Os soldados poderão, excepcional e temporariamente, exercer o comando de fração de tropa em
locais e situações que assim o exijam.
Art. 47 - Aos praças especiais, em curso de formação, cabe a rigorosa observância das prescrições dos
regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo-se lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado téc-
nico-profissional, ficando vedado o emprego em atividade operacional ou administrativa, salvo em caráter de
instrução.

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CAPÍTULO II
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
SEÇÃO I
DA ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES.
Art. 48 - O policial militar em função de comando responde integralmente pelas decisões que tomar, pelas
ordens que emitir, pelos atos que praticar, bem como pelas consequências que deles advierem.
§ 1º - Cabe ao policial militar subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários
ao seu total entendimento e compreensão.
§ 2º - Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento de ordem recebida, a responsabilidade pessoal e
integral pelos excessos e abusos que cometer.
Art. 49 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais militares poderá constituir crime ou transgressão
disciplinar, segundo disposto na legislação específica.
Art. 50 - O policial militar responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribui-
ções.
§ 1º - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre-
juízo do erário ou de terceiros, na seguinte forma:
a) a indenização de prejuízos causados ao erário será feita por intermédio de imposição legal ou mandado
judicial, sendo descontada em parcelas mensais não excedentes à terça parte da remuneração ou dos proven-
tos do policial militar;
Ver também:
Decreto nº 9.201, de 25 de outubro de 2004 - Disciplina o procedimento sobre as consignações em folha de
pagamento dos servidores públicos dos órgãos da administração direta, das autarquias e fundações do Poder
Executivo Estadual de que tratam os arts. 57 e 58, da Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994, art. 4º, da Lei
nº 6.935, de 24 de janeiro de 1996, art. 50, § 1º, “a”, da Lei nº 7.990, de 27 de dezembro de 2000, e dá outras
providências.
b) tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o policial militar perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva, de iniciativa da Procuradoria Geral do Estado.
§ 2º - A responsabilidade penal abrange os crimes militares, bem como os crimes de competência da Justiça
comum e as contravenções imputados ao policial militar nessa qualidade.
§ 3º - A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo, praticado no desempenho de
cargo ou função capaz de configurar, à luz da legislação própria, transgressão disciplinar.
§ 4º - As responsabilidades civil, penal e administrativa poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
§ 5º - A responsabilidade administrativa do policial militar policial militar sujeita-se aos efeitos da elisão e da
prescrição na seguinte forma:
a) será elidida no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou de sua autoria;
b) prescreverá:
1.em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão;
2.em três anos, quanto às infrações puníveis com sanções de detenção;
3.em cento e oitenta dias, quanto às demais infrações.
c) o prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido;
d) sendo a falta tipificada penalmente, prescreverá juntamente com o crime;
e) a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição até a decisão
final por autoridade competente.

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SEÇÃO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
Art. 51 - São transgressões do policial militar:
I - não levar ao conhecimento da autoridade competente, no mais curto prazo, falta ou irregularidade que
presenciar ou de que tiver ciência e couber reprimir;
II - deixar de punir o transgressor da disciplina;
III - retardar a execução de qualquer ordem, sem justificativa;
IV - não cumprir ordem legal recebida;
V - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer dever, serviço ou instrução;
VI - deixar, imotivadamente, de participar a tempo à autoridade imediatamente superior, impossibilidade de
comparecer ä OPM ou a qualquer ato de serviço;
VII - faltar ou chegar atrasado injustificadamente qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou assistir;
VIII - permutar serviço sem permissão da autoridade competente;
IX - abandonar serviço para o qual tenha sido designado;
X - afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de disposição legal ou ordem;
XI - deixar de apresentar-se à OPM para a qual tenha sido transferido ou classificado e às autoridades com-
petentes nos casos de comissão ou serviços extraordinários para os quais tenha sido designado;
XII - não se apresentar, findo qualquer afastamento do serviço ou ainda, logo que souber que o mesmo foi
interrompido;
XIII - deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou incúria, medidas
contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;
XIV - portar arma sem registro;
XV - sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como, indevidamente, distintivo ou
condecoração;
XVI - sair ou tentar sair da OPM com tropa ou fração de tropa, sem ordem expressa da autoridade compe-
tente;
XVII - abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OPM fora das horas de expediente, desde que não seja
o respectivo chefe ou sem sua ordem escrita com a expressa declaração de motivo, salvo em situações de
emergência;
XVIII - deixar de portar o seu documento de identidade ou de exibi-lo quando solicitado.
XIX - deixar deliberadamente de corresponder a cumprimento de subordinado ou deixar o subordinado, quer
uniformizado, quer em traje civil, de cumprimentar superior, uniformizado ou não, neste caso desde que o co-
nheça ou prestar-lhe as homenagens e sinais regulamentares de consideração e respeito;
XX - dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexeqüível, que possa acarretar ao subor-
dinado responsabilidade ainda que não chegue a ser cumprida;
XXI - prestar informação a superior hierárquico induzindo-o a erro, deliberadamente.
SEÇÃO III
DAS PENALIDADES
Art. 52 - São sanções disciplinares a que estão sujeitos os policiais militares:
I - advertência;
II - detenção;
III - demissão;
IV-cassação de proventos de inatividade.
Inciso IV acrescido pelo art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.

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Parágrafo único - Decorrerão da aplicação das sanções disciplinares, a que forem submetidos os policiais
militares, submissão a programa de reeducação, suspensão de férias ou licenças em gozo ou desligamento de
curso, conforme decisão da autoridade competente, constante do ato de julgamento.
Art. 53 - Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
os antecedentes funcionais, os danos que dela provierem para o serviço público e as circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Art. 54 - A advertência será aplicada, por escrito, nos casos de violação de proibição e de inobservância de
dever funcional previstos em Lei, regulamento ou norma interna, que não justifiquem imposição de penalidade
mais grave.
Art. 55 - A detenção será aplicada em caso de reincidência em faltas punidas com advertência e de violação
das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a demissão, não podendo exceder de trinta dias, de-
vendo ser cumprida em área livre do quartel.
Art. 56 - A penalidade de advertência e a de detenção terão seus registros cancelados, após o decurso de
dois anos, quanto à primeira, e quatro anos, quanto a segunda, de efetivo exercício, se o policial militar não
houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único - O cancelamento da penalidade não produzirá efeitos retroativos.
Art. 57 - A pena de demissão, observada as disposições do art. 53 desta Lei, será aplicada nos seguintes
casos:
I - a prática de violência física ou moral, tortura ou coação contra os cidadãos, pelos policiais militares, ainda
que cometida fora do serviço;
II - a consumação ou tentativa como autor, co-autor ou partícipe em crimes que o incompatibilizem com o
serviço policial militar, especialmente os tipificados como:
a) de homicídio (art. 121 do Código Penal Brasileiro);
1.quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente;
2.qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IV e V do Código Penal Brasileiro).
b) de latrocínio (art. 157, § 3º do Código Penal Brasileiro, in fine);
c) de extorsão:
1.qualificado pela morte (art. 158, § 2º do Código Penal Brasileiro);
2.mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e §§ 1º, 2º e 3º do Código Penal Brasileiro).
d) de estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, ambos do Código Penal
Brasileiro);
e) de atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com art. 223, caput e parágrafo único do Código
Penal Brasileiro);
f) de epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º do Código Penal Brasileiro);
g) contra a fé pública, puníveis com pena de reclusão;
h) contra a administração pública;
i) de deserção.
III - tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins;
IV - prática de terrorismo;
V - integração ou formação de quadrilha;
VI - revelação de segredo apropriado em razão do cargo ou função;
VII - a insubordinação ou desrespeito grave contra superior hierárquico (art. 163 a 166 do CPM);
VIII - improbidade administrativa;

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IX - deixar de punir o transgressor da disciplina nos casos previstos neste artigo;
X - utilizar pessoal ou recurso material da repartição ou sob a guarda desta em serviço ou em atividades
particulares;
XI - fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para enca-
minhar negócios particulares ou de terceiros;
XII - participar o policial militar da ativa de firma comercial, de emprego industrial de qualquer natureza, ou
nelas exercer função ou emprego remunerado, exceto como acionista ou quotista em sociedade anônima ou
por quotas de responsabilidade limitada;
XIII - dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexequível, que possa acarretar ao subor-
dinado responsabilidade, ainda que não chegue a ser cumprida;
XIV - permanecer no mau comportamento por período superior a dezoito meses, caracterizado este pela
reincidência de atitudes que importem nas transgressões previstas nos incisos I a XX, do art. 51, desta Lei.
Parágrafo único - Aos policiais militares da reserva remunerada e reformados incursos em infrações disci-
plinares para qual esteja prevista a pena de demissão nos termos deste artigo e do artigo 53 será aplicada a
penalidade de cassação de proventos de inatividade, respeitado, no caso dos Oficiais, o disposto no art. 189
deste Estatuto.
Parágrafo único acrescido pelo art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.
CAPÍTULO III
DA APURAÇÃO DISCIPLINAR
Art. 58 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço é obrigada a promover a sua imediata
apuração mediante sindicância ou processo disciplinar.
Parágrafo único - Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denún-
cia será arquivada por falta de objeto.
Art. 59 - Como medida cautelar, e a fim de que o policial militar acusado do cometimento de falta disci-
plinar não interfira na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá,
fundamentadamente, de ofício ou por provocação de encarregado de feito investigatório, requerer ao escalão
competente o seu afastamento do exercício do cargo ou da função, pelo prazo de trinta dias, sem prejuízo da
remuneração, devendo permanecer à disposição da Instituição para efeito da instrução da apuração da falta.
Parágrafo único - O afastamento deverá determinar a proibição temporária do uso de uniforme e arma e
ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo de
apuração regular da falta.

Exercícios

1. Em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos
que praticam funções administrativas em sentido objetivo, sendo subdividida também na atividade exercida por
esses entes em sentido subjetivo.
( ) Certo
( ) Errado
2. Polícia administrativa é uma das funções da Administração Pública. É a atividade de polícia administrativa.
São os atos da Administração que limitam interesses individuais em prol do interesse coletivo.
( ) Certo
( ) Errado
3. A finalidade de todas as funções da Administração Pública é executar as políticas de governo e desempe-
nhar a função administrativa em favor do interesse particular.
( ) Certo

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47
( ) Errado
4. Existe ampla hierarquia entre os princípios expressos e implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que
os dois princípios que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente implícitos.
( ) Certo
( ) Errado
5. A supremacia do Interesse Público Conclama a necessidade da sobreposição dos interesses da coletivi-
dade sobre os individuais.
( ) Certo
( ) Errado
6. O princípio da legalidade considera a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo art. 59 da Constituição Federal.
( ) Certo
( ) Errado
7. O princípio da publicidade dispõe que a atuação administrativa deve ser totalmente pautada nos princí-
pios da ética, honestidade, probidade e boa fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na Administração
Pública.
( ) Certo
( ) Errado
8. O princípio da Eficiência dispõe que a atividade administrativa deverá ser exercida com presteza, perfei-
ção, rendimento, qualidade e economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodiernamente,
foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a EC n. 19/1998.
( ) Certo
( ) Errado
9. O princípio da Publicidade pode ser considerado um mecanismo de controle dos atos administrativos por
meio da sociedade.
( ) Certo
( ) Errado
10. Nos parâmetros do art. 82, caput da Constituição Federal, a Administração Pública deverá obedecer aos
princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
( ) Certo
( ) Errado
11. A indisponibilidade do interesse público possui como principal função orientar a atuação dos agentes
públicos para que atuem em nome e em prol dos interesses da Administração Pública.
( ) Certo
( ) Errado
12. Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade administrativa para distribuir e dirimir
funções em escala de seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordinação entre os
servidores que estiverem sob a sua hierarquia.
( ) Certo
( ) Errado
13. O dever de obediência do subordinado o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII, da Lei 8.112/1990, o subordinado não tem
a obrigação funcional de representar contra o seu superior caso este venha a agir com ilegalidade, omissão ou

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abuso de poder.
( ) Certo
( ) Errado
14. A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode ser feita para órgãos ou agentes subordina-
dos hierarquicamente, e, a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos e agentes não
subordinados à hierarquia.
( ) Certo
( ) Errado
15. Ocorre o desvio de poder ou desvio de finalidade quando a autoridade vem a praticar um ato que é de
sua competência, porém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária ao interesse público
como um todo.
( ) Certo
( ) Errado
16. (ESAF- 2012-CGU -ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE- PROVA 3 -ADMINISTRATIVA)
Quanto ao regime jurídico dos servidores públicos da União, é correto afirmar que:
(A) consumado o suporte fático previsto na lei e preenchidos os requisitos para o seu exercício, o servidor
passa a ter direito adquirido ao benefício ou à vantagem que o favorece.
(B) além do estatuto legal específico, no tocante aos direitos e deveres dos servidores, deve ser observado
também o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho CLT.
(C) os benefícios e as vantagens previstos na legislação no momento da posse do servidor público passam
a ser direitos adquiridos.
(D) o cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser acometidas a um servidor e podem ser criados por lei ou por decreto do Presidente da República.
(E) a investidura em cargo público pode ocorrer com a posse ou com a reintegração.
17. (CESPE- 2010-TRE-MT- TÉCNICO JUDICIÁRIO- ÁREA ADMINISTRATIVA) Acerca da classificação de
agentes públicos, e tendo em vista os cargos, os empregos e as funções na administração pública, assinale a
opção correta.
(A) Não podem ser considerados agentes públicos os detentores de mandatos eletivos, pois, além de serem
investidos nos cargos mediante eleição, e não por nomeação, eles desempenham funções por prazo determi-
nado.
(B) Os servidores contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excep-
cional interesse público, precisamente por exercerem atividades temporárias, estarão vinculados a emprego
público, e não a cargo público.
(C) Os particulares em colaboração com o poder público são considerados agentes públicos, mesmo que
prestem serviços ao Estado sem vínculo empregatício e sem remuneração.
(D) Os servidores das fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista são contra-
tados sob o regime da legislação trabalhista e ocupam emprego público.
(E) Nos termos da CF, a investidura em cargo, emprego ou função pública depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo,
emprego ou função.
18. (FCC - 2009- MPE-SE-TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO) A remuneração por meio subsídio em
parcela única é obrigatória para:
(A) os Ministros dos Tribunais Superiores, os Desembargadores do Tribunal de justiça e os juízes equivalen-
tes em nível Municipal.
(B) o chefe do Poder Executivo c respectivos auxiliares, bem como os dirigentes superiores das entidades

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da administração indireta.
(C) os detentores de mandato eletivo, os Ministros de Estado c os Secretários Estaduais e Municipais.
(D) o membro de Poder, os detentores de mandato eletivo e os ocupantes de cargo de chefia ou comissão.
(E) o Presidente da República, os Governadores de Estado e os Prefeitos Municipais, apenas.
19. (FCC-201 - O-TRT- GREGJÃO/PR-TÉCNICO JUDICIÁRIO) No tocante aos cargos, empregos e funções
públicos, é INCORRETO afirmar:
(A) Cargo em comissão é o que somente admite provimento em caráter provisório, sendo declarados em lei
de livre nomeação e exoneração, destinando-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
(B) Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo.
(C) Cargo isolado é aquele que não se escalona em classes, por ser o único na sua categoria.
(D) Classe consiste no agrupamento de carreiras de mesma profissão, com idênticas atribuições, responsa-
bilidades e vencimentos.
(E) O cargo de chefia pode ser de carreira ou isolado, de provimento efetivo ou em comissão, tudo depen-
dendo da lei que o institui.
20. (CETR0-2012- PREFEITURA-CAMPINAS- PROCURADOR) São direitos sociais do servidor público,
previstos expressamente na Constituição Federal, os seguintes, exceto:
(A) o reconhecimento das con1·enções e acordos coletivos de trabalho.
(B) a garantia de salário nunca inferior ao mínimo para os que percebem remuneração variável.
(C) a duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas sema-
nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho.
(D) a licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário.
(E) o salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.

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GABARITO

1 ERRADO
2 CERTO
3 ERRADO
4 ERRADO
5 CERTO
6 CERTO
7 ERRADO
8 CERTO
9 CERTO
10 ERRADO
11 CERTO
12 CERTO
13 ERRADO
14 CERTO
15 CERTO
16 C
17 C
18 C
19 D
20 A

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