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2021

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Sou comprovadamente insana. Basta perguntar ao meu
incrível terapeuta. Ele é minha alma gêmea e um vampiro
assassino em série. Não há ninguém que eu prefira perseguir
mais.

Exceto, sem mais se esgueirar tarde da noite para


mim. Estou no Asilo, considerada um perigo para mim e para
os outros. Eles me dizem que estou delirando, o que eles não
estão errados... exceto sobre isso.

Veja, este lugar é feito para sobrenaturais perigosos


demais para serem deixados em liberdade. Os médicos, a
equipe, os familiares que ajudaram a nos colocar aqui estão
todos envolvidos, tentando nos convencer de que a magia é
apenas outra ilusão. Eles planejam nos manter aqui para
sempre - sedados e dóceis.

Não somos todos cobaias perfeitas para experimentos


desumanos? Bem, os médicos pensam, pelo menos.

Sim... é hora de sair do manicômio. Infelizmente, para


nossos tratadores, somos os sobrenaturais mais perigosos
que existem e não temos tomado nossos remédios.

Um monstro lobo superalfa geneticamente


modificado. Um basilisco ultra-raro, tão venenoso que não
pode deixar nenhuma pele exposta. Meu terapeuta vampiro
dos sonhos e serial killer.

Oh, e eu. Uma maravilha genética, um dos poucos


dhamphyr que já existiram e provavelmente, apenas um
pouco... mais louca do que a maioria.

Boa noite, Asilo. Não deixe que os pesadelos te mordam.


NOTA DA AUTORA

STANDALONE (Livro Único) completo! Um ‘porque


escolher’ / harem reverso, um romance paranormal sombrio,
onde a protagonista não precisa escolher entre seus três
interesses amorosos. Existem cenas m/m.
CAPiTULO UM

Eu estava olhando para quatro cadáveres suspensos de


cabeça para baixo por ganchos de carne. Haviam cortes
sangrentos em suas gargantas e os rostos pálidos estavam
manchados de sangue seco, mas ainda aterrorizados. Era
uma expressão estranha – as emoções estavam gravadas,
mas sem vida nos olhos. Era quase como olhar para aquelas
estátuas de cera assustadoras em museus macabros.

Bem no fundo dentro de mim, eu deveria ter sentido


repulsa pela cena na minha frente. Eu sabia disso. Exceto
que eu simplesmente não sentia, não importava quanto
tempo eu os encarava. Eram coisas sem vida penduradas em
um porão refrigerado, e só. Poderia ser alguém fazendo
lavagem à seco, por tudo o que eu sentia por dentro.

Talvez mais tarde eu entendesse. Eu pensaria nisso e


tremeria e choraria. Mas não hoje. Hoje eu era apenas uma
grande concha de “que porra é essa.”

Não era assim que imaginei que essa situação seria.


Stalkers não deveriam acidentalmente perseguir serial
killers e definitivamente não deveriam perceber
abruptamente que não eram os mais loucos em seu
relacionamento obsessivo.
Acho que isso era outra coisa que eu não fiz muito bem.

Meus olhos varreram a pequena sala subterrânea em


que eu entrei. Três baldes sujos de sangue estavam
enfileirados contra uma parede - como alunos do jardim de
infância, em fila para ir almoçar. Que fofo.

Engoli em seco, tentando controlar meu choque para


que pudesse entender o que exatamente estava acontecendo.
Entender que talvez o homem cuja casa eu arrombei não era
exatamente quem fingia ser. Que sua personalidade de
mocinho era apenas uma máscara esticada sobre seu rosto
muito atraente, a fim de esconder o monstro por baixo.

Agora, realmente parecia que meu terapeuta era um


assassino.

Um muito experiente, se é que esta sala era algum


indicativo. Era claramente um refrigerador de assassino.
Esse era o nome oficial que eu estava dando. Um grande
porão destinado a matar e outras coisas, aparentemente
porque, além dos corpos suspensos, havia potes de vidro
marrom bem etiquetados e tubos de plástico com produtos
químicos dispostos ordenadamente em prateleiras de aço
inoxidável contra uma parede. Haviam macas de aço
inoxidável, galões e ferramentas. Coisas que pareciam
pertencer a um açougue, uma loja de ferragens ou talvez
uma sala de tortura monástica do século XV.

Eu tinha considerado assassinar tanto quanto qualquer


outra pessoa não muito sã, mas nunca pensei realmente
sobre coisas como serras de ossos e o que quer que aquilo
tudo fosse.
Honestamente, quando imaginei interpretar o Peeping
Tom1 para o Dr. Orson, nunca imaginei que esse fosse o
resultado. Que nos últimos anos, quando saíram notícias
sobre o Carniceiro Sem Sangue, que elas relatavam na
verdade os segredos do meu Orson. Claro, eu estava tirando
conclusões precipitadas em pensar que ele era o tal
assassino em série foragido, mas também não era como se
vivêssemos em uma cidade lotada de Serial Killers.

Mesmo agora, eu sentia como se estivesse perscrutando


sua alma, vendo os segredos que ele mantinha bem fechados
no fundo. Eram segredos preciosos, eram pessoais. Parecia
errado ser tão invasiva e isso se estabeleceu em uma
sensação emocionante na minha pele.

Eu queria ser invasiva. Eu queria saber tudo. Eu queria


ver bem dentro do seu cérebro - todas as reentrâncias e
fendas profundas. Tudo que havia para saber sobre Orson,
eu precisava saber e, honestamente, não me importava se
fosse invasivo e errado. Eu simplesmente não poderia existir
sem ele vivendo em minha mente constantemente.

Meus ouvidos captaram o gotejamento de sangue sobre


o zumbido alto do refrigerador. Minha audição era
excepcional, quase sobrenatural. Minha tia e meu tio
costumavam dizer que eu estava mentindo ou alucinando
sobre tudo que podia ouvir e cheirar. Temos que amar a
família.

Pinga. Pinga. Pinga. O sangue sumiu. Ele se enterrou na


minha cabeça como um coelho desesperado para escapar de
uma raposa faminta. Cada vez mais fundo, até que estava
acariciando meu hipotálamo, centrado em um dos quatro

1 Homem que vigia secretamente mulheres quando elas estão sem roupa. Referência ao filme A tortura do medo
(Peeping Tone) de 1960
motivos. Não sendo eles foder, lutar nem fugir – mas me
alimentar, por mais fodido que fosse.

Meu estômago se apertou enquanto aquela reação


confusa girava em minha cabeça, sussurrando: experimente,
experimente o sangue dos mortos. Sim, essa era uma reação
muito sensata por estar em um refrigerador de um assassino
em série.

“Não seja bizarra,” eu cerro para mim mesma, fechando


meus olhos e pressionando as unhas dos meus polegares na
ponta de cada dedo como beijinhos brutais. Orson disse que
eu precisava resistir a esse desejo mórbido. Lutar contra isso
porque, assim que experimentasse o primeiro gostinho, teria
cruzado uma linha da qual jamais poderia voltar.

Parece que ele falava por experiência própria.

Eu vacilei no meio da sala estranhamente limpa,


lutando contra a compulsão de caminhar até um daqueles
baldes, mergulhar meu dedo e lamber avidamente como se
estivesse saboreando o resto do glacê na tigela.

Por que eu era assim? Essa obsessão por sangue


realmente atrapalhava a sensação de normalidade. Também
tornava as amizades difíceis. Eu estava sempre a um
desabafo pessoal de contar meu segredo sangrento à um
bando de pessoas normais de olhos arregalados. Eu me
perguntava se havia um grupo no Facebook cheio de pessoas
obcecadas por sangue ao qual eu pudesse participar. Tinha
que haver. Havia um grupo no Facebook para tudo.

Minha respiração estava instável quando tomei um gole


de ar para me firmar, enterrando a estranha fome. Meus
olhos se abriram, observando a cena de terror novamente.
Eu me sentia como se estivesse em um sonho. Isso era muito
extremo para ser real, certo? De repente, eu me senti como
uma atriz no palco e o diretor estava me dizendo para andar
como em estado de choque, mas eu simplesmente não estava
sentindo aquilo. Eu não conseguia nem sentir o frio em meus
braços, apesar do ar frio ser constantemente jogado em cima
de mim. Doutor Orson, o que tem feito?

“Talvez ele tenha um bom motivo,” eu disse em voz alta


para os corpos balançando suavemente com o ar frio.
Pareceu apropriado apresentar uma explicação, mesmo que
eu realmente não me importasse. Mordi o interior da minha
bochecha e escovei meus dedos nas minhas coxas. Tive a
sensação de que o “bom motivo” para tudo aquilo era que o
doutor Orson era louco. Engraçado, já que ele era meu
terapeuta.

Meu terapeuta perfeito.

Isso era certamente surpreendente, mas,


honestamente, não era totalmente indesejado. Não havia
nada que eu pudesse ter encontrado em sua casa que me
faria não gostar dele. Até mesmo uma esposa secreta que ele
tivesse escondido de mim todos esses anos. Claro, isso teria
me enfurecido infinitamente. A ideia de ele ter uma esposa
fazia todo o meu corpo tremer e o cômodo desaparecer
enquanto eu era dominada por um intenso sentimento de
raiva.

Eu tinha que me controlar. Ele não tinha esposa. Ele


não tinha namorada. Ele nem ficava com ninguém. Eu sabia
dessas coisas. Eu o observava de perto, embora talvez não
de perto o suficiente, considerando que levei tanto tempo
para descobrir esse grande segredo.

Graças a Deus, seu segredo não era uma esposa loira e


bonita que usava suéteres grossos e tinha saúde mental
perfeita. Uma mulher mais próxima de sua idade e com uma
posição social. Que tinha um emprego e era adulta há mais
de dois anos.

Essa teria sido uma situação difícil de remediar, mas eu


já tinha visto crimes verdadeiros o suficiente para ter
algumas ideias sobre onde esconder um corpo.

Agora isso? Passei os olhos pelos corpos mortos


pendurados do teto. Isso era fácil. Isso era bom.

Cutuquei a jaqueta de couro barata de um dos corpos,


verificando para ter certeza de que aquilo estava realmente
acontecendo. Ele balançou e o desejo de empurrá-lo com
mais força e vê-lo balançar para frente e para trás atingiu
minha mente.

Antes de ceder à compulsão, um barulho de luta me


assustou e meu coração deu um salto doloroso no peito. Eu
respirei fundo e me virei em choque para ver um dos corpos
começar a se contorcer como um verme em um anzol. O
homem gemeu, seus olhos castanhos injetados de sangue
piscando abertos para mim. Então eles se arregalaram de
terror e ele estremeceu como se estivesse sendo eletrocutado.

Seus altos grunhidos e suspiros de pânico fizeram meu


coração bater mais rápido. Olhei para a porta do refrigerador
em pânico, como se o barulho fosse chamar o Dr. Orson
imediatamente, me fodendo completamente.

“Pare,” eu assobiei, mas ele não parou. Ele apenas ficou


mais agitado, chacoalhando-se violentamente. “Cale a boca,”
eu exigi com ódio, sentindo o gosto amargo do pânico
começar a cobrir minha língua. Eu era um alvo fácil. Esta
sala era uma caixa de metal da morte e teria mais do que os
corpos desses homens se eu fosse encontrada aqui.
Orson poderia me ver e não entender que estava tudo
bem. Que eu guardaria seus segredos. Que ele e eu éramos
feitos um para o outro.

Além disso, eu realmente não queria que ele percebesse


que eu o estava perseguindo seriamente nos últimos dois
meses e completamente obcecada por ele nos últimos três
anos.

Eu precisava sair imediatamente. Voltar pela porta do


refrigerador, subir as escadas, sair da casa e correr. Agora
não era a hora de estender minha mão a ninguém. Eu queria
guardar este segredo aterrador em minhas duas mãos,
segurando-o perto do meu peito. Esse conhecimento seria
um ponto de inflexão para nós. Isso poderia mudar tudo.

Mas primeiro eu tinha que sair viva.

“Socorro!” O homem engasgou, seus olhos arregalados.


Eu não tinha notado que sua garganta não estava cortada
antes. Seu rosto era uma pintura roxa e preta, hematomas
de uma surra brutal que ele sofreu. O Dr. Orson tinha feito
aquilo? Eu passei horas obcecada por seus dedos viris e
nenhuma vez os imaginei fazendo qualquer coisa além de
agarrar canetas-tinteiro e rabiscar notas em uma caligrafia
elegante. Eu nunca tinha visto um hematoma ou corte. Ele
era perfeito o tempo todo.

“Socorro, sua vadia!” O homem gritou, parecendo


beligerante. Eu me encolhi, sabendo que cada novo ruído era
como uma pá de terra em meu potencial túmulo.

“Quando se pede ajuda, ser um idiota rude


provavelmente não é a melhor tática,” eu sibilei entre os
dentes.
Achei que podia ouvir o barulho de sapatos na escada
do lado de fora do refrigerador no porão. Minha audição era
ótima, eu já estava em pânico. Minha garganta fechou e eu
tropecei em direção à única mobília na sala onde eu poderia
me esconder - uma pia de aço inoxidável com um armário de
duas portas embaixo.

Meus dedos tremiam e minhas mãos estavam fracas


quando abri as portas e me empurrei para dentro, rastejando
em cima de jarras de alvejante em meus Vans2 pretos. O
cheiro acre de cloro fritou os pelos de dentro do meu nariz
como se tivesse sido derramado em algum momento. Puxei
as portas assim que ouvi a porta do refrigerador começar a
se abrir.

Não havia como fechar o armário inteiramente por


dentro, então elas permaneceram com uma fenda, meus
dedos pressionando na parte inferior de cada porta para
evitar que se abrissem. Eu estava em uma situação muito
ruim. Eu realmente não queria que Orson soubesse que eu
tinha entrado em sua casa. Que eu o observava.

Meu esconderijo estava escuro e o cheiro fez meus olhos


lacrimejarem. Pela fresta iluminada das portas, eu o vi, meu
Orson.

Meu rosto ficou frouxo com a visão e eu senti minha


respiração se estabilizar em um estado calmo, quase sedado.
Ele entrou na sala parecendo uma estrela pornô assassina.
Suas mangas tinham sido enroladas em seus antebraços
musculosos, mostrando músculos fortes e veias salientes.
Ele tinha luvas de couro pretas, ajustadas sobre seus
impressionantes nós dos dedos. Eu me perguntei como seria
sentir aquelas luvas de couro deslizando dentro de mim. A

2 Marca de calçados.
sensação do couro macio esfregando contra minhas paredes
internas.

O sangue estava espalhado como uma obra de arte


sobre sua camisa branca e gravata preta fina. Ele coçou o
lóbulo da orelha e deixou uma mancha de sangue. Então ele
colocou a luva na boca e lambeu o líquido com olhos
apáticos, sem pensar. Da mesma forma que qualquer pessoa
lambe o doce de uma colher.

Minha boca abriu enquanto eu observava sua língua


sinistra e tentei não empurrar meus dedos em minha
calcinha e buscar algum alívio da tensão que seu show
estava me dando.

Havia um bom motivo para essa obsessão por ele. A


insônia me mantinha muito acordada, deitada na cama
enquanto todos os outros dormiam. Eu precisava de coisas
para fantasiar e cada noite que eu deitava na cama, eu
pensava nele, trazendo à tona cada detalhe minúsculo. Eu
via sua mandíbula sólida, seus olhos violetas emoldurados
por cílios elegantemente longos e sua pele bronzeada em
muitos tons mais escuros que a minha. Combinando com
aqueles olhos perversos, ele mal parecia humano.

Eu amava sua postura relaxada, mas perfeita. Como


suas pálpebras ficavam quando ele lia algo em sua mesa -
como se tivessem sido escovadas levemente com pó azul. Os
punhos apertados e nítidos de sua camisa. O contorno muito
delicado de suas veias em seus antebraços.

Ele era elegante e provocador. Um cavalheiro com olhos


que guardavam segredos e alegrias que ele nunca
compartilhou comigo. Sexualidade crua que ele enfiava
dentro de ternos caros de grife.

Não havia ninguém como ele.


E agora, enquanto ele deslizava para dentro da sala com
um sorriso malicioso em seu rosto, ele me ascendeu algo
mais. O terapeuta desapegado com os sorrisos educados e a
vida honesta se foi. Aquele foi um homem que segurei em um
pedestal, como uma obra de arte atrás de um vidro.

Este homem diante de mim agora era sinistro, fodido e


perverso. Ele estava enganando a todos, até a mim, e por
algum motivo, a duplicidade de seu caráter me deixou tão
animada que pensei que iria explodir. Era uma prova de sua
depravação e inteligência, como ele agia bem como um
cidadão moral e pagador de impostos.

Seus olhos violetas brilharam de humor enquanto ele


caminhava com confiança até o verme humano em seu anzol.
A língua de Orson disparou, lambendo uma mancha de
sangue em seus grandes lábios.

Como uma garota obcecada por sangue pode acabar


com um terapeuta que o coleta em baldes? Era uma
coincidência que eu não podia aceitar. Ele tinha me
procurado? Ele esperava me mostrar esse lado dele um dia?
Ele queria que eu me juntasse a ele?

A parede entre nós estava desmoronando no chão


naquele minuto e eu finalmente era capaz de admitir que
estava apaixonada. Desesperadamente, obsessivamente,
perigosamente apaixonada. Oh, estar apaixonada era tão
emocionante. E agora meu amor obsessivo não precisava
mais ser uma fantasia, porque eu podia ver isso claro como
o dia agora.

O Dr. Orson era minha alma gêmea.

“Seu psicopata de merda!” O homem no gancho gritou o


mais alto que pôde, fazendo-me estremecer com o nível de
barulho. “Eu vou te matar, porra! Eu vou matar você!” O Dr.
Orson não disse nada e não fez nenhuma expressão. Sua
crueldade saía dele como ondas de calor e era tão errado em
comparação com o homem normal que ele fingia ser a cada
dia.

Orson manteve o rosto inexpressivo enquanto o homem


gritava e lutava, dando tudo o que tinha e descobrindo que
não seria o suficiente para salvá-lo. Orson agarrou um balde
limpo no canto que fez um barulho de raspagem ao colocá-
lo sob o homem, sem dizer uma palavra.

“Eles vão te encontrar uma hora. Eu sei quem você é,” o


homem rosnou. A maneira como ele disse “eles” me fez
pensar que ele estava falando sobre um grupo específico.
“Você é o Carniceiro Sem San…” Ele foi interrompido por
gorgolejos úmidos quando Orson se inclinou para a frente e
pressionou a faca em seu pescoço, arrastando-a de orelha a
orelha. Parecia câmera lenta, o tempo quase paralisado
enquanto eu observava a pele abrir e o sangue jorrar em jatos
arteriais. O rosto do homem ficou boquiaberto de horror,
uma expressão tão extrema que me fez sentir algo que não
conseguia definir.

O Dr. Orson olhou e gemeu - algo viril e sensual que me


atingiu bem entre minhas fodidas pernas. Quando o cheiro
metálico do sangue penetrou no alvejante e atingiu minhas
narinas, fez algo estranho com meu cérebro. Parecia que
minhas pupilas estavam dilatando e que tinha estática em
minha cabeça enquanto a cor carmesim formava um véu
espesso no rosto do homem. Um pequeno gemido subiu pela
minha garganta antes que eu pudesse detê-lo.

O rosto de Orson virou para o lado e seus olhos violetas


perfuraram a fresta do meu armário. O choque frio subiu
pela minha espinha. Meus pulmões queimaram enquanto
prendia a respiração e tentava fingir que ele não tinha me
ouvido. Que eu não tinha apenas choramingado de desejo
por sangue quando estava me escondendo de um serial
killer.

Meu serial killer.

Meu corpo inteiro estava começando a tremer, a


adrenalina inundando meu sistema para a ação. Lágrimas
dos vapores do alvejante e também de emoções derramaram
de meus olhos, provavelmente destruindo minha
maquiagem. Era uma coisa estranha para me preocupar,
mas, se eu fosse ser morta pela minha alma gêmea, eu queria
estar bem enquanto acontecesse.

Embora talvez ele quisesse que eu parecesse uma


bagunça. Talvez ele fosse o tipo de homem que gostava de
ver rímel escorrendo e lágrimas. Talvez ele empurrasse seu
pau na minha boca com força, só para ver meus olhos
lacrimejarem e minha maquiagem ficar toda suja.

Os belos olhos de Orson se afastaram do meu gabinete,


fazendo meu corpo ceder um pouco de alívio. Seu olhar
percorreu a sala, procurando a possível causa do barulho.
Em meio ao meu pânico, um pequeno grão de esperança
lutou para me acalmar enquanto eu tremia. Eu olhei para o
jarro de alvejante pressionando desajeitadamente em meu
joelho e considerei me ajeitar.

Só então, as portas do armário foram abertas e um grito


estridente saiu da minha garganta. Senti o gosto de bile na
língua quando o rosto cheio de raiva do Dr. Orson vacilou em
estado de choque. Ele estava aqui, bem aqui na minha
frente. Meu Orson e o monstro que ele escondia. O cheiro de
couro e sangue espesso nele como um perfume demoníaco.

Eu tremi sob seu olhar, muito oprimida por sua


proximidade que não consegui dizer nada. Não pude dizer a
ele que estava tudo bem, para não me matar. Em um
movimento rápido, ele poderia cortar minha garganta e ainda
assim eu não faria nada além de olhar com admiração para
ele. Seu corpo musculoso, seu rosto bonito, seu traje de
assassino salpicado de pontos de rubi.

“Bree,” disse ele com sua voz deliciosa com seu sotaque
muito leve do Oriente Médio, e parecia manteiga derretida
quente sendo alisada nas minhas costas. Minha mente e
corpo estavam em um emaranhado confuso de medo e
desejo. Eu o imaginei avançando, suas luvas de couro
encharcadas de sangue apertando brutalmente meu
pescoço. Eu me perguntei como seus lindos olhos seriam
quando ele me estrangulasse, seu cabelo preto caindo em
seu rosto. Um homem torturado, cheio de raiva e paixão,
todo voltado para mim.

Pressionei minhas coxas com mais força e contive um


gemido inapropriado. Meu corpo implorou para que eu me
movesse, lutasse, corresse, mas não havia para onde ir. O
doutor Orson estava ajoelhado em frente à abertura com sua
calça de terno caro e uma faca ainda segura em suas mãos,
bloqueando totalmente minha saída.

Seus olhos ficaram grudados em mim, as perguntas


circulando neles.

“Então, você tem me perseguido?” Ele perguntou


incrédulo e me deu um olhar de desaprovação. Meus olhos
se arregalaram. Ele tinha suspeitado de mim?

Orson se moveu para trás e eu aproveitei a pequena


abertura, empurrando a partir do pequeno espaço e me
arrastando para longe dele o mais rápido que pude. Meu
corpo e minha mente gritaram quando imaginei suas mãos
estendendo-se e me agarrando, sua faca deslizando sob
minha orelha e cortando.
“Bree,” disse ele novamente, sua voz soava mais como
lava do que como manteiga derretida agora. Senti seu calor
nas costas e no pescoço, tentando me queimar de raiva. Eu
me mexi ao redor do pequeno cômodo, esquivando-me atrás
de um dos corpos frios como se aquilo fosse me salvar.

“Merda,” eu murmurei enquanto minha cabeça girava.


Havia muito de tudo. Muito barulho do maldito refrigerador.
Muito cheiro de sangue obstruindo meu nariz. Estava me
deixando tonta e agarrei-me a um cadáver apenas para não
cair.

Orson claramente não dava a mínima que eu estivesse


tendo um lapso, embora fosse seu trabalho se preocupar.
Acho que ele não levava sua profissão tão a sério quanto seu
assassinato em série. Ele veio cambaleando em minha
direção com sua lâmina ensanguentada na mão enluvada de
couro e uma expressão muito assassina.

“Espere!” Eu chorei. Ele me ignorou, então eu corri em


direção à borda do cômodo e saltei em direção à porta. Ele
ergueu o sapato de couro e chutou o balde de sangue fresco,
espalhando-o macabramente pelo chão. Meus tênis bateram
no sangue derramado, escorreguei e meus joelhos bateram
com força no concreto. Minhas palmas queimaram ao me
sustentar.

Eu estava em uma poça quente e escura do sangue da


morte mais recente. Eu me senti zonza e tonta quando o
cheiro e a sensação me revestiram. Um desejo compulsivo
rugiu dentro de mim. Eu queria enfiar meus dedos cobertos
de sangue em minha boca até engasgar. Eu tremi, lutando
contra o desejo, porque eu não poderia dizer se este era o
pior ou o melhor momento para ceder a essa fome estranha.

Eu fiz um barulho choroso, tenso e gemido enquanto


olhava para o sangue em volta dos meus dedos. Em seguida,
uma mão revestida de couro estava agarrando as costas da
minha camisa e me levantando como se eu fosse uma boneca
de pano. Minhas costas bateram contra a parede de metal do
refrigerador e a mão de Orson apertou meu queixo, seus
dedos pressionando minhas bochechas.

“Foda-se,” eu gemi, olhando para o Dr. Orson com


sangue manchado ao redor do rosto. Uma sensação de
admiração me dominou. Deus, ele era tão bonito e forte. Eu
não conseguia me mover um centímetro com ele me
prendendo à parede.

Lambi meus lábios, imaginando-o me virando, puxando


minhas calças e mergulhando seu pau psicopata na minha
boceta molhada de garota louca, me levando bem aqui contra
a parede de seu refrigerador de assassino, os corpos
esfriando atrás de mim enquanto ele continuava
mergulhando cada vez mais fundo.

“Bree,” ele rosnou, raiva em seus olhos violeta. Era


totalmente inapropriado ficar com tesão depois de
testemunhar o homem que eu estava perseguindo
assassinando alguém. Eu sabia. Eu não era um tipo de
garota muito apropriada. Minha calcinha estava encharcada
quando ele se empurrou contra mim, cheirando a sangue.
Inclinei-me para o lado e tentei ver além dele.

Sim, definitivamente quatro cadáveres agora. Parte de


mim estava morrendo de medo. Estávamos em um precipício
e eu queria cair do lado certo.

Qual seria uma reação normal aqui? O que o Dr. Orson


me diria qual é a resposta apropriada? Na verdade, eu
provavelmente deveria parar de aceitar dicas sociais de um
assassino em série.
“O que você está fazendo aqui?” Ele perguntou
bruscamente e senti um arrepio de prazer em meu corpo ao
ouvir o tom. Normalmente, ele era todo sorrisos contidos e
frases apáticas. Deus, eu gostava dessa versão dele. Não, eu
adorava. Minha mente defeituosa estava cruzando os fios,
me dizendo que o medo era excitação e a excitação era
profundamente emocionante.

“Você arruinou meus planos,” ele cuspiu, seu rosto


cruel e zangado. Eu praticamente podia sentir a energia
irradiando dele. Estava se infiltrando em meu próprio corpo
e me fazendo sentir mais viva do que antes, ofegante em seu
aperto cruel. Era como se estivéssemos conectados
espiritualmente.

Eu amava suas mãos em mim. Eu amava seus olhos


vibrantes me fixando, exigindo respostas. Eu amava o quão
poderoso ele era.

Eu engasguei quando ele me agarrou pela nuca e me


arrastou para longe da parede e em direção à saída. Uma
golfada de sangue recém-derramado me atingiu e induziu
uma onda de tontura que me fez cambalear.

“Uau,” eu me senti como se estivesse drogada. Minha


língua correu sobre meus lábios e eu não pude mais negar
essa necessidade. Ela estava me esmurrando a cada segundo
desde que eu vim aqui. Meu corpo balançou em direção ao
homem morto sangrando enquanto eu me imaginava
lambendo o líquido vermelho de seu rosto.

“Controle-se,” zombou Orson, apertando ainda mais


minha nuca enquanto abria a porta e me guiava escada
acima. A maneira dominante como ele segurava meu pescoço
estava fazendo meus mamilos endurecerem. Se eu
sobrevivesse, teria hematomas dos dedos dele para me
lembrar daquilo. Eu os admiraria enquanto correria meus
dedos sobre minhas dobras molhadas.

Ele era muito mais do que eu esperava. Não havia


nenhuma maneira que eu pudesse voltar a lamentar
secretamente e ser silenciosamente obcecada. De jeito
nenhum, porque ele era exatamente como eu. Todo fodido da
cabeça. Eu tinha problemas, mas meu Orson também.
Coisas lindas e sangrentas pelas quais eu o amava.

Não havia mais parede entre nós. Não com suas luvas
de couro encharcadas de sangue mordendo meu pescoço e
meu conhecimento de seus pecados extracurriculares
catalogados em minha cabeça.

Lambi meus lábios enquanto ele me arrastava para sua


sala escura. Eu só tinha visto pela janela antes desta noite.
Eu olhei para o local onde o tinha visto sentado antes e senti
a necessidade de colocar meu corpo no mesmo lugar que ele
esteve.

Seu aperto era brutal, então, me deixando ciente de que


lutar seria inútil.

“Orson, vamos conversar sobre isso,” falei, finalmente


encontrando minha voz. Ele zombou e me atirou como se eu
fosse uma cobra venenosa. Eu pousei em seu sofá de couro,
minha bochecha deslizando no tecido escuro e liso. O cheiro
do couro encharcou meu nariz, me lembrando de seu cheiro.

Ele se aproximou da beirada do sofá enquanto eu virava


e olhava para seu terno respingado de sangue e deliciosas
luvas de couro. Ele era refinado, caro e louco. Seus olhos
violetas eram ameaçadores e cada músculo definido que ele
escondia sob suas roupas agora parecia letal.
Ele era cruel e mortal de uma forma que nenhuma
pessoa que eu já conheci era. Ele parecia maior do que a
vida, nem mesmo humano. Ele era um anjo escuro
encarregado de matar os cordeiros. Eu tremia de medo,
admiração e necessidade.

“Você foi travessa, Bree,” disse ele com um sorriso


pecaminoso que fez meu queixo cair. Eu balancei a cabeça
enquanto ele afastava o cabelo curto do rosto, manchando-o
de sangue.

Era isso. Este era o nosso começo.

“Puna-me, Orson,” implorei, minhas pernas se abrindo


em um convite. Seu olhar disparou entre minhas pernas e
seus olhos brilharam com o choque.

“O que?” Ele mordeu antes de soltar um suspiro


profundo. Ele pressionou dois dedos enluvados entre as
sobrancelhas e fechou os olhos. Ele parecia potencialmente
irritado. Eu mordi o interior da minha bochecha.

“Eu não vou contar a ninguém,” eu soltei. Ele largou a


mão e olhou para mim em silêncio. Seu rosto parecia pedra.
Pedra perfeitamente esculpida e ele seria meu agora. Ele
tinha que ser meu, agora que eu sabia. “Vou manter seu
segredo, baby.”

“Não me chame assim.” Ele fez uma cara de nojo. O que


me fez sentir coisas desagradáveis. Era estúpido ficar com
raiva de um assassino em série pairando sobre mim em
aborrecimento? Sim, mas isso não me impediria. Eu não era
boa em controlar minhas frustrações e raiva. Eu falaria
merda até o fim se fosse assim. Eu o chamaria de bebê até o
fim dos tempos agora e faria com que ele amasse.
“Ok, idiota, que tal eu apenas chamá-lo do que eu quiser
e você aguentar, porque eu sei que você tem um refrigerador
de assassino em sua casa. Que tal isso... Baby?” Eu
adicionei com um sorriso. As ameaças definitivamente não
estavam fora de questão. Na verdade, no exato momento em
que percebi que Orson era o Carniceiro Sem Sangue e
encontrei seu covil, quase imediatamente planejei ameaçá-
lo.

Ele rosnou e se lançou em minha direção, sua mão


envolvendo minha garganta enquanto seu corpo colidia com
o meu.

Gritei de choque e medo, mas também porque queria


alertar a todos no mundo que Orson estava em cima de mim.
Meu corpo parecia elétrico, meu sangue chiava em minhas
veias. Minha boca encheu de água e minhas gengivas
coçaram e eu me senti maníaca e desequilibrada. Odores
almiscarados de couro e sangue encheram minha cabeça e
sacudiram meus pensamentos.

Orson tinha tanta paixão em seus olhos - emoção brutal


e transbordante que me agarrava. Ele parecia prestes a fazer
algo selvagem e ruim. Eu mal podia ser contida embaixo dele,
precisando gastar toda aquela energia.

A textura macia e suave de sua camisa e calças caras


parecia divina enquanto elas tentavam varrer minha pele.
Nossos corpos se debatiam em uma dança violenta -
pulsando, moendo, lutando - enquanto ele agarrava meus
membros agitados e os segurava para baixo, seu aperto de
aço. Meu corpo estava fraco e o dele era tudo menos isso.

O cheiro de todo o sangue em nossos corpos nadou em


minha cabeça como uma ameba comedora de cérebro
mastigando a massa cinzenta. Eu quase nunca sentia fome,
mas agora estava faminta. Havia um buraco negro no meu
estômago, sugando meus órgãos.

Orson me segurou e levou seu pulso à boca aberta. O


luar brilhou em sua boca quando ele a abriu amplamente.
Presas afiadas de cinco centímetros de comprimento que eu
nunca, jamais tinha visto antes, se estenderam em sua boca.
Minha boca abriu em choque. Ele mergulhou em seu pulso
com um grunhido enquanto seu corpo abaixava totalmente
sobre o meu.

Ele era maior do que eu - mais forte, mais pesado. Seus


músculos rígidos e tecidos macios pressionaram cada
centímetro de mim. Eu me senti tonta e desmaiada. O que
estava acontecendo? O que ele estava fazendo?

Orson empurrou seu pulso contra meus lábios sem


qualquer gentileza, forçando seu sangue a cobrir minha boca
de maneira desordenada. Estava surpreendentemente frio e
rico, uma vez que encharcou minhas gengivas. Meu corpo
latejava e algo mudou dentro de mim, um interruptor foi
acionado. A clareza cristalina tomou conta de mim,
nitidamente focada em exatamente uma coisa: sangue.

Eu agarrei e chupei. Minha língua lambeu e o prazer


ondulou dentro de mim. Orson gemeu e eu o senti endurecer
entre nós, sua crescente ereção pressionando meu estômago.
Eu não conseguia pensar. Eu não podia fazer nada além de
ser uma escrava do sangue coagulado que manchava meus
dentes e escorregava para dentro do meu estômago. Minha
garganta engoliu, onda após onda de sangue delicioso.

Orson puxou o pulso para trás e eu ansiava por tê-lo de


novo, prová-lo, ingeri-lo, mas ele me segurou facilmente.
Então, de repente, as bordas da minha visão ficaram turvas
e meu corpo começou a queimar dolorosamente. Parecia que
alvejante estava em minhas veias e eu hiperventilei ao senti-
lo atingir meu coração.

Seu rosto flutuou no meio da minha visão, um deleite


doentio em sua feição que me fez sentir pânico. O som da
estática retumbou alto na minha cabeça e parecia que estava
apagando quem eu era.

“Alguma coisa está errada,” eu engasguei enquanto meu


sangue queimava em cada veia.

“Você é minha agora, Bree. Para sempre,” ele disse com


um sorriso sinistro e olhos perturbados. Meus olhos
piscaram entre os dele em confusão. O que ele quis dizer com
sua? A maneira como ele disse fedia a propriedade e
ninguém, nem mesmo meu precioso Orson, jamais me
possuiria.

Eu mentiria por ele. Eu toleraria sua natureza agressiva


e violenta. Eu varreria seu hobby de matar em série para
debaixo do tapete. Quero dizer, quem não tem alguns hábitos
ruins? Mas se ele pensava por um segundo que era meu
dono, então ele teria um rude despertar vindo em sua
direção.

Com isso em mente, agarrei-me à consciência. Minhas


veias cantaram com uma queimadura sem fim. O Dr. Orson
se levantou e olhou para mim com um sorriso satisfeito,
como se estivesse satisfeito consigo mesmo com aquilo.

“Durma,” ele insistiu, sua voz um ronronar peculiar.


Uma pressão estranha veio sobre meu corpo e então parecia
que seus dedos estavam em meu crânio, pressionando meu
cérebro. Meus olhos se fecharam e eu flutuei em algum lugar
entre acordada e adormecida, lutando muito porque, apesar
dos meus sentimentos sobre Orson, ele era um homem
muito perigoso e sinistro e eu não tinha ideia do que ele
pretendia para mim, exceto possuir e não era assim que isso
deveria acontecer.

Meus olhos se abriram e percebi que devia ter


adormecido mesmo contra meus melhores esforços. O céu
estava cinza pelas janelas, a sala inundada de sombras.
Orson se foi. Eu me mexi, minha cabeça girando e me
esforçando para ouvir qualquer sinal dele. Ele estava em
algum lugar - eu podia pressentir o movimento - mas não
estava aqui.

Eu pulei e corri o mais rápido que pude. A queimadura


em minhas veias havia sumido, mas o gosto de sangue ainda
permanecia entre meus dentes. Minha língua lambeu o gosto
inconscientemente enquanto eu abria a porta da frente
freneticamente, borbulhando energia me impulsionando
para fora.

O som estridente de insetos me assaltou. A lua brilhante


iluminava. Era pacífico e me fazia sentir como uma estranha
em uma terra estranha. Tudo parecia tão normal e
inalterado, mas tudo havia mudado. Tudo.

Eu tropecei para frente, descendo sua longa entrada de


automóveis tentando chegar à calçada, tentando voltar para
o meu carro estacionado na rua. Sua propriedade era isolada
e enorme. Empurrei minhas pernas, minhas coxas
queimando, mas nunca fui muito boa em correr. Sempre fui
frágil e fraca. Minha pele fina e pálida e meus pequenos
músculos tristes revelavam como eu tratava meu corpo.
Como algo a ser mais ignorado do que nutrido.

Eu ofeguei, meus dedos tremendo enquanto me


contorcia em meu carro e apertei a ignição. Minha mão
puxou o carro para dirigir, mas então gritei quando Orson
estava de repente na frente do carro, batendo no capô com
tanta força que o barulho estremeceu em minha cabeça.
Seus olhos eram poças mortais de roxo.

“Este pequeno inconveniente é um pouco mesquinho,


você não acha?” Ele perguntou com o rosto em branco. Eu
balancei minha cabeça, sem saber o que dizer. Não tinha
certeza de como lidar com aquele homem em seu estado
desmascarado.

Ele olhou para o horizonte onde os primeiros sinais da


manhã estavam começando. Então seus olhos se voltaram
para mim e um largo sorriso se estendeu em seu rosto. Seus
olhos não se conectaram à ação. Ele se afastou do meu carro
e fez sinal para eu ir.

“Vá em frente Bree, eu vou te encontrar amanhã. Não


há como escapar de mim agora. Nunca houve como. Corra e
tente se salvar. Eu quero que você faça isso porque eu preciso
que você entenda que você não pode. Que ninguém vai
acreditar em você. Você é louca, lembra? Fiz questão de
catalogar em seus arquivos.” Ele interrompeu com um largo
sorriso.

“Diga a todos que o Carniceiro Sem Sangue é seu


terapeuta. Quero que você perceba que sua liberdade era
uma ilusão e que agora a estou tirando.” Suas palavras
penetraram em meu cérebro como uma agulha, dispersando
as verdades que me abalaram. Este homem não era nada
parecido com o que fingia ser e o problema era que isso me
excitava.

Eu contive esse sentimento porque agora era hora de ir


embora. Agora eu tinha que chegar à conclusão de que eu
não era sua predadora, ele era o meu. Foda-se se isso não
transformasse meu cérebro em algo bom. Isso significava que
ele me queria. Que ele veio por mim. Que ele nunca me
deixaria ir.
Meu pé pisou fundo no acelerador e eu saí em
disparada. Eu queria tê-lo comigo novamente. Ter seu
sangue escorregando pela minha garganta. Para ver aquele
olhar enlouquecido em seus olhos. Esses pensamentos
confusos fizeram algo terrivelmente inapropriado em mim.

Continuei correndo, porém, com sangue seco no rosto e


nos joelhos, porque o que eu não queria era ser amarrada e
enjaulada. Eu não queria ser possuída e aquele espírito
ardente e raivoso dentro de mim que exigia liberdade era
mais forte do que meu desejo carnal e obsessivo. Por
enquanto, pelo menos.

Orson e eu estávamos obviamente mais conectados do


que eu pensava e isso me fez sorrir enquanto dirigia para
casa. Na minha cabeça, isso significava que estávamos
juntos, um casal. Estávamos, não estávamos? Ele disse isso.
Se ele pensava que isso me assustaria, não me conhecia tão
bem quanto pensava.

Uma risada explodiu de minha boca. Ele disse que eu


era dele para sempre? Oh, ele não tinha ideia ao que acabara
de se acorrentar.

Meu carro parou na frente de casa e me arrastei para


dentro. Parecia que que eu andava pelas águas de um
pântano na altura da coxa. O cansaço que eu consegui lutar
estava de volta ferozmente, pressionando meus ossos para
fora. Eu sabia que precisava fazer algumas coisas. Como me
limpar, ou descobrir um plano. Orson tinha poder sobre mim
e eu precisava encontrar uma maneira de equilibrar nosso
poder.

Ele realmente achava que ninguém acreditaria em mim


se eu contasse seu segredo? Ridículo. Com transtornos
mentais ou não, as pessoas teriam que ouvir o que eu tinha
a dizer. O mundo inteiro queria saber quem era o Carniceiro
sem Sangue. Ele estava aterrorizando nossa cidade por três
anos, mas aterrorizando a costa leste dos Estados Unidos
por muito mais tempo.

Parei no corredor, colocando a mão na parede para me


equilibrar. O Carniceiro sem Sangue estava ativo por mais
de cinquenta anos. Isso não fazia sentido. Orson parecia ter
apenas quarenta anos. Eu engoli e o pensamento se dissipou
com a minha exaustão.

Meus tênis deixaram pegadas ensanguentadas no


carpete cinza lá em cima enquanto eu me movia em direção
ao meu quarto. Meu corpo caiu na minha cama e não haveria
batalha para dormir esta noite. Eu estava tão cansada.
Cansada demais para ficar acordada e fazer um plano.
Cansada demais para pensar. Depois de algumas horas de
sono, eu descobriria.
CAPITULO DOIS

Seis Meses Atrás


Bree invadiu meu escritório com uma expressão de
satisfação zombeteira no rosto, satisfeita por ter me feito
esperar para depois aparecer como uma bola de demolição.

Minha secretária correu pelo corredor ao lado dela,


desculpando-se por deixar um paciente entrar sem avisar.
Eu dei um sorriso caloroso.

“Sem problema, Katie.” Ela corou e se afastou enquanto


Bree a observava ir com raiva fervente em seus olhos. Ela era
ciumenta. O que me divertia.

Bree escovou o cabelo na altura do quadril sobre um


ombro. Meus olhos se fixaram brevemente na pele pálida de
seu pescoço agora exposto enquanto ela se movia, fechando
a porta e se sentando à minha frente.

Cada vez que ela estava aqui no meu escritório, seu


cheiro enchia o espaço, se envolvendo em torno do meu
pescoço como uma coleira. Ela cheirava a aveia e mel - rica
e doce. Como um pãozinho rechonchudo, brilhante e
tentador na vitrine da padaria, implorando para que eu me
rendesse e desse uma grande mordida. Eu queria lamber
toda aquela manteiga brilhante e enterrar meus dentes
afiados na textura macia de Bree Hamilton.

Ainda não. O plano eram cinco anos. Cinco anos nesta


pacata cidade da Nova Inglaterra, aterrorizando os
simpáticos cidadãos até que eles nem saíssem de casa à
noite. Pois somente após aqueles cinco anos de matança eu
me sentiria pronto para ficar inativo - adiar meu assassinato
em série por alguns anos antes que o desejo amadurecesse
novamente.

Eu poderia ter Bree depois de meus cinco anos aqui. Eu


não podia desviar do plano só porque queria enterrar
brutalmente meus dentes na deliciosa e cheirosa Bree.

“Boa noite, Bree. Como foi sua semana?” Eu perguntei,


ignorando seu atraso. Seus olhos observavam meus lábios
enquanto eu falava, absorvendo seus movimentos como se
ela fosse o predador procurando me consumir e não o
contrário. Eu não pretendia sua atração, mas não
desgostava. Na verdade, comecei a encorajá-la – fazendo esse
desejo brotar e crescer para que a pequena senhorita Bree
fizesse qualquer coisa para me agradar. O desejo era uma
coisa perigosa.

“Foi chata,” disse ela, seus olhos passando rapidamente


para os meus enquanto ela dava um pequeno sorriso
provocador. Seus olhos azuis brilhantes me lembravam do
céu diurno. Algo que eu não via há muitos anos. Era um
reflexo da promessa que seu sangue oferecia. Uma
caminhada á luz do dia.

Bree Hamilton era meio-vampira, mais precisamente


uma dhamphyr, e ela não tinha ideia. Eu não tinha
acreditado no começo. Eu pensava que meio-vampiros eram
lendas. Exceto que aqui estava ela e não havia como negar.
Felizmente, ninguém além de mim tinha ideia disso.
Uma vez que o segredo pousou no meu colo - e que segredo
delicioso era - eu me certifiquei de matar qualquer um que
soubesse.

Rabisquei a imagem de uma cabeça decapitada com a


língua pendurada na boca, fingindo que estava fazendo
anotações.

“Você pensou em sangue esta semana?” Eu perguntei,


olhando para o rosto dela. Ela pensava que seu desejo por
sangue era uma sede perversa e isso me fazia sorrir. Imaginei
quão perturbada ela deveria estar, querendo algo tão ruim.
Eu adorava ouvir sobre isso e mal podia esperar que ela
provasse meu sangue vampírico. Isso nos ligaria como se ela
fosse minha filha vampírica, mesmo que ela não pudesse ser
totalmente transformada - apenas desperta.

“Sim,” ela admitiu com um bufo irritado. Ela odiava


falar sobre isso porque estava acostumada com as pessoas
achando que era uma loucura. Eu não achava insano. Eu
achava delicioso, a pequena meio-vampira não entendendo
sua pequena fome perversa. Eu mal podia esperar para
encher sua barriga com meu sangue, senti-la sugá-lo de
mim.

“Você não tentou ceder, não é?” Eu perguntei.

“Não, claro que não,” ela suspirou novamente, revirando


os olhos.

“Boa menina,” eu cantarolei profundamente, dando a


ela um pequeno sorriso satisfeito. Ela respondeu
perfeitamente. Eu podia ver seus mamilos endurecidos
através dos materiais finos que ela usava, podia ouvir a
pequena inspiração de ar.
Achava Bree terrivelmente fofa com sua pequena paixão
e seu desejo sujo de sangue. Ela tinha lábios grandes e
carnudos e seios pequenos bonitos em seu corpo magro. Na
verdade, eu a achava tão fofa, que tinha vontade de dar
grandes e indulgentes mordidas nela, devorá-la inteira.

Ela seria fácil de controlar quando chegasse a hora. Até


então ela não iria a lugar nenhum.

Presente
Eu era um homem simples, com necessidades simples.
Não tinha escrúpulos em saber que essas necessidades
aterrorizavam, perturbavam e às vezes até enojavam os
outros. Nunca houve um momento em minha vida em que
me preocupasse com o conforto dos outros. Muito pelo
contrário, na verdade, era o desconforto deles que me
satisfazia.

Minha vida tinha sido longa, mais longa do que jamais


pretendia e, ao longo dos anos, descobri que permanecia tão
fiel ao meu caráter quanto no dia em que tinha nove anos e
descobri que gostava de matar animais. Os gatos sujos, os
ratos gordos... O garoto da casa ao lado.

Sim, eu era uma criatura muito simples. A matança


sempre era a parte rápida e concisa, mas no
desmembramento eu me drogava e saboreava.

Terminei de cortar os membros. O sangue brilhava na


minha ferramenta quando a coloquei de lado.
Hoje, eu tive que acabar com esses homens
rapidamente. Normalmente, eu teria demorado muito mais
tempo no processo, aproveitado muito. Meus olhos vagaram
sobre o que eu tinha feito, os corpos massacrados rudemente
tanto quanto possível com o pouco tempo.

Bree mudou minha linha do tempo. Arruinou meu


plano. Cinco anos de matança desenfreada eram
repentinamente três.

Não gostei da alteração, mas iria aceitar calmamente as


cartas à medida que eram jogadas, como sempre fazia,
adaptando meus planos a uma situação de mudança. Eu
preparei esses corpos o mais rápido que pude - prontos para
seu papel. Eles deveriam ser jogados em latas de lixo pela
cidade - minha tática normal de descarte. Eu sabia que era
melhor os corpos não serem encontrados, mas era uma
emoção como nenhuma outra, o mundo ver o que eu tinha
feito.

Cada vez que fazia isso, massacrava minhas vítimas,


dividindo as seções completamente. Mãos, pés, dedos,
braços, coxas, orelhas, línguas ... Eu gostava de como as
pessoas ficariam mais perturbadas quando percebessem o
quão minucioso eu fui. Quanto tempo devia ter passado com
os corpos. O quanto eu devia ter saboreado.

Além disso, o processo era calmante. Um monstro como


eu só poderia ficar calmo se tivesse bons hobbies para
colocar sua energia. As coisas tendiam ao caos quando se
desviavam de um plano aperfeiçoado por décadas de
tentativas e erros ocasionais.

Uma vez que o sol finalmente mergulhasse baixo o


suficiente no horizonte, eu teria que encontrar minha
dhamphyr e rolar sua mente até que ela mal soubesse seu
nome. Eu a faria esquecer tanto quanto eu pudesse.
Ela me irritou entrando sorrateiramente aqui esta noite
e agora eu estava pronto para ela ser minha escrava de
sangue pessoal, cheia de todo aquele sangue especial diurno
ambulante. Eu não ficaria mais preso dentro de casa durante
o dia. Eu só era livre à noite. Era o único prejuízo ao se tornar
um vampiro.

Eu poderia usar a bonitinha Bree da maneira que


quisesse e pretendia fazer exatamente isso. Ela ficaria tão
bonita ouvindo cada comando que eu desse. Eu queria que
ela ficasse sentada esperando por mim, um troféu vivo. Seu
lindo cabelo cor de sangue caindo direto até os quadris. Sua
pele pálida era tão fina que eu podia ver cada veia flertando
com meu apetite. Seu lindo nariz de botão, seus lábios
carnudos. Eu tinha uma queda pela beleza e Bree era
realmente linda. Talvez a pessoa mais linda que eu já vi.

Peguei minha luva entre os dentes, puxando-a enquanto


me movia para a pia de aço inoxidável no meu refrigerador
subterrâneo. Minha outra mão libertou meu pau endurecido
e eu envolvi meus dedos em torno dele, apertando com força.

Se por algum motivo eu não apagasse a memória dela,


Bree ajudaria nas minhas mortes? Ela iria rir e cortar e
lamber a lâmina junto comigo? Eu bombeei minha mão
rapidamente, agarrando a borda da pia de aço inoxidável.
Meus olhos se fecharam e imaginei Bree se abrindo com dois
dedos encharcados de sangue. Eu me imaginei lambendo
entre suas pernas como um animal faminto, me deixando
bagunçado com todos os seus sucos. Eu imaginei sua voz
gutural gemendo meu nome, seus dedos pálidos agarrando
meu cabelo.

Um gemido saiu da minha boca. Tentei tirar a imagem


da cabeça porque não era o que eu queria. Eu não queria
Bree, queria um animal de estimação dhamphyr e não queria
estar sujo, queria estar limpo, ou então me sentiria
perturbado.

As imagens não paravam, porém, meu instinto mais


básico lutando contra mim. Lembrei-me do cheiro de sua
umidade entre as pernas quando a encontrei aqui e a joguei
contra a parede. Lembrei-me do olhar feliz em seu rosto
enquanto ela lambia meu sangue e empurrava seus quadris
contra os meus. Lembrei-me do olhar apavorado em seu
rosto quando a peguei pela primeira vez escondida embaixo
da pia.

Um gemido estrondoso saiu dos meus lábios. Cordas


grossas de líquido dispararam e eu levantei minha outra mão
e agarrei meu pescoço com força enquanto a onda prazerosa
de liberação passava por mim. Meus dedos se enrolaram
firmemente ao redor do meu pescoço, cavando nas veias de
lá e me deixando tonto. Era quase como se eu estivesse me
punindo por aquela liberação. Meus lábios se separaram dos
meus dentes e eu grunhi como se estivesse chateado, até que
eu estava tentando bombear um pau gasto que não podia
mais gozar.

A liberação nunca era tão satisfatória quanto eu


precisava que fosse. Era como se meu cérebro fosse incapaz
de fazer sinapses químicas necessárias para sentir a
verdadeira saciedade de um orgasmo. O que significava que
eu me enfiava de volta nas calças, mal me sentindo mais
satisfeito do que antes, mas não tinha tempo para continuar
bombeando meu pau o dia todo.

Eu fiz uma careta para o que tinha feito - um líquido


branco espesso pintava a pia. Liguei a água e observei ser
limpo. Um murmúrio indesejado de vergonha rolou dentro
de mim, mas eu o empurrei para baixo. Eu aprendi a me
livrar desse sentimento há muito tempo.
Voltei-me para o último corpo que tinha terminado,
então estendi a mão e agarrei a mandíbula. Isso ficaria
comigo, eu adicionaria à minha coleção. Você podia ver pelos
dentes afiados de trás que não era uma mandíbula de
homem, mas de monstro. Não um vampiro como eu, não que
eu fosse contra matar outros vampiros. Foi assim que
aprendi sobre Bree em primeiro lugar. Um vampiro
desesperado implorando por sua vida e me oferecendo o
conhecimento de um dhamphyr real nem mesmo tão longe
de onde eu estava no momento.

Este grupo hoje era uma pequena gangue de


lobisomens. Bandidos sujos com vícios nojentos. Eu
desprezava as feras. Eles eram animais – brutos e burros. Os
lobisomens se igualavam aos vampiros em força, mas
careciam de velocidade. Um a um, eles poderiam ser
facilmente derrotados, mas eles viajavam em matilhas
pequenas. Eu balancei um pacote de drogas em seus rostos
e eles caíram na armadilha.

Eu tinha um interesse particular quando minhas


vítimas eram mais do que humanas. Eu sabia que o
sobrenatural existia desde que eu era apenas um menino.
Um ghoul encontrou nossa aldeia e comeu minha família
enquanto eu me escondia. Eu não pensei mais sobre aquilo.
Não adiantaria.

Sobrenaturais eram vítimas muito emocionantes de se


capturar. Tornaria as coisas mais fáceis se só caçar
humanos me satisfizesse, muito mais fáceis. Parte da
emoção era o risco. Vítimas sobrenaturais significavam
irritar pessoas que eu não deveria - perturbar comunidades
poderosas que me queriam morto ou pior, trancado.

Meus dedos correram sobre os dentes afiados da


mandíbula do lobisomem antes de me aproximar e colocá-lo
em um aquário de tamanho médio que abrigava minha
colônia de besouros dermestes3. Observei enquanto eles
corriam para fora e começavam a tirar a carne dos ossos.
Eles logo limpariam a carne e eu poderia clarear o osso com
água oxigenada. Eu não era muito sentimental em relação
aos amarelos e marrons sujos. Eu preferia aperfeiçoar os
ossos a um branco perolado brilhante.

Era assim que eu gostava da maioria das coisas -


limpas, ordenadas e sentadas em seus lugares esperando
para serem usadas. Bree se tornaria outro item de minha
propriedade, um objeto que ficaria sentada e esperando em
seu lugar, esperando que eu a usasse para qualquer
propósito que eu desejasse.

3 Besouros dessa família se alimentam de animais ou material orgânico seco, como por exemplo: células mortas de
pele, pólen, pelos, penas, insetos mortos e fibras naturais.
CAPITULO TRES

Quando abri os olhos, senti uma pontada de pânico.


Meu quarto estava muito laranja, o sol baixo caindo no céu.
Já passava e muito da manhã, eu dormi a maior parte do
dia. Merda.

Eu me levantei, sentindo-me frenética. Eu não sabia o


que fazer, mas tinha que fazer alguma coisa. Orson disse que
estaria vindo atrás de mim e por mais que isso fizesse um
sorriso iluminar meu rosto, eu não queria que ele tivesse
todo o controle e poder.

Ele era exatamente como eu - fodido da cabeça,


obcecado por sangue e com morte nos olhos. Ele era
completamente errado. Meu anjo da morte encharcado de
sangue. Meu serial killer. Meu Orson. Perfeito, forte, mortal.

Fiquei tonta ao pensar sobre o quão famoso era seu lado


monstruoso. Todos conheciam o Carniceiro Sem Sangue,
mas ninguém sabia quem era. Ninguém exceto eu.

Agora, porém, eu tinha que me mover. No chuveiro, a


água corria rosa, livrando-me de todo o sangue. Eu olhei ele
rodopiando no ralo, minhas gengivas coçando e meu corpo
me dizendo que estava com fome. Eu não estava acostumada
com aquela sensação sendo tão proeminente em meu
cérebro.

Meus pensamentos giravam como a água rosa, correndo


em círculos tentando descobrir o que fazer. Continuei
voltando ao simples plano de ameaçá-lo. Um acordo simples
teria que funcionar no início. Eu não me importava de estar
com ele, e a ideia de ele potencialmente me querer mais perto
– me mudar para sua casa e dormir em sua cama - me fez
prender a respiração de alegria.

Eu apenas teria que deixar claro que eu também tinha


poder e ainda seria minha própria dona. Eu não queria ficar
enjaulada em sua casa e ter minha vida controlada.

Depois do banho, me vesti e fiz minha maquiagem de


tons vermelhos. Meus Dr Martens4 vermelhos ficavam bem
com minha minúscula saia skatista preta e paleta de
sombras com tons cereja. Eu escovei e endireitei meu cabelo
carmesim na altura da bunda - meu orgulho e alegria. Claro,
eu também gostava dos meus olhos; azul claro brilhante.
Meus lábios eram carnudos e grandes, meu nariz um botão
bonitinho virado para cima. Eu tinha muita coisa a meu
favor e estava bem ciente.

No entanto, eu tive que passar duas camadas grossas


de corretivo para esconder as bolsas sob meus olhos e
nenhuma quantidade de base de cobertura total e
iluminador brilhante poderia fazer minha pele parecer
verdadeiramente saudável. Eu nem me preocupava em blush
ou bronzeador. Parecia ridículo em mim. Minhas maçãs do
rosto pareciam um pouco duras e meus braços e coxas eram

4 Dr. Martens é uma marca inglesa,, que inclui calçados, vestuários e acessórios, e que foi adotada nos anos 1960 e
1980 pela contra cultura, principalmente pelo movimento punk rock.
muito finos. Às vezes, nenhum aspecto de boneca conseguia
esconder que eu só era bonita por fora.

Eu estava me sentindo trêmula de antecipação. Hoje me


sentia diferente. Como se a vida fosse maior e mais
emocionante. Tanta coisa aconteceu ontem à noite que meus
pensamentos não conseguiam se organizar. Simplesmente
voltavam ao que Orson havia prometido. Ele estava vindo
para mim.

Ele passaria por aqui e me buscaria? Me levaria de volta


para sua casa e me deitaria em sua cama? Ele iria abrir
minhas pernas e me foder com seus dedos enquanto usava
aquelas luvas perigosas encharcadas de sangue?

“Bree,” a voz do meu tio veio firme da sala de estar,


quase com raiva. Hesitei quando uma carranca estragou
brevemente meu rosto.

“Estou ocupada,” gritei, procurando ter certeza de que


minha porta estava trancada. Gostava da minha privacidade.

“Venha aqui agora,” minha tia sibilou. Raiva irradiou em


mim quando coloquei o segundo cílio postiço, completando
assim meu visual. Corri minha língua sobre os dentes e, em
seguida, fui para a sala de estar.

O cheiro forte de produtos químicos que deveriam imitar


linho fresco e a brisa do mar pairava no ar. Eu odiava velas,
perfumes e qualquer coisa com um cheiro forte. Eles se
enterravam na minha cabeça e me deixavam tonta.

Minha tia e meu tio estavam sentados no sofá, suas


coxas pressionadas intimamente juntas. Eles pareciam os
mesmos de sempre - perfeitamente classe média. Jeans de
cem dólares, cabelos escovados e um brilho saudável em sua
pele. Enquanto eu parecia a estranha parente gótica com
quem ninguém falava. Eu não me encaixava aqui, apesar de
eles me criarem desde que nasci.

Meus olhos piscaram entre eles enquanto eu estava lá.


Esta provavelmente seria outra discussão sobre eu encontrar
meu próprio lugar. Uma demanda frequente desde que fiz
dezoito anos, há dois anos.

“A polícia ligou,” minha tia disse friamente. Meus


pensamentos se moveram tentando descobrir o que estava
acontecendo. A polícia ligou? Por quê? Orson não ligaria para
eles. Como ele poderia? Ele era o Carniceiro Sem Sangue.

“Como você pôde fazer isso?” Meu tio perguntou. “Nós


fizemos tudo por você,” ele sibilou, ainda não deixando claro
o que estava acontecendo.

“Eu tenho um atestado lá em cima com minha lista de


transtornos de personalidade, se você quiser uma
explicação,” eu disse revirando os olhos. Meu cérebro
trabalhou horas extras tentando catalogar todas as coisas
potencialmente ilegais que eu poderia ter feito recentemente.
Era difícil localizar aquela que teria dado o retorno à polícia.
Furto, velocidade, invasão da casa de um assassino em série.

“Não use isso como desculpa,” disse ele, deixando-me


totalmente perplexa, mais uma vez, com sua incapacidade
de entender os transtornos mentais. Eu nem mesmo
argumentei. Nunca funcionava. Ele nunca iria entender que
eu não podia simplesmente deixar de ser meu eu fodido. Ele
ficava tão perplexo com a minha estrutura mental quanto eu
com a dele.

“Tudo que eu quero saber é por quê?” Meu tio


perguntou. Minha tia não parecia muito interessada em me
ouvir falar. Ela era a mais cruel dos dois. Meu tio tentava
pelo menos. Minha tia simplesmente me odiava. Sempre
odiou, sempre odiaria. Segundo ela, fui eu quem matou a
irmã dela. Como se um parto de merda fosse de alguma
forma culpa de um bebê que nem pediu para nascer.

“Porquê o que?” Eu rebati. Minha tia balançou a cabeça,


seus olhos azuis cruéis da mesma cor que os meus.

“Você invadiu a casa do seu terapeuta, Bree. Nós


sabemos. A polícia sabe,” minha tia disse com prazer sádico
que ela tentou esconder.

“Ele disse à polícia que você está obcecada por ele,” meu
tio disse e eu senti toda aquela energia excitada de antes
atingir meu estômago e queimar. Isso era pessoal e eu não
gostava que eles soubessem de coisas pessoais. Parecia
errado. Parecia estar sendo exposta de maneiras que eu não
queria ser. Provavelmente porque durante toda a minha vida
aprendi que tudo sobre mim estava errado. Minha tia e meu
tio me ensinaram isso. Então, agora, sempre que me sentia
exposta a eles, me sentia nojenta.

“Não estou obcecada por ele,” eu disse, sem olhar para


eles. Eu fechei minhas mãos em punhos. Minha tia jogou
algo na mesa na frente deles. Aquilo bateu na mesa e
deslizou em minha direção. Meus olhos se arregalaram e me
lancei para frente para rapidamente pegar meu diário.
Pressionei-o contra meu peito e cruzei os braços sobre ele
como se estivesse tentando protegê-lo de seus olhos.

Aquilo era além do pessoal. Aqueles eram todos os meus


pensamentos e havia muita merda doentia ali. Eu colocava
todos os meus pensamentos sombrios no papel porque às
vezes eles simplesmente borbulhavam e precisavam ser
liberados.

Este livro estava escondido na minha cômoda, enfiado


no fundo da minha gaveta de calcinhas. O que significa que
eles vasculharam meu quarto - vasculharam meu espaço
pessoal. Bem, eu esperava que eles tivessem lido a parte
sobre o quanto eu os odiava. Talvez eu pudesse rasgar essa
parte e colar na geladeira apenas para ter certeza de que eles
viram.

“Algumas das coisas que você escreveu aí...” Meu tio


disse com nojo, desviando os olhos de mim porque não
conseguia nem olhar para mim. Minha tia apenas me olhou
sem vida.

“Sim, eu sou uma doente porra. Surpresa, surpresa,” eu


disse sarcasticamente.

“Acabou sua vida como sanguessuga,” retrucou a


querida tia, os lábios manchados de batom laranja seco.

“O que isso significa?” Meus dedos esfregando as


laterais do meu diário em um tique ansioso.

“A polícia queria prendê-la, mas o Dr. Orson insistiu que


não queria apresentar queixa,” disse meu tio.

“Você será internada, Bree,” minha tia deixou escapar,


como se estivesse muito animada para manter a informação
por mais tempo. Meu queixo caiu.

“Internada! Vocês não podem fazer isso contra a minha


vontade!” Aquilo não estava certo. Este dia estava dando
tudo errado. Orson... ele estava tentando me internar? Ele
me queria trancada longe dele? Não entendi. Isso não fazia
sentido.

“Oh sim, nós podemos te internar sem o seu


consentimento, neste caso,” disse minha tia, mostrando um
pequeno sorriso satisfeito. Meu peito doeu. Orson disse que
estava vindo atrás de mim, não disse? Que eu era dele para
sempre. Aquilo foi uma mentira?

Com minha liberdade escapando por entre meus dedos,


finalmente parei de segurar as cartas na manga. Eu estava
desesperada e se ele quisesse jogar, eu também poderia
jogar. Almas gêmeas não precisavam ser legais e nosso amor
não precisava ser bonito.

“Ele é um assassino!” Eu soltei. “Doutor Orson. Eu vi.


Dentro, no porão, ele tinha corpos e baldes de sangue... “

“Pare. Apenas pare,” meu tio disse, balançando a


cabeça. Eu olhei para os dois em confusão. Eles nem
estavam considerando que o que eu estava dizendo poderia
ser verdade.

“Estou falando sério!” Eu gritei alto, fazendo seus olhos


se arregalarem. Eles estavam me dando um olhar que dizia
que eu estava perturbada e desequilibrada. Como se tivesse
exagerando. Uma garota não podia levantar a voz sem que
alguém olhasse para ela como se ela fosse louca. Eu cerrei
meus dentes. “Eu o encontrei e ele... eu não sei. Ele disse
que eu seria dele e me forçou...” Eu parei, franzindo a testa
enquanto me lembrava do momento mais estranho da noite
passada. Eu ainda não tinha processado porque era muita
coisa para eu lidar agora.

“Forçou você?” Meu tio perguntou, pela primeira vez


soando como se ele pudesse me levar a sério.

“Me forçou a beber seu sangue,” eu admiti. Por que ele


faria isso? Eu cerrei meus dentes enquanto minhas gengivas
coçavam.

A boca de meu tio formou uma linha tensa e ele


balançou a cabeça em desapontamento.
“Bree,” minha tia suspirou revirando os olhos.

“Estou falando sério!” Eu rugi e os olhos azuis e


brilhantes de minha tia se arregalaram.

“Pare de praguejar na minha frente,” ela sibilou. “E você


sabe o quê? Eu já tive o suficiente dessa sua atitude.” Antes
que eu pudesse abrir minha boca e dizer algo maldoso e
sarcástico, a campainha tocou e minha cabeça girou. Meu
tio suspirou e se levantou.

“Quem é?” Eu perguntei, engolindo o nervosismo.

“Por favor, não torne isso difícil. Já passamos pelo


suficiente,” ele murmurou. Meu queixo caiu. Eles já haviam
passado pelo suficiente? Oh, não, era tão fofo.

“Desculpe se minha existência é tão difícil para vocês,”


eu disse entre os dentes enquanto ele caminhava em direção
à porta. O céu estava escurecendo rapidamente - agora era
um crepúsculo roxo. Havia um policial uniformizado e um
homem careca de trinta e poucos anos vestindo uniforme
branco. Atrás deles, pude ver uma grande van branca sem
janelas estacionada na frente. Oh meu Deus.

“Olá, senhor. Estamos aqui para buscar Bree


Hamilton?” O policial fez uma pergunta enquanto o careca
de uniforme olhou para mim além do meu tio. Seus olhos
castanhos brilharam em diversão ao me ver parada ali em
estado de choque total. Ele era grande e feio. Apesar de não
ser definido, pude perceber que ele tinha muitos músculos.

Aquele cara era quem o hospital psiquiátrico enviou


para me buscar. Um bruto que poderia me dominar. Não, eu
pensei enquanto balançava minha cabeça para ele.
“Por favor, entre,” disse meu tio e o pânico cresceu
dentro de mim. Olhei para minha tia e ela parecia aliviada
ao ver os homens ali. Eu não gostava da minha tia e do meu
tio, mas eles eram tudo que eu tinha. A única família que eu
tinha no mundo e eles sentiram alívio em me trancar.

Eu me virei e corri para a porta dos fundos, pegando


minhas chaves enquanto ia. Tudo estava se fechando sobre
mim. Corri ao redor da casa, então entrei no carro e saí em
disparada, sem me preocupar em olhar para trás para ver se
aquele policial ou o ogro estavam atrás de mim.

Dirija, eu disse a mim mesma, apenas dirija. Meus


dedos ligaram o rádio e aumentaram o volume tão alto que
tirou os pensamentos da minha cabeça. Não que eu
precisasse da música para ajudar, era apenas um bom
barulho para me acalmar. Eu era muito boa - boa demais -
em empurrar pensamentos opressores para longe da minha
mente consciente.

Então, trinta minutos depois eu estava saindo da


estrada entrando em um 7-ELEVEN5, meu coração batendo
fora do meu peito. O céu estava negro, as estrelas nem
mesmo visíveis. Foi quando todos aqueles pensamentos que
eu havia reprimido voltaram a subir. O sangue, as presas, a
força. Meu cérebro estava me oferecendo uma conclusão
estranha, mas os vampiros não podiam ser reais, certo?

As pessoas entravam e saíam do 7-ELEVEN, tomando


grandes goles ou mastigando cachorros-quentes antes de
pularem de volta em seus carros. Minha boca estava seca e
a fome beliscava meu estômago. Minhas gengivas também
coçavam. Era uma distração, o que era peculiar.

5 7-ELEVEN, rede de supermercados que tem o nome baseado em seu horário de funcionamento. Das 7:00 da manhã
até às 11:00 da noite.
Raramente sentia muita fome e, quando isso acontecia,
ignorava facilmente até que meu corpo ficava fraco e cansado
o suficiente para me fazer engolir um pouco de comida. Eles
me chamavam de anoréxica, mas não combinava muito na
minha opinião. Não que alguém se importasse. Eles se
preocupavam com os marcadores, não com as
complexidades.

Comer parecia uma tarefa árdua para mim e a comida


nunca teve um gosto muito bom. O que tinha um gosto bom
era o sangue de Orson. Esse pensamento nadou em minha
mente, juntando-se aos outros que haviam flutuado para a
superfície. Baldes de sangue, beber sangue, assassinato.
Orson poderia realmente ser um vampiro?

Entrei na loja com um punhado de notas mutiladas e


moedas esquecidas que pesquei no meu carro. Meus olhos
se fixaram nas raspadinhas. Uma dose de açúcar e gelo
podia ajudar. Era melhor do que tentar mastigar batatas
fritas crocantes e salgadas. Deus, aquelas coisas eram
nojentas. Tanto sal que parecia que eu estava branqueando
minha língua e todos os pedacinhos crocantes viravam
mingau e tentavam grudar em meus dentes. Não gostava de
mastigar coisas.

Um momento depois, apontei para um copo de arco-íris


no balcão da registradora. O cara atrás dele olhou para o
copo apaticamente, apertou um botão na tela da sua caixa
registradora e depois me disse um número.

Havia algo meio atraente no cara. Eu não tinha ideia do


quê. Ele não era bonito, sexy, robusto, ou qualquer coisa, era
só um cara que precisava de um banho. Cabelo oleoso, pele
ruim, olheiras.

Seu pescoço, entretanto... tinha uma bela curva e eu


gostava de ver sua artéria pulsar seu sangue. O som de seu
batimento cardíaco enchia meus ouvidos, cada vez mais alto.
Eu folheei o troco, segurando-o. Nossos dedos se tocaram
quando coloquei o dinheiro em suas mãos. Ele não cheirava
muito bem, o fedor fraco de suor antigo pairava em torno de
seu corpo. Ainda assim, me vi inclinado para frente e
respirando fundo enquanto meu estômago roncava
ferozmente.

Sua atenção voltou para mim quando meu estômago


rugiu e ele ergueu uma sobrancelha.

“Quer um recibo?” Ele perguntou e eu me perguntei o


que diabos eu estava fazendo.

“Não, obrigada,” peguei o slurpee6 e empurrei alguém ao


passar pela porta. Thump, thump, thump - imaginei o som do
coração dele, embora soubesse que não poderia realmente
ouvir. Visualizei aquele pequeno pulso em seu pescoço,
flertando comigo.

E aquela conclusão que girava em meu cérebro, de que


Orson poderia ser mais do que um homem, foi ficando cada
vez mais alta. A razão pela qual ele tinha presas. Por que ele
bebia sangue. Por que ele era tão forte e perfeito.

Minha bunda bateu no assento de couro do meu carro


e fechei a porta, observando as pessoas entrarem e saírem
da loja enquanto eu bebia. Era muito doce, mas por algum
motivo eu estava morrendo de sede e fome, com muita fome.
Meus dedos pressionaram meus dentes e tentei ver se meus
caninos eram maiores e mais afiados. Se o que eu estava
pensando pudesse ser verdade.

A memória de suas longas presas passou pela minha


mente, dele gemendo enquanto eu bebia, da queimadura em

6 Slurpee é a marca exclusiva da 7-Eleven para uma bebida gaseificada congelada originada em 1966.
minhas veias. Nunca na minha vida tive alucinações visuais.
Claro, encontrar um monte de cadáveres era provavelmente
o momento perfeito para uma pausa da realidade, mas eu
era uma pessoa mais experiente para anormalidades
mentais do que a maioria.

Eu sabia que as alucinações visuais não eram como o


que aconteceu na noite passada. Elas não eram cristalinas e
fáceis de lembrar. Elas não eram nada como a noite passada
e minha cabeça estava clara ontem e hoje também.

O que significava que tudo realmente tinha acontecido.


Orson tinha presas, Orson bebia sangue... Orson podia
muito bem ser um maldito vampiro.

“Ugh,” eu gemi, batendo suavemente minha cabeça no


volante repetidamente, fazendo o carro dar pequenas
buzinas. Isso era uma loucura! Eu só podia estar louca. O
que provavelmente significava que eu não deveria confiar
nessa conclusão tanto quanto estava confiando, mas, bem,
eu estava.

“Eu sou uma vampira agora?” Eu me perguntei


enquanto puxava minha cabeça para cima. Foi quando
percebi que o caixa do 7-ELEVEN estava morto. Não quieto
e parado... literalmente morto. O cara nojento que eu tinha
acabado de cheirar estava deitado no balcão em uma poça
de sangue, seus olhos e boca arregalados. A pessoa que eu
esbarrei ao sair também estava deitada em uma grande poça
de sangue na metade do caminho para fora da porta. Olhei
em volta e vi mais dois corpos, pessoas que estavam na
bomba de gasolina.

“Oh merda,” eu disse, percebendo que a merda era real


e que eu tinha irritado um assassino em série vampiro.
Minha mão mergulhou para a chave, mas a porta do
passageiro abriu ao mesmo tempo e ninguém menos que o
próprio Orson sentou-se suavemente lá dentro com o rosto
inexpressivo.

Eu não sabia se gritava ou gemia. Ele não parecia muito


diferente da noite anterior. Ainda usando uma camisa de
botão e calça de terno. Ainda usando suas luvas de couro e
segurando uma faca. Ainda sujo de sangue, exceto que era
recente dos corpos que decoravam o chão ao nosso redor.

“Que bom encontrar você aqui,” eu resmunguei, meus


dedos tremendo enquanto agarrava meu volante. Minha
boca encheu-se de água instantaneamente, como um
cachorro treinado para salivar quando sua guloseima
chegava. Aqui estava meu anjo vingador da morte com
aquela faca na mão pingando sangue e aquelas deliciosas
luvas de couro. Eu gostava. Gostava muito porque podia
imaginar o tipo de coisas que um homem assim faria comigo.
Sem estocadas suaves, mas brutais e cruéis de uma forma
que me deixaria inacreditavelmente satisfeita.

Além disso, foder com ele por ligar para a polícia e tentar
me trancar em um hospital psiquiátrico.

“Bree, Bree, Bree,” disse ele com um suspiro, batendo


com a ponta da faca na mandíbula forte e bem barbeada.
“Nós realmente precisamos trabalhar em sua capacidade de
avaliar comportamentos de risco.” Ele sorriu
provocativamente de uma forma que fez coisas comigo.
Coisas incríveis, terrivelmente úmidas. Ele parecia o próprio
pecado. Como um incubus que prometia comer minha alma,
mas era tão atraente que eu deixaria. Droga, sempre gostei
do tipo errado de cara. Caras que tinham refrigeradores de
assassino e queriam me internar à força, por exemplo. Eu
certamente tinha um gosto por meninos maus.

“Você me transformou em uma vampira?” Eu perguntei.


“Não”, ele respondeu simplesmente, seus olhos violetas
em mim. Não houve surpresa ou humor com a minha
pergunta. Ele parecia paciente e calmo como se tivesse todo
o tempo do mundo.

Olhei em volta para os cadáveres apenas para tentar


tirar minha cabeça daquele carro sufocante. O ar estava
pesado com tantos pensamentos que mal conseguia ter um
claro. A presença de Orson preenchia cada centímetro e
sugava o espaço. Ele me deixava tensa com todo aquele
potencial de destruição em espiral. Um movimento rápido e
ele poderia me dominar. Cortar meu pescoço como daquele
homem na noite passada. Ou empurrar entre minhas
pernas, segurar sua faca contra minha pele e puxar minha
calcinha de lado para que ele pudesse afundar dentro de
mim.

“Mas seu sangue...” eu parei. Ele estava sorrindo para


mim, mas o sorriso não atingia seus olhos. Eu me
perguntava se ele sentia alguma coisa ou se ele era um
verdadeiro psicopata. Nós olhamos um para o outro. Eu
conhecia aquele homem, eu o via há anos em seu escritório.
Sessões semanais de terapia desde os dezessete anos.
Quando entrei em seu escritório pela primeira vez, parecia
que o próprio Cupido havia me esfaqueado, fazendo meu
peito ficar sangrento.

No entanto, apesar de tudo aquilo, também parecia um


pouco como se um estranho estivesse sentado no meu carro
porque ele nunca tirou sua máscara de sanidade em todos
aqueles anos. Não até a noite passada.

O que estava por baixo me deixava nervosa e excitada.


Devo ter sentido seu verdadeiro eu desde o primeiro
momento. Provavelmente foi isso que me atraiu, mesmo que
eu não tivesse consciência.
O som dos grilos e o zumbido das luzes do posto de
gasolina eram altos. Ele disse que eu não era uma vampira...
mas era dele. Além disso, ele me queria internada. Meus
olhos saltaram.

“Você quer que eu seja o seu Renfield!” Eu gritei.


Renfield era o pequeno animal de estimação humano do
Drácula que ele constantemente gostava de provocar com a
imortalidade. Eu estava bem familiarizada com a maioria dos
filmes de vampiros. Era um interesse natural para uma
garota obcecada por sangue.

“Hmm, bastante preciso, na verdade,” disse Orson,


inclinando levemente a cabeça. Minha boca se abriu. As
coisas começaram muito complicadas comigo e com ele.
Suponho que isso era de se esperar com pessoas como nós.
Uma conexão confusa cheia de sangue e luta.

“Bem, eu não vou comer insetos em um hospital


psiquiátrico pelo resto da minha vida,” eu sibilei. A raiva
estava queimando na minha cabeça, comendo a
preocupação e o medo. Meus dedos envolveram a maçaneta
da porta do carro. Antes que eu pudesse puxá-la, o aperto de
aço de Orson estava sobre mim. Ele abaixou minha cadeira
para trás e rapidamente me empurrou contra o couro.

Seu corpo pairava sobre mim, músculos flexíveis sob


roupas refinadas e respingadas de sangue. Ele sorriu
provocadoramente, me fazendo respirar fundo.

Senti a excitação crescer como uma onda enquanto seus


cheiros característicos me acariciavam. Minhas omoplatas
pressionaram o couro frio da minha cadeira e o gosto
persistente de sorvete de frutas vermelhas estava na minha
boca. Eu ainda estava ciente de quão perigoso era aquele
homem pressionando-se acima de mim e o quanto ele
desejava me agarrar.
Sua faca de matar ainda estava agarrada em sua mão a
apenas alguns centímetros do meu rosto, parecendo uma
ameaça, quer ele pretendesse ou não.

Os olhos violetas de Orson estavam escuros no meu


carro quando ele olhou para mim. Seu joelho empurrou entre
minhas pernas enquanto ele se inclinava sobre meu corpo.
Dois dedos enluvados empurraram minha boca, invadindo
meu corpo para sentir a maciez da minha língua e abrir
minha boca.

Seus dedos deslizaram sobre minha língua, agarrando


e acariciando. Seus olhos ardiam de desejo quando o deixei
explorar o interior quente e úmido da minha boca.

“Uma garota tão boa, Bree,” ele ronronou. Eu não pude


evitar de ficar parada para ele e aproveitar o momento.

Isso era tudo que eu sempre quis. Ele estrangulando


meu espaço, violando meu corpo. Meu coração acelerou
enquanto ele corria um dedo sobre meus dentes como se
testando para ver se eu tinha presas, apesar de seu protesto
contra me transformar em uma vampira.

Meu corpo formigou e eu me contorci. Isso me fez


dolorosamente ciente de seu joelho pressionado entre
minhas pernas, empurrado contra meu centro sensível. Eu
não poderia dizer se ele estava tentando confundir meu corpo
ou se não era intencional.

“Mostre-me essas pequenas presas,” ele sussurrou, em


seguida, seu pulso sangrento estava de repente entre os
meus lábios, assim como na noite passada. Um gemido
retumbou na minha garganta quando o gosto me atingiu.
Talvez isso estivesse me envenenando, me tornando uma
escrava de algum tipo, mas o raciocínio me deixou enquanto
tudo se concentrava em seu sangue - a textura rolando em
volta da minha boca e pintando meus dentes, o gosto se
estabelecendo em minha língua. E quando ele gemeu como
se meus puxões gananciosos parecessem tão satisfatórios
para ele, eu desabei e festejei.

Desta vez, ele me deixou lamber e chupar o quanto eu


quis. Até que minha cabeça ficou tonta e meu corpo ficou
fraco e eu pude sentir seu sangue desde as pontas lascadas
das minhas unhas até a raiz dos meus cabelos. O sangue
escorregou do canto da minha boca e pingou na gola da
minha camisa.

Eu não me importava se tínhamos uma discussão para


terminar. Que ele tinha planos de me trair. Agora era só eu
e seu sangue vampírico escorregando fundo em minha
barriga até que eu estivesse cheia do meu Orson. Até que eu
pudesse senti-lo dentro de mim.

Quando finalmente deixei cair seu pulso, ele enfiou os


dedos de volta na minha boca, sentindo meus dentes. Um
sorriso sombrio espalhou-se por seu rosto bonito.

“Lá estão elas, Bree. Boa menina,” ele ronronou, me


cumprimentando como se eu tivesse feito algo bom para ele.
Isso fez meu peito doer e um pequeno sorriso se curvou em
meus lábios. Eu amava quando ele me dizia que eu era boa.
Que eu o agradava.

“Sua camisa está suja,” disse ele com uma carranca. Foi
quando ele se inclinou ainda mais perto e sussurrou em meu
ouvido enquanto o cheiro de sangue e couro girava no ar.

“Agora, pequena dhamphyr, esqueça. Esqueça de ir à


minha casa ontem à noite. Esqueça hoje.” Senti minha
mente girando como uma poção sendo misturada - memórias
varridas com pressa e eu fui incapaz de segurá-las em
minhas mãos.
Eu empurrei seu peito, tentando afastá-lo. Eu não
queria esquecer. Não aquilo. Foi só por causa da noite
passada que percebi que ele era minha alma gêmea, que
éramos feitos um para o outro, feitos um para o outro. Ele
estava tentando apagar o destino. Ele estava tentando se
afastar de mim.

Tentei lutar contra ele, bater em seus membros e acertá-


lo. Para coçar seus antebraços expostos e alcançar a
maçaneta da porta. Eu gritei de frustração e desespero, mas
havia apenas cadáveres para me ouvir enquanto as
memórias vazavam.

Orson agarrou um pulso em cada mão, machucando-os


com o aperto. Ele enfiou o joelho com mais força entre as
minhas pernas, fazendo meu corpo ficar confuso novamente.
Ele sabia muito claramente o que estava fazendo, esfregando
o joelho em minha protuberância sensível, me deixando
ainda mais molhada.

Meus mamilos endureceram e formigaram, mas minhas


mãos ainda queriam arranhar e empurrar. Seu corpo estava
no meu, sua boca ainda pressionada em meu ouvido, sua
respiração lenta e alta e causando arrepios. Eu não poderia
fugir, eu percebi.

“Esqueça-me,” sua voz sombria ronronou em meu


ouvido. As palavras sangraram em meu cérebro, trabalhando
em todas as fendas. Um suspiro saiu da minha garganta.

“Seu bastardo,” eu gemia contra seu pescoço. Minha


visão turvou e escureceu quando ele se afastou e olhou para
mim. Seu rosto satisfeito nadou em minha visão quando ele
puxou uma mecha grossa do meu cabelo vermelho profundo
até sua boca, chupando enquanto ele puxava por seus lábios
deliciosos. O prazer provocador cintilou nos olhos violetas.
Esqueça-me, ecoou até perder o significado e
desaparecer. Então eu dormi.
CAPITULO QUATRO

Eu estava vestindo nada além de cuecas boxer


apertadas enquanto balançava Frank em meu quarto, uma
dança suave entre amigos - nada gay. Meus dedos roçaram
suavemente sua bochecha, sentindo a textura de sua pele
contra a minha.

Ele não era um parceiro de dança muito animado, mas


eu estava disposto a perdoá-lo, considerando que Frank era
um cadáver.

Era quase hora do café da manhã aqui no Asilo


Verfallen, o que significava que a noite havia caído há pouco.
Eles faziam ao contrário aqui, com todos os pacientes
acordados durante a noite e dormindo profundamente
durante os dias ensolarados. A qualquer momento eles
viriam destrancando nossas portas para nos dispersar.

“Quando os ritmos da marimba começarem a tocar,


dance comigo, balance comigo,” ronronei. Eu não era
nenhum Dean Martin7, mas eu conseguia arranhar umas
notas quando estava de bom humor.

7 Cantor e ator muito influente no século XX.


“Cale a boca!” Gary gritou através da parede. Continuei
cantando em vez de oferecer um bom dia de volta ao meu
vizinho. Tínhamos uma rotina em que eu o acordava com
minha linda voz todos os dias. Ele secretamente amava. Eu
tinha um pressentimento.

Eu balancei Frank em uma valsa arrebatadora - ou pelo


menos o que eu imaginei que seria uma - passando na frente
da janela fortemente gradeada. Através do ferro grosso e da
tela de arame reforçado, vi uma van branca estacionar em
frente ao prédio. Frank rapidamente caiu do meu aperto e
desabou no chão. Eu pisei em seu rosto para que eu pudesse
pressionar minha bochecha contra as barras da janela.
Frank não se importava.

Considerando que eu era a única pessoa que tinha uma


janela neste lugar, eu sabia que era a única pessoa
testemunhando o que estava acontecendo lá fora. Um dos
muitos benefícios de ser a coisa mais mortal neste edifício
fodido eram todas as pequenas regalias que recebia.

As portas traseiras da van se abriram e dois enfermeiros


empurraram uma garota desmaiada pela parte de trás. Ela
estava amarrada com uma camisa de força e ancorada em
um carrinho de carga. Parecia muito Hannibal Lecter.
Especialmente porque eles realmente tinham amarrado uma
máscara à boca como se ela fosse arrancar seus rostos com
uma mordida.

Meus dedos envolveram e agarraram as barras, meu


olhar passando por uma boa meia polegada de acrílico à
prova de balas enquanto meus olhos se arregalavam. A
menina deveria ser uma nova paciente. Quase nunca
recebíamos novos pacientes. Era difícil distingui-la daquela
distância, mas uma coisa era fácil de ver - ela tinha cabelos
ruivos profundos que caíam até os quadris.
Eu respirei fundo e voei para trás da janela como se ela
tivesse me queimado. Merda, aquele cabelo...

“Parece com o da sua mãe,” disse Frank inutilmente.


Rapidamente, peguei Frank e o empurrei para o guarda-
roupa.

“Eu sei, eu sei, você odeia isso aqui,” eu disse a ele.

“Não posso ir para baixo da cama com Harry?” Frank


perguntou. Suspirei de irritação com ele pedindo para ser
colocado debaixo da cama com o outro cadáver.

Eu não ouvia literalmente um cadáver falando. Eu não


era psicótico. Eu sabia que ele não estava realmente falando
comigo. Eu só gostava de fingir porque, vamos encarar, esse
lugar era horrível e eu precisava de todo o entretenimento
que pudesse conseguir. Esse hábito de falar com cadáveres
era como fumar - eu podia parar a qualquer momento, mas
simplesmente não queria. É assim que fumar funcionava,
não é?

“Harry não quer você embaixo da cama com ele,”


murmurei, posicionando Frank atrás das minhas roupas que
estavam penduradas. Enfiei um monte de lenços enrolados
no mastro na frente de seu rosto.

“É solitário no armário,” imaginei Frank choramingando.


Eu bufei com seu duplo sentido involuntário.

“Aposto que sim, Frank. Aposto que é.” Eu fechei o


guarda-roupa e coloquei minhas roupas. Jeans pretos justos
foram puxados para cima, uma fina blusa de gola alta preta,
depois uma camiseta, um casaco com capuz, meias e luvas.
Peguei uma das minhas muitas, muitas máscaras. Eu tinha
mais de cem, mas não tive tempo para pensar em tudo aquilo
quando me sentia tão animado.
Um novo paciente. Uma garota! Aquele cabelo ruivo
dançou na minha cabeça. Eu gemi e puxei a máscara de
couro, amarrando as costas com minhas mãos enluvadas e
puxando com força. Agora cada centímetro da minha pele
estava coberto, principalmente de preto.

Quando terminei de fechar o zíper das grandes botas


pretas de couro até os joelhos, as enfermeiras haviam
destrancado a maioria das portas dos pacientes. Eu abri
minha porta e entrei no corredor, olhando em volta para
quem estava se mexendo. Fechei a porta atrás de mim e fui
em direção à enfermaria.

Normalmente não estava com pressa para me juntar a


todos, mas a excitação estava queimando em minhas veias.
Tive a sensação de que essa nova paciente seria diferente.

Enquanto eu caminhava pelo corredor, uma


arrumadeira me viu chegando e surtou. Ela se pressionou
contra a parede para tentar se afastar de mim, parecendo
que estava tentando se colar na parede. Ela respirou fundo
pelo nariz, nervosa, enquanto eu passava. Era uma reação
bastante comum e eu normalmente não respondia, mas
estava bem por causa da garota.

“Noite.” Acenei em uma saudação alegre enquanto


passava. A arrumadeira praticamente se contorceu pelo
corredor enquanto eu sorria e acenava para mim mesmo.
Sim, eu tinha um bom pressentimento sobre essa nova
garota.

Um paciente à frente olhou por cima do ombro e me viu


chegando, com os olhos arregalados de medo. Ele correu na
frente para a enfermaria.

“Baz está de pé!” Ele gritou, saliva voando de sua boca


e as veias pipocando em seu pescoço. Eu ouvi o barulho
frenético de algumas centenas de pacientes e o barulho de
móveis sendo movidos. Quando cheguei à enfermaria, todos
os pacientes já haviam se afastado da fila do café da manhã,
não querendo estar perto de mim enquanto eu me
aproximava do balcão. As enfermeiras e auxiliares de
enfermagem se moveram em direção aos cantos da sala,
assim não esbarrariam em mim acidentalmente se eu
chegasse perto, sabendo que isso significaria a morte delas.

Meus pés me levaram até o balcão, onde peguei algum


tipo de mingau que não tinha intenção de comer. Quando me
virei para a sala novamente, notei uma mesa solitária que
havia sido posta de lado como uma oferenda para mim. Eu
fiz uma careta e ignorei, movendo-me em direção ao resto
das mesas e escolhendo uma mesa com Zane - o cara
nigeriano que estava sempre rindo. Ele não estava rindo
agora. Na verdade, suas mãos tremiam tanto quando me
sentei que todo o mingau escorregou da colher e voltou para
a bandeja com um “plop”. Seus olhos estavam arregalados
em mim com uma expressão semelhante ao terror.

“Linda manhã, não é Zane?” Eu perguntei. Engraçado,


os outros pacientes não sabiam que operávamos à noite. Eles
pensavam que o sol estava atingindo o topo da terra,
iluminando-se lá fora em um novo dia brilhante.
“Levante-se e brilhe, Nemo,” um segurança suspirou do
lado de fora do meu quarto enquanto batia com força na
porta.

Eles se esqueceram de me dar uma dose na noite


passada. O que significava que eu já estava começando a
tremer com a abstinência e com um humor de merda. Eu
realmente queria quebrar alguns crânios. Se eu pudesse
matar todos neste lugar, poderia viver aqui agradavelmente
sozinho.

Verfallen Asylum era a única casa que já tive e sair não


era o que eu queria. Apenas a remoção oportuna de cada
idiota daqui. Um bastão bateu nas barras da janela da minha
porta e o segurança latiu para eu levantar minha bunda
preguiçosa. Fiquei na cama, de frente para a parede,
esperando.

A porta se abriu com um rangido e o som de vários pares


de pés entrou na sala. Alguém caminhou direto para minha
cama e enfiou um bastão em minhas costelas. Eu cerrei
meus dentes, mas não me movi, quase não respirei.

“Filho da puta, levante-se,” o cara resmungou e eu pude


sentir o ar se mover enquanto seu braço subia. Ele planejou
me dar um tapa forte nas costelas desta vez. Um sorriso se
estendeu pelo meu rosto e eu me virei e agarrei seu
antebraço antes que ele tivesse o prazer de me bater.
Seus olhos se arregalaram e sua boca abriu quando me
levantei da cama, forçando-o a esticar o pescoço para olhar
para todos os dois metros e seis centímetros de mim.

Eu me elevava quase trinta centímetros acima do cara e


tinha o dobro da largura também. Cento e trinta quilos de
músculos, ossos e maldade. Minha sombra caía sobre ele. Os
dois outros seguranças respiraram fundo em choque. Eu
podia sentir o cheiro do medo emanando deles, eles sabiam
que mesmo em três contra um eles seriam tão facilmente
superados quanto três barcos a remos contra um navio de
guerra. Curvei-me na cara do homem com o bastão.

“Boo,” eu rosnei. O cheiro de mijo flutuou por entre suas


pernas e isso me trouxe um prazer doentio. Seu braço
estalou ruidosamente quando o estiquei. Então eu envolvi
minha mão em torno de sua garganta e o joguei na parede
oposta da minha cela. Seu crânio fez um som de baque alto
quando se chocou contra a parede.

Energia fluía por mim. As manhãs eram quando eu


tinha a mente mais limpa, depois de oito horas sem
nenhuma droga injetada em mim. Esquecer de me dar
minhas doses noturnas significava que meus pensamentos
tinham alguma clareza verdadeira, mesmo me sentindo uma
merda. Ficava feliz em fazê-los pagar o preço pelo erro.

Corri para o segundo segurança. Ele ergueu uma vara


com uma agulha grossa na ponta. Eu me esquivei, mas o
terceiro guarda conseguiu me acertar com a sua. O
tranqüilizante entrou em meu sistema. Então fui atingido de
novo e agora me sentia lento. Eu não me importava. Mesmo
lento eu ainda era mortal e queria espremer o cérebro de um
desses caras para fora de sua bunda como pasta de dente.

“Nemo,” ouvi o Dr. Stein dizer da minha porta, um tom


quase de repreensão. Virei-me para ele e os dois guardas
pularam em mim enquanto mais três entravam correndo,
jogando correntes como um laço de corda. Mais
tranquilizante entrou em meu corpo. Um rugido saiu de
mim, mas agora eu me sentia fraco e não conseguia
empurrar os guardas enquanto eles me seguravam no chão
de cimento sujo. O Dr. Stein entrou na sala, uma enfermeira
atrás dele com um carrinho cheio de seringas.

Dez seringas, na verdade. Eu contei enquanto ele as


mergulhava em meus braços. Alguns dias eram menos,
outros dias eram mais e isso era apenas para uma rodada do
dia. Minha visão turvou e meus pensamentos quase pararam
completamente. Uma risada dopada até saiu da minha boca
em algum momento e um alívio vergonhoso tomou conta de
mim por finalmente conseguir as injeções. Eu havia tomado
alguns desses medicamentos por anos e ficar sem eles
poderia se tornar doloroso.

Antes que eu percebesse, estava sendo arrastado escada


acima, para onde moravam os pacientes adequados. Mas não
eu. Não, eu era a porra de um animal acorrentado no porão.

Eles me empurraram pelos corredores e cutucaram um


bastão em meu lado, fazendo-me tropeçar na enfermaria. As
bordas da minha visão estavam desfocadas quando olhei
para cima e tentei me lembrar do que vinha a seguir. Meus
olhos pousaram nas bandejas de comida e a memória voltou
para mim. Hora do café da manhã. Pelo menos eu matei um
deles esta manhã antes de me doparem.

Antes que eu pudesse me mover para a fila de comida,


um pedaço de merda irritante pulou de sua cadeira e
deslizou sobre suas botas em minha direção. Ah, foda-me.
Quando Baz caminhava em minha direção, sempre
terminava mal. Parecia que hoje ele estava com vontade de
jogar. Algo deve tê-lo deixado animado.
Ele estava dizendo coisas para mim, mas era uma série
de resmungos que meu cérebro estava lento demais para
entender. Ele segurou os braços na altura do quadril na
frente dele e começou a transar com o ar como se estivesse
fodendo com alguém. Isso eu conseguia entender. Meu lábio
se curvou em desgosto.

“Acabou de ser fodido na bunda pelos seguranças?” Sua


frase permeou a névoa. Ele riu de mim enquanto gesticulava
como se estivesse chupando um pau, sua mão acariciando
um pau invisível em sua boca mascarada e sua língua
empurrando sua bochecha para fora. Meus olhos
rapidamente examinaram a máscara de couro do Venom
cobrindo cada parte de seu rosto. Minha cabeça estava muito
fodida para lidar com ele agora. Enfiei meu ombro no dele e
me movi em direção à fila de comida.

“Ei, eu não terminei com a conversa,” ele retrucou.


Então eu senti um forte tapa na minha bunda. Minhas
costas se endireitaram e meus olhos se abriram. A sala
inteira prendeu a respiração. Vermelho, tudo o que vi foi
vermelho.

Eu me virei, envolvi minha grande mão em torno de sua


garganta coberta e o levantei um pé no ar. Corri em direção
à borda da sala, jogando-o contra a parede enquanto os sons
do caos irrompiam ao nosso redor. Pacientes e seguranças
faziam apostas enquanto as enfermeiras suspiravam e
continuavam fazendo seu trabalho, nos ignorando. As
pessoas gritavam de pura loucura, pulavam de suas cadeiras
e subiam nas mesas.

Baz chutou e fez ruídos de asfixia. Seus dedos


enluvados tentaram me soltar sem sucesso. Um sorriso
iluminou meu rosto. Talvez hoje fosse um bom dia, afinal.
Talvez hoje eu finalmente matasse esse merdinha. Eu estive
tentando e falhado por muito tempo.
Uma dor quase paralisante irradiou de onde minha mão
o tocava. Puta merda. Toda vez, porra. Seu veneno entrou
em mim e antes que eu percebesse estava deitado de costas,
imóvel e espumando pela boca enquanto Baz dançava ao
redor, propositalmente pisando em meus dedos no processo.

Os outros pacientes batiam na cabeça uns dos outros


com bandejas de comida e brigavam com os nós dos dedos
nus com os serventes e entre si, todos exaltados de excitação.
Acho que ouvi Baz cantar algo acima do rugido da multidão
maníaca sobre um novo paciente e longos cabelos ruivos
antes que a dor me fizesse desmaiar.
CAPITULO CINCO

Eu pisquei para o teto. Era branco e áspero, manchado


com pontos cinza de mofo nos cantos. Minhas costas doíam
por causa do colchão desconfortável embaixo de mim.

Droga, eu estava na prisão novamente. Meus olhos se


fecharam e senti minha mente se mover como um oceano
agitado. Tive uma sensação de vazio profundo no interior do
meu corpo, onde coisas como sentimentos costumavam
existir. O que significava que eu não tinha apenas sido presa,
mas medicada também. Eu odiava ser medicada.

Uma pálpebra se abriu, depois outra. Eu estava em uma


sala privada sem janelas. Esta não era uma cela de detenção.
Algo estava errado. A prisão do condado não era assim. Não
que eu tivesse muita experiência, apenas uma detenção de
fim de semana de vez em quando por pequenas coisas bobas.

Meus braços não se moveram mesmo depois que eu


mentalizei que deveriam. Isso teria me enchido de pânico se
alguém não tivesse colocado algum tipo de tranquilizante em
mim. Eu não era nada além de uma onda suave, montando
o colchão fino como papel de volta à realidade.

Lentamente, olhei para o meu corpo na cama. Uma


jaqueta branca justa estava enrolada em mim, os braços
cruzados na minha frente e mal conseguindo se mover na
capa de lona apertada.

“Que tal isso? Uma camisa de força.” Minha língua rolou


na minha boca desidratada. Eu me perguntei se eu parecia
uma pessoa maluca sexy em uma camisa de força ou uma
pessoa maluca nojenta. Oh, quem eu estava enganando?
Esta não era uma jaqueta de couro bizarra, esta era uma
antiquada e feia camisa de força branca.

“Pelo menos ainda tenho minha juventude,” resmunguei


para ninguém.

A porta começou a se abrir. Era tudo incrivelmente lento


e cheguei até a me perguntar se algum dia iria acabar. Mas
aconteceu, de repente, e duas pessoas já estavam na beira
da minha cama, olhando para baixo com olhos mortos e
nada impressionados. Uma enfermeira e um médico. Idiotas
assustadores. Se eu não estivesse medicada, estaria me
debatendo.

“Bree Hamilton, você está no Asilo mmmf8. Eu sou o Dr.


Stein,” disse o homem andrógeno. Ele vestia um avental
branco de médico sobre seu corpo esguio e segurava uma
prancheta ao lado do corpo. Cabelo castanho comprido
estava preso em um rabo de cavalo frouxo amarrado na
nuca. Seus olhos castanhos eram da mesma cor de seu
cabelo. Sua pele parecia acinzentada e pálida.

Eu apertei os olhos, tentando me concentrar e


reorganizar os murmúrios no meio. Onde eu estava?

“Hoje é quarta-feira. Ontem à noite você foi internada


por sua tia e seu tio. Você se lembra de alguma coisa?” Ele
perguntou. Sua voz era ainda mais monótona do que a

8 A personagem não prestou atenção no nome do lugar.


minha e eu era a melhor nisso. Minha tia e meu tio me
internaram? Certo. Eles gostavam de me ameaçar com isso
na maioria das semanas, e é por isso que geralmente eu me
trancava no quarto e ficava longe deles. Eles me internaram
uma vez antes, mas não desde que eu tinha quatorze anos.
Devo ter feito algo para assustá-los.

O heterogêneo par de esquisitos pairando sobre mim


ficou inquieto enquanto esperava por uma resposta. Meus
olhos deslizaram para a enfermeira de uniforme azul. Ela
parecia bastante normal, tediosamente normal.

“Você vai ter que ser mais específico,” eu disse


lentamente, confundindo algumas das palavras. Eles
perguntaram se eu lembrava. Lembrava do quê? Eles
estavam me perguntando se eu sabia quem eu era? Eu sabia
quem eu era. Noite passada, entretanto... Eu não me
lembrava da noite passada. Eu nem me lembrava dos
últimos dias.

Mas deve ter acontecido algo. Eu devo ter decidido fazer


alguma coisa. Me embebedar inapropriadamente e comprar
um vaporizador9 talvez?

O médico e a enfermeira se entreolharam. Era o olhar


infame que obviamente significava que eu tinha danos
cerebrais.

“Compreendo,” eu disse. A palavra saiu da minha boca


e flutuou em direção ao teto. Uau, eu estava muito alta com
o que eles tinham me dado. “Hmm,” eu cantarolei, esperando
por emoções que claramente não estavam vindo. “Meus
sentidos estão atrasados para a festa do chá,” eu disse com
um sorriso. Uma risada meia-boca saiu de mim.

9 Tipo de cigarro eletrônico.


“Retorne a próxima dose dela.” Seus olhos se voltaram
para mim e o médico se inclinou, esticando a pele do rosto
no que deve ter sido uma tentativa de sorriso. Jesus, gente
lagarto existia. Seu disfarce humano precisava de um pouco
de refinamento.

“Bem-vinda ao Asilo Verfallen, Bree. Estou muito feliz


por tê-la aqui.” Eu fiz uma careta porque ele parecia
totalmente satisfeito.

“Estou me mandando daqui,” disse asperamente,


lambendo meus lábios secos. O sorriso de merda do médico
se alargou e todos os tranquilizantes do mundo não
conseguiram me impedir de tentar me afastar dele. Era
melhor essa camisa de força sair logo.

“Não, você não está,” disse ele. As palavras


estabeleceram algo dentro de mim e com isso joguei minha
cabeça para trás no colchão, me perguntando se travesseiros
eram considerados um risco para a saúde ou se eles
simplesmente não queriam desperdiçar o orçamento com
conforto. Qualquer uma das respostas deixou um gosto de
charuto queimado na minha língua.

“Não, não estou,” repeti, tentando compreender essa


realidade. Eu estava muito dopada para entender e, um
momento depois, adormeci novamente.

O que presumi ser uma hora depois, a enfermeira


voltou, ajudando-me a sentar ereta na beira da cama, a
camisa de força ainda bem fechada. Meu cérebro parecia que
estava começando a limpar, mas ela invasivamente enfiou
uma cápsula grande e pálida na minha boca e só me daria
água se eu engolisse. Fantástico pra caralho, pensei
enquanto sentia a pílula descer pela minha garganta.
A enfermeira tinha cabelo castanho claro em uma
trança bagunçada, seu uniforme azul se encaixava
perfeitamente. De modo geral, não havia nada de muito
interessante nela. Rachel estava bordado em seu uniforme.
Eu odiava bordado, mas suponho que não usaria isso contra
ela.

Ela se aproximou com o rosto tenso enquanto começava


a desatar a camisa de força. Meus olhos caíram em cascata
sobre suas feições e então pousaram em seu pescoço. O
pequeno baque de seu pulso era a única coisa interessante
sobre ela. Corri minha língua sobre minhas gengivas
formigando.

“Nem pense nisso,” ela disse laconicamente, soltando


meus braços.

“Pensar no que?” Eu perguntei. Eu só estava sentada


aqui. Ela revirou os olhos, então me fez levantar e ficar de
frente para a parede enquanto ela desamarrava as costas da
camisa de força.

“O que era aquela pílula?” Eu perguntei. “Eu realmente


não quero tomar lítio. Esse é o meu não definitivo.” A
enfermeira Rachel bufou como se fosse engraçado eu ter uma
opinião sobre quais produtos químicos eram ingeridos pelo
meu corpo. Meus dentes se apertaram com força.

Eu já odiava aquele lugar e tinha a sensação de que não


era um bom hospital psiquiátrico. Eu nem tinha saído da
sala e fui tranquilizada, amarrada em uma camisa de força
e forçada a tomar um comprimido desconhecido. Eu não era
um animal. Inferno, os animais eram tratados melhor.

Finalmente, a camisa de força saiu e eu estiquei meus


braços acima da minha cabeça. A camisa que eu estava
usando era longa o suficiente para fazer cócegas nas minhas
coxas. Eu olhei para baixo em confusão para minhas roupas.
Eu estava com uma camisa de botão masculina por cima do
sutiã. O cheiro era muito bom e eu senti meu corpo reagir ao
cheiro com prazer. Todo o resto do vestuário era meu mesmo.

“Onde está minha camisa?”

“Foi com isso que você chegou aqui,” ela disse,


caminhou até o grande armário simples e abriu as portas.
“Sua família trouxe suas roupas e seus pertences. Eu
examinei e removi o que era necessário.”

“Que diabos?” Eu perguntei olhando para o meu


guarda-roupa inteiro.

“Tirei o cordão de suas roupas, tirei a chapinha e as


latas de aerossol. Todas as suas joias e eletrônicos estão
embalados.”

“Sim, sim, sim. Eu conheço essa parte. Por que você não
explica por que minha família, como você a chama, trouxe
todas as minhas peças de roupa?” A enfermeira Rachel
fechou o guarda-roupa e se virou para mim com os braços
cruzados.

“Seu médico vai explicar tudo,” disse ela rapidamente.


Ela estava claramente irritada comigo pela expressão em seu
rosto, mas eu não tinha feito nada além de acordar em um
lugar estranho e ser alimentada à força com um
medicamento.

“Então me leve ao médico,” eu disse com irritação,


puxando os cílios postiços que estavam pendurados. Ela
revirou os olhos novamente e foi em direção à porta. Ela
tinha sorte de eu ainda estar meio dopada. Toda essa
situação me fazia sentir estranha e ela não estava inspirando
nenhum sentimento bom.
“Siga-me,” disse ela. Eu tentei jogar os cílios nas costas
dela com toda a minha força, mas ele simplesmente caiu no
chão na frente das minhas botas vermelhas que se abriam
desamparadamente sem nenhum cadarço. Eu fiz beicinho e
pisei atrás dela antes que ela desaparecesse.

Saímos do corredor e entramos no que deveria ser a área


principal. Cerca de vinte pacientes estavam meditando. Seus
olhos se voltaram para mim quando entramos na sala.
Algumas narinas dilataram-se como se estivessem cheirando
carne fresca. A maioria parecia drogada, os olhos piscando
um de cada vez e babando no queixo.

Eu certamente não me senti mal pelo quanto eu parecia


uma merda com esse bando de degenerados. Eu não tinha
visto um espelho, mas era óbvio pela maneira como eu
estava, com cílios postiços pendurados além de poder sentir
o grude do delineador e o rímel secando em grandes
manchas feias sob meus olhos. Meu cabelo provavelmente
estava oleoso também, estava pesado um pouco para baixo
demais para quem acabou de acordar.

Mas tampouco me sentia particularmente confortável


nesta forma. Eu não podia dizer se minha saia curta era
visível sob a camisa masculina que cheirava deliciosamente
bem. Então, podia parecer que eu estava perambulando por
aí só com minha calcinha e uma camisa de homem, como
uma manhã após o sexo, que provavelmente excitaria esses
idiotas doentes que estavam me olhando.

Eu tropecei nos meus próprios pés quando vi um cara


no canto usando o que parecia ser uma máscara de Venom
no rosto. Era couro de pele de cobra preto pressionado com
força contra sua cabeça. Havia um desenho de boca falsa que
estava totalmente aberta para revelar uma fileira de dentes
afiados e uma longa língua vermelha que terminava em uma
ponta. Tudo nele gritava assassino psicótico.
Eu murmurei “que porra é essa” enquanto passávamos.
Sua cabeça mascarada me seguiu enquanto atravessávamos
a sala, o que era a única indicação de que ele estava me
observando porque a máscara cobria seus olhos com um
material preto que aparentemente ele podia me ver, mas eu
não podia ver por dentro.

Ele se inclinou para frente na mesa em que estava e


colocou sua cabeça mascarada em uma mão enluvada de
couro. Não havia uma partícula de pele aparecendo em
qualquer lugar. Arrepios pipocaram em meus braços e na
nuca.

“Bem, isso é assustador,” eu resmunguei para a


enfermeira. Seus olhos se viraram para ver onde eu estava
olhando.

“Você não é o maior predador aqui,” disse ela como uma


espécie de presságio. “Esta é a enfermaria. Temos livros e
jogos,” ela acenou em direção a uma estante onde estavam
os livros mais rasgados e caixas de jogos de tabuleiro. Alguns
dos livros estavam virados para o lado errado e suas páginas
pareciam estar manchadas de sangue velho e marrom.

“Divertido,” eu ofereci.

“Não se espera que você se socialize. Na verdade, não


recomendamos isso. Você pode, no entanto, mover-se
livremente em seu quarto e aqui. O banheiro fica naquele
corredor, mas provavelmente é melhor usar o banheiro
privativo do seu quarto.”

“E os quartos de outras pessoas?”

“Você não tem permissão para entrar e ficaremos de olho


em você. Sem momento a sós com outras pessoas, nunca.”
Olhei para a parede do fundo, onde não havia absolutamente
nenhuma janela.

“Sair?”

“Não,” foi tudo o que ela disse.

“Exercício?” Eu perguntei.

“Não encorajamos isso,” ela respondeu. Uma risada


explodiu de minha boca. Eles não encorajavam a saúde
cardiovascular e a vitamina D?

A enfermeira Rachel trotou até um longo balcão e


chamou alguém. Uma merendeira saiu gingando, com a rede
sobre os cabelos e o olhar zangado em seu rosto. Ela parecia
a irmã gêmea do Danny DeVito, mas muito menos
engraçada.

“Carol, essa aqui precisa comer,” disse Rachel. A


merendeira revirou os olhos porque, como eu ousava precisar
de comida. Então ela olhou para mim, ainda carrancuda.

“Que tipo?” Ela perguntou. Meus olhos dispararam


atrás do balcão, não vendo nada além de bancadas de aço
inoxidável limpas. Eu poderia pedir o que eu quisesse? Era
um daqueles hospitais psiquiátricos chiques? Uma carranca
marcou meu rosto quando considerei todas as evidências
contra isso. Eu nem tinha travesseiro! Provavelmente porque
eu sufocaria alguém de frustração por estar aqui.

“Dê a ela o shake vermelho,” a enfermeira Rachel


ordenou para mim.

“Bem, isso parece delicioso,” eu resmunguei. Meu nível


de irritação estava aumentando. Este lugar não era um
hospital psiquiátrico normal. Parecia mais uma prisão para
criminosos insanos. Tentei não olhar para o cara de Venom,
mas podia sentir seus olhos assustadores e mascarados na
minha nuca. A senhora do refeitório bufou, como se o shake
vermelho fosse divertido e se afastou enquanto a enfermeira
Rachel se virava para mim com cara de vadia estampada.

“Você vai comer a comida aqui em todas as refeições ou


ficará trancada em seu quarto,” disse ela com severidade,
cutucando-me com o dedo no peito. Isso deixou uma dor
surda que esfreguei com a testa franzida.

“Eu não tenho um grande apetite.” O que era a verdade.


Eu mal comia. Provavelmente era por isso que eu era muito
magra, muito pálida e me sentia constantemente fraca, mas
simplesmente não conseguia me forçar a engolir na maioria
dos dias.

A enfermeira Rachel zombou e revirou os olhos,


oficialmente se tornando uma das pessoas mais rudes que
eu já conheci. Ela deveria ser uma funcionária de saúde. Eu
estava aparentemente doente e precisava de ajuda. Eu
estava em uma situação confusa, não conseguia me lembrar
dos últimos dois dias, e ainda estava pirando pra caralho por
causa daquela cápsula que ela enfiou entre meus dentes! No
entanto, ela estava irritada comigo.

“Não vamos brincar com suas ilusões aqui. Aprenda isso


agora. Você pode pensar que não pode comer, pode pensar
que precisa beber sangue para sobreviver, mas está cem por
cento errada.”

“Desculpa, o que?” Eu perguntei. Quem era a louca


aqui? Beber sangue para sobreviver?

“Exatamente o que eu disse. Não existem coisas como


vampiros. Você é uma mulher com a mente quebrada. Tome
seu remédio, coma sua comida e nunca fale sobre vampiros,
sangue ou qualquer coisa assim. Esta instalação é
especializada em pessoas como você - tão distantes da
realidade que acreditam ser criaturas mágicas.”

Um copo de plástico alto bateu no balcão, muito perto


dos meus dedos e eu pulei com o som explosivo. A mulher,
Carol, olhou para mim com um olhar impressionado antes
de largar o copo e cambalear de volta para os recessos de
qualquer caverna em que ela morava lá atrás.

“Eca,” eu disse olhando para um shake rosa. Eu


balancei minha cabeça. “Vampiros?” Eu perguntei. A
enfermeira Rachel parecia irritada, sua boca pressionando
em uma linha tensa.

“Beba,” ela disse laconicamente, acenando com a


cabeça em direção ao copo. “Tudo isso. Então eu vou te levar
ao médico.” Eu queria ver o médico. Ela disse que ele
explicaria por que estou aqui. Talvez eu pudesse reclamar
dela enquanto conversava com ele. Se seu pequeno golpe no
peito não causasse um hematoma, talvez eu pudesse me
espetar no mesmo lugar com ainda mais força e alegar que
ela era a única responsável e foder com ela.

Eu levantei o copo e olhei para ele com horror. Eu não


tinha ideia do que aquela coisa era feita, exceto pesadelos.
Era grosso e irregular e não era vermelho! Ela disse shake
vermelho. Eu definitivamente ouvi isso.

Era de uma cor rosa, como Pepto Bismol10 desbotado.


Eu engasguei e Rachel soltou um suspiro muito grande que
soou ameaçador. Eu levantei a borda do copo até minha
boca, um cheiro subiu. A única maneira de descrever aquilo

10 Pepto Bismol é um medicamento de ação antiácida para tratar afecções e desconfortos do estômago e do trato
gastrointestinal, tem uma coloração rosa chiclete.
era que Timmy11 caiu no poço e Lassie estava muito ocupada
lambendo suas partes íntimas para que alguém soubesse.
Água velha de poço e cadáver de Timmy, gostoso.

A enfermeira assistia apática e gesticulava para que eu


me apressasse. Eu puxei o copo da minha boca no último
segundo e ela gemeu.

“O que tem nele? Eu tenho um estômago sensível.” Eu


disse, dando um tapinha na minha barriga praticamente
invertida. “Além disso, eu acho que aquela merendeira
provavelmente cuspiu aqui. E não estou com fome. E
definitivamente tem um fio de cabelo. Eu tenho um
pressentimento.” Eu o coloquei no balcão e cuidadosamente
o empurrei.

“Por mim tudo bem. Não coma. Vou levá-la de volta ao


seu quarto e trancá-la até amanhã.”

“Que diabos,” reclamei, agarrando o copo e despejando


rapidamente o máximo possível do conteúdo nojento em
minha boca. Oh, era tão nojento. Quer dizer, tinha gosto de
pênis sujo e buffet de cu.

“Puta merda!” Eu gritei, respingando no uniforme da


enfermeira Rachel com shake vermelho. Seus olhos
arredondaram em choque. Eu engasguei, sentindo o
conteúdo subir até a metade da minha garganta antes de
engoli-lo de volta. Os outros pacientes na enfermaria
começaram a rir e a se mexer de excitação. Olhei para o copo,
ainda quase cheio, e balancei a cabeça.

“Eu não consigo,” eu choraminguei. Rachel estava


muito chateada neste momento. Um músculo sob seu olho

11 Garoto de dez anos, personagem do seriado Lassie, de 1954, onde uma extraordinária e inteligente collie, chamada
Lassie, ajuda pessoas e animais em apuros.
estava se contraindo violentamente enquanto ela estava lá
com respingos da minha bebida em seu uniforme. Eu fiz sons
de choro enquanto tentava engolir mais bebida, esperando
que isso a ajudasse a gostar mais de mim. Eu não queria que
essa vadia enfermeira-chefe me desprezasse inteiramente e
fizesse minha vida uma merda enquanto estivesse aqui. Eu
só queria ir ao médico e descobrir quando eu poderia seguir
em frente com minha vida.

A textura grossa e irregular queria estar em qualquer


lugar diferente da minha boca, no entanto. Eu pressionei
meus lábios e inclinei minha cabeça para trás, tentando
convencê-lo a ficar na minha garganta. Em vez disso, ele
bufou pelo meu nariz e, mais uma vez, caiu principalmente
no uniforme de Rachel. Eu bati o copo no balcão, mas ele
escorregou e então derramou por todo o lugar.

“Não,” eu choraminguei com uma careta pesarosa. Eu


definitivamente entraria na lista de merda de Rachel. Ela ia
vir até mim com um martelo e uma lança, procurando me
lobotomizar ao estilo antigo. Ela provavelmente me faria
sorrir e dizer obrigado enquanto fazia isso também.

“Quarto! Agora!” Rachel gritou e eu tive vontade de ter


um acesso de raiva porque isso não era justo. Beba o veneno
ou fique trancada em seu quarto! Que tipo de lugar era esse?
Não era como o outro hospital psiquiátrico em que estive.
Embora, realmente, se um lugar se autodenomina um asilo,
isso é um grande alerta vermelho! Em seguida, trazer á tona
conversa de vampiros após dez minutos de tour? Alerta
vermelho dois!

“Agora, Rachel,” uma voz masculina deslizou dentro.


Meus olhos e os da enfermeira se arregalaram e nossas
cabeças se viraram para a nova adição ao nosso show. Era o
cara da máscara de Venom. Simplesmente ótimo. O filho da
puta mais assustador que eu já vi estava aqui agora. Ele
provavelmente iria se oferecer para me picar em pedacinhos
e me colocar no milk-shake, mas não antes de esfregar cada
um dos meus pedaços em sua virilha psicopata.

Todo o comportamento da enfermeira Rachel mudou,


mesmo que ela estivesse tentando agir como se não tivesse
mudado. Jesus, até ela estava com medo desse cara!

“Volte para o seu lugar,” disse ela, mas não ousou


sequer olhar para ele. Eu levantei uma sobrancelha curiosa
e que fosse tudo pro inferno, eu não iria olhar para ele
também. Eu certamente não queria atrair a atenção de
ninguém que gostava de usar pele de cobra no rosto. Virei a
cabeça na direção oposta e tentei adivinhar o que a Mulher
da lanchonete, Carol, estava fazendo. Talvez tentando
descobrir como transformar pregos enferrujados de tétano
em uma refeição.

“Olha, eu normalmente não gosto de balançar meu pau


grande por aí,” o cara disse e minha cabeça virou para trás
na hora, porque foda-se, ele agora estava falando minha
língua. Em vez de olhar para sua máscara de Venom, eu
olhei para sua virilha e tentei adivinhar qual linha era
amassado no tecido e qual linha era a impressão de seu pau.

“Mas hoje eu estou com vontade de sacá-lo e girar ele


por aí. Ela claramente tentou fazer o que você pediu e é o
primeiro dia dela. Dê um tempo.” A enfermeira parecia que
tinha acabado de terminar de beber meu shake vermelho -
enojada e perturbada. O cara de máscara estava ali com as
mãos suplicantes estendidas e a cabeça apenas ligeiramente
inclinada para o lado enquanto ele encarava a enfermeira.

Eu levei meu tempo olhando para ele. Ele usava jeans


pretos justos, um moletom com capuz e algum tipo de botas
punk malucas que iam até o joelho e incluíam um milhão de
fivelas, botões e cadarços. Como ele conseguiu cadarços? As
luvas de pele de cobra e sua máscara combinando eram
pretas, exceto quando o brilho das luzes do teto as atingia,
criando um brilho verde cintilante.

Ele era significativamente mais alto do que eu e


imaginei, devia ter cerca de um metro e noventa. A maneira
como seu jeans apertado abraçava suas coxas e bunda fazia
parecer que ele era muito musculoso.

Excelente. Quando os psicopatas estavam em boa


forma, ficavam ainda piores. Eu sempre os imaginei fazendo
flexões com um sorriso, pensando em quantas pessoas mais
eles poderiam estrangular com algum músculo adicionado.

“Tudo bem,” ela mordeu entre os dentes. “Siga-me,


vamos fazer toda a sua papelada,” ela resmungou antes de
se virar e ir embora. Minhas sobrancelhas bateram na linha
do cabelo. O homem-máscara girou nos calcanhares para me
encarar e engoli um amontoado de nervosismo. Eu não
queria que ele visse o quão nervosa ele me deixava. Era
melhor não dar a pessoas como ele esse tipo de poder.

“Uau, bem, uh. É melhor eu alcançá-la,” eu disse a ele.


Ele não disse nada, apenas ficou lá em sua máscara como
um vilão do terror, provavelmente pensando em toda a
diversão que teríamos quando eu fosse um cadáver. Eu fiz
uma careta para sua máscara. “Sim, ok,” eu disse
rapidamente antes de perseguir a enfermeira Rachel.

“Ele não gosta de matar coisas, não é?” Eu perguntei.


Ela parecia achar isso muito cômico. Ela bufou e me deu um
sorriso genuíno.

“Estou feliz que você atraiu a atenção de Baz,” ela disse,


tentando limpar o vômito do meu shake de sua bochecha.
“Você pode morrer dentro de uma semana.” Morrer.. ela me
queria morta. Ainda bem que esclarecemos isso.
“Tudo bem então,” eu disse antes de murmurar “vadia.”
Havia um tipo estranho de configuração social quando se
tratava de um grupo de pessoas mentalmente
desequilibradas porque era um bando de vítimas
empurradas junto com os abusadores. A configuração
perfeita pra um inferno.

Eu não me imaginava uma vítima, mas os abusadores


não se importavam com isso. Eu era uma mulher jovem e
bonita com problemas de saúde mental e isso significava que
estava fadada a atrair alguns narcisistas e psicopatas
genuínos. O tipo que olha para uma garota de quem gosta e
pensa “nossa, adoraria esfolá-la viva.” Talvez este Baz
estivesse usando minha pele na próxima semana e a
enfermeira Rachel apenas sorrisse para si mesma de alegria
com a adição de sua coleção crescente de máscaras.

Este lugar certamente envolveria muito esforço para


permanecer fora do radar de qualquer um que se
considerasse meu predador pessoal. Eu não queria aquela
ameaça pairando sobre minha cabeça e então eu precisava
me tornar instantaneamente desinteressante para gente
como Baz. Eu também precisava encontrar alguns amigos.
Força nos números e todo aquela ladainha.
CAPITULO SEIS

“Quando eu vou ver o médico?” Eu perguntei


exasperada enquanto clicava aleatoriamente no questionário
de personalidade em algum computador vintage dos anos
noventa. Estávamos em um minúsculo armário que se
qualificava como sala de computadores. O ladrilho laminado
era esbranquiçado com manchas cinza, a parede tinha um
pôster me dizendo “mantenha-se firme” com a foto de um
gatinho prestes a cair de um galho. Cheirava estranhamente
a poeira e sonhos mortos aqui.

Eu estava começando a achar que a enfermeira Rachel


não me levaria para ver um médico e que isso era um
estratagema para conseguir obediência. Essas coisas de
teste de personalidade eram estúpidas. Apenas um milhão
de perguntas verdadeiro-falso sobre as quais era fácil mentir.
Eu particularmente adorei todas as perguntas sobre se eu
amava minha mãe ou meu pai, considerando que eu não
tinha nenhum dos dois. Portanto, cliquei em verdade, eu os
amava muito. Claro, se eu considerasse que eles queriam
que eu substituísse mamãe e papai por tia e tio, eu diria que
eles poderiam apodrecer no inferno. Bem, se eu fosse uma
pessoa honesta.

“Mais tarde,” ela suspirou enquanto examinava a


papelada que eu preenchi. Ela também tinha um antigo
computador dos anos noventa em uma escrivaninha
minúscula que mal o cabia. Na minha papelada sob alergias,
eu listei todos os remédios que pude pensar junto com
batatas fritas, vegetais, carne, shake vermelho, besteira e a
enfermeira Rachel. Vamos ser honestos, ela já me odiava,
então eu poderia muito bem me divertir com isso. Também
fiz questão de rabiscar tudo em garranchos como vingança
por ter me cutucado antes.

“Então por que você não me explica o que aconteceu


ontem à noite. Está tudo um pouco nebuloso. Embora,
provavelmente sejam as drogas que você me forçou a
engolir,” eu disse incisivamente. A sua alma às vezes deixa
o seu corpo: verdadeiro ou falso. Eu bufei e cliquei verdadeiro.

“Não, e se apresse. Sua primeira reunião de grupo será


em...” ela olhou para o relógio de pulso. “Dez minutos.”
Revirei os olhos e passei por cerca de vinte perguntas. Então
eu me inclinei e olhei para uma série de perguntas que eu
nunca tinha visto em nenhum teste de personalidade que eu
já tivesse feito. Você come humanos: verdadeiro ou falso. Eu
levantei uma sobrancelha e continuei lendo. A luz do sol
queima seu corpo: verdadeiro ou falso. Você matou mais de 10
pessoas: verdadeiro ou falso. Não matou, mas queria ter
matado pelo menos dez. Eu cocei minha cabeça.

“Se eu matei menos de dez pessoas, coloco falso?” Eu


perguntei a Rachel sarcasticamente.

“Sim,” ela disse, sem piscar nem se importar em olhar


para mim enquanto digitava minhas informações no
computador.

“E se for nove?”

“Então clique em falso,” ela retrucou.


“E se eu apenas assistia enquanto meu amigo os
matava?” Eu perguntei com um sorriso divertido. Uma
imagem de corpos pendurados passou pela minha mente. Eu
balancei minha cabeça, mas então meu cérebro de repente
se sentiu cheio de abelhas. Imagens brilharam - uma faca
passando pela garganta de um homem, seu sangue se
espalhando ao redor dele. Minha frequência cardíaca
triplicou e o suor brotou na minha testa enquanto me
inclinei sobre o teclado, fazendo um barulho estrangulado
enquanto minha cabeça latejava.

“Que porra é essa?” Eu gemi, segurando minha cabeça


em minhas mãos. Que raio era aquilo?

“Assistir seu amigo matar não conta,” Rachel suspirou


apaticamente enquanto se afastava da mesa e colocava meus
papéis em uma pasta de papel manilha. Sua voz parecia
distante. Uma sensação de queimação pulsou em meus
pulsos e arranhei as mangas enormes da camisa.

Algo aconteceu nos últimos dois dias. Algo que me


colocou aqui. Eu estava vestindo uma camisa de homem e
agora havia flashes estranhos de algo realmente fodido na
minha cabeça.

Eu fechei o punho e olhei para minhas veias com a boca


aberta. Minha pele pálida tornou mais fácil ver o mapa.
Minhas veias azuis agora eram de uma cor escura e
profunda. Esfreguei minha palma sobre minha pele e respirei
fundo entre os dentes. O zumbido em minha cabeça se
intensificou quando vi um flash de alguém caminhando em
minha direção com uma faca, suas mãos cobertas por luvas
de couro preto, eu segurando um corpo pendurado.

“Depressa,” a enfermeira Rachel falou bem atrás de mim


e eu pulei. O zumbido parou por um instante e a sensação
de queimação desapareceu. Eu peguei isso como um
presente e puxei a manga de volta sobre o meu antebraço,
sem me preocupar em ver se a cor era normal porque eu não
queria saber.

Eu não precisava de um ataque de pânico agora ou


algum tipo de ruptura com a realidade. Eu precisava
terminar este maldito teste e descobrir o que diabos estava
acontecendo. Eu corri clicando em verdadeiro e falso
aleatoriamente antes de enviar os resultados e pular.

“Leve-me para a festa,” eu disse, me sentindo um pouco


menos confiante em meus pés. Eu cocei meus antebraços
cobertos e olhei para as luzes muito brilhantes acima de
mim. Elas iam me dar dores de cabeça, eu poderia dizer.

“Você parece péssima,” Rachel ofereceu antes de se virar


e sair rapidamente da sala.

“Obrigada pela contribuição e não se preocupe, você


também,” eu estalei agitada. Eu estava quase me saturando
com a merda dela. Observei sua nuca enquanto ela me
conduzia de volta para a enfermaria. Havia uma confusão
acontecendo, o som de cadeiras sendo arrastadas
ruidosamente por pisos de linóleo baratos.

“Num círculo!” Uma mulher com sotaque sulista gritou.


“Meu Deus, Josie, você nunca aprendeu o que era um
círculo? Abençoe seu coração12,” a mulher suspirou. Nós
saímos do corredor e fomos para a enfermaria. Havia cerca
de vinte pacientes, todos carregando cadeiras em um lugar
da sala. Eu sabia que aquelas não eram todas as pessoas do
lugar, então presumi que estávamos divididos para sessões
em grupo.

12 “Bless your Hart” frase comum no sul dos Estados Unidos, pode ser usado como uma expressão sincera de simpatia
e preocupação genuína ou como o precursor de um insulto para suavizar o golpe.
Eles estavam se movendo como zumbis, lentamente
arrastando cadeiras atrás deles como se fosse a tarefa mais
difícil do mundo. A cadeira de alguém escorregou de seus
dedos e eles ficaram parados olhando para ela, piscando
lentamente. Caramba.

“Oh meu!” A senhora sulista disse. Ela parecia


agradável o suficiente, mas eu não confiava em nenhum
profissional de saúde mental. Eles eram o inimigo, como
carcereiros eram para presidiários. Indignos de confiança e
sempre fazendo as coisas “para o seu próprio bem.”

A mulher cambaleou para mim em suas sapatilhas de


salto. Ela tinha cabelos loiros com um coque francês, cabelos
grisalhos brotando de suas raízes. O sorriso mais genuíno
que eu já vi estava agradavelmente estampado em seu rosto
quando ela se aproximou. Havia uma ruga de pés de galinha
ao redor de seus olhos e eu a imaginei em seus cinquenta e
poucos anos. Percebi que em seu pescoço havia uma longa
corrente de prata com um pingente de pentagrama com joias
pendurado.

Rachel rapidamente se afastou, as mãos enfiando nos


bolsos da frente do uniforme.

“Isso é tão emocionante,” disse a nova mulher. “Quase


nunca recebemos novos pacientes. Oh, querida, você
simplesmente vai adorar aqui. Tudo é simples e você vai se
curar. Todos aqueles pensamentos estranhos irão
simplesmente flutuar para longe,” ela disse, gesticulando no
ar. Olhei para trás, para os zumbis embaralhados e não tive
dúvidas sobre o que ela disse. Essas pessoas pareciam que
mal conseguiam pensar, então pensamentos estranhos nem
eram possíveis. Uma cadeira caiu das mãos de uma garota e
a bela sulista se virou e suspirou alto.

“Josie, meu Deus.”


“Vá se foder,” a garota, Josie, retrucou. Percebi que ela
não parecia muito drogada. Josie parecia uma garota punk
sem-teto, completa com botas com bico de aço que ficavam
abertas sem cadarços e jeans skinny pretos rasgados. A
senhora sulista se virou para mim com um revirar de olhos
conspiratório.

“Agora deixe-me dar uma olhada em você. Sempre


recebemos garotas tão bonitas aqui.” Seus olhos se
arrastaram sobre mim e seu sorriso se achatou. “Oh, bem...”
ela disse com pena. O que...

“Eu tive uma noite difícil,” eu cuspi. Obviamente


arrastei meus olhos sobre ela, desejando que ela parecesse
horrível. A verdade é que ela parecia muito bem e muito mais
bonita do que eu.

“Uh-huh, entendo. Bem, eu sou Doreen. Você é Bree,


certo? Isso é abreviação de alguma coisa?”

“Não.”

“Deixe-me adivinhar, Brianna,” disse ela, batendo


palmas com as mãos com unhas feitas em francesinha de
alegria. “Ok, Brianna vá sentar no círculo. Hoje é a sua festa
de boas-vindas!” Várias pessoas bufaram com isso. Um cara
com a pele mais escura que eu já vi começou a rir como uma
hiena e simplesmente não parava.

Meus olhos se arrastaram para o aspirante a Venom.


Qual era o nome dele mesmo? Baz. Sua máscara estava
vagamente apontada em minha direção. Era enervante não
poder ver para onde ele estava olhando, entre minhas pernas
ou algo pervertido assim. Também era perturbador que eu
não pudesse ver suas expressões ou rosto de forma alguma.
Qualquer um poderia estar sob essa máscara, qualquer
pessoa. Eu não tinha nenhuma pista de que tipo de pessoa
ele poderia ser. Tudo que eu sabia era que ele estava
obviamente interessado em mim e que ele era perigoso.

Afastei-me do seu lado da sala e sentei na cadeira ao


lado de Josie. Ela dramaticamente cruzou uma perna sobre
a outra e me olhou com olhos penetrantes.

“Deixe-me adivinhar,” disse ela batendo no queixo e


apertando os olhos. “Zumbi.” Ela ofereceu. Doreen estalou a
língua.

“Ignore-a, querida. Ela gosta de adivinhar o que as


pessoas pensam que são.” Ela olhou para Josie enquanto
meu rosto se contorcia de ofensa.

“Eu durmo com maquiagem uma vez e de repente


pareço um cadáver?” Eu murmurei, cruzando os braços.

“Ah, não um zumbi então. Normalmente sou melhor


nisso, mas as drogas deixam tudo um pouco confuso,” disse
ela, batendo na lateral da cabeça. Seu cabelo era preto, as
pontas tingidas de turquesa brilhante. “Ei, sem ofensa, ok?”
Ela disse inclinando-se um pouco perto demais e olhando
meu rosto. Eu me inclinei para trás e questionei se eu ficaria
mais confortável com o garoto-máscara psicopata. Arrisquei
um olhar para ele e quando o fiz, ele se inclinou para a frente
em sua cadeira.

“Eu amo adivinhar,” Baz disse com uma mordida


animada. Ele abriu bem as pernas e as balançou para cima
e para baixo rapidamente.

“Vocês podem parar com isso? Vocês sabe que esse tipo
de conversa não é permitido,” Doreen sussurrou gritando.
Todos a ignoraram. Eu não conseguia tirar meus olhos de
Baz, enquanto ele cantarolava e olhava para mim por trás de
sua máscara. Josie caiu para trás em sua cadeira, dando-me
um pouco mais de espaço pessoal.

“Sereia,” ele disse finalmente, estalando os dedos


enluvados. “Elas são conhecidos por assassinar de qualquer
maneira.” Eu olhei para ele com o máximo de apatia que
pude, tentando não reagir a ele, tentando mostrar-lhe
interesse zero. Ele era o inimigo número um contra minha
segurança aqui.

Infelizmente, eu não era muito boa nisso e meu rosto se


contorceu.

“Ei, não olhe para mim como se eu fosse louco!” Ele


exclamou. “Eu sou o único são aqui!” Uma série de risadas
explodiu em torno do círculo enquanto todos os outros
pacientes perdiam o controle com seu comentário. “Vocês
estão loucos”, disse ele com um suspiro, recostando-se na
cadeira. Até Doreen riu disso.

“Bem-vinda à fazendinha feliz,” eu murmurei. Josie


olhou para mim e sorriu.

“Certo, bem, vocês dois estão errados. Só diremos isso


uma vez e nunca mais falaremos sobre isso. A senhorita Bree
aqui pensa que ela é uma vampira. Você não pensa?” Ela
perguntou com o nariz franzido.

“Vampira?” Eu perguntei, minha testa franzida. Quer


dizer, sim, eu gostava um pouco demais de sangue, mas
nunca me iludi pensando que era um vampira.

“Quantas pessoas você matou?” A garota do meu lado


direito perguntou. Sua boca era enorme e estava esticada em
um sorriso de aparência horrível. Seu cabelo roxo escuro
estava sujo sobre o rosto. Ela estava vestindo uma camisa
com Ursula e suas duas enguias de A Pequena Sereia. Eles
estavam fazendo... coisas questionáveis juntos. Onde diabos
ela conseguiu aquela camisa?

“Matei?” Eu perguntei, mais uma vez confusa. Houve


um nó rastejante de ansiedade se desfazendo em meu
intestino. Houston, temos um problema, pensei enquanto
olhava em volta para o alegre grupo de psicopatas. Puta
merda, eu estava em um hospital psiquiátrico para
assassinos?

Abri a boca, mas antes que pudesse gritar de pânico


sobre ter havido um erro, a dor lancinante dentro de mim
estava de volta. O zumbido começou nas minhas têmporas e
cresceu até parecer que havia um enxame real de abelhas
assassinas na minha cabeça, envenenando meu sistema
nervoso.

“Ela está bem?” Eu ouvi Baz perguntar, sua voz


flertando com preocupação enquanto todos os outros me
olhavam com cautela ou interesse apático. A imagem de uma
poça de sangue no chão de concreto passou pela minha
cabeça. Dentes afiados mergulhando em um pulso. O rosto
estranho e embaçado de um homem.

“Porra!” Eu gritei, enrolando em minhas pernas.

“Brianna!” Eu ouvi estalido e todas as sensações


cortadas. Respirei fundo e me endireitei, me sentindo
esgotada. A exaustão caiu sobre mim e ficar sentada o resto
do dia parecia uma tortura.

“É Bree,”eu disse. Doreen revirou os olhos.

“Tão dramática”, ela repreendeu. “De qualquer forma,


Brianna foi encontrada em um posto de gasolina com uma
pilha inteira de corpos sangrando e aparentemente não foi
sua primeira parada. Ela é uma coisinha faminta e violenta.
Não é?” Ela perguntou, franzindo o nariz e falando comigo
como se eu fosse seu animal de estimação latindo para um
pássaro.

“O que?” Eu perguntei em total descrença.

“Desculpe, hum, suas circunstâncias de terminar aqui


são sempre compartilhadas. Dessa forma, os outros
pacientes sabem com o que estão lidando.”

“Mas eu não matei ninguém,” eu disse. Todos deram


uma bufada rouca e reviraram os olhos.

“Certo,” disse Doreen sarcasticamente. “É hora de


compartilhar!” Ela disse como se fosse uma bibliotecária
infantil com um grupo de crianças. A garota maltrapilha com
o cabelo roxo sujo se inclinou em meu rosto e começou a
acariciar meu cabelo.

“É a cor do sangue,” ela disse deliciada. Prometi


queimar aquele fio mais tarde, quando um cheiro de peixe
emanou dela. Tentei não engasgar e falhei.

“Doreen, você tem uma personalidade fodida,” disse


Josie.

“Oh, minha nossa!” Doreen disse, pressionando a mão


no peito.

“Eu sou Coral,” a garota ao meu lado disse, ainda


acariciando meu cabelo. “Você é a Ariel para minha Ursula.
Eu sou uma…” ela disparou os olhos para Doreen. “Quer
dizer, eu acho que sou uma bruxa do mar. Ei, você canta?”
Josie se inclinou e arrancou meu cabelo dos dedos de Coral.

“Coral é uma garota da Disney,” disse Josie com


desgosto. “Eu sou Josie e acho que sou um demônio da
encruzilhada,” ela disse sarcasticamente. “Mas demônios
não existem, certo Doreen ?” Doreen revirou os olhos.

“E vocês duas mataram pessoas?” Eu perguntei.

“Eu só mato homens,” disse Coral, cruzando os braços


e caindo na cadeira.

“Hmm, aliviada,” eu disse sarcasticamente. Que porra é


essa?

“E eu só mato pessoas que pediram por isso,” disse


Josie, limpando as unhas. Eu me perguntei como ela
qualificava uma pessoa que pediu por isso e fiquei
instantaneamente preocupada com o que ela pensava da
minha roupa. Era uma espécie de olhar de pedir para ser
morta? Meus olhos percorreram o rosto mascarado de Baz.
Oh Deus, eu não queria saber. Eu não queria saber. Eu não
queria…

“E você?” Eu perguntei. Ah, merda. Ele bufou e afastou


a cabeça do grupo. Ele balançou os pés como se fosse
incapaz de ficar parado.

“Aquele é Basil, ou Baz,” Doreen disse, parecendo como


se ela estivesse tentando segurar um peido. “Ele não gosta
de falar sobre isso. Um menino tão sensível,” ela disse,
balançando a cabeça com pena.

“Esse sou eu, Senhor Sensível. Sou como a cabeça de


um pau,” disse ele. Os olhos de Doreen se arregalaram.

“Eu só vi você duas vezes e nas duas vezes você falou


sobre paus,” eu disse com um bufo. Jesus, eu estava
cutucando a cobra com uma vara. Eu ouvi uma risada dele
e ele virou a cabeça para mim.
“Chega de falar sobre isso!” Doreen disse com o rosto
vermelho. Senhor, uma puritana em um hospital
psiquiátrico. Totalmente no trabalho errado. “Não temos
certeza de quantas pessoas o Baz aqui matou,” ela disse, com
uma lambida nervosa de seus lábios. Mas que porra! Isso
estava ficando cada vez melhor.

“Uh, bem, que tipo de pessoa ele mata?” Eu perguntei.


Por favor, não sejam mulheres, ou ruivas, ou qualquer coisa
remotamente relacionada a mim. Josie se inclinou e pela
primeira vez notei que a cor de seus olhos era um vermelho
brilhante não natural.

“Baz mata todo mundo.”

“Todo mundo?” Eu perguntei para fins de confirmação,


lançando olhares para o homem em questão. Ele se inclinou
para frente, pressionando as mãos nos joelhos. Meus olhos
percorreram o design detalhado de dentes afiados e a língua
extralonga em sua máscara.

“Sim,” ele disse agitado antes de pular, chutar sua


cadeira e sair da sala com suas botas góticas. Assim que o
som de sua porta batendo chegou aos nossos ouvidos, o som
de correntes veio da direção oposta.

Nossas cabeças giraram coletivamente em direção ao


outro corredor. Meu queixo caiu quando um cara, usando
correntes nos pulsos e tornozelos, foi arrastado não por um,
mas por dois enfermeiros musculosos. O careca e feio piscou
para mim e eu fiz uma cara de nojo. Eu não tinha nada
contra ser careca, mas esse cara tinha uma cicatriz irregular
na cabeça que teria ficado muito melhor coberta.

Eles carregaram o homem acorrentado até uma cadeira


vazia e o colocaram sentado antes de se arrastarem em
direção ao corredor, onde se encostaram na parede com
expressões entediadas.

“Este é Nemo,” disse Doreen com uma careta. “Eu não


estava esperando você depois da agitação desta manhã,” ela
disse a ele. A agitação desta manhã? Doreen olhou para mim.

“Ele tentou matar outro paciente de novo,” ela sussurrou


gritando alto o suficiente para que todos ouvissem. As
pessoas ficaram excepcionalmente quietas e desviaram os
olhos do novo cara. Esse homem era pior do que o assassino
de máscara psicopata que acabou de ter um ataque e saiu
pisando duro da sala?

Eu olhei para ele. Ele era enorme - coxas como troncos


de árvores, braços como pítons superalimentadas. Ele estava
vestindo uma calça azul e a costura estava sendo testada.
Sua camisa era apenas uma coisa branca barata e formada
em seu peito excessivamente esculpido. Parecia que ele mal
cabia na cadeira dobrável de metal e eu quase tive medo de
ficar de pé perto dele e ver o quão alto ele realmente era.

Este homem parecia irreal - como se ele pudesse


estender a mão e esculpir-me como argila, meus ossos não
mais difíceis de dobrar do que macarrão espaguete cozido.
Seu cabelo castanho desgrenhado caía sobre os olhos. Era
da altura da nuca e caía ao longo da mandíbula, olhos
mortais e hematomas em todo o antebraço que indicavam
muitas agulhas. Seus pulsos tinham cicatrizes onde as
algemas repousavam, como se ele tivesse sido restringido
muitas vezes ao longo de sua vida e por longos períodos.

Havia uma masculinidade brutal sobre ele. Seu rosto


era bonito, mas sua expressão endurecida. Emparelhado
com aquele corpo maciçamente impressionante, eu não
tinha dúvidas de que este homem pertencia aqui. Que ele era
tudo menos gentil e socialmente aceitável. Que fora deste
lugar ele provavelmente pegava tudo o que queria com
facilidade.

Eu o imaginei querendo tirar algo de mim e apertei


minhas coxas juntas - um desejo perverso rugindo em mim
para ver alguém tão áspero e dominador. Essa era uma ideia
perigosa para flertar.

Apesar dessa fantasia sombria, eu me senti inquieta e


isso aumentou dez vezes quando suas narinas dilataram e
seus olhos negros de repente se viraram para mim. Suas
sobrancelhas franziram e ele lançava punhais olhando para
mim. O que eu fiz! Não, sério, era melhor alguém me dizer
rapidamente, porque de forma alguma eu queria que aquela
besta ficasse com raiva de mim. Eu engoli em seco.

“Quem é aquela?” Ele perguntou, sua voz em algum


lugar entre um rosnado e latido.

“Quem, eu?” Eu perguntei. Seus lábios se curvaram


para revelar seus dentes em um sorriso de escárnio. O que
um homem assim faria comigo quando estivesse sozinho?
Engoli em seco e tentei parar de pensar sobre sexo violento
e como eu poderia querer isso. “Ok, sim. Não estou falando
mais,” eu disse, desviando meus olhos.

“Bem, Nemo, ela é a nova paciente. Você perdeu o início,


mas ela é uma vampira, quer dizer, ela pensa que é uma
vampira,” disse Doreen. O rosto de Nemo se contorceu em
confusão. Ele respirou fundo pelo nariz, as narinas
dilatando-se novamente. Então seus olhos se estreitaram em
mim acusadoramente.

“Não,” disse ele. Só isso, sem explicação. Eu estava


disposta a apostar que ele tinha alguns biscoitos faltando em
seu pote de biscoitos. Alguns parafusos soltos também.
“Não tenho certeza do que você quer dizer,” disse
Doreen. Todo mundo estava estranhamente silencioso desde
que ele chegou. Além disso, ainda desviavam os olhos.

“Não olhe para os olhos dele. Ele acha que é um desafio,”


Josie sibilou.

“Tarde demais,” eu resmunguei porque estava fazendo


isso de novo e parecia enfurecê-lo. Ele deu um salto para a
frente na cadeira, o que fez os dois seguranças pularem em
sua direção. Ele não se levantou, apenas olhou para mim
enquanto seu rosto se contorcia de raiva e seus olhos se
cravaram em mim. Uma sensação estranha me pressionou
enquanto eu continuava a olhar para ele. Era como se a
gravidade tivesse aumentado e eu estivesse tendo problemas
para me manter em pé na cadeira.

Eu engasguei quando o peso se chocou contra mim com


mais força e, finalmente, escorreguei da cadeira, caindo com
as mãos e joelhos no chão, tentando me segurar contra o
peso invisível. O barulho de luta estourou e o peso foi
retirado. Eu respirei fundo e me inclinei para trás nos
tornozelos.

Os dois seguranças arrastaram Nemo da cadeira e


enfiaram seu rosto no chão de ladrilhos de linóleo sujo.
Apesar disso, ele estava sorrindo para mim. Bem, até que
alguém arrancou um controle remoto do bolso e apertou um
botão. Então o rosto de Nemo se contorceu de dor e seu corpo
estremeceu. Veias saltaram em seu pescoço grosso e percebi
que ele tinha algum tipo de coleira de plástico em volta do
pescoço. Eu me mexi de volta na minha cadeira e Josie se
inclinou.

“Coleira de choque,” ela disse e eu olhei para ela com


horror. “Ela é nova. Não se preocupe, eles não lhe darão uma.
Ele é especial.” De alguma forma, isso não me fez sentir
melhor. Na verdade, isso me fez sentir muito pior.

“Bem-vinda à fazendinha feliz,” Coral imitou minhas


palavras anteriores com uma risadinha enquanto esfregava
seu cabelo roxo. Só então Nemo estendeu a mão e envolveu
os dedos grossos ao redor da coleira de choque. O som de
plástico estalando e esmagando foi alto quando ele o
quebrou. Ele deixou cair como lixo no chão.

Isso não era normal. Nada disso era normal.

Um dos seguranças estalou a língua. “Eu disse ao chefe


que a coleira não duraria.”
CAPITULO SETE

A terapia de grupo não foi tão agitada depois da coleira


de choque. Na verdade, eu praticamente me perdi por causa
de todo o resto. Não tenho ideia de quais eram seus nomes,
contagens de corpos ou monstros de escolha. Este lugar era
mais louco do que eu. O que era realmente incrível.

Um asilo para assassinos criminosos insanos que se


consideravam monstros - como diabos eu fui parar aqui?

A enfermeira Rachel estava desaparecida após a terapia


de grupo e eu não estava me sentindo muito amigável, então
voltei para o meu quarto e bati a porta o mais forte que pude.
Dessa forma, todos sabiam o quão chateada eu estava por
estar ali. Além disso, eu podia sentir um certo prazer doentio
por abusar de uma porta.

Meus pés arrastaram-se até a cama e eu imediatamente


caí de cara nela. As velhas molas guincharam de pânico,
como se eu estivesse tentando assassiná-las.

Aquele comprimido enfiado na minha boca antes, eu


acho, estava começando a bater. Meus pensamentos
estavam ficando mais lentos, minhas emoções suavizando e
meu corpo estava pesado e lento.
Lutar contra o sono nem era uma opção. Eu só esperava
que Rachel ou outra enfermeira viesse me encontrar para me
levar ao médico mais tarde. Suspirei no colchão e
imediatamente adormeci. Da próxima vez que abri os olhos,
percebi que um dia inteiro havia se passado porque alguém
mexeu na minha porta e bateu com força.

“Amanheceu,” uma voz feminina rouca grunhiu através


da porta. Ela tinha acabado de destrancar minha porta? Eles
me trancaram dentro do quarto durante a noite? Acho que
não foi a pior atitude que eles tiveram. Certamente não era
reconfortante, no entanto.

Minha cabeça parecia estar contrabandeando chumbo


pela fronteira e meus olhos pareciam querer visitar a parte
de trás do meu crânio. Minha língua era apenas um pedaço
de papel arenoso amassado na minha boca e a maldita luz
fluorescente estava acesa no meu quarto, agredindo meus
olhos com seu piscar sem fim.

Eu me sentia uma merda. Eu tentei moldar meu corpo


em alguma aparência, mas estava tonto e com sede. Minhas
gengivas coçavam e meu estômago dobrava ao meio,
implorando por algo, qualquer coisa, para enchê-lo. Ainda
assim, a ideia de um shake vermelho ou qualquer comida, na
verdade, me fez fazer uma careta enquanto me lavava no
pequeno chuveiro do meu banheiro privativo.

Normalmente, nos dias em que me sentia uma merda,


dedicava um tempo extra para me recompor. Quanto pior eu
me sentia, mais me recompunha. Como se ser atraente
pudesse neutralizar a sensação de uma merda por dentro.
Mas hoje isso não estava acontecendo. Meu cérebro parecia
que estava secando e eu continuava balançando em meus
pés. Eu estava desidratada, com fome e de ressaca por causa
das drogas que eles me forçaram a tomar ontem. Além disso,
tinha acabado de ficar menstruada. Hoje era a porra do meu
dia de sorte, pensei enquanto colocava um absorvente na
minha calcinha.

Coloquei uma legging e uma camiseta simples antes de


calçar meus sapatos e suspirar no espelho. Eu escolhi um
delineado de gatinho simples com bordas grossas. Eu não
me preocupei com muito mais além da minha base e um
pouco de pó translúcido. Meus lábios pálidos pareciam
rachados e as olheiras não estavam completamente cobertas.
Vamos apenas chamar como realmente era, parecia que eu
estava lutando para não parecer exausta.

No corredor, as pessoas saíram de seus quartos em


direção à enfermaria. Todo mundo ainda estava quieto,
sacudindo os resíduos do sono e rastejando para a nossa
primeira refeição e, provavelmente, a primeira dose de droga
do dia.

Quando entrei na sala principal, havia talvez cem


pacientes começando o dia. Eu me movi em direção ao lado
do refeitório, entrando na fila. Coral e Josie estavam de
repente uma de cada lado meu na fila para comer. Elas não
falaram ou mesmo olharam na minha direção, apesar de eu
ter a sensação de que propositalmente me encaixotaram
entre elas, me prendendo. Suspirei, em seguida, fiz um
barulho de nojo quando a Sra. Carol empurrou outro shake
vermelho para mim quando cheguei ao fim da linha.

“Posso comer outra coisa?” Eu perguntei. Ela apenas


olhou para mim e eu me afastei com uma carranca brava.
Coral tinha um shake que parecia quase o meu, exceto que
era prata metálica e cheirava a peixe podre. Uau, as coisas
poderiam ser piores, eu acho.

Eu não era muito alta, com um metro e sessenta, mas


Coral mal parecia ter um metro e meio. Ela beliscou minha
camisa e me puxou em direção a uma das pequenas mesas
quadradas da sala.

Um momento depois, Josie se juntou a nós com uma


linguiça triste e de aparência doentia. Isso me lembrou da
pele do ET quando ele ficou doente e gritou por Elliot. Eu
estremeci de nojo, mas Josie não teve escrúpulos com isso.
Ela a agarrou entre os dedos e a enfiou inteira na boca,
devorando seu miserável café da manhã antes mesmo de eu
aproximar meus lábios do canudo.

“Então, acho que sou amiga de vocês duas agora,” eu


disse, observando uma jovem enfermeira com um coque loiro
se movendo pela sala com um carrinho cheio de copinhos de
papel. Ela os estava distribuindo aos pacientes e observando
suas gargantas enquanto eles engoliam, antes de sorrir
assustadoramente e se mover para a próxima pessoa.

Meus olhos se voltaram para Coral enquanto ela se


curvava sobre seu shake e bebia. Fiquei impressionada, ela
nem parecia enojada. Eu olhei para meu shake com
desgosto, mas eu estava com tanta sede e fome que me
encontrei envolvendo meus lábios em torno do canudo e
chupando o creme rosado engrossado em minha boca. Meu
estômago apertou, me avisando.

“Isso é nojento,” eu suspirei, empurrando-o para longe.

“Sim, não posso dizer que estou com ciúmes dessa


refeição,” disse Josie. “Além disso, sim, você é nossa amiga...
eu acho. É o tipo de amizade descontente que se forma
quando não há opções melhores.”

“Baz gosta dela,” Coral disse, mastigando a ponta de seu


canudo e me olhando. Josie bufou enquanto meus olhos
percorriam a sala, procurando o homem em questão. Ele
ainda não estava aqui ou não estava usando uma máscara e
eu não o reconhecia. Esse foi um pensamento inquietante.
Ele poderia ser aquele cara de cabelo castanho do outro lado
da sala que estava apenas olhando para mim sem piscar. Eu
fiz uma careta.

“Ele sempre usa a máscara?” Eu perguntei.

“Sim, fique longe dele ou você morrerá dentro de uma


semana,” Josie suspirou, recostando-se na cadeira e
passando os dedos pelo cabelo preto e azul-petróleo. Nem ela
nem Coral pareciam estar usando maquiagem, o que não era
nenhuma surpresa para mim. Este não era o tipo de lugar
que inspirava esse tipo de coisa, mas me trazia alegria, então
eu estava sempre maquiada.

Josie ainda estava com suas botas de bico de aço e jeans


apertados e rasgados com uma blusa gráfica solta. Coral
parecia que não lavava o cabelo há muito tempo e estava
usando outra camisa da Pequena Sereia. Essa tinha o rosto
da Úrsula com as palavras “Não confie em nenhuma vadia”
na frente.

“Rachel disse exatamente a mesma coisa. Morta em


uma semana,” eu disse, um pouco desconfiada. Me deixou
paranóica ter duas pessoas diferentes falando as mesmas
palavras para mim.

“Eu teria dito em um dia,” Coral gorjeou, sorrindo para


mim. Ela sorriu em expectativa, como se eu devesse dar um
tapinha em sua cabeça por achar que eu estaria morta hoje.
Soltei um grande suspiro e tentei sugar mais shake
vermelho. Era horrível e eu simplesmente não conseguia.
Isso me faria vomitar e então eu ficaria ainda mais faminta e
desidratada do que estava agora. Eu o empurrei no meio da
mesa e suspirei.
“Tudo bem, eu vou morder a isca. Por que todos estão
convencidos de que ele me mataria? As pessoas não morrem
tanto aqui... certo?” Eu perguntei, tentando esconder o
quanto me sentia um pouco nervosa ao esperar a resposta.
Coral e Josie deram de ombros e isso realmente não me
ofereceu o tipo de conforto que eu esperava.

“Baz é tóxico,” Coral disse, olhando meu cabelo. Eu


poderia dizer que ela queria acariciá-lo novamente.

“Não somos todos?” Eu disse sarcasticamente. Coral


deu uma risadinha.

“Não, ele é realmente venenoso,” disse ela e eu fiz uma


careta para ela. Então, o barulho das rodas do carrinho de
drogas me distraiu. A jovem enfermeira loira deu a Josie um
copo e ela rapidamente inclinou a cabeça para trás e engoliu
o conteúdo sem contenção.

“Aqui está, Coral,” disse ela, sorrindo para minha


companheira de cabelo roxo com um pequeno rubor
enquanto lhe entregava o copo.

“Obrigada, Minnie,” disse Coral, engolindo os


comprimidos e devolvendo o copo. Então a enfermeira Minnie
estava estendendo um copo para mim e eu me senti como
um cervo sob os faróis de um carro.

“Eu estou uh...” eu comecei, parando. Eu não queria


mais drogas. “Posso falar com meu médico antes de tomar
isso?” Eu perguntei, tentando ser o mais educada possível.
Eu sorri para ela, mas seu próprio sorriso caiu direto de seu
rosto. De repente, a enfermeira Rachel estava lá, inclinando-
se sobre Minnie para pegar meu copinho de papel e enfiá-lo
no meu peito.
“Pegue-os, agora,” ela disse com uma agressão
enrolada. A ordem era áspera e maldosa e fez a raiva crescer
dentro de mim. Não me saia bem com comandos diretos,
especialmente de pessoas de quem eu realmente não gostava.
Peguei o copo e olhei dentro para ver o mesmo comprimido
de ontem junto com dois novos. Um era vermelho sangue,
combinando com meu cabelo. O outro era preto com um
brilho verde.

Coral olhou dentro da minha xícara e prendeu a


respiração chocada com o que quer que tenha visto. Eu olhei
para ela, mas ela virou a cabeça e olhou para o outro lado.

“Você disse que eu poderia ver o médico ontem,” eu


rosnei, olhando para Rachel. Minnie estava se mexendo
desconfortavelmente, então finalmente empurrou o carrinho
para a mesa ao lado, deixando Rachel cuidar de mim. A
enfermeira olhou para mim, sua boca uma linha fina e firme
e seus punhos pressionados em seus quadris.

“Foi você quem preferiu dormir,” ela disse, jogando a


culpa em mim quando ela sabia muito bem que eu estava
exausta pelo que passei e pelas drogas que seus estúpidos
dedos enfiaram na minha boca. A raiva queimava dentro de
mim, mas eu tinha que tentar jogar bem.

“Eu quero ver o médico agora,” eu disse lentamente,


segurando o copo de papel com tanta força em minha mão
que se tornou uma bagunça enrugada. Josie e Coral não
eram as únicas assistindo. Em um lugar como este, o drama
era o horário nobre da televisão e quase todas as cabeças se
viravam em nossa direção enquanto colocavam o café da
manhã na boca.

“Mais tarde,” Rachel disse, começando a se afastar. Sim,


não ia acontecer. Eu estava a cerca de três segundos de
estourar. Eu pulei na frente dela e cheguei em seu rosto.
“Agora,” eu rosnei. Ela se assustou e a veia em seu
pescoço tremeu amplamente. Eu podia praticamente cheirar
seu medo vazando de seus poros. Rachel também tinha um
cheiro doce escorrendo dela, como cupcakes de baunilha, e
eu estiquei meu rosto para mais perto e cheirei perto de seu
pescoço. Minhas gengivas coçaram.

Eu estava prestes a me afastar dela, mas antes que


pudesse fazer a escolha certa, mãos agarraram meus braços
e me puxaram para trás com força. Eu tropecei enquanto ia
para trás, minha bunda batendo no chão com a força que eu
tinha sido puxada para trás. Uma dor aguda saiu do meu
cóccix e fiquei instantaneamente puta.

“Eu estava recuando!” Eu rosnei enquanto me


levantava. O careca com cicatriz pairava sobre mim com um
rosto inexpressivo. Rachel estava fervendo agora.

“Nunca mais se aproxime de mim,” ela cuspiu, com as


mãos tremendo. Ela parecia bem e verdadeiramente
apavorada. Uma pessoa normal sentiria arrependimento. A
única coisa que senti foi um sorriso curvando meu rosto
enquanto a observava estremecer. Ela deveria saber melhor
do que mostrar esse tipo de reação a alguém como eu. Era
um poder que eu beberia e usaria contra ela se fosse
necessário.

“Claro, enfermeira,” eu disse sarcasticamente. Ela


desviou o olhar e engoliu em seco, fechando os olhos
enquanto a adrenalina vazava dela.

“Venha, então. Vamos ver o seu médico.” Rachel


caminhou em direção ao corredor oposto aos quartos. Fui
segui-la, mas uma mão saiu e me impediu.

“Pegar o lado ruim de Rachel é uma má ideia,” Josie


disse, seus olhos estranhamente vermelhos nos meus.
“Sim, tarde demais para isso,” eu disse afastando-a e
rapidamente seguindo a enfermeira que se retirava
rapidamente enquanto ela andava pelos corredores. As
palavras de Josie permaneceram em minha mente enquanto
eu a seguia pelo corredor, deixando um gosto ruim na minha
boca.

Parte de mim gostaria de poder começar de novo com


Rachel. Que eu poderia ser muito educada e ela esquecer
quem eu era no mar de seus outros pacientes. Exceto, eu me
lembrei de sua atitude. Ela me desprezava antes mesmo que
eu tivesse uma cabeça limpa neste lugar.

Ela era uma vadia de grau A também e eu não conseguia


imaginar nenhuma realidade onde eu não tivesse uma
reação instintiva ao enfrentar essa atitude sendo uma vadia
também. Se isso fosse o ensino médio ou algo assim, eu
simplesmente a teria ignorado. Mas este era um hospital
psiquiátrico e ela deveria ser minha enfermeira. Ela tinha
poder sobre mim e eu não podia simplesmente aceitar sua
atitude nesta situação.

Eu sabia que devia ser ruim ter entrado na sua lista de


merda, no entanto. Eu nem tinha certeza do que realmente
significava ruim neste lugar, porque já parecia horrível. A
comida era intragável, eles mantinham os caras
acorrentados e com coleira de choque, as pessoas tentavam
se matar.

Eu estava preocupada em pensar o quanto Rachel


poderia piorar. Como esse lugar poderia continuar com essa
merda?

Exceto que eu sabia disso, não é?

Isso era um lixão. Uma lata de lixo para o lixo. Cada


pessoa aqui afirmava ter uma contagem de corpos. Cada
uma alegava não ser humano. Este não era um hospital
psiquiátrico normal. Eles disseram isso desde o início. Um
asilo. Um lugar arcaico onde mantinham pessoas trancadas
e drogadas.

Eles não podiam nem jogar essas pessoas na prisão, não


é? Eu estava tão fodida. Mais uma vez eu estava me
perguntando como diabos eu acabei aqui e por que eles
aparentemente me encontraram em um posto de gasolina
cheio de corpos sem sangue. Isso não poderia estar certo.
Alguém cruzou os fios e eu estava vivendo o pior pesadelo de
processamento.

Rachel parou em uma porta e eu protegi meus olhos das


luzes fluorescentes brutais piscando no alto. Elas
projetavam todo o corredor em um branco desbotado que
tentava esconder as manchas escuras nas paredes que eles
não se preocuparam em pintar. Eu praticamente podia ouvir
o zumbido das luzes.

“Doutor, está é sua nova paciente. Ela quer ver você


agora.” Ela ronronou as palavras, pingando cada sílaba em
sensualidade enérgica. Alguém me mate.

O zumbido ficou mais alto e percebi que não eram as


luzes. Era aquela coisa estranha que não parava de
acontecer desde que acordei aqui. Algum tipo de enxaqueca
infernal seguida de estranhos flashes de cenas macabras.
Talvez eu tenha um tumor. Talvez seja por isso que eu não
consigo me lembrar de nada.

“Vamos,” Rachel sibilou, me incentivando a entrar antes


dela. Ela não se atreveu a me tocar, mas eu dificilmente
poderia achar isso engraçado, enquanto parecia que meu
crânio estava prestes a se abrir.
“Alguma coisa está errada,” eu me esforcei enquanto me
mexia na sala, arranhando meus antebraços e coxas
enquanto meu sangue queimava. Eu olhei para o médico
atrás de sua mesa e parei.

Esse não era o médico que me acordou ontem.

Olhos violetas me mantiveram cativa. O zumbido e


queimação culminaram em um frenesi que eu não achei que
pudesse lidar. Quase caí no chão, mas parou de repente,
como um balão estourado. Calor se espalhou por mim e um
alívio tão doce que fez minhas pernas tremerem.

Eu sempre reconheceria aqueles olhos.

Tudo voltou à minha cabeça enquanto eu estava lá em


estado de choque, olhando para ele. Entrando furtivamente
em sua casa, encontrando homens pendurados em ganchos
de carne, sangue encharcando minha boca, minha tia e meu
tio me dizendo que tinha acabado, e Orson.

Tantas, muitas memórias de Orson trazendo meu


cérebro de volta à vida.

Meu lindo e perfeito Orson. Um serial killer. Um


vampiro.

Minha alma gêmea.

“Isso é tudo, Rachel,” sua voz aveludada disse, seus


olhos nunca deixando os meus. Meu olhar varreu sobre ele -
seu peito largo e ombros bem sustentados, seu terno caro
embebido em seu cheiro de couro almiscarado, sua tez
castanha clara sem uma única mancha e queixo bem
barbeado, proeminente e me provocando a correr minhas
mãos e adorar.
Rachel, eu percebi, ainda estava parada ao meu lado,
relutante em sair. Seus olhos iam e voltavam entre Orson e
eu, como se ela pudesse sentir algo entre nós e o que quer
que ela sentisse, ela não gostava. Meus olhos se estreitaram
sobre ela. Ela gostava do meu Orson?

“Claro, Orson,” disse ela finalmente, e isso me fez tremer


a maneira como ela disse isso com tanta familiaridade. Eu a
ouvi sair arrastando os pés, sem se preocupar em fechar a
porta ao sair. Eu olhei para o rosto bonito e esculpido na
minha frente, levemente confusa e muito irritada.

Mas a visão dele... era quase o suficiente para drenar


meus pensamentos. A menor sensação de formigamento
rolou na minha nuca. Parecia que haviam se passado
semanas, em vez de dias, desde que estávamos apertados
juntos no meu carro, seu joelho empurrando contra meu
calor e seus dedos enluvados ensanguentados abrindo
minha boca antes que eu o bebesse.

“Você deve ser Bree,” disse ele. Eu parei o passo que dei
em direção a ele. Devo ser Bree?

Oh sim, ele tentou limpar a minha mente. A raiva se


enrolou dentro de mim quando me virei e bati a porta. Isso
fez Orson parecer um pouco inseguro, seus olhos me
examinaram interrogativamente, mas seu corpo ainda estava
calmo e relaxado em sua cadeira confortável.

Eu olhei para ele, esperando para ver o que sairia de


sua boca em seguida. Oh baby, minta para mim. Eu te
desafio. Ele obviamente pensou que tinha trabalhado sua
pequena magia em mim e que eu estava permanentemente
com dano cerebral para esquecer. Esquecer o que aconteceu
e esquecê-lo inteiramente. Isso é o que ele queria e queimava
dentro de mim e tinha um gosto pior do que melão amargo.
“Por que você não se senta?” Ele perguntou, sua voz
suave e calma. Minha porra de terapeuta perfeito era um
lindo ator. E por baixo dessa máscara havia outra coisa.
Olhei em seus olhos e tentei ver o assassino prosperando por
dentro. Tudo o que vi foi a cor peculiar olhando para mim
interrogativamente. Eu olhei de volta para ele enquanto caia
na cadeira em frente a ele.

“Bom dia, Bree. Espero que sua transição aqui não


tenha sido muito desorientadora.”

O desejo de dizer a ele que eu sabia a verdade era quase


forte demais para lutar. Deus, eu estava tão animada para
ver o que aconteceria quando eu dissesse isso. Eu estava
pronta para limpar todos os sorrisos falsos e olhares apáticos
de seu rosto.

Ele ficaria com raiva? Ele tentaria me matar? Eu quase


estremeci na minha cadeira quando esfreguei meus joelhos
juntos. Sim, isso me empolgou. Afinal, eu estava louca.

“É um sorriso muito grande. Aconteceu alguma coisa


boa?” Ele perguntou. Mordi meu lábio para conter o riso.

“Oh, eu não sei,” eu disse encolhendo os ombros com


um sorriso.

“Importa-se de explicar?” Ele se recostou na cadeira e


juntou os dedos. Seus olhos roxos estavam nitidamente
focados em mim. Intenso. Algo sobre ele exigia que eu o
ouvisse. Meu subconsciente sussurrava que eu deveria
sempre obedecer. Eu não tinha certeza do porquê, mas
parecia seguro assim. Como se rebelar-se contra ele não
valesse o resultado que causaria. O que era estranho e novo.
Eu me perguntei que tipo de efeitos colaterais beber o sangue
de um vampiro poderia ter.
“Bree?” Ele implorou já que eu não respondi. Fechei
meus olhos enquanto um arrepio percorreu minha espinha.
Eu amava quando ele dizia meu nome. Eu abri meus olhos e
olhei para o assassino na minha frente. Ele tinha as mãos
tão limpas. Acho que gostava mais delas revestidas de couro
e sangue.

Meus olhos percorreram seu peito largo novamente e eu


imaginei suas pernas abertas sob a mesa, suas coxas
musculosas pressionadas em sua cadeira e implorando para
que eu me sentasse nelas. Eu o imaginei girando para trás,
dando tapinhas na coxa e me dizendo para sentar no colo do
papai.

Eu estava ficando tonta e excitada com essa expectativa.


Eu queria gritar que seu plano maligno não funcionou. Não
inteiramente, pelo menos.

“Na noite de anteontem, você foi trazida pelas


autoridades. Você saiu em uma matança em um posto de
gasolina perto de sua casa. No seu porta-malas foram
encontrados corpos desmembrados. Todos drenados de
sangue.” Ah, que besteira tão doce. Eu sorri para o meu lindo
mentiroso. A minha alma gêmea. Então ele não se livrou de
mim completamente, eu percebi. Ele não queria me jogar
para longe dele, porque ele estava aqui comigo. Meu
terapeuta perfeito. Eu sabia que estávamos destinados a isso
e ele também sabia, não é?

“Não é educado mentir,” eu disse. Algo cintilou em seus


olhos, um pouco da escuridão por baixo. Eu respirei fundo
de antecipação. A excitação começou a crescer em meu
interior. Seus olhos perfuraram em mim, este era um ponto
de inflexão. Ele estava prestes a perceber que eu me
lembrava e fiquei muito animada para saber o que ele iria
fazer. Não consegui conter um sorriso.
“Isto não é uma mentira. Eles pensam que você é uma
imitadora do Carniceiro sem Sangue. Que talvez o notório
assassino em série nunca tenha estado na sua cidade nos
últimos anos, mas sim você. Uma fã.” Minha empolgação
ficou quente quando percebi o que ele tinha feito. Ele queria
que eu assumisse a responsabilidade por seus crimes. Algo
para tirar as pessoas de seu caminho e mantê-lo
prosperando e matando todo o dia e ele estava sacrificando
minha liberdade para fazer isso.

“Eu não matei aqueles homens,” eu disse com os dentes


cerrados. Meus olhos se moveram de sua mesa para
encontrar seus olhos roxos. “Você matou. Você é o Carniceiro
Sem Sangue...” minhas palavras foram interrompidas
quando ele saltou de sua cadeira e veio até mim. A raiva
irradiava dele. Todos aqueles músculos sensuais agora eram
letais. Poder, domínio e violência saíam dele em ondas
enquanto ele estendia os dedos de aço e os envolvia em volta
da minha garganta. Eu recuei em choque e medo instintivos.

Sua mudança rápida foi imediata. De terapeuta normal


a monstro em um piscar de olhos. De estar sentado atrás de
sua mesa para avançar em mim com raiva.

A cadeira voou para trás e caímos juntos. Seu grande


corpo pesava sobre o meu e as lágrimas brotaram do lado
dos meus olhos enquanto seus dedos pressionavam com
força nas laterais do meu pescoço, a palma da mão macia na
minha traqueia. Minha mente estava uma confusão de
emoções - medo, desejo sexual, adrenalina. Combinados
para fazer meu corpo cantar. Eu me sentia tão viva e ele
estava tão perto e com tanta raiva que meus mamilos
endureceram.

Seu olhar caiu em seus dedos no meu pescoço, um leve


prazer irradiando em seus olhos ao me ver sufocando em seu
aperto. Minha cabeça girava de tontura. Ele soltou meu
pescoço e pressionou a palma da mão em minha boca,
abafando qualquer som que eu pudesse tentar fazer. Seus
lábios pressionaram em meu ouvido e eu estremeci em todos
os lugares. Eu amei a sensação suave de seus lábios ali.
Amava o som alto de sua respiração. Amava ele. Muito, muito
mesmo. Ele sabia o quanto eu o amava? Quanto eu precisava
dele?

Seu corpo pesava sobre o meu, me prendendo. Um


sorriso sinistro se espalhou em seu rosto e uma risada
sombria escapou de sua garganta.

“Oh, Bree, você se lembra,” ele suspirou, seus olhos


percorrendo meu rosto em algo semelhante a orgulho. Eu
podia ver o assassino agora. Oh, como todos ficariam
surpresos se soubessem. O que aquela Rachel estúpida com
sua paixão ridícula faria quando enfrentasse o verdadeiro
Orson. Meu Orson.

Ele era considerado o cidadão perfeito. Enquanto eu era


considerada a louca. Muito irônico quando éramos o mesmo.
Sempre soube que havia uma conexão estranha entre nós,
zumbindo invisivelmente.

“O que devo fazer com você agora?” Ele perguntou


enquanto eu estremecia de prazer embaixo dele. O contato
era tudo que eu queria por tanto tempo e eu o aceitaria
sempre que pudesse. Ficar chateada não mudaria o quanto
eu o queria. Na verdade, isso apenas tornava a paixão ainda
mais intensa e exigente.

Ele suspirou e se levantou, dando a volta em sua mesa


e reajustando suas roupas até que estivessem perfeitamente
em ordem novamente antes de se sentar novamente.

“É uma pena que você não pode ser controlada. No


entanto, eu prometo a você, Bree, contar a alguém a verdade
sobre nós é uma péssima ideia. Este lugar não é o que você
pensa.”

“Acho que tenho uma boa ideia de que tipo de lugar é.


Eu quero sair. Agora.” Eu pulei do chão e comecei a andar
pela sala. Seus olhos me observaram enquanto eu andava
para frente e para trás. Um predador observando sua presa.

“Não vão acontecer. Você acabaria aqui de qualquer


forma. Você definiu isso quando escolheu ser uma gata
curiosa.” Soltei um suspiro e balancei minha cabeça.

“E o escritório na rua Ashland, onde visitei você nos


últimos três anos?”

“Eu fiz aquilo só para você,” disse ele com um sorriso.


“Você deveria estar feliz como as coisas são boas para você.
Muito tempo foi gasto para fazer isso acontecer.”

“Boas para mim? Este lugar é uma prisão cheia de


psicopatas.”

“Este lugar é Verfallen Asylum - um infame hospital


psiquiátrico para criminosos insanos. Não é muito longe de
sua cidade natal. Por isso pude trabalhar aqui ao mesmo
tempo que sou seu terapeuta. É assim que as coisas serão,”
disse ele, recostando-se e girando os ombros. “Você vai ter
uma vida confortável aqui, onde tudo será cuidado para você.
Podemos ficar juntos, como você quiser. E você nunca,
jamais, dirá a verdade a ninguém.”

“Você realmente é um fodido psicopata, não é? Eu


deveria ir contar a todos sobre o seu refrigerador de
assassino,” eu cuspi de raiva. Eu me virei para a porta, mas
ele se moveu como um raio e sua mão de aço agarrou minha
nuca em um instante, me empurrando contra a parede. Eu
podia sentir a raiva irradiando dele enquanto ele me
segurava, minha bochecha pressionada contra a parede.

“Não,” ele rosnou, sua voz gotejando violência e então


ele mordeu meu pescoço, me chocando. Um grito borbulhou
na minha boca, mas morreu um instante depois quando um
profundo prazer tomou conta de mim. A mão cruel de Orson
agarrou minha nuca com firmeza enquanto ele tirava sangue
de meu pescoço languidamente. Estremeci e gemi, minhas
pernas ameaçaram me deixar cair.

Ele puxou sua boca do meu pescoço e caiu contra mim,


seu pau duro aninhado na fenda da minha bunda.

“Porra,” disse ele, o choque sacudindo sua voz. Ele


gemeu e acariciou meu pescoço, sua língua lambendo a
ferida que ele fez, me fazendo estremecer de prazer. “Tão
gostosa,” ele murmurou delirantemente, sua voz oscilando
entre o prazer e a perturbação. Ele pressionou contra mim,
esfregando contra minha bunda. Isso fez com que a
respiração escapasse de mim. Eu me senti delirante e
selvagem. Eu o queria. Eu o queria terrivelmente. Tão
horrivelmente. E não apenas sexo, mas também seu sangue.

“Você disse que não, mas eu sou uma vampira, não


sou?” Eu perguntei, ofegante. Minha língua arrastou sobre
meus dentes e eu senti caninos afiados enormes que não
estavam lá antes. Eu não me importava com o que ele tinha
feito, eu só o queria. Foder com ele, beber dele... Não
significaria perdão, mas me daria alívio do desejo doloroso
que ele inspirava em mim. A obsessão.

“Seu sangue,” ele gemeu, esfregando contra minha


bunda novamente. “Você tem um gosto muito bom.”

“Eu sou uma vampira?” Perguntei de novo.


“Não,” ele suspirou, lentamente se afastando de mim.
Quando me virei para encará-lo, era difícil pensar em outra
coisa senão ele empurrando dentro de mim. Suas pupilas
estavam dilatadas, seus olhos brilhantes e eu podia ver sua
ereção espessa pressionando a frente de suas calças.

“Como eu não sou uma vampira?”

“Você é uma dhamphyr. Minha dhamphyr,” ele disse,


segurando meu rosto em suas mãos. A possessão brilhou em
sua expressão.

“Não entendo.” Meus olhos percorreram seu rosto. Eu


queria provar sua boca e dar um tapa na cara dele ao mesmo
tempo. Puxar seu cabelo e deslizar para baixo em seu pau.

“Desde que eu fui o primeiro sangue de vampiro que


você bebeu, eu sou seu mestre agora. Você sempre será
minha. Você sentirá a necessidade de me obedecer.” Eu
balancei minha cabeça em confusão. Certas palavras dele
fizeram meu peito doer de prazer, mas outras me deixaram
com raiva.

“Isso tudo era para me possuir?” Eu perguntei. Um largo


sorriso se espalhou por seu rosto.

“Não inteiramente. Eu preciso de você aqui como um ás


na manga caso eu seja pego,” ele disse, deixando meu rosto
cair e dando um passo para trás. “O mundo sobrenatural
não está muito feliz com o Carniceiro Sem Sangue. Estive
aqui nos últimos anos na expectativa de que você mudasse
para cá.”

“O que é um dhamphyr?”

“Uma anomalia de meio-vampiro que não deveria


existir. Sempre preso na encruzilhada entre duas espécies e
não muito bom em ser nenhuma das duas. No entanto, seu
sangue é útil para mim.” Sua garganta balançou e suas
pupilas dilataram antes que ele voltasse para trás de sua
mesa.

“Como exatamente o meu sangue é útil? E, desde que


bebi seu sangue, me sinto diferente.” Minha língua arrastou
em meus lábios e eles não pareciam mais rachados e secos
como antes. Na verdade, me sentia bem melhor. Cheia de
vida.

“Todas as minhas fontes dizem que os dhampyrs são


incapazes de se transformar em um vampiro completo. Você
provavelmente vai ansiar por sangue agora…”

“Agora? Comparado a antes, quando eu estava


obcecada por isso?”

“O interesse não é a fome. Você não sabe nada sobre o


verdadeiro desejo. Você vai sentir uma necessidade ardente
de sangue dentro de você de vez em quando. Pode consumir
sua mente, tornando impossível pensar em qualquer outra
coisa se você passar muito tempo sem ela. Engraçado, já que
você realmente não precisa disso para sobreviver.”

“Bem, isso está ficando cada vez melhor,” eu rosnei.

“Beba o que eles te dão aqui, deve ajudar. Você pode até
ser capaz de sobreviver apenas com sangue agora. Eles têm
a impressão de que você é uma vampira e é do seu interesse
manter isso assim. Bree,” ele disse com força suficiente para
que eu olhasse para seu rosto novamente. “Não diga a
ninguém aqui o que você realmente é. Este lugar não é o que
parece e não vou permitir que eles arruinem você.” Sua voz
tinha aquele ronronar profundo e estranho que ele usava
quando tentava me fazer esquecer. Senti seu comando vazar
em minha pele, mas revirei os olhos e a sensação gotejou
para longe.

“Ótimo, é tudo sobre você, não é?” Eu mordi. Eu estava


recebendo uma chicotada com os sentimentos que ele
inspirava em mim. A obsessão era a única constante. O resto
era paixão balançando para frente e para trás com desejo e
raiva.

“Deixe isso para trás. Aqui, você será atendida. Aqui,


você pode ficar longe de problemas.” Ele falava como se eu
fosse um cachorro mal comportado. Essa raiva enrolada
estava se expandindo dentro de mim, esticando seus braços.
Raiva, paixão e obsessão se transformando em algo maníaco.

“Aqui, eu sou um rato em uma gaiola,” eu sibilei, meu


estômago apertando e minhas gengivas queimando. Ele
queria que eu esquecesse. Ele queria que eu assumisse a
responsabilidade por suas mortes nos últimos anos. Ele me
queria presa em um asilo pelo resto da porra da minha vida.
Minha alma gêmea era cruel. Meu corpo começou a tremer
com a necessidade de raiva contra ele. Para lutar com unhas
e dentes por cada erro que pretendia infligir.

“Supere essa ideia moderna de liberdade que você tem.


É uma das suas piores características, lutando
constantemente contra a autoridade e a sociedade. Você logo
perceberá que não há lugar para isso aqui. Você é um
elemento permanente aqui e você é minha.” Eu rebati
quando suas palavras foram cuspidas de sua boca.

“Que idiota,” eu sibilei. “Que fodido psicopata!” Eu


gritei. Meu pequeno controle sobre a contenção estava se
deteriorando. Bati minhas mãos em sua mesa e senti uma
necessidade compulsiva de que ele entendesse como eu
estava zangada com ele. Peguei cada pedaço de papel que
consegui segurar em minhas mãos, rasgando e amassando.
Então eu derrubei tudo que pude de sua mesa. Ele se sentou
calmamente, mas seu rosto estava lentamente se
transformando em raiva.

“Sim, fique com raiva, seu sociopata de merda!” Eu


gritei. “Você nunca vai me possuir, Orson.”

“Eu pensei que você queria ficar junto,” ele disse entre
os dentes enquanto eu empurrava sua placa de identificação
de sua mesa. Eu inclinei minha cabeça para trás e ri
enquanto pulava para cima de sua mesa e me jogava em seu
colo. Eu agarrei sua mandíbula assim como ele fez comigo
em sua casa, dando-lhe o máximo de aperto que pude.

“Estaremos sempre juntos, Orson. Somos almas


gêmeas,” eu disse sorrindo. Ele não entendia. Eu nunca
sugeriria uma realidade em que não estivéssemos juntos,
mas ele também nunca seria meu dono. Ele pensou que teria
um filhotinho indefeso, mas o que ele conseguiu era um lobo
raivoso.

“Você está louca,” disse ele suavemente, ignorando que


eu estava sentada em seu colo e segurando seu rosto. Eu
sorri.

“Louca por você. Não se esqueça, eu conheço seus


segredos,” ameacei, inclinando-me mais perto de sua boca.
Ele me deixou com tanto tesão e raiva. Obviamente, esse
relacionamento estava longe de ser saudável. Sua língua
disparou em seus lábios e eu queria rastrear minha língua
ao longo do mesmo caminho que ele tomou - lamber seus
lábios incríveis uma e outra vez. Um sorriso sombrio curvou-
se em sua boca.

“Não se esqueça que eu conheço a sua fraqueza,” disse


ele. Sua mão disparou em um borrão, agarrando minha
nuca, e então sua boca estava na minha. Se eu não estivesse
louca antes, então esse beijo teria me deixado louca. O gosto
era ruim para mim e era deliciosamente perverso depois de
tantos anos de paredes entre nós. De seu ato. Da nossa
diferença de idade. Da diferença de poder entre nós. De
segredos tão grandes.

Seu aperto era de aço e meus seios empurraram contra


ele. Eu estava no colo do meu terapeuta, pressionada contra
seu peito enquanto sua língua lambia a dobra dos meus
lábios e exigia entrada. Esse pensamento me fez gemer em
sua boca.

Minha língua lutava com a dele. Parecia que estávamos


tentando sufocar um ao outro com nossas línguas e
estrangular um ao outro com nossas mãos. Parecia que
estávamos lutando enquanto eu choramingava e mordia sua
boca. Enquanto ele tentava repetidamente me embalar em
submissão, mas eu continuava encontrando-o, golpe por
golpe, gosto por gosto. Eu poderia dizer que isso o frustrava
e me frustrava também. Ele era implacável em sua busca por
mim e eu tinha que lutar incansavelmente.

No entanto, éramos nós. Era paixão - sombria, raivosa,


sensual. Seu braço me prendia contra ele de forma mais
agressiva a cada segundo até que ele arrancou sua boca da
minha, parecendo um anjo vingador enquanto suas presas
expostas brilhavam violência.

“Você está sangrando,” ele assobiou. Eu ofeguei em


confusão, passando minha mão sobre meu pescoço onde ele
me mordeu. Não havia sangue ali, tampouco manchas.

“Eu não estou,” eu disse, mas seus dedos cravaram em


minhas coxas enquanto ele as afastava mais e olhava para
baixo. “Oh,” eu suspirei, ficando séria ao lembrar que estava
menstruada e que qualquer que fosse a foda-luta que
estávamos querendo estava fora de cogitação.
Quando tentei me levantar dele, porém, os dedos de
Orson machucaram minhas coxas quando ele as agarrou
com ainda mais força. Seu corpo estava completamente
imóvel, seus olhos ainda focados entre as minhas pernas
enquanto ele respirava pesadamente pelo nariz.

“Orson?” Eu perguntei em confusão.

“Allaena,” ele cuspiu em uma lingua estrangeira e


suave. Parecia uma maldição. Ele me levantou e me colocou
em sua mesa. Seus dedos cravaram nas minhas roupas com
força, puxando para baixo minha calcinha e leggings. Meus
sapatos caíram e ele jogou tudo para o lado da sala. Eu olhei
para ele em estado de choque e pressionei minhas coxas para
não fazer sujeira.

O que ele estava fazendo? Seus olhos estavam me


perfurando com uma intensidade selvagem que me deixou
nervosa. Suas mãos se cravaram em meus joelhos, em
seguida, ele me separou, sua respiração gaguejando quando
seu olhar virou para baixo para olhar para minha fenda nua.

O que estava acontecendo? Eu estava tremendo e meus


pensamentos e emoções eram como bolas de bingo girando
em sua pequena gaiola. Orson caiu de joelhos e tentei me
esquivar.

“Estou menstruada,” sibilei. Ele gemeu com minhas


palavras e se inclinou para frente, fazendo meus olhos se
arregalarem em choque. A primeira lambida de sua língua
fria e úmida me fez ofegar. Parecia sujo e errado, mas Orson
parecia completamente consumido agora. Ele enterrou o
rosto entre minhas pernas, gemendo e lambendo. Eu respirei
fundo em choque.
Entre as pernas dela tinha um cheiro forte de metal e o
formigamento que seu sangue tinha me dado antes ainda
provocava meus sentidos. Eu precisava de mais dela. No
instante em que seu sangue tocou minha língua, eu soube
que calculei mal seu poder. Bastou um gole.

Quando eu puxei de seu pescoço e deixei seu sangue


escorrer pela minha garganta, eu fiquei instantaneamente
viciado, instantaneamente preso.

Lábios vermelhos, suculentos e carnudos brilharam


para mim como um banquete disposto na minha mesa.
Minhas presas cresceram. Enfiei meu nariz em sua boceta
sangrenta apenas para colocar minha língua mais fundo,
para limpar tudo o que ela tinha a oferecer. Beber daqui não
era considerado limpo e contido. Era pervertido e
animalesco.

Um gemido retumbou através de mim enquanto eu


lambia sua entrada, lambendo tudo que eu podia. Era quase
um mero acaso que ela estava gozando enquanto eu fazia
isso. Tudo que me importava era aquele líquido vermelho
espesso gotejando de seu centro, quente e sempre fluindo.

Passei meus braços em volta de suas coxas e puxei seu


corpo com mais força em meu rosto. Ela engasgou e se
contorceu e sua boceta suculenta continuou tremendo
enquanto minha língua tentava lamber dentro dela. Ela
tentou se mover, então segurei suas coxas com força, não a
deixando perturbar meu banquete.
Eu estava duro em minhas calças e o desejo de liberação
fez cócegas em meu cérebro. Por um momento eu considerei
espetá-la no meu pau e isso me fez enterrar meu rosto nela
ainda mais, esfregando seus lábios suculentos para frente e
para trás, espalhando sangue em minhas bochechas
enquanto eu gemia.

Eu estava uma bagunça. Eu nunca ficava uma


bagunça, mas agora eu era um animal inculto festejando
sem restrições - lambendo, chupando e gemendo. Eu me
senti desequilibrado.

“Orson,” ela engasgou, suas mãos tocando as minhas.


Seus dedos pressionaram em mim como garras e envolveram
meus pulsos como algemas. Não havia nada que eu quisesse
mais do que sugar sua boceta até secar, mas ela estava com
o objetivo de me destruir, soubesse ou não.

Desde o primeiro gosto dela, eu sabia que tinha


cometido um erro. Que o que esta criatura oferecia era
contaminado e viciante. Eu podia sentir isso se desenrolando
em minhas entranhas e enviando picos em meu cérebro. O
poder de caminhar sob o sol custava o vício.

Não era só isso, agora que tínhamos compartilhado


sangue, havia uma conexão irritante em minha mente. Eu
nunca tinha gerado um vampiro, eu não tinha ideia que era
tão enjoativo e carente dentro da minha cabeça.

Eu arranquei meu rosto de entre suas pernas. Eu queria


matá-la. Ela era uma doença que eu tinha que eliminar.

Eu sentia que precisava dela aqui todos os dias,


espalhada na minha mesa com seus lábios carnudos me
provocando. Eu queria entrar furtivamente em seu quarto de
paciente todas as noites e esticá-la com meu pau enquanto
me alimentava dela, várias e várias vezes.
Eu era tão devasso e necessitado que era repugnante.
Eu me afastei e fiquei acima dela, respirando fundo
enquanto olhava para ela. Seu longo cabelo ruivo estava
espalhado sobre a madeira. Sua pele pálida tinha uma rede
viva de veias, prometendo-me os despojos de minha
paciência e trabalho árduo nos últimos anos. Algo dentro de
mim agora gritava que ela era uma parte de mim, um
parasita enterrado no fundo do meu cérebro.

Ela olhou para mim com um desejo suplicante, suas


pernas bem abertas, suas coxas pressionadas em meus
quadris. Eu estava tremendo enquanto lutava contra minha
própria mente e corpo, tentando negar a atração e esperando
que pudesse acabar com ela. Eu nunca senti essa conexão
estranha antes. Nunca senti que precisava de alguém e que
essa pessoa precisava ser protegida.

Bree se sentou e estendeu a mão para o meu cinto,


desfazendo-o antes de abrir o zíper da minha calça e puxar
o que ela estava procurando. Seus dedos pálidos me
envolveram e acariciaram enquanto ela observava meu rosto.
Eu olhei de volta em seus olhos azuis, me sentindo vago
quando a necessidade se apoderou de mim.

Um grunhido saiu da minha boca e eu empurrei suas


mãos. Pressionei suas costas contra a minha mesa e, em
seguida, envolvi meus dedos em torno de seus quadris. Meu
pau deslizou contra sua entrada, latejando, provocando.

“Eu vou te foder agora, Bree,” eu disse a ela. Seus olhos


se arregalaram, então eu bati todo o caminho para dentro,
fazendo-a gritar meu nome. Suas paredes me abraçaram,
apertando como um laço, me implorando para ficar
enterrado nela para sempre. Eu esperei anos por isso.

Mas então eu envolvi minhas mãos em volta de sua


garganta e apertei. Se eu pudesse apenas matá-la, isso
poderia voltar para antes dela entrar em meu escritório.
Antes de procurar uma dhamphyr mítica. Antes de eu ter
cometido esses erros terríveis.

Eu empurrei uma vez, sua boca se abrindo enquanto


minhas mãos apertavam suas vias respiratórias. Então,
novamente, outro impulso profundo, puxando quase todo o
caminho antes de empurrar com raiva de volta. Eu mantive
minhas mãos firmemente no lugar.

“Isso é o que você quer certo? Seu terapeuta assassino


te fodendo forte.” Novamente eu empurrei - três, quatro - com
raiva, rápido e brutal. Ela estaria tonta agora. Apesar disso,
ela estava balançando a cabeça, arqueando as costas, seus
quadris empurrando para encontrar os meus. Ela me
deixaria fazer o que eu quisesse, não é? Seria minha boa
menina.

Eu queria matá-la... mas não podia. Um teste. Um


horrível teste e eu nos amarraria. Meus dedos afrouxaram
em seu pescoço. Ela respirou fundo e eu sabia que seu
cérebro explodiria com endorfinas. Sua cabeça girava
enquanto a dopamina e a serotonina fluíam rapidamente,
seu corpo a recompensando por ter ar novamente.

“Orson,” ela gemeu, seus calcanhares pressionando


minhas costas como se ela estivesse tentando me prender
dentro dela. Era irônico como ela tinha acabado de me
prender mentalmente quando eu a prendi fisicamente e
ambas as coisas eram minha própria culpa. Eu agarrei suas
pernas e as abri amplamente para impedi-la. Então eu
sacudi meus quadris brutalmente, enterrando-me
profundamente dentro dela uma e outra vez. Ela se
contorceu e sua boca se abriu em um suspiro silencioso
enquanto eu empurrava dentro dela. Ela encaixou meu pau
tão bem.
“Uma garota tão boa,” elogiei enquanto empurrava
dentro dela, construindo o prazer. Ela estava apertada,
quente e molhada e sua obediência completa me fez sentir
oprimido por um prazer poderoso.

“Orson,” ela ofegou. Sempre meu nome em seus lábios.


Não deus ou palavrões. Meu nome. Eu rosnei e a fodi mais
forte. Até que eu tive que cair em cima dela e cobrir seus
gritos altos com a palma da mão para que as enfermeiras não
me ouvissem fodendo uma paciente.

O prazer foi agudo e opressor. Transar com ela na minha


mesa foi satisfatório e aliviante. Três anos de desejo e a
realidade era ainda melhor do que minha imaginação
luxuriosa.

Estava escorregadio e os ruídos molhados eram


descuidados e altos. Eu podia senti-la me bagunçando,
manchando meu pau de vermelho e encharcando minhas
roupas. Eu odiava estar sujo, mas agora eu gostava disso.
Eu queria estar sujo e queria sua boceta bagunçada em volta
do meu pau - seu sangue me cobrindo todo. Eu queria ser
um animal. Eu gemi.

Ela se contorceu debaixo de mim impotente e querendo,


necessitada e desesperada, e eu iria inundar seu centro com
meu esperma. Ela era tão dócil e agradável assim e deixava
uma parte de mim à vontade ter esse controle sobre ela.

Meus dedos agarraram seu cabelo, segurando-o em um


grande punhado e puxando de forma que sua cabeça
inclinasse para trás e sua garganta ficasse exposta. Ela
engasgou e gemeu quando eu a segurei e a fodi.

“Você está sendo uma garota tão boa, Bree,” eu gemi


querendo que ela continuasse assim. Eu sabia que esse
estado agradável era apenas por um momento. Que ela
lutaria comigo a cada momento fora disso e então eu teria
que transar com ela repetidamente, enchê-la
implacavelmente até que ela estivesse tão dolorida que me
imploraria para parar e então eu simplesmente continuaria.

Eu gemi e comecei a me libertar. Eu me puxei para fora


e agarrei meu pau com força, bombeando e observando
enquanto eu gozava sobre suas dobras vermelhas
suculentas, vendo como ela era minha.

Então eu caí de joelhos e lambi tudo - minha liberação


salgada misturada com seu sangue vermelho metálico. Eles
se combinaram na minha língua e eu engoli, sendo o homem
sujo e doente que eu sabia que realmente era.

Suas coxas tremeram e ela gozou, seu corpo se movendo


descontroladamente e seus gemidos roucos. Ela se acalmou,
seus gritos se acalmando.

Então a bagunça ao redor e em mim entrou em foco.


Tudo fora de ordem. Tudo errado. Eu a fodi sem
consequências, deixando necessidades caóticas e
pensamentos aleatórios assumirem, e agora eu percebi o
desastre em meu escritório. Ela me levou a agir como um
animal.

Meus lábios se separaram dos meus dentes enquanto


eu me enfiava de volta nas calças e tentava remediar a
situação. Os papéis no chão. O sangue manchando minhas
calças na virilha. Eu passei minhas mãos pelo meu queixo,
tentando esfregar seu sangue contaminado e viciante de
mim.

Eu podia me sentir o mestre, a conexão de senhorio em


minha cabeça como um tumor mortal destinado a me matar.
Sibilava para mim para protegê-la, para mantê-la perto.
Então, eu podia sentir seu sangue viciante zumbindo em
minhas veias. Eu queria matá-la. Eu queria, mas não
conseguia.

“Saia e não conte a ninguém ou você vai se arrepender,”


eu rebati, meus pensamentos tão confusos quanto o lugar.
Eu me sentia agitado e mesquinho. Como eu iria passar o
dia assim? Colocar minha máscara e bancar o bom
terapeuta?

“Que sinistro e dramático,” disse ela, revirando os olhos


e se retirando da minha mesa. Bree recolheu suas roupas e
se vestiu. Eu fui até ela e agarrei seu queixo com uma das
mãos. Ela praticamente sibilou para mim, seus olhos
cuspindo veneno. Meus olhos perfuraram seu rosto e eu
queria morder seus lábios suculentos até que sangrassem,
em seguida, chupá-los em minha boca.

“Não importa o quanto você lute, eu tenho controle total


sobre você. Seja uma boa paciente e tome seus
comprimidos,” eu disse, tentando acreditar que era verdade.
Eu olhei para o copo de papel com a medicação que ela
derrubou mais cedo. Isso ajudaria a mantê-la mais flexível.

“Seu idiota de merda,” ela retrucou enquanto eu a


deixava ir. Ela saiu pisando forte, abrindo a porta. Do outro
lado estava a enfermeira Rachel com a mão levantada para
bater. Atrás dela estava Baz, encostado na parede com os
braços cruzados e uma de suas muitas máscaras macabras.

Os olhos de Rachel se arregalaram e sua boca se abriu


quando ela viu o estado do meu escritório e de mim. Eu
estalei minha língua e tentei limpar meu rosto mais, mas foi
inútil. Eu estava uma bagunça. O escritório estava uma
bagunça. Parecia que eu estava exposto e todos olhavam em
estado de choque.
O que era uma coisa divertida, mas não era o que eu
queria neste momento. No momento, minha falsa
personalidade era importante.

E eu sabia disso enquanto a observava sair do meu


escritório. Bree era a única coisa que poderia me desvendar.
Ela seria minha ruína. Eu tinha que mantê-la sob controle.
Eu tinha que prová-la novamente. Eu tinha que enterrar
meu pau dentro dela e possuí-la.
CAPITULO OITO

Eu queria sair desse lugar, mas não tinha ideia de como


fazer isso. Fui certificada como criminalmente insana -
considerada uma assassina em série pela mídia e, em breve,
pela lei também. Meu processo judicial estava chegando,
mas aparentemente isso não era da minha conta. Orson
disse que eu não seria julgada e que estava cuidando de tudo
por mim.

Orson pagou pelo meu advogado que estava


construindo um caso em torno de inocência por motivo de
insanidade. O que era quase fofo, exceto, é claro, que esses
eram crimes dele e não meus. Além disso, havia todo tipo de
ser trancado em Verfallen que acabava com toda a doçura.

Eu já estava morando uma semana inteira em Verfallen


e estava me acostumando com a rotina. Comprimidos de
manhã e no almoço; terapia de grupo com um homem
mascarado esquisito que parecia estar me perseguindo; e as
luzes apagadas na hora de dormir.

E também, uma semana de Orson.

Quase tudo valia a pena por ele. Todos os dias eu ia ao


seu escritório para uma “terapia” individual. Cada dia, assim
que a porta se fechava, ele atacava, seus dedos desesperados
para tirar minhas roupas, seu pau já se esforçando para
estar dentro de mim. Era perfeito todas as vezes. Eu amava
seus olhos cheios de raiva e estocadas brutais. Eu amava
sua língua gananciosa e sons animalescos quando ele estava
entre minhas pernas.

Um interruptor mudava quando se tratava de Orson e o


sexo. O médico ordenado sumia. Ele se tornava uma
bagunça desesperada, meio selvagem, seus olhos vítreos e
maníacos, seus dedos e rosto pingando em sucos enquanto
ele montava em meu corpo disposto e me fodia rudemente.
Tínhamos uma hora inteira para foder a cada dia e ainda
assim ele nunca parecia satisfeito. Ele era anormalmente
implacável - sempre pronto para continuar após apenas uma
breve pausa.

Eu mal conseguia andar normalmente depois da nossa


sessão de terapia e a enfermeira Rachel definitivamente
tinha notado. Eu me certifiquei disso. Fazia questão de sujar
Orson e seu escritório a ponto de ninguém questionar o que
estávamos fazendo. Eu o encorajava a se alimentar
bagunçadamente do meu pescoço, puxando seu cabelo
enquanto bebia meu sangue, certificando-me de que sujaria
seu rosto. Ele gostava quando eu fazia isso também. Ele
gostava de ser uma bagunça durante aquela única hora do
dia.

Deixá-lo sujo era mostrar a Rachel que ele era meu.


Exceto que também me interessava pelo que uma outra
pessoa pensava sobre isso. Todos os dias, meus olhos
deslizavam para o próximo paciente de Orson em pé
obedientemente no corredor com seu rosto um mistério
mascarado - Baz. Eu queria saber o que ele pensava. Meu
vilão mascarado.

Parecia que ele sorria em aprovação quando via a


bagunça e provavelmente ouvia os sons da nossa foda de um
minuto atrás. Eu sabia que ele gostava. Eu podia ver a
evidência na frente de suas calças, seus quadris projetando-
se para fora como se ele estivesse me provocando com uma
impressionante ereção pressionando em suas calças. Ele era
uma tentação perigosa.

Provocar Baz tinha se tornado um mau hábito meu, algo


para passar o tempo quando as horas se arrastavam e as
atividades acabavam. O perigo tentador era apenas uma
daquelas coisas que eu não podia evitar. Eu era uma pessoa
compulsiva na maior parte do tempo. Eu enviava olhares
para ele enquanto mordia meu lábio ou lambia minha colher.
Eu balançava meus quadris quando sabia que ele olhava.

Ele ainda era minha maior ameaça aqui. Apesar da


minha provocação, não falava com ele. Não tentava me
aproximar. Ele estava sempre por perto, sempre olhando,
sempre tentando me fazer falar.

Eu gostava da sua atenção e eu estava muito curiosa


sobre o que estava sob sua máscara, sob as luvas e as roupas
e que fosse para o diabo a preocupação. Ele assustava tanto
a todos que eles tremiam quando ele entrava em uma sala.
Esse poder me atraia, uma curiosidade sombria.

Eu tive minha experiência com obsessões sombrias.


Essa era a razão de eu estar aqui. A razão pela qual minha
alma gêmea era um assassino em série. Baz era minha nova
obsessão sombria. Seu interesse implacável por mim o fez
florescer e antes que eu notasse, percebi que o observava
tanto quanto ele me observava.

Eu tinha que olhar, não é? Ele era a grande ameaça na


sala. Ele era meu vilão. Um homem que escondia o rosto de
todos e tinha uma contagem de corpos com o qual até os
assassinos aqui se sentiam nervosos.
E ele gostava de mim. Eu sabia que isso deveria ser uma
coisa ruim. Todo mundo me disse isso. Todos tentaram
desencorajar meu interesse e provocação. Eu queria tentar
esse demônio, no entanto. Eu queria este homem poderoso e
mau consumido por pensamentos sobre mim. Isso me fazia
sentir poderosa e importante.

“Foda-me, hoje é gelatina verde!” Josie disse deliciada,


olhando para o balcão enquanto Carol, a mulher da
lanchonete, colocava uma bandeja para o lanche da manhã.
Sua língua disparou sobre seus lábios. Josie, Coral e eu
estávamos tentando jogar Candyland, apesar de haver
apenas cerca de cinco cartas restantes. A enfermaria tinha
um bom grupo de pessoas aqui hoje, talvez trinta pacientes
perdendo tempo.

Baz estava sentado a algumas mesas de distância, a


cabeça apoiada casualmente em um punho enquanto me
observava. Hoje ele estava usando uma máscara de
Deadpool. Ocasionalmente, ele virava a página do gibi na
frente dele, mas nunca olhava para ele. Não, sua atenção era
toda minha e eu continuava pegando meus olhos vagando
para ele sem parar, incapaz de ignorar sua presença.

“Vá buscar um pouco para nós,” Josie insistiu enquanto


acenava para mim. Eu dei a ela um olhar feio e ela apontou
para o jogo de tabuleiro. “Você perdeu. Vá pegar a gelatina.”
Coral acenou com a cabeça em concordância.

“Tudo bem, tudo bem,” eu bufei, a cadeira raspando no


chão enquanto eu levantava da mesa. Os dedos
tamborilantes de Baz pararam de repente e um momento
depois, eu ouvi sua própria cadeira arranhar quando ele se
levantou.

Um pequeno sorriso satisfeito apareceu em meus lábios.


Gostava de ter a atenção total de um homem. Gostava
especialmente do fato de ser ele, um dos maiores vilões do
lugar e, sem dúvida, a maior aberração. Eu não sabia muito
sobre ele, Josie e Coral estavam cautelosas em encorajar
meu interesse, mas era óbvio pelo jeito que ele se vestia e era
obcecado, ele era tudo menos normal. Além disso, todos
pareciam apavorados com ele, nem mesmo dispostos a ficar
a menos de três metros do homem.

Aproximei-me do balcão e peguei três copinhos


transparentes cheios de gelatina verde ondulante. Duas
grandes botas pretas pisaram perto da minha. Eu olhei para
o metro e meio que ele mantinha entre nós. Ele nunca
chegou muito perto e nunca tentou me tocar. Isso me
encorajava a provocá-lo mais. Talvez ele estivesse me
enganando com uma sensação de falsa segurança, tentando
me convencer de que nunca cruzaria os limites. Mas
funcionou e hoje senti vontade de melhorar o meu jogo.

“Eu estava pensando que hoje você podia gritar meu


nome enquanto estivesse fodendo com nosso terapeuta,” Baz
disse, estendendo a mão e pegando um copo de gelatina que
eu sabia que ele não comeria. “Espere até que a hora esteja
quase acabando. Assim poderei ouvir.” Mordi meu lábio e
sorri, mas não ousei olhar para ele. Esse jogo que eu estava
jogando com ele era precário. Eu não queria encorajá-lo
muito, era uma linha delicada. Pena que provavelmente
alguém destruiria aquela linha um dia.

Todos pareciam pensar que ele me mataria. Isso me


entusiasmava. Ele seria tão selvagem quanto meu serial
killer? Será que ele arrancaria sua máscara e olharia para
mim com os olhos consumidos por quaisquer emoções que o
motivassem? Obsessão? Ódio? Luxúria?

Eu queria saber. Eu precisava saber. Meu perseguidor


mascarado era tão misterioso e estava começando a me
interessar quase tanto quanto meu Orson.
Eu coloquei as guloseimas de volta no balcão e, em
seguida, me curvei na cintura, ajustando minha meia.

Eu estava usando uma saia curta e fiz questão de


apontar minha bunda para ele, dando-lhe uma visão da
minha calcinha de renda rosa. Como sempre, ele não se
aproximou e não tentou tocar. Seus olhos estavam em mim,
eu poderia dizer pelos arrepios na minha pele.

Alcancei atrás de mim e ajustei as pontas da minha


calcinha para baixo, fazendo a saia levantar um pouco
enquanto eu fazia isso. Vamos, Baz, me mostre do que você
é feito. Mostre-me porque deixa todos tão assustados.
Mostre-me o quanto você me quer.

“Você é uma provocadora, Bree. Eu amo isso, mas estou


começando a achar que você tem um desejo de morte,” ele
disse enquanto eu me levantava e pegava os copos como se
nada de estranho tivesse acontecido. Senti uma pontada de
medo em meus antebraços com suas palavras, mas não
deixei transparecer.

“Vamos fazer isso de novo amanhã, exceto que da


próxima vez que você se curvar, vai me mostrar essa boceta
rosa bonita que eu sei que você tem,” disse ele com uma voz
rouca e provocativa. Ele realmente não media suas palavras.
Eu engoli, me sentindo nervosa, mas animada.

Eu não respondi. Eu nunca respondia.

Orson começou a me alertar sobre Baz recentemente -


fique longe, não fale com ele, ignore-o. Eu não tinha certeza
do que Baz disse a ele em suas sessões de terapia, mas o que
quer que fosse, fez Orson me prometer que não chegaria
muito perto.
O que era outra razão para minha provocação. Eu
gostava de fazer o oposto do que Orson queria.

Eu escorreguei de volta na minha cadeira e entreguei as


gelatinas às meninas. A enfermeira Rachel entrou
rapidamente na sala. Nossos olhos se conectaram e um
brilho cheio de ódio passou entre nós. Entrar na sua lista
negra foi horrível. A enfermeira Ratched13 estava tornando as
coisas desagradáveis, para dizer o mínimo. Não mandando
minhas roupas para serem lavadas. Dosagem dupla dos
meus medicamentos para me deixar toda maluca. Insistindo
que eu estava constantemente sendo beligerante e me
trancando no quarto antes do jantar.

Minha colher de plástico apunhalou a gelatina e eu a


sorvi. Eu a odiava e não iria recuar. Eu sabia que ela gostava
de Orson e isso me enfurecia infinitamente. Ela não
conseguia enfiar na cabeça que ele não a queria?

Também havia algo mais acontecendo entre Rachel e eu.


Quase ninguém aqui inspirou desejo de sangue em mim.
Sim, eu estava com fome de sangue, assim como Orson
prometeu, mas as criaturas ao meu redor não tinham um
cheiro tão tentador. Ou pelo menos aqueles de quem me
aproximei, que não eram muitos.

Rachel, entretanto... ela me deixava com fome. Eu me


perguntei se ela era humana. Minhas gengivas coçavam e
meus dentes doíam sempre que ela estava por perto. Meu
olhar continuamente deslizava para a pulsação em sua
garganta ou as veias proeminentes em seu pulso.

Ela sabia disso também, podia ver minhas pequenas


presas pularem e minhas pupilas dilatarem. Acho que a

13 Série da Netflix. Premissa: Em 1947, Mildred Ratched começa a trabalhar como enfermeira em um hospital
psiquiátrico, mas por trás da aparência impecável, cresce uma alma sombria.
assustava. Cada vez que ela me incitava em brigas, aquela
fome queimava mais forte a cada vez, se tornando um desejo
violento de rasgá-la e beber dela. Para aliviar aquela
necessidade ardente de sangue e ceder à raiva que ela
inspirava em mim.

Suspirei enquanto as meninas preparavam o tabuleiro


para outro jogo chato. Eu me inclinei para trás e olhei para
a sala.

Nemo estava sentado em uma mesa com um sanduíche


enorme. Carol, a senhora da lanchonete, adorava ele, apesar
de odiar todos os outros. Ela fazia uma comida especial para
ele e eu até o vi comendo fatias de cheesecake e tigelas
grandes e fumegantes cheias de lasanha.

Eu nunca tinha visto alguém tão grande, então acho que


ele precisava de calorias extras. Sua boca se abriu e eu vi
seus dentes retos enquanto ele mordia o sanduíche,
afundando-os no pão branco fofo. Então eu vi quando ele
passou o polegar pelos lábios, desalojando migalhas que
grudaram neles. Ele mastigou, sua mandíbula forte
apertando e abrindo.

Meus olhos varreram o tamanho inspirador e


assustador dele. Alto, largo, musculoso, mau. Ele estava me
ignorando desde o primeiro dia. Seus olhos deslizando direto
por mim como se eu nem existisse. Por que, eu me perguntei.
Por que fazer o que ele fez naquele primeiro dia e depois
parar?

Meu corpo ainda se lembrava da sensação de seu poder


invisível, pressionando cada centímetro da minha pele,
exigindo que eu sucumbisse enquanto caía no chão na frente
dele. O que teria acontecido se os seguranças não o tivessem
impedido? Quando eu finalmente cedi completamente ao seu
poder, minha bochecha pressionada contra o chão - ele teria
pisado em mim com seu grande corpo e olhado para baixo
com um sorriso satisfeito ao me ver presa?

Eu estalei minha língua e tentei desalojar os


pensamentos ridículos. Nemo não era um homem que eu
queria provocar ou encorajar. Ele realmente me apavorava.
Tive a sensação de que, se algum dia me encontrasse a sós
com ele, de repente ele faria mais do que apenas lembrar que
eu existia. Que seus olhos de ébano iriam me queimar antes
que seu corpo arruinasse o meu.

Foi então que notei um homem louro e desgrenhado


chamado Gabriel andando em volta de Nemo. Nemo não
prestava atenção nele. Ele o estava ignorando
intencionalmente? Gabriel parecia zangado, seus olhos
perfurando as costas de Nemo.

“Ei, o que é aquilo?” Perguntei a Josie e Coral.

“Gabriel é outro lobisomem dominante. Ele se sente


compelido a desafiar Nemo com frequência. Nunca vai muito
longe, só é derrotado a cada duas semanas,” Josie disse com
uma risada. Nós sentamos e assistimos. Um momento
depois, Gabriel estava na cara de Nemo, rosnando. Todos
estavam assistindo à emoção, exceto Baz que parecia
completamente desinteressado. Em vez disso, seu foco
permanecia em mim.

Nemo terminou de comer seu sanduíche lentamente


enquanto Gabriel rosnava para ele. Nemo passou a língua
pelos dentes, limpando os pedaços de comida antes de
finalmente limpar a boca com um guardanapo.

Gabriel estava ficando mais furioso ao ser ignorado.


Veias estouraram em seu pescoço enquanto seus olhos se
encheram de ódio.
“Eu estou te desafiando, filho da puta,” Gabriel
finalmente mordeu entre os dentes. Nemo suspirou em
aborrecimento, uma pequena carranca em seu rosto quando
ele finalmente se levantou e deu a Gabriel sua atenção.

O outro homem não era pequeno, mas Nemo se erguia


uma cabeça inteira acima dele. Era como olhar para uma
criança desafiar um homem. Gabriel parecia duro, mas com
Nemo havia tanta força óbvia sempre irradiando dele que não
podia ser ignorada. Sua presença sempre era algo palpável.
A atenção das pessoas sempre era arrastada para as portas
antes de ele entrar. Ninguém deixava de ser afetado por seu
poder.

Gabriel rosnou e se lançou. Nemo estendeu a mão,


agarrou Gabriel pela garganta e puxou-o para seu rosto. O
rosto de Nemo se transformou em algo cru e cruel quando
ele vomitou um rugido de arrepiar bem no rosto do outro
homem. Arrepios pipocaram por todo o meu corpo com a
exibição de sua fúria selvagem.

Baz suspirou alto em aborrecimento e continuou a


tamborilar seus dedos na mesa, olhando para o caminho
oposto da luta. Baz e Nemo se odiavam. Na verdade, eu
nunca notei Baz reagir como os outros faziam ao
aparecimento repentino de Nemo. Ele não voltava sua
atenção para as portas ou dava ao homem qualquer tipo de
respeito.

Meus olhos se arrastaram de volta para a luta e comecei


a ver os dentes de Nemo pressionando a garganta do outro
homem. Era tão grosseiro e animalesco... selvagem. O corpo
de Gabriel ficou mole enquanto ele soltou um gemido de
submissão. Não tinha sido uma luta, afinal.

Nemo bufou de desgosto e casualmente jogou o outro


homem a alguns metros de distância, como se estivesse
jogando um pedaço de lixo. Ele escorregou no chão mais
alguns metros, mancando como uma boneca de pano,
aparentemente atordoado.

“Nunca me interrompa quando eu estiver comendo,”


Nemo afirmou com firmeza enquanto se virava e se sentava,
aparentemente decidido a terminar sua refeição.

Gabriel balançou a cabeça e silenciosamente pôs-se de


pé. Uma mão disparou em um bolso e emergiu com uma faca
caseira de aparência desagradável formada a partir de uma
ponta de metal afiada. Toda a conversa na sala
instantaneamente silenciou enquanto ele se apressava para
Nemo, que estava sentado inconsciente à mesa mastigando
uma barra de chocolate com as costas viradas. Meu coração
disparou no peito enquanto observava a cena se desenrolar.

Gabriel ergueu a faca enquanto avançava em Nemo e


começou a baixá-la em um arco vicioso em direção ao
pescoço vulnerável de Nemo. O tempo desacelerou enquanto
eu observava preocupada, por algum motivo desconhecido.
Eu não queria que Nemo se machucasse e não entendia por
quê.

Nemo girou ligeiramente para o lado enquanto estendia


a mão e interceptava o braço de Gabriel. A faca atingiu sua
nuca, mas a lâmina passou fora do centro, errando sua
espinha por menos de um centímetro. Seu aperto no braço
de Gabriel o impediu de ir mais de uma polegada de
profundidade antes de puxá-lo de volta.

Seu aperto aumentou e torceu, forçando Gabriel a largar


a faca. A arma caiu no chão, sua ponta pingando sangue.
Nemo se virou e se levantou da mesa, ainda segurando o
braço de Gabriel em um aperto de torno. Ele lentamente
olhou para onde a faca estava no chão e então de volta para
Gabriel.
“Você veio até mim com uma arma,” ele disse devagar e
suavemente. Parecia uma espécie de julgamento sem
possibilidade de apelação. Ele era juiz, júri e provavelmente
em breve seria o carrasco.

Eu não estava sozinha com esses pensamentos. A


cantina esvaziou-se quase imediatamente, dando espaço
para os dois. As pessoas se pressionaram contra as paredes
e ficaram boquiabertas nas portas, distantes da ação.

Nemo soltou Gabriel, que agora parecia que queria


chorar.

“Pegue, vadia,” Nemo latiu cruelmente, seus olhos


cheios de um fogo implacável.

Gabriel correu para a faca e a pegou encolhido, “D-D-


desculpe.”

Nemo imediatamente fechou a lacuna entre eles. Uma


mão carnuda recuou furiosamente e então, em um arco deu
um tapa na bochecha de Gabriel. Sua cabeça se torceu
violentamente sob o poder do golpe e sua bochecha ficou
vermelha.

“Pare de falar,” Nemo rosnou enquanto batia forte com


a outra mão. A cabeça de Gabriel sacudiu para o outro lado.
“Use a faca.”

Deve ter passado para Gabriel que isso tinha ido muito
além de uma luta de dominação e agora era uma luta por
sua vida. Ele apertou a faca e começou a movê-la
sinuosamente à sua frente, mantendo a ponta afiada entre
ele e o perigo.

De repente, ele saltou para frente e golpeou, mas Nemo


já estava se movendo, agarrando Gabriel pelo pulso para
parar o ataque. A outra mão de Nemo desceu com força,
atingindo o cotovelo. O braço de Gabriel fez um som
nauseante de esmagamento quando o cotovelo se estilhaçou.

Nemo se retorceu e a carne se rasgou. Minha boca se


abriu em choque quando Nemo puxou o braço do homem.
Gabriel puxou para trás um toco que jorrou sangue por um
breve instante antes que o choque quase imediatamente o
fizesse tentar fechar as artérias.

Nemo agarrou a faca ainda macabramente agarrada na


mão do braço que segurava. Simultaneamente, ele descartou
o braço enquanto disparava a navalha em um lançamento
furioso que a fez cravar uns bons dez centímetros na parede.

Gabriel agarrou seu coto com a outra mão, sua


expressão ampla e frenética, provavelmente chocada com a
rapidez com que sua vida estava se distanciando. Houve um
barulho de uma das portas quando um grupo de seguranças
veio correndo, mas eles decidiram que não queriam
participar daquilo e esperaram por reforços.

O olhar de Nemo nunca se desviou do de Gabriel. Ele se


aproximou novamente, desta vez agarrando o outro pulso
enquanto levantava. Ele deslocou o cotovelo e com uma
torção violenta, liberando o outro braço no cotovelo também.

“Puta merda,” eu sussurrei, segurando meu pescoço


enquanto meu rosto ficava sem cor. Eu nunca tinha visto
algo tão brutal em minha vida. Era difícil assistir, mas mais
difícil desviar o olhar. Como um violento acidente de carro
exigindo cada segundo de atenção.

Gabriel caiu de joelhos, implorando com súplicas


enquanto sangrava. “Sinto muito, Nemo. Por favor, termine
agora.” Seu rosto estava endurecido de dor.
“Considere-se perdoado, Gabriel,” ele disse suavemente.
Nemo ergueu uma mão bem alto. Gabriel ergueu os olhos,
repentinamente tranquilo, com o pescoço à mostra. Nemo
desceu a mão em um golpe furioso, quatro dedos agiram
como uma lâmina cravada em sua garganta até a nuca.
Artérias cortadas e jorrando sangue, dando a Gabriel
segundos de vida antes que Nemo misericordiosamente
acabasse com isso puxando dez centímetros da coluna com
um estalo nauseante.

O cheiro de sangue tornou-se espesso no ar enquanto


eu o observava espirrar e formar uma poça, minhas presas
escorregando em minha boca. Meu peito arfava para cima e
para baixo enquanto eu me impedia de correr e lamber o
chão.

Nemo largou o corpo, colocando o resto da coluna de


Gabriel no bolso da camisa agora encharcada de sangue. O
sangue cobria suas mãos até os cotovelos. Eu o imaginei me
agarrando com aqueles braços encharcados de sangue, sua
boca cruel se alargando de prazer enquanto eu gritava de
medo.

Os olhos escuros de Nemo de repente se voltaram para


mim e ele me deu uma piscadela provocante. Eu me assustei
e desviei o olhar, meu olhar estalando para Baz. Sua cabeça
mascarada se inclinou para o lado e então ele se virou e
olhou para Nemo olhando para mim.

Nemo fechou os olhos e sentou-se no chão em posição


de lótus. Sua respiração desacelerou e ele pareceu se
acomodar em algum tipo de meditação em transe.

Os seguranças na porta olharam para ele, e depois uns


para os outros, antes de começarem a se mover
cautelosamente em sua direção. Um deles tinha um laço de
arame grosso na ponta de uma vara longa e ele enrolou em
volta da cabeça de Nemo antes de apertar.

Nemo nem mesmo abriu os olhos quando outro injetou


uma seringa grande nele. Ele caiu no chão e foi rolado para
uma maca e retirado sem cerimônia da sala. O corpo de
Gabriel foi movido para outra maca e levado por um corredor
diferente.

Recostei-me na cadeira com um suspiro, a empolgação


acabou. Sempre era interessante ver evidências de que as
pessoas aqui não eram realmente pessoas, mas monstros.
Que o mundo estava cheio de sobrenatural e que eu era um
deles. Era assustador, eu acho.

Minha mente voltou para todo aquele sangue ainda no


chão e como cheirava bem. Os lobisomens provavelmente
eram saborosos.

“Os lobisomens podem se transformar em animais de


verdade?” Eu perguntei às meninas.

“Sim,” disse Coral. “Mas eles não gostam que façam isso
aqui.”

“Então, Nemo é um shifter?”

“Sim, eu acho que ele é um shifther, mas ele é meio


misterioso. Provavelmente porque ele mora na enfermaria
solitária por algum motivo,” Coral disse enquanto virava um
cartão e movia sua peça.

“Baz é um shifter?” Eu perguntei, empurrando meu


cabelo para trás dos ombros.

“Não”, disse Coral com uma risadinha. Ela parecia


pronta para dizer mais, mas Josie balançou a cabeça.
Suspirei de aborrecimento por elas nunca quererem falar
sobre ele.

“Então você é uma bruxa do mar como a Úrsula?”


Perguntei a Coral, olhando para a camisa de Úrsula que ela
usava hoje.

“Sim! Sem tentáculos, infelizmente,” ela resmungou


com um beicinho.

“Uh, então você faz mágica?” Eu perguntei com uma


sobrancelha levantada. “Eu nunca conheci uma antes.”

“Feitiços, faço itens mágicos, e tal. Eu me sinto um cocô.


Minha energia é drenada quando estou longe da água. Mas
ainda posso fazer o suficiente se alguém quiser me irritar.”
Ela moveu seu pedaço de boneco de gengibre amarelo para
frente no quadro.

“Como você se sente aqui? Você parece uma merda. E


porque você continua comendo comida humana? Você vai
vomitar aquela gelatina mais tarde?” Josie me perguntou
enquanto pegava um cartão e, em seguida, movia sua peça
vermelha.

Eu fiz uma careta. Orson disse para não contar a


ninguém o que eu era. Bem, foda-se seguir suas demandas.
Inclinei-me e abaixei minha voz.

“Eu nasci meio-vampira,” eu sussurrei, sentindo uma


pequena explosão de prazer em desobedecê-lo. Seus olhos
brilharam de interesse quando elas se inclinaram também.

“Então você não tem que beber sangue?” Josie


perguntou. Um sorriso se espalhou em seu rosto e ela
arrastou os olhos sobre mim com humor. “E você ainda
matou todas aquelas pessoas.” Ela soltou uma risada e
acidentalmente chutou a perna da mesa. Isso fez todas as
peças caírem e Coral ficou furiosa.
CAPITULO NOVE

Bree saiu da terapia e imediatamente começou a olhar


para Rachel. Essa tinha se tornado minha parte favorita do
dia desde que Bree apareceu, há uma semana. Seu olhar
deslizou de Rachel para mim como sempre fazia. Grandes
olhos azuis abaixaram para ver a ereção que ela me dava. Eu
gostava da aparência e não me importaria de mostrar mais.

Minha mente elaborou um cenário onde ela de boa


vontade me deixou persegui-la até o banheiro. Então eu
daria a ela um lugar na primeira fila para me ver nu. Seus
grandes olhos se arregalariam quando ela olhasse para meu
pau nu. Sua boca cairia quando eu me masturbasse bem ali
na frente dela.

Suspirei e afastei o sonho para revisitar mais tarde.

A enfermeira Rachel parecia estar em choque quando


Bree saiu correndo. Pobrezinha, provavelmente estava com o
coração esmagado e pisoteado, porque o Dr. Orson
definitivamente apenas havia fodido aquela garota, o mesmo
de todos os dias.

“Impressionante ter irritado Rachel na primeira semana


que chegou,” gritei atrás de Bree. Ela não se virou. Rachel
respirou fundo e saiu rapidamente, sem dizer uma palavra.
Entrei no escritório do Dr. Orson, fechando a porta. Eu
levantei uma sobrancelha para todos os papéis amassados e
rasgados no chão. Eu nunca o tinha visto tão agitado. Nos
últimos anos, ele mal tinha mudado a expressão e agora a
pequena Srta. Bree apareceu e derrubou suas paredes.

Claro, ele não podia ver meu olhar curioso. Minhas


expressões e rosto eram um mistério para todos. Eu poderia
ter oito olhos, pelo que todas essas pessoas sabiam. Ou
talvez ser o homem mais bonito do mundo. Isso não seria
incrível?

“Desculpe a bagunça,” disse o Dr. Orson com os dentes


cerrados. Ele iria quebrar um dente se continuasse fazendo
isso. Eu caí na minha cadeira. Todos os dias, desde a
chegada de Bree, esses dois estavam fodendo como coelhos
raivosos e furiosos. Ela então deixava o consultório e nosso
terapeuta em um estado de desordem que parecia deixá-lo
louco.

“Doutor, você tem alguma coisa na sua...” Fiz um gesto


em direção à minha boca. Ele estreitou os olhos para mim,
um brilho verdadeiramente cruel, enquanto arrastava o
polegar grosso sobre a mancha de sangue restante. Ele
colocou o polegar na boca e chupou. Bem, ok então.

Tocar era um grande não para mim. O que significava


que às vezes minha imaginação conseguia tirar o melhor de
mim. Agora, eu estava pensando em espalhar sangue no meu
pau e assistir Bree lambê-lo - sendo a vampira faminta por
sangue que era. Um vislumbre do doutor Orson ajoelhado
me assustou e comecei a mexer antes de reajustar minha
ereção.

“Deve ter sido uma reunião interessante,” eu disse


asperamente, apontando para os papéis no chão. Ele me
ignorou enquanto se acomodava em sua cadeira com um
suspiro irritado.

“Como você está hoje, Basil?”

“Hmm,” eu esfreguei meu queixo. Eu precisava ser um


pouco dramático se queria me expressar. “Acho que Bree
está tentando me incitar a tocá-la.” A cabeça do Dr. Orson
ergueu-se bruscamente. Oooh, isso foi interessante.

“Não acho apropriado que você se interesse muito pelos


outros,” disse ele com olhos maníacos.

“Você sabe por que os vampiros bebem um do outro?”


Eu perguntei.

“O que?”

“Você pode sobreviver assim ou é uma coisa sexual?


Melhora seu desempenho enquanto transa com ela?” Sim,
sutileza não era minha praia. Eu tinha sutileza suficiente
com uma máscara no rosto.

“Isso é totalmente inapropriado,” ele suspirou,


recostando-se na cadeira e pegando uma caneta. Ele estava
acostumado com minhas travessuras. Eu gostava de irritá-
lo ou pelo menos tentar. Nunca tive muita sorte com isso até
a chegada de Bree. Agora eu achava fácil incomodá-lo apenas
por mencioná-la.

“Talvez eu deva dar a ela o que ela quer. Deixar sua


provocação me levar ao limite,” eu disse com um sorriso que
ele não pôde ver. Ele parou de escrever e agarrou sua caneta.

“Não se aproxime dela.” Sua voz era baixa, séria. Isso


me deixou animado.
“Isso é uma ameaça? Eu nunca recebo ameaças! Você
está me fazendo sentir mais normal a cada segundo.” Ele
olhou para mim com os olhos estreitos, os pensamentos se
movendo em sua cabeça.

“Talvez seja,” ele finalmente disse. Uau, isso era


certamente novo. Quer dizer, eu sabia que o Dr. Orson não
gostava de mim. Eu trabalhei duro para ser uma merda
irritante para ele. Normalmente, ele simplesmente ignorava
minhas travessuras. Aquilo o irritou. Ele poderia realmente
estar tão preocupado com a nova garota?

“O que você vai fazer, doutor?” Eu perguntei sério.


Porra, eu estava ficando louco aqui se o estivesse
encorajando. Não é como se eu realmente quisesse matá-lo,
mas estava tão desesperado por tudo e qualquer coisa. Eu
morava neste lugar a maior parte da minha vida e a cada
tique-taque do relógio, a balança se tornava mais desigual.
Um dia eu poderia nem me lembrar da vida fora dessas
paredes.

Okay, certo. Sempre me lembraria de todas aquelas


mortes. Eu tinha sido um assassino perfeito aos dez anos de
idade.

Orson estava olhando para mim com ódio nos olhos.

“Faça. Eu te desafio,” eu disse, minha voz ansiosa,


minha bunda na ponta da minha cadeira e meus dedos
enluvados segurando os apoios de braço. Ele me olhou para
baixo, sem se mover um centímetro. Seus vívidos olhos roxos
estavam em branco e eu não tinha ideia do que isso
significava. Eu nem pensei que ele estava respirando.

“Você realmente acha que pode me matar?” Perguntou


Orson. A tensão borbulhava entre nós.
“Não sei, doutor. Em que realidade estamos operando
hoje? Aquele em que fingimos que o sobrenatural não existe
ou a verdade?”

“Você não tem permissão para falar a verdade. Nenhum


de vocês aqui tem.” Orson sorriu. Ele tinha um sorriso
bonito. Não que os homens fossem minha praia. Todas as
enfermeiras desmaiavam com o Dr. Orson, no entanto.
Aparentemente, ele era um “hot catch14“. Ele seria um amigo
bonito se eu o matasse. Talvez eu deixasse seu cadáver ficar
em um lugar bom debaixo da cama e forçaria Frank e Harry
a entrarem juntos no armário. Heh.

“Não seja uma vadia sobre isso,” eu bufei em resposta


ao seu comentário, cruzando os braços e me jogando para
trás. O fogo se foi de seus olhos e o momento cheio de tensão
claramente acabou.

Claro. Ninguém jamais se atreveu a me tocar. Mesmo


com minhas roupas, eu poderia matar. Isso era um inferno
de um superpoder do caralho. Ele não deveria ter alimentado
minhas esperanças.

“Você escolheu estar aqui, Basil. Você escolheu esta


vida de mentiras e portas trancadas.” Orson balançou a
cabeça e juro que parecia desapontado comigo. Como se ele
me quisesse matando todos em meu caminho.

“O que você sabe sobre ser eu? Você acha que ser um
vampiro está perto de ser um basilisco? Eu mal posso
respirar o mesmo ar dos outros sem matá-los.”

“Uma ilusão,” disse Orson levianamente, escrevendo


algo. Eu estava desconfiado de que ele estava apenas
rabiscando. Ele provavelmente desenharia algo mundano,

14 Sexy, atraente, quente.


como uma cadeira. Eu quase não sabia nada sobre meu
terapeuta.

“Oh, não venha com essa merda de que o sobrenatural


não existe. Não comigo. Você sabe que não sou igual os
outros lá fora. Eu arrastei minha bunda pra cá e pedi para
ser preso. Estou aqui de boa vontade.”

“A ilusão é pensar que ninguém está imune. Tire suas


luvas. Vamos ver o quão potente você é contra mim.” Orson
recostou-se na cadeira e lançou-me um olhar vazio.

“Nah, estou bem.” Eu não gostava de jogar este jogo.


Uma coisa era encorajá-lo a me atacar. Outra era estender a
mão e provar que ele estava errado. Isso era simplesmente
anticlimático.

“O que aconteceu semana passada com Nemo? No dia


em que Bree chegou?” Ele perguntou, mudando de assunto.

“Exatamente a mesma tentativa de homicídio semanal


que Nemo gosta tanto de me infligir. Entre você e eu, acho
que ele é um masoquista.” Orson escreveu - ou rabiscou - à
distância, nem mesmo se preocupando em me dar toda a
atenção.

Tive a sensação de que ele estava entediado de ser


terapeuta. Cansado de ouvir os pacientes, de dar os mesmos
velhos conselhos, de abotoar sua bela camisa todas as
manhãs e de ser um bom cidadão.

Além disso, ele sempre conseguia insinuar pequenos


indícios de sua decepção comigo e eu nunca entendi
exatamente do que se tratava. Era como se ele pensasse que
eu era estúpido por estar aqui, mas como isso poderia ser
verdade? Não é como se ele pudesse realmente me querer
fora do mundo matando pessoas aleatórias.
“Você o provocou?” Ele perguntou.

“O que?” Eu gaguejei, como se estivesse em choque. Eu


pressionei a mão no meu peito. Orson olhou para mim sem
expressão. Eu pisquei de volta - não que ele pudesse ver.

“Tudo que eu fiz foi acenar,” eu finalmente admiti.


Orson cantarolou. “Fiz alguns gestos grosseiros com as
mãos, sugeri que gostava de enfiar na bunda, disse a ele que
era seu mestre e o verdadeiro alfa, bati em sua bunda...”
Nesse ponto, Orson suspirou e me encarou com um olhar
mortal.

“O que? Estou entediado,” eu choraminguei.

Não havia nada mais interessante para falar depois


disso. Continuei tentando mencionar Bree e Orson
continuou me ignorando até o tempo acabar e eu ser
arrastado para fora da sua sala.

Nos dias que se seguiram, fiquei tentando coletar restos


da atenção de Bree como migalhas de pão sendo jogadas
para um pombo desesperado. Seu pequeno grupo de amigas
agarrou-se a ela e ela parecia feliz o suficiente em me
provocar à distância. Eu não tinha certeza do que ela estava
tentando realizar. Acho que ela gostava da minha atenção e
frustração.

No café da manhã todos os dias, eu me sentava com


Zane e a observava encarar seu shake vermelho. Zane não
gostou muito de ser meu novo amigo, mas o que ele faria
sobre isso?

Percebi que Bree estava engolindo a contragosto seus


remédios sem lutar depois que uma tentativa de recusa a
trancou em seu quarto um dia. Suponho que ela prefira ser
dopada e capaz de se mover. Ou eles podem ter ameaçado
trocar por medicamentos injetáveis, onde a conformidade
seria um pouco mais pesada.

A única vez que ela falou comigo foi na terapia de grupo,


onde ela se sentou bem na minha frente. Eu gostava de
pensar que era porque ela queria uma visão fácil da minha
virilha e não que ela estivesse escolhendo o lugar mais
distante possível. Os olhos azuis de Bree pareciam me achar
muito, às vezes até me procurando em uma sala. Quando ela
me via, um pequeno sorriso aparecia em seus lábios.

Seu longo cabelo vermelho tinha me arrasado, mas suas


interações provocantes me mantiveram viciado. O que ela
queria de mim? Ser um pouco simpático? Que eu assistisse
à distância como um bom psicopata? Me masturbasse várias
vezes ao dia com ela?

Bem, se assim fosse, então ela havia realizado seu


desejo. No entanto, eu só iria ficar interessado neste jogo em
particular por um certo tempo. Isso me aborreceria
eventualmente e então o que eu faria? Não tenho certeza. Por
enquanto, ainda era divertido.

Uma coisa é certa, eu nunca perderia o interesse por


ela. O cabelo de Bree não era algo que eu pudesse ignorar.
Tão vermelho e comprido. Isso inspirava muitos sentimentos
fortes dentro de mim. Isso empurrou memórias das
profundezas da minha mente, me lembrando da única
pessoa que eu realmente não queria matar, mas ainda assim
matei. Eu mataria Bree assim como fiz com a outra mulher
com longos cabelos ruivos? Provavelmente.

Todos os dias, Rachel tentava me levar cada vez mais


cedo ao consultório do Dr. Orson para terapia, tentando
interromper qualquer bobagem impertinente que estava
acontecendo com as portas fechadas. Rachel absolutamente
desprezava Bree. Eu nunca tinha visto a mulher tão
consumida pelo ódio.

Bree parecia odiá-la de volta e eu não tinha certeza de


quem estava pior por causa dessa rivalidade que elas
mantinham uma contra a outra. Por um lado, Rachel era a
enfermeira-chefe deste prédio de psicopatas. Ela podia e
estava tornando a estadia de Bree aqui ainda mais infernal
do que já era. Por outro lado, Bree era uma assassina em
massa, uma vampira assassina em série que provavelmente
não tinha muito autocontrole.

Honestamente, se isso fosse verdade, eu achava difícil


acreditar que Rachel ainda não tinha sido atacada.

Hoje, eu estava sentado em meu quarto dando uma


festa do chá com os corpos de Harry e Frank quando Rachel
bateu na minha porta uns bons vinte minutos antes da
minha sessão de terapia. Suspirei e imaginei Frank e Harry
revirando os olhos com o desespero de Rachel.

“O que é?” Eu chamei pela porta, empurrando o corpo


de Harry de volta a posição vertical. O bastardo continuava
caindo nos copos de isopor que eu coloquei na mesa.

“Hora da terapia, vamos lá,” disse ela.

“Aposto que ela gosta de ouvi-los foder,” Harry grunhiu.

“Quem não tem teto de vidro que taque o tijolo,” eu disse


com um bufo.

“O que isso quer dizer?” Harry disse com um forte


sotaque londrino. Ele não tinha realmente aquele sotaque
quando vivo, mas eu pensei que de alguma forma combinava
com ele na morte.
“Isso significa que você e Frank estão sempre me
observando me masturbar,” eu disse, me afastando da mesa
e pegando minha máscara e luvas. Hoje era uma máscara de
médico contra a peste, completa com detalhes dourados
presos ao bico de couro e emoldurando os olhos de óculos
escuros.

“Você percebe que literalmente nos apoia a observá-lo,


certo?” Disse Frank. Eu o ignorei, em seguida, empurrei os
dois para baixo da cama enquanto Rachel começou a bater
na minha porta novamente. O engraçado sobre o meu veneno
é que mantinha os cadáveres com aspecto fresco. Esses dois
já eram meus amigos há um bom tempo e, no entanto,
pareciam os mesmos do dia em que morreram.

“Estou indo, estou indo,” eu disse quando terminei de


chutá-los rudemente debaixo da cama, certificando-me de
acertar Frank nas bolas e no nariz.

“Você disse a mesma coisa ontem à noite também,” Harry


gargalhou de debaixo da cama. Esses idiotas eram uma
merda de risada. Eu abri a porta e Rachel rapidamente
saltou de volta para o outro lado do corredor, em seguida,
começou a nos conduzir em direção ao escritório de Orson.
Um momento depois, sua orelha estava pressionada contra
a porta.

“Então?” Eu perguntei depois de alguns segundos.


“Ouviu alguma coisa boa hoje? Meu nome, talvez?” Ela
franziu a testa e eu fiquei pressionando minha orelha contra
a porta também. Rachel recuou quando eu fiz, prendendo a
respiração. Eu era como uma arma carregada sendo enfiada
na cara de alguém.

Era difícil ouvir muito através da porta, mas certamente


não soava como nenhuma sessão de terapia que eu tinha.
Gostaria de saber como eu poderia me inscrever para uma
sessão especial? As palavras eram indecifráveis, mas soavam
raivosas. Houve rosnados, gemidos e batidas.

“Eles estão definitivamente fodendo de novo,” eu disse


tirando minha cabeça da porta e encostando na parede.
Meus olhos caíram para a minha calça, onde agora eu estava
ostentando uma meia ereção. Suspirei. Era sempre
emocionante e deprimente encontrar algum drama sexual.
Talvez eu pudesse pedir para assistir.

O rosto de Rachel estava tão branco quanto o de Bree -


cuja tez era fantasmagoricamente pálida. Seus olhos
castanhos estavam arregalados e ela ficou lá olhando
fixamente até que minutos suficientes se passassem para
que ela pudesse bater na porta, tentando colocar um fim à
foda... quero dizer, terapia, alguns minutos mais cedo.

“Não se preocupe Rachel, talvez ele te foda também.


Talvez um sexo a três?” Tentei consolá-la. Ela me olhou com
nojo. Seus punhos tremeram ao lado do corpo quando a
porta se abriu e Bree saiu da sala, limpando o sangue da
boca. Ela sempre saia com raiva, ensanguentada e olhando
satisfeita. Combinação estranha.

“Devíamos dobrar a terapia uma hora. Ouvi dizer que a


terapia de casal é realmente útil,” disse a ela. Ela olhou para
mim com um sorriso que fez meu coraçãozinho enrugado
pular uma batida e minha barriga inchar um pouquinho
mais. Rachel agarrou seu braço e a puxou pelo corredor.
Uau, parecia que algo estava prestes a dar terrivelmente
errado.

Entrei na sala do Dr. Orson e o testemunhei


furiosamente tentando colocá-la de volta em ordem.

Ele também sempre parecia zangado e ensanguentado


depois de Bree. No entanto, ele nunca parecia satisfeito. Ele
parecia francamente agitado, seus olhos às vezes se voltando
para a porta e seus dedos batendo na mesa como um viciado
que precisa de um trago.

“Você chegou cedo,” ele retrucou, recolhendo papéis do


chão e tentando colocá-los em ordem em sua mesa.

“Na verdade, Rachel me trouxe dez minutos atrás para


que pudéssemos ouvir através da porta,” eu ofereci enquanto
me jogava na cadeira. Sua cabeça se ergueu.

“O que você ouviu? O que ela ouviu?”

“Murmuros, grunhidos, gemidos, luta e foda. Apenas o


de costume,” eu disse acenando minha mão com indiferença.
Orson parecia completamente raivoso. Algo havia mudado
com ele desde que Bree veio aqui. Ele costumava ser a
imagem de um cidadão perfeito. Nunca excessivamente
emocional, nunca excessivamente interessado, nunca muito
de nada.

Com Bree aqui, parecia que ele mal estava controlando


suas emoções. Ele estava com raiva e mais agitado a cada
dia. Seus olhos a seguiam sempre que estavam na mesma
sala. Ele ficava por perto com muito mais frequência e
encontrava motivos para andar pela enfermaria com
frequência também.

Um grito ressoou pela porta. Olhamos um para o outro


e então ele desapareceu em um borrão, movendo-se mais
rápido do que eu era capaz. Ele estava fora da porta e parado
na beira da sala de espera, cobrindo as narinas com a mão
quando eu o alcancei.

Havia sangue por toda parte - respingado nas paredes,


pintado nas cadeiras e espalhado por todo o rosto bonito e
pálido de Bree. Ela estava esfregando os dedos encharcados
de vermelho vigorosamente sobre as gengivas como se fosse
cocaína. A seus pés estava Rachel, seus olhos mortos sem
expressão voltados para o teto.

Puta merda, Bree matou sua primeira enfermeira. Aww,


ela estava finalmente começando a se encaixar. Talvez eu a
desse algo como um prêmio pela realização.

Bree nos notou e deu um largo sorriso. Seus caninos se


alongaram para delicadas presas do tamanho de duendes.
Ela parecia mais um gatinho do que um monstro sedento de
sangue. Eu me perguntei se eu conseguiria fazer aquela
gatinha sentar no meu colo e ronronar.

“Ela queria nos manter separados. Ela queria você, mas


não pode ter você porque você é todo meu,” disse ela
diretamente a Orson com um grande sorriso assustador. Os
olhos de Orson estavam arregalados sobre ela, sua boca se
abriu em descrença.

“Sua garota estúpida,” ele sibilou quando os auxiliares


entraram correndo na sala, atingindo o corpo de aparência
frágil de Bree e jogando-a no chão.

“Ele é meu!” Ela gritou com o cadáver de Rachel. “Foda-


se esse lugar! Vou matar cada um de vocês se for preciso!
Sangrá-los até ficarem secos. Certo, Orson?” Ela gargalhou,
seus olhos maníacos enquanto ela era esmagada por vários
corpos grandes. Ela não lutou contra eles.

“Isso aconteceu rápido,” eu murmurei. Bem, acho que


ela realmente estava louca. Não era realmente uma grande
surpresa, já que quase todo mundo aqui era, exceto eu, é
claro. Eles a carregaram enquanto ela cantava You Don't
Own Me. Não era uma maneira ruim de descer para a
solitária.
Meus olhos se concentraram em Rachel e eu olhei ao
redor da sala. Ninguém estava se movendo em sua direção.
Eu realmente não deveria, mas... minhas botas me levaram
até ela. Eu me agachei e inclinei-me sobre ela, observando
seu peito para ver se ela estava respirando. Nada acontecia
e eu estava ficando um pouco animado agora. Pressionei
meus dedos enluvados em seu pescoço para verificar o pulso.
Nada.

Este era um verdadeiro mimo e eu estava


completamente tonto. Peguei seu cadáver em meus braços,
embalando-a contra o meu corpo. Eu a movi gentilmente até
uma cadeira e a sentei. Ela caiu, sua testa latejando ao bater
na mesa. Eu tirei uma luva e comecei a passar minhas mãos
por seus cabelos.

“Oh Deus, por que ele sempre faz isso?” Alguém


perguntou. Havia uma multidão decente aqui, cerca de trinta
pacientes correram para ver a comoção.

“Fodam-se,” eu disse, agachando-me e correndo meus


dedos por seu rosto e descendo até sua garganta rasgada.
Eu deixei o sangue quente manchar meus dedos.

“Será que ninguém vai impedi-lo?” Outra pessoa


perguntou. Virei-me e acenei os dedos ensanguentados para
os pacientes que me observavam. Todos eles deram um
grande passo para trás enquanto inspiravam
profundamente. Orson ainda estava olhando para o corredor
que Bree havia percorrido, o rosto contorcido de raiva.

“Eu deveria saber que ela não tornaria isso fácil,” ele
murmurou antes de seus olhos roxos brilharem para mim.
Ele curvou o lábio em desgosto.

“Esta é uma zona livre de julgamento,” eu disse,


apontando para um pôster na parede que dizia isso. “E eu
apreciaria se você não olhasse para minha nova amiga dessa
maneira.” Peguei Rachel e sentei na cadeira antes de colocá-
la no meu colo. “Assim é melhor.” Passei meus braços em
volta da cintura dela e a abracei com força. Fechei meus
olhos e respirei enquanto a segurava.

Ela ainda estava quente e era mais fácil fingir que estava
viva. Eu puxei sua faixa de cabelo e suas mechas caíram
abaixo de suas omoplatas. Através da máscara, tentei
cheirar seu xampu.

Deus, o contato era tão bom. Isso seria melhor no meu


quarto, onde eu poderia tirar minha máscara. Coloquei
minha luva de volta e pulei, pronto para me mudar com
minha nova amiga embrulhada em meus braços.

Antes que eu pudesse nos levar de volta para o meu


quarto, um enorme caminhão se chocou contra mim. Meu
corpo caiu no chão e Rachel escorregou das minhas mãos e
deslizou para longe.

“Você me deixa doente, porra,” uma voz rosnada cuspiu


acima de mim. Nemo estava pairando sobre mim, não me
tocando mais do que no ataque inicial.

“Oh, olhe, o idiota da vila,” eu cuspi enquanto olhava


para seus olhos negros cheios de ódio e maldosos. Minha
cabeça se ergueu, olhando de cabeça para baixo enquanto
os atendentes rapidamente agarraram o corpo de Rachel e o
levaram embora.

“Ei!” Eu gritei indignado. “Saia de cima de mim, porra,”


fervi com Nemo. Ele curvou seu corpo um pouco mais perto,
o calor saindo dele enquanto pairava perto. Seu cabelo
escuro caiu, quase tocando minha máscara.
“Nada de foder cadáver para você hoje, aberração,” ele
rugiu, seus lábios puxando em um sorriso satisfeito.

“Eu não fodo com eles. Jesus...” Por que eu não pensei
nisso? Não, não, eu não poderia. Mas talvez…? Os auxiliares
sumiram de vista com Rachel e eu tive vontade de ter um
ataque de merda. Eu estava prestes a ameaçar Nemo quando
ele foi em frente e fez algo estúpido sem qualquer ajuda
minha.

Ele estendeu uma de suas mãos enormes e envolveu


seus dedos carnudos em volta da minha garganta,
imediatamente apertando com força. Ele ia me dar alguma
torção estranha neste ponto. Havia tantos estrangulamentos
semanais que um cara podia suportar antes de começar a
estourar os ossos.

Eu ofeguei e me debati em pânico. Minha vontade de


viver deu o pontapé inicial no meu veneno, tornando-me
ainda mais mortal. Meu Deus, ele realmente esmagaria
minha garganta hoje?

Antes mesmo de terminar esse pensamento, sua mão


caiu do meu pescoço e a espuma começou a escorregar de
sua boca. Ele começou a tremer e a espuma de sua boca caiu
no meu peito.

“Oh, ótimo, ele baba também,” eu bufei quando ele caiu


no chão ao meu lado, e começou a se agarrar totalmente. Eu
levantei e suspirei. Então eu lancei minha bota em suas
costelas. Não tive escrúpulos ao chutar Nemo enquanto ele
estava caído. O bastardo me fez perder uma nova amiga.

“Sim, engasgue com meu veneno, filho da puta. Tudo


que eu queria era um pequeno contato pele a pele! É muito
pedir isso!” Eu o chutei novamente para garantir que as veias
em seu rosto e pescoço ficariam verdes. A mão que me tocou
estava negra. Observei como seu corpo mudou com o meu
veneno.

“Nenhum de vocês pode mostrar alguma porra de


moderação,” sibilou o Dr. Orson antes de se afastar,
parecendo mais chateado do que eu já o tinha visto. Eu
resmunguei e fui para o meu quarto, batendo a porta atrás
de mim enquanto os seguranças carregavam Nemo de volta
para o seu quarto para se recuperar do veneno.

Eu arranquei minha máscara, respirando fundo o ar


não filtrado antes de me jogar na cama. Em seguida, tirei as
luvas e passei o resto do dia revivendo a textura do cabelo de
Rachel em meus dedos e o calor de suas costas pressionadas
contra meu rosto. Exceto que eu fingi que tinha tocado no
cabelo longo e vermelho de Bree, seu corpo quente
pressionado no meu colo.
CAPITULO DEZ

O segurança me arrastou para um pequeno corredor e


desceu um lance de escadas de metal, até o nível do porão.
O sangue de Rachel pingava do meu queixo enquanto íamos
para um corredor escuro. Os ladrilhos laminados eram
xadrez preto e branco, as paredes eram tijolos de blocos de
concreto ásperos. As luzes penduradas acima de nós
balançaram e piscaram quando passamos.

Quando me empurraram para uma sala com paredes


acolchoadas, o primeiro médico que conheci aqui - o Dr.
Stein - apareceu com seus cabelos e olhos castanhos
combinando. Ele ainda estava com o rosto em branco, mas
desta vez ele estava com uma agulha grande. Ele espetou
aquela agulha grossa no meu braço e eu pude sentir o líquido
frio empurrado para a minha corrente sanguínea.
Imediatamente subindo à minha cabeça.

“Puta merda,” eu disse. Eles me deram muito.

“Hmm, ela está reagindo fortemente a esta dose


também. Seu metabolismo está ruim. Algo pode ter dado
errado quando ela foi transformada. Ela é fraca…” O Dr.
Stein estava inclinado sobre mim, seu rabo de cavalo baixo
pendurado no ombro, e conversando com uma enfermeira
atrás dele enquanto minha cabeça girava. Dois seguranças
musculosos me amarraram em uma camisa de força
enquanto meus olhos se arrastavam pelas paredes
acolchoadas.

“Este não é meu quarto,” eu disse lentamente. Eu


odiava essa sensação, como se minha mente estivesse
nadando dentro de um mar espumoso dentro do meu crânio.
Eu mal senti que minha cabeça estava clareando e eles me
encheram de ainda mais substância que alterava a mente.
Isso fez meu corpo ficar pesado. Eu queria me mover e
pensar depois sobre o que acabou de acontecer, mas não
conseguia.

Todos os dias que eu estive aqui, uma semana e meia


pelas minhas contas, eles me fizeram engolir seus
comprimidos e viver em uma terra de fantasia. Estava
ficando cansativo pra caralho.

“Você ficará em uma cela solitária até amanhã.” O


médico se esticou até a altura máxima e parecia um arranha-
céu porque minha cabeça estava toda bagunçada. As bordas
da minha visão estavam granuladas e era difícil me
concentrar. Meus olhos continuavam deslizando para fora
das imagens, incapazes de manter seu foco, e meus
pensamentos eram coisas pequenas que eu não conseguia
segurar.

O sono me pressionou agressivamente. Eu não queria


dormir. Parecia que eu tinha acabado de acordar. Quantas
vezes eles injetariam produtos químicos em meu corpo,
prendendo minha mente em uma névoa espessa e
estupefante? Todo dia ao que parecia. Eu nem mesmo
acreditava que isso era para o meu próprio bem. Era para o
bem eles.

Tentei ficar acordada enquanto as pessoas ainda


estavam no meu quarto. Minha luta pela consciência era
inútil e sem sentido. O Dr. Stein me observou com irritação
enquanto eu perdia a batalha. Meus olhos se fecharam e
minha mente cavou tão fundo que nem sequer sonhei – era
apenas escuridão pesada, empurrando minha cabeça no
colchão.

Eu não tinha certeza de quanto tempo dormi, mas


quando acordei, não havia ninguém por perto e o quarto
estava banhado em um tom branco-azulado escuro de uma
única lâmpada no canto. Ela projetava o quarto quase vazio
em sombras severas. Se eu achava que a cama do meu
quarto no andar de cima era ruim, então esta era uma
merda. Era uma maca velha que alguém provavelmente
resgatou dos escombros de um edifício bombardeado da
Segunda Guerra Mundial. O colchão estava manchado de
marrom com grandes manchas pretas no meio. Aquilo era
sangue?

A sala inteira era muito parecida. Parecia que as


paredes acolchoadas não tinham sido limpas desde a
construção do lugar. Em algum ponto, as paredes deviam ser
brancas, mas eram de um amarelo sujo salpicado de
manchas de sangue marrons. Cada canto parecia que
alguém tinha mijado nele várias vezes, apesar do vaso
sanitário inoxidável aparafusado no chão numa ponta.

A lâmpada estava com mau contato e fazia um zumbido


que me irritava. Com muita frequência, o filamento
tremeluzia e o zumbido assobiava. Havia um ralo no meio da
sala, como se eles limpassem o piso de qualquer bagunça
que os pacientes deixassem no chão.

Demorou um pouco, mas o que aconteceu antes - o


assassinato - voltou à minha mente. Rachel estava
brincando comigo a semana toda. Dobrando minhas doses
de drogas e então me forçando a tomá-las. Levando-me a
todos os meus compromissos com um aperto brutal no meu
braço. A cadela tinha deixado marcas quando ela me
empurrava ao redor. Algumas vezes ela até parecia prestes a
me bater.

O que aconteceu antes de eu atacá-la. Ela me arrastou


do escritório de Orson, suas unhas cravando na minha pele.
Ela me jogou ao redor e sibilou na minha cara, dizendo todas
as coisas erradas. Que Orson era um bom homem e eu era
um lixo. Ela tinha provocado me dizendo que Orson queria
ela, não a mim.

Eu ri na cara dela e entrei nos detalhes vívidos de todas


as vezes que ele me fodeu em sua mesa, enterrando os dentes
na minha pele e empurrando seu pau grosso entre as minhas
pernas.

Foi quando ela me deu um tapa, deixando uma forte


picada no meu rosto. Ela disse que faria com que eu nunca
o visse novamente. E foi então que perdi a cabeça.

Finalmente, depois de tanto tempo, cedi às minhas


compulsões violentas e sangrentas. Os viciosos devaneios de
sangue eram agora uma realidade e o momento não
decepcionou.

Meus dentes diminutos não eram tão afiados quanto os


de um vampiro de verdade, o que tornou tudo mais brutal
quando eu rasguei seu pescoço, espalhando sangue ao redor
da sala enquanto mordia e empurrava minha cabeça.

Seu sangue era diferente do de Orson. Mais encorpado,


mais quente. Corri minha língua sobre meus dentes,
lembrando do gosto dela.

Afastei os pensamentos do ataque. Eu não me sentia


mal. Ela estava ameaçando Orson e eu. Ela o queria. Queria
meu Orson.
Não, a matança não me perturbou em nada. Por que
pertubaria? Aquela enfermeira vadia merecia e eu
certamente gostava de tirá-la do mesmo plano de existência
de Orson.

Lentamente, me empurrei para cima e para fora da


cama manchada de sangue na cela acolchoada. Foi uma
façanha com meus braços amarrados na camisa de força. Eu
me arrastei para a grande porta e olhei pela janela. Não havia
muito para ver, mas um corredor escuro que rapidamente se
desintegrou na escuridão.

Tudo estava quieto. Silencioso o suficiente para que eu


pudesse ouvir o gotejar de água em algum lugar e a
respiração profunda e constante de outra pessoa em outra
sala. Eu me esforcei para ouvir qualquer outra coisa, mas
não havia mais nada a ser ouvido.

A raiva queimou em meu intestino. Este joguinho que


Orson e eu estávamos jogando nem sempre era tão divertido.
Eu tornaria isso mais divertido... Pelo menos para mim. Eu
planejava fazer isso arruinando sua máscara de sanidade,
arrancando-a com meus dedos finos até que o monstro
faminto por sangue fosse revelado a todos. Eu o queria
exatamente na mesma posição que eu estava - preso aqui
com comprimidos enfiados em sua garganta.

Uma pequena risada borbulhou e ecoou pelo meu


quarto enquanto eu pensava nisso. A vingança seria tão
doce. Eu mal podia esperar para sentir o gosto de sua raiva
por mim. Eu amava o olhar furioso em seu rosto. Amava
tanto que queria mais. Eu o queria cheio de tanta fúria que
ele não conseguiria se controlar, liberando aquele assassino
por baixo para que todos vissem - arruinar qualquer poder
que ele tinha aqui e nos colocar no mesmo patamar.
Sim, essa coisa entre ele e eu era a própria definição de
disfuncional. O desequilíbrio de poder. A traição que sentia
queimando minhas veias. No entanto, eu ainda o queria. Eu
ainda precisava dele. Eu ainda saboreava a memória dele me
segurando e me fodendo em sua mesa violentamente,
envolvendo os dedos em volta da minha garganta com
assassinato piscando em seus olhos. Foi tão bom quando
gozei em seu rosto.

Uma parte de mim planejava destruí-lo apenas pela


doce transa cheia de ódio que eu poderia ter depois. Eu
queria que ele me punisse, seu pau apunhalando dentro de
mim brutalmente, seus olhos vibrando com paixão raivosa.
Eu amava meu assassino em série e queria beber até a
última de suas emoções violentas transbordantes.

Minha obsessão por ele nunca iria passar. Embora


ultimamente eu tenha sentido pensamentos de outras
pessoas se infiltrando lentamente - o psicopata mascarado
que estava obviamente obcecado por mim, e Nemo. Nunca
encontrei alguém que parecesse tão poderoso e intimidador.
Era impossível não pensar nesses dois.

“Porquinho, porquinho, deixe-me entrar15,” eu ouvi o


profundo rosnado da voz ecoar profundamente no corredor.
Meu corpo reagiu. Era Nemo. Nemo, que parecia querer abrir
minha caixa torácica e festejar com meu coração ainda
batendo.

Senti meu coração bater forte e meu sangue jorrar em


meus ouvidos. Ele fez algo comigo naquele primeiro dia que
era inexplicável. Um poder invisível que me deixou grudada
no chão, impotente. Parecia puro poder irradiando de seu
corpo. O homem me segurou com pura força de vontade,

15 Referência á história dos três porquinhos.


todos os seus enormes músculos foram puramente uma
reflexão tardia.

Eu olhei no corredor, não vendo nada. Então eu


engasguei quando notei dois olhos brilhantes olhando para
fora da porta diretamente do outro lado do corredor. Ele
cantarolou em um deleite violento e animalesco. Não fazia
sentido, considerando que eu era obcecada por um serial
killer, mas essa pessoa colocava um medo real dentro de
mim. Sentia certa segurança com Orson. Suponho que não
acreditava honestamente que ele algum dia me mataria.
Mas, novamente, se me matasse, parecia certo que fosse ele.

Mas este homem do outro lado do corredor... Acho que


ele ansiava por me destruir como se eu fosse um animalzinho
trêmulo e ele fosse o predador de dentes afiados que queria
roer meus ossos. Ele inspirou em mim um medo que era
subconsciente. Ele não se sentia realmente um homem, mas
um monstro da vida real.

“Agora você diz, pode soprar, pode soprar que eu não


vou abrir16,” sua voz gutural, demoníaca disse.

“Você está me chamando de porco?”

“Hmm, sim. Um porquinho gostoso que antes se


empanturrava com o sangue daquela enfermeira. Diga-me,
se eu furar sua barriga, o sangue sairá?”

“Que porra é essa?” Eu expirei.

“O que você é? Qualquer pessoa com ouvidos pode ouvir


seu coração batendo em seu peito. E rápido. Você está com
medo de mim. Vampiros não têm batimento cardíaco.”

16 Referência á história dos três porquinhos e o lobo mau.


“Foda-se,” eu sibilei, tentando evitar que minha voz
tremesse.

“Você não tem vergonha de si mesma? Se


empanturrando tão descaradamente. É por isso que você
está aqui certo? Uma pequena sugadora de sangue
gananciosa que não consegue controlar seu apetite.” Eu não
disse nada em resposta porque parecia a melhor opção.

O silêncio trouxe a batida constante de seu coração


através do corredor. Era profunda como sua voz. Essa nova
fome de que Orson me alertou chiava dentro de mim, fazendo
minha barriga apertar. Nemo tinha um cheiro diferente de
uma forma muito deliciosa. Como se o sangue em suas veias
tivesse gosto de néctar doce e estimulante.

Ele era um deleite proibido, porque se eu tentasse


chegar perto, ele sem dúvida quebraria meu pescoço.

“Eu vou engolir você inteira,” ele prometeu. Seus olhos


brilharam através das barras da pequena janela da grade da
porta.

Como diabos eu responderia a isso? Eu queria discutir


com ele. Quer dizer, eu não era apenas humana. O problema
era que eu era parte humana e aquela besta do outro lado do
corredor mal parecia humano.

Eu tinha que tentar descobrir esse novo sistema de


hierarquia em minha cabeça. Eu estava acostumada a algo
mais simples quando se tratava desse tipo de lugar.
Normalmente, era tudo sobre o distúrbio que você tinha.
Quem era o mais louco, o mais violento, o mais compulsivo,
o mais inteligente. Força era apenas uma questão de mente
e corpo.
Agora eu estava em um admirável mundo novo onde
cada um era um tipo diferente de sobrenatural, cada um com
diferentes pontos fortes e fracos.

“Você é um lobo?” Eu perguntei, pensando no que ele


disse. “Se eu sou um porco, isso faz de você o lobo mau,
certo? Você é um lobisomem?”

“Não.”

“O que você é então?”

“O que você é?” Ele rebateu. Orson me disse para não


contar a ninguém o que eu realmente era. Que era
importante.

“Dhamphyr,” eu disse porque foda-se o Orson.

“O que é isso?”

“Eu acho, algum tipo de meio-vampiro,” eu disse com


uma carranca, percebendo como isso era idiota. Metade de
uma criatura sobrenatural? Parecia que eu poderia estar na
base da hierarquia e eu realmente odiava isso. Eu nunca fui
a mais fraca, minha natureza caótica e falta de controle para
com a violência me colocariam em algum lugar perto do topo
da cadeia alimentar em um hospital psiquiátrico normal.

Mas um asilo para assassinos sobrenaturais? Eu estava


tentando ignorar o óbvio, mas era fraca aqui.

Nemo não disse nada e eu fiz uma careta.

“Reciprocidade seria bom,” eu disse.

“O que?” Ele grunhiu.


“Eu admiti o que sou. O que você é?” Ele não respondeu
e eu senti a raiva chiar sobre mim. “Foda-se,” eu assobiei. O
som de uma porta se abrindo no corredor fez minha boca
ficar seca enquanto me esforçava para ouvir. Eles estavam
me deixando sair? Já era o dia seguinte? Aqui embaixo não
havia janelas. Inferno, lá em cima também não havia janelas.
Estávamos em um grande bloco de concreto completamente
separado do mundo exterior.

Um rosnado profundo encheu a sala do outro lado do


corredor, fazendo os pelos dos meus braços se arrepiarem.
Nemo parecia mortal e seus sons me fizeram pensar que eu
acidentalmente tropecei em uma caverna de urso e pude
ouvir minha morte violenta lá dentro.

Vários pares de pés se aproximaram até que vi o médico


de antes, seguido por vários outros que não reconheci. Uma
enfermeira estava empurrando uma bandeja de metal que
chacoalhou ruidosamente no chão, irritando meus ouvidos.
Quando ele parou na minha frente, vi várias seringas
grandes colocadas em cima, as agulhas tão grossas que eu
empalideci. Graças a Deus eles estavam indo para o Nemo e
não para mim.

“Eu tenho algo novo para você esta noite, Nemo. Outra
criação que preciso testar,” disse o Dr. Stein, inclinando-se
e batendo com o dedo em uma das seringas.

“O que é?” Nemo gritou, sua voz soando enfurecida,


como se ele estivesse prestes a arrancar sua porta e comer
todos que estavam lá fora. Eu quase podia ouvir a saliva
pingando de sua boca como um cachorro louco e raivoso.

O médico se virou e seus olhos me perscrutaram por


cima do ombro. Ele sorriu e mais uma vez eu senti como se
estivesse olhando para um lagarto com pele humana
esticada sobre o rosto. Era perturbador. Ele se voltou para a
bandeja e ergueu a seringa que dizia ser nova - o que quer
que isso significasse. Meus olhos percorreram as três outras
seringas.

“Sedem-lo,” disse o médico, pressionando a seringa


apenas o suficiente para fazer com que um pouco do líquido
espesso vazasse. Ele sacudiu o cano da seringa quando um
dos enfermeiros deu um passo à frente com uma longa haste
de metal nas mãos. No final estava uma agulha. Nemo
rosnou e recuou, seus olhos desaparecendo de minha vista.

“Torne isso fácil ou eu vou castrar você quimicamente.


Alguém precisa testar essas drogas e esse alguém é você.”

“Foda-se,” Nemo rosnou alto o suficiente para me fazer


estremecer. O segurança com a vara se adiantou, segurando
sua arma como um dardo, sua cabeça rastreando o
movimento na cela. Isso não era certo. Não, isso era muito
errado.

Meu corpo e minha mente pareciam suspensos


enquanto prendia a respiração. Isso ia muito além de
qualquer coisa que eu tinha testemunhado aqui até agora.
Sim, eles tinham sido um pouco pesados demais, mas este
era outro nível de merda. Testando drogas em pacientes?

Minha garganta apertou quando pensei sobre a


enfermeira que matei antes. De repente, provocar o lado ruim
deles parecia uma ideia muito pior do que eu imaginava.
Cuspir na minha comida e esta cela acolchoada era o que eu
esperava. Aprendi o suficiente sobre este lugar para entender
que uma pequena morte não era uma grande coisa. Inferno,
um segurança tinha sido assassinado dois dias atrás e
ninguém parecia surpreso ou desconcertado.

Do outro lado do corredor, pude ver que havia muito


mais que eles podiam oferecer do que a cela solitária. Eles
estavam forçando Nemo a ser uma cobaia para drogas.
Afastei-me da janela até chegar ao lado oposto da cela. Eu
queria sair dessa maldita camisa de força e lutei contra ela
inutilmente.

Nemo rugiu. Então eu ouvi o rangido de sua porta


abrindo. Ele grunhiu e imaginei o médico enfiando a agulha
grossa em seu pescoço. Meu queixo tremia enquanto
pensava em todas as outras imagens. Eles viriam ao meu
quarto em seguida? Eles iriam me segurar e forçar drogas
desconhecidas dentro do meu corpo? Meus olhos
permaneceram grudados na janelinha da porta.

“Qual é a droga?” Nemo disse com uma voz grossa.

“Um investidor quer que eu experimente feromônios,”


disse o Dr. Stein, com um toque de aversão na voz.

“O que?” Perguntou Nemo.

“Eles querem que eu crie uma droga que faça com que
os sobrenaturais entrem no cio. Você sabe o que é cio,
Nemo?” Por sua voz, ele deixou claro que achava que Nemo
era inteligente como um tijolo. “É quando um animal tem um
desejo incontrolável de acasalar.” Nemo rosnou em resposta,
mas não parecia tão chocado ou perturbado com o que o
médico disse. As palavras quase não significaram nada para
mim. O que eu me importava com o que ele esperava fazer?
Tudo que me importava era se seu rosto assustador estava
prestes a estourar na janela da minha porta.

“Foda-se,” eu murmurei enquanto o rosto do Dr. Stein


fazia exatamente isso. Ele olhou para mim com desconfiança
quando ouvi Nemo começar a gemer como se estivesse com
dor por tudo o que lhe deram.
“Que isso sirva de lição,” disse o Dr. Stein quando o ouvi
enfiar a chave na minha porta. Mudei-me para o canto da
sala quando o pânico cresceu dentro de mim.

“Vampiros são as piores cobaias. Seus corpos estão


essencialmente mortos e, portanto, manipulá-los é quase
impossível.” Porra, era por isso que Orson não queria que eu
contasse a verdade a ninguém. Eu fiz uma careta pensando
em como eu tinha contado não apenas para Nemo, mas
também para Josie e Coral. Minha porta se abriu e tentei não
entrar em pânico enquanto olhava para o Dr. Stein em pé na
entrada do meu quarto.

“No entanto, se você dificultar as coisas, ainda posso


encontrar maneiras de fazer uso de você,” disse ele, em
seguida, se afastou. Olhei confusa para a minha porta
aberta. Os sons dele e de sua equipe sumiram rapidamente
e, um momento depois, ouvi uma porta se abrir à distância
e se fechar com um grande estrondo.

“Orson, para onde diabos você me mandou?” Eu


sussurrei. Nemo gemeu.

“Ei, você está bem?” Eu perguntei, olhando pela minha


porta. No momento, nos sentíamos mais aliados do que
qualquer coisa antes - presa e predador.

“Foda-se,” ele respondeu. O corredor estava escuro


agora, as luzes totalmente apagadas. Eu estreitei meus olhos
e olhei para o corredor vazio entre as nossas portas. O que
isso significava? Eu podia voltar lá para cima?

“Eles estão realmente nos usando como cobaias?” Eu


perguntei.

“Bem-vinda ao Verfallen,” ele grunhiu. Eu ouvi sua


respiração pesada e foi então que percebi que não era apenas
a minha porta que estava aberta. A de Nemo também estava
aberta. Eu respirei fundo.

“Melhor correr, porquinho,” sua voz profunda ronronou.


Meus olhos se arregalaram e eu saí do meu quarto e corri
pelo corredor sem precisar ouvir duas vezes. Eu não tinha
certeza do que faria porque ainda estava amarrada na
camisa de força. O que significava que eu não poderia abrir
nenhuma porta que pudesse estar destrancada. Tudo o que
conseguia fazer era correr. Correr e me esconder.

“Então, novamente, correr só me deixa mais animado,”


eu o ouvi rosnar atrás de mim, e a pergunta sobre o que
aconteceria quando ele me pegasse girava na minha cabeça
como um fliperama psicótico.

Ele me foderia ou me mataria? Ou talvez me foderia até


a morte.
CAPITULO ONZE

Os pés da pequena meio-vampira fizeram barulho no


corredor. Alto e lento. Meu lábio se ergueu em desgosto. Os
vampiros eram rápidos e isso poderia tê-la salvado... Se ela
fosse uma vampira. Aparentemente, ela era ainda mais fraca
do que eu imaginava.

Eu a odiei por isso. O fedor da fraqueza era um


aborrecimento enjoativo que puxava minha mente. Chame
de uma parte estúpida e instintiva do meu ser. Havia uma
das duas maneiras pelas quais eu reagia à fraqueza. Uma
era esmagar. A outra era proteger. Quase nunca sentia a
segunda, mas por algum motivo, Bree inspirava esse
sentimento em mim. Houve apenas uma vez antes que eu
senti essa vontade de proteger e possuir. E aquela outra vez
realmente fodeu comigo.

Confiar em meus instintos era idiota. Eu aprendi isso.


Era por isso que eu odiava essa garota. Odiava o sentimento
estranho que ela me inspirava. Odiava o quão animado me
deixava ouvi-la respirar assustada enquanto corria pelo
corredor. Minha língua disparou sobre meus dentes quando
me aproximei da porta. Eu levantei meus braços e agarrei o
topo do batente, parando lá e ouvindo a presa fugir com
medo.
Eu não podia negar a necessidade de perseguir, mas
tentei dar a ela uma vantagem. A perseguição seria mais
agradável se durasse mais do que alguns segundos. Além
disso, eu não tinha certeza se realmente queria pegá-la. Se
isso fosse sobre alcançá-la e quebrar seu pescoço, poderia
ser simples diversão. Exceto que, eu não pensava que isso
fosse acontecer.

Meu pau grosso estava inchando nas minhas calças e o


desejo de foder estava queimando em meu intestino. Além
disso, aquele lado protetor irritante de mim era implacável e
poderoso. Tão poderoso que eu sabia que não importava o
quanto eu odiasse a pessoa, eu nunca seria capaz de matá-
la. Eu sempre afrouxava meu aperto, sempre me afastava no
último momento. A ideia de até tentar matar Bree me fez
sentir como um doente de merda. Os instintos eram uma
coisa terrível e eu os tinha piores do que a maioria.

Os instintos também eram o motivo pelo qual eu não


podia esperar mais um momento para perseguir minha presa
em fuga. Seus passos frenéticos estavam longe o suficiente
para fazer isso durar pelo menos alguns minutos. Eu me
espalmei sobre minhas calças e apertei com força antes de
finalmente sair da minha cela e perseguir minha pequena
chapeuzinho vermelho.

Exceto que em vez de um chapéu vermelho, era cabelo


vermelho-sangue. E em vez de um lobo normal, eu era uma
aberração geneticamente alterada que não deveria existir.
Mais animal do que homem. Mais monstro do que lobo.

“Porquinho, porquinho,” eu rosnei enquanto seguia


pelos corredores, um largo sorriso se estendendo no meu
rosto enquanto seguia o som de seus pés e o cheiro que era
todo dela. Vampiros sempre cheiravam parcialmente mortos.
Isso se escondia sob seu cheiro individual, um fedor doce de
morte que deixava um gosto ruim. Eu achava vampiros um
pouco enjoativos.

Bree, entretanto, não cheirava a morte. Ela cheirava


quente e rica e eu estava com fome de uma refeição quente.

Eu ouvi um pequeno suspiro que ela tentou abafar


rapidamente. No final do corredor, eu ignorei. Era maior aqui
no porão do que lá em cima. Podia se tornar um labirinto,
com corredores esquecidos e gaiolas vazias empoeiradas
onde outros monstros costumavam viver. Pelo que eu sabia,
porém, eu era a única coisa viva que ainda perseguia esses
corredores. Embora às vezes, apenas às vezes, eu pensasse
ter ouvido algo nas entranhas do asilo de Stein.

O som de seus pés parou abruptamente quando virei


para outro corredor. Não havia portas nos quartos deste
corredor e suspeitei que ela estava escondida dentro de um
dos quartos. Eu sorri novamente.

“Você deveria ter continuado correndo,” eu rosnei de


alegria enquanto me aproximava das portas. Ela estava
controlando sua respiração o suficiente para que eu
realmente não conseguisse identificá-la. Mas aquele
coração... Batia tão alto e rápido que não ficaria surpreso se
ela tivesse um ataque cardíaco antes de eu pegá-la. Meu pau
latejava com a perspectiva de saltar sobre ela, segurando-a,
lambendo sua pele.

Minha língua arrastou em meus dentes enquanto me


aproximava de cada porta - ouvindo e cheirando. Onde
estava minha refeição quente? Eu estava ficando com mais
fome a cada segundo. Percebi um movimento no final do
corredor e eu vi as pontas de seu cabelo enquanto ela corria.
Ela não tinha entrado em um quarto, mas esperado no final
do corredor para fugir. Presa inteligente... mas ainda não
seria o suficiente.
Eu decolei. Eu fui rápido. Minhas coxas grossas e
musculosas e panturrilhas fortes não sentiram nada quando
eu corri ao redor da curva do corredor e a avistei, correndo o
mais rápido que podia enquanto estava firmemente
amarrada em sua camisa de força. Sua respiração estava
mais pesada do que antes, seu coração ainda selvagem de
medo. Isso me fez sentir elétrico e eu não poderia negar meu
prêmio agora.

Sem mais brincadeiras, eu precisava pegá-la. Apenas


pegá-la, eu me lembrei. Eu não cederia à dor do meu pau.
Não com ela.

Ela correu, mas eu corri mais rápido, e com cada pé que


diminuía entre nós, meu coração batia mais rápido em
antecipação e meu pau pressionava com força contra minhas
calças mal ajustadas. Bree olhou por cima do ombro e o
terror brilhou em seus olhos ao me ver tão perto.

Era isso. Eu a tinha.

Eu rosnei e pulei, envolvendo meus braços grossos ao


redor de seu corpo minúsculo e frágil. Ela gritou e chutou e
isso me fez sentir ainda mais faminto. Meus braços
seguraram sua cabeça de forma protetora quando caímos no
chão e cobri seu corpo com o meu, pressionando-a contra o
chão sujo e segurando-a no chão. Ela engasgou e lutou, mas
ela não era nada comparada a mim. Meu coelhinho
assustado.

Eu queria tanto ceder ao desejo de foder, mas não o


faria. Eu tinha que provar que era mais do que meus
instintos.

Meu hálito quente na nuca fez sua pele arrepiar. Minha


língua se arrastou para cima, provando e sentindo sua pele.
Ela choramingou e eu mordi sua nuca, cravando meus
dentes cegos e segurando lá enquanto ela engasgava e se
contorcia embaixo de mim.

Meu pau doeu e latejou, implorando para empurrar


entre suas coxas macias e cavar em sua boceta quente. Eu
não cometeria o mesmo erro que cometi antes. Eu não
deixaria meu subconsciente me levar em direção a alguém
que poderia jogar de volta o que eu ofereci em desgosto.

Parei de morder sua nuca e arrastei minha língua


quente sobre as marcas do crescente vermelho que havia
deixado. Bree estremeceu embaixo de mim e o doce aroma
de excitação vazou de seu corpo, fazendo com que eu me
segurasse ainda mais forte. Porra, ela era uma coisinha suja,
não era?

“Gosta de ser uma presa, não é?” Eu grunhi em seu


ouvido, empurrando meus quadris contra sua bunda e
arrastando minha língua contra sua orelha. Ela respirou
fundo e levantou os quadris, empurrando contra mim. O
desejo estava quase me cegando - minha visão quase ficando
totalmente negra. Subiu através de mim tão violentamente
que quase rasguei suas roupas e a tomei.

“Foda-se,” eu amaldiçoei, soltando-a e saindo mais


rápido do que ela poderia acompanhar. Continuei indo,
girando e voltando até encontrar o caminho de volta para o
meu quarto. Então, como o animal idiota que eu era, fiquei
lá, fechando a porta atrás de mim em vez de mergulhar em
algo quente e úmido.

Rasguei minhas calças acidentalmente enquanto as


puxava para baixo, tentando freneticamente chegar ao meu
pau vazando. Nunca tinha latejado tanto na minha vida. Eu
podia praticamente senti-lo batendo em minha mão, seu
peso espesso pulsando enquanto eu o agarrava e bombeava.
Eu imaginei que tinha cedido aos meus instintos e
montado Bree, a pequena meia-vampira, no chão sujo.
Enfiado meus dedos grossos e calejados em seu calor úmido
e a esticado para tomar esse pau grosso. Empurrado meu
polegar em sua bunda e mordido com força seu pescoço
enquanto eu a fodia com força no chão.

Ela gostaria disso. A pequena e suja Bree queria ser a


presa. Queria minhas mordidas e lambidas. Me queria cru e
áspero.

Minhas bolas doíam e meu pau inchou. Eu empurrei


meus quadris para frente, fodendo minha mão e imaginando
que era sua boceta apertada e sua vozinha ofegante me
implorando para gozar dentro dela. Eu inchei na base, um
nó gordo crescendo antes de um líquido espesso e quente
disparar da ponta, fazendo uma bagunça do caralho. Havia
muito mais do que o normal. Cobria minhas mãos e meu
colo, atingiu o chão na minha frente e eu continuei
bombeando porque eu não estava ficando mole de forma
alguma.

Eu ignorei o nó e o que ele significava, rosnando de


prazer enquanto disparava.

Então continuei até gozar, de novo e de novo, me


fodendo furiosamente até que finalmente desmaiei horas
depois.
CAPITULO DOZE

Eu passei a noite encolhida em um quarto sem porta,


imaginando se Nemo viria espreitando pelos corredores
novamente, me procurando. Não dormi muito.

Fugir dele me fez temer por minha vida, meu coração


batia forte enquanto eu esforçava meu corpo para me mover
mais rápido do que nunca.

Também foi emocionante. Eu nunca me senti mais viva


do que quando aquele monstro grande e musculoso estava
atrás de mim. Suas palavras de provocação em voz alta, os
grandes passos cada vez mais próximos, o tamborilar
constante de seu coração e a emoção brilhando em seus
olhos negros.

E quando ele me pegou, seu grande corpo envolvendo o


meu e me fazendo sentir tão pequena e frágil, pensei que meu
coração fosse explodir no meu peito. A energia caiu em
cascata por todo o meu corpo. Parecia que todo o resto havia
sido lavado. Éramos apenas eu e a besta. O corpo enorme de
Nemo dominando o meu e nos levando para o chão para o
que quer que ele tenha planejado para mim.

Seu hálito quente na parte de trás do meu pescoço, seu


corpo enorme irradiando calor e poder. Nunca senti nada
assim. Toda a emoção me fez sentir como se fosse pegar fogo
e eu não tinha ideia do que iria acontecer. Seus dentes
cavando na minha nuca, me possuindo, me controlando, me
dominando. Seu grande pau pesado e grosso na minha
bunda. Fiquei molhada só de lembrar.

Seria tão simples e fácil para ele ter me matado. Não


havia ninguém por perto, o Dr. Stein o deixará vagar livre e
eu senti a força percorrendo seu corpo.

Honestamente, essa parte me entusiasmava também.


Como eu não era nenhuma ameaça ou uma luta para o
Nemo. Como ele poderia ter feito qualquer coisa que quisesse
- quebrado meu pescoço e acabado comigo ali mesmo, sem
pensar duas vezes. Ou ele poderia ter rasgado minhas
roupas e me penetrado.

Mas ele não tinha feito nada disso. Quando ele me


pegou por trás e me jogou no chão, suas grandes mãos
seguraram minha cabeça de forma protetora e seus braços
musculosos amorteceram meu peito. Ele não me deixou
sentir um pingo de dor enquanto me prendia. Foi quando
todo aquele medo de ele me matar foi embora. De repente,
senti que era preciosa de alguma forma. Que de forma
alguma ele queria realmente me machucar, mas apenas me
queria.

Enquanto meu rosto estava pressionado no chão,


minhas respirações pesadas cheias de poeira e sujeira, eu
queria que ele fizesse o que queria. Qualquer coisa e tudo.
Eu queria que ele pegasse depois de ter me capturado,
grunhindo asperamente em mim com cada centímetro sólido
que ele tinha a oferecer.

A certa altura, adormeci no chão e, de manhã, dois


enfermeiros encontraram-me. Eles me arrastaram de volta
para o meu quarto e removeram a camisa de força. O quarto
de Nemo estava vazio, então presumi que fosse o fim da
manhã e que ele já tivesse sido mandado para cima. O Dr.
Stein entrou antes de me deixar voltar lá em cima.

“Eu não tinha certeza do que Nemo faria e da próxima


vez também não terei certeza. Lembre-se disso quando você
decidir fazer uma bagunça da próxima vez,” ele disse
inexpressivamente. Não havia raiva, irritação ou mesmo
prazer nele hoje. Era como se ele estivesse recitando versos,
seguindo os movimentos. Diga isso, obtenha este resultado.

Havia algo estranho no Dr. Stein e não era de forma


alguma que eu pudesse identificar. Ele parecia vazio, sem
alma. Como se caso eu o abrisse, poderia haver apenas peças
de metal.

Uma sensação de contorção começou no meu intestino


então. Finalmente, comecei a perceber que este lugar era
realmente perigoso para mim.

“Você está tentando dizer que o TDAH17 não é real?” Um


homem com cabelo oleoso penteado para trás em um topete
perguntou, raiva rolando em seu rosto enquanto ele olhava
para o outro cara - Jason alguma coisa assim. Suspirei e
afundei ainda mais na cadeira.

Esses dois discutiam em todas as terapias de grupo que


tínhamos. Nenhum deles foi sequer diagnosticado com
TDAH, mas isso não importava, eles apenas gostavam de

17 Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.


discutir. Coral e Josie me disseram que era porque queriam
fazer sexo com a mesma enfermeira.

“O TDAH foi inventado para que as pessoas pudessem


obter cocaína diet,” disse Jason balançando a cabeça. O Sr.
Pompadour18 estava ficando muito agitado agora. Eu poderia
dizer porque ele sacou seu pequeno pente preto e o passou
pelo cabelo, tentando deixá-lo ainda mais liso, embora já
fosse pura graxa.

Doreen, nossa sempre feliz terapeuta linda de grupo do


sul, estava clicando em uma caneta e observando-os com
olhos desfocados, claramente pensando em outra coisa.

“Não envolva minha merda, seu cusão! Você acha que é


fodão, mas a verdadeira razão de ter silenciado as emoções é
por causa da depressão, não da psicopatia.”

“Eu não estou com depressão,” Jason sibilou. “Essa é a


merda mais estúpida que eu já ouvi. Depressão! Hah! Sou
incapaz de ficar deprimido.”

“Sim, você é incapaz de muitas coisas. Você está a um


passo de ser transferido para o Lar Verfallen para Adultos
com Deficiência.” E eles continuaram falando acima de
qualquer um que tentasse se intrometer.

Eu estava tentando e falhando em não olhar para Nemo


- não deixar meus olhos se arrastarem sobre seu enorme
corpo musculoso e lembrar dele sobre o meu, lembrar de sua
língua quente e úmida no meu pescoço e na minha orelha
duas noites atrás.

Eu pressionei minhas coxas juntas e me mexi na


cadeira. Josie ergueu uma sobrancelha e eu a ignorei.

18 Penteado com um grande topete nomeado em homenagem à Madame Pomadour, amante do rei Luís XV, da França.
Quando não consegui não olhar para Nemo pela milionésima
vez, percebi que ele estava olhando furioso para alguém.
Seus olhos escuros e raivosos estavam queimando o lado do
crânio de Baz - que estava diretamente em frente a mim,
suas pernas largas saltando, seus braços cruzados e a
máscara voltada para frente - focado em mim.

Seu interesse imediato por mim não havia morrido. Eu


podia sentir fisicamente seu olhar queimando minha pele
através da máscara em branco que ele estava usando. Era
uma máscara simples de couro preto fosco, sem
características além do estranho tecido fino sobre onde seus
olhos estavam, permitindo que ele enxergasse, mas ninguém
mais para ver. Eu cocei meus braços e olhei para Josie.

“Você pode explicar Baz melhor para mim?” Eu


sussurrei. Ela fez uma careta e cruzou as pernas.

“Você o toca, você está morto. O que há para saber?” Eu


olhei através do círculo para ele. As pessoas o evitavam a
todo custo. Correndo pelos corredores, jogando-se no chão,
gritando de terror. Eu o vi caminhar atrás de alguém e dizer
boo. O cara tinha mijado nas calças antes de desmaiar.

Mas apesar de tudo isso... Baz parecia bom no final das


contas. Ele brincava muito, tinha uma voz alegre e parecia
se manter entretido, apesar de não ter amigos aqui. Isso,
combinado com seu interesse eterno, me fez repensar minha
necessidade de evitá-lo.

As máscaras eram a coisa mais estranha sobre ele, mas


Josie e Coral disseram que ele as usava para manter sua pele
mortal escondida. Isso não soava como um assassino
psicótico para mim. Isso soava como alguém tentando não
matar.
“Você o viu matar alguém?” Eu perguntei, olhando para
Josie. Ela era uns bons dez centímetros mais alta do que eu,
provavelmente cerca de um metro e setenta. Além disso, eu
estava relaxada na minha cadeira enquanto ela estava
sentada ereta, ombros para trás.

“Já vi? Pessoalmente não. Já vi Nemo provar seu veneno


mais vezes do que posso contar. Não é bonito. Parece
doloroso pra caralho. Além disso, ele é o único que
sobreviveu.” Os pensamentos se agitaram em minha cabeça.
Eu tinha muito em que pensar desde aquela noite que passei
lá embaixo. Antes daquela noite, eu estava ignorando o fato
de que provavelmente era uma das pessoas mais fracas aqui.

Agora parecia que o segredo estava sendo ameaçado.


Stein estava testando drogas e ele só me negou esse prazer
porque pensava que eu era uma vampira. Foi uma decisão
precipitada e raivosa contar às pessoas sobre meu segredo.
Eu realmente não pensei muito nisso além de uma
quantidade doentia de prazer em não obedecer Orson. Mas
agora eu havia me deixado vulnerável e tinha que contar com
a confiabilidade de estranhos para ficar a salvo de Stein.

Isso estava me deixando nervosa e eu senti que


precisava de um novo amigo. Um amigo mais mortal. Alguém
com quem as pessoas não ousavam mexer. Alguém que
parecia estranhamente legal e muito interessado em mim.

Alguém como Baz.

O plano se formando na minha cabeça não era apenas


sobre proteção. Também era sobre Orson. Orson me avisou
sobre Baz. Ele foi muito inflexível sobre isso, mencionando o
assunto mais de uma vez. Ele não nos queria perto um do
outro. Infelizmente para ele, eu queria frustrá-lo e irritá-lo.
Eu queria que ele perdesse o controle e enlouquecesse.
Um sorriso se estendeu pelo meu rosto enquanto eu
olhava para Baz. Suas pernas pararam de pular e sua cabeça
se inclinou para o lado em questão.

Depois da terapia de grupo, eu não procurei Baz no


entanto. Eu ainda estava me perguntando se essa era uma
ideia realmente estúpida. Ninguém ali chegava perto dele. No
jantar ele estava desaparecido, então eu me sentei ao lado de
Zane, o único cara que eu já tinha visto perto dele. Zane
olhou para mim e quase caiu na gargalhada. Ele achava tudo
divertido. Bem, exceto Baz aparentemente.

“Você é amigo de Baz?” Seu sorriso secou e ele olhou ao


redor da sala.

“Não, claro que não. Ele planeja me matar. Eu posso


sentir isso,” ele sussurrou em seu forte sotaque nigeriano.
Ele enfiou uma colher grande de mingau na boca e
nervosamente olhou para a sala como se o homem em
questão fosse aparecer a qualquer momento. Eu fiz uma
careta. Eu estava procurando alguma confirmação de que ele
não era um cara mau. Uma única confirmação para que eu
me sentisse melhor com a minha ideia.

Mas não aconteceu.

“Fique longe dele,” eu ouvi um grunhido profundo acima


da minha cabeça. Meus olhos dispararam para ver Nemo,
segurando uma bandeja em um aperto mortal enquanto ele
olhava para mim com puro ódio.

“Por quê você se importa?” Eu perguntei. Eu estava


arriscando um pouco. Depois daquele jogo de gato e rato, eu
esperava que as coisas fossem um pouco diferentes. As
coisas eram para mim, pelo menos. Eu não estava apenas
com medo dele. Eu também era atraída por ele. Um gato
curioso que queria ser agarrado durante a noite por um
cachorro sujo e seu pau grosso.

“Ele é uma aberração,” ele rosnou com um bufo. “E eu


não me importo,” ele mordeu com raiva antes de se afastar.

“Eu ouvi que apenas seu olhar pode te matar,” Zane


sussurrou para mim. Eu gemi de frustração e caminhei em
direção ao meu quarto.

Depois de deitar na minha cama por um tempo, as luzes


se apagaram e as portas foram fechadas. Eu não estava me
sentindo cansada, no entanto. Desde que matei Rachel,
minha medicação diminuiu, já que ela não estava por perto
para abusar de sua autoridade. Eu não era mais um zumbi
ambulante.

“Esta é uma ideia estúpida,” eu bufei. Cada pessoa


estava me dizendo para ficar longe de Baz. Eu estava me
sentindo compelida a abordá-lo, mas acho que tinha que
aceitar que era uma má ideia.

Minha maçaneta tilintou e me sentei na cama, meus


olhos arregalados na porta. Meu coração disparou no peito
quando ouvi uma chave entrar suavemente na fechadura e
abrir. Quem poderia ser? Stein? Outra enfermeira que me
odiava depois de matar sua amiga?

A porta se abriu lentamente e então Orson entrou


silenciosamente em meu quarto. Seus olhos vibrantes
estavam em mim enquanto ele fechava a porta e se movia em
direção à minha cama. Ele estava vestindo seu jaleco branco
de médico sobre uma camisa de botões roxa escura que
combinava com seus olhos. Eu tinha acabado de vê-lo antes
para nossa terapia individual, mas sua aparição repentina
me deixou tonta de felicidade.
Não dissemos nada. Nós não precisamos. Seu olhar
ardente estava me absorvendo. Ele precisava de mim. Eu
sabia que sim. Desde que ele bebeu de mim, algo mudou.
Um sorriso curvou meu rosto. Eu não me importava qual era
o motivo. Meu sangue mágico era uma razão boa o suficiente
para que meu Orson precisasse de mim. Me procurasse à
noite.

Esta foi a primeira vez que ele entrou no meu quarto.


Eu me perguntei o que os outros funcionários iriam pensar
- o quão travesso ele estava sendo ao entrar furtivamente no
quarto de uma paciente.

“Eu preciso de...” ele disse então interrompeu com uma


careta. Oh, como meu Orson odiava o quanto ele precisava
de mim, mas estava tudo bem porque ele ainda precisava de
mim. Eu levantei meus braços e ele subiu no meu corpo,
enterrando a boca no meu pescoço e me inspirando.

“Você precisa de mim,” eu disse com um sorriso


enquanto envolvia minhas pernas ao redor dele e agarrava
seu jaleco de médico. Ele acenou com a cabeça contra mim
antes de mergulhar os dentes no meu pescoço. Eu respirei
de dor, mas então o prazer de sua mordida rolou sobre mim.
Ele gemeu, pressionando seus quadris nos meus enquanto
chupava meu pescoço. Minhas mãos deslizaram para baixo
entre nós, abrindo o zíper de sua calça e liberando sua
ereção.

Ele continuou bebendo no meu pescoço enquanto


puxava freneticamente minha calcinha para o lado, em
seguida, mergulhei seu pau dentro de mim. Ele ofegou
pesadamente e eu senti sua língua lambendo sua marca de
mordida. Seus dedos agarraram meus quadris e ele me fodeu
forte e rápido. Eu estava tão feliz que ele estava se
esgueirando por mim. Que ele precisava de mim novamente
depois de me ter no seu escritório.
Finalmente, ele puxou sua boca do meu pescoço e
concentrou toda a sua atenção em me foder. Ele se sentia
bem entre minhas pernas, esfregando dentro de mim rápido
e forte. Meus olhos percorreram seu rosto. Ele estava
olhando para mim com a boca aberta, seus olhos roxos
queimando minha pele. Meu olhar caiu em seu pescoço.

“Beba,” disse ele, inclinando-se para perto e eu respirei


fundo, sentindo o cheiro de couro e sangue. Meus dentinhos
eram uma mordida dolorosa, mas Orson parecia gostar mais
da dor do que do prazer de chupar. Eu o bebi enquanto ele
me enchia, esmagando nossos corpos juntos repetidamente
em ondas brutais.

Parecia tão divino tê-lo dentro de mim - ter nossos


corpos conectados, buscando a felicidade da maneira mais
íntima. Eu gostava de imaginar que éramos uma pessoa
enquanto transávamos. Que eu era ele e ele era eu. Às vezes
eu gostava de fingir que nunca nos separaríamos, nossos
corpos se fundindo nesta dança carnal pela eternidade. Para
que pudéssemos mudar de ideia e nos revezarmos na vida
um do outro.

Ele empurrou em mim impiedosamente, seus olhos


brilhando de desejo maníaco enquanto suas respirações
ficavam barulhentas. No quarto escuro, com aquela
necessidade viciosa refletindo em seus olhos, ele parecia um
demônio. Seu jaleco de médico estava provocando meus
braços e pernas enquanto ele se apertava contra mim com
força. Minha boca se abriu de prazer em vê-lo olhar assim
para mim.

Meu Orson estava chegando perto de se desequilibrar?


Eu acertaria as contas com ele logo?

Ele de repente nos virou. Eu olhei para o meu terapeuta


deitado na minha cama de paciente barata enquanto eu o
montava. Seus olhos roxos não me deixaram ir e eu olhei de
volta para eles enquanto o prazer aumentava. Suas mãos
empurravam e puxavam meus quadris, me incentivando a
montá-lo com mais força.

Orson nunca tinha uma aparência feliz enquanto


transávamos e esta noite não era diferente. Quanto mais nos
aproximávamos da liberação, mais irritado ele parecia e isso
deixava minha pele em chamas de excitação e satisfação. Eu
gemia em antecipação, sabendo que ele estava chegando
perto.

A respiração pesada de Orson encheu a sala quando ele


agarrou minhas mãos e as colocou em seu pescoço. Seus
dedos empurraram os meus, me encorajando a sufocá-lo.
Esta não foi a primeira vez que ele quis isso de mim. Eu
apertei minhas mãos, dando a ele o estrangulamento brutal
que ele queria. Eu gostava de fazer isso também, me fazia
sentir selvagem e poderosa enquanto montava meu
terapeuta, agarrando-o como se quisesse matá-lo. Seus
quadris resistiram rudemente, me fodendo.

Grunhidos agradáveis e viris de desespero começaram a


sair dele. Ele me encorajou a aumentar meu aperto em seu
pescoço novamente, então eu fiz e seus gritos foram
cortados, sua boca aberta em gritos silenciosos de prazer
enquanto ele desajeitadamente empurrava para cima em
mim.

Eu senti sua liberação se acumulando dentro de mim,


escorrendo sobre seu pau e em seu corpo. Eu o segurei com
o meu aperto brutal, caindo para cima e para baixo sobre ele
rapidamente, sabendo que eu só tinha um momento antes
que isso se desenrolasse. Estávamos molhados e pegajosos e
os sons eram confusos.
Ele me jogou na cama e mergulhou entre minhas
pernas, lambendo nossos sucos combinados e fazendo uma
bagunça enquanto esfregava seu rosto para frente e para trás
entre minhas coxas. Ele gemeu. O orgasmo cresceu
rapidamente e explodiu sobre mim, fazendo minhas costas
arquearem para fora da cama enquanto eu puxava seu
cabelo.

Ele me mordeu novamente, enterrando os dentes na


parte interna da minha coxa e puxando meus gemidos
enquanto ele lambia perto da dobra da minha coxa,
arrastando sua boca encharcada de sangue de volta para o
meu clitóris e gemendo em minhas dobras.

Ele escalou meu corpo e me beijou freneticamente. Eu


podia sentir o gosto de sangue e sexo em sua língua, então
chupei, apreciando o nosso sabor. Ele gemeu quando eu fiz
isso.

“Boa menina,” ele ronronou com seu leve sotaque e eu


senti as palavras fazerem meus dedos do pé se curvarem. Ele
se acomodou em cima de mim, descansando por um
momento.

“Orson, você ainda me quer em Verfallen para sempre?”


Meus dedos correram por seu cabelo preto. Não éramos
calmos assim o tempo todo, mas era bom quando ficávamos
desse jeito. Era relaxante nos permitir sermos necessitados
e pegajosos.

“Sim,” disse ele com um sorriso. “Assim eu sempre


saberei onde você está.” Suas palavras eram quase ternas,
sua voz suave e feliz. Eu sorri, gostando de seu desejo de
saber onde eu estava.

Sempre havia tantas coisas que eu queria perguntar a


ele. Ele tinha matado recentemente? Quantos anos ele tinha
mesmo? Ele poderia andar durante o dia agora? Ele nunca
quis falar porque ele sempre era tão carente de mim. Isso me
deixava um pouco louca porque eu queria mais. Sempre
queria mais. Sempre precisava de mais. Eu costumava
roubar seus segredos, mas não podia fazer isso aqui.

Agora, porém, eu não estava com vontade de falar com


ele aninhado entre minhas pernas. Ele estava me segurando,
seus dedos desenhando linhas no meu corpo onde eu sabia
que ele gostava de cortar suas vítimas. Eu me perguntei se
ele estava pensando em me cortar e uma risadinha explodiu
da minha boca.

“Você está sendo agradável esta noite,” ele cantarolou.


Sim, eu estava porque decidi que seguiria com meu plano de
usar Baz. Logo Orson estaria preso aqui comigo e
poderíamos ficar juntos para sempre e sempre,
frustradamente presos neste mundo juntos.

Continuamos fazendo sexo e abraçados a noite toda,


obtendo prazer e sangue um do outro hora após hora, até
que ele xingou quando olhou para o relógio.

Um momento depois, ele estava de pé, enfiando-se nas


calças e enxugando o rosto desesperadamente. Ele sempre
fazia isso - se deixava levar por um momento e então
rapidamente tinha que colocar tudo de volta no lugar. Ele
quase parecia assustado com a forma como se deixava levar.
Como ele ficava sujo.

Ele se inclinou sobre a minha cama, pressionando os


punhos no colchão, e me deu um beijo poderoso que me fez
levantar da cama para seguir sua boca. Quando seus lábios
finalmente deixaram os meus, peguei seu jaleco branco de
médico e o olhei nos olhos.
Ele precisava saber disso antes que eu fizesse as coisas
que faria. Ele precisava saber que eu estava fazendo isso por
nós.

“Eu te amo, Orson. Sempre vou te amar e sempre vou


te querer. Você é minha alma gêmea e nunca vou deixar você
ir.” Seus olhos violetas piscaram para frente e para trás entre
os meus, seu rosto era uma máscara em branco. Eu me
perguntei se meus sentimentos o oprimiam. “Tudo bem se
você tem medo dos meus sentimentos, Orson.” Seus olhos se
estreitaram ligeiramente enquanto eu empurrava meus
dedos em seus lábios, apreciando sua maciez exuberante e
lembrando como eles se agarravam ao meu clitóris e me
deixavam selvagem

“Vejo você na terapia,” disse ele enquanto se retirava da


minha cama. Seu olhar percorreu cada parte de mim, desejo
em seus olhos violeta. Então ele se foi.

Eu ouvi a fechadura empurrar de volta no lugar, me


prendendo.

Eu encarei o teto com um sorriso vertiginoso. Meu


sangue o acorrentou a mim metaforicamente, mas agora eu
queria correntes físicas também.

Eu deixaria o Dr. Orson louco com qualquer ferramenta


disponível, observaria enquanto sua máscara desmoronava
e ele escorregava. Quando sua queda inevitável viesse, ele
seria todo meu. Cada minuto de cada dia. Eu queria me
vingar do que ele fez. E eu não iria me conter.

Eu entendi o que ele quis dizer quando disse que queria


saber onde eu estava porque eu queria isso também. Eu não
gostava dele além dessas paredes sem mim e se ele me queria
aqui, isso significava que ele precisava estar aqui também.
Eu estava disposta a me comprometer assim.
Amanhã começaria meu plano. Procurar minha ajuda,
começar a negar a Orson suas necessidades - deixá-lo com
raiva e com fome.

Oh Orson, eu mal posso esperar para que você se junte


a mim aqui. Eu mal posso esperar para ter você inteiramente
- corpo, alma e mente.
CAPITULO TREZE

Eu estava sonhando com memórias que preferia não


recordar.

Meus pais estavam discutindo enquanto eu estava lá,


sem expressão em meu uniforme escolar chique. Shorts azuis,
um colete combinando sobre uma camisa de botão e luvas
brancas recatadas sobre minhas mãos. Seis anos de idade e
um assassino completo. Meus pais ficaram com mais raiva
dessa vez porque eu matei um garoto da minha classe. Eu
nunca tinha matado outra criança antes.

“Sinto muito,” eu disse entre a gritaria deles. Minha mãe


olhou para mim enquanto meu pai balançava a cabeça e
olhava na direção oposta. Eles não me disseram que estava
tudo bem ou que não era minha culpa. Eles nunca diziam
essas coisas para mim. Os olhos da minha mãe desviaram
rapidamente quando olhei para o rosto dela.

“Você vai estudar em casa a partir de agora,” disse ela.


Eu não queria ser educado em casa. Eu queria estar perto de
outras crianças. Eles me deram novas babás quando matei as
antigas. Eles não poderiam me dar novos colegas de classe
também?
“Lorraine,” meu pai resmungou. Ela lançou-lhe um olhar
cruel e ele balançou a cabeça e saiu pisando duro. Meu pai
queria que eu fosse embora de vez. Não tenho certeza para
onde iria, mas sabia que não seria um internato. Talvez fosse
perto do mar, na mansão da tia Lucy. Ninguém ia muito lá.

Minha mãe franziu a testa quando ele recuou, então ela


respirou fundo como se estivesse se preparando para algo. Ela
tinha um sorriso triste no rosto quando se ajoelhou e me olhou
nos olhos. Meus próprios olhos se arregalaram quando me
senti oprimido por sua atenção. Às vezes parecia que tudo o
que eles faziam era ignorar minha existência, seus olhos
sempre estavam em outro lugar.

Eu queria dar um passo à frente e abraçá-la. Eu nunca


tinha abraçado alguém antes.

“Basil, você é um menino muito especial.”

“Eu sou?” Eu perguntei, minha voz cautelosa. Seu sorriso


se estreitou, seus olhos parecendo tristes.

“Você sabe o que seu pai e eu somos?”

“Fênix,” eu disse, lançando meus olhos em direção aos


meus sapatos. O espaço entre nós era um desfiladeiro, vasto
e intransponível. Eu não queria nada mais do que ser uma
fênix também. O cabelo de minha mãe era de um vermelho
intenso e rico que brilhava na luz e descia até seus quadris.
Seus olhos pareciam granadas.

Meu pai tinha cabelos esvoaçantes âmbar que ele


mantinha puxados para trás. Cabelo comprido e bonito que
eles nunca cortavam. Era o padrão para as fênix. Cortei meu
cabelo recentemente, me sentindo um impostor de cabelo
comprido.
Meus pais eram lindos. Pessoas viajavam por todo o
mundo apenas para olhar para eles. Eu não me parecia em
nada com eles e tinha vergonha disso. Eu puxei meu boné,
muito ciente de que meu cabelo não era vermelho, dourado,
laranja ou qualquer outra cor de fênix. Eu escondia meu
cabelo sob os chapéus e às vezes até queria puxá-lo para
baixo sobre todo o meu rosto - esconder o que eu não era.
Esconder a cor errada dos meus olhos. Apenas me esconder
porque eu odiava o quão desconfortável minha mãe ficava
quando ela olhava para mim.

“Sim, e você sabe o que isso significa? O que uma fênix


pode fazer?” Ela perguntou. Achava que sabia, mas não
respondi. “Somos imortais, não podemos morrer.”

“Mas…” eu comecei. Ela ergueu a mão e eu segurei meus


lábios. Se eles eram imortais, por que tinham medo de mim?
Por que eles não me tocavam?

“Mas nada pode existir sem algum tipo de equilíbrio no


mundo,” disse ela. Sua voz era quente e suave. Ela nunca
levantou a voz para mim. “Você é esse equilíbrio.”

“Não entendo.”

“Fênix são raros, mas você é ainda mais raro, Basil.” Eu


olhei para ela. Eu era realmente tão especial? “Às vezes,
quando uma fênix tem um filho, eles…”

“Eles são amaldiçoados,” eu ouvi meu pai dizer, sua voz


sombria. Eu olhei para cima e o vi com um copo na mão. Ele
bebeu o líquido âmbar e olhou para mamãe.

“Eu sou uma maldição?” Eu perguntei para minha mãe.


Nunca tentava falar com meu pai porque ele me ignorava.
“Não,” ela disse, mas seus olhos não pareciam
verdadeiros. “Você é o equilíbrio para as fênix.”

“Nada pode matar uma fênix,” disse meu pai. Seus olhos
dourados se voltaram, queimando em mim e eu senti como se
estivesse sendo consumido pelo fogo quando ele olhou para
mim. “Nada, exceto você,” ele zombou e se virou, voltando
para seu escritório. Ele nunca mais olhou para mim. Não até
o dia em que ele morreu.

O sonho avançou rapidamente para mim aos dez anos,


de pé acima da minha mãe, que estava morta.

Foi apenas um acidente simples e não intencional. Não,


não! As veias de seu rosto estavam verdes e a espuma
escorria de sua boca. Eu não podia fazer nada além de ficar
lá em horror enquanto ela sofria.

“Você não pode morrer!” Eu gritei. “Exploda em chamas!”


Lágrimas correram pelo meu rosto.

“O que é que você fez!” Meu pai chorou ao entrar correndo


na sala, caindo de joelhos e pegando minha mãe no colo. Ele
lamentou em angústia e aquele som iria me assombrar
eternamente.

“Foi um acidente, não foi minha intenção,” eu disse em


meio às lágrimas.

“Você fez isso!” Ele gritou comigo. “Oh Deus!” Ele gritou,
seu corpo estremecendo. Eu nunca tinha visto um homem
adulto parecer tão destruído. Ele amava minha mãe com todo
o seu ser.

“Sinto muito,” murmurei.


“Eu não posso fazer isso,” ele disse a minha mãe
enquanto seus olhos e cabelos escureciam, a cor se
transformando em cinza, perdendo as cores pelas quais a
fênix era conhecida.

Ela estava morta.

Ele a colocou no chão gentilmente e então olhou para


mim. Recuei um passo e tremi quando ele se levantou. Ele
nunca olhava para mim, mas agora seus olhos estavam me
queimando - piscinas douradas de ódio e dor.

“Pai,” eu resmunguei, minha voz engatando quando um


soluço ficou preso na minha garganta.

“Eu deveria ter matado você no momento em que soube


que você era um basilisco.” Ele me cercou e eu olhei para ele
em pânico enquanto sua sombra estava em mim. Ele estendeu
a mão e eu gritei quando ele rapidamente agarrou meu pulso,
puxando minha manga para revelar a pele nua. Ele se
segurou em mim com tanta força que eu mal conseguia mover
meu braço.

“Pare!” Eu chorei, mas ele não o parou. Ele não me soltou


até que todo o seu braço estivesse preto. Seu cabelo e olhos
ficaram grisalhos, sua pele opaca. Ele caiu no chão,
sufocando, seu braço esticado, seus dedos apenas fora do
alcance de minha mãe.

A sala estava silenciosa, exceto pela minha respiração


pesada. Minha pele estava vermelha onde meu pai me
segurou. Com os olhos arregalados, olhei para eles,
esperando algum milagre. Esperando que eles estivessem
errados e que pudessem sobreviver, explodir os dois em
chamas, limpando-os do meu veneno. Exceto que eles eram
cinzas, sua magia sugada por algo mais forte.
Enquanto eu cambaleava para trás em horror, tropecei
na perna de uma cadeira e caí com força. Dali, parecia que os
olhos da minha mãe estavam olhando direto para mim e eu
me mexi para trás. Eu já tinha visto muitas mortes em meus
primeiros dez anos de vida, mas me sentia separado delas,
mal conseguindo entender a gravidade real daquilo.

“Uma cobra no ninho da fênix,” ouvi na minha cabeça as


palavras do meu tio quando ele e meu pai estavam
conversando. Ele me desprezava. Toda a minha família
desprezava.

“Mestre Basil,” uma voz engasgou em horror da porta da


biblioteca. Eu me virei e encarei o mordomo, atrás dele estava
um homem. Sempre tínhamos visitas. As pessoas vinham
para receber as bênçãos das raras e belas fênix, mas algumas
também vinham ficar boquiabertas com o basilisco malvado.
Para ver a cobra.

Não reconheci o homem com o mordomo, mas seus olhos


chocolate estavam fixos em mim. Não por medo ou horror, mas
por interesse. Um sorriso apareceu em seu rosto.

“Nunca vi ninguém como você,” disse ele. “Lindo,” ele


murmurou, tornando-se uma declaração de fato com emoção
e não com temor. Seus olhos se voltaram para meus pais
mortos e seu sorriso não vacilou. Na verdade, parecia crescer.

“Eu sou o Doutor Stein.”

Meus olhos se abriram. Sacudi a cabeça afogando as


memórias. Soltei um suspiro e comecei minha rotina diária.
Um dia sem exercício sempre terminava em um dia de
merda. Eu precisava queimar a energia ou ficava muito
agitado. Eu precisava que meus músculos queimassem para
ajudar a resolver as memórias do passado.
Meu dedo apertou meu reprodutor de música e Psycho
Killer do Talking Heads começou a tocar.

“Assassino psicopata! Corra, fuja!” Eu gritei quando


comecei as flexões, agachamentos e abdominais.

“Oh, cala a boca!” Gary gritou do quarto ao lado do meu.

“Bom dia, Gary!” Eu cantei com uma voz animada. Fiz


uma longa série de calistenia19 antes de começar minha ioga.
Passei por todas as poses avançadas de que mais gostava,
porque precisava delas esta manhã, depois das memórias.

Pressionei minhas mãos no chão e eu levantei minhas


pernas esticadas, suspendendo-as no ar em uma pose de
ponta cabeça. Passei a meia hora seguinte passando
rapidamente pelos meus exercícios enquanto minha mente
ficava limpa de pensamentos. O suor escorria do meu corpo
e pisquei para os cadáveres debaixo da cama quando me
estiquei no chão.

Uma das enfermeiras estava no corredor destrancando


as portas para que pudéssemos ir para o café da manhã.
Quando ouvi minha porta sendo desbloqueada, bufei e pulei
no chuveiro. Depois que terminei, enrolei a toalha em volta
dos quadris e inclinei-me sobre a pia. O espelho foi quebrado
em uma das vezes em que fiquei um pouco zangado. Através
de pequenas fatias do espelho, vi meu rosto distorcido como
um vilão do terror, cortado e mal arranjado.

“Bom dia, assassino,” minha imagem quebrada disse


com um sorriso doentio. Eu me virei e voltei para o meu
quarto. Eu puxei meu jeans preto apertado, colocando
minha língua para fora enquanto dançava para puxá-lo todo

19 Calistenia é um conjunto de exercícios físicos onde se usa apenas o peso do próprio corpo e procura-se movimentar
grupos musculares de maneira natural, sem utilização de halteres e similares
o caminho. Em seguida, vesti uma blusa de gola alta preta
leve antes de puxar uma camiseta de Silêncio dos Inocentes
que dizia “Ela passa a loção na pele, ela faz isso sempre que
eu mando20.” Depois de algumas meias e um capuz com
zíper, eu estava pronto para escolher a máscara do dia.

Eu bati no meu queixo enquanto olhava para minha


coleção na prateleira acima da minha cama. Meus olhos se
voltaram para a minha favorita, que eu só usava em ocasiões
especiais. Era uma máscara maia Kukulkan21, turquesa com
um cocar de penas vermelhas coloridas.

O Kulkulkan era um deus serpente emplumado e eu


adorava coisas de cobra, mas Kulkulkan era meu favorito
absoluto. Parecia um cruzamento entre um pássaro fênix e
uma grande cobra malvada. Sutil, eu sabia.

Era um pé no saco de usar, no entanto. Revirei os olhos


e torci meu cabelo comprido antes de usar grampos para
prendê-lo. Eu deveria cortar, pensei. Eu tinha o mesmo
pensamento todas as manhãs, mas nunca cortava. Usava a
desculpa de que os pacientes não podiam usar objetos
pontiagudos, embora eu soubesse que ninguém me
impediria se eu roubasse uma tesoura.

Peguei uma máscara de palhaço psicótico. Era feia e


assustadora pra caralho. Todas as minhas máscaras eram,
até mesmo a maia Kulkulkan com seus dentes de pedra
afiados e olhos de cobra de pedras preciosas. Essa máscara
de palhaço tinha seis chifres e dentes afiados em seu sorriso
demente. Calcei um par de luvas de couro branco para

20 Fala do Serial Killer Buffalo Bill, Silêncio dos Inocentes – 1991.


21 Kukulkán era a versão Maia do deus Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Para os maias “kukul” significa sagrado
e “kan” significa serpente.
combinar com a máscara, enfiei os pés nas botas e abri a
porta, pronto para começar o novo dia.

Meus olhos giraram enquanto eu procurava por Bree na


enfermaria. Eu sorri por trás da minha máscara quando a vi
olhando para um copo cheio da mesma bebida que eles lhe
davam todos os dias. Era um estranho shake de proteína
com vitaminas e sangue de rato. Graças a Deus não
precisava beber. Ela estava sentada com as outras garotas,
como sempre.

“Carol!” Chamei a mulher atrás do balcão de comida.


Ela curvou o lábio em desgosto e resmungou algo baixinho.
Ela odiava quase todos igualmente. Eu nem conseguia entrar
no topo da lista de merdas dela, então eu a considerava uma
amiga.

Ela amava Nemo, no entanto. Carol estava aqui desde


que ele era um bebê. Acho que ela o considerava como um
enteado bastardo. Carol parecia achar sua personalidade
rude e taciturna encantadora. Achei engraçado que a única
pessoa que o achava encantador parecia um troll da ponte.

“O que você tem para mim, querida?” Eu perguntei,


olhando a verruga peluda em seu rosto. Ela olhou para mim
como se eu fosse estúpido enquanto empurrava uma bandeja
com uma gosma fria para mim. “Aww, você esfriou para mim.
Obrigado,” eu disse, pegando a bandeja enquanto ela
balançava a cabeça. A verdade é que eu não comia com todo
mundo, mas Carol de bom coração, me deixava pegar uma
bandeja para que eu pudesse sentir que me encaixava. Não,
eu mantinha a máscara cem por cento do tempo quando
estava fora do meu quarto, o que naturalmente significava
comer no meu quarto.

Zane estava longe de ser visto, então eu me sentei em


uma mesa vazia e olhei para a sujeira na bandeja. Um
momento depois, pulei em choque quando alguém deslizou
na cadeira à minha frente. Meus olhos se arregalaram
quando olhei para cima para ver Bree com olheiras. Ela
sempre parecia cansada. Meu olhar percorreu seu longo
cabelo ruivo.

Voltei minha atenção para os olhos dela, que se


estreitaram para mim em suspeita. Nada de fênix neles, eles
eram de um azul brilhante, como um dia ensolarado. Ela era
muito bonita - com cabelo de fênix ou não. Gostava de seus
lábios grandes e olhos raivosos. Eu gostava especialmente de
seus lindos dentinhos de gatinho. Parecia que ela deveria
estar pegando pássaros, não matando enfermeiras. Eu me
perguntei se ela me mostraria se eu pedisse. Ou os vampiros
eram estranhos sobre isso? Seria como pedir a ela para
mostrar sua boceta? Bem, eu já tinha pedido a ela para fazer
isso, então acho que não haveria mal em perguntar sobre os
dentes em algum momento.

“Parece que você dormiu bem,” eu disse, pegando o


guardanapo de papel barato e sacudindo-o como se isso
fosse fazer com que se desdobrasse. Eu o coloquei no meu
colo como um verdadeiro cavalheiro e observei Bree me
olhar. Havia muita suspeita em seus olhos, mas havia algo
mais também. Curiosidade, talvez?

“O que você é?” Ela finalmente deixou escapar. Um


sorriso curvou meu rosto. Ela estava falando comigo. Isso era
muito novo e eu gostava. Fiquei surpreso por ninguém ter
dito a ela o que eu era, mas talvez ela não tivesse perguntado
a ninguém.

“Humano, é claro. Você não sabe? Não existe tal coisa


de sobrenatural,” eu disse. Ela revirou os olhos e olhou ao
redor da sala.
“Onde você está na cadeia alimentar?” Ela perguntou,
seus olhos cortando para mim. Eu levantei uma sobrancelha
que ela não podia ver.

“Hmm, essa é uma maneira interessante de colocar


isso.” Eu ponderei a questão. Ela estava perguntando quem
era o chefe, ou quem literalmente comia pessoas? Eu não
comia gente.

“Todo mundo tem medo de você, mas eles nem mesmo


tem coragem de olhar para o Nemo. Ele está no topo?” Eu
bufei e peguei a colher de plástico, usando-a para empurrar
o que eu achava que eram grãos aguados.

“Não é tão preto no branco,” eu disse, deixando cair a


colher. Não gostava de colocar tudo em uma hierarquia
estranha. Era Nemo que se interessava por esse tipo de
coisa. Ele precisava saber quem era o Alfa. Uma estranha
obsessão que o tornava incapaz de ser qualquer coisa além
de um idiota. Sempre posando e se arrumando enquanto
observava cuidadosamente quem ele estava impressionando
e quem poderia precisar ser espancado.

Seus olhos percorreram minha máscara e me arrependi


de não usar a maia. Embora eu meio que gostasse da aversão
que cintilava em seus olhos. Todo mundo odiava um palhaço
psicótico.

Bree olhou ao redor da sala novamente, seus olhos se


voltando para os trabalhadores. Percebi que suas amigas
estavam nos olhando com cautela. Bree se inclinou para
mais perto e eu fiquei sentado observando os centímetros
sendo consumidos, ela se aproximando do perigo. Eu sorri.
Eu não conseguia me lembrar da última vez que alguém
voluntariamente se aproximou de mim.
“Você é mais forte do que o Orson?” Ela sussurrou. Eu
inclinei minha cabeça para o lado enquanto a curiosidade
me beliscava.

“O que você quer dizer com mais forte?” Eu perguntei.


Ela franziu a testa em frustração, mas ela não estava fazendo
nenhuma das perguntas certas. Fisicamente mais forte que
um vampiro? Não, eu não era. No entanto, não parecia que
ela estava perguntando isso. Ela olhou em volta novamente
antes de finalmente se inclinar para trás. Ela suspirou e
passou os dedos pelos cabelos, olhando para o shake com
desgosto.

“Você deveria beber. Tem tudo que você precisa,” eu


disse humoristicamente. Seus olhos cortaram para mim,
então mergulharam em direção a minha bandeja fria
ignorada. Então ela empurrou o copo para mim.

“Você bebe então.”

“Aw, você está compartilhando comida comigo. Isso é


praticamente um encontro,” eu disse. Eu nunca iria admitir,
mas essa interação era a coisa mais interessante que me
acontecia em muito tempo. Nem mesmo Zane, a quem forcei
minha proximidade, falava comigo. Ele apenas se sentava na
cadeira em frente a mim, tremendo até finalmente ter
coragem de pular e correr. Bree não parecia assustada, no
entanto.

Meus olhos percorreram seus braços pálidos, notando a


falta de arrepios. Seus dedos nem estavam tremendo.

Desde o meu comentário sobre ser um encontro, ela


estava me olhando estranhamente.
“Podemos ter um encontro,” ela finalmente disse e meu
coração frio e morto gaguejou em meu peito. Parecia que um
arrepio tinha subido pela minha espinha.

“O que?” Eu murmurei. Ela sorriu e encolheu os


ombros. As provocações de Bree estavam finalmente
culminando em algo real?

“Você é fofo,” ela disse com um grande sorriso, seus


olhos passando pela minha máscara de terror macabra.

“Você não tem ideia,” eu disse sarcasticamente


enquanto soltava um suspiro. Meus olhos voltaram para o
rosto dela, tentando descobrir se ela estava falando sério.
Isso era muito inesperado. Ela passou todo o tempo aqui
evitando ficar muito perto de mim - apenas me permitindo
seus olhares furtivos e provocações ridículas. Esta era a
primeira vez que conversamos, sem contar todas as vezes
que deixei escapar algo para ela.

“Acho que gostaria que fôssemos amigos,” disse ela,


puxando o shake de volta para ela. Tratava-se de algo mais
do que amizade. Ela não teria começado com todas essas
perguntas no início se não. Ela queria alguém forte. Mais
forte do que Orson, especificamente. Por quê?

“Isso tem alguma coisa a ver com um certo terapeuta?”


Eu perguntei. Ela sorriu antes de se inclinar e chupar a
ponta do canudo. Suas bochechas ficaram encovadas e
minhas calças pareciam um pouco mais apertadas. Um
momento depois, ela gaguejou e engasgou e eu estava rindo
dela. Ela olhou para mim.

Ela estava realmente querendo um tempo junto?


Proximidade? Encontros? Meus olhos perfuraram ela, pois eu
sabia que ela não podia ver meu olhar louco.
“Sim, tem a ver com o Orson,” disse ela. “Entre outras
coisas.”

“Que tipo de coisas?”

“Eles tratam você de maneira diferente, até mesmo os


atendentes,” disse ela, apontando para a equipe que se movia
pela sala. Nenhuma vez eles chegaram perto de nossa mesa.
Eles nunca chegariam.

“E?” Eu perguntei, sem ligar os pontos. Ela se mexeu na


cadeira, parecendo desconfortável. Ela se inclinou para o
meio da mesa e desta vez eu decidi me inclinar para frente
também, fazendo mais espaço entre nós desaparecer.

Ela ao menos conhecia o tipo de jogo perigoso que


estava jogando? Parecia que não, porque, quando empurrei
minha cabeça a poucos centímetros da dela, ela nem parecia
perturbada. Meus olhos percorreram a sala. Os pacientes
que nos olhavam com curiosidade agora pareciam
francamente agitados. Até eles ficaram perturbados com a
nossa proximidade. Mas não Bree.

“Eu quero um amigo como você. Alguém com quem os


outros não mexem,” ela admitiu. Ela estava tão perto. Eu
queria estender minha mão e tocar aqueles lábios carnudos.
Em vez disso, me conformei em traçá-los com meus olhos e
imaginar como eles podiam ser macios na cabeça do meu
pau.

“Você quer proteção?” Eu perguntei com um sorriso. Ela


encolheu os ombros e brincou com o canudo. “Sair comigo
vai deixar Orson muito puto,” avisei. Um sorrisinho tortuoso
apareceu em seus lábios macios e eu soube então que tudo
o que ela quisesse, ficaria feliz em dar pra ela.
“Você vai ser meu amigo, então?” Ela perguntou e eu me
inclinei para trás e olhei para ela. Hoje o dia foi muito menos
chato.

“Amigos...” eu disse a mim mesmo. Esta era uma má


idéia. Eu sabia o que queria e não era bom para a Srta. Bree.
Era perigoso - mortal. Ela estaria disposta a jogar esse tipo
de jogo? Eu estava disposto a deixá-la jogar esse jogo? Ao
contrário do que alguns pensavam, eu não gostava de matar.
Eu nunca tinha assassinado de propósito... Uh, mais ou
menos. Majoritariamente.

Meus olhos acariciaram seu rosto e se arrastaram para


a camisa apertada que ela usava esticada sobre os seios. Eu
me perguntei se eu seria capaz de dizer através de suas
roupas se seus mamilos tinham endurecido. Ninguém jamais
esteve disposto a jogar meu jogo antes.

Ela se inclinou para frente, mas desta vez eu me inclinei


para trás, pensando que devia estar louco por estar
considerando isso. Ela notou meu movimento e ergueu uma
sobrancelha.

“Preocupado em me morder?” Ela perguntou com um


sorriso malicioso. Seus olhos caíram para o meu corpo,
absorvendo-o como se pudesse dizer que gostava do que
estava por baixo. E com isso, minhas calças ficaram ainda
mais apertadas.

Sim, na verdade acho que a deixaria jogar meu jogo


perigoso. O que era a vida sem um pequeno risco? Bem, não
era nada viva, era o que era.

“Gosto de você. Eu acho que você gosta de mim. Você


não quer algo de mim?” Ela perguntou, um sorriso
provocador em seu rosto. Ela sabia o que eu queria.
“Você quer me dar o que eu quero?” Eu pedi uma
confirmação. Ela sorriu e acenou com a cabeça. Pobre Bree,
isso podia não acabar bem para ela, mas porra, eu estava
ficando tonto. Eu estava disposto a ser sua proteção contra
os grandes lobos maus e os vampiros bebedores de sangue,
mas então a questão que ficava era quem a protegeria de
mim?

“Venha então,” eu disse, me levantando e sacudindo


minha cabeça em direção aos quartos. Todo mundo ficou
absolutamente rígido. Os pacientes pararam com colheres a
meio caminho da boca, os olhos esbugalhados. Os poucos
funcionários que circulavam por ali ficaram chocados ao ver
Bree começar a se afastar comigo. Alguém caiu, alguém
começou a engasgar com a comida, e Zane estava
aparentemente em algum lugar da sala porque ele começou
a gargalhar como a hiena que ele às vezes se transformava.

Os olhos de Bree varreram a sala e a dúvida vazou em


sua expressão. Eu não queria deixá-la recuar agora. Eu já
tinha decidido que queria fazer isso, as consequências que
se danassem.

“Você me perguntou quem estava no topo da cadeia


alimentar.” Inclinei-me mais perto do que provavelmente
deveria. Se ela se ajustasse um pouco, sua orelha poderia
encostar em mim. Eu estava dolorosamente ciente do toque
e a faria dolorosamente ciente disso também. “Sou eu,” eu
murmurei para ela. Era verdade, embora eu dificilmente
pudesse me importar. Eu sempre fui a coisa mais perigosa
em todos os cômodos em que pus os pés e todos os outros
sempre estavam a apenas um toque de se tornarem um
cadáver se contorcendo,oobtendo seus últimos pensamentos
enquanto os olhos escureciam.

Eu me inclinei para trás e olhamos um para o outro um


momento antes de caminhar em direção ao meu quarto e
esperar que ela me seguisse. Droga, eu esperava ter
guardado os corpos. Isso poderia arruinar o clima.

“O que você está pensando?” Eu ouvi Josie sibilar para


Bree.

“Está tudo bem,” ela resmungou em aborrecimento


antes de seguir atrás de mim. Eu não tive que esconder o
sorriso radiante e embaraçoso espalhado pelo meu rosto, já
que estava sob a máscara. Nem tive que me preocupar sobre
onde meus olhos permaneciam em seu corpo. Pensei em
dizer a ela para esperar do lado de fora para que eu pudesse
verificar se os cadáveres estavam devidamente guardados,
mas que diabos, por que não deixar o destino decidir?

Quando entrei no meu quarto, tudo estava em ordem.


Ela entrou e eu fechei minha porta e me virei. Meu pau já
estava meio duro nas minhas calças. O pequeno filho da
puta estava animado. Isso estava realmente acontecendo?
Ela realmente se referiu ao que eu acho que ela estava se
referindo?

Porra, seria anticlímax se ela apenas quisesse sentar e


conversar. Sobre o que diabos ela teria para conversar
comigo? Sobre o Orson? Na verdade, sim, parecia uma
possibilidade real. Ela estava claramente louca por ele.

“Que tipo de amizade é essa exatamente? Os benefícios,


é sobre isso que estou curioso,” eu disse, ficando grudado na
porta enquanto ela andava olhando para minhas coisas. Um
momento depois, ela foi pressionada contra a minha janela
com uma boca larga.

“Uma janela! É noite!”

“Boa coisa para você,” eu disse. Isso é tudo que eu


precisava, trazer a primeira garota de volta para o meu
quarto e ela queimar até ficar crocante. Ela se virou e me
lançou um olhar confuso. Estranho...

Um momento depois, seus olhos se arregalaram.

“Ah sim. A luz do sol,” ela riu nervosamente, então


rapidamente mudou de assunto. “Eu vi você me observando.
Eu estava pensando que poderíamos ser o tipo de amigo que
traz benefícios mutuamente satisfatórios.”

“Sim, bem, eu não sou bom em sutileza,” eu disse,


observando ela se mover. Seus olhos pararam na minha
cama, então ela lentamente arrastou os olhos de volta para
mim enquanto mordia o lábio.

“Porra, isso está realmente acontecendo.” E que Deus


tenha piedade da minha alma. Não! O que eu estava
pensando? Suspirei. “Olha, por mais que eu desejasse que
não fosse verdade. Precisamos deixar um espaço suficiente
entre nós.”

“Eu sei que você é tóxico,” disse ela. “E ainda assim


quero brincar com você.”

“Que idiota te disse isso? Eu sou venenoso. Não sou a


porra de um cogumelo, sou mais como uma cobra,” ofereci.
Bree me lançou um olhar estranho.

“É a diferença entre você me mordendo e eu mordendo


você. Mas espere... de qualquer maneira você morreria.
Huh,” eu toquei meu queixo. Eu estava protelando. Eu sabia
que estava protelando.

“Certo, bem, vamos nos preocupar com sua crise de


identidade cogumelo versus cobra mais tarde. Tire sua
máscara,” ela exigiu, seus grandes olhos olhando para mim
em antecipação. Meu coração saltou no meu peito e eu
balancei minha cabeça.

“Vamos, seu olhar não vai me matar literalmente, vai?”


Ela perguntou.

“Talvez possa,” eu disse argumentativamente. Ela


levantou uma sobrancelha, deixando claro que não acreditou
em uma palavra da minha boca. Então, um sorriso animado
apareceu em seu rosto e ela deu dois passos em minha
direção com a intenção brilhando em seus olhos.

“Sim, meu olhar pode te matar,” eu deixei escapar.


Mentiras. Fácil de fazer com que as pessoas me deixassem
em paz. Todo mundo fica curioso sobre o homem mascarado,
a menos que você diga que eles vão morrer quando virem o
que está por baixo.

“Foda-se, você está mentindo,” ela disse com um largo


sorriso enquanto andava, seus quadris balançando. Ela se
aproximou lentamente desta vez para que eu pudesse
manter a calma enquanto ela se aproximava.

Meus olhos estavam em cada parte dela. Eu estive


observando muito ela. Muito mais do que qualquer outra
pessoa poderia sem que percebessem porque meus olhos
estavam protegidos. Eu memorizei seu corpo. As pontas fofas
de seus seios pequenos. A curva suave de seus quadris. Seus
pulsos finos e pescoço magro. O cabelo, oh, o cabelo. Isso me
provocava e me fazia me sentir mal, mas eu não conseguia
desviar o olhar. Era um prazer masoquista.

Bree parou bem na minha frente, então estendeu a mão


e tocou um dos chifres da máscara por um rápido momento
antes de se afastar. Quando eu não reagi, ela ficou mais
encorajada, alcançando o fundo da minha máscara como se
fosse tirá-la.
Agi sem pensar, estendendo a mão com minha luva de
couro branca e agarrando o máximo daquele cabelo ruivo
que pude em meu punho, puxando-o para trás com pressão
suficiente para que ela deixasse cair as mãos e respirasse
fundo. Seu rosto estava voltado para cima, seus olhos
semicerrados enquanto ela olhava para mim daquele ângulo.

“Eu disse que a máscara permanece,” eu disse a ela.


Sua língua moveu-se rapidamente em seu lábio inferior,
deixando um rastro brilhante que eu queria provar. Ela ficou
lá, respirando forte o suficiente para que as pontas de seus
seios levantassem um pouco.

“Tudo bem,” ela concordou. Eu deixei cair seu cabelo e


me movi em torno dela, me sentindo selvagem. Como se a
porta estivesse se abrindo e logo todas as minhas
necessidades iriam explodir, ignorando os riscos. Eu não
poderia fazer isso. Mas talvez um pouco, só um pouco.

“Achei que não podíamos nos tocar,” disse ela atrás de


mim. Eu me virei e a encarei. “Quais são as regras? Você
pode tocar no cabelo?”

“Eu sou capaz de tocar o que eu quiser,” eu disse,


caindo na cama com minhas pernas abertas. Eu me inclinei
para trás e olhei para a longa ereção pressionada em meu
jeans apertado. “Se você vive ou não, é o problema. Cabelo
está ok, ao que parece. Já que você está viva.”

“Você não sabia se eu sobreviveria?” Ela perguntou com


uma carranca. Dei de ombros. Eu sabia que ela ficaria bem,
mas pensei que seria mais divertido se ela pensasse que eu
não tinha certeza.

“Mentiroso,” ela disse com um sorriso, não acreditando


na minha besteira. Oh, eu gostava dela.
Ela se aproximou arrastando os olhos pelo meu corpo.
Tirei o moletom e a camiseta até que ficasse apenas a blusa
preta justa por baixo. Bree parecia bastante satisfeita com o
meu corpo, mas quando seus olhos se voltaram para a minha
máscara, ela fez uma careta. Era meio engraçado que ela
achasse desagradável. Para mim, pelo menos.

Todos aqueles dias em que ela saiu do escritório de


Orson parecendo recém-fodida passaram pela minha mente.
Todas as vezes que ela se curvou e propositalmente me
mostrou sua bunda. Todos os olhares provocadores e
mordidas nos lábios. Sim, eu estava mais do que pronto para
jogar.

Enquanto Bree estava lá, eu abri o zíper da minha calça


e puxei meu pau, deixando o ar fresco tocá-lo. Seus olhos
pousaram no meu pau e finalmente perceberam o que ela
fazia comigo regularmente. Eu estava esperando para fazer
isso há muito tempo. Eu podia ver seus mamilos duros
através das roupas. Ela estava com tesão pelo meu pau,
mesmo eu usando uma máscara de palhaço demente? Ela
era meio maluca, não era?

“Você quer jogar? Fique de joelhos,” eu disse. Ela


engoliu em seco e ajoelhou. “Mais perto,” eu disse com uma
voz provocante. Ela sorriu um pouco e se mexeu até que seus
braços estivessem bem na frente dos meus joelhos. Eu
alarguei minhas pernas ainda mais. “Mais perto,” eu disse
novamente.

Ela me lançou um olhar desafiador e se recusou a


recuar. Ela se moveu para frente, entre minhas pernas com
o rosto muito perto do meu pau. Se eu movesse minhas
pernas mais juntas, elas a tocariam. Que posição perigosa.

Eu envolvi minha mão em volta de mim e lentamente


acariciei enquanto ela se sentava lá, seus lindos lábios tão
próximos que eu podia sentir sua respiração em meu pau
quando o toquei. Seus olhos seguiram, em seguida, olharam
além da minha mão para mim.

“Isso é totalmente fodido, sabia? Você não esqueceu que


está usando uma máscara de palhaço esquisito, esqueceu?”

“Não esqueci de jeito nenhum,” eu disse asperamente,


lambendo meus lábios e batendo meu punho para cima e
para baixo. Deus, se eu apenas me movesse um pouco mais
perto, aqueles lábios macios iriam tocá-lo. Eu poderia roçar
meu eixo contra eles enquanto ela ficava sentada olhando
para mim. Eu poderia passar o pré-gozo em seus lábios,
deixando um rastro úmido enquanto escorria da fenda do
meu pau. Se alguma dessas coisas a atingisse, ela estaria
morta antes de cair no chão.

Pressionei meu polegar em minha cabeça e esfreguei


meu pré-sêmen, absorvendo todo o líquido. Então, arranquei
a luva e joguei em outro lugar. Minha mão nua enrolou em
volta do meu pau e Bree me observou fazer isso, seus olhos
percorrendo cada junta enquanto eu bombeava para cima e
para baixo. Seus olhos eram gananciosos e eu os amava me
observando - me observando cuidar da ereção que ela me
dava.

“Você tem mãos bonitas,” disse ela. Seus olhos se


voltaram para mim. “E um pau muito bonito.” Ela disse e
meu pau estremeceu em apreciação e eu mordi meu lábio e
bombeei mais forte. Apenas uma pequena perda de controle
de mim e ela estaria morta. Um único momento em que eu
colocasse sua boca em mim, pressionando a ponta em seus
lábios e deslizando sobre sua língua.
Eu tinha feito isso uma vez. Costumava haver um
Gloryhole22 no banheiro da enfermaria. Ninguém quis usá-lo
depois que eu usei. Acho que as pessoas só gostavam de
tanta emoção. Houve um momento glorioso, entretanto, onde
uma boca quente e úmida envolveu meu pau e eu pensei que
minha alma seria sugada direto do meu corpo.

Pensei na sensação daquela boca agora e imaginei que


fosse a de Bree. A linda Bree com seu cabelo assustador.

De repente, fui para frente e enrolei aquele cabelo em


volta da mão que ainda tinha uma luva, puxando como se
fosse uma coleira, puxando-a para mim como se eu quisesse
que seu rosto caísse no meu pau. Eu queria. Eu realmente
queria. Mas eu estava tentando não matá-la.

“Você é tão bonita”, eu disse a ela enquanto a puxava


para mim, brincando com fogo. Ela me enviou um olhar cruel
enquanto eu puxava, mas seus olhos voltaram para o meu
pau, incapaz de desviar o olhar. Suas pupilas dilataram e
pequenas presas deslizaram em sua boca. Porra, ela
realmente era uma aberração. Sorte a minha.

Eu agarrei seu cabelo bem atrás de sua cabeça. A


camada de cabelo combinada com a minha luva manteve seu
couro cabeludo a salvo do meu veneno. Eu a puxei um pouco
mais forte, fazendo-a lutar para ficar longe de mim. Ela
respirou fundo enquanto eu a puxava para mais perto e o
olhar em seu rosto me fez latejar de prazer crescente.

“O seu esperma é mortal?” Ela perguntou, lambendo os


lábios enquanto se esforçava para evitar que seu rosto me
tocasse.

22 Buraco da Glória. Orifício por onde as pessoas introduzem seus órgãos sexuais e tem relações com desconhecidos
que estão do outro lado.
“O mais mortal,” eu murmurei, batendo meu punho
mais rápido e me perguntando o quão duro eu poderia tentar
puxá-la para o meu colo. Deus, isso era estúpido.

Ela continuou resistindo a mim, mantendo a cabeça o


mais longe possível do meu pau exposto, lutando para fazer
isso. Eu imaginei que eu puxei um pouco forte demais, ou
que ela relaxou por apenas um microssegundo.

Sua bochecha macia pressionaria contra mim e ela


engasgaria em choque. E eu simplesmente continuaria
bombeando, empurrando a cabeça dela rudemente contra
mim, nos forçando a ficar conectados. E quando a ouvisse
começar a sentir os efeitos dolorosos do meu veneno,
simplesmente continuaria porque precisava. Precisar era tão
ruim.

Eu não queria que ela morresse, mas seria a única


maneira de conseguir o que eu queria.

“Você é um fodido doente,” ouvi Frank murmurar


debaixo da cama. Pode apostar sua porra que eu era. Minha
respiração tornou-se superficial e rápida enquanto eu me
sentia cada vez mais perto da liberação. Era tão bom forçá-
la a assistir depois de toda aquela provocação. Era
emocionante continuar tentando sua cabeça mais perto de
mim.

Os olhos de Bree se arregalaram, lendo os sinais de


minha libertação iminente. O prazer se enrolou dentro de
mim e minhas bolas apertaram. Ela tentou se puxar para
trás, empurrando a cama e o chão, mas não consegui deixá-
la ir. Ainda não. Só um pouco mais.

Eu segurei seu cabelo com mais força, mantendo-a no


lugar, fazendo nós dois nos perguntarmos se eu espirraria
em seu rosto.
“Baz!” Ela engasgou e eu finalmente vi seus olhos
brilharem com medo real. Deixei cair seu cabelo e ela
tropeçou para trás no chão, nem mesmo meio segundo antes
de eu começar a gozar. Ela engasgou, com os olhos
arregalados enquanto o observava vazar do meu pau e atingir
o chão exatamente onde ela estava.

Um gemido fodido arranhou minha garganta, soando


em partes iguais de dor e prazer. O orgasmo foi melhor do
que qualquer um que eu já tive antes. Meu corpo tremeu por
um momento porque eu sabia que nunca esqueceria essa
felicidade e a pobre Bree poderia ter pagado o preço por esse
prazer.

Porra. Eu caí para trás na minha cama e fechei os olhos,


recuperando o fôlego e tentando me sentir um pouco menos
como uma merda por quase matá-la apenas para poder
gozar. Eu esperava ouvir minha porta abrir e bater. Em vez
disso, senti minha cama afundar e me assustei, me
levantando e vendo-a sentada ao meu lado sorrindo.

“Isso foi emocionante,” ela disse, me mostrando seus


pequenos dentes de vampiro. Seus olhos estavam brilhando.

“Merda, você é louca pra caralho,” eu suspirei, jogando


minha cabeça para baixo. Eu deixei meu pau de fora. Eu
provavelmente precisava tomar um banho e trocar de roupa
de qualquer maneira.

“E você não é tão legal quanto parece,” disse ela.

“Eu sou legal, mas sou carente,” eu disse, pulando da


cama. Comecei a tirar minhas roupas - botas, meias, calças,
cuecas, a outra luva e a blusa de gola alta - até que só estava
usando minha máscara de palhaço demente. Os olhos de
Bree se arregalaram e me absorveram.
“Eu não acho que você é tão legal quanto você pensa,”
ela disse distraidamente enquanto seus olhos se arrastavam
pelo meu corpo musculoso. Senti meu pau voltando à vida.
Seus olhos se arrastaram até a minha máscara em
antecipação, mas eu apenas sorri atrás dela e a deixei ali.

“Eu sou muito legal, Bree, considerando o que eu


poderia ter feito.” Eu me virei e caminhei em direção ao
banheiro. “Não olhe embaixo da cama,” eu joguei por cima
do ombro. “Ou no guarda-roupa.”
CAPITULO QUATORZE

Meus olhos percorreram a enfermaria, esperando Orson


aparecer. Baz ficou ao meu lado tentando usar uma peteca
que ele encontrou em algum lugar. Eu não estava convencida
de que era uma peteca, mas, em vez disso, apenas uma
coleção horrível de coisas sujas que alguém tinha colado com
fita adesiva. Baz parecia despreocupado com isso,
entretanto.

“Só para deixar claro, estamos deixando ele com


ciúmes?” Ele perguntou. Como se fosse assim tão fácil. Eu
não tinha certeza se Orson era capaz de sentir ciúme, mas
ele era todo ganância e ira. Eu não queria abrir a boca e
vomitar cada complexidade para Baz. Seria óbvio para ele o
quão obcecada eu estava e provavelmente acabaria
revelando que havia algo mais acontecendo entre nós. Eu
não iria revelar todos os meus segredos se eu pudesse evitar.

“Sim,” eu disse, roendo minha unha. Josie e Coral


estavam mantendo distância de mim, amiga de Baz. Elas
estavam sentadas em uma mesa com meio baralho tentando
jogar slapjack. Elas estavam muito interessadas naquilo.
Onde a pessoa que batesse primeiro nas cartas na mesa dava
um tapa da cara do perdedor.
Havia uma boa quantidade de outros pacientes
circulando pela enfermaria hoje. Todos estavam mantendo
distância de Baz e de mim. Eu não tinha certeza se isso era
algo para ter prazer e conforto ou algo para me fazer sentir
uma idiota. Meus olhos deslizaram discretamente para Baz
e eu pensei sobre o que estava debaixo de suas roupas. Seu
corpo era certamente bom, mas o homem era uma sentença
de morte ambulante e ele gostava de brincar com esse fato.
Eu não achava que ele queria me matar, mas... ele facilmente
poderia.

Orson entrou na sala e tudo o mais sumiu por um


momento. Seus olhos violetas imediatamente me
procuraram e ele pareceu relaxar um pouco quando se fixou
em mim. Seus olhos piscaram ao meu lado e se estreitaram
em Baz, sua deliciosa mandíbula flexionando enquanto ele
rangia os dentes. Em seguida, ele desviou para o escritório
de arquivos por outro corredor.

Pedi a Orson que não voltasse ao meu quarto à noite,


alegando que precisava dormir. Ele parecia além de agitado,
mas não me pressionou. Na realidade, eu adoraria tê-lo no
meu quarto todas as noites, mas precisava que ele não
conseguisse tudo o que queria. Se isso significasse me negar
um pouco a Orson, eu poderia lidar com isso. Além disso,
Baz parecia capaz de compensar meu apetite voraz pelas
delícias carnais da vida.

Eu me virei para Baz com um largo sorriso. Ele


praguejou quando seu lixo de peteca caiu no chão
novamente.

“Ele viu,” eu disse. Baz sacudiu sua cabeça e sua


máscara girou ao redor. Ele infelizmente escolheu a máscara
de palhaço de novo. Era a pior, mas por algum motivo,
aquela cara de palhaço psicótico fez o momento ontem ser
ainda mais emocionante. Sim, eu estava fodida.
“É isso? Vamos, Bree. Você realmente quer foder com
ele, não é? Vamos fazer algo mais emocionante para quando
ele voltar.” Ele soou implorando como se fosse ele quem
realmente queria foder com o Orson.

“O que você sugere? É meio que limitado pelo seu


toque.” A mão enluvada de Baz bateu na parede ao lado da
minha cabeça, então novamente do outro lado. Seu corpo
mortal me encurralou e ele estava se aproximando de mim
quando eu não tinha para onde escapar. Meu coração
palpitou no meu peito enquanto eu empurrava contra a
parede, colocando minhas mãos espalmadas contra ela. Os
dentes afiados e ensanguentados de sua máscara se
aproximaram, seu sorriso era uma provocação cruel. Era
feio, mas transmitia a mensagem. De que Baz era algo que
deveria inspirar medo e desconforto. E ele fazia isso como
ninguém, mas também torcia meu intestino deixando todo
emaranhado e meu corpo parecia alerta e vivo.

Às vezes eu me perguntava se não era capaz de emoções


complexas como todo mundo. Que tudo era apenas
excitação, desejo e raiva. Que meu cérebro não tinha a
capacidade de diferenciar entre a excitação que era boa e a
ruim. Por que mais o medo me deixaria excitada, porque
então minha calcinha de repente se umedeceu quando
aquele homem forte e venenoso se inclinou com sua máscara
horrível?

“Isso está um pouco melhor, mas acho que podemos ir


ainda mais longe,” disse ele.

“Como?” Eu perguntei, minha respiração acelerando


com o perigo que uma coisa tão simples significava. A morte
sempre estava tão perto com Baz ao meu lado. Eu poderia
imaginar que muito dele poderia deixar alguém louco. Eu
suguei seu cheiro. Era peculiar, era nítido e claro. Citrus e
especiarias. Era refrescante, mas cortante. Isso fez minha
boca salivar um pouco, mas eu era muito inteligente para
ceder a isso.

“Toque-me,” ele murmurou.

“Foda-se. Eu não sou suicida,” eu disse com um bufo.

“Você não confia em mim?” Ele perguntou. Eu levantei


uma sobrancelha.

“Você está preso em um asilo para criminosos insanos.


Por que diabos eu confiaria em você?”

“Hmm, essa frase funciona melhor em filmes, mas sim,


eu entendo seu ponto. Vamos, Bree, por cima das minhas
calças. Estou com duas camadas de roupa. Eu prometo que
não estou sem cueca,” ele riu com humor.

“Eu sei que seu veneno pode passar por suas roupas.”
Meus olhos giraram em torno de seu corpo, observando os
curiosos que pareciam agitados e nervosos. Eles pensavam
que eu estava prestes a morrer? Orson ainda estava na sala
de arquivos. Eu esperava que ele voltasse logo para ver isso.
Para me ver com Baz.

“Hmm, aqui está um segredo. Só fica muito ruim


quando eu sou ameaçado. Você não planeja tentar me matar,
não é?” Ele perguntou. Olhei para ele com os olhos
semicerrados, como se semicerrar os olhos fosse me ajudar
a ver através da máscara e ler seu rosto. Suas palavras
soaram verdadeiras. Na verdade, não, eu não tinha certeza
se elas eram ou não, mas eu queria que fosse verdade.

A ideia de estender meus dedos e escovar seu pau


através de suas roupas estava me fazendo respirar mais
rápido e pressionar meus joelhos juntos. De repente era
apenas Baz e eu, seu corpo sexy e perigoso me encorajando
a correr um grande risco. Seu desejo de toque tão carente
que ele poderia estar mentindo para mim, poderia estar me
levando para a morte.

Antes que eu percebesse, já estava estendendo a mão,


meus dedos tremendo. Eu gostei de ontem. Meu rosto bem
ao lado de seu pau comprido. Eu queria tanto me inclinar e
correr minha língua de sua base até sua ponta. No entanto,
não conseguia ceder a esse desejo, o que tinha sido uma
frustração e eu odiava. Eu não estava acostumada a me
negar assim. Aquilo me deixou tão delirantemente excitada
que pensei que faria algo muito, muito estúpido.

“É isso,” ele encorajou, sua voz animada. Eu estava


respirando rápido e me perguntando por que estava fazendo
aquilo quando o risco era tão grande. Lambi meus lábios,
mas não movi minha mão mais perto. O cerne da dúvida era
pequeno, mas quando a morte estava em jogo, era o
suficiente para me impedir de tocá-lo.

De repente, a mão de Baz disparou, fazendo-me ofegar


ruidosamente quando dedos fortes agarraram meu pulso e
puxaram minha mão para frente. Ele empurrou minha
palma contra seu pau duro, em seguida, gemeu, inclinando
a cabeça sobre meu ombro e pressionando sua testa na
parede a apenas alguns centímetros de distância de me
tocar. Meus olhos eram como pires.

Ele tirou os dedos rapidamente e minha mão continuou


pressionada em sua calça. Ele me tocou. Eu estava tocando
nele. Era isso? Ele me mataria? Quão rápido isso
aconteceria? Mas vários segundos se passaram e nada
mudou. Formigou e queimou onde ele me tocou no pulso,
mas não doeu. Eu podia ouvi-lo respirar pesadamente em
sua máscara enquanto esperava que eu fizesse algo.
Soltei um grande suspiro, mas não consegui relaxar de
verdade. Isso era perigoso... mas emocionante. Eu o agarrei
através das calças, apertando. Ele fez um barulho satisfeito.

“Isso é bom, Bree. Bem na frente de todos, esfregando o


pau do psicopata mascarado,” Baz disse as palavras em
entusiasmo encantado. Eu honestamente esqueci por um
momento que estávamos na enfermaria com todos ao redor.

“Mais,” ele insistiu. Eu queria mais também, queria


correr minha língua sobre seu corpo delicioso assim que o vi
de pé nu na minha frente. Achei que os homens só se
pareciam com estátuas nas telas, mas lá estava ele na minha
frente, me deixando sem palavras por seu corpo perfeito. Não
havia um grama de gordura nele, apenas sulcos profundos
entre cada músculo trabalhado.

Esfreguei minha palma sobre sua calça, tentando


agarrá-lo através do tecido. Seu pênis era longo e curvo.
Parecia tão agradavelmente travesso quando ele o tirou de
repente ontem. Ele estava pra fora, curvando-se em direção
à sua barriga. Não, não para sua barriga, para seus
músculos abdominais.

Ele tinha todos os músculos abdominais possíveis. Eu


nunca tinha babado sobre modelos masculinos fitness, mas
isso era porque eu nunca tive um parado bem na minha
frente. Eu queria aprender a esculpir depois de vê-lo me
mostrar sua bunda musculosa e seu núcleo de cair o queixo.
Ele tinha um corte em V nos quadris e covinhas na parte
inferior das costas. Tudo isso estava coberto agora. Alguém
aqui tinha alguma ideia?

“Simples assim,” ele murmurou enquanto eu o


esfregava abertamente, perguntando-me se todos estavam
observando o quão selvagem e perigosa eu estava me
comportando. Todos eles pareciam chocados e enojados
quando eu fui com ele ontem. É isso que eles sentiam agora?
Desgosto e horror? Eu estava chocando eles? Eu sorri e
mordi meu lábio. Eu gostava de chocar as pessoas. Isso me
fazia me sentir poderosa e animada.

Eu queria muito mais do que isso. Eu queria aquele pau


longo e curvo dentro de mim. Eu queria todos aqueles
músculos abdominais estremecendo e ondulando enquanto
Baz me fodia - com sua máscara de palhaço sorrindo
viciosamente para mim, me fazendo sentir desconfortável, e
suas mãos enluvadas agarrando minhas coxas enquanto ele
me segurava. Era assim que eu queria que ele me levasse,
bem contra essa parede para que todos olhassem em estado
de choque.

“Você é tão bonita, Bree. Não pare,” Baz me disse


naquela voz rouca que ele tinha quando estava com tesão.
Ele me surpreendeu ontem. Ele estava tão disposto a tentar
o perigo. Para um homem que se cobria da cabeça aos pés
para evitar, eu certamente não esperava por isso. Ele tinha
sido quase cruel como se quisesse minha morte para que
pudesse gozar mais profundamente.

Meus olhos percorreram seu corpo pairando perto do


meu e minha mão começou a formigar e queimar. Não achei
que isso fosse uma coisa boa. Era provavelmente um sinal
de que eu deveria parar imediatamente, mas eu arrastei
minha palma para baixo em seu eixo e mergulhei meus
dedos mais abaixo, escovando suas bolas através de suas
calças.

“Sim,” ele murmurou e eu o imaginei mordendo o lábio.

Então ele foi arrancado de repente, mas não por Orson.


Meus olhos arregalados e chocados observaram Nemo. Ele
parecia furioso. Raiva emanava de seu corpo e eu podia
senti-la fisicamente pressionando contra mim, tentando
forçar meu corpo a ceder ao poder. Ele olhou para Baz como
se quisesse dizer algo, mas ele não conseguia descobrir o
que. Então seus olhos se arrastaram para baixo e viram o
pau duro e óbvio de Baz pressionando contra o tecido de
suas calças.

Seus lábios se separaram de seus dentes em desgosto e


ele rosnou tão alto que sacudiu meus ossos. Seu braço
disparou, e sua palma cobriu a garganta inteira de Baz, seus
grandes dedos a envolvendo.

A sala ficou selvagem - gritando, urrando, lutando. Foi


o caos. Nemo bateu Baz na parede ao meu lado e eu pulei
para trás em estado de choque. Foi tudo tão violento e
rápido. Estava fora de controle e eu não conseguia
acompanhar, não conseguia nem começar a me perguntar se
alguém estava prestes a morrer.

Baz ofegou e chutou. Ele não conseguia respirar.

“Como você ousa tocá-la, porra,” Nemo rosnou em seu


rosto mascarado. Eu respirei fundo em choque com suas
palavras possessivas. Ele bateu Baz contra a parede
novamente, segurando e movendo-o como se ele não pesasse
nada.

Finalmente, abri minha boca para detê-lo, mas já não


importava, eu percebi. Mesmo que ele estivesse olhando para
Baz com olhos cheios de ódio, a espuma estava escorregando
de seus dentes cerrados e seu corpo estava tremendo
incontrolavelmente. Veias verdes e pretas cresceram em seu
braço e se espalharam por seu peito e pescoço.

Mas algo não fazia sentido. Essa força. Esse poder


esmagador. Ele não poderia simplesmente ter esmagado a
garganta de Baz em um instante? Olhei confusa quando o
aperto de Nemo afrouxou e ele caiu no chão. Baz caiu de pé,
curvando-se e tossindo asperamente. Eu olhei em choque
quando Nemo agarrou o chão e o braço que segurava Baz
ficou preto. Seguranças e enfermeiras entraram correndo.

Eu ouvi que isso já tinha acontecido. Era uma espécie


de luta semanal que eles tinham, mas foi a primeira vez que
a vi. Nemo parecia mal, seu corpo estremecendo e mudando
de cor. Eles o carregaram rapidamente para fora da sala.

“Ele vai ficar bem mesmo?” Eu perguntei a Baz


enquanto ele pressionava sua mão na parede e engolia o ar.

“O filho da puta sempre se recupera. Pedaço de merda.


Suas tentativas de assassinato são geralmente
emocionantes, mas hoje ele arruinou algo divertido,” ele
suspirou.

“Foi realmente uma tentativa de assassinato?”

“O que você quer dizer?” Baz perguntou de volta.

“Ele poderia ter quebrado seu pescoço no primeiro


segundo,” eu disse. Baz bufou.

“E eu poderia ter pressionado a pele nua contra ele,


matando-o imediatamente,” disse ele com uma voz séria.
Então esses dois se odiavam, mas não queriam realmente
matar um ao outro? Eu me perguntava por quê. Não parecia
que ninguém aqui tivesse problemas em matar. Na verdade,
era considerado raro passar uma semana sem que ninguém
morresse.

“Eu não entendo. Vocês realmente se odeiam ou não?”


Baz não respondeu, apenas ficou lá por um momento,
limpando suas roupas antes de limpar sua garganta.
“Estarei no meu quarto se você quiser continuar o que
começamos antes,” disse ele provocando, ignorando minha
pergunta. Então ele saiu pisando duro, revelando o quão
agitado ele realmente se sentia. Um momento depois, sua
porta se fechou ruidosamente.

“Bree,” ouvi a voz de Orson se aproximando. O choque


me atingiu. Eu tinha esquecido completamente o que
exatamente estava tentando fazer hoje. Tocar Baz deveria ser
uma maneira de enfurecer Orson e ainda assim eu tinha
esquecido tudo sobre isso e estava fazendo aquilo apenas por
causa do quanto eu queria. Como isso pôde acontecer? Baz
estava deslizando em meu cérebro e começando a tomar
residência tanto quanto Orson?

Eu sentia o desejo de saber mais sobre Baz e tentar o


perigo com seu corpo. Que tipo de pessoa ele realmente era?
Ele era legal? Ele era cruel? Eu queria saber. Não, eu
precisava saber. Se ele desaparecesse amanhã, eu perderia
a maneira como suas máscaras de terror me seguiam.

Parecia que Baz estava prestes a se tornar minha nova


obsessão. Ou realmente, ele já era. Isso não significava que
eu me sentia menos obcecada por meu Orson. Eu me virei
para ele e observei com admiração quando ele se aproximou.
O cheiro de couro almiscarado e sangue metálico permanecia
em torno dele, denunciando seu verdadeiro caráter.

“O que aconteceu?” Ele perguntou, suas palavras duras


e exigentes. Eu sorri, amando sua voz forte.

“Nemo tentou matar Baz,” eu disse. Seu belo rosto se


transformou em raiva e desgosto.

“Eu disse para você ficar longe de Basil,” ele sibilou. Ele
me encaixou contra a parede, bem como Baz fez apenas um
momento atrás. Minhas mãos pressionaram seu peito e
mordi meus lábios, amando o quão bravo ele estava.

“Você não pode me controlar, Orson,” falei com uma


risadinha. Ele apertou sua mandíbula e eu corri meus dedos
sobre ela. Orson de repente agarrou meu braço e puxou-o
para longe de seu peito. Seus olhos estavam arregalados
quando ele olhou para minha pele.

Onde Baz tinha me tocado com sua luva estava verde,


como se eu tivesse usado uma pulseira de metal barata que
manchou a minha pele. Uma camada de roupa entre nós e
apenas um instante me deixou marcada.

“Ele tocou em você?” Ele perguntou por entre os dentes,


seus dedos esfregando suavemente a descoloração. Bem,
isso não parecia coincidência. Primeiro Nemo, agora Orson.
Eu não tinha certeza do que pensar sobre Nemo tendo ciúme
sobre eu e Baz, mas eu sabia como me sentia sobre Orson
dizendo isso: em conflito. Tanto a felicidade por ele se
importar quanto a raiva por ele achar que tinha direito em
dizer alguma coisa.

“É o meu corpo Orson e farei com ele o que quiser,” eu


disse, sem meu sorriso. Seus olhos violetas agarraram-se aos
meus e seus dedos suaves se transformaram em um aperto
forte.

“Ele é mortal. É isso que você quer? Se matar?” Eu puxei


minha mão de seu aperto e empurrei seu peito.

“Talvez eu goste, porra. Talvez você tenha me levado a


isso me trancando aqui,” eu sibilei, mantendo minha voz
baixa para que os outros não ouvissem. Não que alguém
estivesse prestando atenção. Eles ainda estavam
preocupados com a luta entre Nemo e Baz. O que eu estava
dizendo a Orson era mentira, mas quem se importa? O idiota
merecia palavras duras e dramáticas.

Ele recuou com a minha declaração, parecendo


perturbado e indo para longe de mim. Fiquei chocada com
sua reação. Ele parecia magoado com minhas palavras.

Ele imediatamente controlou seu rosto, colocando sua


máscara e me fechando.

“Bem, talvez devêssemos aumentar o seu remédio


então,” ele disse antes de girar nos calcanhares e sair da
sala. A raiva rosnou dentro de mim e eu me virei, pisando
forte em direção ao meu quarto enquanto as pessoas me
olhavam de lado.

Orson era minha alma gêmea cruel e precisava ser


alimentado à força com seu próprio remédio.

Com suas palavras ainda girando em minha mente, eu


precisava de um pouco de tempo ou eu iria surtar e começar
a jogar cadeiras. Nos dias em que me sentia especialmente
feia por dentro, trabalhava mais duro para fazer o exterior
brilhar. Esse era o meu plano e eu deixei os pensamentos de
um longo banho quente seguido por uma nova maquiagem e
uma nova roupa tomarem conta da minha mente para
impedir que todos os sentimentos desagradáveis e
conflitantes me consumissem.

Cheguei ao meu quarto e abri o armário. Sim,


praticamente tudo que eu possuía estava aqui - menos o que
o asilo não permitia. Acho que minha tia e tio finalmente se
livraram de mim. Finalmente encontraram uma maneira de
me manter afastada para sempre. Demorou mais do que eu
esperava. Sem dúvida, se eu fugisse desse lugar, não voltaria
para eles. Eu estava farta deles.
Peguei tudo que precisava e arrastei para o meu
pequeno banheiro privativo. Aquilo era um buraco sujo na
parede. O chuveiro estava enferrujado, a grade para coletar
os cabelos que escorriam pelo ralo estava ausente e os
ladrilhos amarelados tinham argamassa preta.

Não havia nem mesmo um balcão para colocar minha


maquiagem, apenas uma pia de porcelana branca
projetando-se da parede de ladrilhos feios. Joguei todas as
minhas coisas na pia com um suspiro e tentei controlar o
acesso de raiva que queria subir.

Quando a água do chuveiro ficou escaldante, finalmente


pulei e deixei queimar minha pele. Trouxe uma quantidade
escassa de endorfinas para mim. Pensei em minha tia e meu
tio enquanto lavava meu cabelo comprido. Eles foram os
únicos guardiões que conheci. A história dizia que meu pai
era desconhecido e minha mãe morreu no parto. Minha tia
era sua irmã e ela me culpou pela morte.

Eles me acolheram porque era a coisa certa a fazer e


temiam ser julgados se não o fizessem. Ótima maneira de
começar a paternidade. Seu maior pecado foi a negligência e
a aversão. Às vezes eu me comportava porque sabia que
poderia ter sido pior para mim e que deveria me sentir grata
por eles me acolherem e me darem as coisas de que eu
precisava.

Mas às vezes eu percebia que parte da minha


mentalidade fodida era uma causa direta de como eles me
criaram e eu ficava furiosa pra caralho. Eles me fizeram
pensar que eu estava errada. Que eu era uma perversão de
uma pessoa normal e isso me levou a me afastar dos outros
e pensar que eu era uma doente fodida.

Enquanto eu enxaguava o condicionador de aveia e mel,


decidi nunca mais pensar sobre eles novamente. Eu fingiria
que acabei de brotar do chão totalmente formada. Ou talvez
eu pudesse fingir que nunca tinha estado viva até o momento
em que entrei no porão de Orson. Ele abriu meus olhos para
um mundo que eu não conhecia. Ele me disse o que eu era.
Gostei da ideia de que nunca tinha estado viva até aquele
momento.

Eu queria me depilar. As navalhas, entretanto, não


eram permitidas. Felizmente, eu tinha uma alternativa. Eu
odiava creme de remoção de pelos, mas não tinha nada
melhor para fazer. Enrolei-me em uma toalha e deixei a loção
picante assentar na minha pele antes de limpá-la.

Meu pulso estava com uma cor normal agora e a


descoloração quase desaparecendo, a evidência de seu toque
perverso e mortal. Se eu tivesse mantido minha mão em seu
pau apenas um pouco mais, tenho certeza que toda a minha
mão teria ficado verde.

Quando alisei minha base e comecei a passar a esponja


no corretivo, não me preocupei mais com o passado. Eu
tinha muito futuro com que me preocupar. Agora eu queria
ver Baz. Queria estar mais perto dele, saber mais. Eu queria
ver toda a pele pálida que ele me mostraria. Eu queria pegar
sua máscara e arrancá-la para ver o que havia por baixo.

Com minha maquiagem perfeitamente combinada e


meus cílios postiços, voltei para o meu guarda-roupa e
coloquei um dos meus conjuntos de lingerie mais bonitos:
um conjunto de calcinha e bralette de renda vermelha
vibrante que combinava com meu cabelo. Eu tinha uma
coleção inteira de maquiagens caras, calcinhas, sutiãs,
roupas e acessórios que consegui com cinco dedos de
desconto23.

23 Expressão para roubo ou furto.


Enrolei uma gargantilha de couro rosa em volta do
pescoço e vesti uma saia rosa bonita plissada e, em seguida,
enfiei uma camiseta preta que tinha uma Sailor Moon gótica
nela. Minha maquiagem era quase toda preta com tons de
vermelho profundo. Meus cílios eram os mais grossos que
pude encontrar. Eu parecia uma daquelas estrelas pornôs
góticas, uma garota suicida ou o que quer que as chamasse.
Eu me olhei no espelho antes de tirar um de meus batons
favoritos - Viva Glam, um roxo tão profundo que poderia
parecer preto à distância. Coloquei meus pés em algumas
botas plataforma e me olhei novamente no espelho.

Meu cabelo ruivo escuro caia perfeitamente reto nas


minhas costas. Minhas pernas pareciam super longas com a
saia curta e as botas de plataforma. Meu rosto era uma
boneca perfeita - se as bonecas parecessem pequenas
princesas góticas. Quando eu parecia tão bem, eu podia
fingir que não sentia tanta merda por dentro.

“Se a beleza está por dentro, estou fodida,” disse ao meu


reflexo antes de sair do meu quarto, uma mulher renascida,
meu sorriso malicioso no lugar. Isso era exatamente o que
eu precisava. E agora eu precisava de outra coisa. Eu
precisava de Baz.

Ele era um filho da puta bizarro e assustador?


Absolutamente. É exatamente por isso que eu precisava dele.
Eu balançaria minha bunda minúscula em seu colo
psicopata o dia todo, sentindo seu veneno vazando para o
meu corpo. Ele seria meu filho da puta bizarro e assustador.
Todos aqueles músculos perigosos e desejos condenáveis se
desencadeando em mim. Eu o queria.

Tudo isso era tão familiar e, ainda assim, diferente de


Orson.
Eu caminhei pelo corredor em direção ao seu quarto,
meu coração batendo forte no meu peito. O que ele gostaria
de fazer hoje? Ele agarraria minha nuca, fazendo-a queimar
enquanto tentava empurrar meu rosto contra seu pau?
Fechei meus olhos e estremeci na frente de sua porta.

Tocava rock dentro e ele cantava sem se importar com


o mundo. Quando girei a maçaneta, ela estava destravada,
então a abri e entrei. Ele não se assustou, apenas olhou para
cima enquanto abaixava um livro. Eu esperava pegá-lo sem
sua máscara, mas ela ainda estava no lugar.

“Terminou de fazer o beicinho de mais cedo?” Eu


perguntei com um sorriso atrevido. Ele bufou e se acomodou
na beira da cama, me observando me aproximar dele.

“Eu não estava fazendo beicinho,” ele rebateu.

“Pareceu que estava.”

“Hmm, chega disso. Você quer brincar comigo?” Ele


perguntou, sua voz provocando enquanto ele tentava abafar
a ansiedade. Sua ansiedade era uma emoção mortal para
mim. Ele queria tanto ultrapassar os limites e eu queria
deixá-lo pela pura emoção disso. Eu me coloquei entre suas
pernas enquanto ele as espalhava mais amplamente para
mim.

“Talvez eu queira,” eu disse. “Mas, eu tenho que te dizer


uma coisa.” Eu não estava muito feliz em revelar esse
segredo para mais uma pessoa, mas depois de ontem,
percebi que me custaria a vida se ele não soubesse. “Eu não
sou uma vampira, então não tenho superforça. Você deve
manter isso em mente quando…” Eu parei, pensando em seu
corpo musculoso e ele tentando me puxar para mais perto
de seu pau. Sua cabeça se inclinou para o lado na minha
admissão.
“Eu vi você bebendo sangue e vi suas presas fofas.”

“Fofas?”

“Mas você parecia despreocupada com a luz do dia.” Ele


cantarolou e bateu no queixo. “Desisto. O que você é?” Ele
finalmente disse, recostando-se nas mãos e abrindo um
pouco mais as pernas. Meus olhos se arrastaram até sua
virilha, onde pude ver que ele já estava duro.

“Eu sou uma meio-vampira,” eu disse, forçando meus


olhos de volta para sua máscara de palhaço.

“Huh, estranho. Então, eu quase te matei ontem? Vou


manter isso em mente. Não gostaria que a diversão acabasse
quando está apenas começando,” disse ele. Minha língua
arrastou sobre meus lábios e me perguntei o que poderíamos
fazer a seguir. Um pensamento veio à mente e eu escorreguei
em sua cama, fazendo-o se ajustar no fim quando me deitei.

“Espere, você tem um travesseiro? Eu não tenho um


travesseiro,” eu disse indignada, olhando para ele.

“Ah, os benefícios de estar aqui para sempre. Além


disso…” ele se inclinou para frente, seu corpo a apenas
alguns centímetros do meu enquanto pegava o travesseiro e
o jogava do outro lado da sala.

“Você nem vai me deixa usar?” Eu perguntei em


descrença.

“Provavelmente para seu bem. Eu durmo sem minha


máscara. Não gostaria que minha baba te matasse.” Morte
por baba de homem sexy não parecia a pior maneira de
morrer.
“Eu não sei, isso não parece tão ruim,” eu disse me
inclinando para trás e abrindo minhas pernas. Ele ficou em
silêncio em sua máscara enquanto se sentava lá, observando
enquanto eu mergulhava meus dedos entre minhas pernas e
brincava com a ponta da minha calcinha.

“Mostre-me,” ele exigiu. Eu sorri e fiz o que ele queria,


puxando minha calcinha de lado para mostrar a ele o que
estava por baixo. Talvez isso o encorajasse a me mostrar e a
falar um pouco sobre ele também, no final das contas.

Eu já estava molhada enquanto arrastava meus dedos


sobre mim. Eu fiz círculos preguiçosos ao redor do meu
clitóris e um pequeno som de prazer veio de mim. Mesmo que
eu não pudesse ver seus olhos, eu podia sentir seu olhar
ardente. Seu rosto escondido tornava a situação ainda mais
emocionante porque eu estava muito mais exposta do que
ele. Rosto nu, pernas nuas, centro nu onde arrastava meus
dedos para baixo. Ele era apenas um homem mascarado com
uma ereção por mim. Aquele que curtia esse negócio de me
expor.

“Eu sabia que sua boceta seria rosa e bonita,” ele


comentou, ajoelhando-se entre minhas pernas e puxando o
zíper para baixo. Seu pênis impressionante saltou, duro e
necessitado. Sua mão enluvada se envolveu em torno de si
mesmo e ele se acariciou enquanto me observava brincar
comigo mesma.

“Eu quero você mais perto,” eu admiti, minha voz


ofegante. Ele gemeu e bombeou um pouco mais rápido. “Por
favor. Você poderia se inclinar sobre mim,” eu implorei. Eu
queria seu corpo e também queria que ele fizesse algo
perigoso. Eu estava tentando estimulá-lo, insultá-lo a
brincar com o limite.
“Você ficar em baixo de mim? Parece uma receita para
o desastre.” Eu não tinha certeza exatamente do que ele
queria dizer com isso. Era porque seu esperma poderia
chegar em mim? Era porque se eu estivesse sob ele, ele não
seria capaz de se conter?

Porra, eu queria isso. Eu queria esse perigo e queria que


ele me quisesse tão terrivelmente que não tivesse certeza do
que faria. Não importando as consequências.

Aparentemente, perigoso era bom para ele também. Ele


tirou uma luva, em seguida, envolveu os dedos em torno de
si mesmo enquanto seu corpo mortal se aproximava. Abri
mais minhas pernas e ele pressionou para frente até que sua
mão lenta estivesse a apenas alguns centímetros da minha
mão entre as minhas pernas. Aquele pequeno espaço entre
nós parecia elétrico, um pequeno erro e nós nos tocaríamos,
pele com pele.

Eu mudei para trás, uma ideia vindo à mente.

“Muito?” Ele perguntou com um suspiro. Eu sorri e


inclinei minha cabeça acima de seu pau enquanto colhia
saliva em minha boca. Eu deixei escapar da minha boca,
pingando em seu pau de uma forma desordenada. Ele
amaldiçoou e passou a mão para cima e para baixo,
arrastando minha saliva ao longo de seu comprimento. Eu o
queria molhado e desleixado com meus sucos. Eu queria
ouvir os sons e ver o fluido brilhante cobrindo-o, parecendo
que eu realmente o coloquei na minha boca.

“Porra, isso é bom,” ele murmurou. Sua mão enluvada


se estendeu e envolveu meu cabelo em torno de seu punho.
Parecia o único lugar que ele poderia tocar sem me
machucar. Ele me segurou acima da cabeça de seu pau com
força suficiente para que eu não pudesse me mover.
“Continue babando no meu pau, linda Bree,” ele
encorajou. Eu deslizei uma mão de volta entre minhas
pernas e esfreguei enquanto ele gemia e um fluxo constante
de saliva rastreava da minha boca para seu longo pau.

“Deite-se,” ele ordenou enquanto soltava minha cabeça


e pulava da cama, pegando duas de suas camisetas. Ele se
acomodou entre minhas pernas, instruindo-me a espalhar
bem, então ele colocou camisetas em cada uma das minhas
coxas.

“Duas camadas”, disse ele em uma provocação rouca


antes de pressionar cada um de seus joelhos em minhas
coxas, forçando-me mais longe, e me prendendo embaixo
dele. Baz não segurou seu peso, seus joelhos cavando em
minhas pernas para me manter aberta.

“Porra,” eu bufei, me sentindo exposta e contida. Ele


olhou para mim com sua máscara de palhaço esquisita. A
máscara sorria cruelmente para mim - faminta. Meu coração
bateu um pouco mais rápido no meu peito e Baz estava
agarrando aquele pau longo e curvo dele. Ainda estava
escorregadio com minha saliva enquanto ele se acariciava
vigorosamente.

Ele se inclinou para frente em uma mão, trazendo


nossos corpos mais próximos, sua máscara perturbada e
corpo letal pairando bem acima de mim. Seus joelhos
cravaram em minhas coxas, tornando o alongamento brutal.
Uma pitada de pânico se contorceu dentro de mim como um
choque estático.

Baz estava completamente no controle agora. Eu me


deixei ficar nesta posição, totalmente aberta com seu pau
muito duro e necessitado a centímetros de distância. Eu
sabia que ele devia querer tanto enterrá-lo dentro de mim -
que sua necessidade voraz devia estar consumindo seus
pensamentos enquanto ele zombava e brincava neste jogo
perigoso.

Uma pequena gota de seu pré-gozo poderia cair entre


minhas pernas e eu estaria morta. Ele sabia disso e quase
encorajava a situação. A emoção deste momento era
inebriante, elétrica e me atingiu bem entre as minhas
pernas.

“Toque-se,” disse ele, me fazendo perceber que eu estava


segurando seu cobertor com força. Eu respirei trêmula
enquanto deslizava meus dedos entre minhas pernas
abertas, então eu fiz algo ruim. Eu o provoquei, da mesma
forma que o provoquei o início.

Eu abri meus lábios, expondo minha abertura como um


presente que eu estava oferecendo. Eu estava tentando a
minha destruição, tentando-o a fazer isso.

“Merda,” ele amaldiçoou e eu vi uma gota de líquido sair


da cabeça de seu pênis, escorregando. Foi varrido por sua
mão antes que pudesse se acumular e cair sobre mim, mas
eu tremia do mesmo jeito. Isso era o mais perigoso que
poderia ser e eu estava adorando. Eu estava gostando muito.

Eu me sentia viva, desejada e tão frustrantemente


carente com a sensação de vazio entre minhas pernas. Eu
queria Baz dentro de mim tão terrivelmente que um gemido
patético subiu pela minha garganta. Quem sabia que eu era
tão masoquista? Que ser contida pelo meu assassino
mascarado me traria tanto prazer?

“Linda, linda Bree. Você realmente não deveria me


provocar agora. Eu fico imaginando fazer isso,” ele admitiu
com respiração difícil. Sua mão se moveu mais rápido e seus
joelhos começaram a me machucar enquanto ficavam
pressionados em minhas coxas. “Enchendo sua boceta
carente. A felicidade que eu sentiria seria muito boa. Eu não
pararia. Seu corpo faria isso comigo, Bree. Isso é o quanto
eu te quero. Isso é o quão boa você é. Eu deixaria você morrer
para obter aquele prazer delicioso que você me oferece.”

Um arrepio percorreu minha pele enquanto ele gemia,


passando o polegar sobre a cabeça de seu pau, recolhendo
mais do líquido mortal que havia escapado.

Porra, precisávamos parar. Ele estava cada vez mais


perto.

E se ele simplesmente fizesse isso? Golpeando seu pau


bem fundo dentro de mim, selando meu destino porque ele
não conseguiu conter a compulsão. Bastaria um movimento
repentino que eu fosse incapaz de parar. Eu não tinha
controle aqui e estava contando com um homem que poderia
não ter o controle que eu precisava que ele tivesse.

Uma sensação de ansiedade estava no estômago agora,


fazendo-me sentir um pouco de pânico. Eu meio que gostava
de borboletas no meu corpo e energia correndo pela minha
pele. A maioria das pessoas achava que a ansiedade e o medo
eram coisas ruins. Eu não. Eu dava boas-vindas à
eletricidade sob minha pele e deixava o medo me levar mais
alto.

Eu não era suicida e não podia deixar de lutar contra


minha vontade de viver. Eu lutei embaixo dele, mas ele era
forte, seus joelhos bem colocados. Baz não estava me
deixando ir. Ele riu sombriamente entre suas respirações
pesadas enquanto eu tentava me contorcer para longe.

“Você me deu muito controle. Você começou com isso,


não foi, pensando que eu realmente pudesse fazer? Que eu
posso te querer tanto que vou te foder.” Ele estava tão certo.
Mesmo agora, enquanto ele me segurava, eu estava me
tocando, esfregando rápido enquanto um orgasmo rolava
implacavelmente.

Ele cantarolava de alegria enquanto eu lutava embaixo


dele, parecendo gostar de minhas tentativas de buscar a
segurança longe dele. Pequenos gemidos de prazer
escaparam da minha boca aberta enquanto eu continuava
esfregando entre as minhas pernas, correndo em direção a
uma alegria avassaladora.

Baz apontou seu pênis para baixo enquanto ele


continuava batendo punheta, bem em direção à minha
entrada, e eu engoli um suspiro de choque. Ele pressionou
seus quadris para frente levemente como se estivesse prestes
a me penetrar.

Ele iria fazer isso, iria empurrar para dentro do meu


corpo e ter todo o prazer que ele quisesse, mesmo que isso
me matasse. Eu gemi quando meu orgasmo bateu em mim.

“Baz!” Eu gritei e ele engasgou, em seguida, ele saiu e


gozou, quase me atingindo com seu esperma quando
explodiu dele.

“Porra!” Ele rugiu e foi o barulho mais conflitante que


eu já ouvi. Raiva, alívio e frustração se enredavam
perigosamente. Eu gritei e me contorci ao vê-lo derramar na
cama entre as minhas pernas, deixando cair seu veneno a
poucos centímetros de mim.

Uma batida na porta nos interrompeu e nossas cabeças


se ergueram de surpresa. Meu brilho era inebriante, mas a
clareza despertou.

Droga, eu esperava que eles não notassem que eu estava


entrando aqui ou pelo menos não ligassem muito para eu
quebrar uma das minhas regras de “nunca entrar no quarto
de outras pessoas”. Ninguém nos incomodou ontem.

Baz olhou para a porta por um momento antes de seu


rosto mascarado se voltar para mim.

“Você convidou alguém aqui?” Ele perguntou com a


cabeça inclinada.

“O quê, para lutar com você?” Eu perguntei com uma


risada ofegante, puxando minha calcinha de volta no lugar e
delicadamente me sentando - cautelosamente ciente de seu
pau pingando e da poça de esperma.

Ele resmungou desapontado quando eu pulei. Hora de


me esconder, pensei enquanto olhava seu guarda-roupa. Eu
não seria pega em uma sala se não tivesse que ser. Corri para
o guarda-roupa enquanto ele se enfiava de volta nas calças
com um suspiro.

“O que você está fazendo?” Baz perguntou, soando um


pouco em pânico quando sua cabeça se virou para mim.

“Escondendo, obviamente. Não devo entrar no quarto de


outras pessoas.” Eu agarrei a porta.

“Não!” Ele gritou. Ele devia ter algo embaraçoso lá


dentro. O que parecia divertido, exceto quando eu abri e tudo
o que vi foi um guarda-roupa normal totalmente recheado
com roupas e botas e luvas. Eu entrei e rastejei para dentro.

“Porra, você realmente entrou aí. Ok, isso está


acontecendo,” ele riu como se algo fosse engraçado. Notei que
ele recuperou a luva e a colocou de volta. Ele também
rapidamente pegou seu cobertor sujo e o empurrou no canto
antes de fechar o guarda-roupa para mim.
A batida veio de novo e ouvi a porta ranger um pouco ao
abrir.

“Estou aqui para me desculpar,” ouvi um rosnado muito


profundo de uma voz. Pertencia a um homem enorme e
monstruoso. Nemo estava aqui então, e não se tratava de me
meter em encrenca. Fiquei surpresa com o quão rápido ele
pareceu se recuperar da luta anterior, quando as pessoas
afirmaram que todos morriam do veneno do Baz. Seria
possível que estivessem exagerando?

Recostei-me no guarda-roupa, relaxando um pouco.


Algo grande bateu no meu braço e estendi a mão para
empurrá-lo de cima de mim.

“Oh, ho ho!” Eu ouvi Baz dizer em absoluto deleite. “Eu


me perguntei quando eles trariam você para rastejar. De
joelhos, camponês!” A coisa pressionando em mim era maior
e mais pesada do que eu pensava. Eu empurrei lenços do
meu rosto, eles estavam pendurados no poste de metal como
serpentes tirando uma soneca.

Olhos leitosos me encararam. Um cadáver. A porra de


um cadáver no armário escuro, amontoado ao meu lado
como se estivéssemos jogando sete minutos no inferno.
Também parecia estranho. Seu cabelo e pele eram grisalhos,
mas havia veios verdes profundos e pretos. Caiu em minha
direção, boquiaberto, e gritei e me debati quando ele me
empurrou. Caímos para frente, o cadáver e eu, caindo do
guarda-roupa, direto no chão.

Rapidamente, chutei o corpo nojento de cima de mim


com sua pele nojenta e esponjosa e olhei com os olhos
arregalados para as outras pessoas na sala. Nemo pareceu
um pouco surpreso em me ver, mas não deu atenção ao
cadáver. O segurança de cabelos laranja suspirou como se
isso fosse apenas um pequeno aborrecimento.
“Encontrei Frank,” ele gritou no walkie-talkie.

“Frank, Bree. Bree, Frank,” Baz disse gesticulando para


frente e para trás entre mim e o homem morto como se ele
estivesse me apresentando a um amigo dele.

Todos os avisos que as pessoas me deram passaram


pela minha cabeça. Era tarde demais para deixar um
pequeno cadáver no armário me assustar. Eu não poderia
deixar meu vilão mascarado ir - mesmo que ele acabasse
sendo meu assassino. Além disso, no que me dizia respeito,
ele ainda estava muito melhor do que Orson, que havia
deixado quatro corpos para eu tropeçar.

Nemo parecia imperturbável com o corpo, mas em vez


disso olhou para mim como se eu fosse a coisa mais estranha
na sala. Seus olhos percorreram o quarto, observando os
lençóis amarrotados da cama. Suas narinas dilataram-se e
foi quando suas sobrancelhas subiram pela testa e o choque
atingiu seus olhos.

“Mas como?” Ele perguntou confuso e uma pitada de


nojo curvando seu lábio. O segurança pressionou um bastão
em sua lateral, fazendo-o grunhir.

“Peça desculpas,” disse o homem. Eu olhei para Frank


e ele olhou para mim com seus olhos mortos. Quer dizer, ele
não estava realmente olhando para mim desde que estava
morto, mas seus olhos estavam voltados para mim. Era
quase cômico deitar no chão com um cadáver e ninguém
dando a mínima. Caso eu mesma dê a mínima? Frank, o
cadáver, não ofereceu nenhum conselho.

“Sinto muito pela tentativa de homicídio,” Nemo


grunhiu. Cada palavra parecia dolorosa para ele dizer. Foi
quando percebi que ele estava suando, respirando
pesadamente e balançando a cabeça de vez em quando,
como se sentisse dor.

“Ele está bem?” Eu perguntei. Minha mente vagou para


a injeção experimental que eles deram a ele à noite, enquanto
eu estava na solitária.

Eles estavam testando algo novo nele? Eles estavam


testando aquela droga nele? Minha mente vagou para a noite
assustadora de gato e rato - a perseguição que não deveria
ter me animado. Baz ignorou minhas preocupações e estalou
sua língua para Nemo.

“Não tenho certeza se acredito em você. Você não parece


muito triste,” Baz disse. Nemo estendeu a mão e enxugou o
suor da testa. Ele estava praticamente ofegante agora. Ele
esticou os ombros largos para trás e estalou o pescoço em
agitação.

“Ei, ele não parece bem,” eu disse e mais uma vez fui
prontamente ignorada por todos, incluindo o segurança de
cabelo laranja que cutucou Nemo com o bastão novamente.
Nemo ergueu os olhos e vi suas pupilas dilatando-se e suas
narinas dilatadas. Seus músculos ficaram tensos e ele
estremeceu como se estivesse lutando contra algo.

“Eu sei!” Baz disse com entusiasmo. “Que tal um


boquete de desculpas. Você pode morrer chupando meu pau
como eu sei que você quer,” Baz disse em uma voz baixa e
provocadora, quase um pouco rouca.

“Cale a boca,” Nemo rosnou por entre os dentes. Ele


fechou os olhos e esfregou a testa, praguejando baixinho.

“Peça desculpas direito,” o segurança disse com um


suspiro.
“Ele realmente não parece bem,” eu disse e finalmente
Baz se virou para mim. Seus olhos de máscara de palhaço
esquisitos e boca de canibal não me ofereceram nenhum
feedback. Tudo o que fez foi me deixar inquieta. O cadáver
que ele escondeu em seu armário por um período de tempo
desconhecido também ajudou a essa sensação
desconfortável.

Algo parecia estranho em Baz, eu percebi. Ele parecia


bom e não violento, mas havia um desconforto assustador
sobre ele. Eu nunca poderia dizer o quanto ele realmente se
importava com a vida das outras pessoas.

Lambi meus lábios e me perguntei o quão louco esse


homem poderia ser. Olhe para mim, pensei, colecionando
assassinos em série e psicopatas mascarados. Também
gostava da minha pequena coleção. Eu me perguntei se seria
mais completa com um homem grande e bestial. Achei que
provavelmente seria perfeita assim.

Baz se voltou para Nemo e suspirou em aborrecimento


enquanto acenava para ele.

“Bem, bem. Eu posso ver que eles te deixaram doidão.


Desculpas aceitas, agora vá se foder. Você está estragando o
clima,” disse ele sugestivamente, fazendo um círculo com
uma das mãos e enfiando o dedo indicador para dentro e
para fora, um gesto grosseiro de sexo. Nemo mudou seu
olhar para mim e Baz deslizou na frente dele, bloqueando
sua visão de mim - me protegendo.

“Não olhe para ela. Ela me quer,” ele disse com uma
risada como se o fato fosse hilário. Nemo parecia confuso e
enojado por um momento antes de se curvar e gemer. O
segurança franziu a testa para a tela e puxou seu walkie-
talkie.
“Ele está tendo uma reação,” ele murmurou no
dispositivo portátil.

“Controle-se,” Baz disse em aborrecimento.

“Pare de falar,” Nemo rosnou. “E vá se ferrar. Você


cheira nojento.”

“Oh sério? Você mudou de ideia sobre o meu cheiro? Eu


lembro que você costumava dizer que gostava. Este é o pior
pedido de desculpas que eu já ouvi,” Baz suspirou. Tive
vontade de dizer a Baz que ele deveria ouvir Nemo e se
afastar do homem enorme, mas seria eu dando conselhos
num mundo que o homem maior era pior. O que não era o
caso aqui. Baz era intocável e não havia como derrotar isso.
A única maneira de Nemo colocar as mãos nele era porque
Baz usava roupas em todos os lugares.

“Leve-me para baixo,” Nemo cuspiu por cima do ombro


para o segurança. Suas mãos saíram e ele agarrou a moldura
da porta, segurando seu corpo enquanto as veias pipocavam
em seus braços. Ele estava vestindo uma camisa branca com
as mangas arregaçadas sobre os bíceps grossos e
protuberantes. Sua calça de moletom cinza estava esticada
nas coxas grossas. O segurança pressionou o walkie-talkie
contra o ouvido e acenou com a cabeça enquanto ouvia
alguém.

Os bíceps de Nemo estremeceram enquanto ele


segurava o batente da porta com brutalidade, seus dedos
tentando amassar o material duro.

“Leve-me para baixo agora!” Nemo rugiu. Em vez de


fazer o que ele pediu, o segurança rapidamente chutou Nemo
nas costas, fazendo-o cair para frente. Seu corpo colidiu com
Baz e minha boca abriu em choque desde que tocar Baz era
um grande não. A porta do quarto de Baz bateu e então o
som de fechaduras girando clicou e estalou.

“Uh, o que diabos está acontecendo?” Eu perguntei


enquanto Baz empurrou Nemo dele. Nemo caiu no chão de
joelhos, respirando profundamente como se estivesse
tentando se controlar. Eu rapidamente mudei para trás de
Baz e ele se afastou da minha repentina proximidade.

“Cuidado,” ele sibilou.

“Olhe para ele,” eu disse apontando para Nemo se


levantando no chão. “Ele ainda pode rasgar um de nós em
pedaços, então eu vou ficar atrás de você.” Baz caminhou
para frente e se agachou perto do rosto de Nemo.

“Você está bem aí, vira-lata?” Ele perguntou.

“Afaste-se, sua aberração de merda.”

“Nah, por que eles trancaram você aqui? O que eles


estão testando em você desta vez?” Baz perguntou. Nemo
rosnou e empurrou Baz no peito, fazendo-o cair de bunda.
Era estranho ver alguém tocar de bom grado em Baz quando
todos os outros davam a ele um raio de seis metros.

Tentei me lembrar do que exatamente o Dr. Stein havia


chamado aquela droga naquela noite.

“É o tratamento hormonal daquela noite?” Eu soltei,


orgulhosa de ter lembrado. Baz começou a rir.

“Eles estão transformando você em uma mulher?” Ele


perguntou, caindo de lado e rindo histericamente.

“Não, espere, isso não está certo,” eu disse, balançando


minha cabeça e tentando lembrar o que exatamente havia
sido dito. Nemo rosnou e seu braço se sacudiu, agarrando o
tornozelo de Baz e puxando-o para mais perto.

“Que diabos está fazendo?” Baz perguntou com um tom


despreocupado enquanto Nemo o arrastava para baixo dele.
Minha língua arrastou sobre meus lábios, lembrando de
estar debaixo daquele corpo grande e quente e todas as
lambidas e mordidas que ele ofereceu. A nuca do meu
pescoço formigou com a memória. Baz estava agindo frio
como um pepino com os braços cruzados e um tom
vagamente irritado.

“Ah!” Eu disse finalmente lembrando. “O médico estava


tentando deixá-lo com muito tesão! Feromônios, não
hormônios. É isso, não é?” Eu perguntei, meu coração
batendo um pouco mais rápido.

O que aconteceria com nós dois trancados aqui com ele?

O que ele faria com Baz, que ele afirmava odiar tanto?
Havia uma relação mais complicada entre eles do que eles
admitiam e agora parecia particularmente interessante que
Nemo tinha arrastado Baz diretamente para baixo dele e
estava ofegando em cima dele, seus músculos tensos
enquanto ele tentava se impedir de fazer algo.
CAPITULO QUINZE

“Sim, feromônios,” eu rosnei. Foda-se Stein e seus


experimentos doentios. Eu não tinha certeza do porque ele
me deu esta droga antes de me enviar para pedir desculpas
a Baz. Talvez o doente tenha gostado da ideia de Baz e eu
juntos. Provavelmente não, o cara não tinha um osso sexual
em seu corpo.

Agora eu sentia como se meu corpo inteiro estivesse


doendo de desejo. Era opressor. Tudo nesta sala cheirava a
Baz - frutas cítricas e especiarias - e com seu corpo sob o
meu eu tremi com uma necessidade que não pude controlar.

Stein sabia sobre meus sentimentos conflitantes em


relação a Baz, não sabia? É por isso que ele estava fazendo
isso. Ele queria me ver sucumbir aos meus instintos e estava
me prendendo com alguém que ele pensou que eu teria
problemas para resistir.

Porra, porra, porra. Eu tinha que lembrar o quanto eu


odiava Baz, a porra de uma aberração.

Isso não importava, no entanto. Meu eu primitivo estava


gritando de raiva que eu não estava fodendo as duas pessoas
trancadas neste quarto comigo. Que irônico eu ter acabado
aqui com eles. Poderia ter sido qualquer outra pessoa e me
controlar teria sido moleza. Mas esses dois? Eles estavam me
fazendo agir como um animal no cio.

Eu precisava foder alguma coisa. Bree tinha um cheiro


quente e vivo - delicioso e tentador. Eu podia sentir seu medo
e sua excitação. Eu não conseguia nem lembrar quantas
vezes eu bati no meu pau, pensando nela empurrando sua
bunda contra minha ereção, me implorando para tomá-la ali
mesmo naquele chão na outra noite.

“Tesão? Você deve estar me sacaneando,” Baz disse,


virando de barriga e tentando sair rapidamente debaixo de
mim. Seu corpo balançou perto da ereção dolorosa rompendo
as costuras da minha calça. A necessidade de enfiar meu
pau em algo rugiu dentro da minha cabeça e antes que eu
percebesse eu estava envolvendo meu braço ao redor da
cintura de Baz em uma fortaleza da qual ele não poderia sair,
forçando nossos corpos a serem pressionados juntos.
Enterrei meu nariz em seu pescoço coberto e seu cheiro
encheu minhas narinas.

O cheiro de frutas cítricas e especiarias deveria ter


limpado minha mente, me lembrado que eu o odiava. Em vez
disso, apenas me fez nadar mais. Fodidos instintos. Não
importava quantas vezes lutamos e tentamos matar um ao
outro, eu nunca superaria o fato de que minha besta pensava
que ele era algum tipo de companheiro. Eu odiava isso.
Odiava o animal dentro de mim. Nem era permitido sair -
Stein garantiu isso com suas drogas de supressão - e ainda
controlava minhas ações.

Segurá-lo parecia familiar e bom. Parecia que estava me


reunindo com alguém que pensei ter perdido para sempre.
Era um sentimento muito ruim porque era uma mentira.
“Cachorro Mau!” Baz estalou como se repreendesse um
cachorrinho de estimação. Ele achava isso engraçado pra
caralho?

“Cale a boca,” eu rosnei. Eu o odiava. Odiava suas


piadas sarcásticas e sua falsa natureza despreocupada.
Odiava suas provocações. Odiava como eu sabia que deveria
ser a pessoa mais forte neste lugar, mas ele sempre seria
mais forte através de alguma estranha brecha fodida. Eu
odiava seu corpo também. Quão sólido ele parecia em meu
braço, quão forte ele cresceu para ser.

Era o oposto da frágil pequena Bree. Ela era macia e


magra. Pálida e fraca. Eu poderia quebrar seu corpo inteiro
ao meio. Ela precisava de proteção e ela precisava de mim no
cio entre suas coxas, preenchendo seu calor escorregadio até
que ela gotejasse com meu sêmen.

Baz era um homem, não mais a coisa minúscula que ele


era quando nos conhecemos. Não mais fraco e precisando de
proteção. Mas, realmente, ele nunca precisou da minha
proteção. Não, porque eu não era a maior ameaça na sala.
Ele era.

Não importava o quanto meu corpo era mais forte e


maior, ele era o chefe. Ele era o maldito Alfa. Meus instintos
se torceram em confusão. Raiva, hostilidade, desejo,
desespero, proteção... mágoa.

É por isso que ele e eu nunca trabalhamos como nada


além de inimigos. Meu lado animal era compelido além dos
instintos naturais a ser a coisa maior e pior na sala. Isso me
dizia para rasgar Baz em pedaços, rasgá-lo em fodidas
partes. Desafiar, dominar e matar.
Baz me ofereceu um enigma de instintos que se debatia
com raiva dentro de mim. A confusão constante retumbando
dentro de mim me deixava louco.

“Eu não vou calar a boca. Eu posso sentir um pau na


minha bunda, seu psicopata de merda. Por que todo mundo
está tentando me foder hoje? Alguém parou para pensar, ei,
talvez Baz não queira foder? Talvez ele goste de não matar
pessoas com seu corpo! Huh? Alguém pensou nisso!” Ele
gritou de quatro enquanto eu o segurava contra mim. Droga,
ele tinha que dizer algo sobre transar com ele.

Amaldiçoei enquanto meus quadris tremiam.


Finalmente, era demais. Mesmo eu o odiando, mesmo ele
tendo um pau, mesmo ele me rejeitando não conseguia parar
de moer minha ereção dolorosa em sua bunda. Meu monstro
rosnou de prazer e um tremor profundo me oprimiu. Isso
deveria parecer errado, mas em vez disso parecia certo.

“Eu não quero ser encoxado por um animal,” ele


grunhiu com uma voz rouca que parecia quase zangada.

“Eu pensei que você fosse venenoso?” Bree perguntou,


seu lindo rosto contraído em confusão quando ela
testemunhou nosso toque prolongado.

“Venenoso eu sou. É só que - AH!” Ele engasgou quando


eu me apertei com mais força contra ele, buscando aquele
atrito satisfatório. Eu não gostava que eles estivessem
apenas conversando como se tudo estivesse normal. Não
gostava de como ele nem estava lutando para fugir. Era como
se ele quisesse e isso não fazia sentido.

Porra. Eu empurrei minha mão para baixo e agarrei seu


pau. Estava duro.
Eu não podia lidar com isso. Ele me rejeitou. Que merda
doentia, ficando duro porque um homem estava se
esfregando contra ele. Que eu estava me esfregando contra
ele. Eu empurrei minha palma contra aquela ereção e
esfreguei um pouco, meu pau estremecendo.

“Você está duro,” eu disse acusando com nojo, sentindo


meu pau latejar em resposta às minhas palavras.

“Oh, estou duro? Seu pau está aninhado contra a bunda


da minha calça e é como a porra do tronco de uma árvore,”
Baz murmurou. O cheiro de Bree estava me provocando. Ela
estava olhando para mim entrando em Baz. Eu queria
transar com ela. Eu queria segurá-la e esmurrar seu calor
até que tudo que ela pudesse fazer fosse gritar meu nome.
Então eu queria marcá-la com mordidas, a marca crescente
muito específica da minha grande boca predatória. Eu queria
vê-la pingar minha semente, pintando seus lábios inferiores
em uma bagunça brilhante.

Meu pau estava vazando em minhas calças e eu me


esfreguei tão forte contra Baz que pensei em esfregar meu
pau de uma vez. Baz. Eu estava encoxando Baz. Mais uma
vez, esse pensamento me fez estremecer e eu queria foder,
poderia ter admitido que a reação era algo diferente de
prazer.

Porra, eu queria parar certo? Eu não queria sentir sua


bunda dura e musculosa tentando abraçar meu pau através
de suas calças. Eu não queria apertar seu pau na minha
grande mão como se estivesse feliz em sentir como ele era
grosso e firme como um poste de aço.

Ele respirou fundo enquanto eu apalpava sua ereção. O


barulho me fez rosnar e empurrar com mais força, na
esperança de fazer um buraco em nossas roupas e me
enterrar dentro dele. Eu tinha que estar dentro dele. Eu
queria tanto isso. É o que minha besta queria, é o que meu
corpo queria, é o que eu queria.

Não! Eu não queria, eu odiava ele. Eu odiava sua porra


de corpo e sua porra de rosto e sua porra de cheiro que
estava girando na minha cabeça me deixando tonto. Eu não
gostava do pau dele. Não gostava de sua voz profunda e peito
musculoso. Eu balancei minha cabeça, tentando desalojar a
confusão em minha cabeça.

“Pare de acariciar meu pau, seu estranho de merda,”


Baz murmurou, sobre o que eu deveria fazer. Sua mão
enluvada pressionou a mão que agarrava seu pau. Em vez
de tentar me puxar, ele empurrou minha mão e a encorajou
para cima e para baixo. Um pequeno ruído ofegante saiu de
sua boca e meu pau estava vazando novamente.

Que diabos? Ele deveria me jogar de cima dele, chutar


meu estômago e me dizer para ir se foder. Exatamente como
o que aconteceu antes. Mas ele não estava e isso me
confundiu. Eu cerrei meus dentes.

“Te odeio. Apenas fique parado,” eu disse mordendo seu


ombro. Baz ficou imóvel como uma vara e sugou uma
respiração por entre os dentes.

“Este é o filme pornô mais estranho que já vi,” disse Bree


e eu tentei ver do ponto de vista dela, observando um homem
enorme como eu se esfregando contra um homem com uma
máscara de palhaço enquanto nós dois dizíamos um ao outro
como nós nos odiávamos. “Mas você sabe, eu acho que isso
está fazendo algo por mim,” ela acrescentou balançando a
cabeça.

Ela caminhou até a cama de Baz, levantou sua saia com


um sorriso zombeteiro e mergulhou seus dedos na calcinha
muito molhada. Merda. Ela realmente gostava disso - gostava
de me ver transar com Baz. Ela gostava de como eu estava
usando sua bunda como meu posto de massagem para meu
pau. Como ele fazia aqueles pequenos ruídos ofegantes como
se não pudesse evitar - como se ele quisesse isso.

A ideia de ele querer isso me fez sentir malvado porque,


que porra é essa realmente? Não fazia sentido. Eu empurrei
a cabeça de Baz contra o chão e continuei empurrando
contra ele. Eu daria a ela um show se ela gostasse disso
então. Tentar fazer com que ela se esfregasse mais rápido e
deixasse escapar mais daquela doce excitação. Eu iria mais
forte... por ela. Isso era para ela, disse a mim mesmo. Não
para mim e não era sobre Baz de forma alguma. Não, eu
odiava Baz e fiquei surpreso que ele não me fez amolecer,
mas ao invés disso estava me fazendo sentir mais duro.

“Mas de verdade. Como Nemo está bem? Você disse que


mesmo através das roupas…” Ela parou, mordendo o lábio
enquanto brincava consigo mesma. Ela não entendia
completamente a situação com Baz e eu. Que seu veneno não
era tão potente para mim. Ela ainda tinha razão. Ele era
totalmente capaz de me foder agora e não fez.

“Por que estou bem? Normalmente, meio segundo e


eu...” Eu interrompi com um gemido que saiu da minha
garganta antes que eu pudesse impedir. Droga, eu realmente
tentei engolir de volta, mas não consegui. Baz estava
ofegando debaixo de mim, sua bunda espetada como uma
cadela no cio e parecia que às vezes ele estava se mexendo,
me provocando.

“É complicado,” Baz murmurou. Ele não conseguia ver


Bree se tocando com a cabeça no chão. Esse show era todo
para mim. Eu quase podia ouvir o som de sua boceta
molhada enquanto seus dedos se moviam.
“Você está gostando disso?” Eu rosnei para Baz, me
sentindo à beira de rachar.

“Não!” Baz exclamou, mas ele não estava tentando fugir.


Na verdade, ele parecia que estava projetando sua bunda
para trás enquanto eu empurrava meus quadris para frente,
encontrando minhas estocadas. “Posso me tornar mais
tóxico quando estou sendo ameaçado,” explicou ele a Bree.
Eu empurrei minhas mãos contra sua nuca, segurando-o
contra o chão enquanto me inclinei sobre ele.

“Isso não parece ameaçador para você?” Eu grunhi em


seu ouvido. Porra, eu me perguntei como seria tocar aquela
pele dele sem me machucar? Que tipo de alívio me daria
empurrar no anel apertado de sua bunda ou enfiar meu pau
grosso em sua garganta para que eu não tivesse que ouvi-lo
falar. Eu o faria engasgar com isso e seria bom pra caralho.
Especialmente com seus olhos olhando para mim com
lágrimas. Aqueles olhos sempre provocadores e peculiares
que eu não via há anos.

“Não, parece patético,” Baz resmungou. A raiva subiu


como uma onda e eu coloquei minha mão de volta entre suas
pernas e o esfreguei para cima e para baixo, fazendo-o
prender a respiração.

Todos aqueles sentimentos calorosos idiotas que eu


costumava ter lutando para borbulhar em meu intestino.
Foda-se isso.

“Isso é o que parece patético,” eu rosnei enquanto o


acariciava rudemente. Eu odiava a sensação de peso de seu
pau contra minha mão. Se essa aberração viesse em seus
jeans, eu riria por último. Com esse pensamento, pressionei
minha palma contra ele e esfreguei mais rápido.
“Você pode conscientemente se tornar mais mortal?”
Bree perguntou, com os olhos semicerrados. Ela olhou para
nossos corpos enquanto empurrava sua calcinha para o
lado, revelando seu calor úmido para mim. Porra.

Baz ignorou sua pergunta, cerrando os dentes através


de pequenos gemidos que continuavam saindo dele. Eu
estava fazendo seu corpo se sentir bem. Mesmo que ele me
odiasse, aqui estava ele sob mim, prestes a gozar em suas
calças. Eu me perguntei se eu o sentiria pulsar e latejar
através de suas roupas e se lambesse meus lábios.

Baz continuou sibilando o quanto ele me odiava e isso


apenas me fez sorrir mais amplamente enquanto eu
continuava. Como se ele me encorajasse sem palavras.

“Responda a ela,” eu gritei, movendo minha mão para


baixo e apertando suas bolas com muita força. Ele
estremeceu embaixo de mim e me perguntei se o teria sentido
apertar em torno do meu pau se estivéssemos realmente
fodendo.

“Sim!” Ele deixou escapar a sua pergunta. Sim, ele


poderia estar me passando seu veneno, mas não estava e
agora ele foi forçado a admitir isso. Admitir que ele estava me
deixando fazer isso com ele. Que ele queria.

Um grunhido rasgou minha garganta e eu empurrei


contra ele com mais força, mas não foi o suficiente. Bree fez
um pequeno ruído ofegante de prazer e eu me senti
fodidamente selvagem.

“Você quer isso, hein?” Eu gritei para Baz, agarrando


seus quadris e esfregando tão forte quanto pude, buscando
prazer. Aposto que seria satisfatório ver meu esperma
pingando dele. Eu transando com ele com tanta força que ele
finalmente ficaria sem palavras pela primeira vez. Sem
palavras e marcado como meu. Então eu definitivamente
seria o Alfa aqui e meus estúpidos instintos poderiam parar
de se enfurecer tão forte em todas as direções sobre Baz.

Não importaria o quão venenoso ele era se eu pudesse


enchê-lo e torná-lo meu. Eu gemi.

“Foda-se,” Baz murmurou, soando excitado.

“Eu não aguento isso. Isso não é suficiente,” eu rosnei.


Eu me senti prestes a fazer algo estúpido.

“Bem, eu não sei o que você quer que eu faça,” Baz


disparou de volta.

“Foder nas coxas!” Bree gritou de empolgação. “Foda


insana com ódio pulou para o topo da minha lista de
perversões,” disse ela. Sim, ela realmente gostava disso. Eu
pude ver o quanto ela gostou com aqueles lábios rosados de
boceta quase pingando de sua excitação. Eu queria tanto
transar com ela. Queria sentir sua boceta molhada
agarrando meu pau. Eu iria rasgá-la pela metade neste
ponto, no entanto.

Além disso, era uma má ideia. Eu já me permiti crescer


apegado a Baz e olha o que eu consegui? Rejeição, traição.
Eu não deixaria isso acontecer duas vezes.

Se eu transasse com Bree, sabia que giraria um botão


que não poderia desligar novamente. Que todos esses
instintos que eu estava pressionando voltariam à superfície
e depois? Ela nem gostava de mim e eu odiava aquela
sensação de precisar de alguém que não precisava de mim
de volta.

Meu braço envolveu Baz e eu o virei de costas. Eu daria


a ela um show, no entanto. Ela gostava disso. Ela queria
mais. Eu daria mais para ver, porque queria agradá-la. Esse
era o raciocínio estúpido que eu estava usando, embora
fizesse pouco sentido.

Se eu realmente quisesse agradá-la, iria até lá e enfiaria


meu pau grosso naquela linda boceta. E se eu realmente
odiasse a ideia de foder um cara, foder Baz, eu realmente
estaria imaginando tanto? Porra.

“Tire a máscara dele,” Bree exigiu, sua voz animada. Eu


podia sentir o cheiro de sua excitação. Era espesso e
inebriante e fiquei surpreso que não estava pingando em sua
perna. Ela queria ver Baz? Eu bufei.

“Eu prefiro olhar para a máscara fodida do que para seu


rosto feio,” eu disse com um sorriso zombeteiro para o
homem abaixo de mim. Ele parecia bem ali, de costas como
se estivesse pronto para me levar. Eu não deveria pensar isso
sobre um homem, especialmente sobre ele. Meus braços
envolveram suas pernas e eu pressionei suas coxas juntas.
Este é o lugar onde ele pertencia, no entanto. Esta posição
acalmava o alfa raivoso dentro de mim.

“Ei, eu não sou feio!” Ele bufou e um sorriso divertido


cruzou meu rosto. Minha ereção estava latejando.

“Oh sim, Baz aqui é o filho da puta mais feio vivo. Essa
é a verdadeira razão pela qual ele usa uma máscara,” eu
disse com um largo sorriso para Bree. Eu realmente os
peguei brincando antes?

Eu poderia apenas imaginar isso. Seu belo corpo


fazendo pequenos ruídos choramingando como a pequena
megera sexy que ela era. Essa longa ereção que eu podia ver
pressionada contra as calças de Baz empurrando contra sua
calcinha. Os dois ofegando e se movendo e gemendo. Sua
respiração ofegante, sua voz rouca.
Porra. Eu puxei meu pau enorme de minhas calças,
agarrando-o na base e dando um golpe apertado antes de
guiá-lo em direção às coxas de Baz. Quase parecia que eu
realmente iria transar com ele.

“Você vai realmente usar minhas calças para gozar? Isso


soa doloroso,” Baz disse, assistindo e soando quase
animado. Porra, por que ele não estava lutando comigo? Por
que ele estava me deixando fazer isso? O ódio entre nós era
palpável no ar.

Era porque ele estava com tanta necessidade de


extravasar? Seu pau sempre duro e seco, latejando nas
calças onde ninguém podia ver? Aposto que estava latejando
agora, desejando ter gozado em minha mão, sem roupas
entre nós; desejando ter sentido as cristas das veias nele e
escovado meus dedos sobre a cabeça de seu pau. Ele deixaria
um homem que ele odiava agarrá-lo e acariciá-lo até que ele
gozasse em seu próprio peito, não deixaria?

Ou era porque era eu que parecia tão carente? Não, eu


não poderia pensar assim.

“Eu não tenho mãos macias como você. Eu gosto de ser


áspero,” eu gritei, pressionando as coxas de Baz juntas com
mais força e então empurrando nelas antes de pensar muito
sobre isso, fazendo ser algo que não era. Eu cerro meus
dentes. O material era macio, mas ainda era áspero o
suficiente para causar queimaduras. Deus, meu pau estava
entre as coxas de Baz e eu podia sentir a protuberância de
suas bolas, garantindo que não houvesse dúvida de que ele
era um homem.

Eu imaginei o quão patético ele pareceria se eu


realmente estivesse transando com ele, suas calças puxadas
apenas para baixo o suficiente para eu forçar meu pau
dentro dele, seu pau duro saltando enquanto eu empurrava.
Seu rosto... seu lindo rosto de merda.

“Puta merda,” Baz disse em descrença quando eu


comecei a foder suas coxas. “Olha, talvez possamos resolver
alguma coisa,” Baz ofegou, enquanto eu continuava
empurrando, perseguindo o prazer através da dor, sentindo
suas coxas musculosas me agarrando tão forte quanto
podiam. Sua cabeça estava levantada do chão, olhando para
seu colo, observando a cabeça do meu pau empurrando na
outra extremidade de suas coxas.

“Resolver alguma coisa?” Eu rosnei. Eu me senti


delirante e trêmulo. Como estava seu rosto agora? Seus
olhos grandes e expressivos se arregalaram? Seus lábios
carnudos se separaram de prazer porque ele gostava de estar
debaixo de mim?

O material estava começando a me assar, mas eu ainda


estava escalando para a liberação. Especialmente com o
cheiro provocador da excitação de Bree enchendo a sala cada
vez mais, seus ruídos ficando mais altos.

“Eu posso ser capaz de me emborrachar o suficiente


para você,” Baz respondeu provocativamente. Meus olhos se
arregalaram e perdi o ritmo, quase deixando cair suas
pernas. Ele poderia se emborrachar? “Quer dizer, a única
desvantagem é a sua provável morte. Posso viver com isso.”

“Por que diabos você seria o único usando camisinha?”


Eu rosnei.

“Você está brincando, certo? Você realmente acha que


seria o melhor?” Baz reprimiu uma risada rouca e isso me
enfureceu. Senti minha mente ficando selvagem, aquela
necessidade primordial de dominar e estar no topo, rugindo
de volta à vida. Eu me inclinei em suas pernas e Baz se
dobrou facilmente, seus joelhos quase tocando seu peito
enquanto eu martelava suas coxas. Fodi suas pernas
enquanto fazia isso, repetidamente, estocadas ásperas que
gostaria de poder apertar com mais força. Eu queria apertar
cada centímetro de sua pele pálida escondida sob as roupas.

“Ah porra, sua fricção contra isso. É uma sensação boa,”


Baz gemeu. Sua cabeça se inclinou para trás e ele finalmente
viu Bree dedilhando-se ao ar livre. Senti seu pau empurrar
contra o meu enquanto ele respirava fundo ao vê-la.
Estremeci com a sensação de que não deveria gostar.

“Você já calou a boca, porra?” Eu rosnei. Eu ofeguei e


gemi enquanto fodia as coxas de Baz. Este filho da puta
estúpido. Eu o odiava muito.

Minha respiração estava ficando irregular, minhas bolas


doendo para a liberação. Bree abriu mais as pernas, dando
a nós dois um show realmente bom enquanto ela enfiava os
dedos dentro de si, em seguida, os arrastava de volta, usando
seus sucos para brincar com seu clitóris. A onda de prazer
cresceu cada vez mais alto. Porra, porra, porra. Bree gemeu
e eu não pude evitar de gozar.

“Não se atreva a gozar em mim...” Baz foi cortado


enquanto eu gemia, empurrando todo o caminho em suas
coxas. Toneladas de esperma dispararam sobre sua máscara
de palhaço. Gostei de ver minha libertação sobre ele. Talvez
eu devesse ter tirado sua máscara, visto pintar aqueles
lindos lábios carnudos. Seu rosto estava marcado em minha
cabeça, me provocando para sempre. Eu odiava isso.

Rapidamente agarrei meu pau com força, apertando o


nó. Eu cerrei meus dentes e me sacudi, fingindo que isso não
aconteceu justamente com ele.
“Porra, isso é satisfatório,” eu disse divertido por sujar
sua máscara. Ele ficou sem palavras e isso me fez querer
fazer tudo de novo.

Fechei meus olhos e afastei esses malditos pensamentos


estúpidos. Então eu me afastei dele e sentei nos calcanhares,
recuperando o fôlego.

“Seu burro!” Baz sibilou enquanto se levantava. “Você


tem sorte de que esta seja uma das minhas máscaras
baratas.” Baz estendeu a mão e agarrou outra máscara de
uma prateleira acima de sua cama. Em seguida, ele
caminhou até o canto da sala e deu as costas para nós antes
de puxar a velha máscara.

Bree respirou fundo em choque. Cabelo comprido que


parecia esmeraldas estava preso contra a parte de trás da
cabeça de Baz - verdes escuros com reflexos mais claros.
Mesmo com essas luzes fluorescentes nojentas, brilhava
como uma pedra preciosa mágica. Seu pescoço revelava uma
pele pálida que parecia tão perfeita perto da cor verde de seu
cabelo. Ele era quase sobrenatural. Eu pensei que ele era
feito de mágia quando nos conhecemos quando crianças.

Bree deu um passo na direção dele, a mão estendida


como se precisasse tocá-lo. Baz empurrou a máscara de pele
de cobra Venom sobre sua cabeça e amarrou as costas no
momento seguinte.

Eu fiz uma careta e olhei para o meu pau. Estava


vermelho e em carne viva, latejando de dor e necessidade. Da
última vez, eu me masturbei até desmaiar. O que diabos eu
deveria fazer agora, aqui com esses dois?

“Ainda estou duro,” anunciei. Na cova do meu corpo, a


necessidade rugiu novamente. Eu gemi e me dobrei.
“Oh, eu sei, que tal você apenas sentar no meio do meu
quarto e se masturbando enquanto Bree e eu assistimos e
rimos,” Baz disse.

“Ou talvez possamos amarrar um barbante em volta da


base para tentar cortar a circulação”, disse Bree.

“Que porra é essa,” Baz murmurou enquanto ele e eu


estremecemos com a imagem.

Ambos cheiravam tão bem. Eu poderia foder os dois.


Poderia colocá-los juntos e usar os dois corpos. Deslizar meu
pau entre eles, revezando-me empurrando neles enquanto
eles estremeciam e gemiam um contra o outro, ambos saindo
de mim fodendo-os.

“Vocês dois calem a boca ou vou foder vocês dois,” eu


rosnei, fechando minhas mãos em punhos. Meu pau ansiava
por alívio.

“A ameaça mais estranha que recebi,” disse Bree.


“Parece que você também quer atenção,” ela disse,
apontando para a protuberância de Baz. Ele ajustou ao redor
e eu rosnei. De joelhos, seu pau estava bem no meu nível.
Eu poderia arrancar sua máscara, abaixar suas calças e
observar sua expressão enquanto engolia seu pau duro
inteiro. Eu sabia que ele nunca tinha sido realmente tocado.
Que apenas a sensação da minha boca o faria choramingar
e se contorcer contra o meu aperto - ofegando e implorando.

“Não se preocupe, se eu continuar olhando para o rosto


de Nemo, ele vai murchar em um momento,” ele disse como
o idiota que era.

“Eu posso ajudar,” disse Bree, deslizando para frente.


Ele recuou rapidamente e ela parou e franziu a testa. “Parece
estranho perguntar agora, mas... Você é gay?”
“Não!” Ele exclamou. Baz podia ser gay, eu me perguntei
em estado de choque. Ele poderia querer um pau em sua
bunda? Meu pau na sua bunda? Um monte de sentimentos
se contorceu dentro de mim, fazendo-me sentir
desconfortável, então eu lancei a ele um olhar de nojo. “Eu
não sou nada! Olha, Nemo tem quase imunidade á mim.
Portanto, ele ficará bem depois de transar comigo. Você, por
outro lado…”

“Eles ainda colocam seu veneno em minhas injeções,”


eu rosnei, mordendo a necessidade que ainda corria dentro
de mim. Talvez eu devesse apenas foder Bree. Eu queria e ela
cheirava tão excitada. Eu poderia rasgar sua calcinha ao
meio e deslizar direto para dentro dela. Quase fiz isso na
outra noite lá embaixo.

“Eles estão envenenando Nemo conscientemente?” Bree


perguntou em choque.

“O Dr. Stein gosta de usar tudo e qualquer coisa em seu


pequeno show de horrores aqui. Ele tem dado a Nemo
quantidades crescentes do meu veneno na última década e
eu percebi que isso deu a ele uma leve imunidade. Um toque
acidental aqui e ali não o matará.”

“É também porque sou forte,” eu disse.

“Sua obsessão contínua com a força ainda é irritante


pra caralho, como sempre foi.”

Só então batidas frenéticas sacudiram a porta e todos


nós nos viramos para olhar para ela.
“Bree!” Ouvi Orson sibilar pela porta. “Bree, você está
aí? Bree está aí!” Orson gritou, parecendo zangado. Um
sorriso travesso curvou meu rosto. Ele parecia perto de
quebrar. Isso daria certo? Ele se quebraria em dois e
mostraria a todos o monstro sob a fachada?

“Caramba,” Baz sussurrou dramaticamente.

“Sim, Orson. Estou aqui,” eu disse. Eu o ouvi respirar


fundo.

“Segurança!” Ele latiu. Eu ouvi alguém correr. “Abra a


porra da porta. Por que Bree Hamilton está aí?”

“O Dr. Stein disse que era imperativo trancar Nemo


imediatamente para nossa segurança.”

“Para sua segurança?” Orson rosnou. Ele parecia que


estava perdendo o controle. Porra, podia ser isso. A sua
morte. “Eu não dou a mínima para a sua segurança. Bree ...”
ele se interrompeu e, quando falou de novo, parecia que
estava tentando controlar o volume. “Dois dos meus
pacientes estão lá com aquele maldito animal.”

“Oh, ele realmente gosta de você,” Baz sussurrou para


mim.

“Senhor, devo manter a porta trancada por vinte e


quatro horas.”
“Vinte e quatro!” Baz gritou em choque, atirando-se na
porta. “Há um monstro de pau furioso aqui,” ele gritou.

“O que?” Dr. Orson disse, sua voz puro gelo.

“É verdade! E ele está tentando nos foder!


Principalmente Bree! Oh meu Deus, ele está arrancando a
calcinha dela! Eu não posso pará-lo! Nemo, calma garoto.
Oh! Não a bunda dela, você vai destruí-la!” Baz gritou em
falsa histeria. Nemo ainda estava ajoelhado no chão com seu
pau assado e duro projetando-se entre suas coxas
monstruosas. Também conhecido como, nada perto da
minha calcinha úmida, mas intacta, infelizmente.

Houve um rosnado cruel do lado de fora da porta e um


grito de dor interrompido por gorgolejos. Baz se afastou da
porta quando uma poça de sangue vazou do corredor.

“É melhor você não a machucar,” disse o Dr. Orson


cruelmente quando ouvimos a porta sendo destrancada. Ele
abriu a porta e ficou diante de nós com sangue encharcando
seu rosto bonito e um segurança morto no chão.

Lá estava meu assassino em série. Seus olhos violetas


queimaram com emoção furiosa e sangue gotejou de sua
mandíbula brutal. Eu o amava.

“Ele acabou de...?” Baz parou, apontando para frente e


para trás entre o segurança e Orson. Os olhos de Orson
pousaram em Nemo no chão com seu pau pra fora e Orson
perdeu o controle. Ele rosnou, as presas descendo de sua
boca. Seus olhos roxos continham raiva quando ele caiu em
cima de Nemo, que grunhiu de choque. Orson mordeu a
clavícula de Nemo e isso tirou Nemo de seu estado de choque.
Ele rugiu e puxou Orson de cima dele.
“Estou tão feliz que você veio aqui,” Baz disse para mim
enquanto assistíamos a brutal e violenta luta. Minha boca se
abriu em choque e espanto com a exibição feroz que esses
dois estavam fazendo. A força bruta dessas duas criaturas
tornou óbvio que não eram homens, mas dois monstros que
eram amigos íntimos da violência e da morte.

Orson mergulhou de cara e suas presas cravaram-se no


antebraço de Nemo. Nemo rugiu e puxou-o para longe. Ele
estava sangrando das duas mordidas e parecia realmente
chateado. Ele arremessou Orson, que se chocou contra a
parede sob a prateleira de máscaras e caiu no chão. Nemo
puxou as calças por cima do pau vazando, mas continuou
olhando para ele e gemendo, precisando de alívio.

“Não a porra das minhas máscaras!” Baz sibilou em


indignação quando Orson subiu e a prateleira da máscara
tremeu.

“Eu vou te matar!” Orson prometeu a Nemo e eu


pressionei contra a parede em estado de choque. Ele estava
me protegendo. Ele estava perdendo a sanidade porque
pensou que eu poderia estar me machucando. Ele estava
destruindo sua preciosa máscara metafórica para matar
alguém por mim. Meu coração martelou no meu peito
enquanto o choque e a excitação giravam em minha cabeça.

“Eu gostaria de ver você tentar,” Nemo rosnou de volta


com um sorriso. Eles colidiram, mas rapidamente ficou óbvio
que Nemo tinha muito mais força do que Orson. Ele estendeu
o braço comprido e pegou Orson pela garganta. Orson sibilou
e coçou o braço.

Nemo deu-lhe um sorriso torto e, em seguida, estendeu


a outra mão e agarrou seu pau através das calças. Seus
olhos se fecharam e ele estremeceu de alívio. Os olhos de
Orson explodiram de raiva, mas com toda a sua raiva,
músculos e agressão, ele não conseguiu se livrar das garras
de Nemo.

“Você é um animal nojento. Um lobisomem sujo,”


sibilou Orson. Os olhos de Nemo se abriram e ele olhou para
Orson provocadoramente enquanto se acariciava através das
calças.

“Você cheira como se estivesse morto. É repugnante,”


Nemo disse com desgosto, mas então sorriu enquanto
puxava seu pau de volta para fora. Os olhos de Orson se
arrastaram para baixo para ver o que Nemo estava fazendo e
ele se assustou em estado de choque.

“Solte-me! Eu sou o médico!”

“Pena que o segurança está morto,” Nemo grunhiu com


uma risada. “Apenas fique quieto e me deixe terminar. Então
podemos continuar lutando.” Ele olhou para seu pau
vazando e empurrou Orson contra a parede, suspendendo-o
contra ela enquanto perdia a batalha para buscar alívio. Sua
força era além do natural. Eu senti a força sobre-humana de
Orson e, ainda assim, Nemo agia como se Orson fosse fraco.

“Você a forçou?” Os olhos de Orson eram poços de raiva.


Ele parecia um tigre selvagem enjaulado enquanto lutava
nas garras de Nemo. Ele não estava acostumado a estar
nesta posição.

“O que ela é, sua meretriz de sangue?” Nemo perguntou


e Orson ficou furioso. De repente, havia uma faca em sua
mão e os olhos de Nemo se arregalaram.

“Orson acabou de puxar aquela faca da bunda?” Baz


perguntou quando Nemo deixou cair seu pau. Por mais que
tivesse força, ele era mais lento do que Orson. Orson cortou
a faca no pulso de Nemo, errando por pouco o ponto que o
teria sangrado em dez minutos. Nemo agarrou a mão da faca
de Orson e apertou. A faca caiu no chão e então Nemo
apertou seu pescoço também. Os olhos de Orson se
arregalaram enquanto ele lutava para respirar, seu rosto
adquirindo uma tonalidade escura.

Então, de repente, Orson relaxou nas mãos de Nemo,


seus olhos brilhando com algo queimando em seu olhar que
parecia familiar. Eu não conseguia situá-lo no momento,
porque ele parecia que estava morrendo para mim. O que
provavelmente era ridículo, já que ele era um vampiro, mas
eu estava pirando mesmo assim.

“Pare!” Eu gritei quando a raiva explodiu dentro de mim.


Eu me joguei nas costas de Nemo, gritando como um
demônio enquanto atacava uma besta que poderia me partir
ao meio. Meu medo e seu poder não importavam agora, no
entanto. Orson, eu precisava salvar Orson.

Eu escalei as costas de Nemo e agarrei seu cabelo em


minhas mãos, jogando sua cabeça para o lado. Então eu
senti minhas pequenas presas descendo e mordi seu
pescoço.

Nemo soltou um gemido, seu corpo ficou mole e ele caiu


de joelhos, liberando Orson enquanto eu puxava seu
ferimento, enchendo minha boca com seu sangue. Ele tinha
um gosto um milhão de vezes diferente de Orson ou Rachel.
Era elétrico - energia zumbindo dentro de mim enquanto eu
engolia em um frenesi, precisando de mais. Foi direto para
minha cabeça e antes que eu percebesse, eu estava gemendo
e me esfregando em sua costas como se eu fosse a única no
cio. Seu corpo teve espasmos, gemidos profundos
retumbaram dele, e eu podia sentir o cheiro de sua liberação
atingindo o chão.
“Puta merda, ele gozou com ela o mordendo,” Baz disse.
Um segundo depois, uma mão familiar de aço agarrou minha
nuca e me puxou para longe de Nemo. Rosnei para Orson
enquanto ele me arrastava para trás. Ele estava me tirando
daquele sangue mágico delicioso!

Um grupo de membros da equipe veio correndo pelo


corredor e lotou a porta para ver o que acontecia.

Eu percebi que Baz estava arrastando o segurança


morto do corredor para seu quarto tão rápido quanto ele
podia, grunhindo e puxando. Que porra é essa? O segurança
rapidamente agarrou a outra extremidade e, em seguida, um
pequeno cabo de guerra ocorreu pelo corpo.

“Apenas me deixe ficar com ele!” Ele gemeu quando eles


finalmente puxaram o corpo de suas mãos. Orson estava me
segurando contra seu corpo, minhas costas contra seu peito.
Respirei fundo e seu cheiro de couro e sangue encheu
minhas narinas, deixando-me quase calma.

O que diabos tinha acontecido?

Nemo estava ofegante com uma expressão de saciedade


no rosto e finalmente flácido. Baz estava fazendo beicinho
tanto quanto um homem mascarado podia. Orson tinha
acabado de matar alguém para entrar no quarto e me
defender.

Eu amei a proteção que ele acabou de exibir. Eu queria


me virar em seu aperto forte e beijá-lo febrilmente, ficar de
joelhos para mostrar a ele o quanto eu amava sua vigilância
possessiva.

O Dr. Stein se aproximou da entrada do quarto. Ele


olhou ao redor, nos catalogando.
“Orson, o que aconteceu aqui? Esta porta não devia ser
aberta.”

“Não podia ignorar a segurança dos meus pacientes.


Eles estavam gritando e eu pensei que suas vidas estavam
em perigo e agi.” Stein deu a ele um olhar incrédulo quando
seus olhos se concentraram nele me agarrando contra o
peito. Orson me soltou de repente e eu tropecei para frente.

“Ambos parecem bem,” Stein disse, correndo os olhos


sobre mim e Baz. Então seus olhos voltaram para Orson.
“Quem matou o segurança?” Prendi a respiração, me
perguntando se era isso. Ele foi pego? Ele ficaria preso aqui
comigo? Os segundos se estenderam até que Orson
finalmente soltou uma resposta.

“Bree Hamilton. Ela estava com medo...” Stein ergueu a


mão e Orson interrompeu imediatamente. Eu fervi. Orson
gostava de me usar como bode expiatório. Senti o calor de
sua proteção virar gelo e quebrar dentro de mim. Ele estava
me transformando em seu pequeno álibi para escapar
impune de todos os seus assassinatos. Eu era quem pagava
por seus pecados desleixados e Stein parecia acreditar nele
sem questionar ou se importar.

“A razão não importa. Acho que você gosta das celas


acolchoadas, Bree.” Stein disse antes de se virar e começar
a se afastar. “Nemo e Bree para o porão,” disse ele antes de
sair. Orson estendeu a mão para mim e eu me afastei.

“Não me toque,” eu cuspi. Achei que finalmente o tivesse


pegado, mas era apenas um alarme falso. Porra, eu odiava
perder. Orson parecia querer dizer algo, mas engoliu as
palavras.

Um segurança estendeu a mão para mim, mas então


uma mão enluvada envolveu seu antebraço antes que ele
pudesse me agarrar. A respiração do segurança escapou dele
enquanto ele olhava lentamente com horror para o homem
que o tocava.

“Oops,” Baz disse. Veias verde-escuras cresceram sobre


o corpo do segurança. Ele puxou seu braço para longe e sua
pele estava preta onde Baz havia tocado. Um grito
aterrorizante de dor escapou de sua garganta, mas foi
interrompido por gorgolejos sufocantes antes que ele caísse
no chão, envenenado. Eu assisti com os olhos arregalados
quando ouvi seu coração parar de gaguejar e seu corpo ficar
cinza.

Baz se virou para os outros dois seguranças e eu percebi


que ele estava matando por mim. Eu pedi sua proteção e ele
estava cumprindo sua missão integralmente. Eu respirei em
choque quando essa realização tomou conta de mim. Meus
olhos perceberam a expressão assustada dos dois
seguranças restantes. Baz deu um passo na minha frente e
um sorriso se espalhou pelo meu rosto.

Acho que estava apaixonada.

“Basil,” disse Orson surpreso, parecendo


impressionado.

“Que porra você está fazendo?” Nemo rosnou ao mesmo


tempo.

“Bree me deixa imobilizá-la e me masturbar sobre seu


corpo,” Baz disse com um encolher de ombros como se isso
explicasse tudo. Os olhos dos outros homens se arregalaram
- seguranças incluídos - e eu chupei meus lábios
timidamente.

“Você não gosta de matar,” Nemo rosnou, seus olhos


confusos enquanto ele olhava entre nós.
“Está tudo bem, Baz. Eu posso aguentar mais uma noite
na solitária,” eu disse a ele, já que todo mundo estava
pirando com o que ele acabou de fazer.

“Tem certeza disso?” Ele perguntou, virando-se para


mim. Eu mordi meu lábio e balancei a cabeça. Eu não
precisava dele para me proteger da solitária. Eu poderia pelo
menos ficar sentada em uma cela acolchoada. Eu não era tão
fraca.
CAPITULO DEZESSEIS

Eu assisti Bree ser arrastada para a solitária. Dois


serventes estavam segurando seus braços com força e meu
lábio se retraiu sobre os meus dentes. Esses dois perderiam
as mãos em breve. Eu caminhei de volta para o meu
escritório, a irritação rolando para fora de mim. O rádio que
eu deixei ligado estava tagarelando sobre minha vida.

“Hoje, o juiz Serfen declarou Bree Hamilton inocente por


motivo de insanidade. Sua equipe de defesa apresentou um
argumento sólido com a ajuda de seu terapeuta de longa
data, o Dr. Gregory Orson. Isso não foi nenhuma surpresa
depois que o juiz aceitou que Bree Hamilton não estava em
condições de enfrentar o julgamento e, portanto,
permaneceu ausente dos processos judiciais.”

“Bree Hamilton está atualmente no Asilo Verfallen para


Criminosos Insanos e agora permanecerá lá por um futuro
previsível. O asilo é conhecido por abrigar indivíduos
particularmente perturbados. Criminosos extremamente
violentos com delírios psicóticos narcisistas...” Peguei o rádio
e quase o joguei na parede. No último momento, respirei
fundo e desliguei, colocando-o de volta na minha mesa.

Eu estava escorregando. Não gostava de Bree na


solitária, longe de mim. Eu não gostava dela perto de Stein.
Eu descobri no meu tempo aqui que ele estava fazendo
experimentos ilegais.

Peguei minhas coisas e deixei Verfallen, incapaz de


apenas ficar sentado. Meus olhos observaram o amanhecer
do lado de fora com desinteresse. Incrível como caminhar ao
dia de repente era anticlimático. A única coisa com que eu
parecia me importar ultimamente era Bree. Ela vivia em
minha mente o tempo todo.

O que eu precisava agora, mais do que qualquer coisa,


era matar. Eu precisava de longos dias massacrando alguém
que eu persegui e assassinei. Era a única maneira verdadeira
de encontrar a paz, mesmo que apenas por um tempo, mas
eu tinha que ficar inativo ou então todo o plano que eu
montei seria inútil.

Eles saberiam que Bree não tinha matado todas aquelas


pessoas e o Carniceiro Sem Sangue receberia muita atenção.
Não eram com os humanos que eu estava preocupado, mas
os sobrenaturais que tinham uma ideia do que estava
acontecendo. Eles estavam se aproximando de mim,
seguindo minha trilha com firmeza. Enquadrar Bree deveria
confundi-los, me dar um pouco de espaço para respirar.

Eu entrei no meu carro, fechando-o com força e enterrei


meu rosto em minhas mãos. Meus dedos tremeram com a
necessidade de cortar carne, músculos, tendões e ossos.
Tudo o que eu podia fazer, entretanto, era ir para casa e tocar
meus troféus - todas as pequenas partes de minhas vítimas
que eu gostava de manter. Isso me ajudava a reviver o
momento, a estender a mão e tocar a paz e a alegria que senti
na época. Exceto que não estava funcionando muito bem
ultimamente.

Eu puxei minha cabeça para cima e pensei sobre a luta


que acabou de acontecer. Minha mão escorregou para o meu
pescoço e agarrei com força, tentando acalmar a dor que o
animal tinha deixado lá. Eu era um homem fraco. Tão fraco
que, quando ele cortou meu suprimento de ar, parei de lutar
e senti prazer. Um lobisomem sujo tinha feito isso comigo.

O que isso fazia de mim se uma criatura como aquela


poderia me fazer perder a mim mesmo? Isso me fazia pior do
que ele, não é? Mais sujo e ainda mais animalesco do que
um lobo. Eu ignorei a ereção em minhas calças e soquei o
volante. A buzina gritou.

A próxima coisa que eu sabia era que estava


freneticamente me puxando para fora das calças, gemendo
ao me lembrar da sensação de um lobisomem sujo me
sufocando.

“Tão sujo,” eu gemi, ouvindo os sons da minha mão me


sacudindo loucamente. Lembrei-me de Nemo puxando-se de
suas calças, expondo-se e acariciando seu pau imundo
enquanto agarrava minha garganta.

Eu engoli em seco e gemi de prazer enquanto disparava


no meu colo, fazendo uma bagunça. As bagunças eram tão
eróticas, não eram? A desordem depravada fazia com que eu
me sentisse selvagem e caótico.

Eu não deveria me permitir sentir essas coisas, fazer


essas coisas. Eu precisava manter a ordem ou minha
máscara iria desmoronar e eu perderia todo o controle.

Como eu deveria manter a ordem com Bree em minha


vida? Ela parecia determinada a agir sem pensar. Ela estava
me destruindo.

Olhei para Verfallen, observando enquanto o sol


lentamente caía sobre o prédio. O arrependimento tentou me
assombrar. Tentei me dizer que colocar Bree aqui foi a coisa
errada a fazer. Que deveria tê-la trancado em minha casa,
acorrentado-a à minha cama e mantido-a segura.

Afastei o arrependimento, não o aceitando. Não havia


propósito para isso. Bree estava aqui e havia benefícios
definitivos. Por que nenhuma dessas coisas parecia mais tão
importante?

Meus dedos agarraram o volante enquanto eu lutava


contra a vontade de voltar para dentro de Verfallen, deixando
um rastro de corpos até Bree.

“Controle-se,” gritei, tentando encontrar o homem que


costumava ser. Aquele que se preocupava consigo mesmo
acima de tudo. O problema era que, quando eu pensava em
mim, Bree agora parecia uma extensão disso.
CAPITULO DEZESSETE

De volta para o porão eu fui levada. Tudo graças a Orson


descarregar suas mortes nas minhas costas. Bem, pelo
menos provavelmente eu era famosa. Já dava para imaginar
tudo: “Lembra daquela garota maluca do colégio? Ela se
tornou uma assassina em série imitadora! Uau, eu pedi a ela
uma caneta em sociologia. Tenho sorte de estar vivo!”

Eu provavelmente colocaria meu nome em um livro em


algum lugar. Talvez minha tia querida acabasse em um
daqueles programas de crimes verdadeiros falando sobre
todos os sinais que levaram à minha queda no assassinato.
Ela contaria ao mundo cada pequeno momento íntimo que
não estava certo e as pessoas aceitariam tudo, querendo ver
dentro da minha mente doente.

Eu gargalhei com um segurança de cada lado, seguindo


enquanto descíamos os degraus em direção à cela
acolchoada. Gostei da ideia da minha infâmia. Suponho que
agradeceria a Orson em algum momento por isso. Mas agora
não. Não até que eu finalmente o fizesse experimentar o que
eu tinha.

Como Stein não percebeu que Orson foi quem matou o


maldito segurança! Isso era frustrante. Tão perto e tão longe.
Os seguranças abriram a porta de metal do porão ao pé
da escada. Em vez de me levar para a cela acolchoada dos
meus sonhos, eles me levaram na direção oposta. A
ansiedade floresceu em minha barriga e de repente me
arrependi de dizer a Baz que estava bem vindo aqui. Minha
mente começou a ir a cem milhas por minuto e eu cavei meus
calcanhares com os olhos arregalados. Stein percebeu que
eu não era uma vampira? Eu seria testada?

“Para onde você está me levando?” Eu perguntei,


parando no meu caminho. Eles se esticaram e envolveram
meus braços. “Por favor, me diga que vocês dois estão
secretamente apaixonados por mim e que esta é uma fuga
da prisão,” eu murmurei com uma careta. Eu sabia que
definitivamente não era uma fuga do manicômio. Eles me
arrastaram para portas duplas e tudo dentro de mim se
rebelou.

Eu estava ignorando que as coisas estavam indo dessa


maneira. Eu enterrei muitos pensamentos ruins no fundo do
meu crânio e, apesar do que qualquer terapeuta disse, era
uma tática sólida para a saúde mental. Exceto que agora não
havia sepultamento, estava aqui e estava acontecendo.

Eu esperava que Stein só quisesse me deixar com tesão.


Eu estava bem com isso. Eu estava acostumada a ser uma
pessoa com bastante tesão. Inferno, eu até deixei isso me
guiar para algumas decisões realmente estúpidas. Como
perseguir um serial killer e sessões de masturbação mútua
com um psicopata venenoso com máscara de palhaço.

“Idiota, idiota, idiota,” repetia várias vezes para mim


mesma, pensando em como Orson havia me avisado sobre
isso e, em vez disso, comecei a tagarelar com praticamente
todo mundo porque não tinha controle de meus impulsos.
Passamos pelas portas duplas e depois entramos em
outra porta do que parecia ser um consultório médico bem
limpo. Pisos de linóleo branco, balcões azuis, muitos
armários e nenhum cheiro. O que me deixou um pouco
aliviada. Talvez fosse apenas um check-up padrão. Exceto
que isso não revelaria o que eu era também? Merda.

Os auxiliares certificaram-se de que minha bunda fosse


depositada na mesa de exame antes de sair da sala,
deixando-me sozinha com meus pensamentos e ansiedades.
Eu quase disse aos idiotas rabugentos para voltarem apenas
para que eu pudesse ter alguém para tagarelar
ansiosamente.

Eu pulei da mesa de exame e caminhei pela sala, meus


olhos grudados na porta. Eu realmente queria sair correndo
daqui, mas que bem isso faria? Merda, eu estava pirando.
Talvez isso não fosse tão ruim. Provavelmente ele só queria
tirar algumas amostras de sangue, fazer algumas perguntas.
Eu também estava curiosa sobre o que eu era. Talvez o Dr.
Stein tivesse algumas respostas. Só porque ele testava o
Nemo não significa que ele testava todo mundo, certo?

Trinta minutos depois, eu ainda estava andando de um


lado para o outro e chateada. Deixando que Verfallen me
fizesse esperar como uma espécie de consultório médico
ocupado. Eu estava praticamente escalando as paredes. Eu
já tinha começado a vasculhar as gavetas e abrir os potes de
vidro com bolas de algodão e depressores de língua. Agora
eu estava remexendo em uma gaveta de baixo, me
perguntando se havia algo mais interessante do que luvas de
plástico e máscaras faciais. A porta se abriu e eu me mexi e
fechei a gaveta com um chute.

Claro, o Dr. Stein me viu de qualquer maneira. A


enfermeira entrando... a enfermeira...
Meus olhos saltaram e quase caíram da minha cabeça.
Minha linha do cabelo estava comendo minhas
sobrancelhas.

“Enfermeira Rachel!” Eu engasguei em choque. Seus


olhos se voltaram para mim e duas piscinas castanhas me
encararam.

Talvez eu estivesse alucinando. Talvez o assassinato


dela tenha realmente me afetado, apesar de todos os outros
sinais de não.

Rachel parecia tão viva e normal e minha cabeça estava


clara. Seu cabelo castanho estava em uma trança lisa. O
branco de seus olhos estava limpo. Inferno, ela parecia
melhor do que eu e ela morreu!

Ela era algum tipo de criatura estranha que não morria?


Eu estava convencida de que ela era humana, mas talvez
estivesse errada. Eu ouvi seu coração parar, mas talvez Stein
tenha conseguido reiniciá-lo e salvá-la?

“Bree, por favor, sente-se na mesa de exame,” disse o


Dr. Stein. Eu engoli e fiz o que ele pediu, pressionando meus
dedos entre minhas coxas para evitar que tremessem. Ele
abriu uma pasta enquanto a enfermeira Rachel entrava na
sala com um carrinho com rodinhas. Meus olhos se fixaram
em seu rosto e meu coração palpitou no meu peito. Talvez
ela fosse a maldita Noiva do Drácula e Stein a estava
trazendo aqui para me matar.

“Por que estou aqui?” Eu perguntei, minha voz toda


pateticamente frenética.

“Por alguma razão, seu sangue nunca foi tirado.


Faremos isso agora,” disse o Dr. Stein, colocando a pasta de
volta na mesa e movendo-se para o carrinho. Ele tirou o
lençol que estava pendurado no topo. Meu coração batia
forte no meu peito e comecei a hiperventilar ao ver todos os
tipos de coisas divertidas, como injeções e bisturis.

“Dhamphyrs são uma coisa muito interessante,” Stein


comentou com indiferença. Meus olhos se arregalaram e fiz
um som sufocado. Ele sabia. “Os vampiros os consideram
como mulas.”

“Mulas?” Eu gritei antes de limpar minha garganta e


tocar minha gargantilha rosa de couro falso com dedos
trêmulos.

“Mestiços estéreis que só servem para uma coisa,” ele


respondeu desapaixonadamente.

“Arar campos?”

“Ir ao sol. No entanto, acho que você é muito mais do


que isso. Você é uma maravilha genética. Algo que conseguiu
existir apesar de todas as probabilidades estarem contra
você.” Ele olhou para mim por cima da bandeja, seus olhos
perfurando os meus enquanto falava. Eu nem acho que ele
estava piscando.

“Ok...” Eu arrastei a palavra enquanto olhava para


Rachel parada na sala. Ela não parecia alguém que estava
prestes a buscar sua vingança. Pelo menos ainda não.

“Uma vampira viva. Isso me oferece uma oportunidade


muito emocionante.”

“Ok...” eu disse de novo, desta vez parecendo muito


mais preocupada. “Oportunidade?” Eu gritei.

“Vampiros estão mortos, seus corpos presos em uma


espécie de estase. Você sabia que é um equívoco comum
pensar que os vampiros ficam mais fortes à medida que
envelhecem?” Ele perguntou, olhando para o carrinho e
observando sua horrível seleção de utensílios aterrorizantes.

“Oh?” Eu disse com uma voz trêmula. Meus olhos


voltaram para Rachel e oh meu Deus, ela estava olhando
para mim. Eu ofereci um sorriso mutilado e seus olhos se
estreitaram. Era ela e ela estava provavelmente estava puta
pra caralho.

“Sim, os vampiros são tão fortes em seu nascimento


vampírico quanto seriam mil anos depois. Eles nunca
mudam. São coisas desinteressantes. Você, no entanto,” ele
pegou uma agulha destinada a conter frascos - algo para
coletar sangue. Isso não era tão ruim. Definitivamente, uma
escolha melhor do que o bisturi. Ou você sabe, aquelas
seringas cheias de líquidos misteriosos. “Bem, seu corpo é
capaz de ser manipulado.”

“Oh, isso é bom”, eu disse com ansiedade sarcástica,


inclinando-me para longe quando ele deu a agulha à
enfermeira Rachel e disse a ela para tirar um pouco de
sangue. Ela tirou um elástico do bolso e se aproximou de
mim com um sorriso maldoso.

“Oi Ratchet,” eu disse com um olhar culpado. Ela


apenas sorriu enquanto enrolava o elástico em volta do meu
braço com tanta força que pensei que tinha cerca de sessenta
segundos antes de meu braço cair. Ela enfiou a agulha na
minha veia e eu gemi porque ela não foi gentil.

“Me machuque, por que não,” eu assobiei. Ela começou


a colocar frascos na seringa e eles se encheram rapidamente
de sangue. Quando ela terminou, havia dez frascos cheios do
meu sangue vermelho profundo e eu estava me sentindo um
pouco tonta.
“Bree, por favor, concentre-se nas perguntas e responda
da forma mais verdadeira possível,” disse o Dr. Stein,
segurando uma prancheta e uma caneta. Rachel puxou a
agulha e não se incomodou em colocar bandagem ou algo
assim. Meu sangue escorregou pelo meu braço e caiu em
gotas no chão. Eu estalei minha língua e pressionei meus
dedos no buraco irregular que ela deixou. Ela estava tão mal-
intencionada como sempre.

“Conte-me tudo o que você sabe sobre seus pais,” disse


Stein.

“Nada,” eu disse, feliz em oferecer minha ajuda.

“Eu vejo. Eu temia que fosse esse o caso. Você bebeu o


sangue de um vampiro?” Ele perguntou e meus olhos se
viraram para olhar para os dois, mas eles não estavam
olhando para mim.

“Por que?” Eu perguntei. Ele ergueu os olhos


inexpressivamente.

“Existem dois estados para dhamphyrs. Desperto e não


desperto. Se você bebeu sangue de vampiro, então você foi
acordada. Não que isso importe para qualquer teste, mas eu
estaria curioso para saber quem você é e descobrir como ter
um senhor vampiro afeta você.”

“Eu não bebi sangue de vampiro. Eu nem conheço


nenhum vampiro,” eu menti, então percebi que estava indo
longe demais porque ambos sabiam que o Dr. Orson era meu
terapeuta. Meus olhos saltaram e olhei ao redor da sala
timidamente, evitando seus olhares.

“Você vai ser difícil?” Stein perguntou com expressão


zero e nenhuma flutuação em sua voz.
“Quando eles não são?” A enfermeira Rachel disse,
revirando os olhos.

“Certo, vamos guardar essas perguntas para mais


tarde,” disse Stein, colocando a prancheta para baixo e
pegando uma dose cheia de um líquido verde escuro e
marrom. Ele queria injetar água suja em mim!

“Não, quer saber? Acho que as perguntas são uma ideia


melhor!” Eu disse freneticamente quando ele veio em minha
direção. “O que há nisso?”

“Terapia genética,” ele disse, e eu não aguentei mais. Eu


não poderia simplesmente ficar sentada aqui enquanto ele
me dava uma injeção estranha. Terapia genética? Fosse o
que fosse, parecia intenso.

Eu me levantei e me arrastei para trás da mesa de


exame. Meus olhos moveram-se para frente e para trás de
Stein, Rachel e da porta. Foda-se, eu estava correndo. Eu me
esconderia nas aberturas de ventilação e comeria ratos.

Rachel pegou um walkie-talkie e disse a algumas


pessoas que eles eram necessários. Um momento depois, os
dois seguranças que me colocaram aqui estavam na sala e
vindo de ambos os lados.

Isso me lembrou de quando eu tinha cinco anos e


precisava de injeções antes das aulas começarem. Eles
tinham que chamar enfermeiras extras para o quarto para
me segurar enquanto eu gritava e me debatia antes de enfiar
agulhas em meus braços. Eu não gosto de agulhas. Não era
a agulha, era a sensação de um líquido estranho sendo
empurrado para dentro do meu corpo. Com o passar dos
anos, eu me acostumei mais com a sensação, mas não
quando se tratava da misteriosa água suja.
“Eu não quero a injeção!” Gritei correndo para um dos
seguranças, na esperança de passar direto por ele. Era o cara
careca com uma cicatriz na cabeça - Shaun. Ele era uma
casa de tijolos e eu uma pequena dhamphyr frágil.

De repente, eu estava chateada por não ser um vampiro,


chateada por estar no fundo da cadeia alimentar e chateada
por ter que contar com outros para me proteger de besteiras
como essa.

Shaun me agarrou, então me pegou e me colocou na


mesa de exame, me segurando enquanto eu tentava me
soltar. O outro segurança apareceu do meu outro lado e
seguiu seu exemplo.

“Isso é uma coisa boa,” disse Stein e eu com certeza não


acreditava nisso. Eu gritei em choque quando a agulha
deslizou em meu braço. Eu podia sentir a temperatura fria
do líquido sendo empurrado para dentro de mim e varrido
para minha corrente sanguínea.

“Eu não gosto disso,” reclamei. Os seguranças


começaram a me deixar levantar.

“Não, continue segurando ela. A dor vai começar em


breve,” ele disse indiferente enquanto eu enlouquecia.

“A dor?” Eu gritei e então me acertou como um touro


furioso. Quando bebi o sangue de Orson pela primeira vez,
era algo assim - como alvejante correndo em minhas veias,
meu corpo e minha mente querendo nada mais do que
arrancá-lo. Mas estava dentro de mim, me infectando em
todos os lugares e tudo que eu podia fazer era tentar não
choramingar e chorar muito pateticamente, mas era
aterrorizante, além de doloroso.
Os minutos se arrastaram e os seguranças me
seguraram enquanto eu tentava me debater. Eu queria
levantar. Eu queria dar um soco em seus rostos. Eu
precisava fazer algo. Finalmente, a dor começou a diminuir
e me deixou com uma sensação de esgotamento. Meu corpo
inteiro estava dolorido e em carne viva. Foi muito pior do que
o que aconteceu quando bebi de Orson.

“Leve-a para sua cela acolchoada,” disse Stein. Os


homens me arrastaram para fora e eu não estava mais com
raiva ou mesmo com muita dor. Eu só estava cansada. Eu
nem conseguia andar de verdade. Eles tiveram que me
segurar e meus pés apenas arrastaram no chão enquanto me
carregavam para a cela acolchoada nojenta e me jogavam na
cama. Não fiquei mais confortável, apenas deitei de barriga
para baixo com a cabeça virada para o lado.

Tudo doía. Não era uma dor focada. Era espalhada,


consumia tudo - a dor irradiava de dentro dos meus ossos e
articulações, doendo profundamente. Eu não poderia nem
mesmo descrever se alguém perguntasse. Eu não poderia
colocar em uma escala. Tudo que eu sabia era que não queria
me mover um centímetro, apenas ficar deitada e esperar que
o sono viesse logo.

Um pensamento raivoso me ocorreu. Quem contou a


Stein? Alguém precisava ter contado. Orson não faria. Ele
não queria que isso acontecesse. Nemo ou Baz? Josie?
Coral? Eu iria descobrir e odiá-los para sempre, decidi.

Felizmente, meu desejo de descanso se tornou realidade


e eu adormeci poucos segundos depois que eles fecharam e
trancaram minha porta.
CAPITULO DEZOITO

15 Anos Atrás
“Nemo?” O chamado desenteressado do Dr. Stein me fez
erguer os olhos para ver o que ele queria. Eu estava na área
de estar do porão do Verfallen Asylum. Uma sala com uma
única mesa onde eu fazia quase tudo - comia, lia, assistia a
filmes. Não era uma sala muito interessante, mas servia ao
seu propósito.

Minha raiva aumentou imediatamente quando vi um


menino parado ao lado de Stein. Quem era ele? As crianças
não vinham para Verfallen. Eu era filho único e nunca vim
pra cá. Eu sempre estive aqui - nasci no final do corredor.

“Trouxe um amigo para você,” disse o Dr. Stein. Eu dei


a ele um olhar vazio porque não existiam amigos aqui. “Ele
vai morar aqui agora.” As únicas pessoas que vinham morar
aqui eram assassinos encrenqueiros. Este devia ser muito
ruim se ele era uma criança e já estava aqui.

“Ele parece engraçado,” eu disse, afastando os longos


cabelos castanhos dos meus olhos. O garoto me encarou,
suas pupilas pareciam mudar, se contraíam mais em uma
linha do que em um círculo. Ele era um shifter? Não, eu
podia sentir o cheiro quando alguém era como eu dessa
forma. Ele olhou para mim e eu olhei de volta. Eu nunca
poderia ser o primeiro a desviar o olhar e simplesmente não
havia como esse pequeno nanico ser mais alfa do que eu. Eu
empurrei minha energia para ele e vi seus olhos se
arregalarem de surpresa quando ele sentiu o peso do meu
poder.

“Chega,” o Dr. Stein disparou e o menino desviou o


olhar. Eu me acomodei, me sentindo à vontade já que não
havia perdido. “Vocês dois vão morar aqui por agora. Tentem
não matar um ao outro,” ele disse, não parecendo nem um
pouco preocupado antes de se virar e nos deixar sozinhos.
Eu nunca ficava totalmente sozinho durante o dia.

Sempre havia um de seus golens24 por perto - um dos


seguranças que havia morrido e ele trazia de volta. Eu podia
sentir no cheiro que eles eram diferentes quando ele os trazia
de volta e eu não gostava. Ninguém mais parecia notar a
diferença.

Eu os chamava de golens depois de ler sobre as


criaturas em um livro. Coisas sem vida que obedeciam seu
mestre. Parecia certo para mim, mesmo que eles não fossem
verdadeiros golens feitos de terra. A verdade é que eu não
tinha ideia de como Stein trazia as pessoas de volta à vida e
não queria saber nunca.

O menino ficou ali inquieto. Meus olhos percorreram


suas roupas. Elas estavam limpas, sem buracos e
perfeitamente retas. Ele usava uma camisa de botão, colete,
calça, sapatos de couro e luvas de pano branco nas mãos.
Eram as roupas mais bonitas que eu já vi.

24 É um ser artificial místico, associado à tradição mística do judaísmo que pode ser trazido á vida por um
processo divino.
Eu inalei profundamente e pude sentir o cheiro de
sabonete e frutas, mas também de algo picante. Ele coçou o
cabelo verde curto da cabeça antes de colocá-lo de volta no
lugar e passar as mãos pela camisa. Seu cabelo parecia
brilhar mesmo quando a luz não estava batendo nele. Voltei-
me para a mesa e olhei para minha bandeja de comida.

Eu não tinha certeza de como agir. Eu nunca tive um


amigo antes. Além disso, não havia como saber quanto
tempo ele ficaria aqui. Pessoas morriam o tempo todo. Eu
fiquei tenso quando o ouvi se aproximar.

“Eu sou Basil. Qual o seu nome?”

“Nemo.”

“Esse é um nome estranho”, disse ele com um olhar


incrédulo.

“Você é estranho,” eu disse e seus olhos se desviaram,


uma emoção cruzando-os. Ele era lindo. Os meninos
deveriam ser bonitos? Sua pele era lisa e pálida, mas havia
um pequeno bronzeamento por causa do sol que eu nunca
tinha visto.

Nossos olhos se encontraram. Um olho era verde como


seu cabelo, o outro um vermelho vibrante. Os dois pareciam
brilhar, me hipnotizando e me perguntei se era mágico. Se
ele era mágico.

Seus olhos examinaram meu cabelo castanho


desgrenhado e roupas baratas e mal ajustadas. Nunca
pensei muito sobre como deveria ser, mas agora me sentia
desconfortável com essas roupas. Basil tinha olhos grandes
e expressivos, com cílios verdes-escuros grossos. Meus olhos
alternaram entre seus olhos, o vermelho e o verde, tentando
determinar se eu tinha um favorito.
“Eu tenho dez. Quantos anos você tem?” Ele perguntou.

“Oito,” eu bufei, irritado por ele ser mais velho. “Você é


pequeno.”

“Você é grande,” ele respondeu com um pequeno sorriso


que desapareceu um momento depois. Ele mordeu o lábio
nervosamente e covinhas gêmeas apareceram em suas
bochechas, tornando-o ainda mais bonito.

“Por que você é assim?” Eu perguntei.

“Assim como?”

“Eu não sei,” eu murmurei, me virando e colocando


minha cabeça na mesa. Um momento depois, ele se sentou
na cadeira do outro lado da mesinha. Eu não levantei minha
cabeça enquanto o observava. Era difícil não olhar para ele.

“Você é um assassino, não é?” Eu perguntei. Seus olhos


brilharam para os meus, as pupilas se contraíram enquanto
ele me encarava.

“Sim, eu matei muitas pessoas. Eu matei minha própria


mãe também.” Ele olhou para mim como se esperasse uma
reação. Eu não sabia o que ele queria que eu fizesse, então
não fiz nada.

“Tudo bem,” eu disse. Ele franziu as sobrancelhas e


desviou o olhar. Nunca tinha visto alguém tão expressivo. Ele
era como um personagem de desenho animado. Eu tendia a
não mostrar muitas expressões. O Dr. Stein chamava de
afeto plano.

Meus olhos se desviaram rapidamente porque eu estava


me sentindo estranho - como se quisesse ser seu amigo e
nem mesmo tinha certeza do que isso significava. O Dr. Stein
iria fazer experiências com ele também? Senti uma dor no
peito.

“Eu vou cuidar de você aqui,” eu soltei, meu rosto


esquentando. Eu me senti imediatamente envergonhado.
Isso foi uma coisa estúpida de se dizer.

“Cuidar de mim?” Ele perguntou confuso. Eu balancei a


cabeça, sem olhar para ele.

“Você morava em uma casa com a família?” Eu


perguntei. Ele assentiu. “Não é assim aqui. Eu vou te
ajudar...” eu disse, sem saber o que estava prometendo, mas
havia uma forte necessidade dentro de mim de protegê-lo.
“Aqui,” eu disse rapidamente, empurrando minha bandeja
para ele. Meu muffin estava na bandeja. Gostava de deixar
para o final porque era o melhor. Carol sempre me dava
guloseimas especiais e para ninguém mais, mas eu pensei
que ele precisava mais do que eu.

“Por que você está me dando seu muffin?” Ele parecia


desconfiado.

“Porque você é tão pequeno. Pra você ficar maior,” eu


resmunguei em irritação, meu rosto ainda quente. Apenas os
fortes sobreviviam aqui. Eu sabia que era grande para a
minha idade, mas Basil parecia pequeno para a dele - como
se tivesse parado de crescer. “Você é fraco,” eu resmunguei,
chateado por ter algo tão frágil que eu queria proteger.

“Eu não sou fraco,” disse ele na defensiva, estendendo


a mão e agarrando o muffin. Ele começou a comê-lo e me fez
sentir bem. “Mas eu sou pequeno,” ele suspirou. “Meu
médico de família disse que é porque eu não posso ser
devidamente nutrido. Porque ninguém me abraça ou algo
assim, então não cresço rapidamente.” Ele olhou para mim
e eu tentei me inflar um pouco, para que ele soubesse o quão
grande e forte eu era.

“Ninguém me abraça e estou bem.” Eu me perguntei se


nos abraçássemos se ele iria começar a ficar maior. Eu não
me importaria.

“Tudo bem,” disse ele, olhando para o meu tamanho.


“Eu também quero ser forte.” Sorri já que ele me chamou de
forte, mas escondi meu rosto em meus braços para que ele
não visse.

8 Anos Atrás
Baz e eu nos sentamos em uma mesa no andar de cima,
observando os outros pacientes circulando como zumbis.

“Eu acho que aqueles dois estão fodendo,” Baz disse


com prazer, inclinando-se. Ele foi movido para viver em um
quarto no andar de cima anos atrás, enquanto eu ainda
estava trancado como um cachorro raivoso no porão. Não me
incomodei em olhar para as pessoas que ele estava
apontando. Eu não me importava com quem estava fodendo
com quem. Em vez disso, examinei sua máscara de couro.

Ele as estava usando quase o tempo todo ultimamente.


Era algo que ele começou a fazer pouco depois de se mudar
para cá e agora eu não conseguia me lembrar da última vez
que ele saiu de seu quarto sem uma.

“É só nisso que você pensa?” Eu bufei. Ele sempre falava


de sexo e isso me incomodava. Meus olhos desviaram para o
corpo dele e então se afastaram. Ele ainda era pequeno
comparado a mim, mas aos dezessete ele não parecia mais
um fracote.

“Claro, é tudo que eu penso. Somos adolescentes. Isso


deveria ser a única coisa em que pensamos,” Ele bufou, mas
eu fiz uma careta. Eu queria pensar sobre isso, mas eu não
queria falar constantemente sobre isso. Havia uma revista
pornográfica no meu quarto que comprei de outro paciente
aqui. Então, na semana passada, uma das enfermeiras
começou a agir de maneira diferente perto de mim -
curvando-se para que sua bunda ficasse ao lado da minha
virilha, seus olhos se arrastando pelo meu corpo com um
olhar de fome em seus olhos.

“Você não pode nem tocar nas pessoas,” eu resmunguei,


me levantando da mesa.

“Ainda mais razão para eu estar obcecado,” ele rebateu


com uma voz divertida. Ele também se levantou e fomos em
direção ao seu quarto. Quando entramos, ele fechou a porta
e tirou a máscara, jogando-a sobre a mesa e certificando-se
de que seu cabelo ainda estava preso. Mesmo na puberdade,
Baz nunca tinha ficado menos bonito. Eu tinha espinhas e
um rosto cheio de pelos. Sua pele de alabastro continuava
sem manchas e sem pelos.

“Você parece uma menina,” resmunguei, desviando o


olhar. Ele não parecia uma garota, ele simplesmente não se
parecia em nada comigo. Ele não era afeminado, ele era
apenas... eu não sabia. Eu não tinha mais certeza se bonito
era a palavra certa.

“Sim, bem, ninguém vai cortar meu cabelo.”

“Não é apenas o seu cabelo,” eu disse e nossos olhos se


encontraram. Um estranho desconforto passou entre nós -
momentos estranhos têm acontecido muito ultimamente. Ele
desviou o olhar rapidamente enquanto meus olhos desceram
para seus lábios. Eles pareciam macios e grandes. Instintos
conflitantes rolaram dentro de mim. Porra, era sempre assim
com ele ultimamente e isso estava me deixando no limite.

Meu animal estava agitado, insistindo que eu


descobrisse exatamente onde Baz estava na hierarquia. Ele
deveria estar sob mim, eu era maior e mais forte. Eu era o
Alfa. Era fácil com todo mundo. Mesmo quando precisava
lutar contra os pacientes, sempre sabia que eu seria o
vencedor. Nunca era uma dúvida. Eu estive lutando minha
vida inteira e agora, parecendo um homem adulto aos quinze
anos, outros shifters e sobrenaturais sentiam que eu era
uma ameaça. Por um longo tempo, coloquei outros em seus
lugares, facilmente sobrepujando qualquer um que quisesse
me desafiar.

Baz era o único que senti necessidade de desafiar. Eu


nunca lutei com ele, no entanto. Eu não queria lutar com
ele, mas a cada ano ficava mais difícil ignorar todos esses
instintos estúpidos. Não se tratava apenas de confirmar que
eu era mais forte, mas também de outros instintos. Coisas
que estavam lá desde o primeiro momento em que o vi.
Quando criança era simples: proteger meu amigo. Como
adolescente, parecia muito mais complicado e eu não
gostava nada disso. Não fazia sentido. Ele era um cara, meu
amigo.

Sempre fui tão confiante e seguro, mas ele me fazia


sentir o contrário.

Baz olhou para longe de mim, olhando para os livros em


sua mesa. Eu me aproximei e passei meus braços em volta
dele, pressionando suas costas contra o meu peito. Ele ficou
quieto. Fazia questão de abraçá-lo todos os dias, esperando
que o toque o ajudasse a crescer. Parecia ter funcionado,
embora ele me dissesse que eu era ridículo e essa correlação
não era a causa.

Abraçá-lo era reconfortante. Abraçá-lo era confuso.

Pressionei meu nariz em sua gola e inalei seu cheiro. Eu


me senti compelido a fazer outras coisas quando nos
abraçamos esses dias. Mudei meu rosto para onde seu
pescoço encontrava seu ombro. Eu queria mordê-lo. Meus
braços o seguraram com força, sentindo seu corpo sólido
contra mim.

“Talvez eu pudesse usar uma garra e cortar seu cabelo,”


eu ofereci com um sorriso. Seu coração estava batendo um
pouco mais rápido e ele engoliu enquanto minha respiração
soprava em seu pescoço coberto.

“Sim, certo,” ele bufou. “Você morreria igual aos outros.”

“Não, eu não morreria,” eu insisti. Eu vinha pensado


muito sobre isso ultimamente. Demais, na verdade. Sobre
tocá-lo. Então poderia finalmente confirmar que era mais
forte. “Eu não sou como os outros. Eu sou mais forte.”

“Ok,” ele disse sarcasticamente. Eu engoli, sentindo


meus instintos animais subirem. Seu comentário deixou
claro que ele pensava que eu era fraco como os outros. Que
ele era mais forte do que eu. Eu abri minha boca e mordi
onde eu queria, fazendo-o sugar uma respiração afiada de
choque quando um grunhido descontrolado escapou
baixinho da minha garganta.

“O que você está fazendo?” Ele sussurrou em choque.

“Você acha que é mais forte do que eu?” Eu perguntei,


agitado. Eu odiava a ideia de outros pensando que eram mais
fortes do que eu, mais dominantes. Estava ligado ao meu
DNA ser o mais forte. Exceto, eu não tinha certeza se era
mais forte do que Baz e isso me irritava constantemente.
Assim como o desejo de tocá-lo.

“Não é sobre quem é mais forte,” Baz estalou,


empurrando meus braços, mas eu não o soltei. “Você está
tentando me incitar a uma luta? Está ficando muito irritante
a frequência com que você faz isso ultimamente.” Eu sabia
que era irritante, mas não conseguia parar e agora me sentia
pronto para explodir. Eu deixei cair meus braços, deixando-
o ir, e ele me encarou.

“Então vamos resolver isso,” eu disse. Ele me lançou um


olhar estranho, como se achasse isso uma piada divertida.
Às vezes eu me perguntava se ele era capaz de levar as coisas
a sério. Tudo parecia um jogo para ele e ás vezes eu queria
estender a mão e sacudi-lo. Eu me lancei para frente,
empurrando seu corpo contra a parede.

“Nemo, não,” ele disse, seus olhos arregalados e seu


coração batendo mais rápido. Agora ele parecia mais sério.
Eu senti a necessidade de fazê-lo perceber que eu era o
predador na sala. Eu era o Alfa aqui. Eu engoli enquanto o
apertava, meu próprio coração batendo rápido com a
perspectiva de tocá-lo diretamente.

“Você não é o dominante. Você não me diz o que fazer,”


eu rosnei, olhando-o diretamente em seus olhos estranhos e
hipnotizantes e pressionando meu poder invisível nele. Ele
estremeceu, então curvou o lábio em desgosto, estreitando
os olhos em desafio. Ele me olhou como se eu estivesse louco.
Eu queria mostrar a ele a verdade da minha declaração. Eu
o segurei contra a parede enquanto ele tentava passar por
mim.

“Eu vou te dizer o que fazer. Pare de me abraçar de agora


em diante, porra,” ele retrucou e eu me senti feio por dentro.
“Não,” eu disse, o poder pingando de minhas palavras.
Ele parecia estar lutando contra o peso do meu poder, seu
queixo tentando afundar submissamente, mas ele se
recusou a desviar o olhar do meu olhar, se recusou a ceder.
Isso me deixou louco pra caralho.

“Eu preciso que você se submeta,” eu disse, minhas


palavras um estrondo profundo de dentro do meu peito.

“Tudo bem, eu me submeto, está feliz? Agora dê o fora,”


ele disse. As palavras saíram tão fáceis dele. Ele não dava a
mínima e suas palavras não significaram nada por causa
disso.

Eu precisava ver se era mais forte. Eu tinha que


dominá-lo. Meus olhos foram para sua boca e ele se debateu
contra mim ao perceber minha intenção.

“Eu nunca vou te perdoar se você fizer isso,” ele sibilou.


Suas palavras eram raivosas, mas seus olhos estavam quase
implorando, quase assustados. Eu hesitei. Isso era idiota,
mas eu não aguentava mais. Estávamos neste curso há anos
- eu precisava testar para ter certeza de que era o mais forte
e só precisava tocá- lo.

O desejo era quase obsessivo atualmente. Estávamos


lutando mais e mais. Meu lado idiota sempre era o
instigador, mas não podia evitar. Ninguém sabia o que era
ser eu. Ter desejos básicos sempre empurrando você a agir.
Eu não podia simplesmente dar um passo para trás. Eu não
podia simplesmente deixar isso passar.

Inclinei-me para frente e toquei meus lábios nos dele.


Eles eram mais suaves do que eu esperava e eu gostei. Eu
me senti mais vivo e animado do que nunca. Baz estava
chateado e lutando contra mim enquanto eu me inclinei mais
forte e machuquei sua boca. Eu agarrei seu ombro onde o
tinha mordido e pensei em mordê-lo de verdade, em segurá-
lo e fazê-lo entender que eu era seu alfa.

“Pare,” ele sussurrou contra minha boca, mas ele não


estava mais lutando contra mim. Mudei minha mão para sua
garganta e o segurei firmemente, deixando-o saber que eu
estava no controle. Meu corpo pressionou contra o dele,
sentindo seu pau duro contra meu quadril, e meus lábios
exigiam submissão dos dele.

Seu cheiro cítrico e de especiarias ficou mais forte até


que estava mordendo meus sentidos. Meu nariz queimava
como se eu tivesse cheirado pimenta demais e meus lábios
estavam quentes.

Mas eu estava bem. Eu era mais forte do que ele. Por


um momento, me senti perfeitamente sem conflito. Eu era
alfa e estava tocando Baz.

A dor caiu na minha boca e eu me afastei sem pensar,


caindo no chão enquanto meu coração apertava de dor
aguda. O choque sacudiu através de mim e eu olhei em
descrença para Baz de pé acima de mim. A raiva cresceu em
seus olhos. O vermelho parecia fogo e o verde parecia veneno.
Ambos eram cruéis e de repente a dor estava por toda parte,
espuma saindo da minha boca.

Rapidamente desviei meus olhos dos dele. Isso não


poderia estar acontecendo. Meu animal se debateu,
precisando escapar, mas não conseguiu. Stein encontrou
uma maneira de mantê-lo trancado dentro do meu corpo
humano.

O monstro dentro de mim queria lutar, vencer, mas...


eu não conseguia vencer. Como isso era possível? Meu
cérebro não conseguia compreender. Eu não podia aceitar.
“Seu idiota imbecil!” Baz gritou para mim. Através da
raiva em suas palavras, pensei ter ouvido dor, mas não tinha
certeza. Ele colocou a máscara e saiu correndo da sala. Dor
ardente e cortante se ramificou pelo meu corpo, queimando
e latejando. Eu caí totalmente no chão. Eu estava quase
inconsciente quando os atendentes me puxaram de seu
quarto para me levar para baixo.

Baz nem mesmo olhou na minha direção quando eles


fizeram. Ele apenas se sentou em sua cama, seu rosto
empurrado em uma história em quadrinhos como se eu não
estivesse morrendo bem na frente dele.

Ele venceu. Ele era mais forte. Eu o desafiei e perdi. E


agora ele agia despreocupado comigo.

Ele não se importava comigo, com ninguém, não é? Ele


não podia, quando ele simplesmente matava tudo em que
trocava.

Eu não podia aceitar que ele era mais forte. Que não
importava o quão grande e forte eu fosse, ele sempre
ganharia.

Doeu no meu peito também. Ele me negou, não


querendo o que eu tentei dar a ele. Ele não se sentia da
mesma maneira que eu. Não, ele nunca sentiu. Eu era
apenas um joguete para passar o tempo. Um animal de
estimação.

Quando o veneno finalmente passou, vários dias depois,


meu eu primitivo doeu com a perda.

A angústia mental era demais e eu me transformei, meu


corpo quebrando e se reformando através das drogas e do
monstro que eu era. Enviei uivos de dor patéticos em direção
a uma lua que eu não podia ver e prometi que nunca mais
experimentaria isso.

Presente
Bree estava gritando e eu fingia que não me
incomodava. Que eu não tinha sentido nada por ela no
momento em que a vi. Era como Baz, tudo de novo. Esse
desejo de proteger e possuir queimava dentro de mim. Eu
sabia melhor agora. Por isso que eu deitei na cama, olhando
para o teto escuro enquanto ouvia seus gritos, agindo como
se eu não me importasse com o mundo.

Talvez ela morresse. Eu não me importava. Na verdade,


eu preferia. Livrar-me desse instinto estúpido por ela -
instintos estúpidos que só me causaram dor. Eu estava
acostumado com a dor física. Isso significava que eu estava
vivo. Aqueles sentimentos sombrios que eu tive há muito
tempo atrás quando Baz revelou sua verdadeira natureza
não eram algo que eu gostava ou aceitava. Não me fazia
sentir vivo. Isso me fazia sentir um assassino. E eu o odiava
mais cada vez que pensava nisso.

Amanhã, prometi a mim mesmo, amanhã tentaria


matá-lo novamente - acabar com as memórias ruins e feridas
remanescentes dentro da minha cabeça. Ele me deixou me
aproximar, não é? Ele deixou hoje, quando aquela nova
droga me atingiu. Ele apenas ficou lá e me deixou esfregar
nele. Eu não era nada para ele, não é?

Eu poderia usar o que aconteceu hoje para enganá-lo.


Para chegar perto e quebrar seu pescoço antes que
percebesse o que estava acontecendo. Exceto que era apenas
um sonho idiota, porque eu não poderia matá-lo. Rejeitado
ou não, ele ainda era meu companheiro. Um deles, pelo
menos.

Bree parou de gritar e meu coração disparou no peito.


Prendi minha respiração. Então, o som dela sendo arrastada
pelo corredor em direção à cela em frente à minha me fez
respirar novamente. Eles a trancaram e eu tentei rolar e
dormir. Em vez disso, eu a ouvi dormir, o som constante de
sua respiração e as batidas lentas de seu coração me
acalmaram.

Ela dormiu por várias horas antes de ouvi-la começar a


sussurrar. Eu me levantei e fui até a porta.

“Você está viva, pequena meio-vampira?”

“Foda-se,” ela murmurou, sua voz era forte. Eu odiava


que isso me fizesse sentir melhor.

“O que Stein fez?” Eu perguntei, familiarizado com


quase tudo que Stein fazia no que diz respeito à
experimentação. Eu era sua pequena cobaia especial. A
besta que não morria, não importando o que ele jogasse nela.

“Ele me costurou um pau enorme de dezesseis


polegadas. Amanhã vamos testar em você.”

“Vocês dois são tão parecidos,” resmunguei.

“Quem?”

“Baz. Vocês dois são um par de psicopatas sarcásticos,”


eu mordi.
“Quem disse que estou sendo sarcástica?” Ela cuspiu.
Eventualmente, ela suspirou. “Ele está tentando me mudar.
Fazer-me mais, ele disse.”

“Ele fez isso comigo antes mesmo de eu nascer,” eu


disse, sem saber por que sentia a necessidade de dizer que
era a maior aberração de todas.

“Você disse a Stein o que eu era?” Ela perguntou. Eu


bufei. Eu não diria a Stein porra nenhuma.

“Não,” eu respondi. O barulho de alguém chegando me


deixou bufando de aborrecimento. Um momento depois, um
segurança estava com uma seringa de haste longa. Era a
mesma coisa que eles usavam em crocodilos zangados. Eles
tinham armas de dardos antes, mas os pacientes estavam
desesperados para roubá-las. Os varões eram difíceis de
roubar e esconder. O Dr. Stein estava ao lado do segurança
com uma prancheta na mão, escrevendo algumas coisas.

“Hoje foi bastante esclarecedor, Nemo,” ele disse,


enquanto rabiscava algo. “Você tocou na pele do basilisco?
Eu quero saber sobre o seu nível de imunidade.”

“Foda-se,” eu rosnei. Ele cantarolou.

“Eu tenho uma série de perguntas sobre a sua


sexualidade. Quero ter certeza de exatamente o que estou
dando ao cliente. Você já teve pensamentos sexuais sobre
outros homens antes de hoje?” O Dr. Stein esperou, batendo
a caneta contra a prancheta. Quando eu não respondi, sua
cabeça levantou. “Você sabe como isso funciona. Agora
responda a pergunta. Você já teve pensamentos sexuais
sobre homens antes de hoje?”

Um bufo veio de mim e envolvi minhas mãos em torno


das barras da janela, olhando para Stein com diversão.
“E você sabe como isso sempre acaba,” eu disse. Ele me
encarou por alguns instantes e então suspirou.

“Sempre a decepção.”

“Ah, não gostou do que você fez?” Eu provoquei.

“Talvez eu tente criar um soro de submissão


novamente,” ele murmurou para si mesmo, escrevendo algo.
O medo me cortou. Ele tentou no passado e não funcionou.
No entanto, sempre tive medo do dia em que ele finalmente
descobrisse uma maneira de fazer isso.

Enquanto eu pensava nisso, o maldito segurança me


arpou. Eu rugi quando a agulha me espetou.

Stein abriu a porta e entrou com uma seringa. Foda-se,


isso parecia a porção de feromônio. Duas vezes em um dia,
sorte minha. A agulha deslizou para dentro e um momento
depois ele estava saindo da sala.

“Já que você não quer responder a perguntas, terei que


descobrir as respostas sozinho.” Ele deixou a porta aberta e
foi até o quarto de Bree, destrancando e abrindo a porta. Eu
engoli em seco. “Amanhã vamos trazer o basilisco para cá,”
disse Stein distraidamente para o segurança.

“Senhor, Baz virá?” Ele perguntou nervosamente.


Revirei os olhos e esfreguei meu pescoço, lutando contra a
sensação desagradável por dentro ao ouvir seu domínio deste
lugar. Ele era o predador superior, não eu. Isso me deixava
nervoso. Eu fui feito para ser um alfa, então a existência de
Baz enfurecia minha besta.

“Foi notado que ele gosta da dhamphyr. Ele virá.” Eles


se afastaram enquanto o calor do meu corpo aumentava.
Baz não gostava dela. Baz a estava usando. Era incrível
como meu ódio podia ser ilimitado. Eu senti crescer ainda
mais por causa dele e a raiva começou a subir dentro de
mim, fazendo-me sentir selvagem.

“Corra,” eu rosnei para Bree.

“E se eu não quiser?” Ela perguntou e cerrei meus


dentes.

“Corre!” Eu rugi o mais alto que pude. Eu a ouvi


suspirar e fugir, seu coração batendo com medo em seu
peito. Eu me joguei na minha cama e soquei o colchão. Meu
pau estava duro pra caralho.

Alcancei entre a cama e meu corpo, me apertando e


esperando que isso me fizesse desinflar. Em vez disso, acabei
fodendo minha mão, esmagando o colchão como um animal
selvagem louco. Então eu estava me levantando e
perseguindo os corredores, incapaz de não caçá-la. Ela
estava longe, mas eu ainda podia ouvir o leve tamborilar
distante de suas botas - a presa fugindo do predador.

Eu sorri. Eu não podia evitar. Isso era divertido pra


caralho, mesmo que fosse uma má ideia.

“Porquinho, porquinho,” eu provoquei, assim como na


outra noite. Eu não podia esperar para pegá-la novamente.
Para vê-la fugindo o mais rápido que podia.

“Porquinho,” eu gritei em uma voz profunda e


provocadora enquanto eu corria em torno de uma esquina e
a via. Seu longo cabelo ruivo voou atrás dela enquanto ela
ofegava. Esta noite ela não usava uma camisa de força. Uma
risada profunda retumbou de mim enquanto eu corria em
sua direção. “Eu vou comer você,” eu rosnei, apenas para
provar seu medo. Seu coração batia tão forte, sua respiração
tão rápida.

Eu pulei nela, envolvendo-a em meus braços. Ela gritou


e eu rolei de forma que minhas costas foram o que atingiu o
chão. Um momento depois, empurrei sua barriga no chão e
rolei em cima dela. Minha boca saltou para frente e eu mordi
sua nuca. Então mordi o lado de seu pescoço e sua orelha, e
sua mandíbula e bochecha. Depois de cada mordida, lambi
cada ponto com sabores úmidos desleixados. Ela estremeceu
em baixo de mim enquanto eu ofegava em seu ouvido,
arrastando minha língua sobre ele.

“Foda-se”, ela respirou.

“Você é minha agora. Minha coelhinha assustada,” eu


rosnei de alegria colocando meu peso sobre ela, certificando-
me de que ela se sentisse presa.
CAPITULO DEZENOVE

Nemo tinha vencido. Ele me perseguiu e me capturou.


Meu corpo ainda estava tremendo da perseguição quando ele
me prendeu no chão. Nemo era um predador de ponta e isso
me fazia sentir como nada além de uma presa.
Imediatamente ele me derrubou e me impediu de escapar.
Eu era dele para fazer o que quisesse.

Minha calcinha estava encharcada, mas meu coração


batia descontroladamente. Ele estava me lambendo e
mordendo como um animal com tesão que não conseguia se
controlar. Grande, rosnando, peludo, musculoso. Meus
pensamentos de volta a hoje mais cedo, de volta para ele me
observando enquanto fodia as coxas de Baz. Seus olhos
escuros captavam meu centro, absorvendo a imagem
enquanto ele ofegava e empurrava.

Um gemido caiu da minha boca quando senti seu pau


grosso pressionando contra minha bunda. Eu queria que ele
me levasse, me mantivesse empurrada no chão enquanto ele
usava meu corpo para suas necessidades selvagens. Seu
peso estava sobre mim e eu me contorci, mas não havia como
escapar de seu corpo febril.
Então, de repente ele se foi, arrancando seu corpo do
meu. Seus dedos agarraram meus braços e ele me puxou
para cima e me empurrou para frente.

“Corra,” ele rosnou. Meus olhos percorreram sua barba


desalinhada e cabelo desgrenhado. Se eu o tivesse visto fora
deste lugar, parado perto de um posto de gasolina ou loja, eu
naturalmente o evitaria. Nemo parecia rude e cruel - como
se ele fodesse sujo e não gostasse quando alguém dizia não.
Ficar na cama com um homem assim era uma ideia muito
ruim, mas ainda assim me empolgava. Isso me fez sentir
como se estivesse sendo ruim e suja, mas que seria fodida
dentro de um segundo e amaria cada minuto disso.

“Eu disse, corra, porra,” ele disse em uma voz sombria,


pressionando perto e me empurrando para frente, me
encorajando. “Ou eu farei algo que você não vai gostar.”

“O que você vai fazer?” Eu perguntei, minha voz rouca


enquanto eu olhava para ele. Nemo era tão grande e
taciturno. Ele tinha cicatrizes e escuridão. Sua energia
sobrenatural irradiava dele, empurrando suavemente minha
pele, me deixando para sempre ciente do poder que ele tinha
dentro dele.

“Eu farei o que eu quiser, é o que farei. Você não é a


primeira mulher que eu encontrei que quer ser fodida
brutalmente por mim, mas adivinhe?” Ele perguntou,
aproximando-se de mim e envolvendo sua grande mão em
volta da minha garganta, me segurando no lugar enquanto
abaixava a cabeça e olhava nos meus olhos. Seu cheiro
almiscarado saía dele, másculo, mas leve. A pressão invisível
de seu poder me empurrou com mais força e tive que cerrar
os dentes.

“O que?” Eu perguntei.
“Eu não estou interessado em foder você,” ele disse, me
empurrando para longe dele. Eu enrolei meu lábio e me
afastei dele, mas senti sua pressão nas minhas costas. Ele
estava parado ali, respirando pesadamente. Eu me virei e o
vi apalpando seu pau através das calças, seu olhar pesado
em mim. Seus olhos negros pareciam sem alma no corredor
escuro. Eu me virei e continuei andando.

Ele não queria foder. Tudo bem, certo. Foda-se ele.

Saí pisando duro e virei por outro corredor, procurando


encontrar o caminho de volta para o meu quarto. Eu pensei
ter ouvido o som de pés batendo no ritmo dos meus e parei.
Quando me virei, ninguém estava atrás de mim e o som havia
parado. Continuei andando e o barulho voltou, só que desta
vez os passos estavam se movendo um pouco mais rápido,
ocupando espaço, ganhando de mim.

Meu coração e minha respiração aceleraram um pouco.


Ele disse que não queria foder, então por que ele estava
fazendo isso? Ele iria continuar me perseguindo e me
pegando a noite toda? Saí correndo para ver o que ele faria.
Um zumbido sombrio de aprovação ressoou atrás de mim,
soando como uma fera satisfeita, e então ouvi seus passos
poderosos pressionando ainda mais rápido.

Ser perseguida provocou uma reação imparável - um


instinto de sobrevivência básico que fez a adrenalina
bombear em meu corpo. É por isso que eu estava correndo
com tudo o que tinha, me perguntando freneticamente se ele
havia mudado de ideia. Se ele queria me arruinar.

Meu coração batia forte e eu sabia que não poderia fazer


isso de novo e de novo. Já me sentia exausta com a
adrenalina de antes.
Eu ofeguei, meus músculos e pulmões queimaram. Meu
corpo não era forte e o de Nemo era a definição de força. Eu
mal pude gritar desta vez quando senti seus braços duros
me cercarem de repente. Seus bíceps protuberantes
apertaram meu peito e eu me debati, com raiva dele
enquanto meus instintos insistiam para que eu fugisse do
predador que queria me comer.

“Me solta!” Eu gritei. Ele riu, gostando de brincar


comigo. Então ele me empurrou, o peito primeiro, contra a
parede e firmou seu joelho entre minhas pernas. Nemo
começou a morder e lamber tudo de novo. Meus seios podiam
sentir a temperatura fria da parede de concreto mesmo
através das minhas roupas.

Eu me senti como uma poça derretida com sua boca


selvagem em mim. Minha pélvis foi para frente e para trás
contra sua perna, esfregando contra ele como um cachorro
com tesão sem vergonha. Ele estava me fazendo delirar. Seus
dentes cegos pressionaram minha pele e ele mordeu com
força, a carne espremida em sua boca, mas antes de romper
a pele, ele parou e arrastou a língua sobre o local.

Sua língua estava quente e úmida. Ele estava


desleixado, deixando-me com a sensação de umidade no
pescoço e nas laterais do rosto. Ele arrastou sua língua para
cima da minha mandíbula e sacudiu minha cabeça para o
lado enquanto sua língua passava por meus lábios e, em
seguida, invadiu minha boca. Não era um beijo. Era uma
intrusão.

Um gemido escapou de mim enquanto eu me esfregava


contra ele. Sua língua estava quente quando ele me provou.
Parecia dominador e opressor. Nenhuma parte do meu corpo
estava fora dos limites para ele e era irritante o quão quente
isso me deixava.
Sua língua trilhou de volta para fora da minha boca e
de volta para a minha mandíbula, mais molhada do que
nunca. O corpo de Nemo envolveu o meu contra a parede -
seus antebraços pressionando no concreto, seu corpo
esfregando contra minhas costas me mantendo presa. Seus
lábios pressionaram meu ouvido, sua língua disparou dentro
dele, quente e úmida, sua respiração alta.

“Você é dele?” Ele perguntou de repente e eu pisquei.

“Eu não sou dele. Ele é meu,” sibilei, pensando em todas


as vezes que Orson insistiu que era meu dono. Então percebi
que ele poderia não estar falando sobre Orson. “Espere, o
que você quer dizer?” Eu perguntei. Nemo passou os dentes
pela minha pele e cantarolou.

“Eu não quis dizer aquele vampiro. Eu não dou a


mínima para ele. “

“Você está se importando com Baz?” Eu perguntei. Seus


dentes morderam minha nuca com mais força do que nunca,
talvez me punindo pela minha pergunta e eu choraminguei.
Nemo rosnou, fazendo seu hálito quente soprar em meu
pescoço. “Foda-se,” eu ofeguei, pressionando minha testa
nos tijolos frios para tentar limpar minha cabeça. Meu corpo
não se acalmou, estava devasso e desesperado. Não havia
dúvida de que havia uma mancha molhada em sua coxa,
pressionada entre minhas pernas.

“Não, eu não dou a mínima para ele,” ele grunhiu com


palavras mergulhadas em ódio. “Ele está compartilhando
você com aquele vampiro?”

“Me compartilhando...” eu disse, não gostando do gosto


daquelas palavras. Parecia que os homens tinham mais a
dizer do que eu sobre o que eu estava fazendo. “Ele não me
compartilha,” eu cuspo. Nemo se afastou rapidamente,
recuando. Eu me virei com uma carranca.

“O que é isso? Você diz que não quer me foder, então


você age como se quisesse, então você para. Estou ficando
irritada. Baz não tem nada a ver com isso agora.”

“Ele quer,” Nemo grunhiu, parecendo que queria matar


algo.

“Olha, eu não estou traindo ninguém se é por isso que


você está assustado. Baz sabe que já estou fodendo Orson e
não se importa. Ele quer assistir.” Os olhos de Nemo se
arrastaram pelo meu corpo lascivamente. Eu podia imaginar
o que estava passando por sua cabeça, me levando contra a
parede, me atingindo com tanta força que meu rosto rasparia
contra o tijolo.

“Mas vocês dois estavam juntos hoje. Eu podia sentir o


cheiro.”

“Sim, estávamos,” eu disse. Nemo torceu o lábio.

“Por que isso importa? Você claramente não quer trocar


uma aliança e ficar todo monogâmico,” eu disse com uma
carranca. Ele estava tentando evitar drama por não se
envolver com a mesma garota que Baz estava?

“Eu não posso te foder sem ter certeza de que você não
é dele,” ele deixou escapar. Então ele rosnou e socou a
parede, fazendo dois tijolos se quebrarem. Sua mão voltou
com sangue e meus olhos se arregalaram em choque
enquanto eu pressionava minhas costas contra a parede.

“Porra! Corra novamente,” ele exigiu. Eu cruzei meus


braços.
“Não.”

Ele rosnou, mas eu fiquei parada. Finalmente, ele


inclinou a cabeça para trás contra a parede e agarrou-se
através da calça, apertando-a enquanto gemia. Eu não tinha
ideia do que estava acontecendo em sua cabeça, mas só
podia imaginar que tratava de não criar drama. Talvez os
dois tenham concordado em não pisar no pé do outro. O que
me irritava. Eu era minha própria pessoa e capaz de tomar
minhas próprias decisões. Se eu queria foder os dois e os
dois queriam me foder, então me sentia no direito de fazer
isso. Talvez isso fosse ingênuo e infantil, mas não me fazia
sentir diferente sobre isso.

“Por que você tem que ter certeza de que não sou dele?”
Eu perguntei. Meus olhos percorreram Nemo contra a parede
oposta. Sua mandíbula cortada, seus olhos negros e
raivosos, o cabelo desgrenhado caindo sobre seu olhar, a
sombra áspera da sua barba que tinha me deixado ardendo
no pescoço e no rosto.

Eu queria isso. Eu o queria. Eu o queria duro e queria


que ele aguentasse. Eu nunca tinha visto alguém com uma
presença tão dominadora em toda a minha vida e não pensei
que veria novamente.

“Eu não posso…” ele interrompeu e pareceu lutar para


encontrar as palavras. Eu estreitei meus olhos.

“Explique isso, porque eu não entendo.”

“Eu não posso dizer isso em voz alta porque me


enfurece!” Ele gritou. “Vamos apenas parar de falar sobre
isso. Corra,” ele rosnou. Eu balancei minha cabeça. Ele
queria parar de falar sobre Baz, isso estava bem.
“Não me foda então,” eu disse. Um pequeno sorriso
malicioso fez meus lábios curvarem. “Há muitas outras
coisas a fazer.” Então eu saí - exatamente como ele me pediu
- esperando que ele mordesse a isca. Eu corri para longe,
mas um segundo depois seus braços estavam em volta de
mim novamente, me levantando do chão, minhas costas em
seu peito, seu hálito quente em meu ouvido enquanto sua
língua e dentes desceram por toda a minha pele. Eu gritei
quando sua boca me possuiu.

Nemo envolveu um braço em volta da minha cintura,


mantendo-me pressionada contra ele e meus pés balançando
no chão. Sua outra mão empurrou minha saia. De repente,
seus dedos calejados estavam cavando em minha calcinha e
empurrando dentro de mim, me fazendo ofegar. Os dedos de
Nemo eram grandes e ele empurrou dois dentro de mim
imediatamente, sentindo o quão apertada e molhada eu
estava em torno de sua intrusão.

Eu engasguei e derreti em torno do alongamento


forçado. Seu polegar pressionou contra minhas costas e
estremeci, minha respiração saindo com pressa. Porra.
Claro, este homem não ficaria feliz com apenas uma coisa,
ele queria tudo de mim. Ele queria ser dono de tudo e não
estava disposto a pedir permissão.

Ele bombeou seus dois dedos para dentro e para fora


enquanto seu polegar lentamente empurrava para dentro da
minha bunda. Um suspiro saiu de meus lábios e me senti
tão oprimida por este homem estar em cima de mim. Seus
dentes e língua estavam de volta ao meu pescoço e meus pés
ainda estavam pendurados no chão, Nemo me mantendo
suspensa contra ele facilmente enquanto seus dedos
cavavam dentro dos meus buracos, saqueando tudo com
seus dedos grossos.
Eu nunca tive ninguém brincando com minha bunda
antes. A sensação era estranha, quase errada - mais
intrusiva e desconhecida. Ele puxou o polegar lentamente, e
isso criou uma nova sensação que me fez contorcer e
choramingar. Seus dois dedos calejados ainda estavam
bombeando em minha boceta e eu podia ouvir os ruídos
molhados enquanto ele mergulhava para dentro e para fora.

Nemo esfregou a ponta do polegar para cima e para


baixo na minha entrada enrugada, fazendo-a estremecer. Ele
deu um ruído viril de prazer ao sentir meu buraco ficar tenso,
então ele empurrou o polegar de volta para dentro.

Porra. Parecia sujo e eu estava me contorcendo contra


ele, amando isso. Todo o tempo seus dedos estavam dentro
de mim, para frente e para trás, empurrando rudemente em
mim como se ele quisesse me espalhar e me abrir - me deixar
pronta para seu pau.

Ele não estava falando, sua boca ocupada mordendo e


lambendo, sua garganta produzindo rosnados e ronronos.

Nemo continuou puxando o polegar para fora e, em


seguida, empurrando-o para dentro, me dando aquela
sensação estranha repetidamente. Isso me oprimiu e eu me
contorci mais em seus braços. Ele nos levou para o chão e
me posicionou como ele tinha feito com Baz antes, minha
bunda alta no céu, minha cabeça no chão. Ele puxou minha
calcinha e, em seguida, sua língua quente e ansiosa estava
em toda parte entre as minhas pernas, molhada e quente.
Não havia sutileza nisso. Ele espalhou sua língua e correu
do meu clitóris até minha bunda, circulando o buraco
enrugado. Meus gemidos eram altos no corredor escuro e
abandonado.

Nemo enfiou o rosto sem vergonha, babando em minha


boceta enquanto sua língua procurava e provocava meu
clitóris com força, quase dolorosamente exigindo que eu
sentisse prazer. Ele grunhiu em aprovação quando meus
fluidos e sua saliva vazaram pelas minhas coxas. Sua língua
voltou para a minha bunda e eu estremeci com o erro disso
quando sua língua quebrou a entrada e mergulhou dentro
de mim.

Depois que ele explorou, sua língua lambeu meu


traseiro, deixando cada parte de mim encharcada, usando
sua boca suja para me lubrificar com sua baba. Ele se
afastou e cuspiu no buraco antes de trabalhar a saliva na
minha bunda com o polegar. Eu choraminguei e minhas
coxas tremeram quando seus dedos ásperos cravaram em
minhas coxas e bunda, me abrindo enquanto ele babava e
lambia.

Meu corpo estremeceu quando seus dentes afundaram


em minhas coxas, duas mordidas, uma em cada perna. No
momento seguinte, sua cabeça sumiu. Olhei por cima do
ombro para vê-lo empurrando para baixo a calça de moletom
e acariciando seu pau grosso. Puta merda.

“Eu não estou te fodendo,” ele resmungou enquanto seu


pau deslizava entre as minhas pernas e contra o meu núcleo,
a cabeça bulbosa deslizando entre minhas dobras, mas não
entrando. Ele agarrou meus quadris e me puxou para trás
para que minha bunda estivesse encostando nos seus
quadris. Então ele empurrou minhas coxas juntas e deslizou
pela minha abertura repetidamente. Seu comprimento se
arrastou sobre meu clitóris, fazendo com que o prazer se
construísse lento, mas implacável enquanto ele usava
minhas coxas para gozar.

“Nemo,” eu gemi, querendo implorar para ele me foder,


mas sabendo que ele não iria por quaisquer razões que
tivesse. Seu pau deslizou pelas minhas coxas escorregadias
e entre as minhas dobras, sua cabeça esfregou na minha
entrada e eu engasguei quando ela estalou um pouco para
dentro.

“Porra,” ele amaldiçoou em um grunhido profundo, se


afastando. Então ele fez de novo, pressionando a cabeça um
pouco para dentro, em seguida, puxando para trás. Eu
choraminguei e seu ritmo acelerou - empurrar, provocar,
puxar para trás.

De repente, senti seu polegar empurrar dentro da minha


bunda novamente. Eu gritei e ele rosnou de prazer e, em
seguida, fodeu minhas coxas sem qualquer provocação,
apenas estocadas rápidas e ásperas para obter o pau duro
entre as minhas pernas a fricção de que ele precisava.

Nemo pressionou seu peso contra mim, me pesando


enquanto empurrava implacavelmente, deslizando entre
minhas coxas escorregadias. Eu estava de barriga para
baixo, o piso frio pressionando contra minhas pernas
expostas. Tudo parecia tão depravado - o corredor escuro,
seus grunhidos e gemidos, seus quadris empurrando para
frente com tanta força que meu corpo deslizou contra o chão.
Éramos duas pessoas loucas e assassinas fodendo em um
corredor sujo. Um gemido alto saiu da minha boca enquanto
meus braços se esticavam no chão acima da minha cabeça.

Nemo tirou seu pau da junção entre minhas coxas e o


chão e o colocou na junção dos montes redondos da minha
bunda. Prendi a respiração e admiti para mim mesma que
não me importaria que Nemo entrasse naquele buraco. Eu
queria aquela intrusão e a negação de ele colocá-lo em outro
lugar.

Ele ofegava e suas estocadas eram desleixadas


enquanto esfregava seu pau na fenda da minha bunda. Ele
rapidamente se enfiou entre minhas coxas novamente
enquanto o líquido quente derramava por toda parte. Ele
rosnou e grunhiu, esfregando a cabeça vazando de seu pênis
sobre meus lábios inferiores.

Sêmen deslizou sobre os lábios da minha boceta e entre


as minhas coxas. Ele pingou no chão. Estava quente e
pegajoso, escorregando entre minhas dobras e me
encharcando por toda parte. Eu nunca tinha visto tanto.

Ele manteve a mão em seu pau, dando algumas


sacudidas enquanto descarregava bem na minha entrada,
certificando-se de que estava expelindo cada gota em mim.
Nemo estremeceu e deu um gemido gutural antes de se
afastar. Seu gemido viajou pela minha espinha, me fazendo
tremer no chão.

Dedos formaram covinhas em minhas coxas e ele me


abriu, olhando para sua liberação em cima de mim. Um
pequeno gemido deixou minha boca quando seus dedos
ásperos deslizaram em minha boceta, empurrando seu
esperma dentro de mim. Estremeci em torno de seus dedos
e balancei meu corpo de volta em sua mão. Eu o queria
terrivelmente.

“Você ainda está duro?” Eu perguntei com a voz


trêmula, sabendo que da última vez ele não amoleceu depois
do primeiro round. Em vez de responder, ele me puxou do
chão e me aconchegou em seu corpo.

Ele me carregou em estilo nupcial de volta para seu


quarto, minha cabeça contra seu peito quente. Seu sangue
estava logo abaixo da superfície, me provocando. Eu podia
sentir. Eu podia até ouvir, bombeando fora do alcance.

Nemo me colocou em sua cama antes de arrancar suas


roupas e ficar atrás de mim. Seu corpo era enorme e quente
atrás do meu. Seus músculos rígidos abrangeram todo o meu
corpo enquanto ele colocava nós dois na cama. Então, sem
falar, ele empurrou seu pau duro de volta entre minhas
coxas e mordeu meu pescoço, um rosnado baixo vibrando
em sua garganta.

Eu queria transar com ele. Isso estava se tornando uma


tortura. Minhas costas arquearam e agarrei o colchão com
força quando ele deslizou entre minhas pernas. Seus dentes
cegos seguraram minha nuca em um aperto dominante e
animalesco. Meu corpo parecia tão necessitado, um orgasmo
apenas sendo provocado e não entregue. Minhas entranhas
estavam apertando e relaxando, querendo
desesperadamente ter algo dentro.

“Foda-me, por favor,” eu finalmente implorei. Não me


importando com o quão patética eu soasse. Não me
importando, que ele havia me dito que não faria isso. Eu
precisava disso. E não era apenas por causa deste momento
torturante. Era pelos os últimos dois dias com Baz também.
A negação de não ser capaz de tê-lo quando ambos
queríamos desesperadamente. A barreira de não ser capaz
de tocar sua pele me manteve frustrada.

“Não,” Nemo grunhiu, negando-me. Porra, eu odiava


ouvir isso. Odiava ser negada. Uma sensação horrível
borbulhou dentro de mim e eu me virei de repente. Nemo me
olhou interrogativamente, suas sobrancelhas escuras se
curvando. Eu ataquei rápido, cravando meus dentes em seu
peito musculoso. Ele grunhiu em choque. Se ele não ia me
foder, então eu sabia qual era a segunda melhor coisa.
Inferno, talvez a melhor coisa porque isso era divino pra
caralho. Além disso, antes isso o havia trazido satisfação.

Chupei seu sangue em minha boca, enchendo minha


barriga com seu sabor inebriante. Um gosto selvagem e uma
sensação explosiva que me deixou louca. Seus dedos
envolveram meus braços, segurando-me com força contra
seu corpo enquanto ele grunhia e gemia rudemente por entre
os dentes cerrados. Seu pau começou a latejar contra minha
barriga enquanto um líquido quente emergia. Seus quadris
moviam-se para frente e para trás enquanto ele
descarregava, gemidos sujos e descontrolados vindos do
fundo de sua garganta. O barulho era incivilizado, quase
selvagem, sem restrição ou vergonha.

Meus lábios sangrentos se afastaram de seu peito


enquanto seu esperma encharcava minhas roupas. Eu me
senti uma bagunça. Gozar em cima de mim, seu esperma
encharcado entre minhas coxas e por toda a minha frente.
Meus dedos alcançaram entre nós e toquei seu pau, sentindo
que estava macio novamente. Ele soltou um grande suspiro
de alívio e vi seu rosto relaxar enquanto seus olhos se
fechavam.

Ele era brutalmente bonito. Tudo forte - mandíbula,


nariz, queixo. Sua sombra de barba não conseguia esconder.
Seu cabelo era castanho escuro - bagunçado, mas limpo.
Perguntas começaram a nadar em minha cabeça - uma
curiosidade sombria pela vida sombria que esse homem
brutal vivia.

Por que ele vivia na solitária? Por que ele sofria com as
drogas experimentais? O interesse curioso em sua vida
nadou em minha cabeça e eu sabia o que isso significava -
havia outra obsessão começando a se desenvolver em minha
mente. Estremeci de prazer, deixando escapar um suspiro de
satisfação e vertigem com a perspectiva de um novo homem
em minha vida. Parecia certo. Parecia completo. Orson, Baz
e Nemo. Eles eram todos meus homens especiais.

O pobre Nemo não fazia ideia. Baz também não. Eles


não sabiam que eu não era como as outras pessoas. Que eu
era consumida por meus interesses e que meus interesses
eram eles. Como, mesmo agora, após alguns breves
encontros, eu não seria capaz de deixá-los ir. Eles eram meus
agora, enterrados na minha cabeça, sem esperança de sair.

Eu esperava que eles não me traíssem como Orson. Eu


já estava cheia de lidar com ele. Era uma frustração
divertida, mas seria difícil equilibrar a vingança de mais de
um deles se eles decidissem ser indisciplinados contra o meu
amor. Amor? Não, eu não estava lá ainda com Baz e Nemo.
Era apenas uma semente em minha mente. Eu mal os
conhecia. Eu iria embora. Oh, eu iria.

Os olhos de Nemo se abriram, me pegando olhando para


ele. Ele deve ter visto algo em meus olhos - um interesse
fervoroso além da sanidade - porque suas sobrancelhas se
franziram em suspeita. Eu segurei a necessidade de dizer a
ele que mesmo homens grandes e bestiais como ele devem se
cuidar de garotas como eu. Que todos os seus músculos e
poder não poderiam salvá-lo da minha disposição para a
obsessão.

Meu, pensei. Ele é meu.

“Você fodeu outra mulher desde que cheguei aqui?


Diga-me quem,” eu exigi, sentindo a raiva desabrochar
dentro de mim. Pelo menos com Baz, eu sabia que não
precisava me preocupar. Ele deixou claro que nunca brincou
com ninguém. Mas Nemo... Nemo tinha estado com
mulheres. Eu certamente poderia dizer que ele sabia o que
estava fazendo além do instinto animal. E eu estava bem com
isso. Eu realmente estava. Mas não se fosse recente ou atual.

Eu não me importei com o que ele e Baz fizeram antes.


Na verdade, eu realmente gostei. Eu fiz parte daquilo.
Éramos nós.

“O que?” Nemo perguntou, parecendo desconfiado.


Meus dedos se enrolaram em seu peito nu.
“Diga-me,” eu insisti, tentando soar menos louca do que
eu era, mas eu estava queimando com a necessidade de
saber. Eu a mataria. Eu teria que apenas acalmar essa raiva
avassaladora dentro de mim. Tentei dar um sorriso alegre,
para encorajá-lo a compartilhar, mas não deve ter parecido
certo porque suas sobrancelhas se ergueram.

“Não, não estive com outra pessoa desde que você


chegou,” ele finalmente disse. Um grande suspiro escapou de
mim e toda a tensão do meu corpo vazou enquanto eu caia
contra ele.

“Saia,” ele bufou. Eu revirei meus olhos. Os homens


sempre eram tão taciturnos e estranhos. Mas estava tudo
bem. Eu não julgaria o humor de meus homens. Eu também
tinha mau humor. Eu esperava que eles pudessem me
perdoar assim como eu os perdoava. Eu ia até perdoar Orson
por me colocar aqui - mas não até que ele fosse punido por
me trair. Assim que me vingasse, poderia perdoá-lo e as
coisas poderiam ser perfeitas.

Saí para fora da cama e olhei para o corpo musculoso e


bronzeado de Nemo. Ele não era tão magro quanto Baz, tinha
muito mais massa muscular e força. Ele era definido
também, linhas entre cada músculo, mas não eram linhas
profundas. Nemo era feroz e de aparência poderosa, sem
nenhum refinamento.

“Você ouviu Stein sobre amanhã. Sobre testar você de


novo,” eu disse e Nemo suspirou e olhou para mim.

“E?”

“Você realmente não quer me foder?” Eu perguntei. Ele


franziu a testa, seus olhos em conflito. “Ou a Baz?” Eu
perguntei. Seus olhos se voltaram para os meus e se
estreitaram. Eu joguei minhas mãos em sinal de rendição.
“Eu não quero fazer nada com alguém que não está
realmente disposto,” eu disse e ele suspirou e se virou, de
costas para mim.

“Está tudo bem,” ele resmungou.

“Mas o que isso significa? Eu preciso de alguma clareza


aqui. Está tudo bem porque você não quer ou...” Ou foram
os feromônios fazendo-o fazer coisas que ele não quer fazer?
Essa ideia me deixou um pouco enjoada.

“Não se preocupe com isso,” ele resmungou. Exceto que


eu estava preocupada com isso e precisava saber.

“Não, você precisa me dizer. Estou recebendo sinais


confusos,” eu exigi. Ele ainda estava de frente para a parede,
sendo todo taciturno. Eu poderia dizer pelo quão
profundamente ele estava respirando, ele estava com raiva
por eu ter insistido. “Eu preciso saber,” eu disse novamente.
Ele se virou, sentando-se em sua cama, de frente para mim.

“O que você quer que eu diga? O que você está tentando


me fazer admitir? Que eu quero te foder? Claro. Eu quero te
foder. Desde o primeiro momento em que te vi, tive vontade
de jogá-la no chão e me afundar no seu calor apertado, bem
ali no meio da terapia de grupo. Eu queria que todos vissem
meu pau esticando você, fazendo você minha,” ele rosnou a
última palavra e eu estremeci. Seus olhos escuros estavam
furiosos, uma tempestade dentro deles.

“E Baz?” Eu perguntei, sabendo que o estava


pressionando. Ele já estava com raiva e qualquer conversa
sobre Baz o enfureceria. Ele rosnou com a minha pergunta.

“Eu odeio ele pra caralho.” Ele disparou e pairou sobre


mim. “O que você pensa que está fazendo com ele?
Brincando? Você está me sacaneando?”
“Estamos sendo cuidadosos,” eu disse indignada. Não
estávamos sendo cuidadosos, mas isso não parecia
importante nesta discussão. Por que de repente ele estava
agindo tão preocupado? Ele realmente se importava? Será
que minha mais nova obsessão gostava de mim? Ele tinha
acabado de admitir que me queria desde o momento em que
me viu. Eu sorri.

“Cuidadosos?” Ele disse em descrença.

“Você mesmo disse, você o odeia. Pare de tentar me


desligar dele. Gosto dele, Nemo. Baz é especial.” Seus olhos
se arregalaram.

“Diga-me o porquê? É porque ele está sempre


iluminando o clima? É porque ele cheira a algo exótico e
perigoso? É porque ele é legal, mas um pouco selvagem
também? É por causa de quão fácil é ser seu amigo e então
ceder ao que ele quer porque você quer tudo o que ele vai
dar?” Eu olhei para ele estranhamente.

“Do que você gosta nele?” Eu perguntei.

“Você está cometendo um erro”, disse ele, ignorando


minha pergunta.

“Porque ele é venenoso?”

“Não, porque ele é ferrado da cabeça. Ele é charmoso e


agradável até você perceber que é superficial.” Ele envolveu
seus grandes dedos em volta dos meus ombros, falando
fervorosamente na minha cara. Isso me deixou animada. “Ele
mantém os cadáveres em seu quarto como companhia e os
vê como iguais a mim ou a você. Ele vai te matar um dia. Ele
fará isso e não significará nada para ele. Sua morte é
inevitável em sua mente. Fique longe dele ou um dia você
será o cadáver no guarda-roupa,” Nemo rosnou bem na
minha cara.

Eu estremeci e olhei para baixo, a presença pesada de


seu poder pesando em meus ombros, me afundando no chão.
O poder invisível pressionou com mais força em mim,
fazendo seu ponto e eu engasguei.

“Pare de tentar me forçar a fazer o que você quer!” Eu


rosnei enquanto caia de joelhos, incapaz de resistir ao seu
poder. Eu empurrei minha cabeça para cima e olhei para ele.
Nemo olhou para mim apaticamente. Ele parecia enorme
acima de mim, olhos impassíveis olhando para a formiga no
chão - um deus brutal, olhando para o humano que ousou
questioná-lo.

Eu respirei fundo. Eu não gostava de ser controlada,


mas a maneira como ele estava forçando a submissão de
mim estava me libertando de certa forma. E de repente, eu
queria que ele tomasse de mim. Pegasse tudo. Me arruinasse
de corpo e alma. Mas eu queria Baz também e não o deixaria
tirar isso de mim.

“Me deixe fora dessa rixa. Vá exercer seu domínio sobre


Baz, assim como eu sei que você quer,” eu disse com um
sorriso sádico. Nemo rosnou e se lançou para frente. Seu
corpo empurrou o meu, seus dedos de aço entre minhas
omoplatas, me prendendo enquanto seu hálito quente
derramava sobre meu pescoço.

“Eu não posso,” ele rosnou baixinho no meu ouvido.


“Você acha que eu já não tentei? Você, porém…” ele se
inclinou e mordeu minha nuca, arrastando seus dentes
sobre a pele profundamente. Senti seus lábios se curvarem
em um sorriso contra a minha pele enquanto eu estremecia,
o desejo rugindo dentro de mim para sentir seus dentes. Eu
me contorci embaixo dele.
“Talvez eu devesse te foder,” ele disse, coçando seus
dentes no meu pescoço. “Fazer você perceber quem é o
dominante aqui. Fazê-lo perceber que posso pegar o que ele
quer - o que ele não pode ter. Eu não aceito que ele seja o
Alfa.”

“A-alfa?” Eu perguntei. Ele rosnou.

“Você sabe o que aconteceria se eu te fodesse?” Ele


perguntou. A pergunta soou ameaçadora e me fez muito
consciente de quão molhada eu estava entre minhas coxas -
não apenas da minha excitação, mas sua liberação e saliva
ainda bagunçadas em mim em todos os lugares.

“Diga-me,” eu disse trêmula. Ele se abaixou e agarrou


entre minhas pernas rudemente, possessivamente.

“Eu não sou como um homem normal, coelhinho.” Ele


pressionou sua boca no meu ouvido e enfiou a língua. “Eu
sou um maldito animal. Um monstro,” ele rosnou. Seus
dentes beliscaram minha orelha.

“Por causa de Stein? Por causa da mesma terapia


genética que ele está me dando?” Eu perguntei, esfregando
minha bunda contra ele. Eu queria saber o que ele faria
quando me fodesse.

“Sim. Não sou um lobisomem normal. Eu não tenho um


lobinho fofo que você possa acariciar atrás das orelhas e não
tenho um pau fofo que sua boceta aguente.” Eu engoli e
fiquei confusa. Eu tinha visto seu pau. Não parecia anormal.
Ele arrastou o nariz do meu pescoço até minha orelha,
sugando meu cheiro. Eu podia sentir seu cheiro suave
também, mas era sempre fraco.

“Por que seu cheiro é tão leve?” Eu perguntei.


“Hmm, o mesmo motivo pelo qual estou preso aqui.”

“Não entendo. É resultado da terapia genética?”

“Não, são as drogas que ele injeta em mim dia e noite,


coelhinho. Você acha que sua pequena injeção foi ruim?
Apenas espere. Ele vai tentar te transformar em um monstro,
então ele vai te prender pelo resto da sua vida.” Nemo puxou
a coleira de couro falso rosa no meu pescoço. “Você ficará
acorrentada aqui embaixo e ficará viciada nas ininterruptas
injeções que eles dão a você.”

“Foda-se,” eu assobiei, lutando embaixo dele. Essa era


a vida de Nemo? Ele não me deixou levantar enquanto eu
tentava empurrar para cima. Em vez disso, ele apenas riu
sombriamente.

“Baz vai me proteger dessa besteira,” eu finalmente


deixei escapar, com raiva dele rindo de mim, agindo como se
eu não tivesse poder. Ele calou a boca quando eu disse isso.

“Ele concordou em me proteger,” eu disse. No momento


seguinte, Nemo estava fora de mim e de volta em sua cama
rangente, puxando a coberta sobre si mesmo.

“Dê o fora daqui.”

“Você tem problemas,” eu cuspi, me levantando do chão.


“Hormônios bipolares de lobisomem”

“Uau, estou realmente magoado em ouvir isso de você,”


disse ele provocadoramente.

“Foda-se”, eu atirei enquanto saía de seu quarto.

“Ele não é aquele a quem buscar proteção,” disse ele


antes de eu sair pela porta. Parei e me virei, olhando para
suas costas largas na cama.
“Você é?” Eu perguntei. Eu ouvi sua respiração parar
por um momento como se ele estivesse chocado por eu
perguntar.

“Eu não posso.”

“Você não vai,” eu rebati.

“Sim, não vou.”

“Bem, então fique fora disso,” eu disse.

“Tudo bem,” ele latiu de volta. Com isso, bati sua porta
ao sair. Ela se abriu, mas eu ignorei quando bati a minha
atrás de mim e caí na minha cama, exausta e com raiva.
Antes de adormecer, empurrei meus dedos entre minhas
coxas. Eu estava uma bagunça pegajosa e molhada. Nemo
se certificou disso.

Eu o imaginei estourando na cela, decidindo que ele


realmente precisava me colocar no meu lugar. Que ele queria
que eu soubesse o que ele quis dizer com seu pau.

Meus dedos esfregaram vigorosamente enquanto eu


engasgava e gemia no colchão, minha bunda no ar como
Nemo gostava. Eu o imaginei trabalhando seu pau dentro de
mim, meus joelhos levantando do colchão enquanto ele batia
em mim com raiva, agarrando grandes punhados da minha
bunda e forçando meu corpo para frente e para trás em seu
pau.

Eu explodi, o prazer lavando-se sobre mim. Eu gemia


alto, incapaz de me conter. Finalmente, eu gemi e desabei,
satisfeita o suficiente pelo momento.

“Imaginando-me, coelho?” A voz de Nemo perguntou do


outro lado do corredor, um prazer profundo como um
ronronar em suas palavras. Meu rosto esquentou e eu fiz
uma careta.

“Não,” eu rebati. Ele deu uma risadinha.


CAPITULO VINTE

“Me desculpe, o quê? É difícil ouvir através da máscara,”


eu menti sem entusiasmo. O segurança, Shaun, um cara
grande e careca com uma cicatriz irregular no crânio, parecia
tragicamente desconfortável e mudou de posição,
suspirando. Esta era a terceira vez que eu o estava fazendo
repetir, porque eu estava preso aqui e tinha que me manter
entretido de todas as maneiras que podia.

Meus olhos se voltaram para a enfermeira Rachel. Eu


odiava quando a equipe voltava à vida.

“O Dr. Stein quer você lá embaixo com Nemo. Ele está


fazendo mais experimentos e sua presença é… desejada,” ele
disse entre os dentes, parecendo enojado. Ele não estava
dizendo, mas eu sabia exatamente do que se tratava. Os
malditos tratamentos com feromônios. Isso ou algo pior.

Além disso, Bree ainda estava lá e eu tinha fechado um


acordo com ela pela proteção. Os detalhes disso não haviam
sido totalmente desenvolvidos. Não tínhamos ido tão longe
desde que estávamos ocupados demais nos masturbando na
frente um do outro e tentando irritar Orson.

“Sim, bem, o que eu não entendo é por que eu? Não


estou querendo ser cutucado pela porra do lobo. E por
cutucado quero dizer fodido,” eu disse para o benefício de
Shaun, que parecia enojado com a perspectiva de trepar com
o mesmo sexo. Ou inferno, eu não sei, talvez ele só estivesse
enojado porque era Nemo ou eu... ou nós dois.

É difícil descobrir o que irrita as pessoas em um lugar


como este. Às vezes, as maiores aberrações aqui tinham o
maior apelo. Sem dúvida, havia alguém em seu quarto agora
pensando sobre o homem mascarado mortal entrando em
seu quarto e tendo seu momento sujo com eles. Um bando
de malucos insanos. Embora o que isso dizia então sobre
mim que era com quem essas aberrações sonhavam? Eu
tossi para esconder minha risada.

“Stein está ficando senil? Ele se lembra que sou um


basilisco, certo?” Eu perguntei. Stein não estava ficando
senil, ele estava tramando algo ruim. Meu único palpite era
que ele queria ver exatamente o quão bem Nemo agora era
capaz de resistir ao meu veneno.

Fiquei meio apavorado porque Stein pensava que Nemo


tinha aumentado a imunidade a mim agora. O que
aconteceria se ele pudesse realmente tocar minha pele nua?
Não fazia a mínima ideia. Quero dizer, obviamente, eu ainda
poderia, se necessário, tornar-me ultra-tóxico e machucá-lo.
Mas fora da luta...

“Olha, é você ou a nova garota,” o segurança Shaun


disse.

“Sim, ok. Eu escolho a nova garota,” eu disse.


Honestamente, eu planejava segui-los escada abaixo, mas
estava me divertindo um pouco primeiro. Shaun se virou
para a enfermeira Rachel e ela deu de ombros.

“Nemo é mais do que capaz de causar danos a ela sem


querer, uma vez que ele saia. Na verdade, ele estava
perseguindo Bree pelos corredores à noite. Eu a ouvi
gritando,” disse ela. Isso era para me assustar? Eu bufei.
Tenho certeza de que Bree gostaria disso.

“Qualquer desconforto que ela tenha será de curta


duração. Eu, por outro lado, terei trauma marcado em minha
mente.” Shaun e Rachel se entreolharam. Eu olhei para os
dois. Obviamente estávamos parados.

Nesse momento, o Dr. Orson veio caminhando


rapidamente pelo corredor com um olhar determinado
direcionado para nós. Ele estava indo em direção à guerra
pela aparência de seus passos longos e poderosos. Lembrei-
me de ontem, ele matando aquele outro segurança sem
piscar. Então ele culpou Bree. Essa foi a parte menos
surpreendente. A equipe adorava usar os pacientes como
bodes expiatórios para seus atos perversos.

Ele matou, no entanto. Matou apenas para entrar por


uma porta. Ele poderia ter lutado com o segurança pela
chave. Ele poderia tê-lo convencido com palavras. No
entanto, sua primeira inclinação, após uma breve recusa, foi
a morte instantânea. Matar era o último recurso de uma
pessoa normal e ajustada e viria no final de uma luta e com
um custo psíquico extremo. Mas para ele parecia casual e
me perguntei se ele estava sentado do lado errado do vidro
unilateral.

“Quando Bree estará voltando?” Ele exigiu enquanto se


aproximava.

“Amanhã, doutor Orson,” disse Shaun. A enfermeira


Rachel se afastou de Orson como se estivesse nervosa. Uau,
isso é novo. Imagino se isso teve alguma coisa a ver com Bree
abrindo suas veias?
“Leve-me para baixo para vê-la. Ela é minha paciente e
estou preocupado… “

“Você não tem autorização,” Shaun interrompeu


revirando os olhos. Orson estalou a língua e olhou para mim.

“O que você está fazendo com Basil?”

“Levando-o para baixo,” Shaun respondeu.

“Por que?” Orson disse por entre os dentes. Ele parecia


tudo menos frio, calmo e controlado. Ele parecia agitado ao
máximo. Uma condição que vinha crescendo desde a
chegada de Bree.

“Seu trabalho é a terapia com seus pacientes e você não


precisa se preocupar com o desempenho de Stein em seus
deveres,” disse Rachel friamente. Suspirei. Todo esse lenga
lenga era irritante.

“Eles estão bombeando o lobo mau com suco de


acasalamento. Acho que eles querem que Bree e eu façamos
uma dupla com ele. Provavelmente vai ficar feio,” eu disse,
esperando irritar ainda mais Orson. Eu me perguntei o que
aconteceria se ele perdesse a cabeça. Ele teria um colapso
mental e me bateria?

Os olhos calculistas do Dr. Orson tinham algo


assustador dentro deles que me fizeram arquear uma
sobrancelha por trás da máscara. No segundo seguinte, seu
rosto se transformou, seus lábios se curvando em um sorriso
de olhos mortos. Bem, isso era assustador pra caralho.
Talvez seja por isso que Bree gostava dele. Ela provavelmente
tinha uma queda por homens assustadores. Não que eu
fosse reclamar, já que isso me trazia flashes não
programados de sua linda boceta rosa.
“Como seria isso?” Orson perguntou com uma voz
estranha, mantendo seu sorriso falso assustador. Inclinei-
me para ele e fiquei satisfeito quando ele não se afastou. Eu
adorava quando as pessoas me deixavam chegar mais perto,
me deixavam deslizar ao lado delas, colocando-as em maior
risco se eu decidisse atacar.

“Não se preocupe, doutor. Pelo menos eles vão com um


bang. Embora eu espero que eles não comecem a espumar
pela boca quando eu estiver prestes a gozar. Pode arruinar o
momento.” Eu sorri, o que ele não conseguia ver. Seus olhos
roxos brilharam com algo selvagem e eu senti a excitação
percorrer meu corpo. Vamos, doutor Orson, faça isso, porra.

“Isso é uma piada?” Ele perguntou.

“Não, estou falando sério. É melhor que morram logo no


início. Dessa forma, eles não vão ficar engasgando e
sibilando de dor. Embora..” Eu toquei meu queixo. “Seus
gemidos de dor e contorção podem ser um pouco mais
eróticos do que um corpo sem vida.” Eu ri, fechei minha porta
atrás de mim e caminhei até Shaun.

Orson parecia perturbado. Eu tinha que admitir, isso


era super divertido. Eu estava tentando irritá-lo há muito
tempo, mas ele nunca piscou até Bree chegar aqui. Além
disso, Bree queria que eu fizesse isso por qualquer motivo e
eu estava totalmente comprometido em fazer o que ela
quisesse. O que eu podia dizer? Eu estava com tesão e ela
era muito bonita.

“Leve-me embora para a foda. Fico feliz em ver que este


lugar está começando a ter mais algumas vantagens.” Como
esperado, o Dr. Orson pisou forte atrás de nós, parecendo
que estava reprimindo a raiva. Eu me certificaria de dizer a
Bree o quão bravo eu deixei Orson, talvez ela cuspisse no
meu pau de novo.
Corri minha mão enluvada pela minha máscara
enquanto eu imaginava. Hoje eu estava usando uma
máscara de coelho. Sim, um coelho. As orelhas eretas
pareciam rasgadas e velhas. Os buracos dos olhos eram
grandes e pretos, cobertos por um material fino que me
permitia ver o mundo. A máscara era assustadora de uma
forma sutil. Parecia um papel machê sujo. Como se algum
monstro da floresta o tivesse montado para cobrir seu rosto
horrível.

“Doutor Orson, o senhor não pode descer aqui,” disse a


enfermeira Rachel novamente, enquanto parávamos na
entrada da escada. Eu bocejei dramaticamente.

“O que realmente está acontecendo lá?” Perguntou o


doutor Orson.

“Ei, estou falando a verdade!” Eu declarei,


superficialmente ofendido por ele não acreditar em mim.

“Nada para se preocupar,” Rachel mentiu facilmente.


“Você nunca demonstrou tanta preocupação com seus
outros pacientes,” observou ela. Os olhos do Dr. Orson se
estreitaram sobre ela.

“É uma coisa de parentesco. Ela é uma vampira fraca


com problemas de saúde mental. Não deveria sentir alguma
empatia?” Ele perguntou, sua voz quase fazendo a pergunta
soar como uma piada.

“Vampiros não são reais,” disse ela, dando-me um


sorriso antes de se voltar para Orson. “O Dr. Stein queria
falar com você sobre ela, na verdade. Ele está tentando
preencher as lacunas de seu passado. Ele está em seu
escritório,” ela disse, dispensando-o.
“Obrigado, Rachel,” disse o Dr. Orson com um sorriso
encantador que contradizia o tom. Uma carranca puxou
minha boca enquanto eu o observava se afastar. Havia algo
definitivamente estranho nele. Ele parecera tão normal por
tanto tempo e então Bree apareceu e agora ele estava
contradizendo essa normalidade. Transar com uma paciente
não era algo inédito na equipe, mas eu não esperava isso
dele. Mas matar um segurança, agora isso significava
realmente aumentar o volume para onze.

“Vamos lá,” Shaun disse, sacudindo a cabeça em


direção à escada que ele tinha acabado de abrir com a
varredura retal - quero dizer, scanner de retina. A carranca
continuou enquanto eu descia as escadas. Já fazia muito
tempo que eu não descia ali. Minhas botas desajeitadas com
sola de borracha chacoalharam a escada fina de metal
enquanto eu olhava para a porta ao fundo.

“Sim, não venho aqui há muito tempo,” provavelmente


cinco anos. Eles não fizeram muitos testes comigo, apenas
levaram meu sangue para baixo e me deixaram em paz. Não
há muita coisa que você possa fazer com um basilisco.

Stein nem se atrevia a me tocar sem duas camadas


entre nós. Embora, ele não tivesse o mesmo medo que os
outros tinham ao meu redor. Além disso, era sempre ele que
tirava meu sangue, não as enfermeiras - seus dedos envoltos
em plástico agarrando meu braço enquanto ele enfiava a
agulha.

Stein nunca mostrou nenhum medo real da morte em


todo o tempo que o conheci. Ele também não envelheceu.
Embora não envelhecer não era tão estranho na comunidade
sobrenatural. Mesmo eu não envelheceria muito mais. Uma
espécie de coisa de vida eterna, cortesia de meus ancestrais
Fênix. Exceto ao contrário deles, eu poderia morrer
facilmente. Eu era mais resistente do que um humano, mas
não muito.

Caminhamos pelo corredor em direção ao quarto de


Nemo e tentei entender o que levou Stein á fazer isso. Mais
uma vez, cheguei à conclusão de que ele achava que Nemo
era significativamente mais imune a mim do que antes.

Do outro lado do quarto de Nemo, dois olhos azuis


espiaram. Bree ergueu uma sobrancelha para mim.

“Alguém pode começar a pensar que você quer que


Nemo te toque,” ela disse com um sorriso. Eles abriram sua
porta e ela entrou no corredor. Eu ignorei seu comentário.

“Você parece bem esta manhã.” Meus olhos se


arrastaram sobre ela. Ela estava vestindo jaleco branco hoje.
Suponho que não a deixaram subir para pegar suas coisas.
“Vestida para impressionar. Eu estava pensando, vou
começar a chamá-la de minha namorada.” Eu gostava dessa
ideia. Eu nunca tive uma namorada. Talvez eu pudesse
insistir para que ela me deixasse vê-la transar com Orson.
Parecia algo que namorados e namoradas fariam.

Ela bufou enquanto eles caminhavam até o quarto de


Nemo.

“Imagine nossos encontros, você com seu shake de


sangue de rato, eu assustadoramente observando você do
outro lado da mesa,” eu disse.

“Sangue de rato!” Ela olhou para mim com horror, seus


lindos olhos azuis arregalados, seus lábios carnudos se
abrindo em desgosto.

“Ah, certo ... você ainda não sabia.” A porta de metal do


quarto de Nemo rangeu ao se abrir. A coisa era mais grossa
do que as outras portas, fortemente reforçada com aço
espesso ao redor da moldura da porta e dobradiças em uma
tentativa de manter sua besta sempre que ela saísse de sua
pele. Eles continuaram tornando a porta mais espessa e
mais forte e ele continuou batendo para abri-la, mas isso foi
antes de Stein aperfeiçoar suas drogas de supressão. Já fazia
muito tempo que a besta não se libertava.

Stein o alimentou com supressores de metamorfo como


doces Pez25. Eu diria que foi isso que fez de Nemo um
bastardo irritado, mas não, era apenas sua personalidade,
independentemente do que estivesse acontecendo. Ele era
assim.

Bree foi empurrada para dentro da sala por Rachel.

“Cuidado,” ela sussurrou por cima do ombro, mas


Rachel apenas riu. Quando os funcionários voltavam à vida,
eram sempre um pouco estranhos. Eu tinha uma teoria de
que Stein fazia algo com seus cérebros. Misturava-os como
um ovo e o enfiava de volta em seus crânios. Inferno, Nemo
chamava os seguranças de golens porque ele estava
convencido de que Stein os transformava em bonecos
estúpidos que ele podia controlar.

A pessoa original ainda estava lá, havia apenas alguma


coisa um pouco estranha. Costumávamos discutir sobre isso
quando ainda conversávamos.

“Eu não levo um empurrão?” Eu perguntei, sacudindo


minha bunda sugestivamente. Shaun balançou a cabeça e
eu suspirei de decepção. Nunca cheguei a fazer parte da
diversão. Entrei no quarto de Nemo e assim que cruzei a
barreira a porta bateu, fechando todos nós.

25 Tipo de bala.
“Bem, isso vai ser divertido,” eu disse. Nemo estava todo
enrolado em sua cama como um maníaco. “Você tentou foder
a cama?” Eu perguntei, olhando para o colchão rasgado e os
lençóis rasgados.

“Foda-se,” ele rosnou. Um rosnado grave e profundo


ressoou ao mesmo tempo em que ele falava como se tivesse
dois conjuntos de cordas vocais. Era assustador quando ele
fazia isso e foi assim que eu soube que Bree provavelmente
tinha um tesão pelo meu inimigo também. Homens
assustadores eram o tipo de coisa dela, eu estava
percebendo.

“Essa é a ideia, certo?” Eu perguntei sarcasticamente,


respondendo ao palavrão sugestivo de Nemo.

Bree estava chupando a língua ou talvez mordendo o


interior da bochecha. Eu gostava de imaginar o que poderia
estar acontecendo dentro de sua boca. Ela parecia um pouco
diferente hoje. As bolsas sob seus olhos haviam sumido. A
palidez de sua pele parecia porcelana saudável em vez de
amarelada. Coisas pequenas que a faziam parecer cheia de
vida, para variar.

“Eles fizeram algo com você,” eu disse, virando minha


cabeça para o lado. Eu sabia como esse lugar funcionava.
Ela passou a noite no porão e agora ela parecia diferente. As
drogas de Stein faziam isso. Seus olhos se voltaram para
mim e depois de volta para Nemo. Ela encolheu os ombros.

“Esse relacionamento está cheio de má comunicação,”


bufei. Isso a fez sorrir, mas um momento depois ela franziu
a testa.

“Você contou a Stein sobre o que eu era?” Ela me


perguntou.
“Não...” eu disse cautelosamente. Ela estalou a língua e
começou a mastigar uma unha.

“Alguém contou,” ela resmungou. “E agora ele me


obrigou a fazer sua terapia genética.” Ela bufou. “Duvido que
esse tipo de terapia vá curar minha personalidade perfeita.”

“Merda,” amaldiçoei. Acho que falhei em toda a cláusula


de proteção do nosso relacionamento.

Nemo estava tremendo na cama, seus dedos esmagando


a estrutura da cama enquanto ele se segurava. Minha língua
disparou sobre meu lábio enquanto eu pensava sobre o que
isso significava.

“Por que estou aqui embaixo de novo? Qual é o ponto


comigo?” Eu perguntei a ele. Os olhos de Nemo pareciam
selvagens e eles continuaram examinando cada um de
nossos corpos da cabeça aos pés antes que ele rosnasse,
estalasse os dentes e olhasse para o canto.

“Ele quer saber se Nemo é gay,” Bree ofereceu com um


sorriso. Eu comecei a rir e Nemo rosnou de raiva, levantando
da cama a uma altura impressionante.

“Eu não sou,” ele disse com os dentes cerrados, seus


olhos se arrastando sobre meu jeans apertado.

“Muito convincente. Quando você me fodeu na coxa


ontem, realmente me deixou claro. Pensei cara, esse é um
cara heterossexual enquanto sua porra espirrava em meu
rosto.”

“Máscara,” ele cuspiu de volta, parecendo agitado.

“Mesma coisa.” Eu acenei minha mão enluvada.


“As lutas são preliminares para vocês dois?” Bree
perguntou. Ela estava insinuando que ele e eu brigávamos
para fazer sexo? Era isso que ele estava fazendo?

“Na verdade, não,” eu disse. “Você acha que eu vim aqui


para deixar alguém cometer hari-kari26 no meu pau?”

“Eu não estaria no seu pau,” Nemo estalou com um


olhar perturbado que me fez sentir feliz por dentro.

“Sim, ok, amigo. Continue pensando assim. Olha, eu


particularmente não quero matar mais ninguém.” Engoli.
Isso era meio besta. A verdade é que eu estava muito
preocupado com o estado de imunidade de Nemo ao meu
veneno.

O que aconteceria se alguém pudesse me tocar,


realmente me tocar? O pensamento era ... ah, não sei. Senti
um estranho desconforto borbulhante no estômago. Fosse o
que fosse, eu não gostava. Deus, era ansiedade? Foi isso que
aconteceu? Foda-me, eu odiava.

“Não vou deixar que aconteça uma repetição de ontem,”


disse eu. Nemo bufou e revirou os olhos. “Estou falando
sério.” Seus olhos voltaram para a minha máscara.

Eu era um fodido doente com tesão e odiar o homem


não tinha tornado o dia anterior menos agradável. Inferno,
parecia até deixar melhor. No entanto, eu estava assustado
com o quão imune ele era. Eu queria descobrir antes dele.
Se ele estivesse com Bree, ele poderia se distrair o suficiente
para não notar se eu o tocasse pele com pele por um breve
momento.

26 Refere-se ao ritual suicida japonês reservado à classe guerreira, principalmente samurai, em que ocorre o suicídio
por esventramento (abrir o ventre e tirar os órgãos de dentro)
Esse era o meu plano. Bem, enquanto Bree estivesse
disposta, mas eu tinha a sensação de que ela ficaria mais do
que feliz em foder Nemo.

Eu bufei enquanto olhava para ela mordendo o lábio e


dando uma olhada lasciva em Nemo.

Sim, ela parecia querer.

“Não haverá uma repetição do que aconteceu ontem,”


Nemo disse com seus lábios se curvando levemente, um
brilho escuro em seus olhos. Isso me deixou
instantaneamente desconfiado.

“OK…”

“Porque eu vou foder Bree,” disse ele com um largo


sorriso. Ela prendeu a respiração.

“Hum, está bem?” Eu disse. O sorriso de Nemo sumiu


de seu rosto e ele franziu a testa para mim.

“Você não acabou de dizer que ela é sua namorada?


Estou prestes a torná-lo um corno, levar sua mulher na sua
frente.”

“Oh,” eu disse em compreensão antes de começar a rir.


“Nemo, Nemo, Nemo. Você simplesmente não pode superar
isso, não é?” Eu comecei a rir novamente.

“Isso tem algo a ver com Baz ser alfa, de acordo com
Nemo?” Bree perguntou.

“Sim,” eu disse.

“Não,” Nemo rosnou ao mesmo tempo.


“Sim,” eu repeti. Nemo fez uma cara de chateado para
mim antes de seus olhos deslizarem para Bree. Sua língua
se arrastou sobre os dentes.
CAPITULO VINTE E UM

Eu gostaria que a porta estivesse aberta e eu pudesse


correr. Que eu pudesse cambalear pelos corredores com meu
coração batendo dolorosamente em minhas costelas e os
passos estrondosos de Nemo espreitando atrás de mim. Todo
o tempo sabendo que ele me pegaria eventualmente, me
levaria para o chão e, finalmente, afundaria em meu corpo.

Do jeito que estava, as paredes garantiam que eu não


pudesse dar mais do que alguns passos. Eu me apoiei contra
uma parede enquanto Nemo olhava para mim, seus olhos
escuros parecendo ficar ainda mais escuros quando sua
intenção de me foder se estabeleceu sobre ele.

Minhas omoplatas e minha bunda pressionaram contra


a parede áspera enquanto seu corpo enorme pairava na
minha frente. Ele não deu um passo em minha direção
ainda, mas eu podia sentir o perigo irradiando dele.

Eu já estava molhada. Já pensando em como ele enfiou


rapidamente os dedos dentro de mim na noite passada.
Como ele passou selvagemente sua língua entre minhas
pernas. Nemo era assumidamente sujo e eu queria que ele
me segurasse e me contasse novamente como eu não tinha
a menor chance de lutar com ele.
Desta vez, Baz estaria aqui para ver. Ver minha bunda
empurrada no ar enquanto fazia ruídos de necessidade
enquanto Nemo fazia seu caminho em meu corpo. Ele veria
as investidas poderosas que fariam meu corpo estremecer.
Ele me ouviria gritar quando Nemo me levasse bem na frente
dele. Ele assistiria enquanto Nemo grunhia e rosnava, no cio
dentro de mim até que eu transbordasse de sua quantidade
absurda de porra.

Meus olhos dispararam para Baz por apenas um


momento, não querendo tirar meus olhos da ameaça atual
por muito tempo. Eu podia sentir o poder invisível de Nemo
enchendo a sala e provocando minha pele com seu peso.

“Você está disposta, certo?” Baz perguntou. Quando eu


balancei a cabeça, ele bufou uma pequena risada por trás de
sua máscara de coelho assustadora. “Quer que eu a segure
para você?” Baz perguntou a Nemo com uma voz insultuosa,
levando ao chão a ideia boba de Nemo de rebaixá-lo por me
foder, era estúpida.

Estariam esses dois se tornando aliados


involuntariamente por um momento? Não que eu me
importasse, mas era um pensamento avassalador. Que Baz
estava ansioso para Nemo me foder. Que ele podia realmente
estar falando sério e querer segurar meus braços enquanto
Nemo abria minhas pernas.

Eu nunca antes pensei em ter dois homens ao mesmo


tempo. Mas agora que eu tinha esses dois aqui comigo, os
pensamentos estavam me comendo viva.

“Cale a boca,” Nemo grunhiu, finalmente movendo-se


em minha direção depois de receber a bênção de Baz. Uma
sensação de pânico me atingiu. Ele estava tão relutante em
me foder na noite passada. Ele me avisou sobre seu pau. Mas
agora ele se movia em minha direção com um desejo ardente
e febril em seus olhos. A tensão de seu pau era óbvia em suas
calças. Estava grosso e pronto, latejando com a perspectiva
de afundar em mim.

Minha respiração falhou quando ele empurrou contra


mim, envolvendo sua mão em volta da minha garganta em
um aperto suave. Isso mostrava que ele estava no controle.
Ele era o único com o poder. Sua presença era grande e
avassaladora. Uma parede de músculos bloqueando toda a
luz. Ele estava quente, quase febril.

Os olhos negros de Nemo observaram cada centímetro


meu - olhos, cabelo, boca, nariz. Parecia que ele estava
memorizando. Então ele me girou e meus seios empurraram
contra a parede. Ele puxou meu cabelo no topo da minha
cabeça e mordeu meu pescoço, sendo muito mais gentil do
que na noite passada.

De repente, ele mordeu com força - mais forte do que


nunca. Eu sabia que ele devia ter rompido a pele. Eu gritei,
acostumada com presas afiadas, não dentes cegos. Seus
dedos estavam na minha calça, tateando entre minhas
pernas até que ele encontrou meu clitóris e se firmou nele.

Quando ele me mordeu, ele exigiu que meu corpo


sentisse prazer. Ele estava me treinando para desfrutar de
sua brutalidade. Eu ofeguei e choraminguei contra a parede.
Três de seus dedos estavam esfregando meu clitóris tão
rápido que meus quadris tentaram recuar, minhas pernas
tentando fechar porque a demanda em seus movimentos era
esmagadora. Nemo não estava persuadindo meu prazer, ele
estava me subjugando a ele.

“Você pediu por isso,” ele resmungou em meu ouvido


antes de enfiar a língua dentro dele, me fazendo estremecer.
Eu concordei. Eu queria isso. Eu adorava isso. Com Orson,
era uma batalha constante pelo poder. Uma luta que
adorava. Com Nemo, porém, não havia luta nenhuma. Ele
tirava o controle de mim e se tornava o conquistador
indiscutível. Eu nunca imaginei como era libertador ser
submissa. Ter um homem forte o suficiente para me fazer
desistir de bom grado do controle, para encontrar a
tranquilidade dentro do olho da tempestade.

Sua língua se arrastou e provocou as marcas de dentes


no meu pescoço. Doeu, mas seus dedos ainda exigiam
brutalmente prazer de mim. Minhas coxas tremeram. Nemo
chutou meus pés mais afastados quando tentei apertar
minhas pernas.

Um momento depois, eu estava ofegante de prazer


quando um orgasmo foi forçado para fora de mim.

“Porra,” eu ouvi Baz dizer em surpresa ao lado. Virei


minha cabeça e olhei para ele, vi a longa ereção em suas
calças e queria tanto que ele cumprisse sua ameaça de me
segurar para Nemo. Ajudá-lo a me levar.

Antes que minha cabeça pudesse clarear, Nemo me


puxou da parede e me empurrou para sua cama. Minhas
calças foram tiradas no instante seguinte, minha bunda na
beira do colchão. Ele se ajoelhou no chão na minha frente,
enterrou a cabeça entre as minhas pernas e arrastou a
língua por cada centímetro.

Eu choraminguei, meu clitóris ainda sensível ao


orgasmo. Ele empurrou a língua contra ele, passando por
cima e apertando. Nemo era um grande bruto, não querendo
me dar uma chance. Ele ainda tinha uma baba desleixada,
sua saliva vazando entre minhas nádegas enquanto eu me
contorcia, gritava e empurrava seus ombros enormes,
tentando fazer com que ele me desse um tempo.
“É muito!” Eu suspirei. Em resposta, ele apertou sua
língua contra mim com mais força, sacudindo seus olhos
negros aquecidos até meu rosto. Dedos grossos e calejados
deslizaram em minha entrada e eu os apertei enquanto ele
forçava outro orgasmo de mim. Minhas costas arquearam e
eu gritei, agarrando seu cabelo. Sua língua girou quando
gozei em seu rosto e dedos.

A sensibilidade excessiva após dois orgasmos era


extrema e eu me contorci freneticamente.

“Porra,” eu gemi, mas ele era implacável. Ele ia me fazer


gozar de novo se eu sentisse que poderia ou não. Lágrimas
escorreram pelo lado do meu rosto e tentei empurrar de volta
na cama. Meu corpo estava sensível e implorando por alívio.
Os músculos dentro do meu corpo estavam doloridos de dois
orgasmos, um após o outro. Eu choraminguei e tentei fechar
minhas pernas. Eu empurrei seus ombros e sacudi meus
quadris.

Nemo apenas empurrou meus quadris para baixo com


a mão e me segurou contra a cama enquanto sua língua
brincava comigo cada vez mais rápido. Três dedos
empurraram dentro de mim e foi um alongamento delicioso.

O terceiro orgasmo não demorou muito e foi o que me


fez sentir como se tivesse perdido todo o controle. Ruídos
guturais subiram pela minha garganta em ondas e meus
quadris resistiram contra a boca de Nemo em um prazer
desenfreado.

Meus olhos encontraram Baz em sua máscara de coelho


demente e eu me fixei nela quando o orgasmo rolou sobre
mim, me fazendo esquecer quem eu era. Baz estava mais
perto do que eu esperava, pairando bem próximo a nós para
que ele pudesse ver descaradamente tudo o que estava
acontecendo - me assistir enquanto Nemo forçava orgasmo
após orgasmo até que eu estivesse desleixada e relaxada.

Eu sabia que Baz gostava e eu sabia que ele queria me


foder. Bem neste momento, eu apenas estava deitada em
uma poça relaxada, não lutaria se ele fizesse isso - quando
ele empurrasse seu pau venenoso e selasse minha morte.

Nemo finalmente tirou seu rosto de entre minhas


pernas, seus olhos negros fixos nos meus o tempo todo. Ele
me moveu ainda mais para a cama e, em seguida, rastejou
pelo meu corpo, empurrando minha camisa sobre meus
seios. Sua boca travou em um e ele sugou forte o suficiente
para fazer arder. Eu gemi, sentindo-me mole e usada.

Quando ele mordeu meu outro seio, minhas costas


arquearam para fora da cama e eu olhei para Baz ajoelhado
ao lado da cama observando a apenas alguns metros de
distância. Deus, ele estava prestes a assistir Nemo me foder
a apenas um pé de distância.

Nemo se abaixou e libertou seu pau, deixando-o cair e


ficar pesado contra minha coxa enquanto ele mordia um seio
e beliscava o outro. Eu engasguei com seu manuseio áspero
e quando o fiz, ele colocou seu grande pau na minha entrada
e começou a empurrar para dentro.

Meus olhos se arregalaram e meus dedos apertaram os


bíceps inflexíveis de Nemo. Ele me preencheu lentamente,
mas sem hesitar até que cada centímetro dele estivesse
enterrado entre minhas pernas, quente e duro. Ele se
ajustou dentro de mim enquanto arrastava suas unhas
cegas pelas minhas pernas e gemia em meu ouvido.

Baz puxou sua ereção para fora enquanto ele se


ajoelhava ao lado da cama. Uma mão sem luva moveu-se
lentamente para cima e para baixo em seu comprimento e
estremeci de prazer. Ele estava me usando como pornografia,
gostando de como Nemo estava me levando. Uma mão
enluvada pousou na beira do colchão, seus dedos quase
tocando Nemo e eu.

Nemo estava rosnando em uma corrente subterrânea


enquanto ele lentamente entrava e saia de mim. Ele me viu
observando Baz e bateu de volta dentro de mim tão forte
quanto podia.

Eu gritei quando ele empurrou para dentro, sua pélvis


esfregando contra meu clitóris supersensível. Repetidamente
ele fez isso, estocadas poderosas que ele exigia que eu
tomasse. Ele agarrou meus joelhos e os puxou, me atingindo
mais profundamente. Eu engasguei, me contorci e agarrei
seus braços e costas, sem saber se poderia continuar
recebendo suas investidas brutais, mas seus quadris se
chocavam contra mim e seu corpo se chocou contra o meu,
trazendo uma deliciosa pressão ao meu corpo que me fez
pulsar.

Ele estava sendo implacável em sua busca por fazer o


que precisava. E o que ele precisava era me foder, dirigir-se
para dentro e me encher. Fazer-me receber suas investidas
ferozes. O peso de Nemo parecia esmagador enquanto me
segurava, me mantinha no lugar para ele foder
implacavelmente.

Baz gemeu enquanto observava e eu senti Nemo


estremecer quando o fez. Então ele rosnou profundamente e
enterrou o rosto no meu pescoço, fazendo seu hálito quente
derramar em meu ouvido. Ele lambeu onde meu pescoço e
ombro se encontravam, como um animal lambendo uma
ferida sensível, causando arrepios na minha pele. Eu me
senti suja e molhada quando ele me lambeu.
Nemo grunhiu enquanto empurrava para dentro e para
fora, me transformando em uma confusão de gemidos. Meus
joelhos estavam fracos e minhas coxas tremendo. Eu agarrei
suas costas e gemi em seu ouvido.

Senti minha camisa sendo puxada para baixo cobrindo


meu peito e olhei para ver Baz fazendo isso com sua mão
enluvada enquanto ele continuava trabalhando em seu pênis
com a mão sem luva. Um momento depois, ele estava
apertando meu peito com força através da minha camisa, me
fazendo ofegar e contorcer.

Nemo se inclinou ligeiramente para trás, deixando-o


fazer isso. Ele observou o outro homem me tocar com olhos
aquecidos. Dois homens estavam me tocando. Dois homens
grandes e perigosos desfrutando de mim, enquanto também
observavam o outro sentir prazer em mim.

O prazer passou por mim e me senti oprimida. Sem


pensar, inclinei-me para frente com presas alongadas. Baz
puxou sua mão para trás enquanto eu enterrava meus
caninos no ombro de Nemo. Seu sangue jorrou em minha
boca e gemidos desenfreados massagearam minha garganta.

Nemo rosnou, empurrando dentro de mim com tanta


força que quase implorei por misericórdia. Eu deixei seu
sangue deslizar pela minha garganta e na minha barriga,
confirmando novamente que realmente tinha gosto de
nenhum sangue que eu tinha provado antes. Diferente de
Orson ou Rachel, de longe. Definitivamente, nada parecido
com aquele maldito shake de sangue de rato.

Minhas gengivas formigaram quando o sangue


encharcou nelas, envolvi minhas pernas ao redor dos
quadris de Nemo e bebi o máximo que pude. Era só eu, o
sangue e a dor prazerosa entre minhas pernas.
O pau de Nemo inchou dentro de mim, parecendo tão
grosso que queimei com o alongamento. Eu arranquei minha
boca dele e gritei, arranhando suas costas. Então ele
começou a vibrar dentro de mim e senti em torno de cada
centímetro sórdido que eu tinha, por dentro e por fora. Eu
podia sentir isso contra o meu clitóris, vibrando
implacavelmente - um vibrador biológico mágico ajustado
para a configuração mais alta e forçada em minhas partes
supersensíveis. A sensação ronronou na parte mais
profunda de mim, me fazendo tremer e ofegar.

“Nemo,” gemi, tensa, uma sensação estranha passando


por mim da qual tentei me afastar. No entanto, seu pau não
parou e parecia que Nemo estava tentando trabalhar seu pau
mais fundo, me forçando a tomá-lo. Me forçar a explodir. Não
havia como escapar dessa sensação de construção que
ameaçava derramar. Seu pau inchado estava preso dentro
de mim e Nemo estava me prendendo.

“Você vai levar isso, porra,” ele rosnou, seus olhos


negros exigentes. Sua expressão quebrou de prazer e ele
gemeu antes que eu sentisse sua liberação quente me
enchendo.

Eu gritei e meu corpo teve um espasmo, minhas pernas


caindo abertas enquanto o líquido quente jorrando pulsava
de mim. Não foi a liberação de Nemo, foi a minha. Um
orgasmo brutal e opressor tomou conta de mim e me senti
quebrada enquanto encharcava tudo.

Eu estava esguichando, percebi em choque, por nunca


ter feito isso antes. Espirrei em um Nemo gemendo e o
líquido se espalhou entre as bochechas da minha bunda.
Ruídos roucos e desenfreados saíram de meus lábios
entreabertos enquanto cada centímetro de mim relaxava
nessa destruição prazerosa que eu era incapaz de parar.
“Isso mesmo, coelhinho, esguiche uma bagunça no meu
pau. Você está tão suja,” Nemo rosnou de prazer, enquanto
eu derramava uma quente felicidade sobre nós. Parecia
bagunçado, molhado e sujo; e não apenas Nemo forçando
isso, mas Baz testemunhando esta doce destruição de mim
sendo empurrada para um limite que eu não sabia que
existia.

Eu podia ouvir Baz gemendo em algum lugar ao fundo.


Eu podia sentir seu som de prazer viajar pela minha espinha.

“Porra,” eu gemi, meus olhos rolando na parte de trás


da minha cabeça enquanto toda a satisfação do mundo
rolava sobre mim - os tremores de um orgasmo, pós-
felicidade do caralho, e a barriga cheia do delicioso sangue
rubi de Nemo dentro de mim. Eu podia sentir sua semente
quente vazando e deslizando entre as minhas nádegas
enquanto eu deitava na cama me perguntando se eu gostaria
de me levantar novamente.

Eu estava acabada.

Mas Nemo não. Ele ainda estava enterrado até o punho


e mesmo que o inchaço que o prendia no lugar tivesse
diminuído, sua dureza não tinha. Nemo começou a ter cio
novamente, empurrando nossos quadris juntos e me fazendo
sibilar porque eu não poderia dar outra rodada.

“Nemo! Eu não posso,” eu choraminguei, mas ele


apenas riu sombriamente no meu ouvido, me fazendo
derreter no colchão e decidir que se dane com isso, ia deixá-
lo me usar até que eu chorasse e me esgotasse. Baz tinha
ouvido meu apelo e pulou.

“O tempo acabou,” disse ele a Nemo. Nemo o ignorou,


agindo como se não ouvisse nada enquanto empurrava para
dentro e para fora, fazendo-me contorcer e gemer mesmo
quando me sentia dolorida. “Oh, então você quer fazer isso
da maneira mais difícil,” Baz disse, parecendo encantado.
Ele se moveu para trás de Nemo, chegando bem perto e
estendendo o braço. Nemo de repente estremeceu dentro de
mim enquanto inspirava profundamente em estado de
choque.

“Que porra você pensa que está fazendo?” Nemo rosnou.

“Veja, parece que o problema é que você precisa gozar


de novo e Bree precisa que isso acabe neste segundo,” Baz
disse em humor. O que ele estava fazendo? Nemo estremeceu
contra mim, seu pau latejando e começando a inchar.

“Então, que tal eu massagear esta parte bem aqui,” Baz


zombou. Nemo gemeu de prazer e seus quadris sacudiram
para frente, empurrando dentro de mim, me fazendo gemer.
Meus olhos se arregalaram quando a compreensão surgiu.
Baz estava tocando a bunda de Nemo.

Este grande e dominador animal estava estremecendo e


gemendo enquanto o homem que ele odiava massageava sua
próstata.

“Sim, é o que eu pensei,” Baz disse com uma voz


arrogante. “O lobo mau fala um monte de merda, mas você
estremece e geme com apenas um dedo dentro de você.”
Nemo rosnou em resposta, mas empurrou rapidamente
dentro de mim, cada vez mais rápido, não dizendo a Baz para
parar, mas ao invés, se perdendo. Ele ofegou e gemeu
quando Baz ficou atrás dele, seu rosto mascarado de coelho
inclinado para baixo para nos levar. Nemo parecia em partes
iguais chateado e satisfeito, com raiva de si mesmo por
desfrutar de algo assim.

Nem um momento depois, Nemo rosnou, chegando


perto do lançamento.
Baz de repente agarrou Nemo pelas calças e o empurrou
para trás o suficiente para que o pau de Nemo escorregasse
para fora de mim antes que minhas partes doloridas
tivessem que tomar outro inchaço, pênis vibrando. Nemo
pressionou sua testa em meu pescoço e gemeu com sua
liberação.

Ele beliscou meu pescoço de brincadeira e se aninhou


contra ele por um momento. Era terrivelmente doce para
uma fera taciturna como ele. Um som de ronronar silencioso
irradiou dele antes que ele se afastasse e puxasse as calças
para cima sobre um pau gasto. Fechei meus olhos e relaxei
no delírio pós-sexo quando ele saiu da cama.

“Eu acho que você fodeu ela idiota,” Baz finalmente


disse e meus olhos se abriram. Os dois caras estavam
olhando para mim, me contorcendo como uma bagunça
quente na cama de merda. Ambos tinham seus paus
guardados de volta e Baz tinha ambas as mãos enfiadas nos
bolsos de sua jaqueta. Lambi meus lábios, apreciando seus
olhos em mim.

“Sim, eu fodi ela idiota,” Nemo disse, virando-se para


Baz com um olhar brutal. “E você enfiou um dedo na minha
bunda,” ele rosnou. Baz cantarolou em apatia enquanto
olhava para o chão como se estivesse procurando por algo.
Nemo estendeu a mão e agarrou a jaqueta de Baz em suas
mãos violentamente. Eu provavelmente deveria ter me
importado mais que eles iriam lutar agora, mas eu ainda era
uma piscina extasiada na cama. Eu me sentia drogada de
satisfação.

“Saia de cima de mim,” Baz sibilou. Ele envolveu a mão


enluvada no pulso de Nemo. Nemo olhou para baixo e tirou
o lábio dos dentes em violenta desaprovação. Então seus
olhos beliscaram em confusão quando ele olhou para a mão
de Baz. Ele viu algo estranho, mas eu não tinha certeza do
quê. Nemo tirou a outra mão de Baz de seu bolso.

“Saia de cima de mim!” Baz disse alto, uma ponta de


pânico em sua voz. Nemo empurrou Baz para trás até que
ele foi pressionado contra a parede. Ele prendeu as mãos de
Baz acima de sua cabeça e olhou para elas. Uma das mãos
estava sem luva. Eu me sentei em confusão.

“Merda,” Baz resmungou, cedendo no aperto de Nemo.


Nemo respirou fundo, chocado.

“Você me tocou sem luva, não foi? O que isso significa?


Podemos nos tocar?” Nemo perguntou confuso. Baz começou
a lutar em seu domínio, querendo sua distância. Nemo não
largou os pulsos, apesar dos protestos do outro homem.
“Você estava tentando me matar? Podemos nos tocar?” Ele
repetiu novamente, seus olhos arregalados em choque.

“Saia de cima de mim!” Baz gritou e então Nemo estava


deitado no chão, seu corpo estremecendo, suas mãos ficando
pretas e verdes. Baz estava tremendo um pouco quando ele
ergueu a mão e tocou sua máscara, verificando se ela estava
no lugar. Através da convulsão e da dor, uma risada sombria
saiu de Nemo, parecendo todo fodido em combinação com
sua condição.

“O que está acontecendo?” Eu perguntei. A cabeça de


Baz olhou em minha direção, mas ele não disse nada. Em
vez disso, ele pisou em uma única luva no chão ao lado da
cama e puxou-a de volta em sua mão. Nemo continuou sua
risada bagunçada o tempo todo.

“Cale a boca,” Baz sibilou para ele. “Eu ainda tenho você
no chão. Você parece patético pra caralho aí embaixo.”
“Apppenasss essspere,” Nemo rangeu enquanto a
espuma escorregava de seus dentes.

“O que isso significa, hein? Você ainda não pode me


vencer. Eu ainda sou o predador do ápice,” Baz sibilou.
Então a porta foi destrancada e Baz não pôde escapar rápido
o suficiente. Ele saiu voando da sala nem um momento antes
do previsto.
CAPITULO VINTE E DOIS

Eu não sei por que às vezes me sentia uma pessoa


normal. Eu nunca deveria me permitir sentir assim porque
sempre era arrancado de mim eventualmente. As
deficiências de ser eu sempre eram jogadas na minha cara,
porra. Eu me sentia como um cachorro que acabou de ter o
rosto enfiado em uma pilha de merda que deixou no tapete.

Eu subi as escadas com o segurança Shaun e voltei para


o nível superior com uma atitude mal-intencionada. Foi
agridoce assistir aquela festa de foda lá embaixo.

Eu já tinha visto outros foderem antes. Às vezes, os


casais gostavam de ser observados. Às vezes, eles gostavam
especialmente quando era eu - o homem mascarado
assustador com suas grandes botas pretas, acariciando seu
longo pau enquanto fodiam. Isso nunca me fez sentir escuro
por dentro. Isso não me deixava com raiva. Assistir outras
pessoas era como assistir a um filme pornô ao vivo e eu
gostava.

Assistir a Nemo e Bree foi diferente. Eu nunca senti


mais autopiedade do que naquele momento. Eu estava
fodidamente patético.
O Dr. Orson estava parado perto da minha porta e se
ergueu da parede quando me aproximei. Ótimo, Orson queria
falar sobre Bree. Eu não estava com disposição. O segurança
Shaun foi para onde quer que ele ia.

“O que aconteceu?” Orson perguntou, seus olhos me


examinando em meu estado perfeitamente imaculado e não
fodido. Eu não conseguia parar de reviver as imagens dos
olhos azuis de Bree olhando para mim enquanto ela gozava.
Ela parecia tão tragicamente linda com os lábios
entreabertos e gemidos guturais profundos saindo.

O desejo em seus olhos me matou. Ela me queria. Me


queria mais do que eu poderia oferecer. Nós nunca seríamos
assim. Na verdade. Qualquer tentativa de sexo seria tola,
desastrada e envolveria cerca de cem camadas.

“Vamos foder,” eu exigi do meu terapeuta. Eu não estava


falando sério, pelo menos não inteiramente. O Dr. Orson
olhou para mim sem expressão enquanto estávamos do lado
de fora do meu quarto.

“Não,” disse ele com naturalidade. Eu estalei minha


língua mesmo sabendo qual seria sua resposta. Entrei no
meu quarto, deixando Orson no corredor. Ele ficou parado
na porta com uma expressão firme.

“O que aconteceu?” Ele perguntou lentamente, as


palavras pronunciadas de forma pungente. Obviamente, ele
estava tentando afirmar algum tipo de domínio. O que era
estúpido, essa merda não funcionava comigo. Eu não me
encolhia para ninguém porque ninguém poderia me tocar,
porra. Eu era a porra do monstro dos monstros e Bree
sempre teria que correr para outra pessoa. Alguém como
esse filho da puta na minha porta.
Eu me virei para ele com um sorriso maligno que ele não
podia ver.

“O que aconteceu foi que Bree foi fodida até quase a


morte. Ela teve que me chamar para ajudá-la. Baz! Baz!
Ajuda por favor!” Tentei imitar uma voz feminina em perigo.
Orson parou na porta parecendo tão chocado quanto eu já o
tinha visto e algo me agradou. Isso ajudou a fazer com que o
ódio por mim mesmo desaparecesse em segundo plano.

“Nemo estava fodidamente vicioso, segurando-a


enquanto as lágrimas caíam por seu rosto e seu pau fazia
uma coisa estranha e inchava dentro dela.” Eu levantei um
punho fechado. Sim, isso foi inesperado, para dizer o
mínimo, mas eu não pensaria em Nemo agora. Parte de mim
entendia que o maior motivo pelo qual me sentia tão confuso
agora era por causa do que acabara de descobrir. Eu queria
tocar as pessoas durante toda a minha vida, mas agora que
eu realmente podia tocar alguém, fiquei em pânico.

“Você está mentindo,” disse Orson, seu corpo


mortalmente imóvel. Eu estava intencionalmente fazendo
isso soar horrível. Como se fosse algo que não era. Bree ficou
mais feliz do que eu jamais vi ninguém depois que Nemo a
destruiu. Orson não precisava saber disso.

Se ele soubesse o que era bom para ele, ele me ignoraria


e iria embora. Orson não foi embora, então eu iria usá-lo
para me sentir melhor por um breve momento. Quão
saudável da minha parte. Eu queria vê-lo com raiva e
apavorado. Talvez ele finalmente tentasse me bater. Inferno,
talvez ele morresse por causa disso, e então eu poderia
manter meu médico de olhos roxos como um companheiro
de brincadeiras. Claro, seus olhos não seriam mais roxos, a
cor toda vazava do que meu veneno fazia.
“Bem, eu pediria que você me olhasse nos olhos para
ver se eu estava mentindo, mas você sabe. Oh!” Eu disse,
querendo realmente destruir o dia dele. “Stein está fazendo
experiências com ela. Sua linda boneca ruiva vai quebrar. Ei,
você acha que da próxima vez eles vão me deixar transar com
ela?” Eu perguntei sombriamente, caindo na minha cama
com aquele sorriso maligno.

Nem mesmo meio segundo depois, Orson estava acima


de mim, seus olhos parecendo selvagens e sua mão disparou,
segurando minha garganta com tanta força que eu não
conseguia respirar. Eu ofeguei e agarrei suas mãos. Ele não
era tão forte quanto Nemo, ninguém era, mas ele era mais
forte do que um homem de força normal. Mesmo um tão apto
quanto eu.

Meus olhos se arregalaram enquanto ele continuava


segurando e... nada aconteceu. Sem veias verdes e pele
enegrecida. Nenhuma espuma escorregando da boca. Sem
convulsão.

Minha boca se moveu sem palavras, meus pulmões


queimaram e Orson sorriu genuinamente pela primeira vez
em que o conheci. Foi a coisa mais assustadora que eu já vi.

Porra! Foda-se, foda-se. Aumentei minha toxicidade


para onde Nemo normalmente começava a espumar pela
boca. Nada.

Um momento depois, uma faca estava em sua mão. Ele


girou em torno de seus dedos habilmente. Tentei respirar
enquanto considerava que talvez não fosse realmente o maior
durão neste pequeno parquinho doentio. Que existiam coisas
que eram imunes a mim.

Orson olhou para a faca com amor. Eu me debati na


cama e chutei ele.
“Você se torna fraco ao se cobrir. Quem sabe, talvez se
fosse sua pele que eu tocasse eu me machucaria. Agora, em
vez disso, você morrerá. Sempre achei você terrivelmente
patético, Basil.” Seus olhos estavam vazios, o sorriso já
desaparecendo de seu rosto como se ele já estivesse
entediado e esperava que eu morresse rápido. Minha visão
escureceu nas bordas.

“O que está acontecendo aqui?” Eu ouvi Shaun dizer na


porta. Oh meu Deus, Shaun, ele era o novo amor da minha
vida! Os olhos do Dr. Orson se ergueram e eu vi os
pensamentos se moverem rapidamente em sua cabeça. Sua
mão deixou minha garganta e eu respirei fundo.

Um momento depois, ouvi um gorgolejo e um baque


surdo. Eu olhei para cima para encontrar Shaun no chão,
sangue esguichando de seu pescoço enquanto sua boca
abria e fechava repetidamente. Orson lambeu a faca
ensanguentada, passou a perna por cima de Shaun e se
agachou sobre o peito.

“Que porra é essa,” murmurei enquanto ele usava a faca


de uma forma muito criativa. Um momento depois, Shaun
estava desmembrado e definitivamente já estava morto.
Orson então começou a cortar suas orelhas e parecia em paz
com isso. Ele parecia mais relaxado do que eu já o tinha visto
antes. Como um anjo sereno. O que era esquisito pra cacete,
já que ele estava cortando as partes do corpo de um cara com
uma faca pequena e ineficiente.

A língua de Orson arrastou-se por seus lábios e ele


gemeu de prazer ao massacrar o homem.

Alguém gritou no corredor e Orson desapareceu num


piscar de olhos, a faca na mão, pingando sangue.
“Que porra é essa!” Eu gritei. Eu o empurrei além do
limite? Era isso que acontecia quando o maldito Doutor
Orson perdia o controle? Eu olhei o que restou de Shaun e
percebi que nenhum assassino novato começava a cortar
pedaços de um homem já morto enquanto gemia de prazer.
Isso era alguma merda de nível de serial killer. Orson era um
assassino em série de merda!

“Doce caralho Jesus,” eu assobiei quando me levantei.


Eu chutei Shaun para fora do meu quarto com minhas botas
grandes e bati a porta, me protegendo do lado de dentro
enquanto ouvia as pessoas na enfermaria gritando de terror.
Eu não queria aquele cadáver do segurança como amigo. Um
caroço no chão chamou minha atenção e percebi que era a
língua de Shaun.

“Ai credo.” Pela porta, alarmes soaram e pessoas


gritaram. Ouvi os passos de uma equipe de seguranças e abri
minha porta, curioso demais para não olhar.

Lentamente, fiz uma careta pelo corredor. Passei por um


cadáver no caminho.

Meus olhos se arregalaram quando cheguei à


enfermaria. Orson estava parado no meio dela rindo e
girando como Gene Kelly cantando na chuva. Seu jaleco
branco de médico estava encharcado de sangue, seu rosto
pintado com respingos carmesim. Duas facas estavam
agarradas em suas mãos e seus braços estavam estendidos
enquanto ele fodidamente girava.

Meu terapeuta estava louco pra caralho.

“Estou tão cansado de cada um de vocês,” ele suspirou,


um sorriso esticado em seu rosto. Havia três corpos a seus
pés, mas não tentei descobrir quem, porque Orson tinha
toda a minha atenção.
Puta merda, eu o tinha quebrado. Na próxima vez que
me sentisse uma merda, ia apenas tomar um banho quente.

Talvez dizer a verdade o acalmasse, mas agora


provavelmente não era um bom momento para admitir que
menti. Sim, naadaa disso. Stein estava na sala com vários
auxiliares. Seus olhos castanhos observaram os corpos e
depois voltaram a se concentrar em Orson, que estava
olhando para ele com um sorriso torto.

“Ouvi dizer que você não pode morrer. Que eu poderia


cortá-lo em um milhão de pedacinhos e você ainda costuraria
de volta. É verdade?” Ele perguntou a Stein. Uma pergunta
muito mórbida, mas interessante. Além disso, quem diabos
era esse homem? Sessões diárias de terapia por anos e eu
não tinha ideia de quem estava parado na minha frente.

E eu irritei esse psicopata. Opa.

“Ela está bem,” eu disse asperamente. “Eu uh,


exagerei?” Eu fiz uma careta. Orson virou a cabeça para mim
em câmera lenta. Virar a cabeça lentamente nunca era um
sinal de algo bom. Porra, quando eles iriam injetar
tranquilizante nele? Agora seria bom!

“Ela está bem?” Ele perguntou, uma risada maníaca


borbulhou de sua boca antes de ser interrompida
abruptamente. “Ela está bem!” Ele rugiu. Ele olhou em volta
para toda a morte e sangue enquanto balançava a cabeça.
“Você está morto, porra,” ele sibilou antes de se lançar em
minha direção, mas os seguranças estavam sobre ele
instantaneamente, esmurrando-o e segurando-o enquanto
ele se debatia e esfaqueava. Finalmente, eles o espetaram na
perna com um tranqüilizante, provavelmente marcado para
uma dose de vampiro porque ele imediatamente apagou.
“Eu estarei no meu quarto,” eu disse, lentamente
recuando e então disparando para fora da enfermeira.

Alguns dias eram bons e alguns dias ruins. Então,


alguns dias, seu terapeuta acabava se revelando um sádico
que gostava de cortar partes do corpo e queria você morto.
CAPITULO VINTE E TReS

Depois que Baz saiu, os seguranças levaram Nemo para


a cama para se recuperar do veneno. Fui empurrada contra
a parede quando Stein entrou na sala.

“Não está imune, pelo que vejo,” disse o médico.

“Acho que não,” Nemo rosnou antes de se inclinar para


o lado de sua cama e começar a vomitar um líquido preto
que brilhava em um verde profundo iridescente. O suor
brotou em seu pescoço e testa e seu corpo tremia
incontrolavelmente.

“Hmm, bem, eu acho que tenho dados suficientes sobre


esta fórmula de cio agora. Alguns ajustes e meu comprador
ficará feliz o suficiente,” disse Stein. Ele se virou para mim
apaticamente e seus olhos percorreram meu estado.

Alarmes começaram a soar, perfurando meus ouvidos


dolorosamente. Eu respirei fundo e bati minhas mãos nos
ouvidos.

“Coloque-a do outro lado do corredor,” disse Stein. Os


seguranças me arrastaram para minha cela acolchoada e,
em seguida, trancaram Nemo e a mim antes que fugissem.
Eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas ouvi
Nemo ofegando e vomitando, reprimindo pequenos gemidos
de desprazer em seu quarto. Eu engoli e olhei pela janela da
minha porta

“Você está bem?” Eu perguntei sobre os alarmes.

“Estou bem,” ele grunhiu. Eu mordi meu lábio e


estremeci quando os alarmes continuaram.

“Para que servem os alarmes?” Eu perguntei. Nemo


suspirou.

“Um paciente está tramando alguma coisa. Assassinato


em massa, fuga, manter reféns.” Eu balancei a cabeça,
embora ele não pudesse ver. Contanto que o prédio não
estivesse pegando fogo, suponho que estava tudo bem. Eu
não estava preocupada com Orson ou Baz. Não conseguia
imaginar que alguém lá representasse uma ameaça para
eles.

Nemo pareceu se acalmar, sua respiração pesada, mas


apagada. Seu batimento cardíaco diminuiu e eu sabia que
ele tinha desmaiado.

Nemo e Baz admitiram que Stein deu a Nemo doses de


veneno de basilisco, mas eu estava começando a pensar que
a imunidade de Nemo era mais sobre ele constantemente
entrar em brigas com Baz. Eles, sem saber, desenvolveram
sua habilidade de resistir ao veneno e agora eles podiam se
tocar. Eu me perguntei se havia alguma maneira de fazer a
mesma coisa, aos poucos aumentar minha imunidade para
que um dia pudéssemos ficar realmente juntos. Eu queria
isso.

Fui para a cama e me deitei, enfiando os dedos nos


ouvidos e fechando os olhos com força, tentando obter algum
alívio dos alarmes. Solitária era tortura por tédio e assalto de
alarmes. Divertido.

No dia seguinte, voltei para cima a tempo do café da


manhã. Meu shake de sangue de rato estava derretendo na
mesa na minha frente. Eu tinha certeza de que esse shake
era apenas um rato misturado com Slimfast27. Eu balancei a
cabeça para Josie e Coral quando elas entraram na sala e
me viram. Elas acenaram de volta e entraram na fila para o
café da manhã.

Eu ainda não tinha ideia do que eram os alarmes ontem.


Alguém tentou escapar? Alguém matou um monte de gente?
Nenhuma ideia. Achei que eles poderiam ter levado outra
pessoa para a solitária noite passada. Mas eles não tinham
passado pela minha cela, então eu não dei uma olhada.

Meus olhos se voltaram para minhas mãos, que estendi


e fechei os punhos. Eu me sentia estranha. Passaram-se
mais de vinte e quatro horas desde a aplicação da terapia
genética de Stein e eu estava percebendo que os efeitos não
eram persistentes, eram permanentes.

Eu escovei meus dedos lentamente sobre cada junta e,


em seguida, arrastei-os pela parte interna do meu braço,
viajando ao longo de minhas veias, que pareciam ainda mais
escuras do que antes.

Eu me sentia descansada - com energia até. Meu corpo


não parecia mais tão fraco também. Quando os seguranças
me agarraram para subir as escadas esta manhã, não senti
como se estivesse sendo empurrada e maltratada. Quando
eles me encorajaram a andar, eu quase não caí de cara no
chão com um pequeno toque. Foi bom sentir um pouco de

27 Emagrecedor Fitoterápico.
força no meu corpo - não apenas ficar desmoronando e
caindo com uma forte brisa.

Eu também sentia fome. Minha língua percorreu meus


dentes, mas as presas estavam longe. Minhas presas sempre
foram diferentes das de Orson. As suas eram dentes extras
no topo de suas gengivas. Elas deslizavam sobre seus
caninos normais. As minhas eram meus caninos. Eles
cresciam quando eu ficava com fome ou tesão, escorregando
um pouco para baixo e ficando um pouco mais nítidos.

Eu cerrei meus dentes e eles deslizaram para baixo em


minha boca. Passei minha língua sobre eles novamente. Eles
estavam maiores do que antes da dose de Stein. Mais afiados
também.

Antes de ser libertada da solitária, Stein me fez muitas


perguntas. Então ele tirou meu sangue, fez meus dentes
saírem, e depois me disse que esta era apenas a primeira
fase. Era um longo processo para não estressar muito o
corpo e monitorar os resultados. No próximo mês, receberia
a segunda dose. No mês seguinte, outra dose.

Três sessões e eu mudaria a cada vez. Quanto mais eu


poderia mudar? Eu não tinha certeza se deveria estar
preocupada ou animada. A dor tinha sido horrível,
entretanto.

Josie e Coral escorregaram em suas cadeiras e eu olhei


para elas. Uma delas deve ter contado a Stein o que eu era.
Eu não tinha certeza se realmente me importava. Se um dos
meus homens tivesse compartilhado minhas informações
pessoais, eu ficaria chateada. Apenas uma amizade frouxa,
entretanto? Sim, era irritante, mas pelo menos agora eu
sabia que elas não eram confiáveis.
Acho que nunca seríamos melhores amigas
compartilhando todos os nossos pequenos detalhes
sórdidos. Não que eu já tivesse tido algo assim. Amizades
profundas não eram uma ideia muito confortável quando eu
sentia que tudo que era pessoal sobre mim estava errado.

Eu deveria ter ouvido Josie quando ela disse que não


éramos verdadeiras amigas, mas éramos pessoas com quem
passávamos o tempo enquanto estávamos neste lugar.

Suspirei e afundei na cadeira enquanto elas comiam.

“Sobre o que eram os alarmes?” Eu perguntei. Coral


saltou em sua cadeira ao lado da minha.

“Você nunca vai acreditar!” Ela gorjeou de alegria


enquanto acariciava seu cabelo roxo. A cadeira na minha
frente - ao lado de Josie - foi puxada por uma mão enluvada
e Baz caiu nela.

“Porra!” Josie exclamou com os olhos arregalados,


caindo da cadeira no chão. A boca de Coral arredondou
quando ela olhou para Baz.

Ele estava usando uma máscara de pano que tinha uma


caveira impressa nela. Os buracos dos olhos tinham um
material diferente do normal - uma malha preta que fazia
com que eu pudesse ver seus olhos muito ligeiramente.
Tentei ver os detalhes, mas tudo o que pude ver foram as
dicas lançadas nas sombras. A cor, forma e expressão ainda
eram um mistério. A máscara era uma provocação.

As pernas de Baz balançavam. Ele estava nervoso, seus


dedos tamborilando na mesa entre nós.

“Foda-se, estou saindo,” Josie bufou depois de levantar


do chão. Ela pisou forte até uma mesa do outro lado da sala
e sentou. Baz a ignorou. Eu olhei para Coral para ver seus
olhos indo e voltando entre Baz e eu. Ela não foi embora,
então voltei minha atenção para Baz.

“Olha, deixe-me explicar,” ele começou.

“Sobre ontem?” Eu perguntei, movendo minha bebida


para o lado. Eu queria saber o que exatamente aconteceu
com ele e Nemo. Ele realmente o tocou pele com pele? Baz
acenou com a cabeça.

“Isso é sobre o Dr. Orson?” Coral perguntou antes de


sorver o fundo de sua bebida. Eu acalmei.

“Orson? O que tem o Orson? Isso não é sobre o andar


de baixo?” Meus olhos caíram em Baz e Coral, meu sangue
batendo em meus ouvidos. O que diabos aconteceu com
Orson?

“Andar de baixo? O que há para... Olhe, deixa pra lá. Eu


uh...” sua voz sumiu quando notamos Nemo entrar na sala.
Nemo examinou a área. Seus olhos caíram sobre mim e um
sorriso lascivo curvou seu rosto. Parecia vil, mas me fez
pressionar minhas coxas juntas. Seu olhar deslizou para
Baz, fazendo com que Baz prendesse uma respiração afiada
e se empurrasse mais perto de mim sobre a mesa.

“Venha para o meu quarto. Nós precisamos conversar.”


Com isso, ele fugiu antes que Nemo pudesse alcançar nossa
mesa. Nemo observou-o recuar com uma satisfação ardente
nos olhos. Coral e eu tivemos que nos inclinar para trás para
olhar para ele quando ele se aproximou. Ele se inclinou sobre
a mesa, seu rosto mergulhando para empurrar direto para o
meu.

“Bom dia, coelho,” ele resmungou sombriamente. Então


ele se inclinou e me mordeu onde meu pescoço encontrava
meu ombro, induzindo um arrepio de corpo inteiro que só
piorou quando ele arrastou sua língua até minha orelha. Ele
chupou minha orelha em sua boca e mordeu. Um gemido
carente escapou da minha boca e ele cantarolou de alegria,
finalmente se afastando como se aquele barulho fosse seu
objetivo o tempo todo.

“Você terminou de comer?”

“Por que?” Eu perguntei, sem fôlego. Ele se levantou e


examinou a sala como se procurasse ameaças em potencial.

“Por que? Porque eu quero foder,” ele grunhiu como se


a pergunta fosse ridícula de se fazer. Coral tentou abafar um
suspiro ao meu lado.

“Eu ... hum ... eu posso…” Eu parei em confusão. Minha


mente não conseguia lidar com o enigma na minha frente.
Eu estava prestes a negar a mim mesma o sexo imediato e
isso era trágico, mas algo havia acontecido com Orson. Eu
precisava saber o quê, mais do que precisava ser morta por
Nemo.

As sobrancelhas de Nemo se curvaram em uma


pergunta enquanto eu tentava responder.

“Mais tarde,” falei, para minha grande decepção. Eu fiz


uma careta. “Estou ocupada,” murmurei. Nemo sorriu, seus
olhos me examinando, fazendo meu corpo aumentar de
calor.

“Você quer que eu te persiga? Que eu pegue o que eu


quero?” Ele rosnou com um sorriso cheio de dentes. Com
olhos grandes, eu me levantei da cadeira, em seguida,
cambaleei para fora da sala de estar tentando o mais forte
que pude chegar ao quarto de Baz antes que o lobo mau me
prendesse e me fodesse.
“Pequeno coelho!” Nemo gritou profundamente em um
prazer vicioso. Eu o ouvi vindo para mim - o estouro
constante de seu coração, a batida forte de seus sapatos se
movendo rápido.

“Agora não! Estou muito ocupada!” Chamei em minhas


costas quando minha frequência cardíaca aumentou. Ele riu
sombriamente e eu amaldiçoei sob minha respiração até que
eu estava fora da porta de Baz, atrapalhando-me com a
maçaneta. Nemo rosnou agitado quando viu onde eu estava.
Eu explodi pela porta e caí no quarto.

Baz estava andando de um lado para o outro na sala


para frente e para trás, mas sua cabeça disparou na minha
entrada.

“Vamos conversar,” ele disse enquanto eu ofegava,


tentando recuperar o fôlego para explicar que Nemo estava
chegando. Exceto que era tarde demais, Nemo estava de
repente na porta, preenchendo a abertura inteiramente.
Seus braços se esticaram e engancharam no topo do batente
da porta. Isso fez os músculos de seus braços estourarem e
seu núcleo parecer longo e delicioso. Ele deu um sorriso largo
para nós.

“Que porra é essa?” Baz perguntou em agitação.

“Ele está tentando me foder,” eu disse entre engolir ar.


Baz suspirou em aborrecimento e caminhou até a porta,
agarrando-a em suas mãos e batendo-a, direto em Nemo.
Nemo gritou em choque do outro lado.

“Isso atingiu a porra do meu pau,” ele rosnou, socando


a porta.
“Oh não!” Baz disse em horror, abrindo a porta de volta.
Nemo ergueu os olhos com uma expressão confusa. “Deixa
eu ver? Está tudo bem?” Baz perguntou.

“O que diabos está acontecendo?” Nemo perguntou,


inclinando-se com olhos astutos. Assim que sua mão estava
no batente da porta, Baz a fechou novamente. Nemo recuou
no último minuto antes de seus dedos esmagarem a porta.

“Droga, errei,” Baz resmungou enquanto fechava a


fechadura.

“Você não pode se esconder de mim para sempre,” Nemo


rosnou. Eu não tinha certeza de com quem ele estava
falando, mas respondi mesmo assim.

“Nós conversaremos mais tarde,” eu gritei.

“Mais tarde você estará sendo punida,” Nemo disse com


uma alegria sombria que me fez estremecer. Então eu o ouvi
se afastar.

“O que aconteceu com Orson? Você o matou?” Eu


perguntei com os olhos arregalados. Lambi meus lábios e
saltei de um pé para o outro. Meu estômago estava se
contorcendo de ansiedade.

“Não, eu o quebrei,” Baz disse. Parei de me mover e olhei


para sua máscara de caveira. Ele quebrou Orson? Isso só
poderia significar uma coisa. Um sorriso se espalhou pelo
meu rosto.

“Onde ele está?” Eu perguntei.

“Na solitária. Eles o trancaram.”

“Oh, Baz,” eu disse com prazer, pressionando minhas


mãos em minha boca para esconder o sorriso constrangedor.
“Você fez isso.” Cobri todo o meu rosto e ri. A emoção
vibrando pelo meu corpo borbulhava de brincadeira. Eu movi
minhas mãos e olhei para Baz. Eu queria ver seu rosto.

Eu me aproximei e pressionei meus dedos em seu


queixo. Ele ficou em silêncio e imóvel enquanto eu arrastava
meus dedos sobre sua mandíbula. Era uma mandíbula forte.
Ele jogou a cabeça para trás.

“Mostre-me,” eu disse. “Por favor.”

“Isso é o que você queria? Orson ficar trancado aqui?”


Ele perguntou com uma suspeita atada em sua voz,
ignorando minha demanda.

“Ele matou, não foi? Quantos? Foi brutal? Ele os cortou


em pedaços?” Uma risada divertida explodiu de mim.

“Como você sabe disso?”

“Orson é o Carniceiro Sem Sangue e me incriminou


como seu álibi. Não sou uma assassina em série imitadora.
Ele armou para mim para me culpar por seus recentes
assassinatos nos últimos anos.”

“Por que você?” Eu vi um movimento por trás dos


orifícios de malha de sua máscara, seus olhos se movendo.
Concentrei-me no movimento e tentei decifrar qualquer
detalhe que pudesse, mas era alusivo. Eu pensei ter visto um
flash de cor, mas ele sumiu com a mesma rapidez.

“Porque ele quer ser meu dono,” respondi. Estávamos


perto, mas obviamente sem nos tocar. Quase pude sentir o
calor de seu corpo e apreciei nossa proximidade.

“Bem, foda-se. Porque simplesmente não o matamos?”


Baz perguntou genuinamente.
“Porque ele é minha alma gêmea.” Suspirei com uma
carranca enviesada.

“Oh, bem, acho que faz sentido,” disse ele


sarcasticamente. Eu revirei meus olhos.

“Isso somos nós nos vingando pelo que ele fez comigo,
Baz. Ele queria me possuir, me trancar aqui e me manter
medicada. Agora é a minha vez de fazer o que acho melhor.”

“Qual é o melhor?” Baz perguntou. Eu sorri para sua


máscara em resposta. Em seguida, estendi a mão e corri
meus dedos pela borda de sua máscara.

“Eu quero tentar algo com você. Estou me sentindo


diferente, mais forte,” eu disse enquanto meus dedos
percorriam sua mandíbula novamente. Baz estendeu a mão
e agarrou meus pulsos antes de arremessar minha mão para
longe dele.

“Você quer ver se consegue lidar com o toque em mim,”


ele declarou inexpressivamente. Ele não gostou da minha
ideia.

“Eu não estou falando pele a pele. Mas uma única


camada,” eu mordi meu lábio. “Podemos foder com uma
única camada.”

“Claro, você tem que balançar sua boceta na minha


frente. Merda,” ele suspirou enquanto passava a mão na
frente de sua máscara de caveira. “Esta é uma má ideia.” Ele
não estava dizendo não.

“Talvez seja uma má ideia, mas talvez mude tudo. Stein


me mudou de alguma forma e eu quero você, Baz.” Ele
praguejou baixinho.
“Eu não tenho força para negar você. Toque minhas
roupas então. Vamos ver se você sobrevive.”

“No entanto, tire a máscara.”

“Hmm, uma condição,” ele rebateu.

“Sim?”

“Se você morrer, eu ainda vou conseguir o que você me


provoca,” ele disse com uma voz sombria.

“Você quer dizer… “

“Eu consigo manter seu corpo,” ele disse. Fiquei


chocada um momento antes de ignorar. Isso era estúpido.

“Eu não vou morrer,” eu disse revirando os olhos.

“Ok, vamos resolver os detalhes disso mais tarde,”


respondeu ele. Eu estendi a mão e toquei sua máscara,
correndo meus dedos por seu rosto, tentando determinar
como ele seria. Maçãs do rosto proeminentes, mandíbula
forte, dois lábios macios e queixo pontudo. Eu o estava
tocando através de uma camada fina e a única coisa que
senti foi curiosidade.

“Mostre-me suas mãos,” ele finalmente exigiu. Eu as


estendi e ele agarrou meus pulsos e os segurou, xingando
baixinho quando não viu nenhum sinal de seu veneno. Seus
dedos começaram a massagear meus pulsos enquanto ele
estava lá, seu peito subindo e descendo enquanto ele
respirava fundo. A gravidade desse desenvolvimento
penetrando em nós dois.

“Vamos foder,” ele finalmente murmurou. Tentei puxar


minhas mãos para trás, mas ele as agarrou com mais força,
não me deixando ir. Eu sei que coloquei essa oferta na mesa,
mas agora que estávamos falando sério sobre isso, fiquei um
pouco assustada.

“Vou me emborrachar, obviamente,” ele disse


rapidamente, seus polegares enluvados roçando meus
pulsos. Isso criou um formigamento que estremeceu meu
braço.

“Todo mundo que fez educação sexual sabe que isso não
cobre todas as partes.”

“Bem, eu não tive educação sexual. Você poderia


imaginar Stein tentando ensinar a Nemo e a mim sobre a
maneira correta de comer uma boceta?” Ele perguntou e eu
comecei a rir.

“Isso não é o que... Espere, há quanto tempo vocês dois


estão aqui? Nemo disse algo estranho e eu realmente não
pensei sobre isso na hora. Ele disse que Stein fez a terapia
genética antes de nascer…”

“Estou aqui desde os dez anos.” Baz puxou minhas


mãos atrás de suas costas, me fazendo abraçá-lo enquanto
ele entrava em meu corpo. Seu cheiro girou em torno da
minha cabeça e minhas presas desceram. Eu me senti
envolvida.

“Você cheira bem,” eu disse, empurrando meu rosto em


seu pescoço, esfregando-me contra ele. Sem o espaço entre
nós, me senti oprimida e nervosa, até mesmo trêmula. Baz
era uma presença intimidante quando eu sabia que ele
poderia estender a mão para me tocar sem consequências.

“Você se sente bem,” ele rebateu estendendo a mão e


agarrando minha bunda rudemente em suas mãos
enluvadas. A respiração saiu de mim enquanto meu peito
pressionava contra ele. Seus dedos cravaram na minha
bunda, não segurando seu desejo. Um pequeno gemido veio
de trás de sua máscara quando ele enfiou as mãos na minha
calcinha e agarrou minha bunda novamente.

“Vamos foder, Bree,” sua voz rouca disse em meu


ouvido. Esta era uma má idéia. Engoli.

“Se você tirar sua máscara…”

“Feito,” ele concordou em um silvo. Eu senti como se


tivesse acabado de fazer um acordo com o diabo. Uma cobra
me oferecendo uma maçã e foi muito fácil me convencer a
dar uma mordida.

Baz se afastou do meu corpo e alcançou a porta.

“Onde você está indo?”

“Indo pegar todos os preservativos que eles têm neste


lugar,” ele disse com uma risada sombria antes de me deixar
em seu quarto sozinha.
CAPITULO VINTE E QUATRO

Pulei para fora do meu quarto com uma ansiedade


ardente me guiando para a clínica. Outro paciente me viu
chegando e bateu as costas contra a parede quando eu
passei, tentando desesperadamente colocar o máximo de
espaço possível entre nós. Eu o ignorei e todos os outros
pacientes correndo enquanto eu andava o espaço entre meu
quarto e a clínica.

A ideia de realmente fazer sexo com Bree em alguns


momentos era difícil de acreditar. Eu nunca me iludi
pensando que sexo seria uma possibilidade real para mim.
Eu tinha impulsos e desejos ferozes, mas eram todos puras
fantasias.

Nunca, jamais, desejei desesperadamente fazer sexo


com um indivíduo tanto quanto desejava com a linda Bree.
Seus longos cabelos ruivos e coxas claras. Seus olhos azuis
cansados e mamilos empinados. Sua boceta rosa implorando
para me chupar...

Esta era uma má idéia. Eu estava prestes a colocar a


vida dela em perigo mais uma vez e quanto mais vezes eu
fazia isso, mais me sentia uma merda sobre. Eu realmente
me importava com a vida dela. Porra. Era aquele maldito
cabelo dela. Isso me seduziu desde o início, cravou seus
dentes em mim.

E agora com Bree tremendo de volta ao meu quarto,


esperando que eu volte e afunde meu corpo mortal no dela...
Bem, eu nunca seria capaz de deixá-la ir depois disso - viva
ou morta.

Fui até a janela de vidro e bati, chamando a atenção da


enfermeira dentro da sala lendo uma revista. Seus olhos
levantaram em tédio. Quando ela viu quem era, suas
sobrancelhas se curvaram em suspeita.

“O que você quer?” Ela disse em agitação.

“Preservativos,” eu ofereci. Um olhar de nojo vincou seu


rosto antes que ela se levantasse e pegasse uma cesta. Ela
agarrou um punhado de embalagens plásticas e as
empurrou pela abertura na parte inferior do acrílico.

“Eu não acho que vou conseguir dormir esta noite,” ela
disse com uma carranca.

“Porque você vai estar muito ocupada fantasiando?”

“A necrofilia é uma loucura,” disse ela fechando os olhos


e engasgando.

“Eu não estou… eu não…”

“Sim, claro,” disse ela incisivamente antes de tremer de


desgosto.

“Eu não fodo cadáveres!” Eu gritei, batendo minha mão


no vidro. Ela olhou minha mão enluvada com um olhar
impressionado. Acho que algumas pessoas tinham um pouco
mais de coragem com uma parede entre eles e eu. Seus olhos
se voltaram para algo atrás de mim e eu senti arrepios na
nuca.

“É melhor você foder cadáveres com isso,” a voz de Nemo


rosnou contra meu pescoço. Eu fiz uma careta e coloquei os
preservativos nos bolsos. Nemo não gostava que eu o
ignorasse, ele estendeu a mão e agarrou minha nuca,
empurrando meu rosto mascarado contra o vidro. A
enfermeira observou enquanto ela mascava chiclete e
soprava uma bolha. Um dos dedos de Nemo passou pela
minha máscara e pousou na pele do meu pescoço, fazendo
meus olhos se arregalarem e calafrios correrem pela minha
espinha.

“Pare com isso,” eu assobiei, lutando contra seu


domínio, mas o cara era uma aberração genética com mais
força do que ele precisava. Eu rastejei meu caminho para o
lado e me afastei de seu toque. Ele caminhou atrás de mim
pelo corredor enquanto eu me afastava rapidamente.

“Você não vai transar com ela,” disse Nemo.

“Ela concordou,” eu retruquei. Um rosnado retumbou


atrás de mim e então fui agarrado pela minha jaqueta e
jogado contra a parede. Nemo invadiu meu espaço, mas não
me tocou.

“Você vai matá-la,” disse ele entre dentes, seus olhos


escuros com raiva. Revirei meus olhos sob minha máscara.

“Veremos. Ei, você pode me mostrar como colocar uma


camisinha?” Eu provoquei, tentando irritá-lo para que ele
desse o fora da minha cara. Normalmente minhas piadas
gays o provocavam em uma raiva que dava início a uma
briga. Desta vez, tal coisa não aconteceu. Um sorriso sujo
apareceu em seus lábios enquanto ele enfiava a mão no meu
bolso, tirando um preservativo.
“Que porra é essa?” Eu sibilei, em seguida, empurrei por
ele, batendo nele com meu ombro. Ele me deixou ir, mas,
para minha irritação interminável, seguiu atrás de mim com
uma arrogância preguiçosa. Voltei para o meu quarto e fiquei
feliz em ver Bree esperando por mim na cama. Ela apareceu,
caminhando até mim enquanto eu tentava bater à porta.

Um grunhido profundo me alertou para o meu problema


contínuo. Eu me virei e observei enquanto Nemo entrava no
meu quarto. Eu gemi quando ele entrou e fechou a porta
atrás dele. Ele piscou para mim enquanto se jogava na
minha cama, colocava os braços atrás da cabeça e cruzava
as pernas na altura do tornozelo. Ele parecia relaxado e
irritante pra caralho.

“O que está acontecendo?” Bree perguntou, seus olhos


indo e voltando entre ele e eu.

“Não estou com vontade, Nemo,” avisei. Ele não fez nada
além de me dar um sorriso de merda, então eu pisei e o
empurrei para fora da cama. Ele caiu com um som áspero
enquanto eu me acomodava na cama com um sorriso. Bree
estava nos dando um sorriso entretido.

“Por que você não chega um pouco mais perto?” Eu


perguntei a ela, ignorando Nemo rosnando do chão.

“A máscara,” ela exigiu com um sorriso fofo. Já fazia


muito tempo que eu não interagia com alguém sem a
máscara. Eu sabia que tirá-la me faria sentir exposto. Mas
Bree não iria me foder com uma máscara, aparentemente,
então tinha que tirar.

Merda. Sentei-me na cama e brinquei com a parte


inferior da máscara. Ela iria me ver e eu me sentiria
despojado. As pessoas me encaravam sem máscara e, por
causa dos meus próprios problemas, isso me deixou
desconfortável.

Quando eu era criança, sabia que não era como meus


pais. Minha família me fez sentir vergonha de ser daquela
maneira. Certas características eram um lembrete constante
para eles de que eu era a cobra em seu ninho.

Meu cabelo verde deveria ser ruivo, meus olhos não


deveriam ser o que eram. Além dessas coisas, eu parecia com
eles. Pessoas bonitas tinham filhos bonitos. Fênix eram
estimados por sua aparência e então eles deram à luz um
monstro atraente.

Então, sim, as pessoas olhavam provavelmente por suas


próprias razões perfeitamente boas, mas para mim, parecia
que a única coisa que viam eram meus olhos e cabelo. Isso
irritava meus nervos.

Meus olhos se arrastaram pelos longos cabelos ruivos


de Bree. Parecia exatamente com os da minha mãe. Bree me
olharia da mesma maneira que mamãe? Vergonha,
decepção, medo. E se ela o fizesse? Bree não era minha mãe
e ela podia ser tocada através das roupas. Eu poderia foder
com raiva o olhar dela. Limpar aqueles olhares
perturbadores.

Tirei minha máscara e joguei no chão.

“Agora vamos foder,” eu disse, engolindo e me sentindo


como um menino faminto pela aprovação de sua mãe
novamente. Eu cerrei meus dentes e empurrei a sensação
para baixo tanto quanto pude.

Os olhos de Bree se arregalaram em uma expressão


atordoada enquanto sua boca estava aberta. Eu adoraria
deslizar meu pau nessa boca aberta. Ela definitivamente
teria meu pau em sua boca em algum momento.

Minha atenção voltou para os olhos dela, esperando a


negatividade entrar neles. Mas isso nunca aconteceu porque
meus pais estavam mortos e o resto da minha família estava
longe de ser vista. Era simplesmente a bonita, dhamphyr
Bree com olhos azuis me observando. Eu me peguei bufando,
gostando do olhar de desejo em seus olhos.

De repente, fui brutalmente arrancado da cama e jogado


no chão.

“Seu idiota,” Nemo disse, bufando e rosnando como se


quisesse explodir meu quarto. Seus olhos foram atraídos
para o meu rosto. Já fazia muito tempo que ele não me via
sem máscara. Na verdade, eu sabia exatamente da última
vez. O dia em que ele decidiu ser um idiota e eu senti que
não podia mais confiar nele.

“Você não tem a porra de ideia nenhuma,” eu disse,


levantando-me e jogando-me de volta na cama. Nemo me
puxou novamente. “O que tem na sua bunda?” Eu assobiei.
“Oh, espere, sou eu,” eu disse levantando o mesmo dedo
médio que enfiei dentro dele, dando-lhe uma saudação de
foda-se.

Ele praticamente rugiu e se atirou em mim. Minhas


costas bateram contra o chão quando colidimos. Então,
como se estivéssemos muito acostumados, ele estendeu a
mão para me agarrar pelo pescoço. Exceto que no último
segundo ele se afastou da linha de pele não exposta que
estava lá.

Seus olhos percorreram meu rosto, sua raiva drenando


imediatamente.
“Você parece mais velho,” disse ele finalmente, pairando
sobre mim.

“E melhor,” eu brinquei com um pequeno sorriso. Seus


olhos traçaram minha boca.

“Sim,” ele finalmente concordou e meus olhos se


arregalaram. Este filho da puta era louco. Ele esqueceu que
nos odiamos por quase uma década? Eu enrolei meu lábio e
o empurrei antes de me levantar e sentar na cama. Eu
pressionei a sola da minha bota nas costas de Nemo e o
empurrei para frente. Ele não se mexeu, mas rosnou mesmo
assim.

“Ela está parcialmente imune agora. Ela não vai


morrer... se eu tomar cuidado,” murmurei a última parte.
Bree ergueu uma sobrancelha e sorriu enquanto se jogava
na cama ao meu lado. Seus olhos encharcaram meu rosto e
um pequeno rubor floresceu em suas bochechas. Eu estendi
a mão, segurando seu rosto em minha mão enluvada e
escovando meu polegar sobre suas bochechas aquecidas.

“Você está corando.”

“Eu não esperava que você fosse tão bonito,” ela disse
em uma voz ofegante.

“Eu vou vomitar,” Nemo resmungou do chão. Eu o


ignorei, mas Bree lançou-lhe um olhar desagradável que me
agradou. Eu sorri amplamente para ela e quando ela
percebeu, seus olhos se arregalaram e ela gaguejou.

“Por que você se cobre?” Ela perguntou, sua mão se


estendendo como se fosse tocar minha bochecha.
Rapidamente peguei seu pulso para impedi-la.
“Sem tocar,” eu disse, não respondendo a ela. Então eu
a puxei para o meu colo, peito com peito, seus seios fofos
estavam bem na minha cara. Eu pressionei meu rosto neles
e gemi. Minhas mãos enluvadas agarraram suas coxas e
apertaram, observando a covinha da carne. Esfreguei meus
polegares em círculos onde suas pernas encontravam seu
corpo. Ela se contorceu no meu colo, fazendo meu pau
endurecer.

“Posso tocar no seu cabelo?” Ela perguntou. Eu me


inclinei para trás e tirei os grampos, deixando meu cabelo
cair. Desceu em cascata até a minha bunda, combinando
com o comprimento de Bree. Ela parecia maravilhada
quando estendeu a mão e enroscou meu cabelo verde entre
seus dedos.

“Baz, nós combinamos. Quero dizer nossos cabelos e


seus olhos. Um olho verde, um olho vermelho. Assim como o
seu cabelo e o meu.”

“Acho que não teremos que comprar roupas


combinando,” eu disse, empurrando meus polegares sob a
borda de sua calcinha. Ela balançou a cabeça.

“Somos almas gêmeas,” ela suspirou e minha cabeça se


ergueu. Ela estava olhando para mim com olhos estranhos,
todo vítreos e arregalados - fervorosos.

“Achei que Orson fosse sua alma gêmea,” falei com um


sorriso zombeteiro. Ela queria ser minha alma gêmea, que
fofo.

“Vocês dois são,” ela disse, seus olhos finalmente


clareando enquanto ela sorria.

“Ouviu isso, Nemo? Eu sou a alma gêmea dela,” eu disse


com uma risada. Eu não acreditava em almas gêmeas e
duvidava que ele também, mas era bom para rir que ela não
o incluísse.

“Ele provavelmente também é,” ela disse com um sorriso


mais largo. Eu enrolei meu lábio em desgosto e ela riu.
“Vocês dois são muito fofos.”

“Estou ignorando isso,” eu disse a ela.

“Vocês dois não podem estar falando sério,” disse Nemo.


“Há um milhão de coisas que vocês podem fazer que não
envolva sexo. Sexo é muito perigoso.”

“Parece que você está pensando demais na minha vida


sexual,” eu disse, me inclinando e mordendo o seio de Bree
através de sua blusa. Ela respirou fundo e se contorceu no
meu colo. Eu cantarolei em aprovação - gostei dela se
contorcendo contra mim. Seus seios pressionados contra
mim, sua boceta balançando no meu pau, suas mãos
segurando meus braços.

Eu me afastei e olhei ao redor de Bree para ver Nemo


sentado de joelhos no chão, parecendo em conflito. Meus
olhos se arrastaram para baixo e notaram o óbvio tesão.
Enorme tesão.

“Certo, se você vai ficar, então você vai fazer o que eu


digo,” eu disse a ele. Seus olhos se arregalaram.

“Você deve estar me zoando,” disse ele. Eu sorri e agarrei


a bunda de Bree em minhas mãos, apertando e espalhando.
Eu incentivei seus quadris a se moverem para frente e para
trás no meu colo, arrastando sobre minha virilha de uma
forma muito agradável.

“Você vai fazer o que eu digo,” eu disse novamente. Ele


olhou com os lábios puxados para trás, os dentes à mostra.
“Então dê o fora.” Eu ri e bati na bunda de Bree. Ela respirou
fundo e eu disse a ela para se levantar. Quando ela ficou na
minha frente, empurrei minhas mãos sob sua camisa,
minhas luvas alisando sua barriga e, em seguida, seus seios.
Continuei puxando sua camisa e ela ergueu os braços para
me ajudar a tirá-la.

“A saia,” eu disse, sem saber como tirar aquilo. Ela


estendeu a mão para trás e abriu o zíper com dedos
trêmulos. Nemo estava atrás dela, observando enquanto ela
a abaixava, deixando-a com calcinha e sutiã rosa choque e
preto. Lambi meus lábios.

“O sutiã,” eu disse e suas bochechas ficaram vermelhas


quando ela olhou para mim. Eu poderia me acostumar com
essa expressão. Ela estendeu a mão para trás e desabotoou
o sutiã. Ele caiu no chão a seus pés. Seus seios eram
perfeitos. Mamilos rosa pálido cutucando em mim, me
provocando. Bree sempre foi um pouco provocadora.
Inclinei-me para frente e puxei sua calcinha. Quando ela
saiu dela, coloquei-a no bolso e sorri para ela.

“Você é tão bonita Bree,” eu disse, olhando para sua pele


pálida. Ela mordeu o lábio e o rubor permaneceu em suas
bochechas. “Sente-se no meu colo de frente para Nemo.”
Seus olhos se arregalaram e suas presas deslizaram para
baixo. Ela encarou Nemo e eu a puxei para trás, incapaz de
levar as coisas devagar. Sua bunda se acomodou em meu
pau e minhas mãos pressionaram em seus quadris,
esfregando-a contra mim em um pequeno movimento.

Estendi a mão e abri suas pernas, enganchando-as em


meus joelhos bem abertos para que sua linda boceta
estivesse em exibição para Nemo. Se ele fosse ficar, eu iria
fazer uso dele. Ainda havia coisas que eu não podia fazer,
como lamber sua doce boceta até que ela chorasse. Eu
realmente gostei de assistir aquilo e queria vê-lo novamente
com ela espalhada bem no meu colo.

“Chupe ela,” eu disse, olhando para ele com um sorriso


zombeteiro. Bree respirou fundo e se mexeu contra mim. Eu
alarguei minhas pernas, fazendo-a esticar ainda mais. A
determinação caiu sobre Nemo e ele dobrou seu corpo
enorme entre as nossas pernas, sua boca indo para o núcleo
dela. Ela derreteu quando ele fez contato, lambendo-a como
um cachorro.

Meus braços travaram sobre suas coxas, certificando-se


de que ela não poderia fechá-las.

“Puta merda,” ela gemeu quando Nemo a lambeu da


bunda ao clitóris antes de cavar sua língua em seu clitóris,
fazendo-a choramingar e se contorcer contra meu pau. Eu
podia sentir minhas próprias calças ficando molhadas com
todos os sucos. Sua excitação e a saliva de Nemo
encharcando um ponto úmido bem perto do meu pau
latejante. Eu me apertei contra sua bunda. Sua respiração
ficou superficial e rápida. Eu mergulhei nos ruídos,
deixando-os me excitar ainda mais.

Eu envolvi minha mão enluvada em torno de seu rosto,


cobrindo seus olhos e pressionando suavemente sua
bochecha no meu peito. Eu não queria que ela desse aqueles
olhos sexy para Nemo. Hoje seria tudo para mim.

Ela gritou, seus quadris tremendo e empurrando para


frente, tentando montar o rosto de Nemo enquanto gozava
no meu colo com a língua de outro homem entre suas
pernas. Eu cantarolei de alegria, muito animado para ter
meu pau enterrado em Bree o mais rápido possível. Eu a
balancei para frente para que eu tivesse espaço suficiente
para abrir meu zíper e puxar meu pau para fora. Então tirei
um preservativo e rapidamente o desenrolei. Bree começou a
tremer um pouco. Ela estava assustada. Tudo bem, as
pessoas sempre tiveram pelo menos um pouco de medo de
mim.

“Não pare de lambê-la,” eu disse a Nemo, puxando-a


contra mim novamente e abrindo suas pernas. Nemo ficou
enterrado entre suas pernas, rosnando em sua boceta e
comendo-a como se fosse um animal faminto. “Não pare,” eu
disse novamente. Puxei Bree no meu peito o suficiente para
que pudesse deslizar meu pau para frente e pressioná-lo em
sua entrada.

Nemo recuou um momento, mas sorri quando ele


colocou a língua de volta nela.

Bree engasgou e tremeu em meu aperto. Engoli. Eu


deveria parar.

Exceto que minha ponta estava escorregando e suas


paredes apertadas estavam me apertando com força. Uma
polegada lenta de cada vez afundou nela. A cada centímetro,
disse a mim mesmo que deveria parar. Mas eu não fiz.

Quase não pude acreditar o quão quente e suave ela era.


Um gemido profundo retumbou de mim quando eu
finalmente deslizei quase todo o caminho, certificando-me de
não chegar muito perto da borda do preservativo.

“Bree, você se sente tão bem,” eu gemi. A língua de


Nemo ainda estava fazendo seu trabalho e sua saliva quente
estava pingando dela e se arrastando até o punho do meu
pau. Bree ofegou e se contorceu, implorando para que eu me
movesse até que ela não aguentasse mais e saltasse no meu
colo.

“Oh merda,” eu gemi. Meus dedos cravaram em sua


cintura enquanto ela balançava para cima e para baixo, me
dando o melhor prazer que já tive na minha vida. Eu sibilei
de repente quando a língua de Nemo não acompanhou seu
salto e deslizou por mim. O prazer explodiu em meu cérebro
como fogos de artifício com todas as múltiplas sensações. Eu
nem estava acostumado com uma dessas coisas. Eu me senti
selvagem e desequilibrado.

A próxima coisa que eu sabia era que estava fodendo


com Bree febrilmente, perseguindo um prazer que nunca
tinha conhecido. Suas entranhas eram o paraíso. Bree era
absolutamente perfeita. Eu queria ficar enterrado dentro
dela para sempre. Eu queria fazer bebezinhos fofos de
basilisco fodidos.

Quanto mais forte eu a fodia, mais a língua de Nemo


continuava deslizando sobre mim, quente e úmida, e me
fazendo estremecer. Tentei não pensar muito nisso. Tentei
não admitir como sua língua era boa. Meu pau pulava cada
vez que isso acontecia. Era outra camada adicionada a algo
bom demais para se acreditar.

Nemo nunca se afastou, não, ele a chupou com mais


força, cavando a língua em seu clitóris fazendo-a gritar. Suas
coxas tremiam enquanto eu bombeava dentro dela,
perseguindo a felicidade que seu corpo estava me dando.

Suas entranhas vibraram e eu gemi. A sensação deu o


pontapé inicial na minha escalada em direção à liberação
explosiva. Eu definitivamente não duraria muito tempo
enterrado dentro da minha linda Bree. Nemo rosnou contra
ela e eu pude sentir a vibração. Sua língua deslizou até sua
entrada, bem onde eu estava mergulhando nela. Ele lambeu
nós dois, bem onde nossos corpos se encontravam.

Bree respirou fundo e eu xinguei. Não disse a Nemo para


parar. Eu estendi a mão e agarrei seu cabelo assustador,
envolvendo-o em volta do meu punho e puxando sua cabeça
para trás. Eu a segurei assim enquanto batia mais e mais
forte, esperando por Deus que eu não estivesse tocando sua
pele acidentalmente porque eu não conseguia mais me
controlar. Eu não tinha ideia se minhas estocadas eram
muito fortes. Se eu a estivesse matando neste momento
porque estava empurrando muito desleixadamente, perdido
nessa euforia.

Bree derreteu, gemidos guturais saindo dela, seus


quadris girando em círculos no meu colo, e o tempo todo sua
boceta estava apertando com força, me fazendo estremecer e
chegar ao clímax.

“Porra,” eu gemi, quase desmaiando porque nunca gozei


com tanta força na minha vida. A boceta de Bree ordenhou
meu pau por cada gota que tinha e a boca de Nemo de
repente foi para a base do meu pau, seus lábios sugando
enquanto sua língua massageava.

“Poooorra,” eu gemi novamente, a palavra gutural se


arrastando enquanto quase desmaiava.

Bree suspirou de satisfação e eu rapidamente a afastei


e a coloquei na minha cama. Meu coração bateu forte no meu
peito. Eu toquei sua pele com pele? Nemo recuou enquanto
eu caía de joelhos e separava suas pernas, procurando
evidências da coisa horrível que eu poderia ter feito.

“O que você está fazendo?” Ela perguntou. Eu ofeguei,


quase tremendo enquanto examinava cada centímetro de
sua linda boceta. Não havia um único sinal de que havia
entrado em contato com meu veneno. Eu finalmente cedi de
alívio, em seguida, tirei meu preservativo antes de amarrá-
lo. Eu joguei por cima do ombro. Nemo grunhiu em choque
e eu o ouvi batendo nas coisas.
“Isso poderia ter me atingido,” ele rosnou. Eu olhei por
cima do ombro e dei a ele um pequeno sorriso antes de me
inclinar para frente no corpo de Bree. Subi na cama,
pressionando-nos juntos em um abraço. Ela olhou para mim
preguiçosamente e sorriu.

“Devíamos fazer isso de novo algum dia,” disse ela,


parecendo muito satisfeita. “Eu consigo me acostumar com
dois homens.” Um bufo me deixou. Meus olhos percorreram
seu rosto enquanto eu o segurava, pressionando meus
polegares sobre seus lábios. Inclinei-me, pressionando meus
lábios em meus polegares, beijando-a através deles. Eu me
afastei e ela piscou para mim em choque, suas bochechas
ficando vermelhas.

“Você fica muito vermelha quando não estou com a


máscara. Talvez eu devesse ficar sem o tempo todo,” eu disse
com um sorriso torto. Seus olhos se arregalaram.

“Não,” ela disse de repente. “Eu não quero que nenhum


deles veja você.”

“Ah, sim, você é do tipo ciumenta,” eu ri, meus olhos se


voltando para Nemo por um momento. Ele estava sentado lá
nos observando, seus olhos negros nos absorvendo. Bree
cantarolou antes de deslizar para baixo e se aninhar em meu
peito. Eu gostei disso Não tanto quanto da foda, mas abraçar
era bom de uma forma que eu não poderia descrever. Como
se eu estivesse recebendo algo de que precisava.

“Não tenho ciúme de todos. Eu nunca teria ciúme de


minhas almas gêmeas. Gosto de nós juntos,” disse ela. Rolei
para que ela ficasse por cima e a apertei com força em meus
braços. Então eu fiz cócegas em seus lados e ela riu e se
debateu em meus braços, me fazendo rir. Tocar era divertido.
“O que é isso que tenho ouvido sobre o seu vampiro?”
Nemo finalmente disse. “As pessoas estão dizendo que ele
está trancado aqui agora.”

“Orson é aparentemente um assassino em série.


Armando para Bree para ela ser culpada por sua maior farra
de matança,” eu disse.

“Ele é meu terapeuta há três anos. Ele sabia de alguma


forma que eu era uma dhamphyr. Trancar-me aqui com ele
foi um plano de longo prazo que ele fez,” disse Bree com um
suspiro.

“Por que ele está preso?” Nemo disse, parecendo


zangado. “Devíamos matá-lo.” Eu olhei para Nemo com um
largo sorriso. Seus olhos vasculharam minhas bochechas
com covinhas.

“Porque Nemo, ele é uma das almas gêmeas de Bree,”


eu disse com humor. Ele fechou os olhos e gemeu de
aborrecimento. “Além disso, ele quer me matar. Eu meio que
o fiz surtar e matar um monte de gente.”

“Não se preocupe com isso,” disse Bree, puxando seu


delicioso corpo nu do meu. Fiz um barulho de decepção e ela
piscou antes de se vestir.

“Quem disse que eu estava preocupado?” Eu disse. Não


contei a eles que Orson tinha algum tipo de imunidade
contra mim. Que ele estava a poucos segundos de me matar
quando Shaun interrompeu.

“Seja qual for o caso. Eu vou cuidar dele,” ela disse,


puxando a camisa pela cabeça.

“Como?” Perguntou Nemo. Ela apenas sorriu, sem dizer


uma palavra.
CAPITULO VINTE E CINCO

Orson ainda estava lá embaixo na solitária depois de


dois dias. Uma pena que estávamos separados, mas fora isso
as coisas estavam indo muito bem. Ele estava aqui, preso
comigo e forçado a viver a mesma situação que ele me
colocou.

Minha vingança ainda não havia acabado. Eu não


ficaria satisfeita em simplesmente acertar as contas,
precisava do pagamento integral com juros e uma boa
gorjeta. Eu estava esperando ansiosamente que ele fosse
incluído na população em geral.

Baz agarrou minha mão e me arrastou para a


enfermaria. Seu polegar enluvado passou pela minha pele.
Ele estava sempre tão ciente do toque. Não era nada natural
para ele, o que significava que quando estávamos nos
tocando, ele o fazia com mais propósito e intenção do que os
outros.

Seus dedos alisaram os meus quando ele soltou minha


mão. Ele não costumava me tocar com outras pessoas ao
redor. Provavelmente porque causaria histeria em massa.

“Alguém sabe qual é o filme?” Eu perguntei quando ele


agarrou duas cadeiras e começou a arrastá-las para a tela
do projetor. Havia mais pacientes aqui do que eu esperava,
mas acho que esse era um dos poucos eventos especiais que
tínhamos, então fazia sentido que as pessoas quisessem
fazer parte.

Eles olharam para Baz nervosamente enquanto ele se


aproximava com nossas cadeiras. Ele estava vestindo calças
de couro preto com vários zíperes correndo em lugares
aleatórios. Sua máscara parecia um crânio de cabra genuíno
com chifres torcidos nas laterais.

“Provavelmente Laranja mecânica. Eles adoram nos


mostrar esse. Acho que é uma ameaça. No filme, eles
torturam o psicopata violento até a moralidade. O prendem
com o cinto de segurança em uma cadeira, arrancam os
olhos dele e todo aquele drama.”

“Parece interessante,” eu disse.

“É muito bom. Ah, e quando o cara principal mata


alguém com uma estátua de pau gigante.” Ele moveu as
cadeiras para o meio de todas as outras e as pessoas
rapidamente arrastaram suas próprias cadeiras enquanto
resmungavam de agitação. Sentei-me em minha cadeira,
mas o rosto mascarado de Baz olhou ao redor.

“Carol faz pipoca. Claro, ela não dá para ninguém além


de Nemo. Deixe-me ver se consigo arrancar isso dela,” disse
ele. Eu bufei enquanto ele se afastava, então estiquei minhas
pernas, ficando confortável.

“Ei,” eu ouvi uma voz rouca chamar atrás de mim. Eu


ignorei, pensando que era para outra pessoa até que veio
novamente. “Ei, ruiva.” Eu me virei. Um cara de aparência
rude em uniforme branco estava inclinado para frente em
sua cadeira atrás de mim. Ele tinha sobrancelhas grossas
como lagartas negras e espessas e suas unhas estavam tão
sujas que pareciam pretas também. Ele olhou atrás dele por
Baz, em seguida, deslizou sua cadeira bem atrás da minha.

“Eu?”

“Sim, você,” disse ele com um sorriso sujo. Ele estendeu


a mão e esfregou a boca, seus olhos claros piscando ao redor.
Eu não gostei dele. Meus radares femininos estavam
disparando, me dizendo que esse cara não era bom. Embora
provavelmente qualquer um pudesse presumir isso. Todo
mundo aqui era ruim. Eu me virei mais para ele para que ele
não ficasse nas minhas costas.

“O que?” Eu perguntei desconfiada.

“Você... sai com o Nemo, certo?” Claramente, ele estava


insinuando algo mais do que sair.

“E?” Eu perguntei agitada, já não gostando da direção


que isso estava tomando. O cara não conseguia parar de
sorrir e lançar os olhos ao redor como se estivesse com medo
de que alguém estivesse prestes a pular. Sua língua viscosa
rolou sobre seus lábios.

“Você tem uma queda por shifters? Ou apenas com os


gigantes?” Ele perguntou. Eu dei a ele um rosto em branco e
comecei a me virar. “Ei, estou falando com você sua vadia.”
Eu me virei e olhei para ele. Quando o fiz, no fundo da sala
vi uma enfermeira conversando com Nemo. Ela estava
estourando chiclete e enrolando o cabelo como uma estrela
pornô fingindo ser uma estudante do ensino médio. Mas que
porra? Percebi que a distância entre eles era pequena. Nemo
parecia desinteressado, olhos escuros e mortos mirando
acima de sua cabeça. Fique calma, disse a mim mesma.

“Aposto que você pega um pau como uma profissional,”


o cara disse, puxando minha atenção de volta para ele.
“Que porra?” Eu perguntei. O cara riu e olhou para trás.
Percebi que havia um bando de idiotas nojentos olhando
para mim com olhos grosseiros.

“Eu e meus amigos, somos shifters. Você gosta disso,


certo? Nunca tive uma boceta vampira antes,” ele grunhiu,
seus olhos rastreando lugares que eu não gostava. Seus três
amigos sorriram e lamberam os lábios. Todos pareciam
iguais - como pequenos sociopatas magricelas.

Eu dei a ele um olhar de desgosto, mas não consegui


manter minha atenção nele. Essa porra da garota ainda
estava falando com Nemo e ela estava claramente atrás de
seu pau. A raiva começou a mostrar sua cabeça feia.

“Então deixe-me ver se entendi,” eu ouvi Baz dizer, de


volta com as mãos vazias de sua aventura. Ele puxou sua
cadeira ao lado do cara e se sentou. O cara congelou
instantaneamente. “Você e seus amigos estão procurando
uma foda?”

“Eu não disse isso,” disse o cara. Ele tentou arrastar sua
cadeira para longe, mas Baz enganchou sua bota ao redor de
uma das pernas da cadeira e o cara amaldiçoou sob sua
respiração e curvou seus ombros.

“Não seja assim,” Baz disse como se estivesse


desapontado. “Eu gostaria de entrar. Você é Rowan, certo?”
O cara lançou um olhar suspeito para Baz. Eu levantei uma
sobrancelha. De jeito nenhum ele estava falando sério, então
o que ele estava fazendo?

“Eu pensei que você não pudesse tocar nas pessoas?” O


cara, Rowan aparentemente, perguntou com seus olhos
evasivos.
“Eu poderia apenas assistir. Ou eu poderia ir por
último. Então seria isso um gang bang28? Eu poderia
encurralá-la, você sabe. Pode ser mais fácil comigo por
perto.” Rowan ainda estava dando a Baz olhos suspeitos,
mas um sorriso estava curvando seus lábios. Baz se inclinou
para trás em sua cadeira e espalhou suas pernas, fazendo
Rowan se afastar da perna de Baz.

“Sim?”

“Oh, sim,” Baz disse dramaticamente. “Qual era o


plano?”

“Vamos levá-la para o banheiro e tampar todos os


buracos. Você sabe?” O cara riu, mas seus amigos olharam
apreensivos para o psicopata mascarado agora entre eles.

“Hmm, eu tenho uma ideia melhor,” Baz disse,


inclinando-se e deixando cair seu braço nas costas da
cadeira de Rowan. Ele respirou fundo e se afastou
novamente.

“Olha cara, eu realmente não gosto de cadáveres...” ele


disse, olhando o braço de Baz em sua cadeira.

“Por que todo mundo pensa isso?” Baz perguntou,


virando-se para mim. Eu levantei uma sobrancelha. Então
meus olhos voltaram para Nemo.

A garota o estava tocando, tentando cravar as unhas


nojentas em seu peito. Eu agarrei as costas da minha cadeira
e tentei não surtar. Eu não queria voltar para a solitária por
causa do assassinato de outra enfermeira. Eu mal estava me
segurando.

28 Sexo em grupo
Nemo balançou a cabeça em tudo o que ela disse. Seus
olhos finalmente me encontraram e ele sorriu sensualmente,
contornando a garota para vir em minha direção.

“Você meio que parece um maricas. Que tal eu foder


você?” Baz disse.

“O que?” O cara rosnou. Nemo se adiantou, segurando


um saco de papel com pipoca. Ele o estendeu para mim. Baz
pegou o saco da mão de Nemo e a virou de cabeça para baixo.
Toda a pipoca caiu no chão. Baz então enfiou o punho na
sacola de papel e então bateu no rosto do cara. O cara caiu
no chão e cuspiu um dente no chão.

As pessoas pularam de suas cadeiras. Olhos giraram ao


redor, procurando por um segurança, mas estavam todos
convenientemente ausentes.

Baz saltou sobre o cara, fazendo o homem gritar de


medo, mas Baz fez questão de não tocá-lo com nada além da
mão embrulhada no papel. Ele trabalhou sobre ele, socando
seu rosto em uma polpa sangrenta. Minha boca se abriu. Eu
nunca tinha visto Baz ficar violento. Ele parecia cruel e
maníaco.

“Nenhum de vocês nojentos filhos da puta vai sequer


olhar para ela,” ele sibilou. O sangue encharcou a bolsa,
fazendo-a rasgar. Baz rosnou e arrancou o lixo de sua mão.

“Foda-se,” disse ele antes de estender a mão e agarrar o


cara pelo cabelo. O homem gemeu e tentou se afastar, mas
mal estava acordado. “Faça biquinho para um beijo,” Baz
sibilou antes de bater sua testa na cabeça do cara. Baz
sibilou de dor e cambaleou para longe do cara que foi deixado
no chão sangrando e gemendo. Havia uma marca verde
tênue onde sua testa bateu, mas não ficou mais escura ou
parecia incomodá-lo.
Meus olhos desviaram da luta porque a enfermeira do
chiclete estava caminhando em nossa direção. Ela agora
estava brincando com o chiclete com os dedos, esticando-o e
girando-o na língua suja. Ela ignorou a luta, fixando seus
olhos lascivos de volta em Nemo, que estava carrancudo para
a pipoca no chão.

“Vamos, Nemo, antes que os seguranças cheguem. Vou


deixar você colocar na minha bunda,” a enfermeira disse
enquanto agarrava seu braço.

Eu pulei da minha cadeira gritando. Devo ter apagado


por um segundo porque no momento seguinte eu já estava
em cima da enfermeira, meus dentes cravando em sua
garganta, bebendo grandes goles de seu sangue quente. Eu
puxei minha boca para trás e então bati meu punho em seu
nariz fazendo-a gritar.

Minha mão tocou no meu queixo ensanguentado e


limpei o sangue. Salpicou a pipoca no chão e Nemo grunhiu
de decepção.

“Não posso ter coisas boas quando vocês dois estão por
perto.”

“Oh, ela é uma coisa boa?!” Eu gritei, pulando e


apontando para o corpo dela gritando e sangrando no chão.
Nemo revirou os olhos.

“Eu quis dizer a pipoca. Era para você,” ele resmungou.


Então sua atenção se desviou para o lado e ele fez uma
careta. “Baz, que porra é essa?” Ele bufou. Eu empurrei
minha cabeça ao redor e vi o resto dos amigos do cara em
suas mãos e joelhos, se revezando lambendo as grandes
botas pretas de Baz enquanto ele esfregava seu punho.
“Eu quero ver suas bundas balançando no ar,” Baz
cantou maniacamente. “Se vocês conseguirem me deixar
duro, eu não vou matar vocês.” Ele começou a rir. Os
espectadores olharam para os homens lambendo suas botas
com igual preocupação e diversão. Baz levantou uma de suas
botas e a empurrou nas costas de um dos homens, fazendo-
o cair de barriga no chão.

Nemo estendeu a mão e agarrou Baz por sua jaqueta,


puxando-o para trás apenas o suficiente para que ele tivesse
que tropeçar para se manter em pé. Então Nemo estendeu a
mão e me agarrou pela cintura antes de me jogar por cima
do ombro.

Bati minhas mãos contra suas costas com raiva, meu


sangue ainda bombeando em meus ouvidos. Nós chegamos
ao corredor.

“Nemo, eles iriam puxar Bree para o banheiro e fazer um


gang bang nela,” Baz sibilou. Nemo parou de andar e soltou
Baz. Ele respirou fundo e, em seguida, me puxou de volta
por cima do ombro, colocando-me em pé e me empurrando
para os braços de Baz.

“Esta é uma daquelas situações onde você deve matá-


los,” Nemo disse sombriamente para Baz. A cabeça de Baz
virou para o lado, desviando o olhar de Nemo. “Tudo o que
você está fazendo é humilhá-los. Eles vão voltar para se
vingar.”

“Eles não podem me tocar,” Baz cuspiu.

“Eles podem tocá-la,” Nemo disse, passando a mão pelo


topo da minha cabeça antes de se inclinar e beijá-la. A raiva
restante vazou quando ele me deu um beijo gentil. Baz
envolveu seus braços ao meu redor, me segurando apertado
contra seu corpo ao mesmo tempo.
“Eu cuido deles,” Nemo grunhiu antes de voltar para a
lívida sala de estar.

“Mas o filme,” eu fiz beicinho.

“Calma, calma,” Baz disse, acariciando minha cabeça.


“Podemos brincar de esconder a minhoca no meu quarto.”

“Com o Nemo também?”

“Ele vai pro porão depois de fazer o que precisa.”

“Por quanto tempo?” Eu perguntei desanimadamente


enquanto caminhávamos pelo corredor.

“Por matar outros shifters? Ele estará de volta amanhã.


Stein sabe que colocar Nemo na solitária por esse tipo de
coisa não altera seu comportamento. Além disso, é meio que
esperado, já que ele é o grande e mau metamorfo Alfa.”

“Mesmo?” Eu disse em descrença.

“Nemo não é realmente um paciente aqui. Não tenho


certeza de como descrevê-lo. Ele é um experimento
transformado em cobaia.”

“Isso parece horrível”, eu disse. Baz deu de ombros


evasivamente.

“Ele não se importa muito.”

“Como ele não se importa?” Eu perguntei, mas Baz


apenas deu de ombros novamente. Esse seria o meu destino
também?
CAPITULO VINTE E SEIS

Meus olhos se abriram e eu estremeci para longe das


luzes acima de mim. Minha cabeça balançou, a sala girando.
Uma dor latejante aguda perfurou atrás das minhas orelhas.
Um gemido retumbou na minha garganta seca enquanto eu
trabalhava para manter minha cabeça parada e ereta.

“Doutor Orson,” ouvi uma voz monótona dizer. Meus


olhos se abriram ligeiramente. Acima de mim estava Stein,
seu cabelo em um rabo de cavalo liso e uma das enfermeiras
de pé atrás dele com uma prancheta em uma das mãos.

Tudo voltou e eu me sacudi, descobrindo que estava


amarrado em uma camisa de força. Parei de me debater e
percebi onde estava. Eu estava em um quarto de paciente.

“Chegou ao meu conhecimento, com a ajuda de alguns


de seus ex-pacientes, que você é o notório assassino em série
sobrenatural chamado Carniceiro Sem Sangue,” disse Stein
sem vida, seus olhos fixos nos meus.

“Ridículo,” eu assobiei.

“Hmm, há alguma validade para a afirmação. Não se


preocupe, você não terá que enfrentar os tribunais.” Um
sorriso apareceu em seu rosto. Ele não era muito bom em
sorrir. “Você sabe como é a comunidade sobrenatural, eles
odeiam processos judiciais de alto nível que podem ser
difíceis para a sensibilidade humana ou ameaçam suas
noções preconcebidas. Mas foi decidido que você vai ficar
aqui.”

“Aqui?”

“Bem-vindo a Verfallen, Doutor Orson,” disse Stein. Ele


dizia isso a todos os pacientes. Tinha subtexto de um
quilômetro de comprimento. Bem-vindo a minha pequena
casa de horrores. Bem-vindo ao meu show de horrores. Bem-
vindo ao resto de sua vida triste e acorrentada.

Eu estava olhando para uma parede na sala de estar.


Passaram-se alguns dias desde que surtei e matei algumas
pessoas aqui. Toda a pressão estava aumentando. Meu vício
por Bree, tentando lidar com minhas compulsões protetoras
por uma garota determinada a se machucar e morrer, e
minha repentina interrupção da matança.

Tudo estaria bem se não fosse por Basil. Eu apertei


minha mandíbula.

Hoje foi o primeiro dia que eles me deixaram sair do meu


novo quarto. Era estranho me tornar paciente no lugar em
que era terapeuta na semana passada. Eu meio que gostava
da justaposição disso. Desconcertou a todos - pacientes e
funcionários - me ver mudar de identidade tão rapidamente.
De terapeuta a assassino em série em um piscar de olhos.
De uma figura de autoridade a um rato cruel em sua gaiola.
Alguém engasgou atrás de mim e eu soube
imediatamente quem era - minha Bree. Virei na minha
cadeira enquanto ela corria em minha direção. Meus olhos
examinaram cada centímetro dela, confirmando que ela
estava perfeitamente bem. A fome e a necessidade rugiram
dentro de mim.

“Bree,” eu disse, sentindo como se pudesse realmente


respirar pela primeira vez desde que essa virada trágica
começou. Rapidamente, nos aproximamos um do outro.
Meus braços agarraram seu rosto e o puxaram em direção
ao meu. Nossos lábios se chocaram e eu gemi de satisfação
enquanto nossas línguas lutavam. Não havia necessidade de
esconder isso a portas fechadas.

“Eu preciso de você,” eu disse, quebrando nosso beijo e


arrastando minha boca para seu pescoço. Minhas presas
desceram por conta própria e eu as esfreguei em sua pele
enquanto me encharcava no cheiro de mel e aveia. Minhas
mãos alisaram sua cintura e depois de volta até sua
mandíbula, segurando-a em minhas mãos e absorvendo sua
beleza.

Ela me puxou para fora da sala, movendo-nos


rapidamente em direção ao seu quarto privado. Em vez de
olhar para onde estava indo, ela me observou com um grande
sorriso e olhos azuis arregalados. Bree estava louca. Eu
sabia que ela estava realmente obcecada por mim de uma
forma doentia.

Eu também sabia que ela havia contado a Stein sobre


quem eu era e oferecido informações para confirmá-lo. Bree
me prendeu aqui. O que eu faria sobre isso? Eu não poderia
matá-la. Eu não poderia obrigá-la. Eu não podia fazer nada
além de precisar dela a cada hora do dia. E então eu fiquei
quieto e a segui até seu quarto para que eu pudesse transar
com ela e beber seu sangue.
Eu levaria minhas queixas com ela para Baz. Sua morte
teria que ser uma punição suficiente para os dois. Eles
devem ter se unido para me destruir. Minha Bree fez um
acordo com uma cobra venenosa para me derrubar. No
entanto, havia apenas um limite de raiva que eu poderia dar
ao luxo de suas ações. Ela só fez o que eu fiz com ela.
Independentemente da justificativa que não fornecia
nenhum consolo para a dor de meus planos fracassados e
sonhos arruinados.

Um momento depois, estávamos em seu quarto e eu


estava em cima dela com minha ganância como um drogado
mergulhando de cabeça em uma pilha de cocaína
colombiana recém-picada.

Quando foi a última vez que bebi? Meus olhos se


concentraram no pescoço de Bree e o baque suave de seu
sangue bombeando fez minhas gengivas coçarem. Sangue
Dhamphyr era a melhor coisa que eu já tive. Bree era a
melhor coisa que eu já tive. A fome tomou conta de mim em
ondas intensas o suficiente para que eu perdesse a
capacidade de me concentrar.

“Você é meu agora, Orson. Todo meu,” ela disse


enquanto eu pressionava minhas presas em seu pescoço,
dando puxões lânguidos. Eu gemi de prazer e alívio. Seu
peito empurrou contra o meu enquanto ela colocava os
braços em volta do meu pescoço. Meus próprios braços
envolveram seu corpo inteiro, puxando-a com força para
mim.

“Eles conhecem seus segredos pecaminosos. Suas


perversões,” ela disse sem fôlego em deleite, empurrando
seus dedos em meu cabelo. “E agora você está aqui, trancado
comigo.” Seus dedos ficaram ásperos quando ela puxou meu
cabelo, forçando minha cabeça para trás do meu banquete.
“Sua obra, eu presumo,” eu respondi. Ela sorriu,
mordendo o lábio inferior rechonchudo ao fazê-lo.

“É esta a sua vingança, então?” Eu perguntei com raiva


fervente, limpando o sangue do canto da minha boca, em
seguida, lambendo o meu polegar. Ela deixou cair meu
cabelo e eu me encarreguei de tirar suas roupas, puxando-
as febrilmente enquanto ela começava a puxar as minhas.
Eu estava de uniforme branco e um roupão de banho branco
combinando. Nós puxamos as roupas um do outro em
desespero antes de cair em sua cama com bocas febris. Toda
sua pele quente e macia estava esfregando contra meu corpo
duro e frio.

Sua mão macia envolveu meu comprimento e ela me


puxou com força, me fazendo cerrar os dentes. A única
maneira de descrever isso era um alívio doloroso. A única
maneira de descrevê-la era um alívio doloroso.

Eu precisava disso. Eu precisava dela.

Tirei sua mão, segurando seu pulso e prendendo-o


acima dela na cama. Então eu mergulhei dentro dela
rapidamente, observando enquanto seus olhos se
estreitavam e sua boca se abria em um grito silencioso.
Abaixando-me, pressionei meus lábios em sua orelha.

“Você tem sido uma menina má, Bree,” eu disse e ela


estremeceu com o ronronar violento da minha voz. Se ela
fosse outra pessoa, eu a teria matado pelo que ela fez.

Meus quadris bateram contra ela enquanto eu me movia


dentro dela rápido e brutal, indo para ela com tanta força
que meu cabelo caiu nos meus olhos. Eu me ajoelhei e
agarrei seus quadris, empurrando cada vez mais forte,
tentando tirar toda essa raiva da única maneira que eu
poderia com ela.
“Orson,” ela gemeu, seu rosto metade dor metade
prazer. Ela engasgou quando eu dei um último impulso
brutal tão profundo quanto pude e derramei dentro dela.
Levaria apenas um minuto para eu voltar a endurecer. Eu
sempre poderia continuar e hoje o faria. Eu a foderia
implacavelmente uma e outra vez até que ela estivesse
chorando e implorando para eu parar.

Eu nos virei para que ela montasse em meus quadris,


então agarrei suas mãos, forçando-as no meu pescoço com
força. Minha preciosa Bree sabia exatamente o que eu
precisava. Ela sorriu para mim com um brilho nos olhos. Eu
nunca a tinha visto tão feliz e animada.

Meu pau inchou quando ela aumentou seu aperto.


Meus pulmões queimaram e eu me guiei de volta para dentro
dela enquanto não conseguia respirar, querendo o prazer de
estar dentro dela junto com o desespero do estrangulamento.
Ela agarrou meu pescoço com força, suas pupilas dilatando
enquanto fazia isso. Suas presas começaram a descer.

Virei minha cabeça para o lado e estiquei meu pescoço,


dizendo a ela para beber sem palavras. Suas mãos
escorregaram para o meu peito e eu puxei uma respiração
irregular. Isso me atingiu com força, as reações químicas do
meu corpo disparando em euforia enquanto enchia meus
pulmões novamente. Bree se inclinou, seu corpo se movendo
enquanto eu bombeava dentro dela, meu próprio esperma
encharcando meu pau e fazendo barulhos desleixados. Suas
pequenas presas cravaram e romperam a pele. Eu bati mais
forte nela, punindo.

Ela bebeu. O prazer tomou conta de mim e gemidos


indesejados caíram da minha boca. Eu estava perdido em
seu corpo - em suas lambidas, em sua boceta bagunçada,
em sua pele quente e no cabelo vermelho-sangue que se
espalhava ao nosso redor, provocando meus braços
enquanto eu bombeava para dentro dela.

Ela bebeu mais enquanto movia a mão sob meu queixo,


apertando meu pescoço. Um som desesperado saiu da minha
boca enquanto o prazer rolava pelo meu corpo. Eu latejava e
pulsava dentro dela, enchendo-a ainda mais. Minha cabeça
girou e meus olhos semicerraram. Sua mão estava apertada
contra minha garganta, seu corpo minúsculo sugando meu
pescoço com tanta força como se ela quisesse me beber
inteiro.

O orgasmo, a bebida, o enforcamento me fizeram sentir


como se estivesse flutuando. O som de mim ainda
bombeando em seu buraco cheio de porra era sujo. Tão sujo.
Eu estava todo sujo, meu próprio esperma caindo dela e uma
bagunça no topo das minhas coxas. Meu pau amolecido caiu
para fora dela.

Bree continuou bebendo, a mão ainda no meu pescoço,


mas solta. Ela estava bebendo muito.

“Pare,” eu disse asperamente. Bree deu outro grande


gole.

“Pare!” Tentei gritar pela minha garganta áspera. Seus


dedos deslizaram atrás do meu pescoço e ela me segurou
com força contra sua boca. Empurrei seu corpo, mas meus
dedos tremiam de fraqueza e ela não se mexeu. “Bree,” eu
engasguei, minha voz enfraquecendo.

Ela pretendia me consumir por inteiro. Eu tinha visto


aquela loucura brilhando em seus olhos. Eu tinha ouvido
suas declarações de obsessão. Esta seria minha verdadeira
queda. Não seria ser pego por Stein, enganado por Basil.
Seria ser pego por ela.
Meus braços caíram para os lados e senti minha
consciência recuar enquanto ela continuava a puxar mais e
mais gananciosamente. Sem preocupações, sem dúvidas,
sem hesitações. Ela estava fazendo isso. Ela queria isso. Ela
queria tudo que eu tinha a oferecer. Ela queria tudo que eu
era.

Minha visão escureceu e minha consciência parecia que


estava sendo sugada para fora de mim. Eu senti como se
estivesse afundando na escuridão. Havia uma certa paz
nisso. Palavras permeando a névoa enquanto eu deslizava
mais e mais fundo.

“Eu te amo, Orson. Eu te amo muito Estaremos juntos


para sempre agora. Eu cuidarei de você.”

E então eu me afastei.
Eu estava tão cheia. Cheia de Orson. Eu podia sentir
sua essência dentro de mim e estremeci de prazer.

Eu bebi demais. Eu queria. Eu queria tudo aquilo,


mesmo que fosse impossível.

Eu queria ingeri-lo, consumi-lo inteiro. Meu corpo


estava zumbindo e minha barriga estava balançando.

Eu ia vomitar.

“Foda-se,” eu cambaleei, caindo da cama e correndo


para o banheiro. Inclinei-me sobre a pia e vomitei. Entre
minhas coxas estava pegajoso e meu queixo estava molhado
e escuro. Ambos de Orson. Tive vontade de me esfregar nele.

Quando acabei de vomitar, bati na água para fazer o


sangue negro escorrer pelo ralo. Meus pés me levaram de
volta para o quarto e eu voltei para a cama em cima de
Orson, movendo seus braços para que eles estivessem em
volta de mim.

“Eu vou cuidar de você, baby,” eu disse, olhando para


seu rosto bonito com um sorriso. Ele parecia um anjo
adormecido - perfeitamente sereno. Passei meus dedos sobre
cada característica e então me acomodei em seus braços e
adormeci.

Quando acordei, Baz e Nemo estavam lá,


silenciosamente olhando para mim em estado de choque.
“Você o matou?” Baz perguntou, olhando para Orson
ainda dormindo em minha cama. Ele deixou cair sua
máscara na parte inferior do meu colchão. Puxei as cobertas
sobre Orson enquanto saía da cama. As costas da minha
mão saíram com sangue preto e pegajoso enquanto eu
tentava me limpar um pouco.

Os olhos de Nemo pousaram entre minhas coxas


quando seu nariz se contraiu, sentindo o cheiro de Orson
espalhado por mim. Baz se jogou na minha cama enquanto
eu colocava as roupas. Ele continuou puxando o cobertor
para baixo, longe de Orson.

“Claro que eu não o matei. Ele está dormindo,” falei,


olhando para Orson com um sorriso. Baz estalou sua língua
em desapontamento. Foi interessante ver Baz na cama ao
lado de Orson. Seus corpos eram de tamanhos semelhantes
e ambos estavam em forma, mas todo o resto era diferente.
Baz era pálido e vibrante com cabelo verde profundo e olhos
de duas cores. Orson era bronzeado, com cabelo preto curto,
olhos roxos cruéis e impulsos sangrentos.

Nemo vasculhou meu guarda-roupa, cheirando minhas


roupas e completamente desinteressado no vampiro
desmaiado na minha cama.

“Ele parece morto,” Baz disse.

“Os vampiros estão mortos,” Nemo disse em desgosto.


Eu revirei meus olhos.

“Ele não está morto. Eu nunca mataria Orson. A menos


que ele tentasse me deixar.” Baz me olhou como se eu
estivesse dizendo algo insano. Meu olhar mudou entre o olho
vermelho e o verde, sendo sugada pela qualidade
hipnotizante deles. Eu nunca me acostumaria a vê-lo.
Eu estava tão acostumada com uma máscara de horror
inexpressiva. O que estava por baixo era o oposto. Baz era
muito expressivo, seus pensamentos óbvios em seu rosto.

Ele também era ridiculamente bonito. Sua expressão


normal era um sorriso provocador com covinhas gêmeas que
me faziam sentir como uma colegial inexperiente, incapaz de
falar. Algo que nunca fui. Eu não tinha ficado muito corada
desde que cheguei à puberdade também, mas agora eu
estava corando o tempo todo quando seus olhos mágicos se
voltavam para mim e ele me mostrava suas covinhas.

Quando ele me chamou de bonita, derreti. E quando ele


pressionou seus polegares nos meus lábios e os beijou, fiquei
pasma.

Eu não conseguia entender como ele tinha um olho


vermelho-sangue da mesma cor do meu cabelo e um olho
esmeralda vibrante que combinava com seu cabelo. Assim
que encontrasse uma tesoura, iria cortar uma mecha de seu
cabelo e trançar com um pedaço do meu. Uma pequena
lembrança que eu valorizaria.

Seus olhos piscaram para baixo e ele se inclinou perto


do rosto de Orson. Eles estavam tão perto. Eu me perguntei
como eles ficariam juntos - seus corpos deslizando um sobre
o outro, suas bocas brutais colidindo - sorrisos zombeteiros
e zombarias maldosas. A imagem estava tão agradavelmente
errada que me excitou.

Baz saltou para trás de repente e eu olhei para ver que


os olhos de Orson tinham se aberto. Porém, nada mais
aconteceu. Ele apenas ficou lá com seus olhos violeta
abertos, sem se mover um centímetro.
“Esquisito,” Baz disse. Ele estendeu a mão da luva para
cutucar sua bochecha e eu bati em sua mão e dei a ele um
olhar de advertência.

“Não machuque Orson,” eu disse. Baz levantou uma


sobrancelha e saiu da cama. Nemo se aproximou e olhou
para Orson com desgosto.

“Então o que acontece agora?” Nemo perguntou


enquanto cruzava os braços grossos sobre o peito largo.

“Eu vou cuidar dele…”

“Ele não. Nós. Você está nos deixando pelo vampiro?”

“O que? Claro que não,” eu disse ofendida. “Vocês dois


são tão meus quanto Orson.” Os dois se entreolharam, um
olhar apreensivo passando entre eles.

“Oh, parem de ser dramáticos. Não vou fazer vocês


gostarem de Orson. Não, a menos que vocês me obriguem.”
Nemo revirou os olhos.

“Bom saber,” Baz cantarolou. Eu sorri.

“Somos uma grande família feliz agora,” eu disse,


acenando com a mão na frente dos olhos de Orson. Ele não
vacilou ou piscou.

“Eu matei minha família. Vamos chamar de amantes,”


Baz disse.

“Um grande grupo feliz de amantes?” Eu perguntei. Baz


gaguejou e deu alguns passos para longe de Nemo.

“Não, eu quis dizer... Ah, deixa pra lá. Você me pegou,


Bree. Para todo o sempre. Cruze meu coração, espero
morrer,” ele disse com um sorriso encantador que fez minhas
bochechas esquentarem. Meus olhos se desviaram para
Nemo, que estava me dando um olhar taciturno. Havia uma
pergunta que eu queria fazer a ele. Não tinha certeza do que
me fez começar a pensar nisso, talvez a intuição.

“Eu sou sua companheira?” Eu perguntei a ele. Seus


olhos escuros estavam pesados enquanto ele permanecia em
silêncio. “Shifters têm companheiros, certo?”

“Eles tem”, disse ele. “Mas eu não sou um shifter


normal.”

“Você pode ter uma companheira?” Eu perguntei. Seus


olhos escuros nunca deixaram os meus. Seu olhar o
consumia.

“Sim,” ele disse. Baz olhou para ele com uma


sobrancelha levantada.

“Você nunca mencionou isso,” Baz disse com a cabeça


inclinada. A mandíbula de Nemo apertou.

“Eu sou sua companheira?” Eu perguntei. O rosto de


Nemo lentamente se abriu em um sorriso sombrio.

“O que significa ter um companheiro?” Baz perguntou.

“Isso significa que sou atraído por eles. Quero protegê-


los. Nunca vou machucá-los de verdade,” Nemo disse essas
coisas enquanto segurava meu olhar. Mordi meu lábio e
escutei. “Os companheiros são especiais e é instintivo. Eu
não posso lutar contra os sentimentos e eles nunca vão
embora.” Senti emoções borbulharem dentro de mim,
quentes e doces. As palavras de Nemo eram suaves,
reconfortantes e amorosas.
“Sim, Bree. Você é minha companheira,” ele finalmente
disse. Eu senti como se estivesse sendo preenchida com
felicidade. Sua presença na sala se expandiu e eu a senti
agarrar-se a mim como um abraço.

“Eu pensei que você me odiava na primeira vez que te


vi,” eu disse com uma risadinha.

“Eu tentei ignorar nossa conexão em primeiro lugar. A


rejeição pode ser... dolorosa. Sinto muito por ter feito isso,”
ele disse e eu ergui minhas sobrancelhas, surpresa com seu
pedido de desculpas. Um sorriso se espalhou pelo meu rosto.

“Uau, isso é intenso,” Baz disse. “Você tem certeza de


que os sentimentos nunca vão embora?” Nemo se voltou para
ele com grande intensidade. Baz deu um passo para trás e
olhou para ele em confusão.

“Tenho muita certeza,” disse Nemo, a energia jorrando


dele sem nenhuma razão que eu pudesse imaginar. Ele
parecia irritado de repente.

“Uh, ok,” Baz disse com as sobrancelhas franzidas.


Então seu rosto se abriu em um sorriso que fez minhas
bochechas esquentarem. “Você esqueceu a foda. Aposto que
você sempre quer foder seu companheiro.” Baz piscou para
mim enquanto Nemo gemeu, arrastando sua grande mão por
seu rosto masculino.
CAPITULO VINTE E SETE

Meu nome é Gregory Orson. Eu sou um vampiro. Estou


morando em um asilo e Bree cuida de mim.

Repeti essas coisas para mim mesmo a cada hora,


esperando que com a repetição viesse mais clareza. Eu vivi
em uma névoa densa. Quem sou eu, além de um nome? As
pessoas ao meu redor pareciam familiares. Achei que éramos
amigos, mas não, não parecia certo. Eu tinha sido o médico
deles, mas não exatamente.

Meu cérebro parecia pesado na minha cabeça. Os


pensamentos estavam desconectados e as memórias eram
imagens vagas e nebulosas. Os movimentos normais me
cansavam e nunca tentava falar. Talvez eu não pudesse falar.

Algo aconteceu comigo.

“Vamos, baby,” disse Bree. Sua mãozinha na minha era


quente, os dedos entrelaçados com os meus. Eu olhei para
ela enquanto ela me puxava para uma grande sala e me
sentava a uma mesa. Então ela saiu para nos buscar comida.

Isso acontecia algumas vezes por dia. Eu não tinha


certeza de quantos dias tinha vivido assim, mas a rotina
estava se tornando mais familiar, minha capacidade de
lembrar das coisas e estar presente cada vez melhor.

“Doutor,” disse uma voz em saudação, e então um


homem deslizou na cadeira à minha frente. Bree o chamou
de Baz. Ele estava usando uma máscara de couro preto com
um “X” amarelo brilhante costurado em um dos olhos e
roupas totalmente pretas. Suas calças justas de tecido preto
tinham alças penduradas nelas. Baz parecia um daqueles
DJs que viviam em música pulsante, salas escuras e luzes
piscando.

Olhei para o buraco do olho de sua máscara, mas não


vi nada. Ele fazia sentimentos negativos girarem em meu
intestino, mas eu não tinha certeza do porquê.

Virei a cabeça, desviando o olhar dele e esperei Bree


voltar.

“Você está parecendo consciente hoje,” Baz se inclinou,


deixando cair sua voz. “Você se lembra?” Minhas
sobrancelhas franziram enquanto eu deixei suas palavras se
estabelecerem.

Um copo rosa caiu na minha frente e Bree deslizou para


o meu colo. Meu braço rodeou sua cintura automaticamente
e ela sorriu para mim. Ela cheirava muito bem e eu queria
bebê-la. Ela não me deixou, no entanto.

“Beba,” disse ela, passando os dedos pelos meus lábios.


Fiz o que ela pediu, pegando o copo e bebendo o líquido. Não
tinha um gosto bom, mas Bree disse que eu precisava e era
bom para mim.

“Porra, ele é como um zumbi,” Baz disse, seu corpo


estremecendo enquanto ele olhava para mim. “Ele nunca
fala?”
“Ele não precisa falar,” disse Bree, passando os dedos
pelo meu cabelo. Bree gostava de me tocar, ela gostava do
meu corpo. Eu gostava dela também. Alguns momentos
depois, uma pessoa apareceu com copos de papel com
pequenos comprimidos dentro deles. Era simples, eles me
entregavam e eu pegava.

Quando a enfermeira se afastou, Bree se inclinou com


um sorriso. Seus lábios pressionaram os meus e sua língua
empurrou seus comprimidos na minha boca. Eu sabia que
quando eu os engolisse, ela me recompensaria com um beijo.
Fizemos isso agora e ela fez pequenos ruídos famintos que
me animaram. Eu agarrei sua cintura com força enquanto
minha boca consumia a dela. Um momento depois, ela se
afastou e eu me acomodei na cadeira, meus olhos
examinando a sala. Eu realmente não tinha notado todas as
mesas e pessoas antes.

“Dando a ele sua dose novamente. Que malcriada,” Baz


disse a ela.

“Ele está sendo um bom paciente e tomando seus


comprimidos,” disse Bree com um sorriso cruel. Meus olhos
se estreitaram enquanto uma memória nebulosa tentava
preencher minha mente. As palavras que ela disse soaram
familiares, mas não porque ela as tivesse dito antes. Não, o
que eu me lembrava era de eu ter dito isso a ela. Por que eu
deveria? Isso me deixou desconfortável. Eu realmente não
sabia em quem confiar. Mudei de posição na cadeira com
Bree ainda empoleirada no meu joelho.

“Você precisa ir ao banheiro?” Ela perguntou. Eu


balancei minha cabeça.

Não muito depois disso, o grandalhão apareceu. Eu


também não gostava dele. Ele era perigoso e parecia
zangado. Seu cabelo estava sempre em seus olhos, seu rosto
sempre com a barba por fazer. Isso o fazia parecer sujo e
desleixado. Eu não gostava de coisas sujas. Não gostava de
pessoas que se pareciam mais com animais. Quando ele
terminou de comer, todos nos levantamos e saímos.

Enquanto caminhava pelo corredor, imagens giravam


em minha cabeça. Principalmente cadáveres - muitos deles
cortados em pequenos pedaços e arrumados ordenadamente
na minha frente. Todos os diferentes tipos de corpos,
centenas deles, milhares deles. Sangue, osso, tendão. As
imagens passaram pelo meu cérebro todas de uma vez,
piscando uma após a outra.

Alguém esbarrou em mim com força e caí no chão. Eu


olhei para cima para ver o grandalhão, Nemo, sorrindo para
mim por cima do ombro enquanto passava. Ele não gostava
de mim. Ele era um bruto que exigia submissão. Um
valentão, mais ou menos.

“Seu burro,” Bree suspirou para ele, em seguida, me


ajudou a levantar. Ela entrelaçou nossos dedos e me
conduziu pelo corredor, seguindo o bruto. Senti algo na
outra mão e olhei para baixo para ver uma mão enluvada na
minha, os dedos se entrelaçando da mesma forma que os de
Bree. Eu olhei para Baz, sem entender. Ele pressionou um
dedo na boca da máscara, me dizendo para ficar quieto.

Por que ele estava segurando minha mão? Por que era
um segredo? Um sentimento de raiva fervente queimou sob
minha pele e eu o afastei. A sensação foi embora e eu o
ignorei enquanto ele fazia um som desagradável.
“Você precisa de ajuda aí, baby?” Bree perguntou
enquanto batia na porta do banheiro.

“Você limpa a bunda dele também?” Nemo resmungou


com uma curva divertida nos lábios.

“Eu faria tudo o que ele precisasse,” ela respondeu sem


pestanejar. Uma risada explodiu da minha boca, mas eu
rapidamente a suguei de volta quando ela lançou um olhar
furioso para mim. Um momento depois, Orson estava de
volta ao meu quarto, seus olhos roxos examinando cada
centímetro. Ele parecia vagamente zangado. Isso me fez
imaginar o verdadeiro ele preso dentro de seu corpo e
chateado com isso.

O Dr. Orson me deixava nervoso. Fazia uma semana


desde seu novo e melhorado estado. Aparentemente, drenar
um vampiro até secar tinha esse tipo de efeito zumbi. Fiquei
esperando que ele saísse dessa situação e, quando o fizesse,
poderia acabar morto. Bree era como uma mosca na merda
quando se tratava dele, e minhas tentativas de testar sua
imunidade a mim ainda não haviam funcionado.

Os olhos roxos de Orson se voltaram para mim e se


estreitaram ligeiramente. Merda. Metade do tempo eu estava
convencido de que essa versão dopada dele era toda uma
atuação, que ele lembrava de tudo e estava apenas
esperando o momento perfeito para atacar.
Bree disse a ele para se sentar em uma das minhas
cadeiras que eu roubei da sala de estar. Ele se acomodou.
Nemo rosnou e puxou Bree em direção à minha cama, sua
paciência se esgotando. Meus olhos não se desviaram de
Orson. Ele observou Nemo morder e lamber Bree com as
sobrancelhas franzidas.

Voltei minha atenção para Bree e Nemo. Eles pareciam


bastante distraídos, Nemo rosnando e rangendo enquanto
Bree se contorcia e choramingava. Nemo enfiou a mão na
saia dela e ela respirou fundo e agarrou seus bíceps.

Agora era minha chance. Levantei-me da outra cadeira


e fui ficar na frente de Orson, bloqueando sua visão da cama.
Seus olhos foram para a minha máscara e se estreitaram.

Essa reação, era por isso que eu estava convencido de


que era apenas uma atuação. Ele claramente me odiava e
por que ele me odiaria a menos que se lembrasse? Claro,
pode ser que ele não gostasse das minhas máscaras, mas eu
estava um pouco paranóico para pensar que essa era a
resposta simples.

O doutor Orson nunca falava e nunca fazia nada, a


menos que Bree o guiasse a fazê-lo. Uma semana inteira
parecia muito tempo para manter aquela atuação, mas,
aparentemente, ele vinha atuando há anos, décadas.
Inferno, talvez séculos. Não havia como saber com os
vampiros há quanto tempo eles estavam por perto. Nenhum
deles gostava de dar essa informação. Eles eram tortuosos,
criaturas noturnas e cada um deles tinha alguma roupa suja
que preferiam manter escondida.

Orson estava em uma liga própria, no entanto.

Eu estendi a mão e dei um tapa de leve na bochecha


dele. Ele me deixou fazer isso, seu rosto caindo para o lado e
seus olhos se estreitando de forma mais agressiva. Ele virou
o rosto para mim e olhou para mim.

“Nada a dizer?” Eu perguntei baixinho. Ele nem mesmo


mudou de expressão. Ele nunca sorriu, franzia a testa,
curvava os lábios ou qualquer coisa assim. Olhei por cima
do ombro, mas Bree e Nemo ainda estavam distraídos com
sua versão de carinho pesado. Ela parecia úmida de todas as
lambidas que Nemo parecia inclinado a desfrutar.

Meus olhos voltaram para Orson e comecei a remover


uma das minhas luvas. Minha língua correu nervosamente
sobre meus lábios quando eu tirei e agarrei minha mão.
Alguém mais poderia tocar minha pele?

Eu ainda estava ignorando o fato de que Nemo podia.


Depois do dia em que perdi minha virgindade com Bree,
Nemo e eu não nos tocamos novamente. Talvez nós dois
estivéssemos um pouco assustados. Eu sei que eu estava. A
língua de Nemo deslizou pelo meu pau enquanto eu comia
Bree. De novo e de novo. Eu encorajei isso, gostei. O que
diabos isso queria dizer?

Nada. Não significou nada. Uma língua é uma língua.


Uma boca é uma boca.

Um pau era um pau? Gah, o que diabos eu estava


pensando? Eu balancei minha cabeça e me concentrei na
tarefa em mãos.

Orson olhou furioso para minha máscara enquanto eu


estendia minha mão nua. Meus dedos se aproximaram de
sua bochecha.

“Baz?” Bree perguntou. Meus olhos se arregalaram e eu


puxei minha mão de volta. Seu rosto estava chateado quando
ela saltou e pisou forte em minha direção. Afastei-me de
Orson. Merda, Bree estava com raiva de mim.

“O que você estava tentando fazer?” Ela estalou. Eu


puxei minha luva de volta.

“Fazendo uma piadinha, relaxe. Eu estava vendo se ele


se mudaria,” eu disse. Ela relaxou e suspirou
dramaticamente.

“Por que você não tirou sua máscara?” Ela perguntou,


parecendo desapontada. Meus olhos se voltaram para Orson.
Talvez porque eu não me sinta totalmente à vontade com um
vampiro assassino em série que quer me matar na sala?

Mas eu não disse isso. O alarme sonoro para luzes


apagadas soou e Nemo resmungou, chateado por não ter
tempo de dar um nó em Bree.

Ele foi até Orson, agarrando-o pelas costas da camisa e


puxando-o para fora do meu quarto. Bree se arrastou atrás
deles e fechei minha porta em seu rastro.

“Foda-se,” eu assobiei. Eu estive tão perto. Mais um


segundo e eu saberia se deveria cagar tijolos. Ele era imune
ou morreria instantaneamente. Eu não me importava muito
com a última opção. Bree ficaria chateada, mas ela teria que
superar isso eventualmente, certo? Quer dizer, em algum
momento isso podia depender de mim ou dele e eu
definitivamente me preferia.

Suponho que faz sentido que os vampiros tenham


algum tipo de imunidade. Pelo menos os fortes. Os
Psicopatas.

Fodidamente perfeito.
Eu me preparei para dormir e deslizei entre as cobertas.
Orson não vacilou ou pareceu nem um pouco preocupado
quando quase o toquei. Talvez isso significasse que eu estava
apenas sendo paranóico. Talvez ele fosse essa versão
lobotomizada de si mesmo pelo resto da vida.

De manhã, mudei de ideia sobre essa teoria. Por quê?


Porque de manhã acordei com uma pilha de partes cortadas
de corpo na minha cama. Pedaços de cadáveres estavam
sobre as cobertas, sentados no meu corpo como um gato
psicótico me trazendo suas mortes recentes como um
presente.

Eu respirei fundo e caí da cama. Minha bunda bateu no


chão e eu empurrei para trás.

“Foda-se foda-se,” eu assobiei. Meus olhos foram para a


minha porta, mas ela estava fechada e trancada.

Meus olhos se fixaram em uma cabeça decapitada


sentada na cadeira em que Orson havia sentado ontem.
Apesar de estar faltando várias peças, eu conhecia aquele
rosto. Assustador. Eu caí no chão olhando embaixo da
minha cama. Não havia nada ali. Ele cortou meu cadáver!
Esse bastardo!

Orson. Tinha que ser Orson. Ele entrou furtivamente em


meu quarto enquanto eu dormia, puxou Harry de debaixo da
minha cama e passou horas cortando seus pedaços e os
colocando no meu corpo adormecido.

O medo não era uma emoção à qual eu estava


acostumado. Eu me senti doente pra caralho.
CAPITULO VINTE E OITO

“Bom dia, baby,” Bree disse, entrando no meu quarto.


Seu cheiro de mel e aveia me deu água na boca. Eu estava
deitado na cama, olhos abertos e de frente para o teto. Eu
estava fraco e confuso, mas estava melhorando. As pessoas
estavam se tornando mais familiares. Bree se sentou na
cama ao meu lado e eu virei minha cabeça para ela.

Eu estava escondendo dela que estava melhorando. Eu


sabia que ela e eu estávamos conectados de várias maneiras.
História, sangue, corpo, magia. Ela tinha feito algo para
mim, no entanto. O motivo de eu estar tão fraco e não
conseguir me lembrar de tudo era por causa dela. Isso
parecia uma verdade profunda.

Então, havia Baz. Eu ainda não conseguia me lembrar


por que me sentia tão compelido a matá-lo. Achei que
poderia estar confuso, os fios se cruzando. Ontem à noite eu
me encontrei em seu quarto. Arrombar a fechadura não foi
um problema. Não me lembrava de ter aprendido essa
habilidade, mas era a memória muscular que não exigia
pensamento.

Ele era um amontoado sob as cobertas, cabelo verde


espetado para fora. Fiquei ali me perguntando se deveria
acabar com ele naquele momento. No final, hesitei.
O corpo embaixo da cama me intrigou. Depois disso, eu
sabia que queria cortá-lo. Voltei e encontrei uma pequena
faca de frutas bonita trancada na cozinha. Não tão afiada ou
fina quanto um bisturi, mas serviria ao seu propósito.
Depois, passei a noite toda cortando o corpo. Foi calmante.
Parecia certo.

Coloquei as peças em volta do homem adormecido


enrolado sob suas cobertas com um sorriso no rosto. Eu não
sorria há muito tempo. Eu decidi que não queria matar Baz
ainda. Eu só queria assustá-lo. Primeiro, queria saber por
que queria matá-lo. Por que eu sentia que ele merecia. Eu
temia não ficar satisfeito em assassiná-lo, a menos que
entendesse o porquê.

Além disso, ele era perigoso. Eu não tinha certeza de


como. Eu não conseguia lembrar. Eu simplesmente sabia
que ele era a coisa mais perigosa aqui e isso me deixou
apreensivo. Eu assisti enquanto outros corriam com medo
dele durante toda a semana.

Esta manhã foi como todas as outras. Bree deitou-se na


minha cama e aninhou-se bem perto, enterrando o nariz no
meu pescoço até que o estiquei para ela, dando-lhe melhor
acesso para morder. Meus braços deslizaram ao redor dela e
ela mordeu meu pescoço, me fazendo estremecer enquanto
meu pau inchava.

Ela nunca me deixou beber dela, apesar de como eu


estava com sede. Mas hoje seria diferente. Eu empurrei meus
quadris contra ela para que ela sentisse minha ereção. Ela
gemeu e se espalhou por cima de mim, suas pernas se
alargando para que eu pudesse empurrar entre elas.

Sua boca saiu do meu pescoço e se arrastou até meus


lábios. Eu podia sentir o gosto do meu sangue em sua língua
e tentei chupá-lo. Eu estava com tanta sede e se eu bebesse
um pouco de sangue, achei que poderia me lembrar de tudo.

Mais um momento de beijos e moagens e Bree libertou


meu pau e afundou nele. Ela se sentia bem - quente e úmida.
Eu deslizei para dentro e para fora rápido. Ela gostava disso,
fazendo pequenos ruídos de satisfação quanto mais forte eu
empurrava.

“Orson,” ela gemeu em meu ouvido. Gostei dela dizendo


meu nome. Eu gostava de estar dentro dela.

Eu ataquei rápido. Ela não esperava por aquilo. Eu a


mantive no escuro sobre ficar mais forte e mais capaz a cada
dia. Mordi todo seu cabelo ruivo, golpeando seu pescoço. Ela
engasgou em choque quando meus dentes se enterraram.
Quando seu sangue encheu minha boca, eu me senti mais
forte. Eu nos virei na cama, prendendo-a embaixo de mim, e
bati nela com força - exatamente como ela gostava. Mais e
mais forte enquanto eu bebia mais dela, enquanto sentia as
memórias e a força voltando ao meu corpo.

“Orson,” ela gritou. Meu nome, ela sempre gritava meu


nome - não palavrões ou um clamor a Deus. Seu sangue
escorregou em meu intestino e me lembrei de tudo. Eu bati
com força contra ela, fazendo-a engasgar e se contorcer, mas
ela aceitou. Ela sempre aceitava. Bree adorava ser fodida
brutalmente como se eu a estivesse punindo. Lambi sua
ferida, selando-a.

“Que boa menina,” eu ronronei e ela engasgou em


choque ao ouvir minha voz.

“Orson!” Minha mão envolveu sua garganta e eu apertei.


Suas paredes cerraram quando eu bati dentro dela
brutalmente. Sua boca se abriu e seu rosto mudou de cor.
Eu soltei minha mão e ela respirou fundo antes de gemer de
prazer, endorfinas inundando sua mente enquanto seus
pulmões se enchiam. Eu me enterrei nela profundamente
enquanto gozava dentro dela.

Um momento depois eu estava fora dela, deixando-a na


cama com minha semente pingando. Eu puxei minhas
calças, vestindo-me de volta.

“Orson?” Ela disse, sua voz preocupada. Eu não


respondi. “Orson!” Ela estalou. Eu me virei para ela e sorri.

“Você tem sido travessa, Bree. Garotas travessas são


punidas.” Eu fui até a porta e abri, ela bateu na parede com
força. Eu andei por esses corredores por três anos usando
um disfarce. A camisa de botões, o jaleco branco de médico,
a prancheta com rabiscos sangrentos em vez de anotações.

Todos aqui tinham visto, conhecido o homem chamado


Doutor Gregory Orson.

Esse homem era uma máscara. Eu deslizei pelos


corredores com intenções assassinas em meus olhos. Eu não
tinha sapatos, apenas um uniforme branco e o sangue de
Bree manchando todo o meu rosto, pingando em finos filetes
pelo meu pescoço e ensopando minha camisa.

Eu examinei os corredores, em seguida, pisei na sala de


estar. Pacientes babando se viraram com rostos mudos e
chocados, mas eu os ignorei enquanto enfiava a mão no
bolso, pegando a faca que havia roubado e caminhando em
direção aos enfermeiros.

“Bom dia George,” eu assobiei como se fosse apenas


mais uma manhã de segunda-feira no escritório. Meu braço
saltou para frente enquanto os olhos do homem se
arregalaram. Minha lâmina mergulhou em seu pescoço e eu
a puxei de volta, apreciando o spray de sua artéria carótida
em meu corpo como uma chuva sangrenta de morte.

Eu me virei para o próximo segurança, movendo-me


rapidamente. Suas mãos estavam para cima e para fora, mas
me movi muito rápido para ele, deslizando minha lâmina
afiada em seu pescoço e serrando profundamente de um lado
a outro.

Eu era um filho da puta brutal e adorava matar. Um


sorriso se estendeu em meu rosto quando ele caiu. Eu voei
para a próxima pessoa. Esses idiotas de merda iriam todos
ser mortos. Os pacientes na sala haviam se movido contra a
parede mais distante de mim, recuando para não chamar
minha atenção. Isso fez uma risada borbulhar na minha
garganta. Eu estava chapado no momento, todo esse sangue
espalhado sobre mim como se eu fosse um deus vampírico.
Com os seguranças fora, eu examinei a sala e encontrei
quem eu queria.

“Basil. O garoto patético que não aguenta ser um


assassino,” eu disse zombando. Ouvir todas essas pessoas
loucas nos últimos cinco anos tinha me desgastado. Como
eu não tinha matado ninguém aqui antes era a porra da
prova da minha contenção. Eu corri para ele.

“Você é um merdinha irritante,” eu disse, apertando-o


contra a parede, mas sem tocar. Ele recuou com os ombros
retos e a cabeça erguida.

“Não, vá em frente, diga-me como você realmente se


sente,” disse ele sarcasticamente. Eu segurei minha faca
acima de seu pescoço coberto, mas ele não agia como se isso
o preocupasse. Ele provavelmente nunca aprendeu a ficar
com medo de maneira adequada.
“Você é o responsável por essa merda,” eu disse,
estendendo a mão e agarrando o topo de sua máscara. Eu
queria ver seu rosto idiota enquanto o matava. Queria ver
seus olhos chocados enquanto eu acabava com sua vida.
Queria ver o momento em que ele finalmente sentisse medo.
Os outros pacientes reagiram instantaneamente quando eu
puxei sua máscara, jogando-se no chão e cobrindo seus
rostos. Todos estavam convencidos de que seu olhar era
mortal. Eu sabia que não era verdade. Afinal, eu era seu
terapeuta e mesmo que ele não fosse um grande falador, eu
ainda descobri as coisas. Basil não gostava de ser olhado.

Fodidamente patético. Eu arranquei sua máscara e


joguei no chão.

Olhos de duas cores chocados olharam para mim, lábios


carnudos delicadamente separados. Meus olhos vagaram
sobre ele em confusão. Minha mente não conseguia entender
que sob a máscara que eu via todas as semanas durante
anos era isso. Não fazia sentido.

Olhos vermelho e verde piscaram entre os meus. Eles


eram grandes, com cílios verdes longos e grossos
emoldurando-os. Sua pele praticamente brilhava e seu
cabelo e olhos eram como pedras preciosas, cintilando
mesmo sob as lâmpadas fluorescentes sujas.

Ele não parecia patético ou feio como eu sempre


imaginei. Um perdedor pegajoso e cheio de espinhas é o que
eu esperava. A realidade era irreal. Minha mão com a faca
cedeu.

Com seus olhos fixos nos meus e uma sobrancelha


curvada, ele ergueu a mão enluvada e usou dois de seus
dedos para empurrar meu queixo frouxo fechado.
Alarmes soaram. Baz me lançou um olhar confuso antes
de descer para agarrar sua máscara. Ele puxou para trás em
sua cabeça, tornando-se a coisa chata e chorona que eu
sempre conheci. Exceto que ele não era, era? Ele era... lindo.

“Você está babando,” disse ele com um bufo. Eu enrolei


meu lábio para ele e estava considerando ainda matá-lo
quando uma parede de tijolos se chocou contra mim. Um
segundo depois, eu estava no chão com um lobisomem
crescido e furioso na minha cara. Eu odiava lobisomens mais
do que qualquer outra coisa. Eu os matei mais do que
qualquer outro tipo de sobrenatural. Procurando-os e
saboreando a caça e finalmente a matança.

Eu cortei minha faca imediatamente, fazendo cortes


através da camisa de Nemo e vendo o sangue florescer.

Sua grande mão agarrou meu pulso e apertou, fazendo


os ossos protestarem. Lembrei-me de como ele me tratou
enquanto eu estava sem sangue. Ele gostava de afirmar
domínio. Ele me empurrou, olhou para mim enquanto fodia
Bree na minha frente, e muitas vezes estalou os dentes bem
na frente do meu rosto antes de sorrir.

“Não se atreva a tocá-lo, porra,” ele rosnou na minha


cara, a saliva me batendo. Eu me debati e limpei meu rosto.
Minha mão com a faca era inútil e mais uma vez ele iria me
forçar a me tornar um selvagem para lutar contra ele. Eu me
lancei para frente e o mordi, cravando meus dentes e, em
seguida, arrancando-os de volta desordenadamente. Agora
éramos ambos animais.

Ele rugiu e nós lutamos. Ele era forte, mas eu era rápido
e experiente.
Eu me lancei e mordi e ele socou meu queixo. Rolamos,
batendo em mesas e cadeiras. Ele rugiu bem na minha cara,
seu hálito quente em mim.

A confusão me inundou enquanto meu rosto estava


pressionado no chão, sua mão na parte de trás da minha
cabeça, segurando-a. Eu me debati e tentei empurrar, mas
não consegui. O choque caiu sobre mim e eu chutei e gritei,
mas não adiantou nada. Sua força era impossível de vencer.

Era isso, eu seria o único assassinado agora. Seu joelho


cravou na minha coluna e continuei lutando enquanto
esperava o golpe mortal. Ele provavelmente puxaria minha
cabeça para cima e quebraria meu pescoço. Ou talvez ele
rasgasse minha garganta com os dentes.

“Porra, me mate!” Eu gritei, cansado de toda essa


espera.

“Não,” ele rosnou no meu ouvido, então ele saiu de cima


de mim e se afastou. Eu me mexi em minhas mãos e joelhos
e olhei para ele. Ele estava me dando misericórdia?

“Vocês malditos animais são tão estúpidos,” eu disse


antes de pular e correr em direção a ele. No último minuto,
ele ergueu o punho e me bateu na lateral da cabeça. Tudo
ficou escuro.
CAPITULO VINTE E NOVE

Baz, Nemo, Orson e eu estávamos todos no meu quarto.


Apesar de Orson ter levado o golpe na cabeça apenas quinze
minutos atrás, o inchaço já havia passado. Metade de seu
rosto estava machucado, no entanto.

Na verdade, eu meio que gostei da aparência áspera e


desgrenhada que ele tinha depois que os meninos lutaram.
Seu cabelo preto estava em todas as direções e aquele
hematoma parecia brutal e áspero. O terapeuta perfeito
estava longe de ser visto no momento. Apenas meu assassino
em série brutal com olhos violetas mortais.

Suponho que não poderia estar muito brava com meus


homens não se dando perfeitamente bem. Não é como se eu
me desse perfeitamente bem com eles também. Além disso,
eles eram meninos grandes e eu não era a mãe deles.

Dito isso, se algum deles tivesse realmente danificado o


outro para sempre, eu teria ficado furiosa.

Era compreensível que Orson estivesse furioso com o


que Baz e eu fizemos. Mas isso não dava a ele o direito de
tentar machucá-lo seriamente. Mas quão brava eu poderia
ficar? Não é como se ele pudesse realmente machucar Baz.
Baz era intocável. Ele provavelmente estava apenas tentando
assustá-lo.

Ainda assim, eu estava mal-humorada. Todos nós


deveríamos estar fodendo, não lutando.

Baz estava sentado na cama ao meu lado com sua


máscara. Nemo estava empoleirado contra a porta fechada
com os braços cruzados, lançando punhais para Orson.
Orson estava encostado no meu guarda-roupa olhando Baz
e eu com um estranho interesse enquanto mastigava um
canudo. Gostava de ver sua boca fazer alguma coisa. Sua
língua rolou o canudo e seus dentes afiados mordiscaram.

Sim, com certeza todos deveríamos estar transando em


vez de brigar.

“Sabe, acho que, em vez de nos culpar, devemos colocar


a culpa em outra pessoa,” disse eu, pressionando os dedos
entre os joelhos.

“Eu culpo Orson,” Baz disse.

“Eu também,” Nemo resmungou.

“Mas somos uma equipe,” reclamei. Ninguém disse


nada, então eu gemi. “Só estou dizendo que vamos culpar
Stein ou algo assim, não alguém do grupo.”

“O grupo,” bufou Orson, revirando os olhos violetas. Ele


era bonito, mas irritante.

“Sim,” eu disse com os dentes cerrados antes de relaxar


meu rosto e respirar fundo. “Vamos apenas fugir, ok?” Suas
cabeças levantaram em uníssono e eu sorri.

“Não,” Baz disse instantaneamente. Eu olhei para ele


com uma carranca.
“Sim,” disse Orson, empurrando o guarda-roupa para
cima. Nemo não disse nada, apenas parecia mal-humorado
enquanto limpava os dentes com a língua. Todos nós nos
viramos e esperamos por sua entrada. Ele parecia estar
considerando isso.

“Você deve estar me zoando. Você quer fugir?” Baz


perguntou a Nemo.

Nemo encolheu os ombros. “Eu realmente não me


importo de qualquer maneira.”

“Bem, dois votos não são uma maioria,” Baz disse.

“Isto não é uma democracia. Você está vindo,” Orson


disparou para ele.

“Eu… Espere, o quê?” Baz perguntou em confusão.

“Por que você se importa se ele vai?” Nemo perguntou


com um olhar feroz. Orson endireitou as costas e encolheu
os ombros. Eu levantei uma sobrancelha para ele.

“Você não o quer morto?” Eu perguntei. Orson começou


a limpar sob as unhas, o que era cômico, considerando que
toda a sua roupa branca estava encharcada de sangue.

“Eu tenho um uso melhor para Baz,” Orson respondeu.


Baz estremeceu de corpo inteiro. Nemo se aproximou e
agarrou Orson pela frente da camisa enquanto rosnava.
Orson abriu a boca e presas totalmente descidas caíram. O
canudo com que ele estava brincando caiu no chão.

“De novo não,” reclamei.

“Você precisa ser colocado na porra do seu lugar,” Nemo


cuspiu na cara de Orson. Orson olhou feio para ele.
“O meu lugar é sob um cachorro como você? Eu prefiro
morrer.”

“Ninguém vai morrer,” rebati. Nemo sorriu para Orson.

“Você a ouviu. Ninguém morre. O que significa que você


precisa estar sob este cão.”

“Mantenha suas mãos nojentas longe de mim,” disse


Orson enquanto lutava contra o aperto inquebrável de Nemo.
Orson sacou sua faca roubada e fez um corte raso no peito
de Nemo. Ele cortou o tecido já cortado, mas não atingiu a
pele. Eu engasguei, mas Nemo então segurou o pulso de
Orson, apertando e girando-o até que Orson largou a faca
com um grunhido de raiva.

Nemo estendeu a mão e agarrou-o pelo pescoço com seu


braço musculoso, batendo Orson contra meu guarda-roupa.
Os olhos de Orson se arregalaram e ele engasgou quando o
outro homem agarrou seu pescoço. Meus olhos se
arregalaram quando vi o corpo de Orson relaxar. Um ruído
gutural deixou sua boca e Nemo se acalmou, seus olhos se
arregalando de surpresa. Não havia como confundir o
barulho com nada além de prazer.

Nemo sorriu sombriamente.

“Gemendo porque minhas mãos nojentas estão em você.


Acho que sei como lidar com você,” Nemo resmungou
sombriamente, seus olhos negros brilhando com
entretenimento. Orson balançou a cabeça, os olhos
arregalados, mas ele não estava lutando. Nemo apertou seu
pescoço com mais força e Orson pareceu derreter, seu corpo
ficou mole e seus olhos se enrugaram de prazer.
Minha boca se abriu e eu estendi a mão e agarrei o braço
de Baz em um aperto mortal. Eu estava totalmente animada
por mais foda entre meus homens violentos.

Uma batida forte sacudiu minha porta.

“Doutor Orson. Solitária,” um segurança latiu.

“Ele está ocupado,” gritou Nemo para a porta enquanto


deixava Orson respirar fundo.

“Foda-se,” sussurrou Orson, estremecendo um pouco


quando seus olhos se fecharam. Em vez de ouvir Nemo, os
auxiliares arrombaram minha porta, imediatamente
miraram em Orson e o cutucaram com um tranqüilizante
antes que ele se recuperasse.

Nemo recuou rapidamente e Orson caiu no chão com


um baque surdo. Observei com agitação enquanto eles o
pegavam do chão e o arrastavam para longe.

Eu estava definitivamente saindo deste lugar e neste


ponto, eu não me importava em ficar fugindo se eu saísse
daqui. Além disso, se alguém pudesse saber como fazer uma
identidade falsa, era Orson.

“Bem, isso foi estranho. O que você acha que Orson quis
dizer com outro uso para mim?” Baz perguntou uma vez que
estávamos sozinhos novamente. Dei de ombros.

“Como escapamos?” Eu perguntei.

“Nós não vamos,” Baz disse.

“Nós vamos,” eu rebati. “Tem sido muito divertido, mas


está ficando ultrapassado. Prefiro fugir do que fazer o teste
no porão. Você e Nemo deixaram bem claro que
provavelmente vou acabar trancada no andar de baixo e
testada. Eu não estou bem com isso.”

“Certo. Você vai. Eu não vou,” Baz disse com raiva.

“Você está tentando fugir de mim?” Eu perguntei com a


mesma raiva. “Eu vou te matar antes de deixar você ir.”

“Eu não quero que fiquemos separados, mas não quero


ir embora,” ele retrucou. “Você sabe o que? Talvez você
devesse tentar me matar. Então, quando você morrer, vou
manter seu corpo confortável no meu quarto para sempre,”
ele ronronou, inclinando o corpo para perto.

“Eu pensei que você não transasse com cadáveres.”

“Eu não transo... normalmente, mas faria uma exceção


para você.” Ele estendeu a mão e arrastou seus dedos
enluvados pela minha bochecha. Eu corei. Ele gostava tanto
de mim?

“Está corando?” Nemo perguntou com nojo. Então ele


suspirou. “Eu vou... ajudar com a fuga.”

“O que!” Baz estalou em indignação. Nemo olhou


sombriamente para ele. Seu corpo maciço fazia com que até
salas grandes parecessem pequenas. Como ele ficaria com
Orson? Provavelmente como um demônio cruel que se delicia
com sexo violento. Um arrepio de excitação percorreu minha
espinha.

“Bree quer sair e eu não dou a mínima se estou aqui


ou... fora daqui.”

“Nemo, você nunca esteve fora daqui,” Baz disse.


“Nunca?” Eu perguntei, meus olhos indo e voltando
entre eles. Meu Nemo nunca tinha visto o mundo fora dessas
paredes?

“Eu acho que está na hora então. Mas preciso de algum


tempo.” Nemo suspirou e passou a mão pelo cabelo
desgrenhado.

“Seu idiota de merda,” Baz cuspiu em agitação.

“Qual é o seu problema?” Eu agarrei.

“Não posso viver lá - sempre me preocupando em matar


todo mundo.”

“Como isso é diferente daqui?” Eu perguntei em


confusão. Ele gaguejou por um momento.

“Apenas isso! Aqui todos sabem o que sou. Lá fora


ninguém entende e, se entendem, não entendem
inteiramente. Você sabe quantas pessoas morreram antes de
eu vir para cá? Quantas babás, animais de estimação,
crianças, família?”

“Orson é um assassino em série vampiro. Ele matou


centenas por prazer sozinho. Você acidentalmente
esbarrando em alguns estranhos dificilmente será um
problema.”

“Isso é outra coisa. Sua alma gêmea vampira acabou de


tentar me matar. Acordei esta manhã com pequenos pedaços
de cadáver espalhados na minha cama como a primeira neve
da estação.”

“Cadáver de quem?” Eu perguntei surpresa.

“Não é importante,” disse ele rapidamente. “E agora ele


está dizendo que tem planos melhores para mim. O que
diabos isso significa?” Ele sibilou. “Ele provavelmente quer
me trancar em uma caixa de metal e me cutucar com facas.”

“Baz, nós poderíamos simplesmente sair daqui agora


mesmo se você concordasse. Você é imparável.” Eu estendi a
mão e esfreguei seus bíceps através de suas roupas.

“Não, não seria tão fácil. Eles vão me acertar com um


sedativo e eu vou desmaiar. E então o que acontece? Stein
percebe que sou um problema. Ele me deu confiança porque
não saio por aí matando todo mundo. Assim que estragar
tudo, serei acorrentado em um quarto esquecido no andar
de baixo. E não estou exagerando. Stein me mostrou a sala.”

“Você matou aquele segurança por mim e não se meteu


em problemas.”

“Uma pessoa aqui e ali pode ser considerada acidental.


E, honestamente, essa foi a primeira morte intencional que
eu já causei.”

“O que?” Eu perguntei em estado de choque. “Você


matou propositalmente pela primeira vez por mim?” Ele
suspirou, inclinando-se e pressionando sua testa mascarada
na minha.

“Sim, Bree. Eu fiz isso por você. Facilmente. Mas não


vou sair daqui por você.”

“Com todos nós trabalhando juntos, poderíamos


escapar,” implorei. Ele se inclinou para trás e eu olhei para
os buracos negros de sua máscara. Era um vazio
inexpressivo.

“Não,” disse ele com firmeza. “Vá embora se precisar. Eu


vou ficar aqui.” Eu joguei meu corpo nele, com raiva por ele
escolher este lugar em vez de mim. Eu não sei o que eu
esperava ao abordá-lo, mas minhas esperanças de prendê-lo
desapareceram em um instante.

Baz era quase trinta centímetros mais alto do que eu e


puro músculo. Eu nos empurrei para baixo na cama e ele
atacou rápido, envolvendo suas pernas musculosas em volta
de mim e travando suas botas juntas. Seus braços vieram ao
meu redor também, me apertando e, em seguida, me rolando
sob ele.

“Isso não foi muito bom,” Baz disse com excitação


sombria enquanto me forçava a ficar de bruços. Ele se sentou
nas minhas pernas e segurou um dos meus pulsos. Sua
outra mão bateu na minha bunda com força e eu engasguei
em choque.

Eu me debati tentando sair debaixo dele. Ele riu


enquanto eu o empurrava.

“Yeehaw!” Ele gritou, batendo na minha bunda


novamente.

“Baz,” Nemo rosnou.

“Fique fora disso,” ele retrucou. Eu parei de lutar


ofegando.

“Por que você o escuta?” Perguntei a Nemo, virando


minha cabeça para vê-lo.

“Eu não escuto,” ele disse sombriamente. Baz se


inclinou, empurrando sua máscara contra o lado do meu
rosto.

“É porque eu estou no comando. Eu sou o Alfa, baby.”

“Não,” Nemo rosnou, fazendo a risada rouca de Baz


derramar em meu ouvido. Isso me fez estremecer de desejo
embaixo dele. Eu deslizei debaixo de Baz e saí do meu
quarto. Fiz questão de bater a porta atrás de mim para que
aquele idiota soubesse o quão brava eu estava.

“Sem portas batendo,” uma enfermeira gritou para mim.


Eu mostrei o dedo do meio para ela e fui jogar Candyland
com Josie e Coral, minhas amigas inimigas.
CAPITULO TRINTA

Era o dia seguinte. O ex-terapeuta vampiro de Bree


ainda estava na solitária. Todos aqueles anos de controle
absoluto e agora ele não conseguia deixar de esfaquear os
seguranças à esquerda e à direita. Stein podia muito bem
estar dando a ele um tratamento de choque. Ele fazia isso às
vezes com os realmente indisciplinados.

Um vampiro não seria permanentemente afetado pela


terapia de choque elétrico, mas tortura suficiente poderia
programar quase qualquer um para se comportar como
desejado.

Orson não parecia o tipo que se deixa levar a não ser


por ele mesmo. Se eles o estavam eletrocutando, era uma
perda de tempo. Eu particularmente não gostava dele, mas
podia apreciar uma pessoa obstinada. Não que eu alguma
vez fosse admitir que havia algo de bom naquele cadáver
sugador de sangue.

Ele era um incômodo caótico, desequilibrado depois de


abandonar sua atuação de mocinho. Ele precisava ser
controlado. Agora que percebi que o bastardo era um
pervertido, seria fácil lidar com ele. Afinal, eu poderia dar a
ele exatamente o que ele precisava. Um grande lobisomem
sujo trazendo-o de joelhos.
Fechei a porta de Baz e deslizei a trava. Eu peguei Bree
e a trouxe aqui comigo. Ela queria fugir e eu decidi ajudá-la.

Havia algo que eu precisava fazer antes disso. Baz


puxou sua máscara e a jogou na prateleira. Bree olhou feio
para ele. Sua tentativa de permanecer com raiva era fofa.

“Eu preciso ficar limpo,” eu disse com uma careta. Meus


dedos cravaram em meu pescoço, tentando massagear meu
desconforto.

“Limpo dos medicamentos de Stein?” Baz perguntou.


Seus olhos vermelhos e verdes pousaram em mim.

“Sim. Vai demorar um pouco para me ajustar. Estou


neles há tanto tempo que não me lembro como é estar fora
deles.” Mesmo agora, minha cabeça parecia agradavelmente
flutuante. Uma pessoa menos experiente estaria babando e
resmungando coisas sem sentido, mas eu aprendi a viver
nesse estado há muito tempo.

Eu não estava ganhando nenhum prêmio por


inteligência e minha besta... Eu não conseguia me lembrar
como era viver com a besta fora de sua gaiola. Podia ser uma
transição difícil com a possibilidade de baixas entre os
amigos. Também havia uma chance de eu ser um monstro
desequilibrado e irrefletido sem todos os medicamentos.

Eu não estava preocupado em machucar Bree, pelo


menos. Nem estava realmente preocupado em assustá-la. Eu
gostava quando ela ficava com medo e fugindo de mim. Podia
ser pessoalmente irritante perder o controle sobre meu
corpo. Minha besta insistiria em assumir.

Bree olhou para mim com seus grandes olhos azuis e


esqueci por um momento que não estava nadando neles.
Pareciam lagos montanhosos frios. Bree estava sentada na
cama de Baz, olhando para mim com uma linha pensativa
entre suas sobrancelhas.

“Você é viciado em medicamentos, não é?” Ela


perguntou. Eu fiz uma careta. Claro que era. Não era algo
que eu pudesse melhorar. Não sentia vergonha disso. Sentia
vergonha porque estava me enfraquecendo de boa vontade.
De boa vontade, deixei um homem que não se importava
comigo controlar minha vida.

Se eu realmente não quisesse ser controlado, poderia


parar tudo. Eu não parava, no entanto, e isso em parte
porque estava confortável com os medicamentos. Era disso
que eu tinha vergonha e sabia que, no fundo, minha besta
também não gostava. Isso ia contra a nossa natureza, mas
os medicamentos também entorpeciam esses sentimentos.

“Sim. Eles enfraquecem minha mente e bloqueiam meu


outro eu.”

“Seu lobo?” Bree perguntou. Eu sorri. Que fofo, ela


estava realmente esperando um lobo? Baz bufou. Eu tinha
mostrado a ele meu monstro transformado há muito tempo
antes de Stein fazê-lo ir embora.

“Algo assim,” eu disse a ela com um sorriso cheio de


dentes. Aposto que ela gritaria e correria. Eu me imaginei
perseguindo ela pelos corredores. Mas se estivéssemos indo
embora, acho que não faria isso. Talvez uma floresta.

“Você está fazendo isso por causa do plano de fuga,” Baz


disse inexpressivamente, encostando-se em sua parede.

“E porque está na hora,” eu resmunguei, meu olhar


estalando para ele. “Você realmente não acha que vou deixar
você ficar aqui quando sairmos, não é?”
“De acordo com você, você não vai me obrigar a fazer
merda nenhuma. Então, sim, eu acho que você vai.” Ele
sorriu enquanto o encarava. Uma provocação. Corri para
frente e empurrei seu rosto.

“Talvez você não seja mais o alfa. É uma brecha fodida


de qualquer maneira,” rosnei para ele. Seus olhos de duas
cores me olharam com desagrado.

“Eu ainda posso te matar com apenas um toque, então


nem tente, porra,” ele retrucou. Eu podia ouvir seu coração
batendo mais rápido.

“Há mais de uma maneira de dominar alguém,” eu disse


com um sorriso malicioso. Seus olhos se arregalaram em
compreensão enquanto eu olhava seu rosto.

“Foda-se,” ele sibilou. “É sobre o que aconteceu com


Bree aquela vez? Você quer falar sobre isso ou alguma merda
assim?”

“O que aconteceu é que eu coloquei seu pau na minha


boca,” eu rosnei com um sorriso.

“Dificilmente,” ele bufou, desviando o olhar.

“Parece um pedido para mim,” disse Bree com riso em


sua voz.

“Vamos remediar isso então.” Meus dedos beliscaram


seu zíper e lentamente o puxaram para baixo. Ele sibilou
quando minha palma pressionou sua cueca boxer. Eu o
observei enquanto deslizava minha mão para a pele nua
acima de sua cueca. Era liso e macio.

Eu queria fazer isso por muito tempo. Sonhava com


isso. Era obcecado por isso. Tocar o garoto intocável pelo
qual me sentia inexplicavelmente atraído. No entanto, se
estivéssemos sozinhos, não tenho certeza se estaria fazendo
isso.

Baz ainda me fazia sentir dúvida quando se tratava de


apenas nós dois. Eu não tinha uma boa ideia do que ele
realmente pensava sobre mim, mas eu tive uma pista
naquele dia em que o beijei tantos anos atrás.

Com Bree aqui, me sentia encorajado. Com ela aqui, não


era apenas sobre Baz e eu. Isso era sobre ela também. Eu
sabia que ela gostava de nos ver juntos - que ela encorajava
isso com interesse. Eu já podia sentir o cheiro delicioso de
sua excitação fazendo cócegas em meus sentidos e me
empurrando para frente.

Meus dedos calejados mergulharam dentro do tecido de


sua cueca e eu o segurei, nenhum material entre nós. Ele
imediatamente começou a endurecer em minha mão. Uma
reação que apreciei.

Ele olhou para baixo enquanto respirava em choque.


Seus olhos arregalados e frenéticos, seu corpo quase
tremendo. Baz provavelmente nunca se acostumaria a tocar.
Sempre seria uma sensação mais intensa para ele. Uma vida
inteira sem toque provavelmente fazia com que até o mais
leve toque parecesse intenso.

Eu puxei suas calças para baixo em seus quadris para


que ele pudesse me ver tocando-o pele a pele. Sua mão
enluvada envolveu meu pulso como se quisesse me puxar,
mas ele não o fez. Quando eu arrastei minha mão para cima
e para baixo, ele estremeceu.

“Pare, é demais,” ele murmurou, seu corpo tremendo


todo.
“Não, não é. Você simplesmente não está acostumado.”
Corri minha mão para cima e para baixo lentamente

“Que porra você está pensando? Que me dar uma


punheta vai fazer de você um Alfa? Que tipo de lógica fodida
é essa?”

“Foder é como lutar,” eu disse. Seus olhos brilharam


para os meus, alternando entre eles, embora os dois
oferecessem exatamente a mesma cor e aparência.

“Não dissemos algo sobre uma boca?” Bree perguntou


atrás de mim. Baz lançou-lhe um olhar furioso, mas eu sorri.

“Se é isso que a senhora quer,” eu disse. A boca de Baz


caiu aberta em choque quando eu caí de joelhos. Inclinei-me
para frente e o chupei em minha boca, deixando-o deslizar
sobre minha língua e atingir o fundo da minha garganta. Eu
engasguei e ele teve espasmos, suas mãos instantaneamente
indo para o meu cabelo para segurar com força.

“Porra,” ele gemeu, encostando-se na parede. Eu o


engoli no fundo da minha garganta e ele empurrou seus
quadris para frente, me forçando a ter ânsia novamente. Isso
o fez dar outra maldição gutural, mas então ele me empurrou
e se afastou da parede.

Bree estava nos observando com os olhos arregalados e


os batimentos cardíacos acelerados. Ela mordiscou o lábio
inferior e se contorceu na cama, pressionando as coxas com
força.

“Pare com isso!” Baz assobiou. “Seja lá o que diabos você


acha que vai acontecer, não vai.”
“O inferno que não,” eu rosnei me lançando para frente
e o jogando no chão. Ele rolou por cima com um olhar cruel
no rosto.

“Tudo bem, você quer isso? Pegue.” Ele pressionou seu


pau na minha boca, deslizando pelos meus lábios. Eu relaxei
minha garganta, deixando-a entrar profundamente. Eu
nunca tive um pau na minha boca antes de hoje e eu não
poderia imaginar que faria isso com outra pessoa. Baz era
uma exceção à maioria das regras.

Um sorriso cruel apareceu em seu rosto quando ele


olhou para mim olhando para ele. Ele bateu ao máximo e não
recuou. Eu engasguei em torno dele. Sua expressão mudou
de provocadora crueldade para prazer quebrado. Ele gemeu
enquanto tentava se enfiar ainda mais na minha garganta.

Meus pulmões queimavam e o olhar vicioso e satisfeito


em seus olhos me disse que ele gostava daquilo.

Ele não me deixou levantar, não se afastou para me dar


um tempo. Eu sabia o que ele estava fazendo. Eu não o
deixaria me empurrar, então ele estava me fazendo empurrá-
lo. Bunda raivosa. Eu o empurrei e comecei a tossir e
respirar.

Ele deu uma risada rouca que me irritou. Eu empurrei


em cima dele, tranquei meus braços em volta de seus
quadris e, em seguida, deslizei minha boca sobre ele, não o
deixando ter qualquer controle. A maneira como Baz estava
respondendo fez qualquer dúvida ficar enterrada
profundamente enquanto eu o chupava para cima e para
baixo, minha língua pressionando contra seu eixo e girando
ao redor da cabeça.

Eu amava ter minha boca em meus parceiros. Amava


marcá-los com minha saliva, agradá-los com minha língua.
Baz gemeu, seu corpo inteiro tremendo. Ele empurrou
meus braços, tentando me empurrar, mas eu não me mexi.
Meus olhos se viraram enquanto eu chupava seu pau e sua
expressão me fazia sentir selvagem. Um olho vermelho e
outro verde olhando para mim com uma expressão que eu
nunca tinha visto antes. Parte medo, parte desejo ardente.

“Nemo, pare, você vai morrer,” ele murmurou. Sua


cabeça foi para trás, sua garganta exposta enquanto ele
gemia. Eu estendi a mão e segurei seu pescoço, colocando
pressão sobre ele, mas não apertando. Seu corpo inteiro
estava se contorcendo, não acostumado a esse tipo de pele
com prazer de pele. Ele estava tentando recuar enquanto ao
mesmo tempo se soltava de prazer. Essa era exatamente a
resposta que adorava ver em meus parceiros.

Meu pau estava grosso e pesado nas minhas calças. Eu


saltei e seu pau coberto de saliva saltou debaixo de mim.

“Bem, se eu morrer, não vai acontecer rápido e você vai


gozar,” eu disse antes de arrastar minha língua por seu
comprimento, cobrindo-o com minha baba. Baz rosnou para
mim e meus olhos se arregalaram quando senti um chute em
meu peito que me empurrou para longe dele. Eu olhei para
cima para ver a raiva brilhando em seus olhos.

“Foda-se,” ele assobiou. “Você acha que eu quero você


morto? É isso que você acha?”

“Não, só acho que você não se importa,” eu disse. Seus


olhos pareciam estar em chamas. Eles viraram para frente e
para trás entre os meus olhos. O que quer que ele tenha visto
neles, ele não gostou.

“Nunca nos entenderemos,” disse ele, desviando o olhar.

“O que isso significa?” Eu perguntei com um olhar feroz.


“Significa que você está obcecado por dominação e
hierarquia. Significa que você vai estragar tudo de bom grado
para perseguir isso.”

“É instinto,” eu rosnei. “Eu não posso evitar.”

“Eu não me importo qual é o motivo. É você. Éramos


amigos até que você fodeu tudo.”

“Você não teve culpa nisso?” Eu perguntei.

“Que merda é essa? Culpando a vítima? Vamos dar


nomes aos bois. Você me queria. Eu não encorajei essa
merda. Eu nunca faria isso, mas você não aceitaria um não
como resposta. Você quase me fez matar você.”

“Você nem se importou com o que aconteceu comigo!”


Eu rugi. Seus olhos se arredondaram ligeiramente devido ao
imenso volume. “Eu estava sendo arrastado para morrer e
você apenas ficou sentado lá como se fosse mais uma porra
de dia da semana.” Baz desviou o olhar e estalou sua língua.

“Eu pensei que você já estava morto.”

“Bem, isso não é legal,” eu resmunguei. Os olhos de Baz


voltaram para mim e um meio sorriso zombeteiro revelou
uma única covinha. Ele parecia mal assim, com seus olhos
não naturais e expressão arrogante depois de me dizer como
ele não se importava que eu estivesse morto.

“O que? Você está chateado por eu não chorar sobre o


seu túmulo? Eu não quero você morto, mas eu tenho
cantado e dançado tanto essa música que é como processar
a papelada.”

“Seu merdinha,” eu rosnei. Ele saiu do chão e enfiou-se


nas calças enquanto eu mastigava o que ele disse. Ele não
me queria morto. Nem naquela época nem agora, mesmo
depois de uma rivalidade de uma década. Eu havia julgado
mal essa situação? Ele poderia realmente se importar comigo
de alguma forma?

“Não aja como se você tivesse moral elevada,” Baz disse


enquanto eu me puxava para fora do chão. “Sua mentalidade
está toda fodida também. Não sei se é por causa do que você
é ou por causa de onde você foi criado, mas lá fora é
completamente diferente. O que você vai fazer? Dominar
cidades inteiras? Arrancar a garganta de todos os
lobisomens Alfa mais fracos?”

“Quantos alfas existem?” Eu perguntei. Se houvesse um


punhado, então arrancar suas gargantas seria uma tarefa
fácil. Baz revirou os olhos.

“Essa não é a pergunta certa.”

“Que porra é essa? Diga-me quantos são e eu direi a


maneira como faria isso,” eu retruquei.

“Errado de novo,” ele suspirou, levantando-se. “Não


deveríamos partir. Nenhum de nós.”

“Aquele psicopata assassino que Bree ama parece ter se


saído bem até que você o incitou a perder a cabeça,”
resmunguei.

“O doutor Orson não é como você e eu. Nenhum de nós


está devidamente socializado. Nem mesmo capaz de agir
assim. E você está tão fodido da cabeça que nem sabe o
suficiente para saber que está fodido da cabeça.”

“Eu sou devidamente socializado,” eu cerro os dentes.


“Rapazes?” Bree expressou. Nós reprimimos nossas
palavras. “Eu não gosto de todos nós brigando,” ela
finalmente disse.

“Sempre brigamos,” resmunguei.

“Nem sempre,” ela disse enigmaticamente. Eu dei a ela


um olhar confuso e ela respondeu com um sorriso.
“Independentemente do que for acontecer, não quero
estragar o que estamos fazendo agora,” ela admitiu. Baz
começou a rir, mas eu não entendi o que era tão engraçado.
Ele acenou para ela com um largo sorriso.

“Ela está com tesão,” disse ele.

“Ela está preocupada em se dar bem,” rebati. O que ela


estar com tesão tem a ver com isso?

“Sim, porque ela quer um sexo triplo,” disse ele,


balançando a cabeça e rindo. Olhei para Bree e ela sugou os
lábios e desviou o olhar timidamente.

“Talvez,” ela finalmente deixou escapar. “Eu não vejo por


que não podemos estar fodendo só porque estamos todos um
pouco bravos uns com os outros,” ela bufou em
aborrecimento.

“Não estou zangado com você,” eu disse.

“Você está zangado com ele,” disse ela. Dei de ombros.

“Sim, e eu odeio seu vampiro. Ele cheira a cadáver.”

“O mesmo acontece com o armário aqui,” ela rebateu.


Eu enrolei meu lábio em desgosto. “De qualquer forma,
vamos fazer uma terapia de grupo. Vocês dois trabalham tão
bem juntos quando transamos,” disse ela. Eu gaguejei e
comecei a cortar minha própria saliva.
“Mmm, você quer me foder de novo, Bree? Você sabe,
quando eu realmente fodo com você, eu esqueço de ser
cuidadoso.”

“Seu filho da puta,” eu rosnei de raiva. Ele deu de


ombros e foi até Bree, puxando-a para fora da cama e
puxando seu corpo junto ao dele. Imediatamente ela corou e
derreteu contra ele. Gostava da maneira como ele a fazia
corar.

Levantei-me e fui atrás dela, afastando seu cabelo de


seu pescoço e dando-lhe mordidas em seu pescoço e ombros.

Baz estava agarrando seus seios e beliscando seus


mamilos, através de suas roupas íntimas rendadas. Ela
engasgou e se contorceu enquanto ele beliscava e eu mordia.
O cheiro de excitação era espesso e inebriante.

Peguei os dois e os joguei na cama. Bree acabou em


cima de Baz, seus braços em volta dela.

“Ahh! Que porra é essa!” Baz gritou, parecendo chocado.


Fiquei na beira da cama e incentivei Bree a abrir as pernas
e apertar seu centro contra ele. Eu a queria bem e molhada
antes de bater dentro dela. Eu não me importava com quais
eram as intenções de Baz, eu precisava foder.

Eu a virei para que ela ficasse de frente para mim. Os


braços de Baz envolveram sua cintura, não a deixando ir
enquanto ele olhava para mim com seus olhos perversos.

Tirei sua calça e calcinha e abri bem as pernas. Ela se


contorceu contra Baz e eu sorri, vendo sua umidade. Eu a
queria um pouco mais desleixada, então me inclinei com
minha língua e a fiz assim. Ela estava gritando enquanto
minha saliva pingava entre suas bochechas e se acumulava
no homem abaixo dela. Eu cavei minha língua em sua
entrada e meu queixo roçou seu pau em suas calças.

Eu me afastei e substituí minha língua pelos meus


dedos, deslizando três deles dentro dela. Eu os espalhei,
esticando-a enquanto os empurrava para dentro. Eu queria
fazer ela esguinchar novamente. Foi um prazer nada mais se
comparado como o quanto eu amei a maneira como ela
encharcou meu pau quando eu vibrei por ela. O jeito que ela
gritou, teve espasmos e me implorou para parar porque o
prazer era demais.

Baz ergueu suas pernas sob o joelho, dobrando-a para


cima e para fora de sua virilha enquanto ele abria o zíper de
suas calças, em seguida, se atrapalhou com uma mão com
um preservativo em seu bolso. Ele o abriu com a boca e então
rolou para baixo em seu pau.

“Eu quero vocês dois ao mesmo tempo,” Bree deixou


escapar, seu rosto aquecendo quando ela olhou para mim.
Pronto, eu disse isso e falei sério. Eu não conseguia
imaginar o quão esmagador e prazeroso seria ter Baz e Nemo
dentro de mim ao mesmo tempo. Dois paus deslizando para
dentro e para fora em conjunto.

“Por favor,” eu murmurei. Nemo sorriu sombriamente


para mim, mas não disse nada. “Baz?” Eu perguntei, incapaz
de ver sua expressão atrás de mim. Ele agarrou a base de
seu pau com a mão enluvada e passou para frente e para
trás sobre a minha entrada. Eu fiz um som satisfeito e
lentamente ele deslizou seu longo pau dentro de mim
centímetro a centímetro. Uma vez que ele foi enterrado tão
profundamente quanto o preservativo permitiu, ele gemeu,
seu corpo estremecendo debaixo de mim. Então ele puxou
para fora e começou a deslizar para dentro e para fora de
mim em um ritmo delicioso.

Minhas costas queriam arquear, mas ele segurou com


força na minha cintura, não me deixando ir enquanto fodia
dentro de mim.

“Dois de uma vez, huh,” Nemo disse e eu olhei para cima


para vê-lo rasgando suas roupas. Ele puxou a camisa da
cabeça, revelando todos os músculos enormes de seu peito,
abdômen e ombros. Ele tirou suas calças e cuecas e pairou
sobre mim sendo fodida por Baz.

Nemo tinha um corpo impressionante e intimidante que


me deixou nervosa enquanto ele pairava sobre Baz e eu. Ele
tinha coxas grossas e musculosas com pelos escuros. Seu
peito era largo e duro, seu estômago ondulando com
músculos. Ele agarrou seu pau duro e puxou-o algumas
vezes antes de montar as pernas de Baz. Nemo agarrou meus
tornozelos e os envolveu em torno dele.

“Espere,” eu engasguei nervosamente. Ele sorriu


sombriamente e se direcionou entre minhas pernas bem
onde Baz ainda me fodia. Quando eu quis dizer os dois ao
mesmo tempo, pensei que significaria um em cada um dos
meus buracos, mas quando a cabeça do pau de Nemo
pressionou minha boceta, onde Baz estava enterrado, eu
sabia que Nemo tinha outra ideia em mente.

“Você pediu dois,” disse ele sombriamente, sorrindo com


os dentes. Nemo pressionou meus quadris, me fazendo parar
de saltar para cima e para baixo com as estocadas de Baz.
Então eu senti a pressão dele exigindo entrada no meu
buraco já preenchido.

“Porra,” eu gemi quando ele entrou e começou a me


esticar. Isso me lembrou de quando ele me nocauteou, um
alongamento delicioso que prometia imenso prazer. Ele
continuou deslizando, continuou me esticando em todos os
lugares. Baz definitivamente sentiu as paredes apertadas.
Ele engoliu em seco e parou quando Nemo abriu caminho até
a metade, encontrando muita resistência para continuar.

Ele se afastou e se curvou, cuspindo na minha boceta e


provavelmente no pau de Baz também. Nemo se levantou e
começou a trabalhar para dentro novamente. Uma vez que
ele foi até a metade, ele se afastou lentamente antes de
deslizar de volta para dentro.

Queimou um pouco e cerrei os dentes. Baz ficou parado,


enterrado dentro de mim e agarrando minha cintura cada
vez mais forte quanto mais Nemo trabalhava para dentro e
para fora. O pau de Nemo deveria estar deslizado para cima
e para baixo no seu próprio e deve ter se sentido bem porque
ele estava ofegante, embora não estivesse se movendo dentro
de mim.

Finalmente, Nemo conseguiu se enterrar até o fim com


Baz dentro de mim também. Eu me senti muito satisfeita.
Mais completa do que jamais me senti em minha vida.
Estendida para dois dos meus homens. Nemo empurrou
minha camisa e sutiã sobre meus seios e provocou meus
mamilos, me fazendo contorcer com aqueles dois paus
dentro de mim. Ambos os homens fizeram ruídos profundos
de prazer quando eu me contorci.

Baz começou a se mover primeiro, micro investidas


dentro de mim e, sem dúvida, contra Nemo.

“Eu não posso,” eu disse balançando minha cabeça, me


sentindo tão cheia de seus dois paus que eu não tinha
certeza se era agradável. Era simplesmente intenso. Mais
intenso do que qualquer coisa que eu já fiz. Nemo tinha calor
em seus olhos enquanto se abaixava, pressionando seus
punhos no colchão de cada lado de Baz enquanto sua boca
travessa pousava na minha. Nemo tinha beijos tão
dominadores, mal me deixando fazer nada além de aceitar
sua língua e choramingar enquanto provava cada centímetro
da minha boca.

Baz continuou bombeando abaixo, pequenas estocadas


me abrindo. A queimação diminuiu e, finalmente, eu queria
mais. A dúvida se dissipou. Eu queria realmente sentir os
dois se esfregando dentro de mim. Eu me contorci e Nemo se
afastou da minha boca, agarrou meus quadris e olhou para
mim com um sorriso sombrio.

“Você vai levar isso certo?” Ele perguntou com olhos


escuros. Eu balancei a cabeça nervosamente. Ele olhou para
baixo, onde nós três estávamos conectados, observando
enquanto ele deslizava quase todo o caminho para fora e
então projetava seus quadris para frente, trabalhando seu
caminho de volta para dentro do meu corpo.

“Você está nos apertando tanto, coelhinha,” Nemo


gemeu.

Baz ofegou embaixo de mim enquanto Nemo deslizou de


volta para dentro. Eu engasguei e estremeci, sentindo
arrepios irromperem pelo meu corpo. Nemo sorriu, mas não
desviou o olhar de entre as minhas pernas enquanto
trabalhava para dentro e para fora, ganhando velocidade
quando meu corpo o aceitou. Os quadris de Baz
pressionaram nos meus, me dando estocadas provocantes
enquanto Nemo afundava cada vez mais rápido.

“Porra,” Baz amaldiçoou em um gemido e Nemo bateu


mais forte, seu corpo se tornando quase violento quando ele
me forçou a tomá-lo enquanto Baz estava lá também. Nemo
lambeu o polegar e pressionou-o no meu clitóris,
pressionando com força e moendo rápido. Minhas coxas
tremiam e eu me sentia tão esticada e cheia, sentindo seus
dois paus se esfregando dentro de mim.

As mãos de Baz deslizaram para cima da minha cintura


e ele beliscou meus mamilos. Era tanto estímulo que eu gritei
e gozei, apertando os dois paus esfregando dentro de mim.

“Bree,” Baz murmurou. “Porra, você é tão boa,” ele


gemeu. Os olhos de Nemo se arrastaram sobre Baz
agarrando meu peito e ele puxou seu polegar do meu clitóris
e agarrou meus quadris. Ele parecia fervoroso, seus olhos
brilhantes, sua expressão frouxa. Seus olhos foram de volta
entre as minhas pernas um momento antes de ele olhar para
mim.
Senti um inchaço e engasguei, me contorcendo. Baz
assobiou abaixo de mim e eu não sabia o que iria acontecer.
Nemo iria tentar se expandir dentro de mim enquanto eu já
estava no meu limite? Eu balancei minha cabeça, mas Nemo
parecia sombrio e satisfeito quando viu como eu estava com
medo. Viu como eu estava tentando me esquivar.

O alongamento aumentou e eu choraminguei enquanto


Baz amaldiçoava - o espaço ficou mais apertado dentro de
mim. Queimou e meus olhos se arregalaram. Nemo riu antes
de puxar seu nó de volta, não me fazendo tomar aquele
monstro inchado.

Mover-se para trás não me aliviou das vibrações. Baz


prendeu meus braços em meu peito para me impedir de me
debater muito. Nemo vibrou dentro de mim e eu
choraminguei e tentei me contorcer, mas Baz me segurou
com muita força, me fez ficar parada para sentir isso. Ele
estava me segurando para Nemo assim como ele sugeriu
naquele dia lá embaixo.

E Baz estava sentindo isso também. Sentindo o pau


oscilante do outro homem pressionado contra o dele. Baz
empurrou mais forte, sua respiração superficial enquanto ele
tentava trabalhar dentro de mim e contra Nemo.

Nemo se inclinou sobre mim na cama novamente, seus


braços o segurando em cada lado de Baz, e seu cabelo caindo
sobre seus olhos enquanto ele gemia, sentindo Baz
desesperadamente trabalhar dentro e fora contra ele.

Eu gozei novamente, jorrando um líquido quente,


derramando-se sobre todos nós. Nemo latejava e rosnava,
seu líquido quente disparando dentro de mim, pintando
minhas paredes internas e encharcando Baz, que gemeu.
Baz deu mais algumas estocadas escorregadias, molhadas e
confusas dentro de mim antes de gozar também.
Eu podia sentir o estrondo de seu gemido contra minhas
costas enquanto ele empurrava fundo e enchia a camisinha.
Nemo respirou fundo algumas vezes antes de finalmente se
levantar e sair. Seu líquido derramou de mim e se acumulou
no homem abaixo.

Baz me acomodou ao lado dele na cama, segurando meu


rosto em suas mãos e me beijando através de seus polegares
como ele gostava de fazer. Suas mãos enluvadas varreram
meu cabelo e ele sorriu calorosamente para mim. Suas
covinhas idiotas sempre me faziam corar. Ele era atraente
demais para seu próprio bem. Definitivamente atraente
demais para alguém intocável.

Seus olhos se voltaram para Nemo e se estreitaram


antes de ele sair da cama e tirar a camisinha. Em seguida,
ele começou a tirar a roupa, parecendo agitado.

“Você está chateado?” Eu perguntei, me perguntando se


eu o forcei a fazer algo que ele não estava confortável.

“Não, eu só não quero o esperma daquele filho da puta


em todas as minhas calças,” ele resmungou. Nemo já tinha
colocado suas roupas de volta e encostado na parede,
cruzando os braços e observando Baz com um olhar
inexpressivo. Baz puxou tudo até que ele estivesse
completamente nu.

Meus olhos percorreram cada músculo definido. Eu não


conseguia imaginar a quantidade de tempo que ele deveria
malhar. Eu o visualizei fazendo flexões no chão, suor
escorrendo de sua testa enquanto flexionava para cima e
para baixo.

Baz abriu as portas de seu guarda-roupa e começou a


fazer uma pilha na cama de tudo que ele precisava. Seu
cabelo verde escuro roçou as covinhas acima de sua bunda.
“Você realmente não está chateado?” Eu perguntei
porque ele estava estranhamente quieto. Baz olhou para
mim e ergueu uma sobrancelha. “Isso é porque você gozou
com um cara?” Eu perguntei e seus olhos arredondaram
comicamente.

“Eu não fiz!” Ele exclamou, seus olhos se voltando para


Nemo antes de se desviar. Ele puxou uma cueca boxer preta
apertada que abraçava seu traseiro musculoso e seu pau
impressionante. Eu olhei para Nemo, que o estava
observando se vestir com olhos pesados.

Eu bufei uma risada e me estiquei na cama antes de


colocar minhas roupas de volta.

“Eu acho que vocês dois se dariam muito melhor se


vocês fodessem um ao outro,” eu disse indiferente. O alarme
para luzes apagadas soou, o que significava que tínhamos
cinco minutos para chegar aos nossos quartos. Hoje era o
segundo dia em que Orson estava lá embaixo. Amanhã eu
esperava que ele voltasse à população.

“Eu não sou gay,” Baz resmungou. Revirei os olhos e


caminhei até Nemo, pressionando meu corpo contra o dele.
Meus braços envolveram seu corpo enorme, apertando em
seu calor. Eu senti como se não houvesse lugar mais seguro
no mundo do que bem ali, contra o seu corpo de homem
grande e violento. Sua presença invisível e dominante me
envolveu, me segurando.

“Vejo você amanha?” Eu perguntei.

“Não. Vou precisar de alguns dias pelo menos para


superar a parte difícil. A desintoxicação não é divertida.”
Seus olhos escuros beberam em meus lábios. Ele passou seu
polegar áspero sobre minha boca e me deu um sorriso
malicioso. Ele estava fazendo isso para fugir, mas ele
realmente queria?

“Você quer fugir?” Eu perguntei. Ele encolheu os


ombros.

“Eu realmente não me importo onde estou, mas é hora


de parar de deixá-los fazer o que quiserem comigo,” disse ele.
Eu balancei a cabeça e o abracei novamente. Ele era tão
quente e grande. Seus braços me envolveram suavemente,
como se tivesse medo de me machucar. Isso contradizia o
quão fisicamente exigente ele era quando se tratava de sexo.
Nemo se inclinou sobre meu corpo e respirou fundo em meu
cabelo antes de nos soltarmos.

Baz de repente me agarrou por trás, envolvendo seus


braços ao meu redor e pressionando sua testa no meu
ombro. Ele estava de novo com todas as roupas, mas não
tinha a máscara. Cítricos e especiarias fizeram cócegas em
meu nariz, combinando com o almíscar sexy de Nemo.

Doeu que Baz quisesse ficar aqui. Ele apenas me deixou


ir como se não estivéssemos apegados. Como se não
estivéssemos destinados a ficar juntos sempre. Minhas mãos
pousaram nos braços que ele envolveu ao meu redor. Ficava
enjoada de raiva quando ele dizia não. Isso me fazia querer
fazer algo precipitado. E eu iria fazer. Se ele pensasse que eu
o deixaria ficar quando fosse embora, ele estava errado.

“Eu farei você ir se for preciso,” eu sussurrei. Ele riu um


pouco. “Eu não vou deixar você, Baz. Estou falando sério.
Nunca.”

“Eu sei que você está falando sério, Bree, mas pare e
considere que posso não deixá-la ir. Qualquer um de vocês,”
ele sussurrou, dando um passo para trás. Nemo olhou para
Baz estranhamente, depois de ouvi-lo. Baz de repente bateu
na minha bunda, me fazendo pular. Um guincho
constrangedor saiu da minha boca. “Agora volte mancando
para o seu quarto. Essa sua boceta safada precisa
descansar.” Ele me deu um sorriso provocador com covinhas
e eu fiz uma careta de vergonha por como minhas bochechas
estavam quentes.

“Boa noite,” eu murmurei para os dois, saindo do quarto


para que eu pudesse olhar para eles enquanto eu fosse. Meu
grande shifter taciturno com olhos escuros encostados na
parede e meu basilisco perigosamente e diabolicamente
atraente com um olhar provocador. Eles pareciam anjos
maus, parados juntos em seu quarto como se logo fossem
começar a planejar a destruição de todo o mundo juntos.

Então Nemo saiu, Baz fechou a porta e eu fui para o


meu quarto. Eu me senti sozinha. Como Baz poderia
desfrutar de viver com outros controlando todos os aspectos
de nossas vidas diárias? Ele sentia que precisava disso? Ele
gostava de viver a rotina diária sem ter que pensar no quadro
geral?
CAPITULO TRINTA E UM

Eu tinha um plano. Um plano maligno seria uma


descrição melhor. Meus olhos seguiram Bree e Orson
entrando na sala, mas fiquei para trás no canto. Eles não me
viram quando contornaram a fila do café da manhã e se
sentaram à mesa. Eu não estava sempre acordado e
acordado tão cedo, então eles nem estavam olhando.

Nos últimos dias, Nemo estava desaparecido, voltando a


suar por causa da medicação.

Na verdade, não era a primeira vez que ele tentava fazer


isso. Houve outra tentativa, alguns anos atrás. Não deu
certo, obviamente. Eu não sabia os detalhes, já que não
estávamos conversando naquela época. Eu nem tinha
certeza se estávamos conversando agora.

Nós dois éramos óleo e água. Quando crianças, tinha


sido um pouco mais fácil, mas ainda lutamos o tempo todo
até o fim inevitável que eu vi chegar por um tempo.

Os sinais estavam lá. Seus olhares persistentes. Os


abraços prolongados. As críticas sobre a minha aparência
que tornavam óbvio o quão consciente ele estava sobre mim.
Quem sabe por quê também. Hormônios em super produção
e se aproximando da única pessoa de quem ele era próximo,
eu imaginei.

As razões não importavam. Eu vi os sinais e tentei


afastar minhas preocupações, esperando que ele superasse
isso antes que ele fizesse algo estúpido. Isso explodiu na
minha cara quando ele finalmente perdeu a cabeça e fez um
movimento.

E doeu pra caralho. A morte não era a mesma para mim


do que para os outros, mas havia algumas poucas pessoas
na minha vida onde a morte de repente era algo grande e
horrível. Ela pairava sobre suas cabeças, uma foice sempre
em sua garganta, tudo por minha causa.

Quando Nemo... me beijou, pensei que ele já estava


morto. A parte fodida foi que por um momento eu
simplesmente gostei da sensação de alguém me tocando. Eu
deixei a emoção disso tomar conta de mim, sabendo que
provavelmente nunca voltaria. Pensei em prender meus
dedos atrás de sua cabeça e tirar o quanto eu quisesse de
alguém que ousasse me dar um toque. Ele não se
arrependeria por muito tempo.

Ele murcharia e desvaneceria como todos eles faziam. E


durante aquele beijo, de repente percebi que ninguém jamais
escaparia da morte que eu oferecia. Nem minha mãe, nem
Nemo. Eu era uma pessoa como qualquer outra, com desejos
e necessidades.

Bree morreria pelas minhas mãos?

Quando ela veio até mim, eu lutei comigo mesmo. Tentei


dizer que não importava se ela morresse.

Eu me importava muito com ela embora e agora mais do


que nunca. Agora eu não podia perdê-la. Seja por causa do
meu veneno ou por ela tentar ir embora. Eu não iria sair
deste lugar. Portanto, ela também não iria embora.

Havia apenas uma pessoa que ameaçava esse plano.

Bree e Orson cochichavam um com o outro. Eles não se


preocuparam com os shakes de sangue de rato, mas se
alimentavam um do outro. Eu acho que os dhamphyrs
poderiam sobreviver apenas com sangue, ou talvez tivesse a
ver com aquela dose que Stein deu a ela. Essa injeção a
deixou me tocar um pouco mais. Não seria incrível se ele
pudesse torná-la imune como Nemo?

E esse era talvez o maior motivo pelo qual ela precisava


ficar. Stein podia torná-la imune. Eu poderia tê-la de todas
as maneiras que eu quisesse e cada vez que transássemos,
eu não teria que pensar sobre como ela ficaria com seus
olhos azuis brilhantes desbotando para o cinza enquanto
sua vida ia embora. Eu não teria que me chamar de doentio
quando perdesse o controle e provocasse o perigo.

Não ia acordar pensando se hoje seria o dia em que


finalmente escorregaria e Bree se tornaria um cadáver.

Tudo isso significava que Orson precisava morrer.

A bela Bree ficaria tão chateada. A bela Bree poderia


superar isso.

Orson me odiava. Orson tentou me matar. Orson havia


cortado Harry - um idiota de merda. Orson poderia se tornar
meu novo Harry. Já podia imaginar todas as sessões de
terapia que poderíamos ter quando ele estivesse morto,
recostado em uma cadeira com olhos brancos e pele cinza.
Eu brevemente me perguntei onde poderia encontrar um
cachimbo, porque minha visão em desenvolvimento deixava
Orson encostado em uma cadeira usando pijama de seda e
roupão, fumando cachimbo e falando com um vago sotaque
vienense enquanto perguntava como eu me sentia por minha
mãe.

Eu não sabia que coisas nefastas e sádicas ele havia


planejado para mim, mas eu não estava interessado e
também não estava interessado em ele tirar Bree daqui ou
tentar me fazer ir embora. Nos últimos dias, ele tinha sido
inflexível em dizer que eu iria com eles, seus olhos se
arrastando sobre mim assustadoramente.

Meu terapeuta estava finalmente demonstrando


interesse, mas, infelizmente, ele estava interessado em
estragar minha saúde mental em vez de melhorá-la. Eu sabia
que ele provavelmente queria me colocar em alguma jaula e
me fazer matar pessoas enquanto ele cortava partes de mim.
Eu agarrei meu pau com uma careta.

Bree se levantou e foi em direção ao quarto para fazer


alguma coisa. Agora era minha chance.

Eu empurrei a parede enquanto removia minhas luvas


e as enfiava nos bolsos. A máscara de hoje era um demônio
Baphomet todo preto. Silicone com grandes chifres giratórios
e um sorriso muito malvado. Orson estava de costas para
mim, mas quando cheguei bem perto ele se virou, cheirando
ou me ouvindo com seus sentidos aguçados, eu não sabia.
Eu só soube de repente que ele estava me encarando quando
estendi a mão e envolvi minhas mãos sem luvas em volta de
seu pescoço nu.

E aquele filho da puta nem mesmo vacilou, embora eu


soubesse o quão rápido ele era capaz de reagir. Os vampiros
eram uma das criaturas mais rápidas que existiam, mas em
vez de se mover, ele apenas sorriu enquanto eu escovava
meus dedos ao redor da pele fria de seu pescoço e me
abaixava, deixando todo o medo que ele me deu vazar. O
medo era o motivo pelo qual eu o estava sufocando quando
não havia razão para isso. Meu toque sozinho iria matá-lo...
com sorte.

Os outros pacientes perceberam o que estava


acontecendo e ficaram turbulentos.

E o que o doutor Orson fez quando eu apertei seu


pescoço e esperei que o veneno vazasse para sua pele?

Ele sorriu.

Sua boca se abriu como se estivesse de prazer e seus


olhos arderam de calor. Eu apertei com mais força quando
os pacientes começaram a lutar e atirar comida como
macacos. Mesmo quando seu rosto ficou roxo, ele parecia
satisfeito.

Isso me assustou o suficiente para eu recuar. Meus


olhos se voltaram para seu pescoço, mas não havia nada lá,
exceto as marcas vermelhas de um aperto forte. Eu recuei
mais alguns passos.

Não! E havia aquele medo novamente. Nunca em minha


vida eu tinha sido nada além de um verdadeiro predador.

Nem uma vez, até agora.

Porra.

“Basil, você finalmente está mostrando um pouco de


firmeza,” Orson murmurou de alegria, sua garganta
temporariamente toda fodida pelo que eu acabei de fazer.
Bree voltou para a sala e parou no meio do caminho. A sala
estava tomada pela histeria. Eu olhei de volta para o pescoço
de Orson, mas sua morte não estava acontecendo.

Ele era imune ao meu veneno.


“Como? É porque você é um vampiro?” Eu perguntei,
dando passos lentos para trás. Seus olhos rastrearam meus
pés e ele sorriu, satisfeito por eu estar com medo.

“Sempre soube que esse momento era uma


possibilidade. Quando comecei a trabalhar aqui, avaliei
quem seria a maior ameaça. Você com certeza. Não dá para
bater em um basilisco, não é? Felizmente, Stein tinha umas
pílulas. Elas não funcionam para todos, a maioria das
pessoas morre instantaneamente, mas os vampiros têm uma
leve imunidade natural, o que os torna capazes de construir
uma tolerância.”

“Você está tomando pílulas de veneno há três anos?” Eu


perguntei. Ele se levantou enquanto Bree se aproximava,
olhando entre nós. Ela notou minhas mãos sem luvas e o
pescoço vermelho de Orson. Seus olhos se arregalaram, mas
ela não disse nada, já que ele estava obviamente bem. Eu
recuei ainda mais e cerrei minhas mãos.

O grande e mau basilisco agora tinha um ponto fraco.


Eu o enchi de veneno. Mais do que eu já dei a alguém. Ele
deve ter iniciado com um inferno de imunidade para
começar, porque até mesmo Nemo ainda podia ser
derrubado de cara.

“Você ia me manter quando eu morresse?” Ele


perguntou com aquele ronronar rouco, caminhando
lentamente em minha direção. Olhei ao redor da sala para os
seguranças. Merda, quem eu estava enganando? Eles não
me ajudariam. Eles se alegrariam se eu morresse. Mijariam
no meu cadáver e dançariam na cova rasa.

“Você teria tocado no meu cadáver?” Ele continuou.

“Não faça isso parecer pervertido.”


“Manter cadáveres é a definição de pervertido, Basil. É
uma pena que seu veneno não funcione em mim. Bem, não
pele a pele, pelo menos.”

“O que isso significa?”

“Seu cheiro dá água na boca. Isso é proposital, não é?


Assim como sua aparência.” Ele continuou andando
lentamente em minha direção e eu continuei dando um
passo para trás lentamente. Eu não queria sair correndo, ele
poderia me perseguir e me agarrar. Ele era
significativamente mais rápido do que eu.

Meu plano era ir lentamente para trás até encontrar


uma sala para pular, mantendo essa conversa o tempo todo
como uma distração.

“A minha aparência?”

“Por favor,” disse ele com um olhar incrédulo. “Você é


um veículo para a morte. Brilhante e bonito, tentando os
outros a te tocarem. Você sabe o quão bom você cheira para
um vampiro?”

“Por que diabos eu saberia disso?”

“Você cheira tão bem que às vezes me vejo querendo


enterrar minhas presas profundamente em você, apesar de
saber que será minha morte. Porém, seu sangue é puro
veneno. Beber me mataria,” disse ele. Ele era cem por cento
o predador agora. Bree revirou os olhos e voltou a sentar-se
à mesa, resmungando sobre meninos serem meninos.

Não, Bree, meninos não são meninos controle a porra do


nosso terapeuta agora! Finalmente, eu estava fora da sala de
estar e no corredor. Olhei por cima do ombro e vi meu quarto.
Orson continuou andando em linha reta na minha frente
com um sorriso assustador, seus olhos roxos e pescoço
vermelho me provocando.

Merda, eu não estava fugindo. Ele tinha planejado me


matar em meu próprio quarto. Foda-se, eu não estarial
sendo levado para a morte um passo lento de cada vez. Corri
em direção ao meu quarto, girando a maçaneta da porta e
entrando. Eu o ouvi se movendo rápido atrás de mim. Eu dei
um passo para dentro do meu quarto e ele estava em cima
de mim.

Ele me derrubou com eficiência, agarrando um braço e


torcendo-o para trás. Seu outro braço veio em volta do meu
pescoço, segurando-me com firmeza em um
estrangulamento. Eu ia morrer. Sempre pensei que, ao
enfrentar a morte, não me importaria muito. Eu me
importava, entretanto. Talvez fosse por causa de Bree. Eu
queria muito mais tempo com ela.

“Acho que esta é a parte onde você corta minha


garganta. Você queria há anos, não é?”

“Eu queria. Sempre te achei chato,” disse ele. Suspirei e


olhei para a janela, esperando o fim. Claro, bastava uma
pessoa com imunidade e disposta a explorar minha
vulnerabilidade para que eu acabasse como um cadáver no
chão. Isso era o quanto eu era desprezado. A maioria
pensava que eu era perigoso demais para ser deixado vivo.
Até meu pai pensou isso, não foi?

Orson tirou minha máscara do rosto e passou os dedos


pelo meu cabelo, fazendo com que os grampos se soltassem
e meu cabelo despencasse.

“Uh ...” Eu parei em confusão.


“Eu disse que não planejava mais matar você,” ele disse,
nos levando mais para dentro do quarto.

“Eu meio que imaginei que tentar te matar faria você


mudaria de ideia. Na verdade, que tal você tomar um gole do
meu sangue? Ouvi dizer que cheira muito bem e tem um
gosto ainda melhor.”

“Aposto que você é igualzinho a Bree,” ele ronronou. A


marca no pescoço já estava começando a ir embora enquanto
ele se curava. “Só é obediente quando é fodido.” Meus olhos
se arregalaram e eu cavei em meus calcanhares, percebendo
que ele estava nos levando para a cama.

“Você quer me foder!” Eu estalei em choque. Acho que


fez sentido quando pensei em tudo desde que ele viu meu
rosto pela primeira vez. Todo o espanto de queixo caído,
como seus olhos varriam meu corpo sempre que nos víamos,
a maneira como ele ajustava a ereção ao olhar para Bree ou
para mim.

Achei que o cara ficava com um pau duro por querer me


matar e me torturar.

Dedos frios roçaram minhas bochechas enquanto ele


olhava para mim por cima do ombro. Ele arrastou seus dedos
pelo meu pescoço e eu estremeci com a sensação. Suas
pupilas dilataram com a minha reação.

“Você não está acostumado a ser tocado,” disse ele, seus


dedos cavando em meu couro cabeludo e coçando minha
cabeça. Arrepios pipocaram sobre minha pele enquanto eu
estremecia com a sensação. Aquilo era legal. Ele se inclinou
para frente, pressionando lábios macios na minha orelha e
eu simplesmente não pude lidar com tudo aquilo. Eu senti
como se estivesse prestes a explodir com todos os seus
toques gentis.
“Enquanto estiver fodendo você, quero que envolva
essas mãos em volta da minha garganta exatamente da
mesma forma que você fez lá fora.” Sua voz no meu ouvido
era outra nova sensação. Isso provocou arrepios e fez minhas
calças parecerem mais apertadas.

“O que te faz pensar que vou concordar com isso?” Eu


disse de volta. Orson me soltou e se colocou na minha frente.
Éramos da mesma altura, seus olhos roxos sorriam
enquanto seus dedos deslizavam pelo meu queixo. Então ele
se inclinou e me beijou.

O único outro beijo que eu já tive foi o que Nemo me


forçou há tantos anos. Aquele beijo foi totalmente diferente,
os lábios se machucando de uma forma exigente.

Orson mordeu meu lábio inferior, em seguida, deslizou


a língua na minha boca. A língua de Orson girou em torno
de minha língua como se estivesse dançando. Eu senti algo
quebrando dentro de mim. Uma parede que me segurava
preso.

Levantei minhas mãos nuas e as enfiei atrás da cabeça


de Orson, prendendo-o no lugar enquanto ele me beijava
avidamente. Eu o beijei de volta, minha língua deslizando
contra a dele. Então eu deslizei a ponta do meu lábio entre
os dentes e mordi com força, sentindo o gosto do meu
sangue.

Orson percebeu o que eu estava fazendo e recuou


repentinamente, empurrando-me no peito, então tropecei
para trás enquanto ria. Minha bunda bateu no chão e o
sangue escorregou pelo meu lábio enquanto ele me olhava
furiosamente. Eu sorri amplamente.
“Quase peguei você dessa vez,” eu ri, deixando o sangue
escorrer pelo meu queixo. Orson deu um passo em minha
direção com raiva nos olhos.

“O que diabos está acontecendo aqui?” Uma voz rosnou


da porta. Eu olhei e vi Nemo.

“A cadela está de volta,” disse Orson, aborrecido. Nemo


entrou no quarto e foi quando notei Bree encostada na
parede. Ela devia ter estado aqui por um tempo. Raposa
sorrateira.

“Está tudo bem, Nemo, eles estão resolvendo seus


problemas,” Bree disse levianamente. Nemo se virou para
ela.

“Eu digo quando está tudo bem. Eu digo quem faz o quê.
Eu estou no comando,” ele rosnou. Seus olhos se
arregalaram.

“Impressionante, você pode rosnar para uma jovem com


metade do seu tamanho,” disse Orson. Nemo se virou para
ele.

“Saia antes que eu decida te matar,” disse ele. Suspirei


e saí do chão. Fui ao banheiro e limpei meu lábio antes de
jogar o lenço de papel ensanguentado no vaso sanitário.
Minhas luvas ainda estavam fora, então eu lavei minhas
mãos, certificando-me de que não havia sangue ali também.
Quando voltei, a porta estava fechada e só restava Nemo.

“Ele estava tentando te matar de novo?” Ele perguntou.


Fui para a cama e me afundei, colocando as mãos atrás da
cabeça.

“Na verdade, eu tentei matá-lo. Duas vezes.”


“Por que você não o matou?” Ele perguntou. Eu olhei
nos olhos dele. O branco era brilhante e claro, mas ele tinha
olheiras.

“Quando foi a última vez que você tomou remédios?”

“Três dias atrás. Ele era muito rápido, você não podia
tocá-lo?”

“Ele é imune. Imune, imune,” eu admiti.

“Por que seu lábio estava sangrando?”

“O que há com o quarto dia?”

“Responda minha pergunta”, ele rosnou, seu enorme


poder invisível enchendo a sala.

“Seu mandão sem seus remédios. Essa foi minha


segunda tentativa de assassiná-lo. Ele disse que meu sangue
o mataria se ele bebesse.”

“E então seu lábio estava ensanguentado...” ele parou e


eu olhei para ele. “Que porra é essa?” Ele rosnou, avançando
em minha direção. Seu corpo era fodidamente enorme sobre
o meu. Nemo tinha mais de dois metros e a constituição de
uma cagada de tijolos. Pelo menos com ele, eu sabia que
ainda era o predador, mas já estava muito cansado de caras
tentando me dominar hoje. Sua tentativa de dominação
acima de mim me irritou.

“Então você ia deixá-lo te foder?” Ele rosnou e eu estalei.


Eu dei um soco no rosto dele e seus olhos se arregalaram e
meu punho parecia fodidamente quebrado, mas a adrenalina
ajudou a amenizar a dor. Nemo tentou me imobilizar, mas
agarrei seus braços e aumentei um pouco minha toxicidade.
Ele recuou, com marcas de mãos verdes em sua pele.
Eu agarrei seu braço e ele estremeceu então nós
brigamos. Eu o virei embaixo de mim. Era uma luta, mas
continuei injetando veneno nele, fazendo-o sibilar e pular
para trás.

Ele olhou para mim em estado de choque, seus olhos de


ébano arregalados. Esta era a primeira vez que eu estava
lutando. A primeira vez que eu estava instigando. Pensei
naquele medo que Orson me deu. Aquela estranha sensação
de borbulhamento no estômago quando de repente me senti
como uma presa.

Eu queria que isso fosse embora. Eu não gostava disso.


Queria me sentir o predador de novo.

“Você não pode vencer,” sibilei para Nemo. Seu rosto se


fechou e ele tentou lutar mais comigo, tentou me jogar de
cima dele. Cada vez que ele me tocava, eu aumentava o
veneno e ele recuava. Ele estava frustrado e com raiva. Seus
dedos pareciam manchados com tinta verde escura por
tentar me tocar.

“Por que você continua tentando lutar quando sabe que


não pode vencer?”

“Porque ninguém ganha!” Ele rosnou. “Você se recusa a


lutar. Você se recusa a ser derrotado, recusa-se a realmente
vencer. Não há um verdadeiro vencedor e isso me deixa
louco!”

“Que porra é essa! Bem, está melhor agora?” Eu


perguntei exasperado.

“Não,” ele rosnou. Ele agarrou minha camisa e me jogou


para fora da cama. Eu cerrei meus dentes e tirei todas as
minhas camisas antes que ele me agarrasse pela cintura e
me jogasse na cama. Eu estendi a mão para agarrar seus
braços, mas ele se ergueu. Então eu estendi a mão e rasguei
sua camisa ao meio para que não houvesse escapatória. Eu
bati minhas mãos em seu lado e lutei contra ele.

“Você perde, porra,” eu estalei em agitação, empurrando


seu peito quando ele tentou se sentar. Ele rosnou. “Eu
ganhei! O que mais eu preciso fazer!”

“Você tem que me matar,” disse ele com total seriedade.


Fechei meus olhos e suspirei. Claro, era isso que eu
precisava fazer. Empurrei seu peito, deixando uma marca de
mão verde quando ele tentou se levantar novamente.

“Eu não vou te matar. Aprenda a lidar com isso. Eu lutei


com você. Olha, vou até dizer isso. Eu sou o Alpha, Nemo.
Você não. Eu sou o maior predador e você não pode vencer,”
eu disse bem na cara dele, fazendo minhas pupilas tremerem
como as de uma cobra.

Quando um basilisco nasce, ele tem olhos de cobra e


pupilas verticais. É a maneira de saber que é a cobra no
ninho. Na primeira vez que abri os olhos, eles sabiam,
mesmo que demorasse mais seis meses para o veneno se
desenvolver.

Logo após o nascimento, porém, os olhos perdem sua


forma de cobra, a menos que eu os faça parecer desta forma
ou em uma situação extrema de luta ou fuga, onde eles dão
a vantagem de sentir até mesmo o menor movimento.

Nemo olhou de volta nos meus olhos malignos e


balançou a cabeça.

“Eu não posso deixar isso pra lá. É quem eu sou. Isso
me corrói e é ainda pior sem os medicamentos.” Então ele
empurrou a cabeça para cima e pressionou sua boca na
minha. Eu recuei em estado de choque, em seguida,
verifiquei para ter certeza de que meu lábio não tinha
sangrado mais.

“Que porra é essa?” Eu assobiei. Ele apenas ficou lá,


respirando pesadamente e olhando para mim. Eu dei a ele
uma expressão confusa e, em seguida, examinei todas as
marcas que deixei em seu corpo - as impressões de mãos
venenosas com as quais eu o marquei. Um fino brilho de suor
cobria seu peito e abdômen. Ele era enorme, musculoso,
cabeludo. Um grande urso de um cara.

Porra, eu sabia por que ele fez isso. Ele estava tentando
me lembrar do que disse antes. Foder é como lutar. Ele
queria que eu o fodesse.

“Merda,” eu assobiei caindo de volta sobre ele e


esmagando nossas bocas juntas. Minhas mãos
pressionaram seu bíceps, segurando o músculo duro, e
nossas línguas se debateram. Sua mão foi para a minha
nuca e ele segurou meu rosto para ele, me encorajando a não
parar. Sua barba curta arranhou minha boca.

Isso era brutal e viril. Nada como sentir o doce prazer de


Bree. Aquilo era uma bem-aventurança carnal açucarada e
transformadora. Eu me sentia cruel e selvagem agora com
Nemo. Desejos enterrados pressionavam minha mente,
coisas que eu havia ignorado por anos.

Nemo ainda tentava lutar comigo, me empurrar,


assumir o controle. Os esforços eram perdidos porque ele já
sabia que não poderia vencer. Ele só precisava ser colocado
em seu lugar agora para não sentir a necessidade de
continuar me desafiando.

Eu agarrei suas calças, puxando-as para baixo com


força até que estivessem totalmente fora. Rapidamente, eu
pulei e peguei o lubrificante de uma gaveta antes de pular de
volta na cama. Ele rosnou para mim e eu ri com a voz rouca
enquanto puxava meu pau para fora. Ele era comprido e
curvado para cima.

“Eu te disse, não disse?” Eu provoquei. Eu apertei cada


uma de suas coxas em minhas mãos, apreciando o quão
grandes e grossas elas eram. Havia muito o que apreciar no
corpo de Nemo.

Isso é o que eu precisava depois de perceber que não era


mais o todo-poderoso de antes. Isso me fazia sentir forte.

Isso é o que ele precisava também. Ele precisava que eu


finalmente aparecesse e o colocasse em seu lugar.

“Me disse o quê?” Ele perguntou. Meus olhos


percorreram sua mandíbula forte e desceram até seu peito
peludo. Nemo era tão viril e grande. Peguei a garrafa de
lubrificante e revesti meus dedos. Eu vi sua garganta
balançar nervosamente.

“Que você seria o único no meu pau,” eu disse,


pressionando um dedo dentro dele e observando seus olhos
se arregalarem. Sua bunda estava apertada. Pressionei dois
dedos e ele praguejou.

Porra, eu estava realmente fazendo isso. Eu tesourei


meus dedos e os trabalhei profundamente, tentando abri-lo.
Nemo respirou longa e profundamente, os olhos arregalados
e a mandíbula cerrada. Ele estendeu a mão e agarrou meus
joelhos como se precisasse de uma tábua de salvação.

Meu olhar absorveu a imagem dele esparramado na


minha cama comigo posicionado entre suas pernas
poderosas. Eu nem mesmo questionei se eu poderia fazer
isso. Não me perguntei se conseguiria ficar duro. Isso não
seria um problema com ele. Eu não iria me incomodar em
pensar sobre isso agora ou o que isso realmente significava
sobre mim ou sobre ele. Agora eu só precisava de uma boa e
dura foda para ter meu poder pessoal de volta.

Eu puxei meus dedos e me apontei entre suas nádegas,


onde ele estava brilhante com o lubrificante. Ele estava
tenso. De jeito nenhum isso estaria mudando alguma coisa,
então eu não me incomodei em dizer a ele para relaxar. Eu
abri sua bunda e me forcei naquele anel apertado dele. Eu
entrei e estremeci com a sensação. Ele respirou fundo entre
os dentes enquanto eu abria caminho profundamente.

“Porra,” eu ofeguei. “É tão apertado.”

“Cale a boca,” disse ele com os dentes cerrados. Eu


empurrei todo o caminho, fazendo-o espalhar suas coxas
musculosas para que eu pudesse ficar totalmente entre elas.
Não havia pano, nem preservativo. Eu agarrei suas coxas
grossas e as apertei novamente. Elas eram enormes. Ele era
enorme. Eu não era um homem pequeno, mas Nemo era
definitivamente maior.

“Eu poderia te matar agora,” eu disse sem fôlego


enquanto me afastava lentamente. Eu bati de volta com força
e ele sibilou, seus olhos escuros perfurando os meus. Minha
língua arrastou pelo meu lábio inferior enquanto me inclinei
sobre ele, trazendo nossos rostos para perto enquanto
continuava trabalhando dentro e fora de seu buraco
apertado. Ele era tão anormalmente alto que eu não
conseguia esticar o rosto inteiramente. Segurei sua nuca
com força, sentindo o cabelo curto e liso entre meus dedos.
Ele puxou o lábio para cima em advertência quando eu o
levantei mais perto, nossas bocas apenas uma polegada de
distância. Observei sua expressão ficar tensa e relaxar
enquanto eu entrava e saía, esticando sua bunda com meu
pau.
“Eu poderia aumentar meu veneno enquanto você me
deixa foder sua bunda. Você já pensou nisso?” Eu disse com
um sorriso antes de me inclinar e arrastar minha língua
sobre seus lábios.

“Isso é uma ameaça?” Ele perguntou, parecendo


irritado. Ele estava agindo como se não fosse o que ele
queria, mas quando me abaixei e envolvi minha mão em
torno de seu pau, estava duro como uma pedra. Eu deslizei
minha mão para cima e para baixo no ritmo das minhas
estocadas e lentamente a raiva tensa vazou de seu rosto.

“É apenas a verdade. Talvez quando eu gozar nessa sua


bunda apertada, isso vai te matar,” eu disse. Ele se
aproximou e colou nossas bocas. Ele gemeu e seu pau
estremeceu na minha mão. Eu bati com mais força dentro
dele e ele deu um rosnado baixo de advertência, mas foi tudo
para se mostrar. Isso me fez dar uma risada rouca contra
sua boca.

Fiquei de joelhos e olhei para seu corpo sendo fodido


pelo meu. Ele era uma besta - enorme, musculoso, viril - mas
suas pernas estavam bem abertas e sua bunda estava
comendo meu pau, me sugando.

Eu empurrei meus quadris para frente e ele deu um


suspiro gutural. Meus olhos foram para seu rosto e eu
empurrei meus quadris para frente da mesma maneira
exata, atingindo o mesmo local.

“Porra,” ele gemeu, apalpando a cama. Eu sorri


amplamente e então fiz isso de novo e de novo, deslizando
minha mão de volta ao redor de seu pau e bombeando-o com
força. Grunhidos roucos e gemidos escaparam de sua boca
enquanto seus peitorais e abdominais ficavam tensos. Sua
boca se abriu e seus olhos escuros se fecharam semicerrados
enquanto me via foder com ele.
Minha língua deslizou sobre meu lábio inferior
enquanto eu olhava seu rosto. Seu queixo forte e barba
curta, o cabelo castanho escuro grudado na testa pelo suor.
Ele era um homem bonito. Um homem forte. Eu estava
gostando de beber com prazer de um corpo como o dele.

Um momento depois, ele envolveu suas pernas em volta


dos meus quadris, empurrando-as na minha bunda, me
encorajando a continuar transando com ele.

“Mais forte,” ele rosnou.

“Você é um pouco vagabunda,” eu disse divertido com


uma voz rouca. Ele nem mesmo me encarou, apenas
manteve suas pernas em volta de mim. Eu esmurrei nele
asperamente, fazendo seu corpo estremecer enquanto eu
empurrava. Ele praguejou e eu senti seu pau inchar na
minha mão. Passei meus dedos em torno da base inchada,
curioso e impressionado.

“Foda, sim. Aperte-o,” ele gemeu. Minha mão apertou o


nó e ele descarregou em toda a sua barriga e peito. Inclinei-
me para frente e agarrei seu cabelo com força, puxando-o
para trás de forma que sua garganta ficasse exposta. Seus
olhos se abriram um pouco, mas tudo que eu vi foi satisfação
e prazer, nenhuma luta sobrando nele.

Quando ele gozou, ele apertou meu pau, sugando-o


mais profundamente. Eu deslizei meus dedos pelo esperma
em seu abdômen, apreciando a sensação. Minhas bolas
apertaram e um gemido áspero saiu da minha boca.

Uma pontada de preocupação me atingiu no estômago.


Eu não estava mentindo para ele antes. Eu não tinha certeza
se meu esperma dentro dele iria matá-lo, mas eu
simplesmente não conseguia me puxar para fora quando
suas entranhas estavam tão quentes e apertadas. A bunda
deste grande homem estava implorando por meu esperma.

Eu empurrei com força, meu rosto se contorcendo em


crueldade enquanto empurrava minhas preocupações de
lado e me jogava ao meu capricho e desejo.

“Me desculpe,” eu grunhi, batendo forte dentro dele e


descarregando. Toda a violência vazou de mim, deixando
apenas um prazer eufórico. Abaixei minha cabeça em seu
peito enquanto latejava e enchia sua bunda. Uma profunda
gratificação rolou sobre mim enquanto a culpa fazia cócegas
em minha mente.

Não havia nenhum cadáver para me chamar de doente


hoje. Havia apenas eu respirando pesadamente, meus olhos
bem fechados enquanto me perguntava se tinha acabado de
matar Nemo para gozar. Percebi que minhas mãos estavam
enroladas em seus antebraços em um aperto mortal, minhas
unhas quase cortando sua pele.

“Desculpe?” O peito de Nemo retumbou quando ele


perguntou. Minha cabeça se ergueu e olhei para ele. O alívio
me inundou enquanto eu o examinava completamente. Eu
me afastei e me arrastei para trás, separando mais suas
coxas e olhando para seu corpo.

“Que porra você está fazendo?” Ele rosnou, mas não


lutou e nem mesmo tentou sacudir minhas mãos ou puxar
suas pernas juntas - isso era novo. Meu esperma escorregou
de seu buraco, a evidência de que eu acabei de fodê-lo clara
como o dia, mas nenhum sinal de efeitos colaterais de
veneno.

“Porra, eu não posso acreditar que você está vivo,” eu


suspirei.
“O que diabos isso quer dizer?” Ele perdeu a cabeça.

“Eu disse que não sabia se gozar na sua bunda iria te


matar. Na verdade, eu estava meio convencido de que sim,”
eu disse. Ele puxou o lábio para trás e me chutou para fora
da cama. “Ei, que porra é essa! Você não deveria ser minha
vadia agora?”

“Eu não sou a vadia de ninguém,” ele resmungou,


agarrando suas calças e puxando-as de volta. Ele fez uma
careta e se reajustou. Eu imaginei que ele se sentiu
desconfortável com o meu esperma vazando dele. Eu ri e ele
me lançou um olhar zangado.

Minha risada secou quando a realidade do que acabou


de acontecer se estabeleceu. O que diabos tudo isso
significava? Eu tinha acabado de comer um cara, Nemo, e
gozei forte. Não pude nem dar desculpas para ele porque não
havia uma única coisa sobre ele que eu pudesse apontar e
dizer “bem, ele tem uma bunda gorda como uma mulher, é
claro que meu pau ficou confuso.”

Ele tinha uma bunda rechonchuda, pedaços de


músculos puros nos quais eu tinha acabado de enfiar meu
pau.

Droga, que diabos? Apesar da imaginação aleatória,


nunca me considerei bissexual. Estremeci ao pensar em
todas as provocações gays com Nemo e nas piadas no
armário com meus cadáveres. Se isso não fosse um sinal,
então talvez minha porra dentro da bunda de outro cara
fosse. Um urso musculoso, peludo e dominante.

Porra, eu era tão bissexual.


“Então o que acontece agora? Você vai parar de ser um
idiota taciturno agora que foi uh…” Havia uma maneira
educada de dizer dominado pela foda anal?

“Não,” ele grunhiu. Minha cabeça disparou de surpresa.


Ele bufou e revirou os olhos. “Mas a necessidade de desafiá-
lo diminuiu... Por enquanto.” Meus olhos saltaram. Por
enquanto? Quantas vezes eu precisaria lutar com ele para a
minha cama e bater meu pau em sua bunda? Eu empurrei
esse pensamento de lado.

“Seu pau não vibrou,” eu disse, me levantando e


encontrando roupas novas para colocar.

“Por que vibraria? Não estava dentro de nada.”

“Ainda inchou. Ou fez o nó, como você chama,” eu disse,


puxando uma camisa. Ele permaneceu quieto e eu olhei para
ele. Ele tinha uma expressão estranha no rosto. Quase
apreensivo e tímido. “Por que essa cara? Você age como se
eu tivesse dito algo embaraçoso. Um pau mágico não é algo
para se ter autoconsciência.”

“Não é isso,” ele resmungou. Calcei algumas luvas, fui


até a mesa e comecei a embrulhar e prender meu cabelo. Eu
o observei agindo todo desconfortável de repente, seus olhos
evitando os meus.

“Pare de agir estranho. Qual é o problema com o pau


inchado? “

“Ele me trava no lugar até que eu termine


completamente. É para ajudar o acasalamento a ser mais
eficaz.” Meus olhos se arregalaram. Graças a Deus eu não
estava por baixo.

“Todos os lobisomens são assim?”


“Alguns alfas, não muitos. Não incha o tempo todo,” ele
disse antes de franzir a testa e ir em direção à porta.

“O que faz isso acontecer então?” Eu perguntei


enquanto pegava rapidamente uma máscara. Ele parou com
a mão na maçaneta.

“Isso só acontece com companheiros,” ele disse quase


baixo demais para ouvir e então girou a maçaneta e saiu
enquanto eu estava de queixo caído no meu quarto. Que
porra é essa?
CAPITULO TRINTA E DOIS

Olhando no espelho para o meu rosto sem maquiagem,


eu estava tentando determinar se eu precisava do nível
normal de corretivo que passava sob meus olhos. Não havia
bolsas escuras. Não havia nem mesmo uma ligeira mudança
de cor. Minha pele não parecia apenas saudável, parecia
angelical. Parecia a de Orson - embora sem o bronzeado
permanente.

Orson e eu éramos, pela primeira vez, uma parceria real.


Isso me deixava tonta. Estávamos na mesma página -
finalmente alinhados à perfeição. Nós dois queríamos ir
embora, nós dois precisávamos um do outro terrivelmente, e
ambos concordamos em forçar Baz a fazer o que queríamos.
Eu adorava quando Orson se inclinava e sussurrava coisas
para mim com seus lábios esculpidos, seus olhos roxos fixos
nos meus. Quando ele falava, ele observava para ver minha
reação, querendo minha opinião.

Eu sabia que tinha sido uma boa ideia beber até secar
e mantê-lo como um animal de estimação antes. Eu manteria
isso em mente da próxima vez que discordássemos. Mais ou
menos uma semana como um zumbi fazia maravilhas por
sua personalidade.
Eu abri minha boca e vi meus caninos crescerem no
espelho enquanto colocava meu cabelo atrás das orelhas. O
que aconteceria com a próxima dose? As mudanças eram tão
óbvias com apenas uma.

Parte de mim estava em êxtase. Eu não sentia que


estava falhando em me desenvolver como a menor da
ninhada. Eu me sentia bem. Era assim que as pessoas
normais se sentiam? Era assim que os vampiros normais se
sentiam?

Ainda assim, a ideia de levar mais uma daquelas doses


me fez fazer uma careta. A dor por si só era suficiente para
me fazer recuar com a ideia, mas também era o que estava
errado. Parecia que minhas entranhas estavam sendo
reorganizadas e transformadas e eu não tinha ideia do que
aconteceria do outro lado. Eu seria eu mesma? Já sentia que
precisava reajustar meu senso de identidade simplesmente
porque não era mais aquela garota super frágil que sempre
parecia meio morta.

E na próxima? Eu não seria mais capaz de me


considerar principalmente humana? Minha personalidade
mudaria - não apenas meu corpo?

Esse era o tipo de pergunta que sempre enfrentei


quando me ofereceram medicamentos. Talvez fosse uma
coisa boba com que me preocupar - um senso de identidade
- mas eu não queria mudar. Eu não queria ser outra pessoa.

E a fome. Era muito pior. Ela arranhava meu estômago


e agarrava minha garganta. Quando entrava na enfermaria,
mesmo os pacientes mais fedorentos agora cheiravam bem.

“Bree,” uma voz gritou no meu quarto e eu fiz uma


careta para o meu reflexo. Baz, o belo Baz com sua pele
venenosa. Baz com o desejo de ficar aqui. Acho que para ele
este lugar não era tão ruim. Ele não era o único que levava
doses aqui. Stein o deixava em paz.

Entrei no meu quarto e cruzei os braços enquanto


olhava para ele. Ele fechou a porta e puxou uma máscara
kitsune29 branca. Ele provavelmente esperava que sua
aparência me ajudasse a perdoá-lo por ontem.

Seus olhos passaram por mim. Eu estava usando meias


arrastão, shorts listrados e botas de velcro até os joelhos. As
botas eram pesadas plataformas pretas que me levantaram
mais cinco centímetros, me colocando muito mais perto da
altura do homem na minha frente, mas ainda alguns
centímetros menor.

Um olho vermelho e um verde me olharam em


apreciação e seu sorriso diabólico revelou suas covinhas
injustas. Como eu poderia ficar com raiva de um rosto
assim? Seus lábios também estavam provocando. Eles
pareciam que poderiam se agarrar a qualquer parte de mim
e me fazer choramingar e me contorcer. Eu não conhecia
aquele prazer, mas o queria tanto que sonhava com ele.

Sonhei com ele vindo até mim à noite, me dizendo o


quão bonita eu era, quão perfeita, como me sentia bem,
enquanto ele lentamente me matava com seus toques. Beijos
suaves e amorosos que me contaminariam com veneno.
Estocadas lentas e poderosas que fariam meu corpo queimar
de dor. Eu o imaginei fazendo amor comigo, me adorando e
me matando enquanto fazia isso.

Apesar do rubor que senti nas bochechas, mantive


minha postura agressiva e o rosto mal-humorado. Esperei
por seu pedido de desculpas por tentar matar Orson e

29 Máscara de raposa, branca com detalhes vermelhos, usadas pelos participantes dos festivais xintoístas.
quando ele abriu a boca, eu já estava pronta para aceitar sua
desculpa.

“Nosso terapeuta quer me foder,” ele disse em vez disso.


“Ele também é imune.” Eu deixei cair meus braços e inclinei
minha cabeça. Imune... Era a vida tão injusta que todas as
minhas almas gêmeas pudessem tocar Baz, mas eu não?

“Como Nemo?” Eu perguntei.

“Não, não como Nemo. Eu empurrei tudo o que tinha


para Orson e ele ficou bem,” disse ele. Muitos pensamentos
passaram pela minha cabeça. Por exemplo, a imagem de
Orson e Baz juntos e eu ali com eles. Orson e eu o
provocando e desfrutando juntos, fazendo-o praguejar com
sua voz rouca e estremecer com nosso toque combinado.

Mas também senti raiva. A vida era tão cruel. Orson e


Nemo poderiam ficar com meu basilisco e eu ficaria
roubando toques perigosos em tecido, couro e látex. Eu
queria seus dedos fazendo marcas em minha pele, não uma
mão enluvada. Eu queria sentir o calor e a textura de seu
corpo. Eu queria beijá-lo, beber de sua boca até me sentir
transbordando.

“Devemos ficar,” Baz disse e meus pensamentos se


dispersaram, meus olhos cortando para ele.

“Você não vai nem pedir desculpas por ontem? Você


poderia ter matado ele,” eu disse.

“Sinto muito”, disse ele com um sorriso.

“Isso não é muito convincente.”

“Provavelmente porque eu não sinto muito,” ele


respondeu e eu gemi e caí na minha cama.
“Baz, eu entendo que a empatia pode não ser sua
melhor habilidade, mas o resto de nós está sob as botas de
Stein aqui. Somos trancados regularmente na solitária,
recebendo medicamentos diários que não queremos e, além
disso, medicamentos experimentais que estão alterando o
que somos.” Eu senti seu cheiro quando ele caminhou até o
lado da cama e cerrei os punhos, minhas unhas cortando
minhas palmas.

Eu tinha ouvido Orson dizer a ele que seu cheiro dava


água na boca. Essa era a descrição perfeita. Antes da dose,
eu tinha percebido, mas não havia me afetado de verdade
como agora. Agora minha boca estava salivando, minhas
presas estavam crescendo e meus dedos coçaram para
agarrá-lo e morder.

“É tão ruim assim? A terapia genética? Você parece


saudável.” Ele entrou ainda mais no meu quarto com suas
botas. Seu cabelo estava preso pra cima, mostrando sua
estrutura óssea.

“Eu me sinto saudável. Eu me sinto bem.” Eu sentei.


“Também sinto fome e fico nervosa. Estou me alimentando
de Orson todos os dias e isso ainda não me sacia. Eu preciso
de mais.”

“Talvez isso melhore também. Quando você receber a


próxima dose.” Seus olhos se voltaram para mim e depois se
afastaram novamente quando ele estendeu a mão e pegou
uma calcinha do chão.

“Quando eu receber a próxima dose?” Eu perguntei em


confusão. “E se ficar pior? Por que você está tentando me
convencer de que isso é uma coisa boa?”

“Eu acho que vai te deixar imune,” ele disse


suavemente, desviando o olhar enquanto seus dedos
distraidamente esfregavam a calcinha em sua mão. “Imune
a mim.”

Eu tinha pensado nisso. Eu também me perguntei se


talvez minha imunidade já fosse maior do que pensávamos.
Um toque de pele ficaria bem? As carícias e toques seriam
permitidos?

“Toque-me,” eu disse. Ele franziu a testa com as minhas


palavras, mas ergueu minha calcinha até o nariz e inalou,
seus olhos de duas cores voltaram-se para mim com um
calor provocador. Meu olhar passou do vermelho para o
verde enquanto minhas bochechas ficavam vermelhas. Era
grosseiro cheirar minha calcinha usada. Eu me senti
envergonhada com os odores que poderiam estar nela. O que
quer que ele cheirasse, ele gostava, fechando os olhos e
respirando fundo antes de enfiar o tecido no bolso.

“Eu comi Nemo ontem depois de tentar assassinar


nosso ex-terapeuta,” disse ele. Meus olhos se arregalaram de
surpresa. Eu estava esperando que eles fizessem sexo, mas
não sabia quando esse dia chegaria. Mordi meu lábio
enquanto sorria.

“Aposto que vocês dois estão se dando melhor,”


provoquei. Ele revirou os olhos e tirou alguns grampos do
cabelo, tornando-os um rabo de cavalo alto. “Vocês dois ...”
Eu parei. Eu não entendia o relacionamento deles. Inimigos?
Amigos? Amantes?

“Não é assim,” ele descartou.

“Como o quê?” Eu perguntei. Baz suspirou enquanto se


jogou na cama ao meu lado, gentilmente batendo na minha
bota com a sua de brincadeira.
“Nemo é um lobisomem geneticamente modificado. Ele
te contou?”

“Ele mencionou isso.”

“Seus instintos estão em alta. Eu sou uma chave em seu


sistema. Um inimigo que ele não pode derrotar, apesar de ser
maior e mais forte. Eu tive que dominá-lo.” Eu sei que ele
estava explicando o que aconteceu entre os dois, mas as
palavras levaram minha mente para outro lugar.

“Seus instintos de lobisomem estão acelerados e você


acha que meus instintos vampíricos não estariam com mais
modificações genéticas? E se eu fosse pura fome, incapaz de
pensar em qualquer coisa além de sangue?”

“Então beba mais,” Baz disse indiferentemente. Inclinei-


me e observei a vibração do pulso em seu pescoço.

“E se eu não conseguir parar de beber você porque você


cheira tão bem? O que então?” Ele praguejou e se jogou para
trás antes de pular da cama e pisar no outro lado.

“Então você domina Nemo,” eu disse com um sorriso


malicioso. “Eu gostaria de ver isso da próxima vez.”

“Próxima vez?” Ele murmurou antes de limpar a


garganta. Ele parecia confuso e decidi provocá-lo mais.

“Talvez trepar com Orson ajude vocês dois a se darem


melhor também.”

“A única pessoa que eu quero foder agora é você,” Baz


disse com um sorriso, caminhando de volta para mim. Sua
mão enluvada trilhou pelo meu cabelo e então ele o agarrou
em um rabo de cavalo apertado. Ele se inclinou para perto,
sua boca pairando acima da minha orelha enquanto ele
assobiava seus desejos.

“Eu quero te foder em carne viva, pele deslizando


através de pele. Eu quero minha língua sobre cada
centímetro. Eu quero sentir como você fica molhada.” Sua
outra mão escorregou entre minhas pernas e ele agarrou
minha virilha possessivamente. Eu estremeci e queria todas
essas coisas também.

“Faça isso,” eu disse em uma voz ofegante. Seus olhos


de cores diferentes piscaram para frente e para trás entre os
meus. “Talvez eu já esteja imune. Só há uma maneira de
saber,” eu disse. Um sorriso apareceu em seu rosto.

“Você quer testar?” Ele perguntou e eu estremeci com o


desejo provocador em sua voz. Eu concordei. Ele se inclinou
para perto novamente, segurando meu cabelo com mais
força para me manter sob controle enquanto seus lábios
ficavam a cinco centímetros dos meus.

Corri minha língua sobre meus lábios. Qual era a


sensação daqueles lábios macios? Qual era o gosto de sua
língua provocante? Quão bom seria o seu sangue picante e
exótico queimando minha garganta enquanto se acomodava
em minha barriga?

“E se você estiver errada?” Ele perguntou, sua


respiração soprando em meus lábios. Eu agarrei o cobertor
fino embaixo de mim enquanto ele me provocava.

“E se eu estiver certa?” Eu perguntei. “Você quer que eu


fique e obtenha os tratamentos para que possamos nos
tocar. Testar minha imunidade tem que acontecer
eventualmente. Toque-me, Baz,” eu implorei, minha voz
fraca. Eu queria seu toque tão terrivelmente.
Seus olhos brilharam como duas explosões antes que
ele me puxasse, de bruços, para a cama. Seu corpo caiu
sobre o meu, cobrindo-o com seu corpo tonificado e quente
e colocando todo o seu peso em mim. Virei minha cabeça
para o lado e minhas mãos subiram. Tentei empurrar, mas
não consegui movê-lo.

A forte pressão de sua ereção cavou em minha bunda


enquanto ele puxava meu cabelo.

“O que você quer, Bree?” Sua voz deslizou em meu


ouvido e fez meu pescoço arrepiar. “Você quer que eu te foda
implacavelmente? Quer meu pau longo e curvo tocando cada
lugar dentro de você? Quer que eu encha sua boceta com
meu esperma?” Ele perguntou. Eu balancei a cabeça e ele
rosnou um pouco, me lembrando de Nemo.

“E o que eu faço se você estiver errada? Quando esse


lindo cabelo ruivo ficar grisalho? Quando seus olhos granada
escurecerem?”

“Granada?” Eu perguntei em confusão. Ele resmungou


de frustração.

“Eu não posso fazer isso,” ele disse, sua voz áspera. Mas
em vez de recuar, ele se apertou contra mim com mais força,
contradizendo suas palavras. Seu gemido soou de dor, seu
desejo atado em cada estrondo.

“Eu estou pedindo a você,” eu disse com uma respiração


estremecida.

“Eu só quero mantê-la viva. Eu quero te segurar em


meus braços com você quente, seus olhos piscando. Eu não
quero ver suas cores desbotarem. Não quero falar com o seu
cadáver.” Ele apertou contra mim novamente e pressionou
seu rosto no cabelo que segurava. “Esse cabelo me tortura,
Bree. Parece muito com o dela. Às vezes, tocar em você é a
única coisa que eu quero, uma chama ardente que me
consome, que faz todas as repercussões desaparecerem.”

“Dela?” Eu assobiei, um gosto amargo na minha boca.

“Minha mãe,” ele suspirou e eu relaxei, meu ciúme


assassino desaparecendo. “Eu vou matar você, não vou?
Assim como ela.”

“Você matou sua mãe?” Eu perguntei, minha frequência


cardíaca aumentando.

“E eu vou matar você,” ele murmurou como uma


ameaça suja. Sua respiração me abanou e tentei manter a
calma. De repente, ficou claro que eu tinha um predador em
cima de mim, me prendendo e enrolada em suas garras.

Minha mente vagou para o que Nemo havia dito. Que


para Baz matar outros era uma inevitabilidade em sua
mente, algo que ele aceitava. Matar e morrer não eram a
mesma coisa para ele. Era apenas outra parte da
socialização.

“Baz, o que você quer dizer?” Eu perguntei, engolindo.


Ele percebeu o tremor em minha voz e estalou a língua. Ele
deixou cair meu cabelo e se levantou de mim. Quando rolei
de costas, ele estava ajoelhado sobre mim, erguendo-se como
um deus quebrado que poderia me extinguir com um
movimento de seu pulso. Seu cabelo verde estava preso com
força para trás, o rabo de cavalo pendurado sobre o ombro.
Acentuando suas maçãs do rosto brutais e lábios macios.
Tantos enigmas - tão bonito e tão cruel.

“Pare de pedir a morte, Bree. Meu toque não oferece


nenhum prazer, apenas dor.”
“Eu não acredito nisso. Eu me sinto diferente…” Eu fui
cortada quando Baz se lançou para baixo, suas mãos
batendo na cama de cada lado da minha cabeça em uma rara
visão de raiva. Eu engasguei quando vi que as pupilas de
seus olhos eram fendas finas e verticais, como uma cobra
prestes a atacar. Elas pareciam fúria maligna e eu não pude
evitar o flash primitivo de medo que senti.

“Pare de me implorar para tocar em você ou eu vou te


dar o que você quer,” ele sibilou. Sua cabeça virou para a
esquerda quando a porta se abriu. Orson ergueu uma
sobrancelha ao entrar. Seus olhos roxos examinaram nossas
posições e notaram a violência irradiando de Baz.

“O que é isso?” Ele perguntou com sua voz suave. Baz


se afastou dele, suas pupilas voltaram ao normal, e suspirou
antes de se levantar. Um borrão cruzou a sala e de repente
Orson prendeu Baz contra a parede. Os olhos de Baz se
arregalaram em choque, o único sinal de qualquer medo que
ele deu.

“Se você matá-la, implorará por sua morte, mas ela


nunca virá. Seu tipo vive muito tempo, certo?” O rosto de
Orson se abriu em um sorriso que não alcançou seus olhos
sádicos. “Terei séculos para fazer você pagar e vou
aproveitar.” Os dedos de Orson deslizaram suavemente sobre
a mandíbula de Baz e então para baixo em seu pescoço. Eu
vi arrepios na pele de Baz e ele deu um pequeno
estremecimento que não pôde evitar.

“Anotado,” Baz disse inexpressivamente. Eles pareciam


bem pressionados perto com toda aquela violência
irradiando deles. Eu gostava que eles tivessem a mesma
altura, olhos brilhando em linha um com o outro. A energia
se enrolou em torno de cada um deles de forma ameaçadora.
Orson não recuou, em vez disso, ele continuou
escovando os dedos sobre a pele nua de Baz, nunca áspero,
nunca rápido. Lento e provocador, deixando uma linha de
arrepios enquanto avançava. Seus dedos arrastaram sobre o
couro cabeludo de Baz, arranhando suavemente. Os olhos
de Baz se fecharam por um momento, sua garganta
balançando.

“Isso é o suficiente,” Baz disse em um sussurro.

“É isso?” Perguntou Orson. “A terapia do toque é uma


coisa real.” Os olhos de Baz se abriram e Orson olhou para
eles intensamente.

“Ainda tentando ser meu terapeuta?” Baz bufou. Orson


alcançou atrás da cabeça de Baz e agarrou seu rabo de
cavalo, arrastando-o por suas mãos com força.

“Pelo que me lembro, você quis se juntar a mim para


fazer terapia,” eu disse, reprimindo um sorriso. Baz balançou
a cabeça com um sorriso divertido.

“Você está com mais tesão do que eu,” acusou.

“Talvez,” falei, pulando da cama e andando atrás de


Orson. Arrastei minha mão pelo uniforme branco em suas
costas e, em seguida, inclinei-me para o seu lado, de modo
que ambos enfrentássemos meu basilisco. Orson virou a
cabeça e ergueu uma sobrancelha para mim. Eu sorri de
volta para ele.

“Diga-me, Basil,” disse Orson, voltando-se para o outro


homem enquanto passava os dedos pela pulsação em seu
pescoço. “Como você tem se sentido ultimamente?” Orson
ergueu uma sobrancelha zombeteira enquanto sorria de
alegria. Os olhos de Baz moveram-se para frente e para trás
entre nós.
“Jesus, vocês dois estão se juntando contra mim,” disse
ele com os olhos arregalados. Dei de ombros.

“Eu estava pensando que para a sessão de terapia de


hoje faríamos as coisas um pouco diferentes,” disse Orson,
continuando sua peça.

“Oh sim? O que seria?” Ele engoliu em seco, seus olhos


percorrendo meu corpo.

“Tente me tocar,” eu soltei. Eu não conseguia deixar isso


passar. Eu me sentia nervosa com isso, como se pudesse
estender a mão e fazer isso sozinha, mas não queria arruinar
a confiança que tínhamos. Ambos os homens olharam para
mim com expressões descontentes e chocadas.

“Eu posso ser imune agora,” argumentei. Por seus


rostos raivosos, eu sabia que tinha arruinado o momento.

“Você está tentando se matar,” Orson sibilou de raiva,


me encarando completamente.

“Eu não estou!”

“Bem, minha dhamphyr muito jovem e estúpida, deixe-


me lhe dar um conselho muitas vezes reservado para o outro
sexo. Não deixe sua boceta comandar sua vida.” Seus olhos
violetas brilharam de raiva. Meus olhos se arregalaram com
o ataque repentino dessa emoção.

“Foda-se,” eu rebati.

“Bree, eu simplesmente não posso testar isso. Não com


você,” Baz disse.

“Você estava bem brincando com a minha morte antes.”


“Pele à pele? Eu não posso justificar isso. Se você estiver
errada, você está morta. Através das roupas, você não teria
morrido. Você teria simplesmente sentido muita dor.”

“Isso não é justo, porra!”

“Você ainda acha que a vida joga limpo?” Disse Orson,


aproximando-se. Ele pressionou em minha direção e fui
forçada a recuar. “Você acha que é justo eu ter destruído
milhares? Você acha que é justo eu ter te obrigado a entrar
aqui? Como você pode pensar que a vida é justa, doce
pequena Bree? Você é ingênua e tola.”

“Eu já cansei de você me chamar de estúpida,” eu rebati


na cara dele.

“Então pare de agir dessa maneira. Sou a melhor prova


de que a vida não é justa. Se fosse, nunca sairíamos daqui.”
Isso era estúpido. Isso não era sobre justo e injusto, era
sobre eu ser potencialmente imune e querer tocar Baz. Eu
olhei para o homem em questão.

“E se eu for imune?” Eu perguntei. Eu estava me


sentindo desesperada porque se ele não me tocasse agora,
quando ele iria tocar? Se eu ficasse e deixasse Stein
continuar me cutucando, estudando e injetando suas
misturas experimentais, ele me tocaria? Ou se eu
construísse lentamente uma tolerância?

O rosto de Baz fechou e eu tive minha resposta. Ele


caminhou até a cama e agarrou sua máscara kitsune,
deslizando-a sobre sua cabeça. Era branca, com focinho
comprido e olhos oblíquos de trapaceiro. Os buracos negros
que agora eram seus olhos brilharam para mim e então ele
se virou e saiu.

Orson suspirou.
“Apenas considere isso, Bree. Não me importo se é você
quem o toca ou o contrário. Se o veneno dele matar você, vou
torturá-lo por séculos e ainda não sentirei que tive minha
vingança.”

“Isso é praticamente uma declaração de amor, vindo de


você,” eu resmunguei.

“Suponho que sim”, disse ele antes de me deixar sozinha


no meu quarto. Eu me atirei e enterrei meu rosto no colchão
fino, gritando bem alto. Tanto de frustração quanto de
euforia. Sempre estava dos dois lados da moeda quando se
tratava de meus homens.
CAPITULO TRINTA E TRES

Era alguns dias depois e eu estava em terapia de grupo.


Baz estava de volta sentado na minha frente, suas pernas
largas se sacudindo para cima e para baixo enquanto ele as
balançava. Nemo estava ausente do grupo hoje, como nos
últimos dias. Eu estava chateada com isso.

Eu sabia que ele ainda estava se desintoxicando. Que


Stein o deixou tão cheio de drogas na última década que sua
raiva era um rugido maçante em vez de uma besta alta e
latejante. Então, talvez ele estivesse lidando com algumas
emoções fortes. Eu sabia que ele não mudava há anos,
negava sua outra forma.

Eu estava preocupada, ok? Eu estava preocupada pra


caralho e odiava isso. Eu o imaginava no porão sendo forçado
a tomar as doses novamente depois de quase uma semana
inteira. Eu arranhei meus braços e deslizei minha língua
sobre minhas presas enquanto olhava para Baz.

Orson sentou ao meu lado parecendo cansado. Eles


estavam dando a ele sedativos pesados para impedi-lo de
matar todos os seguranças que entravam na sala. Acho que
depois de todos aqueles anos de controle, o elástico
finalmente se rompeu e Orson não conseguia mais se
controlar. Ele estava faminto por matar. Mesmo agora, seus
olhos seguiam todos na sala, seus olhos escaneando e
avaliando, fazendo anotações mentais de como derrubar
cada um.

Ele continuou afundado em sua cadeira e eu odiei isso


também. Eu odiava tudo ultimamente.

Nemo quase nunca saía do porão. Orson uma sombra


de quem ele era. Baz me evitando.

Desde aquele dia, eu praticamente implorei a ele para


me tocar, Baz tinha voltado a apenas me observar à
distância. Bem, durante o dia, pelo menos. Todas as noites,
depois do jantar, eu o encontrava no meu quarto, esperando
por mim. As luzes apagadas, ele escondido em algum canto.
Eu entrava e ofegava quando ele me agarrava, batendo a
porta e me arrastando para a cama.

Ele balançou a linha de controle como se esperasse que


explodisse suas restrições. Ele me ordenava a ir para a cama,
às vezes de costas, às vezes de quatro. Então ele queria
assistir enquanto eu me tocava, apenas finalmente rolando
uma camisinha em seu eixo quando ele pudesse me ver
brilhando de umidade.

Então, com olhos zombeteiros viciosos, ele cederia ao


que nossos corpos queriam. Seus dedos enluvados cavando
em meus quadris enquanto ele deslizasse fundo.

Cada vez ele ia devagar, me provocando com seu


comprimento, mas sempre parando abruptamente.

Cada vez que eu queria dar aquele último centímetro,


deixar nossa pele se encontrar enquanto ele me fazia tomar
tudo dele.
Isso frustrava nós dois. Isso assustava nós dois. Ele se
equilibrou bem na linha, mas se recusava a ir além do limite,
embora nós dois o quiséssemos desesperadamente.

Ele ainda não queria deixar Verfallen. Eu sabia disso


mesmo que não estivéssemos conversando muito.

Tudo parecia estar desmoronando. Eu sentia como se


eles estivessem escorregando dos meus dedos por
mecanismos que eu não conseguia controlar.

“Doutor Orson? Você gostaria de compartilhar hoje?


Você ainda acha que é um vampiro?” Nossa terapeuta de
grupo, Doreen, perguntou com seu charmoso sotaque
sulista. Seus olhos violetas ergueram-se e pousaram nela.
Ela se contorceu em sua cadeira, nervosa por seu olhar
pesado. Ela sempre se sentia compelida a fazê-lo falar em
grupo. Acho que todos os seus ex-colegas de trabalho
ficaram intrigados, mas perturbados por ele ser agora um de
seus pacientes.

Ele não respondeu, apenas deu a ela um olhar mortal


que fez seus olhos se arregalarem.

“Certo,” ela vibrou, arremessando seus olhos para


longe. Sua atenção voou para mim antes de prosseguir. Eu
não sabia o que perturbava mais alguns dos funcionários:
que Orson era o Carniceiro Sem Sangue, ou que ele estava
implacável me fodendo sempre que podia, sem nenhuma
preocupação com decoro ou civilidade.

Orson me procurou logo quando acordamos. Uma vez


eu quase tive um ataque cardíaco caminhando para o café
da manhã quando de repente fui empurrada contra a parede,
sua boca machucando a minha enquanto sua língua
empurrava em minha boca. Outros pacientes e membros da
equipe tiveram que andar ao nosso redor, boquiabertos,
enquanto nossas línguas se debatiam e os corpos se
comprimiam.

Houve muitas manhãs assim. Elas sempre terminavam


conosco na cama, nossas presas enterradas um no outro
enquanto ele bombeava profundamente entre minhas
pernas.

Este lugar o estava quebrando, entretanto. O homem


não foi feito para ser controlado. Ele foi feito para ser livre de
tudo, até da sociedade e da moral. Ele era meu assassino em
série, minha alma gêmea, e eu podia sentir sua luz
diminuindo, a luta morrendo enquanto o mantinham dócil
por meio da medicina e até mesmo, às vezes, do tratamento
de choque.

E Nemo continuava desaparecido. Eu só o vi por um


momento naquele dia que Baz tentou matar Orson. Baz disse
que ele deixou seu quarto e então ele não o viu novamente.
Eu não estava acostumada a me preocupar tanto com os
outros dessa maneira.

O que Stein estava fazendo com ele? Nemo estava


propositalmente lá embaixo, ainda se desintoxicando? Ele
estava trancado esperando que fôssemos buscá-lo? Eu não
fazia ideia.

Isso estava me deixando louca e os dias continuavam se


arrastando, esse estado horrível em que estávamos
continuando, me fazendo sentir como se estivesse perdendo
cada um deles. Eu não queria perdê-los. Eu não poderia
perdê-los.

Eu me levantei de repente no círculo.

“Foda-se este lugar e foda-se todos vocês,” eu assobiei


para eles, meus olhos se demoraram em Josie, que revirou
os olhos. Josie, eu descobri, foi quem revelou meu segredo.
Ela fofocou com uma enfermeira, trocando meu segredo por
uma caixa de brownies cósmicos, de todas as coisas. Minha
amizade em potencial pegou fogo por causa dos lanches da
Little Debbie.

Zane começou o cacarejar de hiena enquanto o resto


principalmente revirava os olhos ou me ignorava. Porra,
ninguém se importava que eu odiava todos eles? Que eu
odiava esse lugar? Que Baz, Orson e Nemo estavam
escorregando pelos meus dedos?

Minha fome rugiu por dentro. O delicioso aroma cítrico


e de especiarias de Baz parecia deslizar através do grupo, me
deixando louca. Suas pernas pararam de saltar e ele ficou
quieto enquanto eu olhava para ele com fome, minha boca
se abriu para revelar as presas.

“Guarde isso,” sibilou Doreen em pânico.

“Você está vendo coisas, Doreen? Meus dentes parecem


extremamente afiados? Talvez você precise ser drogada
também porque vampiros não existem. Certo?” Eu gargalhei.

“Oi, sente-se vadia,” o homem do topete de pompadour


disse e eu rebati. Eu estava esperando e ele apenas me deu
um foco para minha raiva. Eu me virei, agarrando sua
camisa enquanto montava em cima de sua figura sentada, e
mergulhei meus dentes em seu pescoço, sorvendo qualquer
merda de sangue medicado que ele tinha com profundos
golpes de fome.

Ele gemeu, suas mãos indo para meus quadris.

Nem meio segundo depois, fui arrancada de seu pescoço


e jogada para trás. Eu tropecei nos braços seguros de Baz.
Ele me firmou quando Orson começou a cortar o Sr.
Pompadour em pedaços em uma fúria maníaca, sangue
jorrando para pintar seu rosto raivoso em respingos. Ele
estava usando a borda quebrada de uma bandeja de comida,
transformada em uma faca.

“Eu preciso de um aumento,” Doreen resmungou


enquanto pressionava um botão de pânico pendurado em
seu pescoço.

“Não!” Eu chorei, mas Baz me agarrou com força, não


me deixando levantar. Se ele descesse, eles poderiam aplicar-
lhe o tratamento de choque novamente. Ele sempre voltava
parecendo vazio depois disso.

“Solte-me!” Eu me virei nos braços de Baz e me lancei


em direção ao seu pescoço. Ele estendeu a mão rapidamente,
sua mão enluvada agarrando minha garganta antes que eu
pudesse fazer contato.

Arrependimento e choque imediatamente me


dominaram. Eu nem precisava ver seu rosto para saber que
ele estava chateado. Que eu acabei de trair sua confiança.

“Sinto muito,” eu disse, minha voz tremendo. Eu não


conseguia colocar em palavras, mas eu senti como se
estivéssemos no limite e que eu poderia ter apenas nos
quebrado. Baz não disse nada, apenas estendeu a mão e
puxou Orson para longe da pessoa que ele estava cortando.
Orson se virou com um rosnado no rosto.

“Vamos, seguranças estão vindo,” Baz disse a ele. Então


ele me pegou em seus braços e me carregou. Chegamos ao
seu quarto e ele me depositou em sua cama. Orson entrou
na sala cheio de energia violenta que irradiava dele. Seus
dedos deslizaram pelo cabelo, sangue manchando-o como
um produto para o cabelo.
Orson fechou a porta com força e girou a fechadura. Isso
lhe daria algum tempo antes de arrastá-lo escada abaixo.

“Você tentou me morder,” Baz acusou, sua máscara


olhando para mim. Era a do Venom que ele havia usado no
primeiro dia.

“Eu não aguento mais essa porra! Estamos todos


sentados, deixando-os nos arruinar. Cadê o Nemo? O que
está acontecendo com ele?” Eu me enfureci, minhas emoções
borbulhando incontrolavelmente.

“Nemo está bem,” ele disse, mas eu não achei isso


reconfortante.

“Você não sabe disso. Eu não aguento mais aqui! Eles


estão matando Orson!” Eu gritei. Orson revirou os olhos.

“Eles não o estão matando, ele é um vampiro,” Baz disse


lentamente.

“Seu espírito, Baz. Seu espírito está morrendo. Estou


morrendo. Eu vou morrer aqui, porra!” Eu gritei. Ele se
lançou para frente de repente me fazendo gritar em estado
de choque. Seu corpo bateu no meu e se acomodou
pesadamente em cima.

“Acalme-se,” ele exigiu. Eu balancei a cabeça,


esfregando minha palma sobre a frente de suas calças.

“Ajude-me a me acalmar,” eu disse, enterrando meu


rosto em seu pescoço coberto e empurrando meus quadris
para cima. Baz nunca precisou de muito convencimento. Ele
agarrou meus pulsos e os segurou acima da minha cabeça
com uma mão enquanto se puxava para fora. Ele pegou uma
camisinha do bolso e colocou a ponta na minha boca.
“Abra,” ele murmurou sua demanda. Eu mordi e ele
abriu, em seguida, soltou meus pulsos para vestir a
camisinha. Eu estendi a mão para ele, mas ele não queria
isso. Ele agarrou meus pulsos com uma das mãos
novamente enquanto puxava minha calcinha de lado e se
alinhava. Então ele se enfiou dentro de mim rapidamente,
gemendo de prazer enquanto eu engasgava com a intrusão
imediata.

Ele não parou, em vez disso, ele puxou seus quadris


para trás e, em seguida, empurrou de volta para dentro de
mim rapidamente. Ele não tirou a máscara, então fiquei
encarando o sorriso largo e maligno de Venom. O sorriso era
bem-humorado enquanto os dentes eram cruéis. Eu
estremeci enquanto olhava para tudo isso enquanto sentia
como ele se movia dentro de mim.

Orson se aproximou, seus olhos examinando cada


centímetro de nós com um desejo ardente.

“Segure suas mãos,” Baz murmurou, reconhecendo o


outro homem na sala pela primeira vez. Os lábios de Orson
se curvaram ligeiramente de satisfação. De repente, seus
dedos frios estavam deslizando sobre meus pulsos, levando-
os de Baz. Ele os segurou na cama com força, não me
permitindo movê-los um centímetro.

Baz ofegou e sua cabeça se inclinou. Eu não sabia dizer


para onde ele estava olhando - para mim ou para Orson me
segurando para que pudesse me foder. Havia uma emoção
sombria em tê-lo mantendo sua máscara. Também parecia
distante, especialmente com ele não me deixando tocá-lo.

De repente, ele saiu de mim.


“Vire-se e fique de joelhos,” ele ordenou. Orson deixou
cair meus pulsos, a curiosidade girando em seus olhos. Eu
fiz como Baz instruiu, enfrentando Orson.

“Segure as mãos dela na frente dela,” Baz disse quando


saiu da cama e começou a remexer fundo em seu guarda-
roupa.

“Isso será divertido,” disse Orson com um olhar


provocador ao se deitar na cama bem na minha frente,
segurando meus pulsos com força. Nossos corpos estavam
próximos, nossas roupas raspando umas nas outras. Ele se
inclinou para frente e enterrou o nariz no meu pescoço,
cantarolando de alegria.

“Não beba de outros homens,” ele sussurrou


asperamente em meu ouvido.

“Eu vou beber do Nemo,” eu disse de volta com uma


mordida. Orson fez um barulho desagradável.

“Você vai insistir naquele animal?” Ele perguntou.

“Sim,” eu grunhi. Baz voltou de seu guarda-roupa e os


olhos de Orson se voltaram para ele. Virei-me para olhar
para ele, mas Orson agarrou meu rosto e o segurou para
frente, não me permitindo ver. Eu ouvi Baz abrir algo de
plástico.

“Você tentou me morder,” Baz repetiu. “E você continua


insistindo que eu te toque. Você realmente quer sentir tanto
meu veneno?” Ele perguntou, movendo-se atrás de mim. Ele
puxou minha saia mais alto para que ficasse alta na minha
cintura. Ele agarrou minha calcinha com força enquanto a
puxava de lado. O tecido cortou meus quadris, queimando
ligeiramente. Eu olhei para os olhos violetas de Orson
quando Baz me tocou, apreensão rolando dentro de mim.
“Eu me arrependi,” disse eu novamente, meus olhos
mergulhando na garganta de Orson. Eu estava
genuinamente arrependida. Eu me movi sem pensar.

“Oh, você vai,” disse e então eu senti dedos molhados


deslizando por trás. Ele passou suas luvas molhadas sobre
minhas dobras, me cobrindo com líquido. “Se você não
percebeu, posso comprar online o que quiser. Outro
privilégio meu.” Seus dedos empurraram dentro de mim e eu
respirei fundo. Orson sorriu com a minha reação do outro
homem me tocando. Uma leve sensação de formigamento
começou onde o líquido tocou.

“O que é isso?”

“Este é um lubrificante especial que encomendei há


algum tempo.” Ele puxou a mão para trás, mas um momento
depois seus dedos estavam de volta, revestidos com mais do
lubrificante. Ele rodou dois dedos dentro de mim e o
formigamento aumentou para uma queimadura.

“Isso queima, certo?” Baz perguntou. Ele puxou os


dedos para trás e se amontoou atrás de mim. De repente, fui
esmagada entre dois homens. Meu vampiro cruel e meu
basilisco zangado. Estremeci, sentindo-me exposta e
vulnerável. Ambos os homens eram capazes de tal crueldade.
Ambos os homens eram paredes duras de desejo
estrangulando meu espaço e liberdade.

A queimação continuou aumentando entre minhas


pernas e dentro de mim.

Baz envolveu meu cabelo em torno de seu punho e


puxou-o, puxando minha mão ligeiramente. Sua máscara
pressionada contra o lado da minha cabeça. Senti a ponta de
seu pau bater na minha boceta. Ele passou insistentemente
entre minhas dobras, para frente e para trás.
“Esta é a coisa mais próxima do bom do meu veneno,”
ele murmurou e então ele começou a deslizar dentro de mim,
seu pau lubrificado com mais do líquido de aquecimento. Ele
deslizou profundamente dentro de mim enquanto
permanecemos de pé. Eu choraminguei, meu corpo ficou
tenso em torno dele com a sensação.

“Hmm, isso é bom. Segure-me com força e imagine que


o que está queimando sou eu te fodendo em carne viva.” Ele
se afastou e então bateu dentro de mim com força. Com seus
movimentos, a sensação de queimação aumentou. Eu amei
a sensação de seu longo pau deslizando para dentro e para
fora de mim. A queimação era difícil de controlar, talvez
demais.

Lutei para mover meus braços, mas Orson manteve seu


aperto firme enquanto se inclinava para trás e observava o
outro homem bombear dentro de mim. Será que a porra de
Baz realmente seria assim? Suponho que, se eu não fosse
totalmente imune, seria. Isso queimaria cada vez mais forte
até que eu gritasse de dor e chorasse.

Baz me fodeu rápido, puxando minha calcinha com


força para que continuassem me cortando. A queimação era
intensa e avassaladora. Senti cada uma de suas estocadas
aumentar a sensação. Seus quadris bateram em mim,
empurrando-me para frente contra Orson, cujo corpo ficou
como uma estátua de pé.

“Não gostou, não é?” Baz grunhiu. Ele estava certo e


errado. Parte de mim queria empurrá-lo para fora de mim e
ir me lavar o mais rápido possível. Outra parte aceitava,
queria, ansiava por aquilo. Eu sabia que isso era algum tipo
de punição por tentar mordê-lo e eu queria isso. Eu não
queria sair ilesa por aquele erro.
A cada impulso, a queimação parecia aumentar.
Desconforto e prazer combinados com a satisfação de ser
punida. Se eu estivesse sendo punida, poderia ser perdoada.
Nós ficaríamos bem.

Baz empurrou as mãos de Orson de meus pulsos, então


ele moveu seu próprio corpo para trás, puxando-me junto
com ele até que estivéssemos mais para trás na cama.

Ele empurrou minhas costas, me fazendo cair de


joelhos. Então ele enganchou o dedo na minha calcinha,
mantendo-a de lado enquanto batia de volta. Um gemido
saiu da minha boca. Deste ângulo, ele atingia muito mais
fundo.

“Chupe o pau dele,” Baz ofegou, sua voz se elevando em


deleite por suas próprias palavras. Orson sorriu para mim e
tirou sua ereção de sua calça branca decorada com sangue.
Eu abri minha boca e Orson se alinhou, então Baz bateu
rudemente em mim, grunhindo enquanto o fazia. Meu corpo
saltou para a frente e Orson foi forçado profundamente em
minha boca.

E assim aconteceu. Eu não chupava Orson, Baz apenas


me forçava a tomar aquilo com suas estocadas repetidas
vezes, me fodendo no pau do outro homem novamente e
novamente. Baz segurou meu cabelo para trás e Orson tirou
fios perdidos do meu rosto e gentilmente enxugou as
lágrimas sob meus olhos lacrimejantes.

“Uma garota tão boa, Bree. Você está indo tão bem,” ele
ronronou quando Baz empurrou para frente e eu fui forçada
a engolir o pau de Orson novamente. Orson cantarolava de
prazer enquanto continuava a acariciar meu rosto. Comecei
a me acostumar mais com a queimação entre as pernas, para
realmente aproveitar. Eu me permiti imaginar que era
veneno, que Baz finalmente cedeu, incapaz de se segurar.
Que agora ele estava me deixando verde e preta enquanto ele
quase tomava seu prazer.

Ele martelou em mim rápido e ofegou violentamente.

“Tão boa,” ronronou Orson e eu choraminguei em torno


de seu pau, fazendo sua cabeça cair para trás e sua boca se
abrir em êxtase. Seu cabelo preto pingava um pouco de
sangue. Nem ele nem eu tivemos que fazer nada. Baz fazia
tudo com suas estocadas até que ele estava rosnando,
empurrando profundamente dentro, e pulsando em sua
liberação. Ele puxou, mas então agarrou meu cabelo com
mais força, segurando minha cabeça mais alto. Sua outra
mão deslizou sob meu queixo e ele segurou meu rosto imóvel,
enganchando dois dedos em minha boca para mantê-la
aberta.

“Vá em frente,” disse ele. Orson arrastou a língua sobre


os lábios e começou a empurrar em minha boca. Eu gemia
em torno de Orson e Baz me segurou imóvel até que Orson
estava gemendo e o gosto de seu sêmen salgado estava
derramando no fundo da minha boca e deslizando pela
minha garganta. Baz rapidamente moveu uma mão entre
minhas pernas e massageou meu clitóris. Um momento
depois, tive um orgasmo, apesar da queimadura. Ele tomou
conta de mim, deixando uma exaustão satisfeita em seu
lugar

Baz soltou meu cabelo. Abaixei minha cabeça na cama


e recuperei o fôlego. Minha mente parecia ausente, ainda se
recuperando da intensidade do que acabamos de fazer.

“Porra,” eu murmurei, rolando de costas. Só então Baz


removeu sua máscara, colocando-a para baixo e correndo
seus dedos por seu cabelo com um suspiro.
“Merda, eu tenho o lubrificante quente no meu cabelo.”
Baz deu uma risada gutural.

“Vocês terminaram de foder?” Eu ouvi rosnados através


da porta. Eu pulei com um suspiro e corri em direção à porta,
abrindo-a. Nemo estava lá. Meus olhos percorreram cada
centímetro delicioso e viril dele. Seus pulsos tinham
hematomas, mas ele parecia bem. Ele parecia forte.

A poderosa presença invisível que ele tinha às vezes era


agora um peso constante e pulsante que pressionava cada
parte de mim. Parecia um cobertor, protetor e poderoso.

Eu me lancei contra ele, envolvendo meus braços ao


redor de seu corpo. Seus braços imediatamente me
envolveram, grandes e quentes. Ele e Baz eram
surpreendentemente bons em abraços para dois homens que
provavelmente não tinham abraçado muito.

Eu me afastei e vi Nemo olhando para o corredor com


uma careta.

“Os seguranças estão procurando Orson. Eles vão


descobrir eventualmente,” ele disse em sua voz profunda que
eu senti muita falta. Ele entrou no quarto.

“Eles estão forçando você a ficar lá embaixo?” Eu


perguntei. Nemo sorriu para mim.

“Eles acham que estão, pelo menos. Melhor mantê-los


no escuro, assim eu posso sair quando quiser.”

A dor me atingiu no estômago, queimando em uma dor


horrível. Eu gritei e desabei. Nemo me pegou. Uma onda de
dor bateu novamente e eu gritei. Eu senti como se o ácido
estivesse me comendo do avesso.
Nemo estava gritando meu nome.

Doía tanto. Eu me sentia tão fraca. Comecei a engasgar,


com um líquido em minha garganta. Meu corpo começou a
ter espasmos.

“Veneno,” disse Nemo com os olhos arregalados. Ele


olhou para Baz que estava esmagado contra a parede oposta
com horror absoluto escrito em seu rosto.

“Eu não toquei nela!” Ele engasgou antes de agarrar sua


camisa, esticando-a do pescoço como se estivesse tentando
estrangulá-lo. Seus olhos se voltaram para a camisinha
usada e ele balançou a cabeça. Orson a pegou e a
inspecionou.

“Está furada,” disse ele. Nemo rugiu e tudo começou a


escurecer.

“Ela deve ter tido imunidade parcial. A camisinha furou,


estava dentro dela, envenenando-a…”

“Não!” Baz gritou interrompendo Orson. As bordas da


minha visão escureceram.

Eu estava morrendo.
CAPITULO TRINTA E QUATRO

Com Bree agarrada ao meu peito, seu corpo destruído


pela dor e convulsões, eu corri. Tinha que descer para o
laboratório de Stein e encontrar o líquido que poderia mudar
a composição genética das pessoas. Essa seria sua única
esperança. A porta do porão era uma besta de aço que só
deveria abrir quando alguém enfiava o olho feio em um
scanner. Eu não estava na lista de pessoas permitidas.

Estendi a mão, segurando a maçaneta e fazendo a porta


fazer um barulho horrível enquanto as fechaduras
deslizavam pelos tijolos de cimento baratos da parede. O
barulho mostrou que essa porta não me segurava de
verdade. Nenhum delas segurava. No entanto, eu nunca
tentei lutar de verdade. Nunca questionei que eu pertencia a
outro lugar. Que eu poderia ser livre.

Stein veria minha destruição a esta porta. Ele saberia


que não poderia mais me controlar tão facilmente. Ele me
trancaria e me jogaria em uma gaiola que poderia realmente
me segurar. Eu nunca veria a luz desses corredores
miseráveis novamente, a menos que o deixasse enfiar as
agulhas de volta.

Eu não podia mais fazer isso. A névoa havia sido


removida de meus olhos. Eu estava limpo, provavelmente
pela primeira vez na minha vida adulta, e estava chateado.
Tão puto pra caralho.

Agora não era hora para isso. Bree estremeceu contra


meu peito e fez ruídos de asfixia, a espuma escorrendo de
sua boca.

“Está tudo bem, coelhinho,” murmurei. A maçaneta


saiu da porta. Eu rosnei de raiva e chutei a porra da coisa.
As dobradiças estalaram e a porta deslizou escada abaixo.
Eu trabalhei meu caminho sobre ela e desci para o ventre do
edifício.

Chegamos ao fundo, cada lâmpada acima de nós


ficando mais fraca à medida que descíamos até que a luz
final se apagasse completamente. Eu chutei outra porta e ela
caiu com um grande estrondo.

O aperto de Bree na minha camisa cedeu, seus braços


caíram. A pele de seu rosto ficou mais pálida, seus olhos
passando de um azul vibrante para o aço. Ela estava
sumindo.

Amaldiçoei e corri pelo corredor, indo direto para as


salas médicas. Eu sabia exatamente para onde estava indo.
Eu estive em todos os cômodos e a farmácia mórbida de Stein
é para onde eu estava indo.

Orson estava de repente atrás de mim, perseguindo-me


e me alcançando com facilidade. Ele se jogou na minha
frente.

“Que porra você está fazendo!” Ele gritou comigo, todo o


seu refinamento falso sangrando dele inteiramente até que
apenas a criatura viciosa e sedenta de sangue foi deixada
sibilando e rosnando. Eu não tinha tempo para sua porra de
teatro.
“Estou tentando salvá-la,” rosnei na cara dele antes de
passar por ele. Eu empurrei meu ombro na porta que eu
precisava e ela se abriu, sua fechadura fraca sendo mais
uma sugestão. Era patético perceber como este prédio era
frágil, como facilmente eu poderia ter atravessado esses
corredores e exigido meu lugar de direito no topo.

Minha jaula era mais para a minha mente. Muito antes


de ser adulto, aceitei este lugar como um lar. Ele foi meu lar
e parte do que Baz disse era provavelmente verdade: eu não
pertencia a qualquer outro lugar.

Eu teria partido por ela, no entanto. Eu iria embora por


ela. Sua respiração estava difícil agora, seu cabelo caindo em
um vermelho agora tão desbotado que eu mal conseguia
discernir a cor.

Gentilmente, eu a coloquei em uma mesa preta. Ela


parecia mal, muito mal. Eu experimentei veneno de basilisco
mais do que ninguém e sabia que era fatal. Afastei o cabelo
de seu rosto e pressionei meus lábios em sua testa.

“Está tudo bem,” eu murmurei. Então comecei a


destruir a sala.

Havia grandes potes cheios de um líquido amarelado


que continha cabeças decepadas macabras. Uma coleção
acumulada ao longo dos anos por Stein. Eu não tinha certeza
do que ele pretendia fazer com elas ou se ele apenas gostava
de ter cabeças de mortos nojentas como decoração.

Havia velhos armários de madeira e modernos de metal.


A sala era uma combinação de passado e presente - muito
parecida com o próprio Stein. Não demorou muito para eu
encontrar o que queria atrás de uma porta de vidro
deslizante em um armário.
Orson estava parado perto de Bree, parecendo
perturbado, os dedos tremendo. Ele não parecia saber o que
fazer. Ele apenas ficou lá olhando para ela com horror.

“Encontre uma seringa,” eu gritei para ele.

Eu soquei o vidro, minha mão cavando através de


pedaços de vidro afiados que me cortaram enquanto eu
puxava a fórmula de aprimoramento de Stein. Era uma caixa
de metal com o líquido dentro. Havia uma boa chance de que
isso pudesse matá-la mais rápido, mas ela já estaria morta
se eu não fizesse nada.

Segurei a tampa e o metal gritou antes de finalmente a


tampa se abrir e o líquido turvo espirrar de uma garrafa de
vidro. Eu fui até Bree e coloquei a caixa no chão. Orson
colocou uma seringa ao meu lado e olhou para a garrafa de
vidro que peguei.

“O que é?” Ele perguntou e eu tive vontade de arrancar


sua cabeça. Não tinha tempo para uma sessão de perguntas
e respostas.

“Cale a boca,” eu resmunguei pegando a seringa e


perfurando a tampa. Eu puxei o êmbolo e um líquido marrom
e verde escuro derramou na seringa. Enchi-o o máximo que
pude, então empurrei Orson para trás e me inclinei sobre
Bree. Eu escutei por um momento em estado de choque, pois
nenhum batimento cardíaco veio. Cerrando minha
mandíbula, levantei a seringa acima de seu peito, apontando
direto para seu coração.

Quando eu empurrei a agulha em seu peito, suas costas


arquearam e um suspiro quase sugou todo o ar da sala. Seus
olhos se arregalaram e eu coloquei tudo dentro dela. Um
pequeno gemido escapou de seus lábios macios e então ela
desmaiou novamente.
Ela tinha um batimento cardíaco, mas era lento demais,
quase inexistente. Uma bomba patética a cada meio minuto.
Eu nunca tinha ouvido algo assim antes. Voltei para a
garrafa e tirei outra seringa cheia de liquido antes de dar a
ela também.

Desta vez, nada aconteceu. Seus olhos não abriram, ela


não fez barulho. Foi como dar uma injeção em um cadáver.

“Nada está acontecendo,” disse Orson com os dentes


cerrados. Cada segundo agora parecia insuportável. Minha
destruição estava a um mero momento de distância, a
realidade de sua morte lenta avançando.

O vidro se estilhaçou em minhas mãos, tanto a seringa


quanto a garrafa. Minha besta rosnou na boca do meu
estômago, seu pelo empurrando minha pele quente.

O som de pés pisando mais perto chamou minha


atenção. O Dr. Stein entrou na sala, nem um grama de
expressão no rosto. O homem não tinha emoções. Ele teve
que desistir delas para se tornar o que ele era. O Dr. Stein
foi seu próprio primeiro experimento e ele foi o bastardo que
deixei que me controlasse mentalmente todo esse tempo. Eu
sabia que ele não se importava comigo. Eu sabia que não era
sua família. No entanto, ele era tudo que eu conhecia. Eu o
deixei ter o controle porque era assim que minha mente
funcionava. Mesmo que ele não fosse nada além de um
cientista sem emoções, eu ainda o tratava como uma espécie
de pai abusivo.

Seus olhos voltaram para Bree e depois de volta para


mim.

“Espero que haja um motivo para essa loucura,” disse


ele.
“Veneno,” eu rosnei, estendendo a mão e agarrando o
braço de Bree enquanto esperava por outra batida de seu
coração.

“Ah, eu deveria ter adivinhado que isso poderia


acontecer. Eu forcei esse relacionamento entre vocês três,”
disse ele, como se fosse ele o responsável por nossos
relacionamentos. Como se ele fosse nosso deus e fôssemos
apenas ratos sendo empurrados para seus lugares com
grandes pedaços de queijo.

Ele puxou um walkie-talkie de um dos bolsos do jaleco


branco e disse aos seguranças que fossem até ali.

A batida do coração que eu estava esperando não veio.

“Bree, Bree!” Orson ergueu a cabeça dela entre as mãos,


lágrimas de sangue escorrendo pelo rosto. Ele pressionou
seus lábios nos dela e sussurrou em seu ouvido tão baixo
que só eu ouvi.

“Eu te amo, Bree. Volte. Por favor, volte.” Eu me senti


desconfortável ao ouvir seu apelo emocional. Este era um
homem que eu achava incapaz de amar. Ele estava
desmoronando diante dos meus olhos e eu não queria ver
porque isso significava que toda esperança estava perdida.

“Parece que fui um tolo em manter sua coleira por tanto


tempo,” disse Stein e eu olhei em seus olhos castanhos
inexpressivos. Eu sabia que isso aconteceria. Minha
liberdade em Verfallen se foi e eu caminhei de boa vontade
tudo para tentar salvá-la.

Os seguranças invadiram a sala e eu não lutei. Em vez


disso, olhei para Stein. Toda aquela raiva fervia dentro de
mim. Eu odiava como eu o deixei morar em minha mente.
Eu odiava como eu o tratava como minha figura de
autoridade.

“Salve-a,” eu rosnei. “Mas não a traga de volta se ela


morrer.” Stein olhou para mim enquanto os atendentes
levavam Orson e a mim para o chão, sedando-nos. Minha
cabeça girou, mas continuei olhando para Stein, esperando
por uma resposta. Ele não me respondeu, porque para ele eu
não era nada. Eu não merecia promessas ou informações.
Eu tratei esse homem, essa coisa, como se fosse algum tipo
de guardião. Como se ele fosse uma forma demente de pai,
apesar de não ser nada para ele além de uma cobaia - não
diferente de um rato de laboratório.

Ele me criou de uma maneira. Quando criança, pensei


que ele se importava, mas um dia encontrei suas anotações
sobre mim. Sua proximidade era apenas para observações.
Seu interesse era apenas porque eu era um teste. Tudo o que
ele fazia tinha um propósito e o propósito não era emocional.

Eu me senti tão traído. Eu prometi a mim mesmo depois


daquele dia que nunca tornaria as coisas fáceis para ele. Mas
aqui estava eu, com vinte e três anos, e deixando que ele
ainda me controlasse. Um resmungo ressoou em meu peito
enquanto eu olhava para ele. Eu não daria a ele mais poder
sobre mim.

Outro sedativo entrou e tudo ficou escuro quando vi a


forma vaga de Orson sendo arrastado inconsciente da sala.
Eu deslizei para o chão, minhas mãos cobrindo minha
cabeça. Nemo saiu correndo da sala com Bree em seus
braços. Orson se abaixou, ficando na minha cara. Seus
dedos cravaram em minhas bochechas enquanto ele agarrou
meu queixo e forçou minha cabeça para cima.

“Você vai desejar que eu tenha te matado se ela morrer.”


As palavras escorregaram de mim. Eu me importava? Nada
importava. Nada.

Orson saiu correndo da sala, seguindo Nemo e Bree.


Sozinho. Eu estava sozinho.

“Você sabia que isso aconteceria,” disse uma voz


sibilante. Fechei meus olhos e tentei tirar a voz da minha
cabeça. “Você é a cobra no ninho. É da sua natureza morder.”
Meus dedos cravaram em meu couro cabeludo, as unhas
pressionando fortemente.

“Cale a boca,” eu disse entre os dentes. Minha porta


estava aberta, minha máscara fora, mas eu não me
importava. Não me importava se todos olhassem e vissem o
que eu era. Examinando cada recurso e sabendo sem dúvida
que eu não era o que deveria ser. Não estava certo. Os olhos
sempre demoravam em mim e eu odiava isso. Odiava me
perguntar quais pensamentos giravam quando os outros me
viam.

“Aceite,” a voz sibilante exigiu. Eu olhei para as


prateleiras de máscaras. As pedras preciosas vermelhas
cintilantes dos olhos Kukulkan brilharam para mim. Sua
face de serpente de pedra foi pintada de um verde brilhante,
o cocar de penas vermelhas projetando-se dos lados como
facas. Eu quase podia sentir sua consciência e meus lábios
se separaram de meus dentes.

“Ela pode estar bem,” eu disse.

“Não, você se certificou disso, não foi? Enterrado bem no


fundo,” ele sibilou com o riso em sua voz. Eu balancei minha
cabeça e cobri meu rosto com as mãos, não querendo ver seu
rosto cruel. Eu não tinha certeza de quanto tempo fiquei
sentado lá, minha consciência mal em meu corpo.

A voz estava certa. Eu era a cobra naquele ninho. Eu


sabia que isso iria acontecer. Eu encorajei aquilo. Minha
mente girava e girava, minhas emoções tentando me comer
vivo.

Eu senti como se estivesse sufocando com as roupas


que me cobriam. Tudo pareciam muito tensos. Tirei minhas
luvas, jogando-as no chão. Abri o zíper do meu casaco com
capuz, tirei a camiseta e a blusa de gola alta preta seca por
baixo até ficar nu da cintura para cima.

“Aceite,” eu disse, repetindo as palavras da serpente.

Aceite que sou apenas um assassino. Que eu era a


causa do meu próprio tormento. Eu me permiti agir meio
normal e agora essas emoções fodidas estavam me matando.
Pressionei meu dedo na caixa de som e o Queen's Don't Stop
me Now tocou.

“Esta noite eu vou me divertir muito. Eu me sinto vivo. E


o mundo eu vou virar do avesso, sim…”

Meus dedos colocaram a música no máximo.


“Abaixe essa merda!” Gary bateu na parede entre nós e
meus olhos focaram na porta.

“Não me pare agora,” eu murmurei no ritmo da música.


Uma calma tomou conta de mim enquanto eu olhava para a
minha porta aberta. Saí para o corredor. Minha calça jeans
preta enrolada abaixo dos meus quadris salientes. Minhas
botas grandes e desajeitadas pisaram levemente no chão.
Meus olhos caíram na porta de Gary.

“Estou me divertindo. Estou me divertindo,” eu


murmurei.

Aceitar que sou um basilisco. Aceitar, eu sou digno de


todo o medo nos olhos de todos. Aceitar que sou a cobra
neste ninho e todos os passarinhos seriam engolidos.

Por que todos nós esperamos pelo inevitável? Era hora


de fazer o que fui feito para fazer.

Corri em direção à porta de Gary, a adrenalina


começando a fluir em cada parte de mim. O ar no meu peito,
costas, braços, rosto, mãos... Era bom estar livre de todo
aquele confinamento, de toda a preocupação. Eu estava livre.
Eu era eu.

Meu desejo de deixar as pessoas viverem deslizou


silenciosamente para o fundo da minha mente.

Minha bota com sola de borracha bateu na porta,


fazendo-a abrir violentamente. Entrei na sala com um sorriso
largo e maníaco esticado no meu rosto sem máscara.

Um homem gordo e baixo estava sentado em sua cama,


uma revista pornográfica com asiáticas peitudas aberta com
uma das mãos. Sua outra mão estava sob os cobertores e
havia muitos movimentos suspeitos acontecendo.
Ele se assustou e largou a revista. Seus olhos se
voltaram para mim e a confusão tomou conta de seu rosto
enquanto ele me olhava. Não houve reconhecimento quando
suas sobrancelhas se franziram.

“Quem diabos é você, amigo?” Ele perguntou e meu


sorriso cresceu mais amplo.

“Bom dia, Gary!” Eu cantei com uma mordida maníaca.


Os olhos de Gary se arregalaram, sua boca se abriu em
choque e horror. Ele parecia um peixe boquiaberto.

Pulei para dentro do quarto, pulei na cama e dei um


tapinha na bochecha de Gary. Ele nem mesmo teve tempo
para lutar ou correr. Gary começou a sufocar e espumar pela
boca.

Olhei por cima do ombro enquanto ele se agarrava por


baixo de mim. Meus olhos caíram na porta do outro lado do
corredor.

Minhas botas bateram no chão quando pulei da cama.


Eu deslizei pelo corredor enquanto minha música sangrava
do meu quarto. Girei a maçaneta e vi uma enfermeira e um
paciente se mexendo na cama. A bunda do homem nu
bombeando entre duas pernas longas.

“Não é um espetáculo,” eu disse. O homem deu um pulo


e me deu um soco no queixo. Minha cabeça foi jogada para
o lado quando a dor irradiou do golpe. Eu esfreguei aquilo.

“Essa é uma maneira de fazer isso,” eu ri quando ele


caiu no chão, com a mão negra. A enfermeira gritou quando
estendi a mão e agarrei sua mão, passando meu polegar
sobre os nós dos dedos. Eu sorri quando ela caiu, sua mão
escorregando da minha.
A maioria dos quartos estava vazia quando os abri e fiz
o que fazia.

Este era eu e era libertador ser eu mesmo sem


preocupação. Eu era a criatura mais temida e mortal que
existia.

Segui o barulho da sala de estar pelo corredor. Quando


entrei na sala, percebi que era hora do almoço – haviam
muitas pessoas ali. Muitas presas. Corri minha mão sobre
meu peito e abdômen. Droga, era bom estar livre de todo
aquele tecido. A maioria dos pacientes se virou para olhar
para mim enquanto eu sorria loucamente para eles.

“Carne fresca?” Um cara perguntou e eu vi olhos me


observando. Continuem olhando, meninos e meninas, estão
prestes a se divertir muito rápido. Alguns lamberam os
lábios, outros piscaram. Uma risada selvagem borbulhou de
meus lábios. Eu estava acostumado com os olhares de ódio
e medo. Ou olhos me observando em pânico. De corpos se
afastando. A justaposição de sua reação agora era
surpreendente. Corri minha mão sobre minha boca, parando
as risadas que ainda queriam borbulhar.

“Oh, agora vocês querem me tocar? Quem é o primeiro?”


Minha voz os deu a dica e todo o lugar desceu ao caos
imediato. Eles eram como uma toca de coelhos, todos
desesperados, olhos arregalados, correndo uns em cima dos
outros para fugir de mim. Eu ri e corri, passando minhas
mãos sobre eles e nem mesmo me preocupando em vê-los
cair no chão e morrer.

Era como pescar em peixes em um barril.

Gritos, gorgolejos, corpos caindo. Muitos escaparam,


mas muitos não.
Os pacientes, as enfermeiras, os seguranças, a porra do
zelador. Eu não me importava. Eu agarrei tudo que podia.
Eu empurrei minha cabeça atrás do balcão de comida e a
servente da lanchonete Carol foi pressionada contra o chão
murmurando orações e acariciando um pequeno pingente de
cruz. Eu fiz uma careta e a deixei, voltando para o quarto e
escolhendo um corredor que alguns tinham destruído.

Quando virei a esquina com os olhos mortos, minhas


mãos coçando para matar, me deparei com dois seguranças
e Stein olhando para mim por trás. Meus ouvidos finalmente
captaram o barulho dos alarmes. Apesar de quão ásperos e
barulhentos eles eram, eu nem tinha percebido.

Eu parei e dei um passo para trás, meus olhos varrendo


sobre eles. Eles tinham aquelas lanças com sedativos,
provavelmente se sentindo seguros com uma arma de um
metro e meio entre nós. Eu cerrei meus dentes quando a
raiva tomou conta de mim. Como eles se atrevem, porra. Eles
queriam sedar o basilisco? Eu mostraria a eles seu erro.

Um saltou para frente e eu me esquivei por pouco. O


outro veio e me espetou como um porco de pelúcia. Eu
grunhi quando a agulha pressionou meu abdômen. Estendi
a mão e envolvi minha mão em torno do poste preso a mim.
Senti o sedativo varrer meu corpo como uma praga. Meu
metabolismo não era muito diferente do de um homem
normal.

“Escolha errada,” eu disse lentamente para o


segurança. Um sorriso maligno apareceu em meu rosto
enquanto eu empurrava meu veneno no mastro que ele
segurava. Vazou para dentro sem que ele percebesse, pelo
menos não até que suas mãos estivessem mudando de cor e
queimando, um grito rasgou sua garganta. Ele caiu no chão,
como um peixe atirado na praia.
O outro segurança olhou para o amigo e deu um passo
para trás. Isso mesmo, eu sou o basilisco do mal e a única
coisa que ofereço é a morte.

“O que você vai fazer,” eu murmurei, puxando a vara


para fora de mim e cambaleando para frente. Coloquei meu
cabelo atrás da orelha e sorri para Stein. Eu dei um passo à
frente e o segurança saiu do meu caminho agora temendo
sua vida. Stein observou com olhos entediados quando me
levantei em seu rosto, olhando para o homem que
atormentava este lugar.

“Parece que todas as minhas gentilezas estão voltando


para me morder hoje,” disse Stein. “Tenho sido muito
tolerante.”

“Oh? O que isso significa?” Eu ri enquanto minha


cabeça girava. Eu tropecei um pouco, o chão parecia um
navio balançando. Perdi o equilíbrio e caí, descendo
lentamente até o chão, ofegando no chão enquanto tentava
manter minha cabeça acima da água.

Dor no couro cabeludo me fez chiar e percebi que Stein


me agarrou pelo cabelo. Minhas mãos voaram e agarrei seus
pulsos com as duas mãos. Ele ignorou, arrastando-me para
um pano de lona grosso. Minhas mãos caíram e eu não pude
reunir a surpresa de que ele não reagiu ao meu veneno.

Ele me largou sobre o pano e eu olhei para ver Stein


olhando intrigado para seu pulso enegrecido. Veias verdes e
pretas se espalharam e enrolaram na parte inferior de seu
rosto. Exceto pela evidência física do meu veneno em suas
veias, ele agiu completamente normal.

“Dói um pouco,” ele comentou antes de se virar para


mim e oferecer um de seus sorrisos perturbadores.
Então ele jogou a ponta do pano no meu corpo e eu
desmaiei.
CAPITULO TRINTA E CINCO

Eu Acordei respirando fundo e desesperadamente. A


sala em que eu estava estava completamente escura, as
máquinas estavam conectadas a mim, emitindo um bipe
constante no ritmo do meu coração. Rasguei os adesivos do
meu peito e o oxímetro do meu dedo. Minha boca estava seca
e minha fome era assassina. Quando tentei sair da cama,
minhas pernas cederam e eu me agarrei na cama. Uma dor
de cabeça latejante doeu atrás das minhas orelhas e
percorreu todo o caminho pela minha espinha.

Uma porta se abriu e a luz entrou. Fechei os olhos


quando o brilho os atingiu, fazendo-os doer.

“Bree Hamilton, você acordou,” ouvi o Dr. Stein dizer. O


som de seus movimentos na sala era insuportavelmente alto.
O som de tecido sibilando, seus sapatos rangendo no piso de
linóleo, a inalação constante por suas narinas. Era tudo tão
avassalador. Eu podia até ouvir meu próprio batimento
cardíaco em meu peito.

Pela primeira vez, senti um cheiro diferente do normal


em Stein. Na superfície, ele cheirava a pergaminho e tinta.
Sob isso, porém, um cheiro sutil de formaldeído 30 se
escondia. Eu sentia como se estivesse farejando um segredo.

“O que aconteceu?” Eu perguntei, agarrando-me à cama


para não cair no chão.

“Você dormiu por duas semanas, ou mais precisamente


descansando em coma induzido. Você se lembra do que
aconteceu?” Ele perguntou, sua voz era suave, mas ainda
doía nos meus ouvidos.

“Não,” eu sussurrei, puxando-me para cima da cama.


Stein não ofereceu ajuda ou explicação.

“Você se lembra onde está?”

“Você sempre pergunta isso quando as pessoas


acordam?” Eu rebati, pensando no primeiro dia em que
acordei neste lugar. Eu estava tão confusa quanto agora.
Pelo menos desta vez não havia camisa de força.

“Memória quase intacta então,” Stein comentou


estupidamente.

“Estou doente?”

“Você entrou em contato com o veneno de basilisco.


Você tem sorte de estar viva.” Isso ajudou a iniciar as
memórias. Eu fiz sexo com Baz, mas algo aconteceu logo
depois.

Bem, jogue jogos estúpidos e você ganhará prêmios


estúpidos. Esta não era a primeira vez que fiz algo ridículo e
sofri as consequências. Parecia que tive muita sorte por não
ser a última vez. Era assim que eu jogava a vida -

30 Quando está na forma líquida, o formaldeído pode ser chamado de formol.


compulsivamente. Se eu tivesse fome e interesse, não
gostava muito de lutar contra.

“Sorte minha,” eu disse asperamente. Deitei na cama,


ainda cansada. Acabei de acordar e sentia que precisava
dormir mais duas semanas.

“Estou injetando um pouco de sangue. Isso a ajudará a


se sentir melhor.” Uma dor aguda atingiu meu braço e
recuei, abrindo os olhos para ver Stein se afastando com
uma seringa comprimida nas mãos. Seus olhos estavam
arregalados e calculistas enquanto me observava de perto.
Esfreguei meu braço e fiquei sentada respirando
pesadamente, tentando ficar acordada.

“Incrível,” Stein disse com um sorriso de homem lagarto.


Seu grande interesse em algo que me envolvia disparou o
alarme em minha cabeça.

“O que?”

“Aquilo era sangue de basilisco,” ele disse e eu respirei


chocada. O pânico tentou inundar meu corpo fraco. Eu olhei
para o meu braço e não vi nada diferente. Não havia nem
sinal de que uma agulha tivesse rompido a pele. Corri meus
dedos sobre o local.

“Você está completamente imune,” disse ele, virando as


costas para jogar a seringa em uma lata de risco biológico.
Ele tirou uma camada de luvas e depois outra, jogando as
duas na lata de lixo. “Os vampiros têm uma resistência
natural ao seu veneno, mas no final, eles ainda podem
morrer se beberem seu sangue - não importa o quanto de
imunidade eles desenvolvam.” Meus pensamentos ainda
estavam nebulosos, lentamente sendo organizados enquanto
o sono continuava a desaparecer.
“Você está dormindo há duas semanas,” Stein repetiu,
fazendo meus olhos se arregalarem quando eu finalmente
deixei isso penetrar.

“Duas semanas...” Segurei minha garganta,


massageando-a com meus dedos. Minha língua girou em
torno da minha boca seca. Eu olhei para minhas mãos,
virando-as. Havia uma pressão em cada dedo que parecia
estranha.

Minha língua se moveu sobre meus dentes. Meus


caninos eram afiados e pendiam mais para baixo do que os
de um humano, embora minhas presas não estivessem
ativadas. Eu fechei minha boca em choque. Meus dentes
estavam permanentemente mais longos agora. Isso
definitivamente assustaria as pessoas, constantemente
andando por aí com as presas estendidas.

“Eu sinto...” eu parei. Não sabia como descrever como


me sentia agora que o sono sumiu completamente. Estranha
- à beira de algo, a energia transbordando sob minha pele.
Isso me deixou nervosa e me fez cerrar os dentes. Eu sentia
como se fosse explodir em um ataque maníaco, gritando,
rindo e correndo ao redor da sala para gastar energia.

“Sim?” Stein perguntou, olhando para mim.

Não era apenas a energia que parecia diferente. Minha


pele parecia diferente e tudo estava muito mais barulhento.
A luz do teto estava apagada. Havia apenas uma pequena
lâmpada de mesa em um balcão no canto. Eu podia ouvir
sua eletricidade e sua luz parecia pressionar irritantemente
meus olhos.

“Minha boca está seca,” eu finalmente disse. Duas


semanas... os caras estavam bem? Orson não iria embora
sem mim, certo? E pobre Baz. Eu continuei incitando-o a
tentar o destino e então o destino interveio e fez o trabalho
por nós. Um preservativo furado. Claro, porra.

“Posso ir?” Eu perguntei. Stein estava de costas para


mim. Então, de repente, ele se virou e enfiou algo no meu
pescoço, me fazendo recuar e chiar de dor. Minha visão
turvou e tive que pressionar uma mão na cama para ficar de
pé.

“Seus medicamentos vão aumentar a partir de agora.


Seu metabolismo mudou.” Meus pensamentos giraram como
um moinho de vento apanhado pela brisa. “A enfermeira
Rachel vai levá-la lá em cima para ajudar a recolher suas
coisas. Você terá um novo quarto aqui.” Suas palavras
giraram ao redor, seus significados lá, mas o impacto delas
indescritível. Morar aqui? Como o Nemo? O que tinha
acontecido?

“Como sou imune ao sangue de basilisco?” Eu


perguntei, minhas palavras lentas. Stein tirou as luvas de
plástico que colocou para a nova dose. Seu sapato bateu no
pedal da lata de lixo e ele os jogou dentro. “Por que eu tenho
um novo metabolismo?” Stein me ignorou, puxando um
walkie-talkie do bolso.

“Enfermeira Rachel, por favor, entre,” ele disse e alguns


segundos depois a porta se abriu ruidosamente e uma luz
mais brilhante entrou, me fazendo estremecer. “Leve-a para
cima. Ela precisa coletar suas coisas. Então ela pode ser
acomodada aqui.”

“Sim, Dr. Stein,” disse Rachel. Seus olhos se voltaram


para mim, fervendo de ódio claramente evidente. Eu puxei
meus pés sobre a borda e mexi meus dedos. Pressionei meus
pés no chão frio e lentamente me levantei, esperando que
pudesse cair no chão novamente. Em vez disso, me senti
bem. A injeção de sangue - o sangue de Baz - deve ter me
fortalecido.

Eu segui Rachel para fora da sala. O som de seus saltos


brancos pisando no chão era alto. Seu batimento cardíaco
estava ausente e eu me perguntei se era assim da outra vez
que a vi aqui. Eu estava muito preocupada com o que estava
acontecendo comigo para prestar atenção.

Com seu cabelo puxado em uma trança apertada, eu


podia ver o lado de seu pescoço enquanto ela caminhava à
frente. Não havia pulso. Eu inalei e o cheiro suave de
formaldeído estava enterrado sob os outros cheiros.

Rachel puxou a porta para as escadas e seu som era


áspero. Eu bati minhas mãos em meus ouvidos e estremeci.
Ela estalou a língua e revirou os olhos.

“Tão dramática,” ela murmurou enquanto me


encorajava primeiro. Subimos as escadas e fui forçada a
cobrir os olhos com as mãos quando saímos para o corredor
bem iluminado.

“É muito brilhante,” eu respondi, mal conseguindo abrir


meus olhos sem que eles latejassem de dor. Eu tive que olhar
para o chão enquanto apertava os olhos, seguindo o som dos
sapatos de Rachel enquanto íamos para o meu quarto. Tudo
parecia igual da última vez que vi. Até os lençóis estavam
amarrotados da mesma maneira.

Rapidamente, fui até meu guarda-roupa e encontrei


meus óculos Steampunk. Meus olhos sempre foram
sensíveis, então eu gostava de comprar óculos de sol que
tivessem mais cobertura. Este par não tinha apenas a
cortina frontal redonda, mas também o vidro enrolado ao
redor da armação dos óculos, dando-lhes uma forma mais
arredondada. Eu os coloquei e pude finalmente abrir meus
olhos e olhar ao redor através do vidro fumê cinza.

“Stein me deu outra chance, não deu?” Eu perguntei a


Rachel. Essa foi a única conclusão que pude tirar de tudo
que ele acabou de me esclarecer. Eu fui ferida pelo veneno
de Baz e ele me deu uma injeção inicial da terapia genética.

“Depressa,” ela respondeu, sem me oferecer nenhuma


explicação. Eu enrolei meus lábios nos meus dentes em uma
careta antes de fazer o que eles queriam. Descer as escadas
não parecia divertido. Parecia mais permanente e sem
esperança. A única pessoa que morava lá era Nemo e
aparentemente ele não era um paciente de verdade. Ele era
um experimento e uma cobaia. Esse seria meu destino
agora? Eu seria forçada a ficar viciada em medicamentos e
constantemente injetada com novas drogas?

Encontrei minhas duas malas na parte de trás do meu


guarda-roupa e as trouxe para fora na cama, abrindo uma
delas e empurrando as coisas dentro. Uma vez que estava
cheia, puxei-a para fora da cama e comecei a trabalhar para
encher a segunda.

Rachel suspirou. O bater do pé dela estava me deixando


louca. Era tão persistente e alto, batendo no meu ouvido.

“Termine aqui. Eu já volto,” ela disse, saindo da sala. Eu


olhei para a porta aberta.

Duas semanas eu fiquei dormindo. Fiquei desesperada


para vê-los. Eu fui até a porta e espreitei minha cabeça para
fora, Rachel já tinha ido embora. Minha língua arrastou em
meus lábios e eu rapidamente me movi em direção ao quarto
de Baz. Ninguém mais estava nos corredores no momento.
Minha mão agarrou a maçaneta, mas quando a girei, ela
não se moveu. Eu bati baixinho.

“Baz? É Bree,” eu disse. Não ouvi nada lá dentro. Nem


mesmo um batimento cardíaco. Ele não estava lá.

“Baz está lá embaixo agora,” alguém disse e eu me


assustei. Josie parou algumas portas no corredor, parecendo
irritada.

“Desde quando? Por que?” Eu perguntei. Ela levantou


uma sobrancelha enquanto seu olhar se arrastava sobre
mim.

“Você está bem,” disse ela. Ela tinha olheiras e sua voz
soava monótona.

“Ele está lá embaixo? O que aconteceu?” Eu perguntei.


Ela franziu a testa e se aproximou, suas botas de bico de aço
rangendo enquanto ela caminhava. Meu rosto se contraiu ao
ouvir o barulho estridente.

“Eu gosto dos óculos,” ela comentou, encostando-se no


batente da porta. “Baz surtou duas semanas atrás.” Duas
semanas. Engoli.

“O que isso significa? Ele está bem?”

“Ele está bem?” Ela disse sarcasticamente, seus lábios


se curvando em desgosto. Ela estalou a língua e olhou para
o corredor. “Não sei, não me importo.” Eu dei um passo para
trás de Josie. Havia algo estranho nela. Errado.

“Onde está seu batimento cardíaco?” Eu perguntei.


Seus olhos deslizaram de volta para mim e ela me deu um
meio sorriso lento. Eu me inclinei para longe dela. O fedor de
formaldeído era forte. Semelhante a Stein e Rachel, mas cem
vezes pior.

“Baz surtou,” ela disse, abrindo seus braços. Ela parecia


cansada, os olhos meio abertos e sem expressão. “Ele me
matou, você sabe. Ele matou a porra do seu vizinho de
quarto.” ela apontou para a porta ao nosso lado. “Ele até
matou seu amigo Zane. Qualquer pessoa em quem ele
conseguiu colocar as mãos.”

“Você está bem aqui,” eu disse apreensivamente. Ela


estava tendo uma pausa mental? Mas então onde estava seu
batimento cardíaco? Por que ela cheirava a produto químico?

“Stein não nos deixou morrer.”

“Como Rachel?” Eu perguntei timidamente. Eu tinha


acabado de assumir que Rachel tinha sido revivida ou eu não
tinha realmente terminado o trabalho.

“Você está entendendo,” disse Josie, respirando fundo,


parecendo exausta.

“Apenas me conte tudo, Josie. Essa merda de


alimentação por gotejamento é frustrante.”

“Sabe, acho que não sou mais Josie. Acho que Josie
pode ter continuado morta. Lembro-me das mesmas coisas,
mas parece que essas coisas aconteceram a outra pessoa.
Eu não sei como Stein faz isso,” ela disse encostando a
cabeça na parede e inclinando a cabeça para trás. Olhos
vermelhos lascados olharam para mim. “Mas não é um
milagre.”

“Eles aumentaram seus remédios?”


“Eu não tomo mais nenhum. Na verdade, não sinto
muito atualmente, exceto o cansaço. E você quer saber como
Baz está,” ela disse com uma risada. Seus olhos me
observaram. “E você? Vocês dois estavam juntos e então
bam,” ela bateu palmas e eu pulei com o som. “O show de
merda começou. Você está desaparecida há um tempo, mas
aqui está você – viva,” ela disse lentamente, empurrando a
parede e dando um passo ficando frente a frente comigo. Os
pensamentos nadaram enquanto eu tentava superar as
drogas que deixavam tudo nebuloso. Isso não fazia sentido.

“Stein trouxe você de volta? Por que?”

“Como diabos eu vou saber?” Ela estalou. Rachel virou


a esquina do corredor, indo em direção ao meu quarto. Seus
olhos me encontraram e sua boca formou uma linha fina. Eu
olhei de volta para Josie.

“Onde está Orson?” Eu perguntei, presumindo que


Nemo estava lá embaixo. Eu queria ver Orson antes de ser
arrastada de volta para lá. Josie encolheu os ombros.

“Ele não está por perto. Não sei.”

“O que diabos você quer dizer com você não sabe?” Eu


assobiei. Meus dentes cresceram e uma necessidade
dilacerante surgiu. Seu sangue contaminado tinha um
cheiro desagradável.

“Bree,” Rachel sibilou, chegando até nós. “Depressa ou


direi a Stein que você tem sido difícil de lidar. Ele vai mantê-
lo trancada por uma semana.” Eu bati no ombro de Josie
enquanto passava por ela, voltando para o meu quarto e
empurrando tudo para dentro da mala violentamente antes
de fechar a mala após o último par de leggins. Eu a joguei
em direção à porta. Rachel teve que pular para fora do
caminho. Peguei a outra mala e fiz a mesma coisa, jogando-
a pela porta aberta.

“O que você está fazendo?” Ela estalou.

“Eu não estou fazendo nada! Orson está lá embaixo?


Baz está lá também?” Rachel fez uma careta e revirou os
olhos e essa foi a única resposta que recebi dela. Nós
descemos as escadas, eu carregando as duas malas. Elas
deslizaram pelo chão fazendo um barulho áspero de
raspagem, então eu as ergui. Para meu choque, elas
realmente levantaram e não esticaram meus braços. Antes
de vir para cá, não seria capaz de arrastar uma única mala
pelo chão sem queimar os braços.

Nós descemos as escadas. Passamos pelo quarto de


Nemo. A porta estava aberta, então parei. Ele não estava lá
dentro e cheirava a estagnação.

“Onde ele está?” Eu perguntei o pânico em minha voz.


Meus pés me levaram para a sala e olhei em volta. Eles
fizeram um péssimo trabalho de limpeza. Os livros estavam
espalhados ao acaso na mesa com lombadas gastas. Um
copo de isopor meio cheio de água com cheiro de poeira.

“Nemo não precisa mais deste quarto. Venha,” ela disse.

“Por que ele não precisa mais?” Conclusões horríveis


estavam em minha mente. Talvez ele tenha escapado. Talvez
ele e Orson tenham deixado este lugar sem mim. Esse era o
melhor cenário. O pior é que ele estava morto, mas eu não
conseguia imaginar isso. Eu simplesmente não conseguia.

“Vamos,” Rachel retrucou. Rachel não parecia Josie


inteiramente. O fedor químico de Josie era pior, seu estado
abatido. Rachel parecia basicamente bem. O som de seus
sapatos descendo o corredor ficou mais fraco. Mordi meu
lábio e entrei no quarto rapidamente, tocando todas as
coisas que eram dele.

Lágrimas encheram meus olhos porque não pude deixar


de pensar em algo horrível. Meus dedos roçaram seus livros
e então peguei o de cima. Era um livro grosso sobre genética
de lobisomem.

Enquanto eu folheava, duas fotos caíram. No topo


estavam dois meninos inconfundíveis. Nemo olhava para a
câmera com olhos negros, em pé e encostado na parede. Ele
parecia o tipo de criança que se metia em problemas. Ao lado
dele estava um menino baixo com cabelo verde curto
repartido de lado e dois olhos de cores diferentes - um
vermelho e outro verde.

Eles pareciam tão jovens, mas não pareciam realmente


inocentes. Era estranho ver Baz vestido como um menino
normal - mais como um mini adulto, na verdade. Ele usava
calça social, uma camisa de botão e um colete de malha por
cima. Suas mãos estavam nos bolsos e ele olhava para a
câmera com um olhar que me incomodava. Nemo parecia
com seu jeito normal de raiva taciturno. Baz não tinha
absolutamente nada em seus olhos.

Eu o virei e vi algo rabiscado atrás.

“Novo espécime: Basil Fury - basilisco, 10 anos retratado


com Nemo, 8 anos.” Passei para a próxima foto. Era uma
mulher com olhos negros e cabelo de ébano. Ela era jovem,
uma adolescente com olhos raivosos que falavam de uma
natureza desafiadora.

Eu não a reconheci de jeito nenhum. Eu a virei e vi


algumas letras rabiscadas.

“Adella - licantropa. Idade 16. 8 semanas de gestação.”


Gestação? Essa era a mãe de Nemo? Eu sacudi o livro,
mas nada mais caiu.

“Siga-me ou eu chamarei os seguranças para sedar


você,” ouvi Rachel dizer no corredor, sua voz tão clara como
se ela estivesse parada ao meu lado. Enfiei as fotos em uma
das minhas malas e, em seguida, corri para fora do quarto
atrás dela, seguindo o som de seus pés por um pequeno
corredor que eu nunca tinha estado antes.

“Este quarto foi recentemente renovado para acomodar


nossas novas necessidades,” Rachel disse, inclinando-se
para frente em um scanner ocular. A porta à nossa frente era
de metal fortemente reforçado. Quando o scanner piscou
com uma luz verde, ouvi grossos parafusos de metal se
moverem e a porta se soltou da parede.

“Você quer dizer eu?” Eu perguntei.

“E Nemo,” ela disse, puxando a porta aberta. Soltei um


bufo aliviado. Nemo estava vivo. Nemo estava aqui. Ela
estava me levando em sua direção. Era a melhor notícia até
agora. Ainda assim, o que isso significava sobre Orson e Baz?

Dentro da porta havia uma pequena sala com paredes


de metal. Rachel esperou até que eu estivesse totalmente
dentro antes de fechar a porta por onde entramos. Os
pesados ferrolhos voltaram ao lugar, trancando-nos. Agora
estávamos diante de outra porta. Parecia igual a anterior,
mas esta exigia que ela pressionasse o polegar em um
scanner. Quando ela puxou a mão, vi uma gota de sangue
na ponta de seu polegar. A porta havia testado seu sangue?

A porta se abriu e meus olhos percorreram a grande sala


diante de nós. Estava escura como uma caverna. As paredes
eram acolchoadas, o acolchoamento branco e novo. No
entanto, eles estavam rasgados em vários lugares, cortes
profundos como garras os rasgaram.

A única luz era uma luz vermelha filtrada de uma porta


nos fundos. Eu ouvi um batimento cardíaco forte e profundo
e entrei na sala. Rachel fechou a porta atrás de mim, sem me
seguir. Eu fiz uma careta, mas meus olhos varreram a
escuridão, procurando por Nemo. Eu empurrei os óculos de
sol na minha cabeça e vi uma grande forma no canto
traseiro.

Cheirava a Nemo, mas a forma era muito grande. A


respiração era profunda e longa.

“Nemo?” Eu dei alguns passos lentos para frente. A


coisa se esgueirou para frente e apesar de quão bem eu podia
ver no escuro, ainda era difícil ver à distância. Seu pelo
escuro parecia convidar sombras.

“Nemo é você?” Esta era a sua besta? Isso significava


que ele ainda estava sem medicação? Eles haviam
construído esta sala para contê-lo de forma permanente? A
besta ficava maior à medida que se aproximava. Meus pés se
arrastaram para trás enquanto ele se movia em minha
direção. Arrepios subiram pela minha espinha e meu ritmo
cardíaco acelerou.

A besta bufou, seu hálito quente conseguindo me


alcançar. Minhas costas pressionaram a porta fechada e,
finalmente, percebi os detalhes da criatura enquanto ela se
esgueirava para frente. Olhos amarelos apareciam a apenas
alguns centímetros dos meus. Prendi a respiração quando o
rosto de um lobo se abateu sobre mim.

Fiquei completamente imóvel, preocupada com o que


iria acontecer. O lobo enorme me cheirou e um gemido subiu
por sua garganta. Com uma mão trêmula, estendi a mão e
toquei a pele do lado de seu rosto. Soltei um suspiro trêmulo
e comecei a me acalmar. Este era Nemo, eu simplesmente
sabia.

Um momento depois, senti medo novamente. O lobo não


era realmente um lobo. Percebi que estava agachado até a
minha altura com as costas tortas. Minha mão escorregou
de seu pelo enquanto ele se erguia.

Seu grande corpo escuro tinha talvez o dobro da minha


altura. Ele ficou em pé sobre duas pernas semelhantes a
animais. Seu peito e estômago pareciam quase como os de
um homem, mas muito grande e largo. Ele estava totalmente
coberto de pelos com uma mancha mais grossa na parte
superior do tórax.

Seus braços tinham a forma de um homem, mas


estavam cobertos de pelos. Suas mãos pareciam uma
combinação de lobo e homem com longos dedos em garras.
Os olhos amarelos de um lobo me observavam, parecendo
predatórios. Seus dentes afiados se projetaram de seu
focinho aberto enquanto ele me inspirava.

Era um homem-lobo, eu percebi. Ele se parecia com


aqueles lobisomens que eram populares em filmes de terror
antigos. Monstros nascidos de pesadelos que os homens
podiam sonhar. O rosto cruel de um lobo, o corpo de algo
mais monstro do que homem ou lobo.

Eu olhei maravilhada. Eu estava com medo - não havia


como superar isso. Meu coração bateu rapidamente no meu
peito e meus dedos tremeram. Mas era Nemo e ele era lindo
e forte. Seu poder invisível me envolveu em um abraço
poderoso. Eu bebi em meu medo, deixando-o passar por mim
e se estabelecer. E com aquele medo ainda fazendo meu
corpo tremer, eu me lancei para frente e passei meus braços
em toda a largura de seu corpo.
Ele estava quente e seu pelo era macio na minha
bochecha. A queimação de lágrimas se formando em meus
olhos me fez fechá-los, tentando parar aquela reação. Eu
odiava lágrimas. Eu odiava chorar. Senti seu corpo mover-se
sob meus braços, derretendo-se magicamente até que a pele
de um homem estivesse sob meus dedos.

Braços em volta de mim, um rosto pressionado no topo


da minha cabeça.

“Você está viva,” Nemo disse, sua voz rouca. Suas mãos
afastaram o cabelo do meu rosto antes que ele segurasse
meu queixo, me inclinando em sua direção. Seus lábios
pressionaram nos meus e eu pude sentir a emoção
desesperada dentro dele vazando. Eu agarrei seus bíceps
duros e me agarrei a ele, nunca querendo me soltar.
CAPITULO TRINTA E SEIS

Nemo arrastou seus dedos suavemente sobre cada parte


de mim. Ele pressionou o nariz no meu pescoço e arrastou-
o até a minha orelha. Ele passou os dedos sobre a marca de
mordida que cicatrizou na parte de trás do meu pescoço.
Havia uma leve cicatriz branca no formato de seus dentes.

“Vamos lá,” ele finalmente disse, me levantando e me


levando para a outra porta da sala. A luz vermelha filtrada
da abertura rachada.

“Por que o quarto está tão escuro?”

“Stein quer que eu fique no escuro. O banheiro tem uma


luz normal.” Ele me mostrou apertando o botão. Uma luz
branca abrasadora abordou meus olhos e eu assobiei,
virando minha cabeça em seu peito. Imediatamente ele
apagou a luz, deixando a lâmpada vermelha como a única
fonte de luz.

“A luz machuca seus olhos agora?” Ele perguntou. Eu


balancei a cabeça contra seu peito, em seguida, lentamente
cheguei ao pequeno banheiro. A coisa toda tinha ladrilhos
claros. Tudo menos o teto. No meio de uma das paredes
havia uma banheira enorme que tinha sido revestida com
ladrilhos. A argamassa era escura e o ladrilho ao redor da
torneira de água estava manchado de uma cor suja.

Nemo me colocou de pé, abriu a torneira e começou a


tirar minhas roupas lentamente. Meus olhos o observaram,
lembrando-me de sua forma de monstro lobo. Ele era
assustador e inspirador. Que incrível que ele pudesse se
transformar em algo totalmente diferente. Eu estava com
ciúmes. Tudo o que eu conseguia eram dores de fome e
sensibilidade excessiva.

A banheira se encheu de água morna enquanto Nemo


examinava cada centímetro de mim, inspecionando minha
pele em silêncio. Seus dedos calejados roçaram meu quadril.
Minhas mãos pressionaram em seus ombros enquanto ele se
ajoelhava na minha frente.

“O que você está fazendo?”

“Confirmando que você está realmente bem.” Seus olhos


de ébano se voltaram para os meus. Eles pareciam ainda
mais perigosos no tom vermelho baixo da luz. Corri minha
mão em sua barba curta, apreciando a textura de arranhar
em sua mandíbula brutal.

“E confirmando que Stein não fez de você um de seus


golens.” Antes que eu pudesse perguntar o que ele quis dizer,
ele me pegou e gentilmente me colocou na água da banheira.
Sua camisa ficou encharcada quando ele me acomodou.

A água quente parecia divina e de repente percebi como


devia estar suja. Eu ainda estava usando as mesmas roupas
de duas semanas atrás, então era altamente improvável que
alguém tivesse me dado banho. A água continuava a jorrar
da bica, enchendo o banheiro com o som de água
derramando. Quando me acomodei, a água espirrou
levemente na banheira de porcelana.
Nemo caminhou até outra parte do banheiro, mas
voltou um instante depois com uma barra de sabonete, uma
toalha de rosto e xampu. Ele ensaboou o pano e então se
abaixou ao lado da banheira, puxando meu braço para cima
e me lavando delicadamente.

Observei em silêncio enquanto ele limpava meus


membros. Ele estava quieto e reservado, tomando seu tempo
para limpar minha pele em movimentos longos e suaves. Em
seguida, ele usou o pano para ajudá-lo a molhar meu cabelo.

“Olhe para cima,” sua voz profunda ronronou em um


sussurro. Os mesmos dedos que eu tinha visto rasgar a
espinha de um homem agora cravaram em meu cabelo
suavemente, aplicando o shampoo em meu couro cabeludo.
Fechei os olhos e gostei da massagem. Eu nunca tive alguém
me lavando antes e eu sabia que imploraria a ele para fazer
isso de novo.

Quando ele terminou com meu cabelo, ele estendeu a


mão e arrastou o pano pelo meu pescoço, fazendo as veias
do meu pescoço formigarem e latejarem, meu corpo
ganhando vida de excitação para toques mais sensuais. Sua
mão desceu sobre o topo do meu peito e eu mordi meu lábio.

“Eu tenho que ter certeza que cada parte de você está
bem,” ele disse, finalmente fechando a torneira e então
voltando de onde parou. Ele abandonou a toalha e
mergulhou sua grande mão na água, sua pele áspera
correndo sobre meus seios e fazendo meus mamilos
endurecerem.

Mesmo que Nemo fosse uma grande fera violenta, esse


lado gentil dele também parecia certo. Era agressivamente
protetor. Ele estava cuidando do que era dele.
A mão grande de Nemo apertou meu seio esquerdo e
minhas costas arquearam, o mamilo cutucando brevemente
a água. Nemo se inclinou e arrastou sua língua quente sobre
ele antes de sugá-lo em sua boca. Um pequeno gemido veio
de mim. Ele se afastou e encontrou minha boca com a dele.

A fome e o desejo sexual fizeram meus dentes


crescerem. Eles estavam mais longos e afiados do que antes.
Sem querer, cortei sua língua e provei a força divina de seu
sangue. Ele sorriu e se afastou.

“Desculpe,” eu disse em voz baixa. Eu não estava


terrivelmente arrependida, para ser honesta. Minha língua
rolou procurando mais do pequeno sabor que eu tinha
provado.

“Não se segure,” disse Nemo, negando meu pedido de


desculpas. Então ele se inclinou para outro beijo dominador.
Meus dentes arranharam sua língua e o sangue gotejou em
minha boca, rica energia deslizando pela minha garganta.
Calor e desejo derramaram através de seu beijo enquanto
sua mão deslizou para dentro da água e ele me segurou entre
as pernas com força.

“Esta parte está bem também?” Ele perguntou


provocadoramente contra a minha boca. “Acho que preciso
verificar.”

Eu precisava disso terrivelmente. Este momento íntimo


estava consertando toda a negatividade que me rodeava
desde que acordei. Nemo rosnou então de repente eu fui
levantada da água e esmagada contra seu peito. Voltamos
para o quarto escuro e caímos na cama comigo ainda em
seus braços.

Suas grandes mãos agarraram meus joelhos e os


separaram para que ele pudesse se acomodar entre eles. A
cama embaixo de mim ensopada da água ainda em meu
corpo. Nemo se inclinou e chupou meu seio em sua boca
novamente, rolando sua língua ao redor do mamilo. Sem
tirar a boca, ele arrastou a língua até o meu pescoço, me
fazendo estremecer e deu uma mordidinha no meu queixo.

“Eu preciso de você,” ele rosnou e eu não duvidei porque


senti sua ereção exigindo entrada entre minhas pernas. Ele
não perdeu tempo, empurrando ferozmente com um
grunhido profundo. Eu engasguei e minhas costas
arquearam. A pele bronzeada de seu peito me provocou e eu
ataquei rápido, enterrando meus dentes nele.

Ele rosnou com prazer áspero enquanto eu deixava seu


sangue inebriante encher minha boca. Nemo trabalhou
dentro e fora de mim em estocadas exigentes. Eu me deliciei
com a sensação dele me enchendo uma e outra vez. Parecia
apertado em torno dele com a falta de preparação, mas eu
estava molhada e ele continuou empurrando, me esticando
para levá-lo.

Sua pele estava quente sob meus dedos enquanto eu os


arrastava sobre suas costas. Seu poder invisível quase me
apertou, fazendo-me sentir como se estivesse presa. Seu
grande corpo me envolveu.

“Nemo,” eu gemi. Meu Nemo. Eu nunca poderia aceitar


que estivéssemos separados. Meu coração doeu, sentindo
falta de Baz e Orson, mas deixei meu corpo se entregar ao
profundo prazer de Nemo neste momento.

Meu monstro lobo. Minha alma gêmea.

“Vai ser apertado,” Nemo rosnou, empurrando-se


profundamente. Senti seu nó crescer dentro de mim e
quando me contorci, meu corpo parecia preso ao dele. Suas
vibrações pareciam mais intensas do que eu lembrava,
rolando e tremendo dentro de mim. Eu gritei e arranhei suas
costas. Enterrei meus dentes de volta em seu peito, sugando
seu sangue para me firmar.

Ele grunhiu, sentindo a dor da minha mordida, mas seu


pau estremeceu e latejou enquanto eu lutava contra o prazer.

“Isso mesmo, coelhinho, lute contra isso,” ele rosnou


sombriamente. “Lute contra este nó que estou forçando você
a tomar.” Ele deu um gemido grave e gozou dentro de mim.
Eu gozei ao mesmo tempo, meu corpo agarrando o dele
enquanto um fluido quente jorrava entre minhas pernas. O
prazer fez minha boca se abrir e gemidos guturais escaparam
de meus lábios.

“Porra, isso é tão bom,” Nemo rosnou quando me sentiu


jorrar e me encheu.

Seus braços me envolveram e ele virou de costas. O nó


ainda estava grosso e travado, embora ele tivesse terminado.
Minhas pernas montaram seu corpo largo e ele me envolveu
contra seu peito e acariciou meu cabelo. Eu me sentia mole
e embriagada. Eu me sentia amada.

“Por que o nó não dissolveu?” Eu perguntei, me sentindo


tão cheia e esticada entre as minhas pernas. Era um
sentimento bom de se ter, sabendo que meu Nemo foi quem
o causou.

“Porque eu preciso disso agora,” ele admitiu. “Preciso de


nós unidos por mais tempo. Preciso de você apertando em
torno do meu nó porque você é minha companheira.” Meus
dedos arrastaram sobre seu corpo quente e no quarto
silencioso, com ele enrolado em volta de mim e preso entre
as minhas pernas, eu caí em uma calma satisfatória.
Por um tempo, ficamos deitados sem falar, nossas mãos
segurando uma a outra. Mas logo todas as minhas perguntas
voltaram.

“O que é um golem?” Eu perguntei, pensando em seu


comentário antes do banho.

“É como eu chamo as pessoas que Stein traz de volta


dos mortos. Eu realmente não sei o que eles são. Não há uma
palavra para isso. Ele os revive com ciência obscura que
Stein passou a vida tentando aperfeiçoar. Os revividos nunca
voltam perfeitos, no entanto.”

“Ele não fez isso comigo?” Eu perguntei, me sentindo


preocupada enquanto pensava em Josie.

“Não. Você está viva. Seu coração bate forte e seu cheiro
é tão delicioso como sempre. Quando ele traz as pessoas de
volta, é como se suas almas estivessem faltando. Alguns
estão em melhor situação do que outros quando voltam. Não
tenho certeza do motivo.”

“O que aconteceu com Baz?”

“O que você quer dizer?” Ele perguntou, sua voz


profunda com preocupação áspera. Se eu não estivesse tão
preocupada com Baz e Orson, eu teria levado meu tempo
apreciando aquela reação. Nemo se importava muito com
Baz e isso me fez sentir calorosa e feliz.

“Ele está trancado aqui...” Nemo me afastou dele e eu


percebi que seu nó havia sumido e eu estava vazia entre
minhas pernas novamente. Eu perdi a conexão, mas acho
que não poderíamos viver dessa maneira pra sempre -
infelizmente.
“Ele matou muitas pessoas há duas semanas,” eu disse
enquanto Nemo e eu deitávamos lado a lado em sua cama.
Seus olhos negros perfuraram em mim enquanto ele
agarrava meus braços.

“Eu não sabia. Eu estive aqui o tempo todo. Você se


lembra? Eu trouxe você aqui.”

“Eu...”, Lembrei-me de estar em seus braços e isso foi a


última coisa. “O que aconteceu? Você me trouxe para Stein?”

“Eu injetei em você seu soro especial. Eu injetei tudo em


você,” ele disse, seus olhos abertos, procurando nos meus.
Seu polegar apareceu e passou por baixo de um dos meus
olhos. “Deve ser por isso que você está tão sensível á luz.” Eu
balancei minha cabeça e me levantei. Os pensamentos
tentavam girar na minha cabeça, mas eu não queria pensar
naquilo agora. Ele me salvou. Nemo era meu salvador. No
entanto, o que aquele soro fez comigo?

“E quanto a Orson?” Eu perguntei, andando para frente


e para trás.

“Ele estava aqui comigo quando injetei aquela coisa em


você. Eles o carregaram. Não sei o que aconteceu depois
disso. Acordei neste quarto e não saí. Eles pararam de tentar
me medicar, mas minha liberdade foi tomada de outras
maneiras. Eu não posso sair.”

“O que isso significa?” Eu perguntei, preocupação


contorcendo meu intestino.

“Eles injetaram algo dentro de mim. Se eu sair desta


sala, ele eletrocutará o suficiente para me derrubar.”

Cobri meu rosto com as mãos e respirei fundo. Tudo isso


estava errado. Deveríamos ter escapado. Agora Nemo estava
preso. Baz provavelmente estava acorrentado em uma sala
em algum lugar e Orson estava desaparecido.

Braços musculosos e quentes me envolveram e Nemo


me pressionou contra seu corpo.

“Está tudo bem, coelho,” ele murmurou humildemente.

“Não está,” eu disse, balançando minha cabeça e


envolvendo meus braços ao redor dele o melhor que pude.

“Ficará. Se você deixar este lugar…” Eu me afastei de


seu toque. A raiva queimou dentro de mim.

“Você está sugerindo que eu vá sem você? Como você se


atreve, porra!” Seus olhos, sempre tão taciturnos e maldosos,
pareciam tristes. Tão tristes. Eu não aguentava olhar para
ele, então me virei e fui para a outra cama no quarto. Enterrei
minha cabeça no colchão e não falei.

Nemo me deixou em paz e eu estava grata por ele ter


feito isso, porque eu tinha muitas emoções selvagens para
lidar agora.

Dias se passaram em que eu não fiz nada além de ficar


sentada apaticamente nos braços de Nemo. Mostrei a ele as
fotos que tirei de seu quarto. Ele achou engraçado que eu as
tivesse roubado.

A mulher, Adella, tinha sido sua mãe biológica. Ela era


um lobisomem adolescente expulso de sua matilha. Ela fez
um acordo com Stein para lhe dar Nemo. Ele não tinha
certeza de todos os motivos dela, mas não parecia pensar que
eram cruéis.

Ele continuou tentando falar de coisas que eu não


queria discutir. Em particular, ele queria falar sobre como
devia estar mais forte agora por causa do soro. No entanto,
ele continuou dizendo como isso poderia ajudar na minha
fuga. Minha fuga, não dele, e de ninguém mais. Passei a não
gostar de falar sobre como eu poderia ter mudado por causa
disso. Eu nem queria pensar sobre isso.

Se eu fosse totalmente honesta, tinha um pouco de


medo de admitir o quanto poderia ter mudado. Luzes
normais eram insuportáveis. Meus dentes estavam
permanentemente aumentados. Minha fome cresceu
ferozmente. Eu me esquivava de tudo, tentando fingir que
nada havia mudado porque já havia muito em que pensar.

Stein, dois serventes e a enfermeira Rachel apareceram


na entrada. Eles acenderam as luzes e eu xinguei enquanto
colocava meus óculos de sol Steampunks. Nemo sentou e
observou. Ficamos sentados na cama, seus braços em volta
de mim, mas ele não fez barulho ou brigou.

Era a mesma coisa todos os dias até agora. Recebia as


refeições em uma bandeja deslizada pela porta. Em alguma
parte do dia - não tenho ideia de quando - Stein chegava para
tirar sangue, fazer perguntas e depois me dar uma injeção
de sangue.

Nunca comi a comida que eles deixavam. Se eu pensava


que era difícil engolir antes de vir para cá, bem, agora era
impossível. A ideia não parecia natural e nas poucas vezes
que tentei engolir algo, imediatamente vomitei de volta.

“Como você está se sentindo hoje?” Stein perguntou


enquanto tomava meu pulso.
“Onde eles estão?” Eu perguntei. Eu sempre
perguntava. Perguntava as pessoas que deixavam a comida
que eu não comia. Perguntava a Stein, perguntava à
enfermeira, aos serventes. Qualquer um e á todos que eu
pudesse.

“Como eu disse ontem,” disse Stein. “Se você for boa, eu


vou deixar você vê-los.”

“Eu tenho sido boa,” eu disse entre os dentes. Nemo


passou a mão no meu braço e tentei me acalmar. Stein se
aproximou e injetou o sangue. Este era o grande motivo pelo
qual Nemo se comportava bem quando eles estavam no
quarto. Eu precisava dessas injeções ou minha fome seria
demais para ele saciar.

Meus olhos se voltaram para os auxiliares. Eles tinham


batimentos cardíacos agradáveis, fortes e altos. Como
grandes bumbos sendo batidos constantemente. Meus
dentes se alongaram, me forçando a abrir a boca.

“Eu quero mais,” eu disse a Stein enquanto ele puxava


a seringa. Uma pequena seringa de sangue. Não era o
suficiente. Eu estava me alimentando de Nemo para sentir
algum alívio da fome torturante.

“É o suficiente por enquanto,” disse Stein. Ele colocou a


seringa na bandeja que a enfermeira Rachel tinha. “Você tem
sido boa. O bom comportamento deve ser recompensado. O
reforço positivo é uma ferramenta eficaz,” disse ele. Eu revirei
meus olhos.

“Vou poder vê-los?”

“Você pode ver um deles.”

“Eu quero ver os dois.”


“Não.” Seus olhos varreram o quarto, percebendo que
eu ainda não tinha desempacotado as malas, mas em vez
disso estava vivendo como em um quarto temporário de
hotel. Ele não disse nada sobre isso hoje. Ele já tinha me dito
uma vez antes que este seria meu quarto permanente. Eu
não poderia fazer isso, no entanto.

“Você pode ver o Dr. Orson. Vamos agora,” disse ele,


tirando um velho relógio redondo e colocando-o de volta no
bolso. “Ele deve estar de pé e bem. Nemo, é claro, vai ficar
aqui.” Eu balancei a cabeça com uma mandíbula apertada e
pulei. A promessa de ir agora mesmo para ver Orson me fez
sentir como um balão de hélio. Toda leve e nervosa.

Stein mandou a enfermeira Rachel embora, mas


manteve os seguranças.

“Esta é uma boa hora para tentar,” Nemo retumbou


contra meus lábios enquanto eu o beijava. Ele quis dizer que
era um bom momento para tentar escapar, já que era a
primeira vez que eu estava saindo da sala. Eu balancei
minha cabeça, chateada por ele estar sugerindo isso de novo.

Eu não deixaria nenhum deles. Se eles estivessem aqui,


eu estaria aqui. Para o melhor ou pior. Cada vez que ele
tocava no assunto, ficava mais irritada. Estava me
lembrando do que Orson tinha feito, me forçando a entrar
neste lugar. Agora Nemo queria me forçar a sair, mesmo
quando eu dizia que não era o que eu queria.

Se Nemo pensava que poderia me dominar dessa forma,


ele estava muito enganado. Se ele tentasse me forçar, ele se
arrependeria. Eu o amava, mas isso não significava que de
repente deixaria de ser quem eu era. E eu não era alguém
que deixaria seus homens pra trás. Nem facilmente, nunca.
Eu morreria antes que isso acontecesse e os levaria comigo
se fosse preciso.
Claro, era totalmente fodido, mas acho que era por isso
que minhas almas gêmeas eram assassinos e monstros.

Stein me levou mais fundo no porão, passando por


lugares que eu não consegui ver antes. As luzes pioraram,
metade estava apagada e a outra metade tremeluzia.
Chegamos ao final do corredor, onde ficava uma parede de
abóbada de aço. As palavras “Das Vergessene Verfallen31“
estavam escritas em uma placa de metal contra a porta do
cofre.

Stein empurrou uma chave de ferro antiga em uma


fechadura maciça. Eu escutei os cliques dela destrancando
enquanto meus olhos se voltaram rapidamente para os
auxiliares. Minha língua deslizou sobre meus lábios secos
enquanto eu olhava sua pulsação batendo em seu pescoço.
As batidas constantes de seus corações ficaram mais altas
enquanto eu me permitia concentrar no som.

A porta rangeu e torceu ao se abrir e eu ansiosamente


pisei atrás de Stein. Um frio correu no ar e o fedor estagnado
de mofo e poeira pairou perto do meu nariz.

“Baz está neste corredor também?” Eu perguntei. Este


corredor parecia mais sujo do que os outros, o chão uma
coleção de sujeira e poeira de cada lado. Eu puxei a barra da
minha saia xadrez verde e preta e pressionei meus óculos de
sol com mais força contra o meu rosto. As luzes do teto
estavam tentando entrar furtivamente nas rachaduras das
minhas lentes e eram cegantes. Como eu iria viver assim fora
de Verfallen?

O barulho das roupas de todos se movendo enquanto


caminhávamos, junto com os rangidos dos sapatos de sola
de borracha dos enfermeiros, era irritante, mas eu estava

31 “A decadência esquecida” em Alemão.


aprendendo a lidar com os ruídos. Eu nunca tinha percebido
como meu cérebro ignorava naturalmente os sons sem
importância ao meu redor e me alertava apenas para o que
era relevante. Agora eu tinha que ensinar meu cérebro a
chegar àquele ponto novamente. Quando eu não estava
envolvida em Nemo, estava me concentrando nos ruídos
relevantes enquanto escurecia os irrelevantes. Meu
batimento cardíaco era meu favorito. O gorgolejo constante e
o baque eram relaxantes.

Afastei o barulho dos nossos movimentos e tentei


expandir minha audição, mas era difícil. Eu continuei
ouvindo todos os pequenos ruídos de nós. Engolir, roçar de
roupas, pisar, corações batendo. Finalmente, chegamos a
uma porta na qual Stein enfiou a chave e destrancou.

A porta se abriu e havia uma parede de grades com um


metro e meio dentro da sala, impedindo Orson de chegar até
a porta.

Meus olhos se arregalaram e corri para frente, minhas


mãos envolvendo as barras. Orson estava sentado a uma
mesa, a franja preta pendurada enquanto se concentrava no
lápis e no papel à sua frente. Ele estava rabiscando cenas
violentas de morte que provavelmente eram memórias reais.

Sua cabeça se ergueu e no segundo seguinte, ele estava


nas barras, agarrando meus braços enquanto eu os colocava
através das barras. Seu nariz e boca pressionaram em meu
pulso e ele inalou.

“Por quê você está aqui? O que aconteceu?” Eu


perguntei enquanto o inspirava - couro e sangue. Eles
podiam tirar sua liberdade, mas não sua essência.

“Você quase morreu. Nenhum de nós lidou com isso


bem,” ele disse com aquele leve sotaque do Oriente Médio,
olhando para mim com um sorriso bonito enquanto
arrastava seus dentes pelo meu pulso, sua língua sacudindo
para provocar a carne. Seus olhos roxos me fizeram sentir
todos os tipos de coisas - feliz, excitada, admirada.

“Deixe-me ver seus olhos,” disse ele, enfiando os dedos


nas barras para prender meu cabelo. Eu empurrei os óculos
de sol, semicerrando os olhos enquanto tentava me ajustar
à luz.

“O que há de errado?” Orson perguntou, sua voz


repentinamente fria de preocupação.

“É simplesmente brilhante demais,” eu disse,


empurrando os óculos de sol para baixo. “Não tenho certeza
de como você consegue.” Seus olhos perfuraram-me como se
tentassem levantar respostas a perguntas que ele não havia
feito. Seus olhos piscaram atrás de mim por um segundo,
observando Stein e os enfermeiros parados do lado de fora
da porta.

“Você está bem?” Ele perguntou.

“Estou bem,” eu disse com um sorriso, meus olhos se


arrastando sobre cada detalhe delicioso do meu Orson.
Cabelo preto, pele bronzeada, olhos violetas, lábios
esculpidos. Todas as noites eu ainda sonhava com ele,
embora os sonhos tivessem alguns co-atores agora.

“Todos nós pensamos que você morreu,” ele suspirou,


segurando meu braço em seu rosto e fechando os olhos.

“Sim, e assim começou a onda de assassinatos. Embora


eu suponha que esse não seja um comportamento novo para
você, Orson,” disse Stein atrás de nós. Eu pressionei meus
lábios em irritação. Não gostei que ele se inseriu em nossa
conversa.
“Você viu Baz?” Eu perguntei.

“Não,” disse ele. “Mas às vezes eu ouço outra coisa. Ele


não,” ele disse com uma carranca. Eu engoli, sem saber o
que fazer com essa informação. Poderia haver ainda mais
pacientes neste corredor dilapidado?

“Baz está neste corredor também?” Perguntei a Stein.

“Sim, esta é a ala reservada para aqueles que provaram


ser além da redenção. Basil sempre foi um risco, mas era um
paciente exemplar. Bem, até que ele não era mais,” Stein
disse categoricamente. Acho que o que Josie disse era
verdade. Baz entrou em fúria e matou tantos quanto podia.
Alguns minutos provavelmente bastaram para ele matar um
número impressionante. E agora aquelas pessoas
caminhavam como mortos-vivos sem alma lá em cima.

Orson pressionou todo o corpo contra as barras e eu


também me inclinei, nossos olhos a centímetros de
distância, uma grande divisão onde nossas bocas não
podiam se tocar.

“Fuja,” Orson murmurou e eu olhei para ele confusa.

“Com você?” Eu murmurei e ele balançou a cabeça. Eu


recuei, sentindo meu estômago embrulhado. Como ele
poderia dizer aquilo também? Não era ele que me queria
presa aqui enquanto ficava livre? Por que ele iria querer isso
agora?

“Eu quero estar com você,” eu disse em voz alta. Orson


olhou para mim com raiva.

“Faça o que você planejou pela primeira vez,” ele disse


asperamente em um sussurro. Olhei por cima do ombro, mas
Stein não parecia estar a par de nossa conversa. Recostei-
me nas barras.

“Não,” eu rosnei entre meus dentes, minhas presas se


alongando de repente. As sobrancelhas de Orson se
franziram em confusão enquanto ele olhava para elas.

“Hora de ir,” disse Stein. Estendi a mão para tocar os


lábios de Orson com meus dedos. Era o único tipo de beijo
que eu poderia dar a ele. Ele os chupou em sua boca e eu
mergulhei no sentimento - o calor, a força úmida de sua
língua e a deliciosa sucção enquanto ele chupava. Suas
presas afiadas deslizaram lentamente, roçando meus dedos.

“Lembre-se, você só recebe essas visitas se for boa,”


disse Stein quando não consegui sair da sala.

“Uma reunião de três minutos entre barras enquanto


você escuta?” Eu perguntei com raiva.

“O doutor Orson determinará suas visitas. Se ele


conseguir parar de matar pessoas agora que a viu viva e bem,
então ele terá mais liberdade, aos poucos. Levará muito
tempo para me convencer da mudança.” Ele se virou para
sair, mas percebeu que eu ainda não tinha me movido.

“Vou trazê-la de volta amanhã se você se comportar,”


disse ele e eu bufei, arrastando meus dedos sobre a
mandíbula de Orson antes de me afastar. Ele ficou
pressionado contra as barras enquanto me observava ir
embora. Eu odiava deixá-lo lá.

“Posso ver Baz amanhã?” Eu perguntei enquanto


voltávamos para o meu quarto.

“Apenas Orson,” disse Stein. Os enfermeiros seguiram


dos dois lados.
“Por que? E por que não posso subir? O que você fez
com todos lá em cima?”

“Não quero que fique chateada quando ver Basil. Você


não poderia subir até que eu determinasse seu estado
mental. Quanto a todos lá que o Basil matou, eu os reanimei.
Não gosto da morte. Eles não são perfeitos, mas não havia
tempo para isso, considerando quantos corpos eu tive que
lidar. Há uma janela de tempo para que a reanimação valha
a pena. Se passar muito tempo não há nada que valha a pena
trazer de volta.” Eu balancei minha cabeça, afastando a
informação enquanto me prendia à primeira coisa que ele
disse.

“Por que ver Baz me aborreceria?” Eu perguntei. Os


olhos de Stein pousaram em mim quando ele começou a
destrancar as portas para entrar na minha gaiola enorme.

“Amanhã você pode voltar lá em cima. Você se saiu bem


hoje.” Seu elogio tinha um gosto amargo. Eu não queria fazê-
lo feliz. Na verdade, eu odiava, mas era a maneira mais fácil
de conseguir o que queria no momento.

Eu não era Nemo. Eu não poderia quebrar cabeças e


pisar em todos. Eu não era Baz, todos com medo de tocar. E
eu não era Orson, um verdadeiro vampiro com velocidade e
força e uma habilidade cruel de matar. Eu não era nada
impressionante neste mundo.

Isso ainda era verdade?

O que aconteceu comigo? Pela primeira vez desde que


acordei, deixei essa ideia se instalar em mim sem que o
pânico a acompanhasse. Eu não podia continuar me
escondendo do que era agora. O que eu era capaz de fazer?
Eu era um monstro? Eu ainda era capaz de viver além dessas
paredes?
Stein me deixou entrar na sala. Nemo estava dormindo,
então fui até a segunda cama e tirei a foto de Nemo e Baz
quando crianças. Meus olhos perfuraram os olhos vermelhos
e verdes do meu basilisco. Isso deve ter sido logo depois que
ele matou sua mãe. Havia uma expressão morta em seus
olhos. É assim que ele ficou depois de me machucar?

Mudei meus olhos para os negros e raivosos de um


Nemo mais jovem.

Lembrei-me de agarrar nele quando a dor começou,


agarrar sua camisa e gritar. Lembrei-me do meu rosto colado
ao peito e do estrondo de sua voz: “vai ficar tudo bem,
coelhinho.”

Ele então me deu aquele soro especial - a terapia


genética, como Stein a chamava. Ele me salvou. Mas o que
mais aquele soro fez?

Com um suspiro, deitei na cama, segurando a foto


acima de mim. Levantei meus óculos de sol. Nemo estava
trancado neste quarto sem escapatória. Baz... eu precisava
saber o que seria tão perturbador em ver Baz. Ele estava
ferido?

Eu nem queria pensar sobre isso. Eu me sentia tão


impotente agora. Meus homens trancados e com eles, meu
espírito e minha alma. Os três eram os donos de mim. Eram
eles que via quando fechava os olhos, o que eu pensava em
quase todos os minutos do dia. A palavra obsessão sempre
soou tão sinistramente bela para mim. Todos esses assobios
como uma cobra amorosa tentando te seduzir.

Eu não poderia deixá-los. Nunca. Eu queimaria este


prédio com todos nós antes de tentar escapar sem eles.
“Bree,” Nemo murmurou, percebendo que eu estava de
volta. Ele era um homem grande, mas eu estava bebendo seu
sangue demais. Isso o estava deixando grogue. Fui até sua
cama e ele me acomodou em seu corpo.

“Eu te amo, Nemo,” eu disse. Ele passou a mão no topo


da minha cabeça e beijou minha testa. Era doce como um
homem tão grande e mau podia se esforçar para ser tão gentil
e amoroso.

“Eu também te amo,” ele murmurou meio acordado.

“Vou escapar disso,” eu disse. Ele sussurrou um pouco,


acordando um pouco mais.

“É o que você tem que fazer,” ele disse sombriamente,


empurrando minha cabeça contra seu peito e me apertando
com mais força. “Obrigado,” ele murmurou.

Eu não estava mentindo, não inteiramente. Eu não


continuaria vivendo assim. Havia uma raiva viciosa
crescendo profundamente na boca do meu estômago. A cada
dia estava crescendo. Era um monstro escuro com uma
energia que não podia conter por muito mais tempo. Eu ia
explodir.

Meus homens não foram feitos para serem controlados


e nem eu. Eu não suportava ficar trancada neste quarto. Eu
não suportava as injeções cronometradas, ganhar mini-
visitas com Orson e a autoridade geral de alguém sobre
minha vida - despejando privilégios gota a gota se eu fosse
uma boa garotinha. Bem, eles estavam prestes a receber um
inferno muito maior do que eles esperavam.

Nemo podia pensar que eu estava prometendo fugir


como uma sombra na noite. Deixá-lo, deixar todos eles.
Isso não iria acontecer. Eu iria aceitar o monstro que
sentia dentro de mim. Abaixar o medo e a dúvida. Eu quase
podia sentir o sabor metálico do assassinato enquanto
pensava no que faria. E o que eu faria era tudo e qualquer
coisa para fazer essas pessoas se arrependerem de tentar
controlar a mim e aos meus homens.
CAPITULO TRINTA E SETE

Minha cabeça girou e meu centro de gravidade mudou


enquanto Rachel me guiava escada acima para reunir-me à
população em geral. Eles se certificaram de que eu fosse legal
e recebesse todos os remédios que pudessem pensar. Era
para me deixar dócil e, infelizmente, estava funcionando.
Agarrei o corrimão e continuei subindo, minha mente muito
focada em ficar de pé para pensar em muito mais.

Meus óculos de sol steampunk estavam firmes sobre


minha maquiagem esfumada perfeitamente combinada. Eu
não me importava se ninguém iria ver. Eu vi e sabia que
estava lá. Minha maquiagem era para mim e mais ninguém.
Claro, se meus homens gostassem, isso seria um ótimo
bônus.

Hoje eu estava com botas de cano alto que me


lembravam das de Baz, cheia de fivelas e zíperes. Eu coloquei
uma saia rosa pregueada e meias arrastão rasgadas. Uma
camiseta chamada The Lovers completava o look. Era uma
camiseta preta com dois esqueletos em um abraço, flores
crescendo em seus quadris enquanto seus crânios se
tocavam na boca.

Minha expressão facial era totalmente de vadia - batom


de veludo preto apenas enfatizando o desprezo sutil traçado
em meus lábios o tempo todo. Minhas pálpebras estavam um
pouco mais pesadas com os cílios postiços mais bonitos que
eu tinha. Eles eram extra longos nos cantos externos e os
cílios se cruzavam no centro do olho.

Rachel estava chateada comigo porque eu a fiz esperar


enquanto eu me arrumava. Eu pensei sobre o primeiro dia
em que estive aqui. Como ela me arrastou parecendo uma
merda. Hoje, eu não estava disposta a repetir. Hoje, eu
estava cansada de ser controlada.

“Você perdeu o café da manhã. Já é a terapia de grupo,”


ela disse, como se isso não fizesse o meu dia. Se eles
tentassem me dar um shake vermelho, eu teria arrancado a
garganta de alguém e derramado em sua goela aberta.
Revirei os olhos por trás dos óculos e então entramos na sala
de estar.

Quase parecia um déjà vu com Doreen ordenando todos


a arrastar suas cadeiras em um círculo. O grupo parecia
quase o mesmo que no primeiro dia também. Um bando de
gente drogada com baba no queixo e olhos mortos. Fiquei
curiosa para saber quantos deles eram agora, na verdade,
pessoas mortas reanimadas sem alma.

Rachel voltou por onde viemos, passando por mim


enquanto ela saía. Minha mão estalou e eu a agarrei pelo
braço, fazendo-a engasgar enquanto a puxava de volta para
mim. Movê-la parecia fácil, embora não muito tempo atrás,
teria levado cada grama de força que eu tinha para dominá-
la.

“Lembre-se Rachel, há predadores maiores do que você


aqui,” eu disse com um sorriso, repetindo as palavras que
ela me deu na primeira vez que me mostrou o lugar. Minha
mão soltou e ela deu um pulo para trás antes de se afastar
rapidamente. Com um sorriso, eu empurrei meus óculos de
sol contra meu rosto e me virei para me juntar aos outros.
Já estava sentindo o efeito do remédio diminuir. Quão bons
estavam meu fígado e rins agora? Parecia uma
desintoxicação quase instantânea.

Doreen tinha um coração bom e saudável. Assim como


alguns outros. O resto... bem, o resto poderia ter saído de a
Noite dos Mortos-Vivos32, ao que parecia. Trazidos de volta,
mas não tão bem quanto Rachel. Seus olhos estavam
apáticos, suas expressões cansadas. Meus dedos agarraram
uma cadeira quando eu a peguei e a coloquei entre Josie e
Coral.

“A gangue de garotas está junta novamente. Que bando


divertido,” eu disse sarcasticamente.

“Óculos de sol de novo? O que vem a seguir, uma


máscara?” Josie disse. Ela me olhou e suspirou. “Você está
se transformando em uma mulher Baz.”

“Hmm, talvez eu sempre tenha sido. Alguns acreditam


que a alma se separa em algum ponto. Peças diferentes indo
para pessoas diferentes. Talvez nossas almas já tenham
existido como uma.”

“Almas gêmeas,” Coral murmurou.

“Bem-vinda à fazendinha feliz,” Josie resmungou


sarcasticamente e meus lábios se separaram dos meus
dentes em agitação.

“Acreditar em almas gêmeas não me deixa louca,” eu


rebati.

32 Filme de Zumbis, de 1968.


“Hora do grupo!” Doreen projetou-se com um largo
sorriso e um sotaque, seus olhos se cravando
especificamente em mim. “Brianna, estou tão feliz por você
estar de volta. Por que você não começa hoje?”

“Bree não é a abreviatura de Brianna, mas com certeza


vou primeiro.”

“Brianna quase morreu com o veneno...” ela começou e


meu rosto se contraiu. Ela simplesmente adorava
compartilhar as informações pessoais de todos sem
permissão.

“Como ela sobreviveu?” Um cara resmungou. Ele me


olhou com um olhar azedo de ódio. Enquanto meus olhos
percorriam o resto do círculo, vi o mesmo olhar refletido em
quase todos os pares de olhos. Que divertido. Parece que era
odiada agora.

“Os vampiros têm imunidade parcial inata,” disse


Doreen enquanto batia a caneta contra uma prancheta. O
barulho era agressivo e irritante, ameaçando uma dor de
cabeça. Outros sons começaram a surgir na sala. Todos os
pequenos movimentos e pigarros das pessoas. Sua
deglutição e arranhões.

Os cheiros vieram em seguida, as notas químicas de


formaldeído e os aromas individuais que ainda
permaneciam.

Minhas presas desceram e minha boca encheu de água.


Eu estava com tanta fome. Tão faminta. Aquela escuridão
dentro de mim borbulhava e sibilava como a poção do mal
de uma bruxa.

“Todos nós sabemos que ela era a pequena prostituta de


Baz. Talvez chupar seu pau deu imunidade a ela.” Um cara
chamado Jason disse, seus olhos mortos subindo pelas
minhas pernas.

“É você que quer chupar o pau dele,” o senhor


Pompadour disse, enfurecendo Jason.

Zane não estava rindo hoje. Ele estava balançando a


cabeça.

“Não devemos falar do diabo. Isso o convidará a este


lugar,” disse ele com seu sotaque forte. Claramente, Baz
tinha ido de algo que eles aceitaram relutantemente para
uma presença sombria que eles odiavam e temiam como a
própria Morte.

“Você está me chamando de viado?” Jason sibilou para


Pompadour. Porra, havia muita coisa acontecendo. Todos os
ruídos, cheiros e luzes sacudiam dentro do meu crânio como
cativos tentando abrir caminho para fora.

“Calem a boca!” Eu finalmente estalei. “Eu não chupei o


pau dele.”

“Mentirosa,” Jason murmurou.

“Eu fodi com seu pau,” eu disse. Isso calou o cara de


uma vez. “Estou com tanta fome,” murmurei, me curvando
sobre os joelhos e pressionando os dedos na testa. Eu me
concentrei na batida do meu coração e no cheiro de shampoo
de aveia e mel em meu cabelo, deixando os outros sons e
cheiros passarem para segundo plano.

Mas nem tudo ia embora. Como tambores - boom boom


boom - os corações batendo ao meu redor. Calmante,
excitante, emocionante. Eu escutei cada um. Os outros
ainda falavam, mas suas vozes eram murmúrios.
“Por que não deveríamos matá-la? Isso vai machucá-
lo…” Eu não tinha certeza de quem disse aquilo, mas as
palavras eram importantes o suficiente para chamar minha
atenção. Eles estavam discutindo sobre me matar para
deixar Baz chateado.

Eu virei minha cabeça para cima e respirei fundo em


seus cheiros. A fome viciosa em mim deslizou em cada veia,
latejando. A escuridão dentro de mim sussurrou, me
lembrando que esse era o fim da linha. Que eu não poderia
voltar para aquela cela trancada e continuar deixando outras
pessoas me controlarem. Que hoje era a porra do dia em que
aceitei as mudanças que sentia até a medula. Aceitava que
eu também era um monstro assassino.

“Por que diabos ele se importaria? Parece que ele estava


bem fodendo com ela até a morte,” outro argumentou de
volta. Eles estavam falando sobre me matar porque odiavam
Baz e pensavam que minha morte miserável poderia lhe
proporcionar algum desprazer.

Foda-se eles.

“O envenenamento dela foi um acidente,” disse Josie. O


gosto forte da traição era acobreado na minha língua. Me
traia uma vez, desonra pra mim. Me traia duas vezes...
desonra para ela. “Ele ficou tão chateado que a machucou
que depois ele explodiu e veio atrás de nós.” Seus olhos
vermelhos se voltaram para mim. Ela me queria morta? Bem,
então acho que a queria morta também. Foda-se. Eu estava
prestes a não ter mais merdas para dar. Não, a menos que
sobrasse para meus homens.

“Então é culpa dela?” Um cara rosnou. Meu sangue


estava fervendo, minha visão escurecendo nas bordas. Essa
raiva dentro de mim era feroz e exigia ação. Eu não conseguia
mais sentir os efeitos dos medicamentos.
“Todos vocês são tão engraçados,” disse Doreen com
uma risadinha nervosa que engasgou. “Vamos continuar!”
Minhas gengivas coçaram quando minhas presas desceram.
Eu apertei minhas mãos até que uma sensação aguda
mordeu em minhas palmas.

Rapidamente, abri minhas mãos para ver que meus


dedos eram pontas de unhas enegrecidas, como garras.
Havia marcas em minhas palmas com sangue preto. Desceu
pela palma da minha mão, mas em vez de pingar no chão,
levantou-se das minhas mãos como fumaça escura,
passando instantaneamente de líquido para vapor preto.

O choque me atingiu. Eu realmente era um monstro.

Uma mão agarrou minha nuca, me puxando pelos


cabelos. Meus olhos dispararam para Josie, que olhou para
mim com aqueles olhos mortos e vermelhos. O ar da sala
estava cheio de uma explosão de desejo por sangue.
Expressões excitadas e zangadas espalharam-se por meus
colegas pacientes. Grandes sorrisos de prazer percorreram
suas bocas. Eles eram selvagens e queriam a morte. Minha
morte.

Acho que era hora de começar o show de merda.

“Me solta,” eu assobiei para Josie. Ela estendeu a mão


e agarrou meus óculos, empurrando-os em seu próprio rosto
enquanto eu fechava os olhos com força devido às luzes do
teto que batiam em meus olhos.

Ela me jogou no centro do círculo e eu senti corpos me


baterem e dedos cutucarem para brincar com sua presa.
Esses eram os bastardos que provavelmente arrancavam as
asas de moscas quando eram crianças. Agora eu era a
mosca, todos eles se reuniram para brincar comigo até que
eu morresse.
“Vampiros não são tão durões,” alguém disse com uma
risada doentia.

“Ela nem é uma vampira completa. Ela é só meio…”


Josie começou.

“Pare!” Coral gritou com ela. Eu olhei na direção deles e


fechei meus olhos. “Você é uma vadia,” Coral fumegou antes
de sair pisando duro, não querendo participar desse jogo
violento doentio que estava começando. Eu não a culpava.
Ela não poderia ir contra todos eles. Mas ela se posicionou,
ficou ao lado de uma amiga, e eu percebi e sorri um pouco
na direção dela. Sua ação provavelmente salvou sua vida.

“Uma meio-vampira? Que porra é essa?” Um homem


perguntou e eu voltei a me mexer enquanto pessoas
desconhecidas me cutucavam o suficiente para me fazer
reagir. Todos eles assobiaram de alegria enquanto eu girava
em torno do círculo, tentando não deixar ninguém de frente
para mim por muito tempo.

Meu crânio parecia que estava cheio e ia estourar com


suas risadinhas e sons deles se arrastando, seus pelos e
suas roupas farfalhando. Eles cheiravam a produtos
químicos doentios, pungentes e desconfortáveis. Seus corpos
pressionaram, sufocando o círculo ao meu redor.

Eu não era mais uma meio-vampira patética. Eu não


era a garota doente e frágil, fraca e abaixo do peso. Eu era
uma vadia filha da puta desagradável que tinha o suficiente.
Eu cavaria meus dedos em todas as órbitas disponíveis e
dançaria em seus túmulos.

Meus olhos se abriram e a luz estava quase cegando.

“Tentem me matar então!” Eu gritei. Não havia nenhum


monstro lobo grande e mau. Não havia nenhum assassino
em série vampiro. Não havia nenhum basilisco mortal que
prometeu ser meu protetor.

Só existia eu e iria destruir este lugar e arrancar meus


homens de seus confinamentos.

Ou isso ou morreria tentando.

Os pacientes caíram sobre mim como um bando de


hienas com alto teor de testosterona e fome. Eles não se
intimidaram com a violência. Eles vieram até mim com suas
intenções claras. Senti seus corpos como pedras sendo
atiradas em mim. A única coisa que os atrasava eram um ao
outro. Eles lutaram para ser o único a me matar porque eles
eram bastardos assassinos, cada um deles.

Mãos me agarraram e eu abri meus olhos para ver um


cara vindo em minha direção com raiva, seus olhos
queimando de ódio. Ele não tinha batimento cardíaco e
cheirava a Josie. Acho que ainda restava personalidade
suficiente da morte para que ele pudesse apreciar seu prazer
doentio de matar.

Que pena, filho da puta, eu não iria morrer assim. Eu


não tinha terminado com meus homens. Não me cansava de
pensar neles a cada minuto do dia, de sonhar com eles todas
as noites. Obcecada e amando e nunca os deixando ir. E eu
não me importava com quantas pessoas eu precisava matar
para continuar amando-os.

Meus dedos com garras cresceram e se afiaram até que


eu parecesse a irmã mais horrível e desequilibrada de
Edward Mãos de Tesoura. O homem que me agarrou tentou
recuar em estado de choque, mas meus dedos em garras
perfuraram seus antebraços, fazendo-o gritar de dor. O medo
da morte estava em seus olhos quando eu o puxei para o
chão ao meu lado e, em seguida, montei em seu peito.
“Hora da merda do lanche!” Eu gritei de tanto rir antes
de bater em seu pescoço. Eu tive que abrir minha boca para
acomodar o novo comprimento de minhas presas. Parecia
que meu queixo se deslocou quando o fiz. Pelo terror
avassalador que brilhou no rosto do homem, eu estava
supondo que foi exatamente o que aconteceu.

Mandíbula deslocada, mãos em garras, sangue


estranho de sombras, força, velocidade - as coisas
definitivamente estavam melhorando.

Meus dentes cravaram no homem e eu mordi com força,


certificando-me de que ele sabia o quão irritada eu estava
por ele ter tentado me matar. O sangue jorrou em minha
boca rápido demais para eu beber. Tinha um gosto
desagradável, como poeira, cobre e produtos químicos, mas
engoli alguns goles antes de cuspir de volta em seu rosto.

Mãos agarraram meu cabelo, me puxando para trás. Eu


me debati e caí de costas. Um soco forte atingiu meu rosto,
fazendo minha visão explodir em cores.

Era isso, eu estaria matando cada um deles.

Minhas mãos foram pra trás e eu agarrei o cara, ele


puxou os braços para trás tentando fugir. Eu não ia deixar
isso acontecer, então mergulhei minhas garras em seus
antebraços, assim como fiz com o último. Ele gemeu e eu o
puxei para perto, afundando minhas presas e rasgando sua
garganta até que o sangue jorrou, derramando no chão em
uma bagunça.

“Tente fazer com que Stein conserte isso, seu filho da


puta!” Eu me levantei e vi Josie atrás de mim. Ela ainda tinha
um dos meus longos cabelos ruivos preso sob a unha de
quando ela me agarrou pelos cabelos. Era todo o lembrete de
que eu precisava saber que ela estava acabada.
Seus olhos saltaram quando ela olhou para mim. Eu
tinha garras pretas afiadas como navalhas de quinze
centímetros pingando sangue e presas monstruosas de dez
centímetros pintadas de vermelho.

Braços negros de sombras flutuavam de mim como


tentáculos. Eles pareciam sugar a luz, bebendo da mesma
forma que eu fazia com o sangue. A sala escureceu e
finalmente pude ver com clareza.

“Bree, sinto muito. Você tem que entender,” disse Josie.


Eu dei um passo em sua direção. Josie recuou meio metro,
em seguida, apertou a mandíbula.

“Vamos fazer um acordo,” ela deixou escapar.

“Por que diabos eu faria isso?”

“Porque eu sou como um gênio fodido. Eu sou um


demônio da encruzilhada.”

“Não vejo nenhuma encruzilhada.”

“Isso não importa,” disse ela, mas parecia uma mentira.


Além disso, eu não me importava. Eu não estaria vendendo
minha alma para um demônio.

Eu me lancei contra ela. Ela recuou e me deu um soco.


Eu me preparei para o golpe no estômago, mas não parecia
nada. Eu agarrei seu ombro e puxei-a, meus dentes
afundando em sua carne e sangue acumulando em minha
boca.

Seu sangue tinha tanto gosto de merda quanto o de


todos os outros. Eu me afastei e a empurrei para o chão. Ela
ficou lá, agarrando a garganta e tentando parar os espirros
sem sucesso.
Eu me virei para os outros e seus olhos se arregalaram
antes de darem um grande passo para trás.

“Isso mesmo, idiotas, eu sou um monstro do caralho,”


eu disse com um sorriso, segurando meus dedos com garras
para cima. Eu agitei meus pulsos e sangue foi arremessado
de minhas garras, respingando em seus rostos.

Essa luta era inútil, eu percebi. Eu queria meus


homens. Olhei para o corredor e comecei a correr, mas de
repente já estava no final do corredor - movendo-me mais
rápido do que jamais fui capaz. As sombras me lamberam
quando agarrei a porta do porão e puxei.

“O que você está fazendo?” Eu ouvi Rachel. Ela se virou


e tentou correr quando viu meu estado atual. Devia estar
parecendo assustadora com garras negras, presas longas e
sombras ondulando em cima de mim como se tivesse vindo
de pesadelos. Ela gritou quando eu a agarrei, empurrando
seu olho no sensor e esperando que ele destravasse a porta.
Eu a segurei enquanto ela lutava e saboreava a força que eu
sentia.

Finalmente, a luz ficou verde e a fechadura foi liberada.


Rachel parecia uma coisa muito poderosa antes, mas eu
nunca iria deixá-la ter esse poder sobre mim novamente.

“Vamos, Rachel,” eu disse, agarrando-a e forçando-a


comigo. Corri até o fim da escada, abri a porta de baixo e
corri para o lado médico, onde esperava encontrar Stein.

Alarmes estavam soando e tentáculos de sombras ainda


lambiam minha pele. Rachel respirava pesadamente e
tropeçava nos pés.

A sala de exame que eu estive antes estava vazia. O


próximo lugar que experimentei foi uma sala macabra
decorada com potes de vidro cheios de restos humanos e
animais. O mais perturbador era uma cabeça humana cheia,
nadando em um líquido amarelado com os olhos bem
abertos.

Stein estava atrás. Eu soltei Rachel e corri para ele


enquanto ele se levantava. Suas costas dobraram para trás
quando eu o empurrei contra o balcão. Suas mãos
pressionaram a mesa e ele me deu um olhar impressionado
através de seus óculos. Sem choque ou surpresa. Não achei
que o homem fosse capaz dessas emoções.

Ele notou meus dentes, garras e sombras e eu vi um


lampejo de interesse em seus olhos.

“A chave,” eu sibilei, inclinando-me e sentindo o cheiro


dele. Pergaminho, tinta e apenas o menor indício de produto
químico.

“Que chave?” Ele perguntou.

“Para o corredor! Para eles, dê-me as chaves de suas


celas.”

“Ah. Você matou muitos deles lá em cima?” Ele


perguntou e eu realmente não estava com vontade de falar,
então me lancei e afundei meus dentes em seu pescoço.
Quando seu sangue atingiu minha boca, recuei com
desgosto. Ele tinha gosto de veneno. Cuspi no chão e vi um
líquido claro. Eu olhei para cima e o vi já segurando um lenço
na ferida.

“Não tenho sangue e não gosto de ser mordido,” disse


ele, enfiando a mão no bolso e tirando um molho de chaves
que estendia.

“Tão fácil? Você está apenas dando para mim?”


“E por que não? Se você quer ir para a ala de alta
segurança, fique à vontade. Não espere voltar.” Seus olhos
voltaram para minhas garras. “Uma pena também. Eu
gostaria de estudar você mais.” Peguei as chaves de suas
mãos com uma carranca.

“Eu quero Nemo fora de seu quarto. Desative o chip.


Permanentemente.”

“Contanto que você prometa levá-lo para a ala de alta


segurança com você,” disse ele. Eu balancei a cabeça e ele
foi para seu computador, mostrando-me como ele digitava
para encerrar o software do chip.

Eu não me importava se eu fosse presa para sempre


naquela ala. Eu os queria - Orson, Nemo, Baz. Eu precisava
deles. Talvez estar todos unidos fosse a maneira perfeita
como as coisas deveriam ser. Só nós, o resto do mundo se
acabando.

Quando Stein terminou, saí correndo da sala. Rachel


estava tentando fugir pelo corredor. Eu corri para o lado dela.
Eu era muito mais rápida do que ela. A tontura borbulhava
em mim com a minha velocidade, força e poder. Eu agarrei
seu uniforme e puxei-a junto.

“Você vem comigo,” eu disse, virando-a em direção ao


quarto de Nemo. Novamente empurrei seu rosto no scanner
de olhos. Mudamos para a próxima área e forcei seu polegar
para o scanner de sangue. Ele se abriu com um clique.

“Seu chip foi desativado. Venha,” eu disse a Nemo. Ele


se levantou da cama e se aproximou. Seus olhos
examinaram Rachel cruelmente agarrada em minhas mãos e
o sangue espalhado por todo o meu rosto.
“Que porra de jogo você tem jogado, coelhinho?” Ele
perguntou com humor negro enquanto sangue escorria de
minhas mãos.

“Eu adoraria flertar, mas vamos pegar Orson e Baz,” eu


disse. A seriedade tomou conta de sua expressão. Joguei
Rachel no quarto e a tranquei enquanto saíamos. Eu podia
ouvi-la batendo e gritando contra mim.

Minhas botas mal tocaram o chão enquanto eu


acelerava à frente de Nemo, em direção à grande porta de
metal. Eu não podia esperar por ele, cada segundo parecia
importante. Eu precisava de meus olhos em Orson e
especialmente em Baz. Eu estava tão preocupada com ele
que senti um gosto amargo na boca.

Rapidamente, empurrei a chave e abri. Minhas garras


retrocederam junto com minhas presas. As sombras
esfumaçadas pararam e eu fiquei de pé em minha roupa
gótica rosa, sangue secando no meu queixo e pescoço e na
gola da minha camisa.

Eu me sentia bem, no entanto. Sem ossos quebrados,


nem mesmo hematomas. Eu sabia que alguns pacientes
haviam me batido com força suficiente para causar algum
dano, mas não havia nada.

Eu era aparentemente uma maldita durona, não apenas


uma pequena dhamphyr fraca - a nanica na caixa de areia.
Não, eu era tão mortal quanto meus homens.

Bem, pelo menos eu tinha potencial para ser.

Um sorriso se esticou em meu rosto e dei um passo à


frente para reunir meus homens, meus assassinos, meus
monstros.
Eu nunca os deixaria ficar longe de mim novamente.
CAPITULO TRINTA E OITO

Um rato estava no meu quarto. Eu estava pensando se


tinha afundado tanto a ponto de buscar o prazer em sua
morte. Estava farejando pelo lugar, chegando mais perto da
minha perna. Eu gostava de pensar em matá-lo demais para
realmente concluir a ação.

Em vez disso, perfurei a ponta do dedo com os dentes e


pressionei a almofada para que uma gota de sangue jorrasse.
Abaixei-me e ofereci um pouco de sangue vampírico. O rato
havia experimentado o gosto. Agora ele voltava todos os dias
apenas para um pequeno bocado.

Tirou o sangue que ofereci com um pequeno grito e


sorri. Era contra a lei vampírica transformar animais em
vampiros. É por isso que eu estava sorrindo enquanto a
criatura se alimentava de mim novamente. Meu rato vampiro
de estimação. O que era patético, mas o fato de ser ilegal me
deu uma espécie de prazer.

Quando ele saiu disparado, me perguntei se seria para


matar todos os outros ratos. Como as pessoas chamam os
animais de estimação? Filhos de pelos? Como o pai, como
filho de pelo.
Porra, eu me odiava. Eu gemi com minha própria
estupidez e pressionei minha testa na mesa. Claramente,
esta sala estava me deixando louco de uma forma terrível se
eu estava usando termos modernos fofos como filho de pelo.

Minha mente vagou e me lembrei de me alimentar entre


as pernas de Bree. Todo aquele delicioso sangue vermelho
cheio de ferro fluindo livremente em minha língua. Eu gemi.
Eu adorava quando ela estava naquela época do mês. Minha
calça branca ficou apertada. Masturbar-me era uma das
poucas coisas a fazer aqui, mas será que eu realmente queria
fazer isso de novo? Eu tinha acabado de me masturbar há
apenas trinta minutos.

Minha cabeça caiu para o lado, meu olhar apontando


para a porta quando ouvi alguém se aproximando. Hora do
almoço - outra bolsa de sangue. O sangue era grosseiro, frio
e geralmente de uma criatura de gosto desagradável.

Minha cabeça se ergueu quando Bree abriu a porta e


ficou parada, parecendo perfeita. Sua saia curta exibia
pernas claras cobertas por aquelas meias furadas ridículas.
Seu cabelo vermelho-sangue era uma bela bagunça até a
bunda. Seios bonitos, empinados e apontados direto para
mim, como se implorassem para serem sugados rudemente
em minha boca afiada e cruel. A cereja no topo era a
abundância de sangue manchado por todo o rosto e na frente
de sua camisa.

Perfeição total. Eu gravaria essa imagem na minha


cabeça e contrataria um pintor para imortalizá-la.

“O que minha protegida tem feito? Assassinado, talvez?”


Eu perguntei com um ronronar provocador.
“Mais ou menos,” ela disse correndo em direção à gaiola.
Quando vi um grande punhado de chaves em sua mão, fui
até as barras.

“Você roubou as chaves de Stein?”

“Na verdade, ele as deu para mim,” disse ela com uma
careta. Seus olhos azul celeste se voltaram para mim
enquanto ela girava a fechadura e a porta se abria. Seu
pequeno suspiro quando eu a segurei fez das minhas calças
já apertadas ainda mais apertadas. Eu gemi enquanto
enterrei meu rosto em seu pescoço, arrastando minha língua
sobre sua artéria. Minha outra mão escorregou entre suas
coxas.

“Eu amo sua predileção por usar saias,” eu disse,


brincando com meus dentes em seu pescoço.

“Há meia-calças, no entanto,” ela disse, seus dedos


alisando meu peito. Enfiei um dedo em um dos buracos de
suas meias arrastão, pressionando a ponta em seu ponto
mais sensível. Um pouco de prazer escapou dela. Eu
esfreguei meu dedo bruscamente e o som de suas meias
rasgando um grande buraco bem entre suas pernas foi alto.
Agora havia fácil acesso para eu esconder meu pau em sua
saia.

“Orson,” ela murmurou como uma reclamação. Enfiei


meus dedos em sua calcinha e deslizei sobre suas dobras
molhadas.

“Não há tempo agora,” disse ela, agarrando minha


camisa e empurrando seus quadris para frente, querendo
meus dedos dentro dela. Eu ignorei sua reclamação e
pressionei minhas presas em seu pescoço, respirando seu
cheiro. Eu mergulhei meus dedos dentro dela enquanto
mordia seu pescoço, sentindo sua pressão contra mim
enquanto seu sangue tocava minha língua. Eu balancei
meus dedos dentro dela, enrolando e provocando.

Um gemido retumbou de mim enquanto eu engolia seu


sangue quente. Eu arrastei meu dedo para fora dela,
esfregando sua própria umidade para que eu pudesse rolar
meus dedos em torno de seu clitóris. Suas pernas tremeram,
seus quadris necessitados indo para frente e para trás
enquanto eu flertava com seu prazer.

Seu sangue tinha gosto de sombras - escuro e rico - e


deslizou para dentro de mim suavemente e com imensa
satisfação. Seu sangue era prova suficiente de que ela
mudou. Eu esperava por isso quando descobri que ela
sobreviveu.

Será que seu sangue ainda ofereceria o melhor


tratamento para um vampiro - a habilidade de andar no sol?

Eu não sabia. Eu não me importava. Não havia muito


sol aqui nas entranhas de Verfallen.

Meu dedo deslizou sobre seu clitóris, uma provocação


lenta enquanto eu bebia lentamente. Minha língua lambeu
em movimentos sensuais e brincou com as pequenas feridas
dolorosas que eu tinha feito a ela. O pequeno gemido que ela
pressionou no meu ouvido me excitou.

Pisando ruidosamente pelos corredores, chegando mais


perto. Eu podia sentir o cheiro almiscarado do animal de
estimação de Bree. Ela se recostou. Eu não parei de acariciar
entre suas pernas, no entanto. Círculos gloriosos e úmidos
que ela não podia ignorar. Suas coxas estremeceram
levemente.

“Nemo está bem atrás de mim,” ela disse, inclinando-se


e tomando minha boca com avidez. Mordi seu lábio inferior
rechonchudo, cutucando-a com minhas presas para que seu
sangue jorrasse. Arrastei minha língua sobre a costura de
seus lábios, sentindo o gosto de seu sangue misturado com
o que já estava lá.

“De quem é este sangue? Tem um gosto horrível,” eu


disse antes de mergulhar minha língua em sua boca,
exigindo que ela me beijasse. Eu queria chupar a língua da
minha linda paciente.

Ela me deixou por um momento, cedendo porque


precisava. Porque eu era seu Orson. Porque não havia
existência sem nós juntos.

Eu entendia isso agora. Eu mal podia esperar pela vida


fodida que viveríamos. Eu mataria países inteiros por ela.
Deixaria que ela se banhasse com sangue fresco a cada
semana, uma banheira cheia de sangue.

Ela passou a língua nos meus lábios, sentindo o gosto


de seu sangue manchado neles, então ela se afastou.

“Nós temos tempo,” eu insisti, falando em nome do meu


pau. Eu a empurrei contra a parede, esfregando entre suas
pernas com força suficiente para fazê-la respirar fundo e
suas pupilas dilatarem. Ela balançou a cabeça.

“Nós temos que pegar Baz. Orson, estou tão preocupada


com ele.”

“Alguns minutos é tudo que eu preciso,” eu rebati,


enterrando meu rosto contra seu pescoço novamente
enquanto me esfregava contra seu centro, fazendo-a sentir o
que eu tinha que cuidar. Ela empurrou contra mim e
enquanto normalmente isso equivalia à força de uma
pequena criança humana, desta vez eu senti. Meu corpo foi
forçado para trás quando ela me empurrou para o
comprimento do braço.

“Baz primeiro,” ela disse. Meus olhos pegaram seus


braços pálidos com sua força recém-descoberta. Meu
pescoço latejava e formigava enquanto eu imaginava o
adorável aperto que ela deveria ter agora.

“Claro,” eu disse e sua boca se abriu em choque.

“Você está me deixando liderar?”

“Sim, bem, eu prefiro não ser sugado até secar de novo,”


eu disse com um estremecimento, pensando naquela
semana horrível em que fui um zumbi. Ela sorriu largamente
e deu um beijo fofo na minha boca, seus braços envolvendo
meu pescoço. Ela ficou encantada com meu comentário.

Claro, ela pensava que isso era uma admissão adorável


de amor. Verdadeiramente, eu estava com medo dela me
transformando em sua boneca vampira ambulante
novamente.

Finalmente, seu cachorro chegou. O homem enorme se


abaixou para passar pela porta. Suas narinas dilataram e
seus olhos pousaram em mim.

“Cheira a excitação,” disse ele profundamente.

“Nemo,” ela suspirou, sua voz quente. Ele a puxou para


longe de mim instantaneamente, arrastando-a para perto e
empurrando seu rosto contra a parede. Seu corpo a prendeu
enquanto seus pés a chutavam em uma posição com pernas
abertas. Ela engasgou e ele varreu seu cabelo em uma
bagunça, mordendo e lambendo sua garganta enquanto
entrava em sua calcinha.
“Agora é uma boa hora, então?” Eu perguntei a ela,
avançando com uma sobrancelha levantada.

“Não,” ela ofegou, mas Nemo continuou lambendo e


mordendo, continuou movendo a mão entre suas pernas com
força. Ele projetou o joelho em seu centro e ela choramingou
e moveu-se sobre ele.

Suspirei e revirei os olhos. Seus jogos de dominação


eram patéticos às vezes. Ele cheirou a excitação e tinha que
provar algum ponto desconhecido para mim.

“Nós temos que pegar Baz,” ela ofegou. Nemo mordeu


seu pescoço, segurando-o enquanto rosnava contra ela. Um
rápido momento depois, ela explodiu, gritando quando ele
forçou um orgasmo para fora dela. Ele ergueu a mão
chupando os dedos antes de virá-la e ficar de joelhos,
enterrando o nariz em sua calcinha e cheirando-a. As mãos
dela pressionaram seus ombros.

“Nemo, precisamos encontrar Baz. Não acho que ele


esteja bem,” disse ela. Isso pareceu permear seu cérebro
animal. Ele se acalmou, sua cabeça lentamente subindo
para olhar para ela.

“Por que?” Eu perguntei.

“Ele... eu não sei o que você sabe. Depois que ele pensou
que tinha me matado, ele matou quase todo mundo lá em
cima. Pacientes, equipe.. não sei em quantos ele pôs as
mãos.”

“Ele finalmente conseguiu,” eu disse com prazer.


Sempre quis vê-lo aceitar o que era, um assassino
implacável.
“Sim, e Stein o tem aqui. Ele não me deixou vê-lo. Disse
que vê-lo me aborreceria,” disse ela, agitada. Nemo se
levantou, puxando Bree em seus braços, passou por mim e
foi para o corredor.

“Por aqui,” disse ele, cheirando o ar. Eu também podia


sentir o cheiro dele. Aquele aroma cítrico exótico e picante
era difícil de perder.
Um suspiro feminino me acordou. Eu odiava acordar
porque às vezes levava horas para voltar a dormir. Não havia
nada de interessante para fazer enquanto estava acordado,
exceto ficar aqui parado, olhando para minhas mãos presas
em luvas de metal presas a correntes parafusadas às
paredes.

Se a vida pudesse ficar mais entediante, eu não sabia


como. Esta era uma tortura mental.

“Baz,” eu ouvi a voz de Bree e sorri. Sentei-me na cama


e parecia que o rosto de Bree tinha vindo para me assombrar.
Seu fantasma era divino. Eu realmente esperava que
fantasmas pudessem ser fodidos.

“Bree,” eu disse com um sorriso. Seus grandes olhos


azuis passaram por mim usando as roupas sujas com as
quais fui trazido aqui. O que não era muito, ainda nu da
cintura para cima. Embora eu tivesse essas algemas de
metal chiques que cobriam minhas mãos e iam até meus
antebraços.

Várias vezes ao dia, Stein vinha me aliviar das algemas


para que eu pudesse cuidar das necessidades e comer.
Ninguém mais concordou em me tocar depois que matei os
cinco primeiros membros da equipe, então essa era toda a
liberdade que fui recompensado.
Eu sabia que havia uma boa razão para não ter feito
uma matança antes. Não era moral, e eu acabaria
terminando nesta situação de merda.

“Linda, linda Bree. Espero que você tenha vindo chupar


meu pau,” eu disse com um sorriso. Meus olhos se voltaram
para os dois homens atrás dela e eu fiz uma careta. “Por que
eu imaginaria vocês dois?” Eu resmunguei.

“Ele acha que está tendo alucinações,” disse o Dr.


Orson, seus olhos varrendo meu peito nu.

“Você tem algo a prescrever para isso? Deixe-me


adivinhar, um supositório?” Eu disse com uma risada.
“Tenho que admitir, isso é uma melhoria em relação ao
Kukulkan.”

“O que?” Bree perguntou, abaixando-se ao meu nível,


seus olhos preocupados.

“Oh, você sabe, o deus cobra que está sempre


sussurrando no meu ouvido sobre matar pessoas.” Todos os
três trocaram olhares antes de Bree levantar um molho de
chaves e começar a experimentá-las nas fechaduras.

Sentei-me em silêncio, observando-a e tentando


processar o que estava acontecendo. Esta era uma
alucinação muito estranha. Meus olhos percorreram seu
corpo. Seus olhos continuaram voltando para os meus antes
de deslizarem para o meu pescoço. Eu inclinei minha cabeça,
observando enquanto suas presas marcavam seu lábio
inferior. O cheiro de sangue, mel e aveia se apegava a ela.

Meus olhos se estreitaram enquanto eu olhava para os


outros dois me olhando com os braços cruzados. O Dr. Orson
parecia despenteado pela primeira vez. Seu uniforme branco
realmente tinha manchas. Que coisa estranha de se
imaginar. Nemo parecia a mesma pessoa taciturna de
sempre. Decidi testar um pouco a situação.

“Posso ganhar um abraço?” Perguntei a Nemo e seus


olhos se arregalaram. “Qual é, você adorava me abraçar
quando criança. Sempre tentando enterrar sua fricção dura
no meu quadril.” Orson desatou a rir de Nemo e as
sobrancelhas de Nemo se franziram de raiva.

A fechadura se abriu e a corrente caiu de uma das


minhas luvas de metal e depois a outra. Eu segurei minhas
mãos antes algemadas na minha frente, livre da parede. Isso
não era uma alucinação.

“Eu estou morto?” Eu finalmente perguntei.

“Não, Baz,” Bree suspirou. “Eu sobrevivi.”

“Oh ...” Meus olhos se estreitaram para ela e me inclinei


para frente, observando todos os seus detalhes. O sangue em
seu queixo e pescoço, seu joelho revelando suas meias
arrastão rasgadas na virilha. Esse era um toque realmente
adorável.

“Não parece muito animado,” ela murmurou com uma


carranca.

“Não não. Eu estou animado, mas é apenas difícil de


acreditar.”

“Porra, você cheira bem,” disse ela, com os olhos


arregalados, as pupilas dilatadas. Eu me inclinei para trás,
pressionando meus ombros na parede atrás da minha cama.

Ela sobreviveu. Nemo e Orson estavam aqui.

Eu estava saindo dessas malditas correntes e Bree


estava fodidamente viva.
Meus olhos se arregalaram e eu engoli. Eu não sabia o
que dizer ou fazer. Se eu pudesse tocá-la, eu a envolveria em
meus braços e a apertaria com muita força. Eu a tocaria por
toda parte, cada pequeno ponto que pudesse encontrar -
atrás de sua orelha, a fenda de sua bunda, seus cílios.

Vendo que eu não poderia fazer isso, fiquei ali sentado


parecendo um idiota. Eu levantei meus braços.

“E quanto às luvas de metal?” Eu perguntei em um


estupor. Ela saltou em mim e eu estremeci em estado de
choque, mas não consegui ir a lugar nenhum. Ela caiu em
cima de mim na cama, suas mãos pressionadas em meus
ombros, seu rosto enterrado em meu pescoço.

“Estou com tanta fome, sinto muito Baz,” Bree disse


contra meu pescoço.

Todas as sensações pareciam ásperas e cruas. Minha


mente teve problemas para acompanhar tudo. A
temperatura, a textura. Parecia que explosões estavam
acontecendo em cima de mim, nervos super-sensíveis
gemendo em choque e deleite. Algo duro estava no meu
pescoço e percebi que ela estava se preparando para me
morder.

Eu respirei chocado e minhas costas arquearam quando


ela mordeu. Nemo e Orson deram um salto para a frente, os
olhos arregalados de choque. Senti quando ela começou a
sugar meu sangue, tirando líquido de mim. Foi sensual e
intenso - o puxão quente, úmido e poderoso de sua boca.
Acho que ela tinha algum veneno estranho, exceto que em
vez de matar, visava agradar. O prazer tomou conta de mim
e eu gemi.

Ela montou em mim e minha mente perdeu a


capacidade de pensar direito. Orson a agarrou pela nuca e
tentou puxá-la de cima de mim. Ela não se mexeu. Em vez
disso, ela pressionou seu corpo contra o meu, do rosto ao
quadril. Todo aquele tecido, pele e calor eram eufóricos. Suas
mãos deslizaram sobre meus ombros e até meu rosto. Ela
passou as palmas das mãos no meu queixo e, em seguida,
cravou os dedos no meu couro cabeludo.

Eu senti como se estivesse vibrando, meu corpo se


abrindo sem qualquer tensão. Meu pau estava duro na
minha calça, lutando contra o tecido. Cada músculo estava
relaxado. Bree choramingou e empurrou minha ereção,
esfregando-se contra ela como um gato necessitado que
queria um animal de estimação.

Eu me senti delirando, minha mente nublada com todas


as sensações do corpo dela sobre mim - tocando,
saboreando, esfregando, sentindo. Eu senti o alívio apertar
dentro de mim só com isso.

“Porra, eu a matei de novo,” eu disse, gemendo de


prazer. Afinal, eu era um filho da puta doente - morrendo ou
não, eu ainda gozaria nas minhas calças se ela ficasse
pressionada contra mim. Fiquei tonto rapidamente e uma
risada explodiu de meus lábios.

Finalmente, Nemo agarrou Bree, arrancando-a de mim.

“Você já bebeu o suficiente,” ele disse a ela e eu


resmunguei em reclamação por ter toda aquela pele gloriosa
tirada de mim.

“Deixe-me fechar a ferida,” ela disse, sua voz ofegante e


um momento depois ela estava se esfregando contra minha
ereção novamente, sua língua lambendo meu pescoço -
quente, úmida e suave. Eu gemi e sacudi meus quadris,
moendo contra ela.
“O que está acontecendo?” Eu perguntei a ela baixinho.

“Estou imune agora. Stein tem me alimentado com seu


sangue por injeção. Você tem o mesmo gosto do seu cheiro,”
disse ela, enterrando o nariz no meu pescoço. Isso fez
cócegas e me fez estremecer. Ela ergueu a cabeça e sorriu.
Era um sorriso tão lindo, seus lábios carnudos cobertos de
sangue tão perfeitos.

“E como é meu gosto?” Eu perguntei com uma voz


rouca, empurrando meus quadris para cima dela
novamente. Suas coxas pressionadas contra meus quadris.
Suas mãos alisaram meu peito e roçaram meus mamilos. Eu
respirei fundo com a sensação.

“Como frutas cítricas e fogo,” disse ela, em seguida,


pressionou seus lábios nos meus. Fogo azedo soava bem
para um homem morto nascido na fênix.

Eu podia me sentir em seus lábios. Apenas tinha gosto


de sangue para mim - metálico e não muito bom. Seus lábios
pareciam nuvens, entretanto, ou grandes almofadas fofas em
que meus próprios lábios se afundaram. Seus lábios se
separaram e nossas línguas se encontraram. Estava úmido
e intenso - apaixonado e íntimo. Foi desleixado e sujo.

“Porra, por favor, tire essas luvas de metal,” eu disse


contra sua boca. Ela não parou de me beijar, no entanto.
Ouvi Nemo resmungar e o senti experimentando as chaves
nas luvas enquanto minha boca dava goles gananciosos na
de Bree.

Uma algema caiu e meu braço livre disparou,


alcançando e agarrando sua nuca, prendendo-a contra mim
para que ela não pudesse fugir. Eu estava com fome de seus
beijos e não tinha intenção de desistir. A outra algema saiu
um momento depois e eu abri minhas calças.
“Agora mesmo? Sério?” Perguntou Nemo. Eu não
respondi, estava muito consumido com a ideia de sentir
Bree. Puxei meu pau para fora e bombeei uma vez antes de
agarrar a cabeça de Bree com as duas mãos e beijá-la com
mais força. Ela se afastou para respirar.

“Chupe-me,” eu disse com energia selvagem e aquela


linda mulher não precisava ser convidada duas vezes. Seu
corpo deslizou pelo meu e eu a observei. Enquanto ela
descia, sua boca deixou beijos molhados no meu peito e em
todos os músculos, fazendo-os estremecer.

Sua língua disparou para fora e varreu um mamilo, me


fazendo gemer. Meu pau estremeceu entre nós e ela desceu
completamente.

Seus olhos azuis trancaram nos meus enquanto seus


lábios envolveram a cabeça do meu pau. Eu empurrei para
frente de repente, fazendo-a me levar. Ela engasgou em torno
de mim, os músculos de sua garganta apertando e
empurrando contra meu eixo, me fazendo estremecer de
prazer.

“Oh merda,” eu murmurei em delírio. Bree se afastou o


suficiente para poder respirar, sua língua deslizando pela
parte inferior do meu comprimento enquanto ela o fazia.

Enrolei-me ligeiramente e agarrei sua nuca,


trabalhando-a de volta no meu ritmo ganancioso. Eu
encontrei resistência no fundo de sua boca e me afastei.
Minha outra mão foi para sua garganta, massageando
enquanto eu a encorajava a voltar para o meu pau.

“Você é tão perfeita, Bree. Tão linda. Fique relaxada.


Deixe-me colocar meu pau nessa sua garganta fina.” Meus
dedos esfregaram suavemente seu pescoço, mantendo seus
músculos relaxados enquanto eu deslizava para o fundo de
sua garganta.

“Porra, sim,” eu murmurei, quebrando em um gemido


quando a segurei. Eu não sabia como ser gentil sobre aquilo.
Não nessa primeira vez, pelo menos. Ela engasgou, aqueles
músculos fortes da garganta me apertando com força,
tentando me forçar a sair, tentando lutar contra o pau grosso
que queria entrar.

Eu puxei apenas meia polegada e ela começou a inalar


o ar. Eu empurrei meus quadris para cima rapidamente.
Desta vez, eu a senti me chupando com um maldito vácuo
enquanto seu corpo tentava sugar o ar para seus pulmões,
mas em vez disso, apenas conseguiu sugar meu longo pau.

“Você é tão bonita, Bree. Caralho,” eu gemi antes de


puxá-la e deixá-la encher os pulmões. Alguns bocados depois
e eu a estava empurrando para baixo novamente, sendo o
filho da puta exigente que eu era. Envolvi minha mão bem
sob sua mandíbula e senti sua garganta encher contra
minha palma enquanto eu deslizava todo o caminho de volta.

“Bem, ele parece bem,” disse Orson enquanto eu corria


a língua nos lábios e deixava Bree balançar para cima e para
baixo sozinha. Meus dentes afundaram em meu lábio
inferior, sentindo a pressão crescente.

Meus olhos deslizaram para os outros dois na sala. Eles


assistiam sérios, curtindo o show. Eu dei a eles um sorriso
provocador antes de me concentrar novamente em Bree e
seus lindos lábios carnudos envolvendo meu pau.

Eu prendi seu cabelo em um rabo de cavalo, gentilmente


encorajando-a para cima e para baixo mais rápido enquanto
eu ficava mais perto do orgasmo. Minha respiração vinha
rápida e profunda, minhas bolas apertaram. Só mais um
pouquinho.

Ela desceu e eu fiz o que queria. Minha mão segurando


seu cabelo a empurrou ainda mais para baixo, de modo que
eu entrei todo o caminho.

Porra, era tão bom dentro de sua garganta. Eu me curvei


sobre sua cabeça, segurando-a com os dois braços para que
ela não pudesse se levantar. Eu estava sendo um idiota
mesquinho, mas ela teria que me perdoar.

“Só mais um pouco, Bree, você está indo muito bem,”


eu murmurei, mal conseguindo falar. Ela engasgou e isso me
fez explodir. Maldições gemidas voaram para fora de mim
enquanto eu derramava em sua garganta. Eu parei de
segurá-la, ela levantou um pouco, mas então ela me
recompensou cavando suas bochechas e sugando enquanto
eu terminava meu orgasmo, meu esperma venenoso se
acumulando em sua boca perfeita.

Eu me inclinei na cama, ofegando em descrença quando


ela sugou meu pau. Antes que ela pudesse terminar de
engolir meu esperma, Orson agarrou sua nuca e tomou sua
boca logo acima do meu pau brilhante. Os dois gemeram
quando ele a beijou, sua língua mergulhando em sua boca
com fome, me provando em sua língua.

“Foda-se,” eu ofeguei. Meus olhos seguiram Nemo


subindo; ele agarrou Bree de Orson e então passou a língua
pelos lábios dela antes de mergulhá-la na boca, obtendo seu
próprio gosto.

Minha cabeça caiu para trás contra o colchão de merda


e eu soltei um suspiro. Meu pau molhado estava ficando
duro de novo e eu devia estar delirando com a perda de
sangue porque eu estava prestes a abrir minha boca e
oferecê-la para qualquer um que quisesse provar.
Meus olhos voaram para baixo para ver Baz olhando
para mim com os olhos cheios de fome e admiração. Eu
queria cada parte dele que me foi negada. É por isso que
puxei minha boca de Nemo e tirei todas as minhas roupas.

Todos os olhos estavam em mim, observando com uma


fome combinada que me fez estremecer. Três pares de olhos
perigosos. Três homens com força viciosa e apetites vorazes.
Minhas três almas gêmeas, sempre prontas para foder ou
lutar. Eu só queria uma dessas coisas agora.

Corri meus dedos sobre meus mamilos duros, tentando


aliviar o formigamento antes de me estabelecer em cima de
Baz. Suas mãos imediatamente foram para os meus lados,
seus quadris imediatamente se movendo para que seu pau
endurecido varresse minhas dobras lisas.

“Merda,” ele murmurou, sua voz vacilante. Orson se


ajoelhou na cama atrás de mim, montando as pernas de Baz
comigo. Ele puxou meu cabelo para o lado e pressionou seus
lábios no meu pescoço. Estremeci contra a sensação dele me
beijando enquanto o pau de Baz estava deslizando entre
minhas pernas.

“Você quer montar o pau dele, Bree?” Orson perguntou


e o pau de Baz empurrou debaixo de mim. Seus olhos
vermelhos e verdes percorreram Orson. Eu sabia que tanto
Orson quanto eu tínhamos olhos famintos e cheios de desejo
voltados para ele. Eu concordei.
“Não pare de se mover só porque eu fiz uma pergunta,”
ele repreendeu, empurrando seu corpo no meu e agarrando
meus quadris, seus dedos se sobrepondo aos de Baz. Orson
empurrou contra mim, projetando sua dureza em minha
bunda enquanto me fazia deslizar contra Baz. Eles
trabalharam juntos então, ambas as mãos em meus quadris,
dedos roçando um ao outro enquanto me empurravam e
puxavam no ritmo, moendo meu corpo contra Baz,
trabalhando minha bunda contra Orson. Baz estava
ofegando e empurrando para cima, pronto para estar dentro
de mim sem nada entre nós e sem se conter. Nenhuma
ameaça de morte pairando sobre nossas cabeças como uma
nuvem negra de tempestade esperando para estourar.

Orson deixou minhas costas, mas um momento depois


ele voltou, sua pele fria estava contra minhas costas, me
alertando que ele tinha se despido. Seus dedos deslizaram
pelos meus braços enquanto Baz se posicionou na minha
entrada.

“Sente-se,” Baz ordenou e eu lentamente desci, seu pau


nu empurrando dentro de mim. Quando ele finalmente não
conseguiu ir mais longe, sentei-me em seus quadris e
engasguei, seu comprimento delicioso roçando fundo.

“Tão perfeita,” Baz gemeu, seus olhos fechando por um


momento. “Porra, você é tão gostosa.” Senti o peso do pau de
Orson batendo na fenda da minha bunda. Ele apertou contra
mim, pressionando um beijo atrás da minha orelha.

“Monte nele, Bree,” Orson ronronou profundamente e


eu o fiz, puxando para cima e depois voltando para baixo,
empurrando meus quadris quando ele estava bem dentro de
mim, sentindo aquele profundo prazer reviver em meu
núcleo.
Baz amaldiçoou, seus dedos pressionando firmemente
em meus quadris. Eu realmente nunca tinha montado ele
antes - Baz normalmente gostava de ser o único no controle.
Eu gostava de vê-lo assim, se desfazendo de prazer embaixo
de mim, seu cabelo verde escuro espalhado ao redor. Eu me
levantei e abaixei, sentindo-o esfregar dentro de mim. Eu
balancei para frente e para trás sobre ele, sentindo seu
comprimento impressionante acariciar um ponto especial
que me fez sentir fraca.

Dedos molhados provocaram minha bunda e eu respirei


chocada quando Orson pressionou dois dedos dentro e me
abriu. Eu gemi e montei Baz que estava tentando seu melhor
para me deixar montá-lo, mas estava falhando, seus quadris
empurrando cada vez mais forte enquanto ele começava a
tomar todo o controle.

Foi tão bom quando Orson tocou minha bunda, me


provocando enquanto Baz fodia. Virei a cabeça e procurei
Nemo. Seus olhos escuros estavam nos observando, o calor
pesado em seu olhar. Ele me deu um pequeno sorriso
quando me pegou olhando.

Os dedos de Orson saíram e então seu pau pressionou


contra aquele buraco traseiro apertado, empurrando com
força para entrar. Orson envolveu um braço em volta do meu
peito e avidamente beijou meu pescoço enquanto entrava,
enchendo-me lenta e firmemente, empurrando onde eu
nunca tinha levado ninguém assim antes.

Uma respiração gaguejou para fora de mim. Eu me senti


tão cheia. Era diferente de quando Baz e Nemo estavam
ambos na frente. Isso parecia completo de uma maneira
totalmente diferente de alguma forma. Quando Orson
começou a se mover, foi mais uma vez uma experiência nova,
porque tinham dois paus grandes indo rápido e forte dentro
de mim, suas próprias estocadas, seus próprios golpes
brutais.

A parede fina entre aqueles dois pênis foi esfregada e eu


podia dizer pelo rosto e respiração de Baz que ele podia sentir
Orson do outro lado. Senti que ia explodir enquanto Orson
ofegava no meu ouvido, empurrando com força para dentro
e para fora da minha bunda. A respiração de Baz estava
difícil também enquanto ele batia dentro de mim mais e
mais.

Eles me bateram implacavelmente, nenhum tentando


igualar as estocadas do outro. Dois homens necessitados e
rudes fodendo meus dois buracos, indo para lá sem
restrições. Minha cabeça caiu para trás contra Orson e
minhas costas arquearam. Esse prazer era perfeito. Eu
estalei meus olhos e olhei para Nemo. Ele estava nu agora.
Amplo e bonito com sua força intimidante. Sua mão estava
em volta de seu pau e seus olhos vorazes bebiam da cena.
Ele gostava de assistir dois homens me pegando rudemente
ao mesmo tempo.

A mão de Orson desceu pela minha frente e deslizou


sobre minha boceta. Ele bifurcou seus dedos ao redor do pau
de Baz empurrando dentro de mim, sentindo o outro deslizar
para dentro e para fora. Baz amaldiçoou, sua respiração
vindo mais rápida e mais superficial enquanto ele trabalhava
em direção a sua liberação. Orson agarrou minha virilha com
mais força, seus dedos apertando contra os lados do pau de
Baz.

Baz bateu forte dentro de mim e eu o senti pulsando,


senti seu esperma me encher por dentro. Orson deu
estocadas lentas e suaves para dentro e para fora da minha
bunda até que Baz caiu para fora de mim. Os dedos de Orson
mergulharam em seu lugar, deslizando dentro de mim e
esfregando a liberação de Baz por toda parte antes que ele
erguesse os dedos sobre meu ombro e os sugasse enquanto
ele empurrava com força dentro de mim. Um gemido
retumbou de mim.

Baz balançou para fora da cama e Orson rolou de


costas, levando-me com ele. Ele caiu, mas rapidamente se
empurrou de volta na minha bunda, me fazendo contorcer e
gemer com a sensação invasiva da intrusão. Seus joelhos
estavam dobrados, enganchando minhas pernas nas dele e
me mantendo aberta enquanto Nemo se ajoelhava entre
nossas pernas. A cama rangeu com seu peso, o colchão
afundando. Seu pau grosso estava duro em sua mão
enquanto ele se aproximava.

“Sim,” eu gemi. Eu me senti escorregadia entre minhas


pernas com o esperma de Baz, mas meu centro vazio queria
ser preenchido novamente.

O corpo de Nemo era grande e quente, sugando o espaço


para fora da sala. Ele varreu seus dedos sobre minha
entrada, sentindo a bagunça molhada que Baz havia
deixado. Então ele se inclinou para frente e empurrou para
dentro. Orson tinha um braço sobre meu peito em uma faixa
de aço enquanto sua outra mão deslizava entre minhas
pernas, esfregando meu clitóris.

Nemo soltou um grunhido quando começou a se


empurrar para dentro e para fora entre minhas pernas. O
barulho estava úmido quando ele usou a liberação de Baz
como um lubrificante, deixando-a cobrir seu pau enquanto
ele martelava dentro de mim, muito faminto para tomar seu
tempo.

O comprimento de Orson continuou empurrando e


puxando na minha bunda, a sensação estranha e elétrica
enquanto Nemo continuava afundando bruscamente na
minha frente. Meu clitóris continuou sendo esfregado e um
momento depois Baz se ajoelhou no chão ao nosso lado na
cama, sua cabeça se inclinando e sugando meu mamilo em
sua boca, seus dentes afundando forte o suficiente para me
fazer ofegar e apertar. Orson e Nemo gemeram e me foderam
com ainda mais força.

Cada parte de mim estava sendo tocada, cada parte


usada e trazendo sensações avassaladoras. O prazer passou
por mim e eu lancei minha cabeça enquanto minhas costas
arqueavam no peito bronzeado de Orson. Meus dedos
cavaram através do cabelo de Baz, segurando-o em meus
seios enquanto ele os trabalhava em sua boca.

Meus olhos percorreram o homem enorme na minha


frente, todo musculoso, taciturno e moreno. Observei seus
braços tensos segurarem meus quadris e seu abdômen
sacudir enquanto ele trabalhava dentro de mim
repetidamente, obtendo prazer do meu corpo.

Eu explodi em um orgasmo. Meu corpo ondulando


descontroladamente, meus quadris resistindo. Os homens
ficaram parados porque eu estava me contorcendo o
suficiente para fazer tudo sozinha. Eu trabalhei ambos os
paus dentro e fora enquanto eu montava meu orgasmo. Eu
me abaixei sobre eles, apertando e gemendo. Senti Nemo
começar a inchar e ele se empurrou fundo, fazendo com que
eu desse aquela trégua.

Quando meu orgasmo acabou, ele começou a vibrar e


eu choraminguei. As presas de Orson afundaram em meu
pescoço e ele se enfiou fundo, montando as vibrações através
da parede fina dentro de mim, derramando-se na minha
bunda. Nemo olhou para mim com olhos negros. O peso de
seu poder emanando dele e pressionando sobre mim.

A vibração ficou mais forte e eu puxei Baz até minha


boca, fazendo-o engolir meu grito enquanto meu corpo era
forçado a um orgasmo molhado e esguinchado. O calor
desceu entre minhas pernas e Nemo gemeu de prazer,
finalmente me oferecendo uma curva de seus lábios.

“Isso mesmo, coelho, molhe meu pau,” ele resmungou


enquanto eu o sentia expandir e pulsar, o líquido quente me
enchendo, juntando-se ao de Baz entre minhas pernas.

A língua de Baz era quente e exigente em minha boca,


tomando tudo o que queria enquanto os dedos de Orson
agarravam meus seios rudemente por trás, apertando-os
com força, causando uma dor aguda que se justapôs ao
prazer opressor dentro de mim perfeitamente.

A forte pressão do nó de Nemo foi embora e Baz deixou


minha boca. Eu assobiei quando Nemo deu algumas
pequenas estocadas entre minhas pernas, fazendo com que
todos pudessem ouvir a liberação de dois homens molhadas
dentro de mim. O som era perverso. Ele cantarolou de
alegria, em seguida, inclinou-se, dando-me um beijo
comovente que me deixou agarrada a ele.

Orson deu um beijo em meu pescoço ao mesmo tempo,


algo gentil e doce. Nemo se afastou e Baz voltou em seu
sorriso largo de felicidade enquanto ele pegava meu rosto em
suas mãos e pressionava seus lábios nos meus, nenhum
polegar nos separando.

“Eu te amo tanto, Bree. Quando pensei que tinha te


matado...” ele interrompeu e pressionou seus lábios nos
meus novamente. “Eu não pude acreditar,” ele sussurrou.
Eu coloquei minhas mãos em cada lado de seu rosto.

“O que aconteceu antes, já foi, está tudo bem, Baz.” Ele


soltou um suspiro e acenou com a cabeça, seu corpo
relaxando.
“Quem está pronto para a segunda rodada?” Ele
perguntou, mostrando covinhas gêmeas atrevidas para mim
que fizeram meu rosto arder. Nemo grunhiu e revirou os
olhos e todos nós desembaraçamos e tentamos nos limpar.
Nemo me entregou óculos de sol que devia ter trazido do
quarto. Eu tinha deixado o meu no andar de cima após o
ataque.

“Como você sobreviveu?” Baz perguntou.

“Eu injetei nela o máximo de soro especial de Stein que


pude. Diretamente em seu coração,” disse Nemo. Baz
empurrou seu longo cabelo para trás de seu rosto, esticando-
se um pouco. Exibindo seus músculos gloriosos e definidos
e me distraindo demais para uma mulher que tinha apenas
três homens.

“Eu uh- obrigado,” Baz disse, seus olhos verdes e


vermelhos apontados para Nemo.

“Eu fiz isso por ela, não por você,” Nemo rosnou. Baz
revirou os olhos.
CAPITULO TRINTA E NOVE

Três Dias Depois


“Eu estou morrendo de fome, porra.” Disse Nemo,
olhando para o rato que Orson estava acariciando. O rato
não parecia muito feliz com isso. Ele guinchou e se
contorceu, mas Orson segurou-o com força e continuou
acariciando sua pequena cabeça. Eu estava começando a me
perguntar se Orson tinha enlouquecido. Ele nunca me
pareceu um cara de ter animais estimação.

Aparentemente, a inscrição fora desta ala - Das


Vergessene Verfallen - significava “A decadência esquecida”
de acordo com Nemo. Stein tinha lhe ensinado alemão
aparentemente. Além disso, ele conhecia essa ala, disse que
Stein às vezes a chamava de ala Esquecida, para pessoas que
ele queria esquecer que existiam.

Sim, éramos nós agora. Merda de gente que ele preferia


esquecer. Um dia desses eu teria que sentar e pensar bem
sobre por que a maioria das pessoas não gostava de mim e
me queria trancada. Agora eu estava com muita fome e
rabugenta.

Eu claramente não tinha pensado muito nessa coisa


toda. Presa em uma enfermaria esquecida? Que tal comida,
hein? E minhas roupas e maquiagem? Eu realmente não
pensei que isso fosse permanente. Eu esperava que
entrássemos e depois saíssemos.

No momento, estávamos todos sentados em colchões no


chão do corredor. Hoje nenhum de nós se sentiu muito
interessado em procurar saídas inexistentes. A única
maneira de entrar e sair era aquela grande porta de metal
em abóbada. A chave ainda entrava e parecia destrancar a
porta, mas não abria. Stein deve ter bloqueado ou algo
assim. Talvez fosse mágica? Eu não sabia nada sobre esse
tipo de coisa.

“Sinceramente, esperava mais jogos de verdade ou


desafio,” murmurei, recostando-me preguiçosamente no
colchão com minhas roupas sujas. Minhas botas foram
tiradas e minha calcinha ainda estava úmida da secagem ao
ar depois de lavá-la na pia. Tempos divertidos... não.

Nos últimos dias, os ânimos haviam crescido e não


tínhamos certeza do que fazer conosco, exceto reclamar um
do outro sem parar.

Baz desabou ao meu lado no colchão. Milagrosamente,


seu cabelo estava brilhante e sem nós, apesar da séria falta
de produtos para o cabelo. Havia barras rudimentares de
sabonetes que deveriam cobrir todas as nossas
necessidades. Aparentemente, para Baz, era o suficiente.
Acho que ele se auto limpava ou algo assim. Tinha que ser.
Era mágico. Ele sempre parecia milagrosamente limpo e com
a pele brilhante.

“Verdade ou desafio?” Ele perguntou.

“Verdade, estou muito cansada para me mover,” eu


suspirei. Eu parei de beber sangue de Baz e Nemo porque
eles não estavam recebendo comida. Tínhamos acesso à
água, mas as reservas de alimentos eram inexistentes. Eu
não tinha ideia do que isso significava para o nosso grupo.
Algum de nós realmente precisavam de comida para
sobreviver? Não tenho certeza, mas com certeza seríamos
muito mais felizes com alguma.

Minha fome era terrível e eu mal conseguia pensar em


outra coisa. Especialmente com os deliciosos cheiros de Baz
fazendo cócegas em meu nariz. Claro, Orson e eu estávamos
trocando sangue, mas simplesmente não era o suficiente.
Não para mim, pelo menos, Orson parecia bastante saciado,
mas estava extremamente agitado com nosso estado atual de
dormir no chão e ter um par de roupas.

Eu olhei para Baz enquanto ele sorria amplamente para


mim, esperando por sua pergunta.

“De quem é o pau que você mais gosta?” Ele perguntou


e eu gemi. Nemo e Orson sentaram-se um pouco mais eretos
e se inclinaram para mim de seus respectivos colchões de
chão.

“Eu não…” eu comecei.

“Claro que é meu,” Nemo disse de repente, olhando os


outros dois com um sorriso de satisfação.

“O que! Por que?” Baz perguntou indignado.

“Se esqueceu?”

“Eu não tenho um relacionamento íntimo com seu pau,”


Baz disse rapidamente.

“Não foi o que ouvi,” murmurou Orson.

“Pare com isso,” sibilei para Orson, não querendo que


ele revelasse que conversei com ele sobre aquilo.
“Meu pau vibra!” Nemo explodiu sobre todos.

“Oh sim, isso. Ok, vou te dar essa vitória. Bree gosta
mais do seu pau,” Baz suspirou, se contorcendo ainda mais
para baixo no colchão e deitando diretamente ao meu lado.
Seus dedos brincaram em círculos em volta do meu umbigo.
Eu estava quase irritada o suficiente para bater em sua mão,
mas era Baz e o toque era uma coisa especial para ele.

“Ai,” sibilou Orson quando seu rato o mordeu.

“Verdade ou desafio?” Eu perguntei a Baz.

“Verdade.”

“Você também é o companheiro de Nemo?” Eu


perguntei. Os olhos de Baz se arregalaram e então ele saltou
da cama.

“Uau, olha a hora! Tenho alguém que preciso


encontrar.”

“Não. Eu respondi sua pergunta, você responde a


minha,” falei com um sorriso.

“Você não respondeu minha pergunta, Nemo


respondeu.”

“Ok, Nemo pode responder a sua. Nemo?” Eu perguntei


e todos nós voltamos nosso olhar para ele. Os olhos de Baz
se arregalaram novamente enquanto esperávamos a
resposta de Nemo. Seus olhos escuros pousaram
pesadamente em Baz.

“Sim,” respondeu Nemo. Todos nós ficamos em silêncio


por um segundo enquanto a bomba afundava. Meus olhos se
arregalaram e minhas sobrancelhas subiram pela minha
testa. Eu não tinha certeza do que esperar. Eu imaginei que
Baz era especial para ele, mas eu não pensei que Nemo iria
simplesmente deixar escapar depois de tudo. Achei que ele
tentaria manter isso em segredo e eu o provoquei
implacavelmente por muito tempo antes que ele finalmente
admitisse. Acho que lá se foi meu plano de provocações sem
fim. Eu fiz uma careta.

Baz parecia tragicamente confuso. Ele continuou


abrindo a boca para dizer algo e, em seguida, fechando-a de
volta.

“Mas você me odeia,” Baz finalmente disse. “Nós nos


odiamos... não é?”

“Não, não odiamos,” Nemo suspirou e revirou os olhos.

“Você não tentou matá-lo toda semana?” Perguntou


Orson.

“Se quiséssemos um ao outro mortos, já o teríamos feito


há muito tempo,” disse Nemo.

“Olha, eu realmente, honestamente, pensei que você me


odiava,” Baz disse, passando suas mãos por seu cabelo
nervosamente.

“Eu tentei quando você me rejeitou,” disse Nemo.

“Rejeitei você? Oh meu Deus, você está falando sobre


aquele beijo quando éramos adolescentes? Você quase se
matou!”

“Você não me queria,” resmungou Nemo, olhando para


o rato de Orson.

“Eu não queria que você morresse!” Baz gritou em


exasperação. Nemo olhou para ele.
“Isso significa que você me queria?”

“Não sei. Porra! Eu quero agora. Não é o suficiente?” Baz


cuspiu em exasperação. Meu queixo caiu com sua admissão
e os olhos de Nemo se arregalaram. “Agh, estou com muita
fome para isso,” Baz disse, se abaixando e pegando as chaves
de Stein antes de sair pisando duro pelo corredor.

“Onde ele vai?” Perguntou Orson, puxando o rato até o


rosto e observando-o.

“Obviamente, vai cagar,” Nemo grunhiu.

“Não, ele não vai,” eu assobiei. “Ele é muito sexy para


cagar. Ele vai falar com sua alucinação. A cobra que lhe diz
para matar pessoas. Ei, ele sempre foi psicótico?” Eu
perguntei, olhando para trás e para frente entre Orson e
Nemo.

“Ele não é psicótico,” disse Nemo.

“Alucinações auditivas são a definição de psicótico,”


disse Orson, alimentando o rato com um pouco de seu
sangue. Nemo rosnou e investiu contra Orson. Ao mesmo
tempo, Nemo começou a mudar, seu corpo ficando maior,
mais escuro e mais peludo. Sua grande mão ficou longa e
garras saíram e agarraram o rato.

Seu corpo inteiro se transformou em um monstro lobo


em segundos e então ele jogou o rato em sua boca de lobo e
o engoliu.

Um momento depois, ele voltou a ser um homem,


enquanto Orson o olhava com a boca aberta.
“Meu rato!” Orson gritou. Nemo deu um tapinha no
estômago e sorriu. Isso enfureceu Orson, que então voou em
Nemo e assim a luta começou.

Eu fiz uma careta, mas observei enquanto eles lutavam


no chão. Suas roupas foram rasgadas, seus músculos
flexionados. Um sorriso preguiçoso se espalhou pelo meu
rosto enquanto eles socavam e mordiam um ao outro. Era
uma visão sexy.

“É hora de você ser colocado no seu lugar,” Nemo rosnou


para Orson, agarrando seu pescoço e jogando-o de costas no
chão. Orson agarrou seus antebraços e lançou-lhe um olhar
maldoso. Nemo apertou seu aperto com um sorriso maníaco
no rosto.

“Eu sei que você é um pervertido,” ele disse com prazer


sombrio, uma fileira de dentes revelada quando ele abriu um
grande sorriso.

“Não sou,” Orson murmurou através do


estrangulamento. Sua voz vacilou e a frente de sua calça
ficou apertada. Oh? Sentei-me um pouco e olhei seriamente.

“Sim, você é, porra. Qual parte você mais gosta? Isso,”


Nemo disse, apertando seu pescoço. Os olhos de Orson
tremularam semicerrados, a evidência de prazer. “Ou o fato
de eu ser um lobisomem sujo,” ele resmungou bem na cara
dele. Os olhos de Orson dispararam contra Nemo, e ele deu
uma risada rouca acima de Orson. Sua mão afrouxou em seu
pescoço, mas a manteve no lugar.

“Saia de cima de mim,” Orson rangeu enquanto Nemo o


mantinha preso.

“Se você realmente me quisesse fora, ainda estaria


lutando. Mas você não vai fazer isso, vai?” Ele estava certo,
Orson não estava lutando contra ele. Suas mãos ainda
estavam em volta do antebraço de Nemo, mas ele nem estava
puxando.

“Você está sujo e desleixado. Você é um animal. Bree


está cuidando de você como um animal de estimação. “

“Tem certeza?” Nemo perguntou com um sorriso de


dentes afiados. “Animal sujo e despenteado,” ele bufou em
humor.

“Tenho certeza”, disse Orson.

“Sabe, um cara como eu cruza com muitas pessoas com


gostos particulares. Necessidades particulares. Algo que só
um cara como eu pode dar a eles. E você sabe, cada um deles
gosta de enfatizar o que eu ofereço. Quão grande eu sou,
quão forte, quão mau”, ele se inclinou na frente do rosto de
Orson, “quão animal sujo eu sou.” Orson cerrou os dentes e
tentou lutar contra Nemo novamente. Nemo apertou o
pescoço do outro homem e a luta escapou de Orson, sua
boca se abriu de prazer.

“Que pervertido sujo. No chão, seu pau duro como um


animal quando eu te sufoco.” Arrastei minha língua sobre
meu lábio inferior antes de mordê-lo. Orson estava duro, eu
podia ver a marca de sua ereção nas calças.

Nemo afrouxou o aperto e Orson respirou fundo, os


olhos quase revirando na nuca ao fazê-lo. Eu conheci o
prazer desde a primeira inspiração, Orson me ensinou isso.
Eu gostava, mas não tanto quanto ele. Era um fetiche
completo para Orson. Um gemido retumbou de sua garganta
e ele se contorceu no aperto de Nemo.

“Você me deixa doente,” disse Orson com uma voz


grossa.
“Estamos presos nesta enfermaria há dias e cada vez
que você fala comigo é um insulto. Você não está me
enganando, pervertido. Cada vez que você me chama de sujo
eu ouço o desejo em sua voz.”

“Não quero nada de você,” disse Orson.

“Sim, você quer e eu vou dar a você. Você pode ser um


vampiro velho, mas a meu ver, você é apenas um pirralho
que precisa ser domesticado.” Os olhos de Orson se
arregalaram de choque quando a excitação percorreu minha
pele.

“Agora, meu pau sujo precisa de limpeza. Você vai


lamber até que brilhe,” Nemo disse, puxando para baixo as
calças, revelando um pau duro e grosso balançando entre
suas pernas.

O rosto de Orson parecia mais chocado do que eu jamais


tinha visto - boca aberta, olhos arregalados. Nemo arrastou
os dois até uma cadeira que trouxemos para o corredor. Ele
tirou as calças completamente e jogou a bunda nua na
madeira. Ele abriu bem as coxas musculosas e peludas e
puxou Orson de joelhos entre elas.

A mão de Nemo ainda estava em volta da garganta de


Orson, segurando-o onde ele queria. Ele se inclinou para
trás, parecendo relaxado quando sua ereção grossa se
estabeleceu entre eles.

“Vá em frente,” disse ele, e os olhos roxos de Orson se


arregalaram novamente.

“Você não vai me forçar?” Ele perguntou, fazendo Nemo


dar uma risada estrondosa.
“E tornar isso mais fácil para você? Não, você vai fazer
tudo sozinho porque é um pervertido. Lamba meu pau até
ficar limpo, escória de vampiro.” Eu deslizei para a beira do
colchão. Ele faria aquilo? Eu queria que ele fizesse. Eu
esperava que ele fizesse. Seria tão quente. Orson olhou para
mim, o conflito girando naqueles olhos violetas que eu tanto
amava.

Minha língua passou pelos meus lábios e então rastejei


sobre minhas mãos e joelhos, ficando atrás de Orson. Meus
dedos se enrolaram em torno de seu corpo e mergulharam
entre suas pernas, apertando sua ereção óbvia através de
suas calças. Sua respiração vacilou e Nemo ergueu uma
sobrancelha para mim por cima da cabeça de Orson.

“Faça o que quiser,” sussurrei em seu ouvido. Meus


dedos puxaram suas calças para baixo, liberando seu pau.
A mão de Nemo no pescoço de Orson apertou e eu senti o
pau de Orson pular.

“Limpe-o,” Nemo disse, fazendo seu próprio pau


estremecer. Quando Orson se inclinou para frente, agarrei
sua ereção com força em minha mão. Nemo lambeu os lábios
e observou Orson arrastar a língua sobre seu eixo. Ele deu
um pequeno ronronar. “Isso mesmo. Continue. Eu quero
tudo limpo.”

Orson gemeu enquanto insistia naquilo. Eu bombeei


seu pau em minha mão enquanto ele continuava a lamber
Nemo. Nemo continuou apertando e soltando o pescoço de
Orson e Orson estava se perdendo, quebrando a máscara
que ainda usava para si mesmo. A máscara de alguém
refinado e ordenado. Ele estava ofegante, com as mãos no
chão enquanto dava todo o seu esforço à tarefa.

Acariciei Orson lentamente, amando a sensação pesada


e aveludada dele em minhas mãos. Nemo tinha olhos
semicerrados enquanto observava o homem balançar entre
suas pernas. Ele o puxou para frente, movendo a mão para
a nuca de Orson e empurrou-o contra as bolas.

“Lamba para limpar também,” disse ele rispidamente, e


Orson deve ter obedecido porque a cabeça de Nemo se
inclinou para trás e ele gemeu. Acariciei Orson mais rápido,
recompensando-o. As pernas grossas de Nemo se alargaram
ainda mais enquanto ele apreciava a língua do outro homem.
Sua outra mão veio e ele começou a acariciar seu pau
enquanto Orson lambia suas bolas.

“Olhe como você está sujo, lambendo minhas bolas


assim,” Nemo disse asperamente, sua língua arrastando
sobre seus lábios. Orson gemeu e enterrou o rosto entre as
pernas do outro homem, chupando o saco com a boca. Nemo
bombeava enquanto ofegava. Acariciei Orson mais rápido.

Nemo de repente puxou Orson de volta e colocou a mão


em seu pescoço, estrangulando-o com força. Senti Orson
pulsar em minha mão e um líquido frio gotejou sobre meus
dedos quando ele começou a gozar.

Nemo se acariciou rápido e então disparou no rosto de


Orson, gemendo asperamente ao fazê-lo. Nemo afrouxou o
aperto e Orson respirou fundo, gemendo quando conseguiu
ar suficiente para isso.

“Melhor chupar e limpar,” grunhiu Nemo e Orson não


hesitou, ele se inclinou para frente e puxou o pau flácido do
outro homem em sua boca, rolando-o em sua boca enquanto
gemia. Isso fez todo o meu corpo se iluminar e a umidade se
acumular entre as minhas pernas. Eu precisava de um ou
de ambos imediatamente.
Minhas botas arrastaram e eu movi meus lábios
enquanto fazia meu caminho até o final daquela ala. Havia
um corredor solitário que parecia completamente
abandonado - luzes apagadas e meia polegada de poeira
acumulando-se no chão. Eu encontrei essa seção específica
ao procurar uma saída alguns dias atrás.

Parei em frente a uma porta de metal enferrujada. Havia


uma cobra de metal na frente, então é claro, eu tentei abri-
la. Felizmente, as chaves de Stein que Bree roubou tinham o
que eu precisava. Folheei a seleção ímpar de chaves de ferro
velho e novas de latão até que encontrei a que estava
procurando.

Ela deslizou para dentro da fechadura e então eu a abri


com força. A ferrugem não facilitou o desbloqueio da porta.
Uma vez lá dentro, deixei a porta aberta atrás de mim e
coloquei as chaves no bolso de trás.

Esse era um péssimo hábito, falar com coisas que não


existiam. No entanto, aqui estava eu novamente. Depois que
a bomba de Nemo acabou de explodir, eu precisava de uma
invenção da minha imaginação para conversar. Eu não tinha
certeza se isso era um passo a frente ou atrás dos cadáveres.

Na minha frente havia um grande tanque de água.


Quando me aproximei, uma luz acendeu acima do aquário,
iluminando a água nojenta. A cor verde escura tornava
impossível ver mais do que alguns metros dentro da coisa.
“Kukulkan?” Eu gritei. Um corpo escamoso pressionou
o vidro e eu fiz uma careta. Não gostava de ver algo que
estava só na minha cabeça. Ouvir um amigo invisível era
uma coisa... ver já era pura insanidade, mas eu realmente
não me importava em analisar isso neste momento.

“Basilisk,” uma voz profunda sibilou ao redor da sala.


“Você voltou.”

“Nemo é um grande idiota,” eu rebati.

“Você está pronto para me deixar sair? Você está pronto


para matar todos aqui?” Ele perguntou. Eu gemi de
aborrecimento.

“O que há com você sempre falando sobre matar? Além


disso, pensei que Kulkulkan voasse e tivesse asas, não
vivesse na água.”

“Ajude-me a escapar.” disse a voz com raiva. Eu fiz uma


careta mais forte. Essa voz na minha cabeça estava ficando
mais irritante a cada dia.

“Vamos fazer um acordo. Abro o topo deste aquário e


depois temos um chá onde reclamo dos outros.”

“Simmm,” ele assobiou. Eu revirei meus olhos. Até a voz


na minha cabeça tinha que ser complicada. Contornei a
borda do tanque onde havia uma escada de metal e subi até
o topo. Havia uma fechadura que prendia uma tampa de
metal no lugar. Comecei a mexer nas chaves de Stein e testá-
las na fechadura.

“Nós somos amigos. Vamos ajudar um ao outro,” disse


ele.
“As cobras precisam ficar juntas,” eu murmurei em
concordância. A terceira chave que experimentei fez a
fechadura abrir. “Ok, vamos lá,” eu disse, puxando a
fechadura da trava e largando-a no chão. Ela caiu com um
barulho alto quando me inclinei e empurrei a tampa de metal
alguns metros para trás. Meus dedos agarraram a borda e
me inclinei mais perto da água, olhando para ela. O cheiro
era horrível.

Era uma coisa estranha de se ter aqui neste lugar. Eu


me perguntei para que Stein o usara no passado. Deve ter
havido uma criatura real nessa água em algum momento.
Uma sereia peituda, talvez. Meus lábios se curvaram em um
sorriso.

“Afaste-se,” a voz exigiu.

“Por que? Eu abri, agora o negócio é você ouvir.”

“Primeiro, deixe-me sair. Vá para o outro lado da sala,


não morrerei pelo seu veneno. Já ouvi histórias sobre sua
potência.” Suspirei e comecei a descer a escada.

“Você era muito mais divertido quando era a máscara lá


em cima no meu quarto. Essa alucinação está ficando
tediosa.”

“Eu não sou uma alucinação. Eu te disse isso. Eu não


sou seu Kulkulkan. Eu sou Levi,” ele sibilou seu absurdo
enquanto eu me movia para trás da escada e voltei para a
frente da sala. O som de metal dobrando e moendo veio do
topo e minhas sobrancelhas se juntaram.

“Uh ...” eu comecei. Então a tampa de metal começou a


se abrir ainda mais e meus olhos se arregalaram quando me
senti profundamente perturbado. “Isso é uma alucinação,
certo?”
“Não,” a voz retumbou ao redor da sala antes da cabeça
aterrorizante de uma serpente monstro sair do topo do
tanque.

“O que você quer dizer com não?” Eu perguntei com uma


voz tensa, dando um passo para trás. Meus olhos estavam
arregalados como pires quando olhei para a criatura na
minha frente. A cobra d'água saiu mais alto do tanque, seu
corpo escamoso pingando água. Em seguida, deslizou para
a escada e a usou como rampa para iniciar a descida.

“Eu disse a você por dias. Eu não sou uma alucinação


e meu nome é Levi. Stein me abandonou aqui há muitos
anos, mas não posso morrer. Eu serei a morte dele e matarei
tudo em meu caminho.”

“Tudo?” Eu perguntei, dando mais alguns passos para


trás.

“Sim, tudo, exceto você, meu irmão cobra.” Seu corpo


escorregou para o chão e começou a se aproximar. Senti
minhas pupilas tremerem em resposta ao ser monstruoso na
minha frente. Parecia parte cobra, parte dragão de água.
Havia pequenas barbatanas azuis nas laterais de seu corpo,
juntamente com pontas e longas barbatanas de gavinha que
saíam de sua face. Olhos azuis brilhantes me perfuraram.

Era perturbador. Eu disse um monte de coisas


embaraçosas para aquele cara, pensando que não era real.
Mas era real e não parecia com nada que eu já tivesse visto
na vida real.

“Ok, sim. Posso ver que cometi um erro.” Eu me virei e


saí correndo da sala. Eu não me importava se aquela coisa
morreria instantaneamente com o meu toque, eu estava
assustado.
“Irmão!” Sibilou com uma voz profunda e alta que
parecia vir de todos os lugares ao mesmo tempo. A estranha
sensação daquele barulho me fez gritar e me inclinei de volta
para os outros. Nemo estava sentado em uma cadeira com
Bree e Orson entre as pernas. Suas cabeças se levantaram
quando virei a esquina.

“Por favor, me diga que é uma alucinação,” eu gritei para


eles porque aquela coisa não era normal. Eu parei
repentinamente e olhei para eles em confusão. Orson tinha
um estranho líquido leitoso no rosto que parecia porra.

“O que é uma alucinação?” Orson perguntou, enfiando


o pau nas calças, enxugando o rosto e tentando ajeitar o
cabelo para ficar com um estilo real. O que...

“O que diabos é isso no seu rosto?” Eu perguntei antes


de balançar minha cabeça. “Não, deixa pra lá. A cobra. O
Kukulkan.”

“A máscara do seu quarto? Aquela que diz para você


matar pessoas?” Bree perguntou. Eu balancei a cabeça
quando um barulho veio atrás de mim - algo deslizando pelo
chão em um silvo.

“Eu ouvi algo,” disse Bree com os olhos arregalados.

“Foda-se,” Nemo rosnou, pulando e saindo correndo.


“Corre!” Ele latiu. Um segundo depois, nossas cabeças
giraram na direção do som e a monstruosa cobra em forma
de dragão apareceu rapidamente. Ele bateu na parede com
um estrondo que sacudiu todo o edifício.

Ele se movia mal, como se não fosse feito para terra.


Suas escamas cintilantes pareciam úmidas, suas nadadeiras
não faziam nada além de atrapalhar.
Um grito saiu da garganta de Bree.

“Então, não é uma alucinação,” eu suspirei em


desapontamento.

“Volte,” a criatura sibilou, sua voz ecoando pela sala e


deslizando em nossas mentes.

“Mudei de ideia sobre sermos amigos! Eu tenho amigos


suficientes!” Gritei e então todos saímos correndo atrás de
Nemo.

“O que é aquilo?” Orson gritou.

“É o Kulkulkan! Ganhou vida!” Eu gritei.

“Não é,” Nemo resmungou. “Eu pensei que tudo nesta


ala estava morto. Foda-se se eu sei o que é, mas se está aqui
e está vivo depois de ser ignorado por duas décadas, então
não queremos mexer com isso.”

“Nós deveríamos matá-los juntos, basilisco! Deveríamos


escapar desta prisão!” O dragão-cobra gigante sibilou
enquanto deslizava terrivelmente mais perto e mais perto.

“Porra! Quantas vezes eu tenho que dizer às pessoas que


eu não quero escapar!” Eu gritei por cima do ombro. Bree e
Orson estavam na saída do cofre à frente, enquanto Nemo e
eu tentávamos acompanhar. “Aqui!” Gritei e joguei as chaves
em Orson. Ele as pegou e destrancou a porta.

Nemo avançou atrás de Orson e bateu com o corpo na


porta. Ela se abriu para meu espanto e todos nós deslizamos
para fora. Nemo fechou a porta e Orson trancou-a. Um
grande estrondo reverberou contra a parede e o edifício
estremeceu.
“Puta merda, pensei que só estava vendo coisas! Estou
falando com ele há dias!” Eu ofeguei, deslizando para o chão.

“Ei, essa porta não estava bloqueada? Como saímos?”


Bree perguntou. Alarmes estavam disparando no corredor e
o barulho alto de pés correndo estava vindo por ele.

“Porque estávamos entrando,” disse uma voz apática


atrás de nós. Nós nos viramos e contemplamos a visão diante
de nós. O corredor estava lotado de atendentes e pacientes
de aparência rude. Stein estava no centro com uma ligeira
carranca no rosto.

“Eu mudei de ideia,” disse Stein. “Eu quero meus


experimentos de volta.” Seus olhos castanhos se voltaram
para Nemo e Bree.
CAPITULO QUARENTA

Stein tinha feito para si um pequeno exército para nos


controlar. Todos eles cheiravam a formaldeído, o que
significa que cada um era um cadáver reanimado. Seus olhos
não tinham brilho e seus corpos mantinham violenta tensão.
Eles estavam prontos para atacar - enfermeiros e pacientes.

Eu nunca tinha visto tanta força acumulada para lidar


com pacientes indisciplinados em todo o tempo que estive
aqui. Então, novamente, eu nunca tinha visto uma equipe
de bestas sedentas de sangue como nós se combinando em
uma unidade.

“Eu não estou mais interessado em ser sua cobaia,” eu


rosnei, meus olhos varrendo as pessoas com diversão
maligna. Minha besta se moveu dentro de mim, praticamente
ronronando de prazer com a perspectiva de derramamento
de sangue. Minha atenção voltou para Stein e eu senti paz
se estabelecer sobre mim quando decidi matá-lo.

A morte era o que ele merecia. Ele tirou tudo de mim.


Uma vida que eu poderia ter vivido. Sim, teria sido uma vida
de merda, mas estar aqui não era viver de forma alguma.
Vinte e três anos de testes e drogas. De sangue bombeando
com tanta medicação que eu não conseguia nem sentir o
monstro que vivia em minha alma.
Embora foi Stein que fez aquele monstro, então acho
que ele não era de todo mal. Uma pena que minha besta
estava prestes a morder a mão que a alimentava.

“Você deveria parar de tentar controlar bestas. Não


parece funcionar para você,” eu disse com um sorriso
quando a parede atrás de nós bateu ruidosamente, o
monstro cobra, sem dúvida, se debatendo por dentro para
escapar. Stein suspirou, seus lábios formando uma linha.

“O problema não são as feras, mas a mente. Eu sou


perpetuamente transformado no cara mau, mas Nemo, eu
não sou o cara mau.”

“Experimentos ilegais e indesejados. Confinamento


forçado,” eu mordi. Pelo começou a brotar no meu corpo.
Minhas mãos começaram a se alongar, as unhas se
transformando em garras.

“Você é uma besta violenta e assassina. Claro que você


está confinado,” Stein disse inexpressivamente.

“Porque você me forçou a ser criado em um asilo para


assassinos sobrenaturais desequilibrados! No subsolo, em
uma gaiola, sem ninguém. Sem família, sem bando.”

“Eu tentei. Trouxe o basilisco para você,” rebateu Stein.

“Você o trouxe para usar seu veneno para testes,” eu


rosnei. Meu corpo estava se expandindo, meu rosto lenta e
grotescamente se transformando em um de lobo. Os
enfermeiros e pacientes olhavam horrorizados enquanto a
pele se rompia e se descamava, uma fera emergindo de baixo.

“As coisas podem ter usos múltiplos,” disse Stein.


“Assim como você. Um experimento e um espécime de teste.”
“Coisas?” Bree sibilou de raiva. “Eles não são coisas.”
Neste ponto eu não conseguia mais falar, a transformação
tomou conta de mim e se completou. Minha cabeça raspou
no teto e fui forçado a curvar-me, minhas costas
parcialmente dobradas. Minhas roupas tinham rasgado e eu
estava nu e peludo, meu grande pau pendurado para que
todos pudessem ver. Claramente perturbou alguns deles ver
aquilo. Como se eles não tivessem certeza do que parecia
mais ameaçador - meus dentes e garras, ou o pênis monstro
entre minhas pernas.

A multidão parecia nervosa e insegura, nunca tendo


visto minha besta antes. Um rosnado retumbou
sombriamente da minha boca, saliva pingando de dentes
extra-afiados. Na verdade, eu tinha duas fileiras deles.
Melhor para rasgar e destruir.

Flexionei minhas mãos, enrolando minhas garras


pretas. Minhas coxas e abdominais estremeceram enquanto
eu flexionava. O cheiro de mijo e medo era forte. Acho que
até cadáveres ambulantes sem alma sabiam quando se
preocupar. Stein parecia resignado.

“Tentem levar o basilisco e o vampiro de volta para a ala


de segurança. A garota e o monstro lobo ficam do lado de
fora. Não tenham medo de prejudicá-los - eles podem se
curar,” disse Stein. Quando suas ordens terminaram, a
multidão avançou com um grito de ataque. Os atendentes
estavam armados com bastões tranquilizantes e os pacientes
empunhavam armas caseiras.

Stein não era um homem violento e isso transparecia.


Ele estava perdido e a desculpa esfarrapada de um exército
estava prestes a se arrepender de acordar esta manhã.
Quase me senti mal com o que estava prestes a fazer, mas
nunca me sentia mal por muito tempo com derramamento
de sangue. Principalmente quando se tratava da satisfação
de destruir o homem que me criou com frio distanciamento
no porão de suas instalações contaminadas.

Eu olhei em volta por algum tipo de arma, algo que


pudesse combinar a distância com os dardos
tranquilizantes. A sala estava vazia de tudo, exceto pessoas,
então eu simplesmente peguei a primeira coisa que pude,
que era um segurança chamado William. Eu tentei imitar um
pedido de desculpas com cordas vocais de lobo e sem lábios,
mas pela expressão em seu rosto eu claramente não tinha
atingido o objetivo - oh bem, William estava prestes a se
despedir de qualquer maneira.

Eu o agarrei pelo pescoço e com um movimento do


pulso, apaguei suas luzes. Joguei seu corpo no ar, agarrei
suas pernas e comecei a usá-lo como um porrete. Limpei um
círculo de quase seis metros de largura, atingindo qualquer
um que se aproximasse com uma batida forte de Will.

Brutal, mas eficaz.

Eu era um dervixe33 rodopiante com meu humano.


Recuei e rugi, jogando Will cerca de seis metros. Eu era a
arma agora. Isso fez com que alguns na parte de trás
perdessem a vontade de continuar a luta. Para os que
ficaram, planejei fazê-los se arrepender. Eu estava prestes a
fazer uma apresentação emocionante de como uma besta
com um quarto de tonelada de tendões, pelos, presas, garras
e músculos poderia dilacerar até mesmo um homem
musculoso e saudável em apenas alguns segundos,
deixando-o pouco mais que um massa trêmula de carne
ensanguentada, acumulando-se em sua própria urina
enquanto sua vida vazava junto com seus outros fluidos.

33 Os dervixes mais conhecidos no mundo são os da ordem Mevlevi, célebres pela cerimônia de adoração em que
rodopiam num ato devocional denominado “dhikr”.
Com garras de sete centímetros nas mãos e nos pés,
arranquei rostos completamente. Um chute bem colocado
arrancou a cabeça de alguém, fazendo-o saltar em voo com
a boca escancarada e uma expressão de surpresa quando a
luz em seus olhos se apagou.

Logo ficou óbvio que o estímulo ocasional com o


tranquilizante não estava nem mesmo me desacelerando e o
número daqueles capazes de continuar a luta estava
começando a diminuir. Os corpos continuaram se
acumulando e o chão ficou escorregadio com vísceras e
sangue coagulado.

Então as luzes piscaram nos corredores. Tentáculos


sombreados de repente se esticaram ao redor, cercando
todos e sugando a luz. Todos pararam, seus olhos se
afastando de mim - a besta caindo sobre eles com sua morte
violenta. O que poderia fazer com que eles voltassem sua
atenção estava além de mim. Seus olhos se arregalaram,
seus pés se arrastaram para trás.

Minha curiosidade levou o melhor de mim e me virei


para Bree, Orson e Baz. E então entendi. Bree estava parada
com um sorriso que quase cortava seu rosto ao meio. Seu
cabelo ruivo balançando tão amplamente como se um vento
forte o tivesse capturado. Sua pele brilhava branca como
mármore ao luar.

Uma silhueta de sombras a envolvia, mas também se


estendia por aqueles misteriosos tentáculos escuros,
sugando mais luz. A escuridão tomou conta da sala e Bree
estendeu a mão e agarrou seus óculos de sol, quebrando-os
nas mãos e deixando-os cair em pedaços no chão.

Seus olhos normalmente azuis pareciam prateados e


emitiam um anel brilhante. O branco de seus olhos estava
preto. Seus dedos agora eram garras de ônix com sombras
onduladas saindo das extremidades pontiagudas violentas
como fumaça. Sua boca se abriu e as presas estendidas
caíram dramaticamente. Uma língua extra-longa rolou, me
lembrando daquela máscara de Venom que Baz gostava de
usar frequentemente.

“Chega de ser a senhorita legal,” ela sibilou.

O terror violento que ela irradiava era sobrenatural,


estranho. Bree parecia como se o próprio inferno a tivesse
vomitado para causar estragos nos humanos mansos do
mundo. Como se ela fosse uma precursora do fim dos tempos
aqui para mostrar à humanidade que eles eram os ratos do
mundo.

Ela parecia um pesadelo, uma deusa do mal. Suas


sombras finalmente sugaram até a última luz e nos
mergulharam na escuridão quase total - exceto por seus
olhos brilhantes e pele pálida e brilhante.

“Bree Hamilton,” ouvi a voz calma de Stein chamar.


Seus passos ecoaram no corredor enquanto todos prendiam
a respiração no terror que ela inspirava. “Eu quero fazer um
acordo.”

“Sem acordos,” ela assobiou. “Você não tem autoridade.”

“Você não entende. Eu decidi que quero que você vá


embora. Todos vocês. A liberdade é sua,” disse ele, me
surpreendendo. Eu me esgueirei silenciosamente para mais
perto de sua voz.

“Mentira!” Bree disse.

“Não é uma mentira. Eu só quero que você vá embora,”


disse ele. Uma risada perversa saiu de Bree e com ela se
seguiram os gritos de terror e dor de homens sendo
repentinamente massacrados. Ela se moveu pela sala como
um fantasma, acabando com quem ainda estava de pé. Os
gritos gorgolejantes de homens sendo massacrados por um
pesadelo ecoaram pelo corredor.

Eu pulei para frente, para onde localizei Stein. Minhas


mãos monstruosas o agarraram.

“Nemo,” ele disse antes de eu colocar meu braço em


volta de seu pescoço e arrancar sua cabeça de seu corpo. O
líquido derramou na minha pele e eu rugi em vitória. Eu
venci meus demônios. Eu acabei com sua autoridade sobre
mim.

As luzes do corredor começaram a voltar quando os


gritos finais dos moribundos terminaram. O chão estava
quente e pegajoso, cheirando a sangue e formaldeído. Bree
estava coberta da cabeça aos pés com sangue vermelho,
como se tivesse sido mergulhada em um tanque. Toda a
comissão de força patética de Stein estava morta no chão, a
matança de Bree tendo arrancado as gargantas.

“Agora vocês vão embora?” Uma voz monótona


perguntou de minhas mãos. Eu deixei cair a cabeça em
estado de choque, em seguida, olhei para baixo para vê-la
piscando para mim como se ainda estivesse viva e presa ao
seu corpo.

“Eu sabia,” ouvi o sotaque refinado de Orson dizer


enquanto ele se apresentava sorrindo para a cabeça
destacada de Stein. “Não há limites para quantas peças você
pode ser separado?” Ele perguntou com um sorriso cruel e
faminto em seu rosto. Os olhos castanhos de Stein se
voltaram para Orson. Baz veio passeando com suas calças
de cintura baixa, olhando Stein com desgosto.
“Eu nunca entendi toda essa coisa do Carniceiro Sem
Sangue. Por que pequenos pedaços? É melhor manter um
cadáver inteiro. Eles são muito mais divertidos assim.”

“É o serrar e o cortar que eu gosto. Acho meditativo,”


respondeu ele. Bree saltou em torno dos corpos na ponta dos
pés e veio ficar ao nosso lado. Ela se agachou na frente da
cabeça de Stein e tentou limpar o sangue de seus olhos. Ela
estava tão encharcada que pingava de seus cabelos.

“Não acho que meus homens queiram partir,” disse


Bree. Ela olhou por cima do ombro para nós.

“Obrigado!” Baz disse exasperado, jogando seus braços


para cima.

“Hmm, eu não me importaria de brincar com Stein.


Acho que podemos ser bons amigos. Embora eu tenha outra
casa próxima que as autoridades não conhecem,” disse
Orson, seus olhos se voltando para cada um de nós. “Não
teríamos que viver aqui. Apenas entrar e sair quando
quisermos.”

“Acho que eu gostaria disso,” disse Bree, empurrando o


dedo na testa de Stein. Ele olhou para ela. Era
desconcertante o olhar vir de uma cabeça decepada. “Este
lugar é um campo de alimentação para o frenesi. Eu consigo
beber dos pacientes. Baz consegue se socializar de uma
maneira que se sinta confortável. Orson torna-se amigo
íntimo de Stein. Nemo?” Ela perguntou. Eu deixei meu corpo
se transformar rapidamente de volta para um homem,
fazendo a transição suave em vez do show de terror
grotescamente lento que eu tinha feito antes.

“Eu não me importo,” eu disse. Eu não me importava.


Nunca me importei, nunca me importaria. Eu só queria eles
- minha matilha - Bree e Baz... e meio que Orson. Eu fiz uma
careta para ele e ele sorriu amplamente como o pervertido
que era.

Bree pegou a cabeça de Stein e a enfiou embaixo do


braço.

“O que você acha?” Ela perguntou, acariciando seu


cabelo. “Colocamos sua cabeça de volta. Você para de nos
controlar…”

“E você mata todos os meus pacientes? Não gosto da


morte, Srta. Hamilton,” disse Stein.

“Ah vamos, podemos nos comprometer. Obviamente,


não podemos matar todos eles ou então eles fariam com que
o lugar fechasse, certo? Vamos descobrir os detalhes juntos.”

“Eu acredito que não tenho escolha,” Stein disse


inexpressivamente.

“Fantástico!” Bree disse. Em seguida, ela baixou a


cabeça e chutou-a pelo corredor.

“Goool!” Baz gritou em exaltação, pegando seu corpo


encharcado de sangue e dando-lhe um beijo desleixado.
EPiLOGO

Um gemido retumbou na minha garganta provocando


um acesso de tosse que me fez virar e cair diretamente no
chão. Eu caí como um peixe morto - um grande e pesado
fracasso - porque, aparentemente, eu estava usando uma
camisa de força. Felizmente, foi minha bochecha que atingiu
o chão e não meu nariz. Independentemente disso, eu estava
gritando loucamente. Era o tipo de grito estridente
normalmente reservado para banshees34 fêmeas.

Eu não era um demônio, apenas um shifter malandro


irritado.

A porta se abriu, cortando o grito. Tentei me debater


com violência o suficiente para ver quem era, mas tudo o que
consegui foi parecer patético enquanto emitia grunhidos
estranhos.

“Levante-o,” uma mulher suspirou em aborrecimento. A


próxima coisa que eu soube é que um cara grande em uma
roupa toda branca estava me sentando na cama antes de sair
arrastando os pés. Meus pés pressionaram o chão, sem

34 Nome atribuído a fadas celtas que representavam a voz.


sapatos e meias. Eu consegui chutá-los no transporte antes
que eles me nocautearam com tranquilizante.

Meus olhos varreram a sala de dez por dez com um


banheiro anexo. Não era tão ruim. Pelo menos aqui eu tinha
minha própria suíte particular. A prisão onde eles me
mantiveram antes de me transferir era um grande cômodo
com duas fileiras de beliches cheios de desgraçados
malvados que muitas vezes não conseguiam lidar com a
perda nas cartas.

Aquele lugar era um show de merda. Eles nunca nos


deixavam sair da cela.

“Gonzo...” uma voz monótona disse, chamando minha


atenção para um homem com olhos castanhos chocolate
para combinar com seu cabelo castanho chocolate. “Não há
nenhum sobrenome listado.”

“Sou o tipo de cara de um nome só,” respondi. Ele não


pareceu impressionado.

“Eu sou o Doutor Stein. Esta manhã você foi


oficialmente internado no Asilo Verfallen para Criminosos
Insanos. Você se lembra de alguma coisa sobre a sua
transferência para cá?”

Plenamente. Lembrei-me de decidir que liberdade de


última hora soava um pouco melhor do que
institucionalismo forçado. Foi quando eu tentei um plano de
fuga maluco da parte de trás da van de transferência. Na
verdade, era minha própria culpa.

Eles deveriam ter usado o veículo de transporte da


prisão que mantinha o criminoso em segurança atrás de
uma parede. Em vez disso, eles enviaram sua pequena van
de hospital psiquiátrico para me mover. Aparentemente, eles
pensaram que uma camisa de força combinada com me
amarrar em um carrinho de mão me seguraria. Movimento
de novato, Verfallen.

“Nada,” menti.

“Você não se lembra de ter atacado os seguranças que


estavam trazendo você aqui? Chutado o motorista enquanto
ele dirigia? Tentado estrangular o outro com suas coxas?”
Ele perguntou. Meus olhos se voltaram para a enfermeira na
sala. Ela estava olhando para mim com os braços cruzados
sobre o peito, o quadril projetando-se e um pé batendo em
aborrecimento. Ela cheirava desagradável de alguma forma.

“Não sei. Isso realmente não soa como eu,” eu respondi.


O Dr. Stein cantarolou, seus olhos fixos nos meus sem
expressão. Eu não gostei daquilo. Seu rosto não se
emocionava e seus olhos nunca vacilavam. Olhe para outro
lugar ou algo assim, idiota!

“Infelizmente, você dormiu a maior parte do dia. Está


quase na hora de apagar as luzes. A enfermeira Rachel
ajudará você a ficar mais confortável, mas é hora de dormir.
Bem-vindo à Verfallen, Gonzo,” acrescentou com um sorriso
que mais parecia uma ferida. Eu tinha visto um sorriso
Glasgow35 com mais charme. Eu dei a ele um sorriso caloroso
de volta, esperando que ele aprendesse algo com aquilo.

“Obrigado, Dr. Stein,” eu disse. Seu sorriso caiu e seus


olhos se estreitaram quase imperceptivelmente, então ele se
foi e a enfermeira Rachel estava desabotoando minha camisa
de força com suspiros perfeitamente sincronizados.

35 Um sorriso de Glasgow é uma ferida causada pelo corte dos cantos da boca da vítima até as orelhas, deixando uma
cicatriz em forma de sorriso.
“Você precisa de medicação para dormir?” Ela
perguntou, sua voz deixando claro que ela não queria ir me
buscar em nada. Fiquei impressionado que eles até
perguntaram. Eu definitivamente tomei a decisão certa
alegando insanidade. Essa falsa tentativa de suicídio colou
bem.

“Estou bem. O Doutor Stein é meu terapeuta?” Eu


perguntei, imaginando quem eu teria que convencer para me
tirar desse lugar.

“Não, ele é o médico e meio que comanda o lugar inteiro.


Seu terapeuta será…” ela parou de falar e pigarreou
nervosamente. “Doutor Orson.” Ela terminou de remover a
camisa de força e eu me virei e pulei da cama.

“Oh sim? Ele é legal?” Eu andei ao redor da sala,


obtendo a configuração do terreno. Mesa lateral, guarda-
roupa grande, cama com roupa de cama mínima e um
banheiro privativo pequeno e sujo. Praticamente um resort
cinco estrelas.

“Você vai encontrá-lo amanhã,” foi tudo o que ela disse


antes de se mover em direção à porta. “Nós trancaremos você
esta noite. Ignore quaisquer ruídos que ouvir fora do seu
quarto. Se alguém tentar abrir sua porta, sugiro que você se
esconda. Você precisa de alguma coisa antes de eu ir?”
Alguém tentando entrar no meu quarto? Esconder? Isso
parecia promissor.

“Cheesecake de Nova Iorque?” Eu perguntei com um


sorriso para encantar. Ela bateu a porta na minha cara e
trancou-a. Uma fechadura padrão, fácil de abrir. Um
momento depois, a luz do teto se apagou e eu fui deixado
para explorar meu espaço no escuro. O banheiro tinha um
interruptor de luz que eles me permitiam controlar, pelo
menos.
O guarda-roupa estava cheio de roupas brancas que
aparentemente eram minha nova roupa de escolha. O branco
era uma cor terrível para mim. Sempre conseguia manchar.

Meus olhos pousaram na porta e percebi que já havia


passado tempo suficiente para que eu pudesse vagar. Só
para dar uma olhada no terreno e encontrar qualquer coisa
de interesse. Eu não pretendia escapar. Aquela tentativa
automática no caminho foi um erro impulsivo.

Eu ficaria aqui por um tempo e esperava ser liberado


após uma recuperação milagrosa da minha falsa insanidade.

Não demorou muito para que eu destrancasse a porta.


Ela se abriu e revelou um corredor silencioso e escuro. Eu
saí e olhei para os dois lados, não vendo nenhum sinal de
qualquer guarda perseguindo os corredores.

Um grito retumbou pelos corredores fazendo um arrepio


correr pela minha espinha. Meus olhos se arregalaram e fui
na ponta dos pés em direção a onde o som tinha vindo. Uma
porta estava aberta, a luz ainda apagada. Nenhum grito veio,
apenas uma cacofonia de efeitos sonoros perturbadores -
ruídos úmidos, grunhidos, liberações agudas de respiração.
Que porra estava acontecendo?

Eu me esgueirei até a porta e pressionei a parede


externa. Um gemido gutural veio da sala e um sorriso
apareceu em um lado do meu rosto. Um pequeno encontro à
meia-noite? Que escandaloso. Eu coloquei minha cabeça em
torno do batente da porta e meu sorriso caiu.

De um lado da cama, duas pessoas estavam


definitivamente transando. Um homem usando algum tipo
de máscara estava batendo em uma garota por trás. Ele
tinha seu longo cabelo ruivo enrolado em uma mão
enluvada, puxando-o com tanta força que a cabeça dela
estava esticada para o teto. Sua outra mão enluvada estava
rudemente amassando a pele de seu quadril. Ele bateu nela
com força enquanto ela choramingava.

Tudo isso era bom e elegante, mas a pessoa com a


garganta sangrando e o olhar morto do outro lado da cama
não era bom e elegante. Eu respirei fundo e o casal se virou,
me fazendo tropeçar para trás. O homem inclinou a cabeça
mascarada em curiosidade, ainda trabalhando lentamente
para entrar e sair da garota.

A garota era a coisa mais pálida que eu já tinha visto e


seus olhos azuis eram cruéis. Ela tinha sangue escorrendo
do queixo e escorrendo pelo peito, cobrindo os seios nus.
Esses dois haviam matado alguém e agora estavam fodendo
na cama. A boca da garota se abriu em um sorriso com a
minha expressão de surpresa. Duas presas apareceram em
sua boca, fazendo-me fazer uma careta.

“Eu poderia ter outro lanche,” disse ela enquanto o cara


empurrava com força dentro dela novamente, fazendo-a
gemer. “Baz, agarre-o. Ele cheira bem.”

“Agora?” Ele perguntou agitado.

“Por favor?” Ela implorou enquanto eu estava paralisado


em estado de choque. Ele suspirou e saiu dela. De repente,
eu estava olhando para um palhaço com um pau molhado
passeando em minha direção. Não, porra, obrigado.

Eles queriam me matar! Que tipo de lugar era esse? Eu


pensei que era apenas um hospital psiquiátrico padrão, não
um campo de alimentação para uma rainha vampira vadia e
seu grande amante palhaço idiota. Por que diabos eles
estavam aqui?
Seja qual for o caso, eu fugi rápido. Desci outro
corredor, tentando encontrar alguém que pudesse ajudar.

A sorte parecia estar do meu lado porque de repente


parei em frente a uma porta que tinha uma placa que dizia
Doutor Orson - o nome do meu terapeuta de acordo com
aquela enfermeira. Havia luzes acesas lá dentro e eu podia
ouvir as pessoas conversando. Eu invadi, sem me preocupar
em bater. O médico estava de costas para mim e curvado
sobre a mesa.

“Doutor!” Eu ofeguei. “Dois pacientes estão fora. Eles


mataram alguém…” minhas palavras morreram quando o
homem se virou, revelando que ele estava usando um avental
coberto de sangue. Em uma das mãos ele segurava uma
serra, na outra, um dedo que não era seu.

Um ruído sibilante veio da minha garganta enquanto


olhos roxos ferozes queimavam em mim com intenções
assassinas.

“Não, não, não,” eu disse, recuando lentamente. Eu


olhei para a mesa coberta de plástico para ver o Dr. Stein em
pedaços sobre a mesa. O engraçado era que ele estava
piscando para mim como se eu tivesse acabado de pegá-lo
relaxando.

“Gonzo,” disse o Dr. Stein. “Eu sugiro que você corra.”

“Que porra é essa?” Eu ofeguei. O Dr. Orson deu um


passo em minha direção, então me virei e corri para fora da
sala, cambaleando sem saber para onde diabos estava indo.
Quantas pessoas estavam tentando me matar agora? E um
deles era meu terapeuta?
Eu oficialmente sentia falta da prisão. Inferno, eu
preferiria uma segurança máxima do que isso. Literalmente,
qualquer lugar era uma melhoria neste ponto.

Virei em um corredor e senti arrepios pipocarem por


toda a minha pele. Parei no meio do caminho e respirei fundo
enquanto meus olhos se arregalaram.

Havia um lobisomem em algum lugar perto. Eu podia


sentir o cheiro. Eu apertei meus olhos no final do corredor e
inclinei minha cabeça. Mal consegui distinguir uma grande
forma. Este garotão tinha que ser um alfa.

“Ei,” eu gritei, esperando que a terceira vez fosse o


encanto. “Há alguma merda estranha acontecendo.” Eu dei
alguns passos mais perto, colocando minha fé na
camaradagem dos shifters.

A criatura no final do corredor se esticou sobre as duas


pernas, deixando-me tão chocado que recuei e caí de bunda.
Ele teve que ficar curvado apenas para não atingir o teto.
Esse monstro não era um lobo. Seus pés pisaram para frente
e eu fiquei paralisado pelo choque.

Ele tinha um rosto de lobo gigante com pelo por todo o


corpo. Suas patas traseiras pareciam as de um lobo, mas ele
caminhava sobre elas como bípede. Seu torso e peito
pareciam mais com a forma de um homem.

Essa coisa parecia um pesadelo. Eu nunca tinha visto


nada parecido em toda a minha vida e vivi com lobisomens.
Eles eram cachorros crescidos demais. Essa coisa pisando
forte em minha direção provavelmente comeu a chapeuzinho
vermelho, sua avó e toda a aldeia esquecida por Deus de
onde eles vieram.
E seu poder era como nenhum lobo que eu já encontrei.
Era uma presença física que empurrava minha pele,
tentando me esmagar até o chão. Eu me arrastei para longe
rastejando, ofegante enquanto o poder invisível me
empurrava.

Consegui me afastar mais alguns metros e pulei,


correndo. Eu sempre fui mais rápido que os lobos, mas
aquela coisa provavelmente poderia dar um salto e ficar em
cima de mim.

Entrei em pânico, serpenteando pelos corredores às


cegas até cair tropeçando nas escadas sujas, agarrando-me
ao corrimão na tentativa de não escorregar. Eu podia ouvir o
monstro lobo atrás de mim, ainda me perseguindo enquanto
eu fugia para o nível do porão. No final da escada, saí para
um corredor e virei à esquerda, correndo rápido.

Tentei mudar para a minha forma de pássaro, mas nada


aconteceu. As formas de raposa e coelho também não
vieram.

“Foda-se,” eu grunhi.

O monstro me acompanhou, às vezes chegando perto o


suficiente para estender a mão e agarrar meus calcanhares,
me fazendo gritar. E eu juro que ele dava uma risada sombria
e demente toda vez que o fazia. Essa coisa estava brincando
comigo.

Ele recuou, me deixando ganhar um pouco para que


esse jogo não acabasse. Ele provavelmente pretendia me
matar antes de me comer vivo. Eu tinha certeza como a
merda não estaria deixando isso acontecer. Eu era muito
inteligente para isso. Eu tinha que enganá-lo ou encontrar
uma saída. Provavelmente havia muitos lugares pequenos
em que seu corpo enorme não cabia. Com que diabos eles o
estavam alimentando?

Uma grande parede de metal apareceu na minha frente.


Parei e agarrei a maçaneta, ela se abriu lentamente. Eu me
espremi pela minúscula abertura que fiz e continuei
correndo, indo até o fim. Uma única porta enferrujada
apareceu na minha frente.

“É melhor eu não encontrar nenhum fantasma. Eu


odeio fantasmas,” eu resmunguei enquanto agarrava a porta
e puxava. Não cedeu, então dei outro puxão. As fechaduras
quebraram, desmoronando de seu estado enferrujado. Entrei
e fechei a porta o mais silenciosamente possível.

“Leve-me de volta para a prisão,” eu bufei para ninguém


enquanto recuperava o fôlego. Depois de um tempo,
finalmente me acalmei. Aquela coisa de lobisomem
monstruoso e esquisito não parecia que iria me encontrar.

O quarto em que eu estava era grande - cavernoso.


Minha voz ecoou em tetos altos.

“O que é este lugar?” Eu me perguntei. E eu não quis


dizer aquele cômodo, quis dizer o Asilo Verfallen. Este não
era um hospital psiquiátrico normal. Entrei mais na sala e
percebi que havia uma grande parede de vidro na minha
frente. Quando me aproximei, uma luz se acendeu no alto,
mostrando que era na verdade um grande aquário. A água
estava verde e suja. Não consegui ver nada lá dentro.

“Quem é Você?” Uma voz profunda disse suavemente.


Ele sussurrou pela sala e eu virei minha cabeça, mas não vi
nada.

“Quem está aí?” Eu perguntei. Eu ouvi a água batendo


no topo do aquário e olhei para cima. O vidro se estendia por
cerca de quinze metros de altura. Um pequeno jato de água
espirrou sobre a borda e deslizou pela frente do vidro na
minha frente. Cheirava a sal e algas. Engoli.

“Este é o seu quarto?” Eu perguntei com uma carranca.


A porta tinha uma fechadura tão enferrujada que se quebrou
com um puxão. Se havia alguém aqui, era porque já estava
aqui há muito tempo. “Eu não queria invadir. Algo estava me
perseguindo.” Eu olhei para a água, tentando ver através da
escuridão, sem sucesso.

A água espirrou novamente como se algo grande se


movesse na água. Eu olhei para a porta por cima do ombro.
Acho que prefiro lidar com um grande tubarão falante atrás
de uma espessa parede de vidro do que com o monstro lobo
nos corredores que comeria meu coração.

“Olá?” Eu perguntei, tentando fazer a pessoa falar


novamente. “Uh, você perguntou quem eu era. Eu sou o
Gonzo. Um novo paciente,” eu disse com uma risada nervosa
enquanto olhava para a água.

Um grito saiu de mim quando um enorme corpo


escamoso bateu no vidro bem na frente do meu rosto. A coisa
na minha frente era grossa, enorme. A criatura dentro
deveria ser enorme. Meus olhos se arregalaram e eu respirei
fundo quando dois olhos azuis brilhantes flutuaram
vagamente na escuridão da água.

“Meu nome é Levi,” a voz disse profundamente,


sussurrando ao redor da sala. Eu não sabia como eu sabia
disso, mas a voz tinha vindo da coisa da cobra d'água.

Quando olhei para a água turva, pensei ter visto uma


grande cabeça semelhante a um dragão começar a se
transformar na forma de um homem. Uma enorme
barbatana verde de aparência cruel bateu no vidro e o som
agudo de um estalo me fez recuar com os olhos arregalados.
A rachadura começou pequena, mas depois se estendeu até
o topo.

“Merda,” eu bufei antes de me virar e correr para fora


da sala. Eu corri pelos corredores até que colidi com alguém
e comecei a gritar e me debater.

“Gonzo,” uma mulher retrucou e eu finalmente me


acalmei o suficiente para ver a enfermeira Rachel.

“Oh! Graças a deus. Existem todos esses psicopatas


correndo por aí tentando me matar. Tem um monstro lobo
por aqui em algum lugar.”

“É de manhã,” disse ela com uma cara impressionada.


“Você está bem agora. Estou surpresa que você tenha
durado, na verdade. Ficarei ainda mais surpresa se você
durar amanhã à noite.” Ela se virou e começou a se afastar.
Eu fiquei lá sem palavras. “Vamos, é hora de eu mostrar a
enfermaria e fazer sua papelada,” disse ela.

The End

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