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É importante ressaltar que não existe uma relação unívoca e direta entre as alterações
citadas neste capítulo e as patologias, ou seja, a presença dessas alterações é um
possível indicativo das patologias em questão, porém não implica no seu diagnóstico
preciso.
De acordo com o oitavo critério proposto pelo DSM-IV (1995) para a definição do
diagnóstico de depressão, as queixas de dificuldade de concentração, capacidade
diminuída de pensar e indecisão podem evidenciar a presença de déficits cognitivos.
Os estudos de Lawrie (2000) mostraram que crianças com depressão possuem baixa
performance em medidas de inteligência não-verbal e verbal. A depressão pode ter
efeitos negativos a longo prazo, como alterações na aquisição das habilidades verbais
e acadêmicas.
Outro mecanismo cognitivo estudado nesta patologia por Pantano (2001) diz respeito
à “memória relacionada com o humor”, que é um mecanismo cognitivo de facilitação
para a instalação de (ou para a manutenção de) um quadro depressivo através de
pensamentos e processamentos condizentes com o estado de humor do indivíduo.
Esse processamento alterado seria capaz de provocar prejuízos importantes no
processamento e compreensão da linguagem.
Falhas também têm sido observadas na memória autobiográfica (Crowe & Alavi,
1999) e nas memórias episódica, semântica e lexical (Kircher et al, 2001), além de
lentificação dos processos cognitivos e baixa performance na memória de trabalho,
como resultado da lentificação dos processos de entrada de informação (Hartman et
al, 2002).