Você está na página 1de 3

TÉCNICAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA

A anatomia é a ciência que fornece o conhecimento das estruturas que compõem o corpo humano.
Ao utilizar-se de técnicas de contato manual, pode-se desvendar uma vasta quantidade de informação
não disponível à visão, ajudando o terapeuta no acesso ao paciente e ao diagnóstico. Sendo assim, a
ANATOMIA PALPATÓRIA visa capacitar os profissionais da área da saúde quanto à localização e
palpação das principais estruturas músculo-esqueléticas, ósseas, ligamentares, nervosas e vasculares.

A anatomia palpatória é uma importante ferramenta utilizada por diversos profissionais, entre eles o
fisioterapeuta, durante procedimentos de avaliação etratamento.

É em função de uma técnica precisa de anatomia palpatória que o profissional tem condições de
identificar estruturas anatômicas diretamente relacionadas com cadeias lesionais que provocam sinais
e/ou sintomas importantes como dor e redução da amplitude de movimento articular.

Um bom conhecimento da anatomia palpatória permite que o profissional execute técnicas de


tratamentos de forma mais precisa, promovendo desta maneira a melhora do quadro clínico do
paciente e sucesso na terapia.

AVALIADOR X AVALIADO

Existem alguns princípios importantes para serem destacados e que devem ser seguidos dentro da
anatomia palpatória:

TÉCNICA DE PALPAÇÃO
A técnica correta de palpação deve ser executada de forma que toda a superfície palmar das mãos
permaneça em contato com a área a ser analisada e, não somente a ponta dos dedos.
AVALIAÇÃO

Segurança e Ambiente

O ambiente e a segurança em anatomia palpatória são dois aspectos a ser levados em consideração e
cabe ao terapeuta responsabilizar-se por eles. Em relação ao ambiente, este deve ser arejado e
espaçoso para que, nem o terapeuta nem o paciente, sofram algum tipo de acidente desnecessário,
além de ter que permanecer tranquilo e silencioso. A sala deve estar a uma temperatura amena e o
terapeuta deve assegurar a privacidade do paciente.
O equipamento mais importante para uma boa palpação são as mãos do terapeuta, portanto, todos os
cuidados necessários devem ser tomados, como por exemplo, elas devem estar limpas, aquecidas,
secas e com as unhas cortadas. Além disso, o terapeuta deve usar uma roupa confortável e apropriada,
não deve usar qualquer tipo de jóias ou acessórios, tais como anéis, relógios, etc. e o cabelo, se
comprido, deve estar preso.

Posicionamento do paciente

1. Paciente se encontre bem relaxado, para que a palpação seja bem sucedida e de preferência o
paciente deverá ser avaliado individualmente;

2. A posição em decúbitos vai depender da estrutura anatômica a ser palpada:


i. - Decúbito Dorsal;
ii. - Decúbito Ventral;
iii. - Sentado com a coluna ereta.

3. O corpo do paciente na maca deve estar próximo do terapeuta e o segmento a ser analisado deve
estar em posição de contração concêntrica (aproximação das fibras), porém, sem que tenha contração
(o músculo deve estar relaxado) ou em posição neutra. Este posicionamento é importante, pois caso
a musculatura esteja “estirada”, ela não estará em sua tonicidade normal (hipertonia) e isto poderá
alterar a percepção da palpação.

Posicionamento do avaliador

1. O terapeuta deverá colocar-se junto ao divã. O posicionamento correto irá assegurar-lhe o alcance
de todas as partes do corpo a palpar;
2. Sempre ficar perto da estrutura a ser tratada, se posicionar em finta de sua preferência e imaginar
que uma gravata está em seu pescoço e esta deve ficar perpendicular a estrutura a ser palpada, sendo
o centro de gravidade do avaliador acima do local a ser avaliado;
3. Escolha da posição dos pés de acordo com o equilíbrio necessário à técnica:

- Finta Dupla: A posição dos pés deve ser em paralelo estando um pouco afastadoum do outro para
manter uma boa base de suporte. A oscilação para trás e para frente com os joelhos e tornozelos
dobrados permite que os braços e as mãos do terapeuta sejam aplicados sobre grande área,
comparativamente com o pouco movimento dos quadris e coluna vertebral. Ambos os pés devem
permanecer em contato com o chão em todos os momentos, para que o equilíbrio seja mantido.

- Finta Anterior: Um dos MMII fica para frente e o outro para trás, dando também um espaço de
afastamento entre os membros de cerca de dois palmos para garantir o equilíbrio.

- Swing: É a passagem da finta dupla para a finta anterior ou vice-versa. Utilizado mais
especificamente para técnicas de tratamento.

Altura da maca relativa à altura do terapeuta (adaptações):

- Maca ideal: altura do avaliador do lado da maca, com o braço estendido e punho cerrado.

Pressão e Estruturas

A pressão exercida a cada palpação varia, dependendo da estrutura anatômica específica que se deseja
alcançar. É difícil avaliar com precisão a quantidade de pressão que é realmente aplicada, portanto
um bom parâmetro de avaliação é a sensação do paciente em relação ao seu toque.

A ordem de palpação dos tecidos segue a disposição dos mesmos:

1. Pele
2. Tecido adiposo
3. Fáscias
4. Músculos
5. Ossos
6. Ligamentos
7. Nervos

Para a palpação da pele deve ser realizado um toque suave com deslizamentos horizontais, a fim de
se verificar a movimentação da mesma. Em seguida a palpação será feita no tecido adiposo, com uma
pressão um pouco mais forte, no sentido vertical, onde a sensação será de uma almofada. A fáscia
deve ser palpada horizontalmente com a mesma pressão anterior. Os músculos devem ser palpados
com movimentos circulares ou horizontais a fibra muscular, mas nunca transversalmente, pois pode
lesionar as fibras do tecido alvo. Por fim a estrutura óssea deve ser palpada verticalmente com pressão
profunda o suficiente, porém com cuidado para que o paciente não sinta dor.
Vale ressaltar que na palpação todos os tecidos devem ser apreciados e não palpar de forma direta e
agressiva. Com a prática e habilidade, o senso da percepção do toque, vai mostrar a pressão suficiente
para a palpação efetiva das estruturas. Para finalizar a pressão deve ser iniciada com manobras suaves
e superficiais, passando a manobras mais profundas.

Você também pode gostar