CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS

TRABALHO DE DIREITO TRABALHO III

João Marcos Maciel 0013687

Wanderson de Oliveira Silvino 0007433
Iasmim Cristina Rodrigues Brilhante 0015209

LAVRAS-MG
2021
TRABALHO DE DIREITO TRABALHO III

3º Trabalho entregue ao Centro Universitário de

Lavras na disciplina de Direito do Trabalho II como
parte da composição da nota.

PROFESSOR
GIOVANI GOMES GUIMARÃES

LAVRAS – MG
2021
 Parecer Jurídico – Cessação do Contrato de Trabalho

Com o intuito de se realizar um Parecer Jurídico, o professor Giovani nos concedeu uma
matéria, publicada pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST, que discorria acerca da seguinte
questão “restabelecida justa causa de empregada doméstica que usava produtos pessoais da
empregadora”. Feita a análise da matéria em estudo e de acordo com tudo o que já foi lecionado
pelo professor e compreendido pelos discentes, é possível tecer alguns comentários acerca do
tema, baseados, consubstancialmente, na lei, doutrina e jurisprudência. Em primeiro plano,
cumpre fazer uma breve explanação sobre o instituto da cessação do contrato de trabalho e as
suas vertentes. O contrato de trabalho pode ser interrompido de duas maneiras: sem justa causa
e com justa causa. No que tange a cessação por justa causa, conforme o doutrinador Carlos
Zangrando “A rescisão do contrato de trabalho pode se dar por um ato praticado pelo
empregado, que seja considerado suficiente para fazer cessar a confiança nele depositada pelo
empregador” (ZANGRANDO, 2008, p. 965). As causas estão relacionadas ao artigo 482 da
CLT. Assim, de acordo com o caso, a empregada foi dispensada por justa causa, nos moldes do
artigo 482, alínea “b” da CLT, acusada de praticar incontinência de conduta ou mau
procedimento.
Em que pesem as razões expostas, entendemos que a utilização de cosméticos da
empregadora pela trabalhadora doméstica não deve ser encarada como um ato capaz de atrair a
aplicação mais severa admitida no contrato de trabalho, o que se agrava pelo fato de sua
gravidez. No caso em comento, é de opinião unívoca dos discentes de que hoje, não há quem
tenha só direitos sem deveres, ou vice-versa, em uma sociedade justa, igualitária, em um Estado
Democrático de Direito, não se podendo usar do Direito, como ciência jurídica, para legitimar
injustiças, pois seu fim precípuo é a justiça social. Nesse sentido, a doutrina aponta caminhos e
a jurisprudência toma decisões com o objetivo de atender à função social dos contratos nas
relações laborais, havendo diferentes opiniões que devem ser apreciadas com tal finalidade. A
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) garante a segurança da funcionária grávida por
afirmar que é fundamental assegurar o conforto do bebê e permitir condições dignas de cuidados
e saúde da criança. Assim, indubitável é que a decisão julgada pela 4ª Turma do TST do DF foi
um tanto quanto injusta e imprecisa, posto que favoreceu somente a empregadora, além de não
observar o direito à estabilidade da gestante, instrumento imprescindível à proteção da mãe e
principalmente, do nascituro.
Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Fernando. Demissão de grávida por justa causa. É possível? 2014. Disponível
em: https://nando43jur.jusbrasil.com.br/artigos/166809669/demissao-de-gravida-por-justa-
causa-e-possivel. Acesso em: 26 out. 2021.
BRASIL. Decreto nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho. Brasília, DF, 1 maio 1943. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 26 out. 2021.
TST, Tribunal Superior do Trabalho. Restabelecida justa causa de empregada doméstica
que usava produtos pessoais da empregadora: o cometimento de falta grave afastou
inclusive o direito à estabilidade da gestante, 2017. 4ª Turma do TST. Disponível em:
http://www.tst.jus.br/-/restabelecida-justa-causa-de-empregada-domestica-que-usava-
produtos-pessoais-da-empregadora. Acesso em: 26 out. 2021.
ZANGRANDO, Carlos Henrique da Silva. Curso de direito do trabalho. Tomo II. Direito
individual do trabalho. São Paulo: LTr, 2008.