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1. DOS FATOS
De janeiro de 2007 a 04 de abril de 2009, em Planaltina – DF, o denunciado
Caio Soneca, deixou por longos períodos, diversas vezes e sem nenhum motivo
aparente, de prover a subsistência do seu filho Jorge de Tal, menos de 18 anos, não
ajudando em nada no seu sustento, deixando de pagar a pensão alimentícia fixada nos
autos dos processos n° 001/2005, 5ª Vara de Família de Planaltina (Ação de alimentos)
e executada nos autos do processo n° 002/2008 no mesmo juízo. Arrola como
testemunha Maria de Tal, mãe e representante legal da vítima.
A denúncia foi recebida no dia 03 de novembro de 2009, tendo o réu sido
citado e apresentado no prazo legal de próprio punho, visto que não tinha condições de
encontrar advogado sem prejuízo do seu sustento e da sua família, pois como afirmam
as testemunhas Margarida e Clodoaldo que o conhecem a mais de 30(trinta) anos, o
denunciado é ajudante de pedreiro e ganha 1 salário mínimo por mês e é o único
provedor do sustento da família, que é formada por sua esposa e outros filhos menores,
fora a pensão alimentícia que deve ser paga a Jorge de Tal.
2. DAS PRELIMINARES
2.1 DA CONCESSÃO DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
A suspensão condicional do processo é um benefício trazido pela Lei
9.099/95 que permite a suspensão do processo que será proposta quando a pena mínima
for igual ou inferior a um ano e o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, segundo o art. 89 da Lei supracitada, senão vejamos:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena.
Além disso, sabe que é necessário que o acusado atenda aos requisitos
presentes no art. 77 do Código Penal e não seja indicada ou cabível a substituição
prevista no art. 44 do mesmo dispositivo legal, veja:
Art. 77 – (...)
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código.
3. DO MÉRITO
A) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
Primeiramente, ressalta-se a hipótese de absolvição sumária do Acusado ante a
incidência do artigo 386, III, do CPP, haja vista que no caso em tela não há a prática
de crime, em virtude de que não houve a paralização total dos pagamentos, mas
tão somente o atraso, senão vejamos:
B) DA SUBSTITUIÇÃO DA PENA
Além disso, acaso superado o argumento supracitado, o que não se espera, é
necessário pontuar que o artigo 44, II e III, do Código Penal dispõe acerca da
possibilidade de substituição das penas privativas de liberdade pelas penas restritivas de
direito quando o Acusado não for reincidente em crime doloso, a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do acusado, bem como os motivos e as
circunstâncias do caso, indicarem que a substituição é suficiente, senão vejamos:
4. DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto, vêm perante Vossa Excelência, requerer:
a) que seja reconhecida a nulidade do processo desde a citação, com fulcro no art.
564, III, c, e, do CPP;
b) no caso de não atendido tal benefício, a avaliação do processo desde o
oferecimento da resposta acusação do réu, por falta de defesa técnica,
indispensável no processo;
c) em caso de não avaliação, a defesa pleiteia a realização imediata de
interrogatório do réu;
d) caso não seja julgado procedente as preliminares, a defesa pede a absolvição do
acusado com fulcro no art. 386, III, CPP;
e) na hipótese de não absolvição, a defesa pleiteia a acusação da agravante e o
reconhecimento da atenuante conforme o art. 65, I, do CP, juntamente com a
fixação da pena mínima sobre o regime menos gravoso.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado
OAB n° XX.XXX