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Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas

Especificidades em relação ao Direito Laboral Comum


Sofia Galinho

Lisboa, fevereiro de 2022

1
Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
(Lei n.º 35/2014, de 20 de Junho)

2
O estatuto próprio da função pública como organização e como relação de emprego
específica

Artigo 165.º
Reserva relativa de competência legislativa

1. É da exclusiva competência da Assembleia da República


legislar sobre as seguintes matérias, salvo autorização ao
Governo:
………………………………………………………………..
t) Bases do regime e âmbito da função pública;
………………………………………………………………..

3
Normas base definidoras do regime e âmbito do vínculo de emprego público
(artigo 3.º LTFP)
❑ Artigos 6.º a 10.º - Modalidades de vínculo e prestação de trabalho para o exercício
de funções públicas;

❑ Artigos 13.º a 16.º - Fontes e participação na legislação do trabalho;

❑ Artigos 19.º a 24.º - Garantias de imparcialidade;

❑ Artigo 33.º - Procedimento concursal;

❑ Artigos 70.º a 73.º - Direitos, deveres e garantias do trabalhador e do empregador


público;

❑ Artigo 79.º a 83.º - A estruturação das carreiras;

❑ Artigos 92.º a 100.º - A mobilidade dos trabalhadores;

4
❑ Artigos 144.º a 146.º - Princípios gerais relativos às remunerações;

❑ Artigos 176.º a 240.º - Exercício do poder disciplinar;

❑ Artigos 288.º a 313.º - A extinção dos vínculos de emprego público;

❑ Artigos 347.º a 386.º - Direito coletivo

5
Matérias nas quais é aplicável o Código do Trabalho, independentemente da
modalidade de vínculo de emprego público (artigo 4.º LTFP)

❑ Relações entre a lei e os IRCT e entre estas e o CTFP


❑ Direitos de personalidade
❑ Igualdade e não discriminação
❑ Assédio
❑ Parentalidade
❑ Trabalhador com capacidade reduzida e trabalhadores com deficiência ou doença
crónica

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❑ Trabalhador estudante
❑ Organização e tempo de trabalho (incluindo algumas noções operativas)
❑ O trabalho a tempo parcial e o teletrabalho
❑ Alteração de horários de trabalho e mapa de horário de trabalho
❑ Flexibilização dos tempos de trabalho: a adaptabilidade e o banco de horas

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❑ Tempos de não trabalho, incluindo o desiderato do direito a férias, a aquisição do
direito a férias, o ano de gozo e a sua marcação

❑ Promoção da segurança e saúde no trabalho, incluindo prevenção

❑ Comissões de trabalhadores, associações sindicais e representantes dos trabalhadores


em matéria de segurança e saúde no trabalho

❑ Mecanismos de resolução pacífica de conflitos coletivos


❑ Greve e lock-out
❑ A formação do vínculo, nomeadamente, o dever de informação, os meios de informação
e a atualização da informação
❑ Culpa na formação do contrato, o contrato de adesão e as cláusulas contratuais gerais

8
Modalidades de vínculo de emprego público e prestação de
trabalho
(artigos 6.º a 12.º LTFP)

9
O vínculo de emprego público na LTFP

Contrato de trabalho em funções


públicas

Nomeação

Comissão de serviço

10
Características do contrato de trabalho em funções públicas

❑ Regime regra do vínculo de emprego público

❑ Um contrato de natureza especial

❑ Sujeito à forma escrita

❑ Por tempo indeterminado ou a termo resolutivo certo ou incerto

❑ Um regime legal só tendencialmente completo e integrado

❑ Uma ampla remissão para o Código do Trabalho

❑ Um regime de cunho mais publicista do que o da Lei n.º 23/2004

❑ Reduzidíssima margem de liberdade negocial do trabalhador, o que o afasta do contrato de


trabalho comum

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Características da nomeação (artigo 8.º LTFP)

❑ Para o desenvolvimento das seguintes atribuições, competências e atividades:

❑ Missões genéricas e específicas das Forças Armadas em quadros permanentes;

❑ Representação externa do Estado;

❑ Informações de segurança;

❑ Investigação criminal;

❑ Segurança pública, quer em meio livre, quer em meio institucional;

❑ Inspeção

❑ Estas funções desenvolvem-se no âmbito de carreiras especiais

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Características da comissão de serviço (artigo 9.º LTFP)

❑ O vínculo de emprego público constitui-se por comissão de serviço nos seguintes casos:

a) Cargos não inseridos em carreiras, designadamente cargos dirigentes;

b) Funções exercidas com vista à aquisição de formação específica, habilitação


académica ou título profissional por trabalhador com vínculo de emprego público por
tempo indeterminado

❑ Na falta de norma especial, aplica-se à comissão de serviço a regulamentação prevista para o


vínculo de emprego público de origem e, quando este não exista, a regulamentação prevista
para os trabalhadores contratados.

13
A formação do vínculo
(artigo 33.º e seguintes da LTFP)

14
A formação do vínculo de emprego público

❑ O procedimento concursal – art.º 33.º


❑ A exigência de nível habilitacional – art.º 34.º
❑ Outros requisitos de recrutamento – art.º 35.º
❑ Métodos de selecção – art.º 36.º
❑ Tramitação do procedimentos concursal – art.º 37.º
❑ Determinação do posicionamento remuneratório – art.º 38.º

15
O procedimento concursal
Artigo 33.º LTFP

❑ Decidido pelo dirigente máximo


❑ Publicitado, designadamente, na 2.ª série do Diário da República
❑ Do aviso consta o número de postos de trabalho a ocupar e respetiva
caraterização (atribuição, competência, atividade, carreira, categoria, área de
formação académica ou profissional)

16
Exigência do nível habilitacional
Artigo 34.º LTFP

❑ Regra: Só pode ser opositor ao procedimento quem seja titular do nível


habilitacional
❑ Exceção: O procedimento pode prever a possibilidade de candidatura de quem não
seja titular da habilitação que considere dispor de formação ou experiência
necessárias e suficientes para a sua substituição, apenas nos casos em que lei
especial não exija o título ou o preenchimento de condições determinadas.
❑ A formação ou experiência são analisadas pelo júri, que delibera sobre a admissão
do candidato ao procedimento
❑ Se o candidato for admitido a deliberação e sua fundamentação é notificada aos
restantes candidatos.

17
Outros requisitos de recrutamento
Artigo 35.º LTFP

❑ Trabalhadores integrados na mesma carreira, a cumprir ou executar diferente atribuição,


competência ou atividade do órgão ou serviço
❑ Trabalhadores integrados na mesma carreira, a cumprir ou executar qualquer atribuição,
competência ou atividade de outro órgão ou serviço
❑ Trabalhadores integrados na mesma carreira, em situação de valorização profissional
❑ Trabalhadores integrados noutras carreiras
❑ Trabalhadores em comissão de serviço
❑ Trabalhadores com vínculo de emprego público por tempo determinado ou determinável
❑ Indivíduos sem vínculo de emprego público

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Determinação do posicionamento remuneratório
Artigo 38.º LTFP

Regra geral:

1 - Quando esteja em causa posto de trabalho relativamente ao qual a modalidade de vínculo


de emprego público seja o contrato, o posicionamento do trabalhador recrutado numa das
posições remuneratórias da categoria é objeto de negociação com o empregador público, a
qual tem lugar:

a) Imediatamente após o termo do procedimento concursal; ou

b) Aquando da aprovação em curso de formação específico ou da aquisição de certo grau


académico ou de certo título profissional, que decorram antes da celebração do contrato.

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Regulamentação do procedimento concursal

❑ Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro

❑ Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril (republica a portaria anterior)

❑ Portaria n.º 125-A/2019, de 30 de abril (entrou em vigor dia 1 de maio de 2019)


❑ Portaria n.º 12-A/2021, de 11 de janeiro (entrou em vigor dia 12 de janeiro de 2021)

20
A forma do vínculo
(artigos 40.º e seguintes da LTFP)

21
Um contrato sujeito à forma escrita (artigo 40.º LTFP)

❑ Imperativos de segurança jurídica


❑ Observância do princípio da legalidade
❑ A possibilidade de aprovação, por portaria, de modelos oficiais de contratos
e possibilidade de proceder à sua informatização e desmaterialização (Finanças + AP)

22
Forma da nomeação, aceitação e prazo (artigos 41.º, 42.º e 43.º LTFP)

❑ Reveste a forma de despacho


❑ Indicação da sede legal habilitante
❑ Implica aceitação, enquanto ato público e pessoal pelo qual o nomeado declara
aceitar a nomeação
❑ É titulada por um termo de modelo aprovado por portaria do membro do Governo
responsável pela Administração Pública
❑ Implica um compromisso de honra
❑ A falta da aceitação implica a caducidade automática do ato de nomeação
❑ Salvo lei especial, o prazo para a aceitação é e 20 dias seguidos a contar, de forma
contínua, da data da publicitação

23
O conteúdo do vínculo
(artigos 70.º e seguintes da LTFP)

24
Deveres gerais do empregador público e do trabalhador (artigo 70.º LTFP)

❑ Devem agir de boa fé, no cumprimento das obrigações e no exercício dos direitos

❑ Devem colaborar na obtenção da qualidade do serviço e da produtividade, bem como na


promoção humano, profissional e social do trabalhador

25
Deveres do empregador público (artigo 71.º LTFP)

❑ Respeitar e tratar com urbanidade o trabalhador


❑ Pagar pontualmente a remuneração
❑ Proporcionar boas condições de trabalho, quer do ponto de vista físico quer moral
❑ Contribuir para a elevação do nível de produtividade, proporcionando formação
profissional
❑ Respeitar a autonomia técnica
❑ Possibilitar o exercício de cargos em organizações representativas dos trabalhadores
❑ Prevenir riscos e doenças profissionais, devendo indemnizá-lo dos prejuízos decorrentes
de acidente de trabalho
❑ Adoptar as medidas legais e convencionais vigentes em matéria de SST
❑ Fornecer informação e formação preventiva de riscos de acidente e doença
❑ Manter atualizado o registo do pessoal (nomes, datas de nascimento e de admissão,
modalidades de VEP, categorias, desenvolvimento de carreira, datas de início e termo de
férias e faltas que impliquem perda da remuneração ou diminuição dos dias de férias)

26
Deveres do trabalhador (artigo 73.º LTFP)

Deveres Gerais

Prossecução do interesse público: Defesa do interesse público, no respeito pela Constituição,


pelas leis e pelos interesses legalmente protegidos dos cidadãos

Isenção: Não retirar vantagens, diretas ou indiretas, de qualquer natureza, para si ou terceiros, da
função que exerce

Imparcialidade: Desempenho de funções com equidistância relativamente aos interesses, sem


discriminar, positiva ou negativamente, qualquer deles. Respeito pela igualdade dos cidadãos.

Informação: Prestar aos cidadãos a informação solicitada que seja divulgável

27
Deveres do trabalhador (artigo 73.º LTFP)

Deveres Gerais

Zelo: Conhecer e aplicar as normas legais e regulamentares e as ordens e instruções dos


superiores hierárquicos, bem como exercer as funções de acordo com os objetivos fixados,
utilizando as competências consideradas adequadas

Obediência: Acatar e cumprir as ordens dos legítimos superiores hierárquicos, dadas em objeto
de serviço e com a forma legal

Lealdade: Desempenhar as funções com subordinação aos objetivos do órgão ou serviço

Correção: Tratar com respeito os utentes dos órgãos e serviços e os restantes trabalhadores e
superiores hierárquicos

28
Deveres do trabalhador (artigo 73.º LTFP)

Deveres Gerais

Assiduidade e pontualidade: Comparecer ao serviço regular e continuamente e nas horas que


estejam designadas

Informação: Prestar aos cidadãos a informação solicitada que seja divulgável

Frequentar ações de formação e aperfeiçoamento profissional: Na atividade em que exerce


funções, dever do qual só pode ser desvinculado por motivo atendível

29
Os poderes do empregador público (artigos 74.º e 76.º LTFP)

Poder de direção

Fixar os termos em que deve ser prestado o trabalho, dentro dos limites do VEP e
das normas que o regem

Poder regulamentar

Elaborar regulamentos internos (organização e disciplina do trabalho), ouvida a


comissão de trabalhadores, comissão sindical ou intersindical ou delegados
sindicais.
Poder disciplinar

Sobre os trabalhadores ao serviço do empregador público

30
As funções desempenhadas (artigo 79.º, n.º 1 LTFP)

Exercem funções integrados em carreiras - Trabalhadores com vínculo de emprego


público por tempo indeterminado

Exercem funções por referência a uma categoria integrada numa carreira - Trabalhadores
com vínculo de emprego público a termo resolutivo

31
O conteúdo funcional e o exercício de funções afins (artigos 80.º e 81.º LTFP)

❑ A cada carreira ou a cada categoria corresponde um conteúdo funcional legalmente


descrito de forma abrangente.

❑ A descrição do conteúdo funcional não prejudica a atribuição ao trabalhador de funções


que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas para as quais o trabalhador detenha a
qualificação profissional adequada e que não impliquem desvalorização profissional.

32
33
O período experimental
(artigos 45.º a 51.º LTFP)

34
O período experimental (artigo 45.º LTFP)

❑Corresponde ao tempo inicial de execução das funções do trabalhador, nas modalidades


de contrato de trabalho em funções públicas e de nomeação

❑Destina-se a comprovar se o trabalhador possui as competências exigidas pelo posto de


trabalho que vai ocupar

35
O período experimental (artigo 45.º LTFP)

❑ Duas modalidades:

❑ Período experimental do vínculo - corresponde ao tempo inicial de execução do


vínculo de emprego público

❑ Período experimental de função - corresponde ao tempo inicial de desempenho


de nova função em diferente posto de trabalho, por trabalhador que já seja titular
de um vínculo de emprego público por tempo indeterminado

36
Concluído sem sucesso:

❑O período experimental do vínculo, este cessa os seus efeitos automaticamente, sem


direito a qualquer indemnização ou compensação

❑O período experimental de função, o trabalhador regressa à situação jurídico-funcional


que detinha anteriormente

O período experimental pode ser feito cessar antes do respetivo termo, quando o
trabalhador manifestamente revele não possuir as competências exigidas pelo posto de
trabalho que ocupa, por ato fundamentado da entidade competente

37
Denúncia pelo trabalhador durante o período experimental (artigo 47.º LTFP)

Durante o período experimental:

❑ O trabalhador pode denunciar o contrato sem aviso prévio nem necessidade de


invocação de justa causa

❑ Não há lugar a indemnização

38
Tempo de serviço durante o período experimental (artigo 48.º LTFP)

O tempo de serviço decorrido no período experimental por trabalhador titular de um


vínculo de emprego público por tempo indeterminado é contado, para todos os efeitos
legais, nos seguintes termos:

❑ Se for concluído com sucesso, na carreira e categoria onde tenha decorrido;

❑ Se for concluído sem sucesso, na carreira e categoria à qual o trabalhador regresse,


quando seja o caso.

39
Duração do período experimental (artigo 49.º LTFP)

❑ A duração do período experimental pode ser reduzida por instrumento de


regulamentação coletiva de trabalho

❑ O período experimental não pode ser excluído por instrumento de regulamentação


coletiva de trabalho

São nulas as disposições do contrato ou de instrumento de regulamentação coletiva de


trabalho que estabeleçam qualquer indemnização em caso de denúncia do vínculo durante
o período experimental

40
Duração do período experimental (artigo 49.º LTFP e cláusula 6.ª do ACT n.º 1/2009)

Vínculo de emprego Carreira Previsto na lei Previsto no


público ACT 1/2009
Contrato de trabalho Assistente operacional ou outras carreiras ou 90 dias -----------
em funções públicas categorias com idêntico grau de complexidade
por tempo funcional
indeterminado Assistente técnico ou outras carreiras ou 180 dias 120 dias
categorias com idêntico grau de complexidade
funcional
técnico superior ou outras carreiras ou 240 dias 180 dias
categorias com idêntico grau de complexidade
funcional
Nomeação O período experimental tem a duração de um ano a menos que outro esteja
previsto em lei especial

41
Duração do período experimental (artigo 49.º LTFP e cláusula 6.ª do ACT n.º 1/2009)

Contrato Duração Previsto na lei

Igual ou superior a 6 meses 30 dias


Contrato de trabalho a
termo certo Inferior a 6 meses 15 dias

Se for previsível que terá duração superior a 6 meses 30 dias


Contrato a termo incerto Se for previsível que terá duração até 6 meses 15 dias

42
Contagem do período experimental (artigo 50.º LTFP)

❑ O período experimental começa a contar-se a partir do início da execução da prestação


pelo trabalhador

❑ Compreende as ações de formação ministradas pelo empregador público ou


frequentadas por determinação deste, desde que não excedam metade do período
experimental

❑ Para efeitos da contagem do período experimental, não são tidos em conta os dias de
faltas, ainda que justificadas, de licença e de dispensa, bem como de suspensão do
vínculo

43
Mobilidade
(artigos 92.º a 100.º da LTFP)

44
Requisitos prévios para que os trabalhadores possam ser sujeitos a mobilidade (artigo
92.º LTFP)

❑ Os trabalhadores podem ser sujeitos a mobilidade, quando haja conveniência para o


interesse público, designadamente, quando a economia, eficácia e eficiência dos
órgãos ou serviços o imponham

❑ A mobilidade é devidamente fundamentada

45
Conceito muito amplo de mobilidade (artigo 92.º LTFP)

❑ Dentro da mesma modalidade de vínculo por tempo indeterminado ou entre ambas as


modalidades (contrato e nomeação)

❑ Dentro do mesmo órgão ou serviço ou entre dois órgãos ou serviços

❑ Abrangendo trabalhadores em efetividade de funções ou trabalhadores em valorização


profissional

❑ A tempo inteiro ou a tempo parcial

❑ Pode haver outros regimes de mobilidade, designadamente no âmbito de carreiras especiais

46
Modalidades de mobilidade (artigo 93.º LTFP)

Mobilidade na categoria
Funções inerentes à categoria, na mesma atividade ou em diferente atividade

Mobilidade intercarreiras ou intercategorias


Funções não inerentes à categoria de que o trabalhador é titular

❑ Inerentes a carreira de grau de complexidade superior, igual ou inferior

❑ Inerentes a categoria superior ou inferior

Depende da titularidade de habilitação adequada e não pode prejudicar substancialmente a posição


do trabalhador

47
Forma de concretização da mobilidade (artigos 94.º e 95.º LTFP)

❑ Por acordo entre órgãos e serviços de origem e de destino, mediante aceitação do


trabalhador ou com dispensa da aceitação do trabalhador

❑ Por decisão do órgão ou do serviço de destino, com dispensa do acordo do órgão ou


serviço de origem, mediante despacho do membro do Governo, em situações de
mobilidade entre serviços do ministério que tutela, com aceitação ou dispensa do
trabalhador

❑ Por decisão do órgão ou do serviço, em caso de mobilidade entre unidades orgânicas,


com dispensa de aceitação por parte do trabalhador

48
Situações de dispensa do acordo do trabalhador (artigos 95.º e 98.º LTFP)

Quando o novo local de trabalho se situe até 60 km, do local de residência, se:

❑ O novo posto de trabalho se situar no concelho de residência do trabalhador ou concelho


confinante, ou

❑ O novo posto de trabalho se situar em concelho integrado nas áreas metropolitanas de


Lisboa ou Porto, ou em concelho confinante, quando a residência do trabalhador se situar
numa das áreas metropolitanas.

❑ Nota: Esta distância é reduzida para 30 km caso o trabalhador se encontre integrado em


categoria de graus de complexidade 1 ou 2

49
Situações de dispensa do acordo do trabalhador (artigos 95.º e 98.º LTFP)

Quando embora situando-se a mais de 60 km de distância da residência, se verifique o


preenchimento dos requisitos para mobilidade excecional, aplica-se o regime do artigo 98.º da
LTFP

50
Nos casos em que o acordo do trabalhador é dispensado, nos casos do n.º 1 do artigo
95.º, o que pode o trabalhador fazer para se opor à situação?

❑ Pode requerer, no prazo de 10 dias a contar de decisão de mobilidade, que a mesma lhe
não seja aplicável, com fundamento em prejuízo sério para a sua vida pessoal,
nomeadamente:

❑ Pela inexistência comprovada de redes de transporte público coletivo entre a


residência e o local de trabalho, ou

❑ Pela excessiva duração da deslocação

51
O acordo do trabalhador não pode ser dispensado (artigo 95.º LTFP)

❑ Quando a mobilidade opere para categoria inferior da mesma carreira ou para carreira de grau
de complexidade inferior

❑ Quando a mobilidade se concretize para órgão ou serviço, designadamente temporário, que


não possa constituir vínculos de emprego público por tempo indeterminado e se preveja que a
mobilidade possa ter uma duração superior a um ano, salvo trabalhador em valorização
profissional

❑ Quando a mobilidade se concretize para órgão ou serviço situado a mais de 60 km do local de


residência do trabalhador ou situado a mais de 30 km do local de residência do trabalhador no
caso de trabalhador que pertença a categoria de grau de complexidade 1 ou 2

52
Dispensa do acordo do órgão ou serviço de origem para a mobilidade (artigo 96.º LTFP)

É dispensado o acordo do órgão ou serviço de origem do trabalhador, para efeitos de mobilidade,


quando (não se aplica às autarquias locais, nem às regiões autónomas):

❑ A mobilidade opere para serviço ou unidade orgânica situado fora das áreas metropolitanas de
Lisboa e do Porto
❑ Tiverem decorrido seis meses sobre recusa de acordo do órgão ou serviço de origem, numa
situação de mobilidade relativa ao mesmo trabalhador, ainda que para outro serviço de
destino

Operada a mobilidade por decurso do prazo de seis meses não pode o trabalhador voltar a
beneficiar da dispensa de acordo do órgão ou serviço de origem nos três anos subsequentes

53
Qual é a duração da mobilidade (artigo 97.º LTFP)

Tem a duração máxima de 18 meses, exceto nos seguintes casos:

❑ Quando haja acordo de cedência de interesse público para os órgãos e serviços da Assembleia
da República, bem como aos serviços de apoio aos grupos parlamentares
(Cedência de interesse público: ver artigo 241.º da LTFP)

❑ Quando esteja em causa órgão ou serviço, designadamente temporário, que não possa
constituir vínculo de emprego público por tempo indeterminado

Possibilidade de prorrogação do prazo por um período de 6 meses de estiver a decorrer


procedimento concursal que vise o recrutamento de trabalhador para o posto de trabalho
preenchido com a mobilidade

Impossibilidade, durante o prazo de 1 ano, de nova mobilidade, após o regresso ao serviço de


origem

54
Qual é a duração da mobilidade

Artigo 20.º
Duração da mobilidade

1 — As situações de mobilidade existentes à data de entrada em vigor da presente lei cujo


limite de duração máxima ocorra durante o ano de 2021 podem, por acordo entre as partes,
ser excecionalmente prorrogadas até 31 de dezembro de 2021.

2 — A prorrogação excecional prevista no número anterior é aplicável às situações de


mobilidade cujo termo ocorre até à data da entrada em vigor da presente lei, nos termos do
acordo previsto no número anterior.

Lei n.º 75-B/2021, de 31 de dezembro (LOE 2021)

55
As situações excecionais de mobilidade entre unidades orgânicas desconcentradas,
sem acordo do trabalhador (artigo 98.º LTFP)

Mesmo que para posto de trabalho situado a mais de 60 Km de distância da sua residência, desde
que se verifiquem as seguintes condições cumulativas

Sejam as Sejam
A mobilidade ocorra entre mesmas as A mobilidade atribuídas
unidades orgânicas funções da tenha a duração ajudas de custo
desconcentradas de um categoria e máxima de 1 ano ao trabalhador
mesmo órgão ou serviço idêntico o
posto de
trabalho

56
❑ A mobilidade excecional depende do prévio apuramento dos trabalhadores disponíveis
na unidade ou unidades de origem e de necessidades na unidade ou unidades orgânicas
de destino, por carreira, categoria e área de atuação, as quais são divulgadas na Intranet
do respetivo órgão ou serviço

❑ Os trabalhadores da unidade ou unidades de origem detentores dos requisitos exigidos


podem manifestar o seu interesse em aderir às ofertas de mobilidade divulgadas, no
prazo e nas condições estipuladas para o efeito pelo dirigente máximo do órgão ou
serviço

57
❑ Quando não existam trabalhadores interessados em número suficiente para a satisfação
das necessidades na unidade ou unidades orgânicas de destino, são aplicados, em cada
órgão ou serviço, critérios objetivos de seleção definidos pelo respetivo dirigente máximo
e sujeitos a aprovação do membro do Governo que exerça poderes de direção,
superintendência ou tutela sobre o órgão ou serviço, sendo publicitados na Intranet do
órgão ou serviço

❑ O trabalhador selecionado pode solicitar a dispensa da mobilidade, invocando e


demonstrando prejuízo sério para a sua vida pessoal, no prazo de 10 dias, a contar da
comunicação da decisão de mobilidade

58
❑ Nesta situação particular, o trabalhador não pode ser novamente sujeito à mobilidade
antes de decorridos 2 anos, exceto com o seu acordo

59
Mobilidade dos trabalhadores das autarquias locais e das regiões autónomas

❑ Desde 2016 que deixaram de existir quaisquer constrangimentos à mobilidade dos


trabalhadores das autarquias locais e das regiões autónomas para a Administração Central
do Estado

❑ Em 2022 mantém-se a liberdade de mobilidade destes trabalhadores entre as várias


Administrações do Estado, não carecendo de qualquer autorização dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública para a sua
concretização

60
Consolidação da mobilidade na categoria (artigo 99.º LTFP)

❑ Na categoria e na mesma atividade, dentro do mesmo órgão ou serviço, consolida-se por


decisão do dirigente máximo, com ou sem o acordo do trabalhador

❑ Na categoria e em diferente atividade, dentro do mesmo órgão ou serviço, consolida-se


por acordo entre o dirigente máximo do serviço e o trabalhador

❑ Na categoria entre dois órgãos ou serviços, por decisão do dirigente máximo do órgão ou
serviço de destino, desde que, cumulativamente:

❑ Acordo do órgão ou serviço de origem, quando exigido para a constituição da


mobilidade
❑ Duração de 6 meses ou a duração do período experimental exigido para a
categoria quando superior
❑ Acordo do trabalhador, quando este tenha sido exigido para a constituição ou
quando a mobilidade envolva alteração da atividade de origem
❑ Exista posto de trabalho disponível

61
Consolidação da mobilidade na categoria (artigo 99.º LTFP)

❑ Não é precedida nem sucedida de nenhum período experimental

❑ É mantido o posicionamento remuneratório devido na situação jurídico-funcional de


origem (remuneração auferida no serviço de origem)

❑ Nas situações excecionais de mobilidade só pode fazer-se mediante acordo entre as partes

❑ Verificado o acordo, cessa a atribuição de ajudas de custo previstas na alínea d) do n.º 1 do


art.º 98.º

❑ A situação particular de consolidação prevista no n.º 9 do artigo 99.º no quadro da


cedência de interesse público (Cap. VIII do Título IV)

62
Consolidação da mobilidade intercarreiras ou intercategorias (artigo 99.º-A LTFP)

Na administração direta e indireta do Estado:

❑ Dentro do mesmo órgão ou serviço – depende de proposta do dirigente máximo, de


parecer favorável do membro do Governo competente na respetiva área e de parecer
prévio do membro do Governo responsável pela área da Administração Pública

❑ Entre dois órgãos ou serviços – depende de proposta do dirigente máximo do órgão ou


serviço de destino, de parecer favorável do membro do Governo competente na respetiva
área e de parecer prévio do membro do Governo responsável pela área da Administração
Pública

63
Consolidação da mobilidade intercarreiras ou intercategorias (artigo 99.º-A LTFP)

Na administração local:

❑ Dentro do mesmo órgão ou serviço – depende de proposta do presidente do órgão


executivo (presidente da câmara) e de parecer favorável do órgão executivo (câmara
municipal)

❑ Entre dois órgãos ou serviços – depende de proposta do presidente do órgão executivo


(presidente da câmara) de destino e de parecer favorável do órgão executivo (câmara
municipal) de destino, sempre com o parecer favorável da entidade de origem

64
Consolidação da mobilidade intercarreiras ou intercategorias (artigo 99.º-A LTFP)

Requisitos cumulativos:

❑ Acordo do órgão ou do serviço de origem, quando exigido para a constituição da situação


de mobilidade;
❑ Acordo do trabalhador;
❑ Existir posto de trabalho disponível;
❑ A mobilidade ter tido a duração do período experimental estabelecido para a carreira de
destino;
❑ Observância de todos os requisitos especiais (formação específica, conhecimentos ou
experiência) legalmente exigidos para o recrutamento

65
Consolidação da mobilidade intercarreiras ou intercategorias (artigo 99.º-A LTFP)

Posicionamento remuneratório:

❑ O artigo 99.º-A da LTFP não dá resposta a esta questão, contrariamente ao que se passa
no artigo 99.º
❑ Entendimento defendido pelas Finanças:
❑ A remuneração auferida pelo trabalhador durante a mobilidade, a título transitório
(ver artigo 153.º LTFP), passa a integrar a esfera jurídica do trabalhador no momento
da consolidação e mantém-se nos seus exatos termos
❑ Os trabalhadores em mobilidade intercarreiras na carreira de técnico superior e
posicionados na 1.ª posição remuneratória da estrutura da carreira transitam para a
2.ª posição remuneratória da carreira (ver artigo 27.º da lei n.º 114/2017, de 29 de
dezembro – LOE 2018)
66
Consolidação da mobilidade intercarreiras ou intercategorias (artigo 99.º-A LTFP)

Artigo 21.º da LOE 2021


Remuneração na mobilidade

- Nas situações de consolidação de mobilidade intercarreiras, na carreira técnica


superior e na carreira especial de inspeção, são aplicáveis as regras mínimas de
posicionamento remuneratório resultante de procedimento concursal;

67
Remuneração do trabalhador em mobilidade (artigo 153.º LTFP)

A mobilidade de um trabalhador em qualquer das modalidades dá lugar à remuneração


correspondentes às novas funções que vai exercer?

Há que distinguir três situações:

Mobilidade na categoria no mesmo órgão ou serviço

Neste caso não há lugar a revalorização remuneratória, mantendo o trabalhador o mesmo


posicionamento remuneratório que detinha antes da concretização da situação de
mobilidade
(Artigo 153.º, n.º 1 da LTFP)

68
Remuneração do trabalhador em mobilidade (artigo 153.º LTFP)

Mobilidade na categoria em órgão ou serviço diferente daquele a que pertence o


trabalhador

O trabalhador pode (não é obrigatório) ser remunerado pela posição remuneratória


imediatamente seguinte àquela em que se encontre posicionado na respetiva
categoria.
No caso de se encontrar na última posição remuneratória da categoria pode ser
remunerado pelo nível remuneratório seguinte, constante da tabela remuneratória
única.
(artigo 153.º, n.º 1 da LTFP)

69
Remuneração do trabalhador em mobilidade (artigo 153.º LTFP)

Mobilidade intercarreiras ou intercategorias

O trabalhador nunca pode auferir remuneração inferior à que corresponde à categoria


de que é titular.

(artigo 153.º, n.º 2 da LTFP)

70
Remuneração do trabalhador em mobilidade (artigo 153.º LTFP)
Mobilidade intercarreiras ou intercategorias

Se a 1.ª posição remuneratória da carreira / categoria de destino for superior à 1.ª posição
remuneratória da carreira / categoria de que o trabalhador é titular

O trabalhador é remunerado por referência à estrutura remuneratória da carreira / categoria


cujas funções vai exercer (categoria de destino) se a 1.ª posição remuneratória desta
categoria for superior à 1.ª posição remuneratória da carreira de que é titular.

71
Remuneração do trabalhador em mobilidade (artigo 153.º LTFP)

Mobilidade intercarreiras ou intercategorias

Se a 1.ª posição remuneratória da carreira / categoria de destino for superior à 1.ª posição
remuneratória da carreira / categoria de que o trabalhador é titular

Verificando-se esta situação, a remuneração do trabalhador é acrescida para o nível


remuneratório superior mais próximo da tabela remuneratória da carreira / categoria de
destino, tendo por referência o nível remuneratório correspondente à posição
remuneratória da categoria de que é titular.

(artigo 153.º, n.ºs 2 e 3 da LTFP)

72
Remuneração do trabalhador em mobilidade (artigo 153.º LTFP)

Mobilidade intercarreiras ou intercategorias

Se a 1.ª posição remuneratória da carreira / categoria de destino for inferior à 1.ª


posição remuneratória da carreira / Categoria de origem

O trabalhador continua a ser remunerado pela tabela remuneratória da carreira de que


é titular, podendo (não é obrigatório) ser remunerado pela posição remuneratória da
sua categoria, imediatamente seguinte àquela em que se encontra posicionado.

(artigo 153.º, n.ºs 4 e 1 da LTFP)

73
A organização do tempo de trabalho
(artigos 101.º a 105.º LTFP)

74
A organização do tempo de trabalho – considerações gerais
(artigos 4.º, n.º 1, alínea h) e 101.º LTFP)

❑ Aplicabilidade do regime do Código do Trabalho em matéria de organização do


tempo de trabalho

❑ Com as necessárias adaptações

❑ Sem prejuízo das especificidades consagradas na LTFP

❑ A importação pela LTFP das modalidades de horário anteriormente previstas no


DL n.º 259/98 (artigo 110.º da LTFP)

75
Prestação do trabalho trabalho – limites à duração
(artigo 105.º LTFP)

❑ O período normal de trabalho (PNT) é de 7 horas por dia e 35 horas por semana,
exceto no caso dos horários flexíveis e no caso de regimes especiais de duração de
trabalho

❑ O PNT pode ser reduzido por IRCT, não podendo daí resultar diminuição da
remuneração do trabalhador (n.º 3 do artigo 105.º da LTFP e n.º 4 do 203.º do CT)

Redação da Lei n.º 18/2016, de 20 de junho, com entrada em vigor a 1 de julho de 2016.

76
O intervalo de descanso (artigo 109.º LTFP)

Intervalo de descanso

❑ Duração do intervalo não inferior a 1 hora nem superior a 2 horas, com a


exceção da jornada contínua ou regime previsto em lei especial

❑ Possibilidade de estabelecimento de mais do que um intervalo de


descanso para trabalhador com deficiência, sem exceder os limites legais

❑ Impedir que o trabalhador preste mais de 5 horas consecutivas de trabalho

77
O descanso diário (artigo 123.º LTFP)

Regra: É garantido um período mínimo de descanso de 11 horas seguidas entre dois


períodos de trabalho consecutivos
Exceções:
❑ Prestação de trabalho suplementar por motivo de força maior ou por ser
indispensável para prevenir ou reparar prejuízos graves para o órgão ou serviço,
devidos a acidente ou risco de acidente eminente
❑ Quando o exercício de funções é caraterizado pela sua natureza permanente e
obrigatória, no âmbito dos respetivos estatutos profissionais
❑ Quando os PNT sejam fracionados ao longo do dia (limpeza)
❑ Atividades caraterizadas pela necessidade de assegurar a continuidade do serviço,
desde que garantidos os correspondentes descansos compensatórios por IRCT

78
A semana de trabalho e o descanso semanal

79
O descanso semanal (artigo 124.º LTFP)

❑ A semana de trabalho é em regra de cinco dias

❑ O direito a um dia de descanso semanal obrigatório, acrescido de um dia de


descanso semanal complementar, que devem coincidir com o domingo e o sábado,
respetivamente

80
O descanso semanal (artigo 124.º LTFP)

❑ Podem deixar de coincidir com o domingo e o sábado quando:

❑ O trabalhador exerça a sua atividade em entidade que encerre a atividades


noutros dias da semana
❑ Seja necessário assegurar a continuidade de serviços que não possam ser
interrompidos ou que devam ser desempenhados em dia de descanso de
outros trabalhadores
❑ Se trate de pessoal de limpeza ou afins
❑ Se trate de trabalhador diretamente afeto a atividades de vigilância,
transporte e tratamento de sistemas eletrónicos de segurança
❑ Se trate de trabalhador que exerça atividade em exposições e feiras
❑ Esteja em causa pessoal do serviço de inspeção de atividades que não
encerrem ao sábado ou ao domingo
❑ Outras situações previstas em lei especial

81
O descanso semanal (artigo 124.º LTFP)

Quando a natureza do órgão ou serviço ou razões de interesse público o exijam, pode o dia
de descanso complementar ser gozado, segundo opção do trabalhador, do seguinte modo:

❑ Dividido em dois períodos imediatamente anteriores ou posteriores ao dia de


descanso semanal obrigatório;

❑ Meio dia imediatamente anterior ou posterior ao dia de descanso semanal


obrigatório, sendo o tempo restante deduzido na duração do período normal
de trabalho dos restantes dias úteis, sem prejuízo da duração do período
normal de trabalho semanal.
Sempre que seja possível, o empregador público deve proporcionar aos trabalhadores que pertençam ao
mesmo agregado familiar o descanso semanal nos mesmos dias.

82
As várias tipologias de horários de trabalho
(artigos 110.º a 116.º LTFP)

83
O período normal de trabalho

Um modelo rígido: o período normal de trabalho diário e semanal são relativamente


fixos e invariáveis

Um modelo flexível (adaptabilidade e banco de horas):

❑ O período normal de trabalho é calculado, não na base da unidade diária e


semanal, mas numa outra base temporal e em termos médios

❑ Adequação dos recursos humanos às necessidades da organização e ao seu


ritmo de funcionamento

84
A elaboração do horário de trabalho (artigo 212.º CT e 74.º LTFP)

❑ Compete ao empregador determinar o horário de trabalho, dentro dos limites da lei,


designadamente o período de funcionamento aplicável

❑ Todavia o empregador deve:

a) Ter em consideração prioritariamente as exigências de proteção da segurança e


saúde do trabalhador
b) Facilitar a conciliação da atividade profissional do trabalhador com a sua vida
familiar
c) Facilitar ao trabalhador a frequência de curso escolar, bem como de formação
técnica ou profissional

A comissão de trabalhadores ou, na sua falta, as comissões intersindicais, comissões


sindicais ou os delegados sindicais devem ser consultados previamente à definição e
organização dos horários de trabalho

85
Modalidades de horário de trabalho (artigo 110.º LTFP)

❑ Horários flexíveis

❑ Horários rígidos

❑ Horários desfasados

❑ Jornada contínua

❑ Meia jornada

❑ Trabalho por turnos

❑ Horários específicos

86
Horário flexível (artigo 111.º LTFP)

❑ Permite aos trabalhadores gerir os seus tempos de trabalho, escolhendo as horas de


entrada e saída, observado o seguinte:

❑ A flexibilidade não pode afetar o regular funcionamento dos serviços, em especial se


existir atendimento ao público

❑ Devem observar-se plataformas fixas na parte da manhã e na parte da tarde que não
podem ter, no seu conjunto, duração inferior a 4 horas

❑ Não podem ser prestadas por dia mais de 10 horas de trabalho diárias

❑ O cumprimento da duração de trabalho deve ser aferido à semana, à quinzena ou ao mês

❑ O débito de horas no final do período de aferição dá lugar à marcação de uma falta que
deve ser justificada, nos termos da legislação aplicável, por cada período igual ou inferior à
duração média do trabalho (7 horas) e que será reportada ao último dia ou dias do período
de aferição a que respeita

87
Horário rígido (artigo 112.º LTFP)

❑ Exige o cumprimento da duração semanal de trabalho

❑ Reparte-se por dois períodos diários, com horas de entrada e de saída fixas
idênticas, separadas por um intervalo de descanso

❑ O n.º 2 do artigo 112.º da LTFP - norma integralmente supletiva

88
Horários desfasados (artigo 113.º LTFP)

❑ São aqueles que, embora mantendo inalterado o período normal de trabalho diário,
permitem estabelecer, serviço a serviço ou para determinado grupo de pessoal e sem
possibilidade de opção, horas fixas diferentes de entrada e de saída

❑ São horários rígidos

89
Jornada contínua (artigo 114.º LTFP)

❑ Consiste na prestação ininterrupta de trabalho, salvo um período de descanso nunca


superior a 30 minutos, que, para todos os efeitos, se considera tempo de trabalho

❑ Deve ocupar, predominantemente, um dos períodos do dia e determinar uma


redução do período normal de trabalho nunca superior a 1 hora

❑ Pode ser adotada no caso de horários específicos e em casos devidamente


fundamentados

❑ O tempo máximo de trabalho seguido não pode ter uma duração superior a 5 horas

90
Jornada contínua (artigo 114.º LTFP)

A jornada contínua pode ser adotada nos casos de horários específicos previstos na
presente lei e em casos excecionais, devidamente fundamentados, designadamente nos
seguintes:

❑ Trabalhador progenitor com filhos até à idade de 12 anos ou, independentemente da


idade, com deficiência ou doença crónica;
❑ Trabalhador adotante, nas mesmas condições dos trabalhadores progenitores;
❑ Trabalhador que, substituindo-se aos progenitores, tenha a seu cargo neto com idade
inferior a 12 anos;

91
Jornada contínua (artigo 114.º LTFP)

❑ Trabalhador adotante, tutor ou pessoa a quem foi deferida a confiança judicial ou


administrativa do menor, bem como o cônjuge ou a pessoa em união de facto com qualquer
daqueles ou com progenitor, desde que viva em comunhão de mesa e habitação com o
menor;
❑ Trabalhador estudante;
❑ No interesse do trabalhador, sempre que outras circunstâncias relevantes, devidamente
fundamentadas, o justifiquem;
❑ No interesse do serviço, quando devidamente fundamentado

92
Meia jornada (artigo 114.º-A LTFP)

Consiste na prestação de trabalho num período reduzido em metade do período


normal de trabalho completo/Determina a redução do período normal de trabalho em
metade do tempo
❑ Determina a contagem integral do tempo de serviço para efeitos de antiguidade
❑ Não pode ter duração inferior a um ano
❑ Remuneração correspondente a 60% do montante auferido em regime de horário
completo
❑ As contribuições obrigatórias para efeitos de IRS, ADSE e CGA são feitas nos termos
gerais dos regimes legais em vigor, sendo a base de incidência contributiva
determinada com base na remuneração efetivamente auferida

93
Meia jornada (artigo 114.º-A LTFP)

❑ Quem pode requerer?

✓Trabalhadores com 55 anos ou mais à data do requerimento que tenham netos com a
idade inferior a 12 anos
✓Trabalhadores que tenham filhos com idade inferior a 12 anos ou, independentemente da
idade, que sejam portadores de deficiência ou doença crónica

❑ Tem de ser requerida por escrito pelo trabalhador


❑ Autorizada pelo superior hierárquico do trabalhador que a requer
❑ O indeferimento do pedido de autorização tem de ser claramente fundamentado pelo
superior hierárquico, por escrito, invocando as razões que o sustentam

94
Trabalho por turnos (artigos 115.º e 116.º LTFP)

Considera-se trabalho por turnos qualquer organização do trabalho em equipa em que


os trabalhadores ocupam sucessivamente os mesmos postos de trabalho, a um
determinado ritmo, incluindo o rotativo, contínuo ou descontínuo, podendo executar o
trabalho a horas diferentes num dado período de dias ou de semanas

95
Trabalho por turnos - Regras (artigo 115.º LTFP)

❑ O termo do período de trabalho de um trabalhador coincide com o início do de


outro

❑ Devem ser organizados turnos de pessoal diferente sempre que o período de


funcionamento ultrapasse os períodos máximos do PNT

❑ Os turnos devem, na medida do possível, ser organizados de acordo com os


interesses e as preferências do trabalhador

❑ A duração de cada turno não pode ultrapassar os limites máximos do PNT

❑ Os turnos são rotativos, estando o respetivo pessoal sujeito à sua variação regular

96
Tipologia dos turnos (artigo 116.º LTFP)

❑ Permanente: o trabalho é prestado em todos os dias da semana


❑ Semanal prolongado: o trabalho é prestado em todos os 5 dias úteis e no sábado ou
no domingo
❑ Semanal: o trabalho é prestado apenas de segunda e sexta-feira

❑ Regime de turnos total: o trabalho é prestado em, pelo menos, três períodos de
trabalho diário
❑ Regime de turnos parcial: o trabalho é prestado em apenas dois períodos de
trabalho diário

97
Trabalho por tunos – remuneração (artigo 161.º LTFP)

❑ O montante varia em função do número de turnos adotado, bem como da natureza


permanente ou não do funcionamento dos serviços

❑ Há lugar ao pagamento de um suplemento remuneratório caso um dos turnos seja total


ou parcialmente coincidente com o período de trabalho noturno

❑ O acréscimo, relativamente à remuneração base, varia entre:

❑ 25% a 22%, quando o turno for permanente, total ou parcial


❑ 22% a 20%, quando o regime de turnos for semanal prolongado, total ou parcial
❑ 20% a 15%, quando o regime de turnos for semanal total ou parcial

❑ A fixação das percentagens dos suplementos remuneratórios devidos tem lugar em


regulamento interno ou em IRCT

❑ O acréscimo remuneratório devido inclui o que fosse devido por trabalho noturno, mas
não afasta a remuneração por trabalho suplementar

98
Isenção de horário de trabalho (artigo 117.º LTFP)

❑ Têm isenção de horário, nos termos dos respetivos estatutos, os trabalhadores


titulares de cargos dirigentes e aqueles que chefiem equipas multidisciplinares

❑ Podem beneficiar do regime de isenção outros trabalhadores mediante a


observância de duas condições cumulativas:

❑ Ser a isenção admitida por lei ou prevista em IRCT


❑ Celebração de acordo escrito com o empregador público

❑ A isenção de HT não dispensa o dever de assiduidade, nem o cumprimento da


duração semanal de trabalho legalmente estabelecida

99
Isenção de horário de trabalho (artigo 118.º LTFP)

Modalidades de isenção:

❑ Não sujeição aos limites máximos dos períodos normais de trabalho (isenção total)

❑ Possibilidade de alargamento da prestação de trabalho a um determinado n.º de


horas, por dia ou por semana (isenção parcial). O alargamento da prestação de
trabalho não pode ser superior a 2 h por dia ou a 10 h por semana

❑ Observância dos períodos normais de trabalho acordados (isenção modelada)

100
Isenção de horário de trabalho (artigo 118.º LTFP)

Escolha da modalidade de isenção:

No caso de acordo escrito, a escolha da modalidade obedece ao disposto na lei ou em


IRCT (n.º 2 da cláusula 9.ª do ACT n.º 1/2009)

101
Isenção de horário de trabalho - suplemento (artigo 164.º LTFP)

Apenas aos trabalhadores isentos nas modalidades previstas nas alíneas a) e b) do


artigo 118.º da LTFP, nos termos fixados por lei, podendo ser regulamentados por IRCT.

Não é aplicável a cargos em que o regime de isenção de trabalho constitua o regime


normal de prestação de trabalho, podendo não se aplicar a carreiras especiais.

102
Não sujeição a horário de trabalho (artigo 119.º LTFP)

Realização de tarefas Concordância expressa do Fixação de um prazo para


constantes do Plano de trabalhador relativamente às a realização da tarefa a
Atividades, desde que tarefas e aos prazos da sua executar não superior a
calendarizadas e cuja execução 10 dias úteis
execução esteja afeta ao
trabalhador não sujeito a
HT

103
Não sujeição a horário de trabalho (artigo 119.º LTFP)

Prestação de trabalho não sujeita a qualquer das modalidades de horário previstas na


LTFP, nem à observância do dever geral de assiduidade e de cumprimento da duração
semanal do trabalho

❑ Não dispensa o contacto regular com o serviço, nem a presença no local de trabalho
sempre que necessário

❑ Não autorização ao mesmo trabalhador mais do que uma vez por trimestre

❑ Impossibilidade de utilização pelo prazo de um ano em caso de incumprimento

104
Trabalho noturno (artigos 223.º a 225.º CT)

Trabalho prestado num período com duração mínima de 7 horas e máxima de onze,
compreendendo o intervalo entre as 0 horas e as 5 horas

Na falta de IRCT - trabalho noturno é o prestado entre as 22 horas e as 7 horas.

Considera-se trabalhador noturno o que presta, pelo menos, três horas de trabalho
normal noturno em cada dia … ou outra definida por IRCT

105
Trabalho noturno (artigos 223.º a 225.º CT)

ACT n.º 1/2009

Cláusula 10.ª
Trabalho noturno
1 - Considera-se período de trabalho noturno o trabalho compreendido entre as 20 horas
de um dia e as 7 horas do dia seguinte para os trabalhadores inseridos nas seguintes
carreiras e afetos às seguintes atividades:
a) Carreira de assistente operacional, nas atividades de distribuição e abastecimento de
água;
b) Carreira de assistente operacional e assistente técnico, no serviço de ambulâncias e
proteção civil;
c) Carreira de assistente operacional, nas atividades de recolha de lixo e incineração.
2 - Entende-se por trabalhador noturno aquele que realize durante o período noturno
uma certa parte do seu tempo de trabalho anual, correspondente a, pelo menos, duas
horas por dia.

106
Remuneração do trabalho noturno (artigo 160.º LTFP)

❑ É pago com um acréscimo de 25% relativamente ao trabalho equivalente prestado


durante o dia

❑ O acréscimo pode ser fixado em IRCT através de uma redução equivalente dos limites
máximos do períodos normais de trabalho

❑ Situações que não dão o direito ao suplemento:

❑ Atividades exercidas exclusiva ou predominantemente durante esse período


(espetáculos e diversões públicas)
❑ Atividades que pela sua natureza ou por força da lei, devam funcionar à
disposição do público durante esse período
❑ Quando o acréscimo remuneratório se encontre integrado na remuneração
base

107
Trabalho suplementar (artigo 120.º LTFP e artigos 226.º a 231.º CT)

Aplicabilidade do artigo 226.º e ss. do CT, por via do n.º 1 do artigo 120.º da LTFP aos
trabalhadores com vínculo de emprego público:

❑ É suplementar todo o trabalho prestado fora do horário de trabalho)

❑ Havendo isenção de horário é suplementar o trabalho que exceda o período


fixado (quando for o caso)

108
Trabalho suplementar (artigo 120.º LTFP e artigos 226.º a 231.º CT)

❑ Só pode ser prestado quando haja acréscimo eventual e transitório do trabalho,


que não justifique a admissão de novo trabalhador, ou em caso de força maior ou
seja indispensável para prevenir ou reparar prejuízo grave para o empregador
público

❑ O trabalhador é obrigado a realizar a prestação de trabalho suplementar,


podendo solicitar a sua dispensa, invocando motivos atendíveis

109
Trabalho suplementar (artigo 120.º LTFP e artigos 226.º a 231.º CT)

Os limites do n.º 2 do artigo 120.º e 163.º da LTFP:

❑ 2 horas por dia normal de trabalho


❑ 150 horas por ano, podendo ser alargado a 200 horas/ano por IRCT
❑ Um número de horas igual ao período normal de trabalho diário, nos dias de
descanso semanal, obrigatório ou complementar, e nos feriados
❑ Um número de horas igual a meio período normal de trabalho diário em meio dia
de descanso complementar

110
Trabalho suplementar (artigo 120.º LTFP e artigos 226.º a 231.º CT)

Os limites do n.º 2 do artigo 120.º (contratados) e 163.º da LTFP (nomeados):

❑ Estes limites podem ser ultrapassados desde que não impliquem uma
remuneração por trabalho suplementar superior a 60% da RB do trabalhador (1/3
para os nomeados) - motoristas, telefonistas, outro pessoal das carreiras de AT e AO
cuja manutenção ao serviço seja indispensável ou em circunstâncias excecionais e
delimitadas no tempo, mediante autorização ou confirmação do membro do
Governo competente.

111
Como é pago o trabalho suplementar (artigo 162.º LTFP)

É pago de acordo com o valor da remuneração horária da seguinte forma:

a) 25% na 1.ª hora ou fração desta e 37,5% por hora ou fração subsequente, em dia
normal de trabalho
b) 50% por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal, obrigatório ou
complementar, ou em feriado
c) A compensação horária que serve de base ao trabalho suplementar é calculado
segundo a fórmula prevista no artigo 155.º da LTFP

112
Como é pago o trabalho suplementar (artigo 162.º LTFP)

Por acordo entre empregador público e trabalhador a remuneração por trabalho suplementar
pode ser substituída por descanso compensatório.

O descanso compensatório deve ser igual ao número de horas de trabalho suplementar


prestadas, acrescidas de uma majoração em tempo igual às percentagens previstas (25%, 37,5%
ou 50%)

o trabalho suplementar que ocorra em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar,


dá direito ao trabalhador, que o pretenda substituir por descanso compensatório nos termos
do n.º 7 do artigo 162.º da LTFP, a um dia e meio de descanso compensatório, pela conversão
das majorações remuneratórias em tempo.

113
Como é pago o trabalho suplementar (artigo 162.º LTFP)

A disposição do n.º 7 do artigo 162.º:

Quando o trabalho suplementar ocorrer em dia de descanso semanal obrigatório, ao


descanso compensatório referido no ponto anterior acresce ainda, por força do disposto
nos n.ºs 4 e 5 do artigo do artigo 229.º do Código do Trabalho (aplicável por via da
remissão constante do artigo 4.º da LTFP), mais um dia de descanso compensatório
remunerado a gozar num dos três dias úteis seguintes que deverá ser marcado por acordo
entre o trabalhador e o empregador público, ou, na falta de acordo, pelo empregador
público.

114
Como é pago o trabalho suplementar (artigo 162.º LTFP)

Este descanso compensatório tem diferente natureza do descanso compensatório


decorrente de impedimento de ser garantido o descanso diário ou semanal obrigatório.
Aqui está em causa, apenas, a conversão do pagamento do trabalho suplementar em
dinheiro em tempo disponível.

115
Descanso compensatório (artigo 229.º CT)

❑ O trabalhador que presta trabalho suplementar impeditivo do gozo de descanso diário


tem direito a descanso compensatório remunerado equivalente às horas de descanso em
falta, a gozar num dos três dias úteis seguintes.

❑ O trabalhador que presta trabalho em dia de descanso semanal obrigatório (em regra
domingo) tem direito a um dia de descanso compensatório remunerado a gozar num dos
3 dias úteis seguintes

❑ O descanso compensatório é marcado por acordo

116
Trabalho a tempo parcial (artigos 150.º a 156.º CT e artigo 68.º LTFP)

Artigo 68.º
Remissão
1 - Sem prejuízo do disposto na presente lei, é aplicável aos trabalhadores titulares de um
vínculo de emprego público o regime previsto no Código do Trabalho em matéria de
trabalho a tempo parcial e de teletrabalho.
2 - O empregador público não pode excluir o recurso ao trabalho a tempo parcial por
regulamento.

❑ A liberdade de celebração de contrato de trabalho a tempo parcial não pode ser


excluída por IRCT

117
Trabalho a tempo parcial (artigos 150.º a 156.º CT e artigo 68.º LTFP)

Noção:

❑ Considera-se trabalho a tempo parcial o que corresponde a um período normal de trabalho


semanal inferior ao praticado a tempo completo

Formalidades:

❑ Requerimento dirigido ao empregador público;


❑ Contrato sujeito à forma escrita;
❑ Indicação do período normal de trabalho diário e semanal com referência comparativa ao
trabalho a tempo completo.

118
Trabalho a tempo parcial (artigos 150.º a 156.º CT e artigo 68.º LTFP)

Condições de trabalho e remuneração:

❑ Ao trabalhador a tempo parcial é aplicável o regime previsto na lei;

❑ Não pode ter um tratamento menos favorável do que o trabalhador a tempo completo
em situação comparável, a menos que a diferença de tratamento seja justificada por
razões objetivas, que podem ser definidas por IRCT.

119
Trabalho a tempo parcial (artigos 150.º a 156.º CT e artigo 68.º LTFP)

Trabalhador tem direito:

❑ À remuneração base prevista na lei, na proporção do respetivo período normal de


trabalho semanal;
❑ Caso a prestação de trabalho diário seja igual ou superior a metade da duração diária
do trabalho a tempo completo, o trabalhador tem direito a subsídio de refeição por
inteiro, de acordo com as regras constantes do Decreto-Lei n.º 57-B/84;
❑ Ao subsídio de férias e de Natal correspondentes à remuneração recebida;
❑ Aos suplementos remuneratórios que sejam devidos, assim como aos prémios de
desempenho, os quais são calculados em proporção do respetivo período normal de
trabalho semanal.

120
Trabalho a tempo parcial (artigos 150.º a 156.º CT e artigo 68.º LTFP)

Duração do trabalho a tempo parcial

❑O trabalhador a tempo parcial pode passar a trabalhar a tempo completo ou o inverso, a


título definitivo ou por período determinado, mediante acordo escrito com o empregador
público

❑O trabalhador pode fazer cessar o acordo por meio de comunicação escrita enviada ao
empregador público até ao sétimo dia seguinte à celebração

❑Quando a passagem de trabalho a tempo completo para trabalho a tempo parcial se


verifique por período determinado, decorrido este período, o trabalhador tem direito a
retomar a prestação de trabalho a tempo completo

121
Trabalho a tempo parcial (artigos 150.º a 156.º CT e artigo 68.º LTFP)

Preferência na admissão para trabalho a tempo parcial:

❑ Devem ser estabelecidas preferências, em IRCT, para a admissão em regime de tempo


parcial de trabalhadores com responsabilidades familiares, com capacidade de trabalho
reduzida, com deficiência ou doença crónica ou que frequente estabelecimento de
ensino.

122
Teletrabalho (artigo 165.º CT)

Noção

Prestação de trabalho realizada com subordinação jurídica do trabalhador a um empregador,


em local não determinado por este, através do recurso a tecnologias de informação e de
comunicação.

123
Teletrabalho

❑ Em regra o teletrabalho reveste caráter voluntário;

❑ Exceções:
✓ O trabalhador, mediante certificação médica, se encontrar abrangido pelo regime
excecional de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos, nos termos do artigo
25.º-A do Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, na sua redação atual.

124
Teletrabalho
Artigo 25.º-A
Regime excecional de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos

1 - Os imunodeprimidos e os portadores de doença crónica que, de acordo com as orientações


da autoridade de saúde, devam ser considerados de risco, designadamente os hipertensos, os
diabéticos, os doentes cardiovasculares, os portadores de doença respiratória crónica, os
doentes oncológicos e os portadores de insuficiência renal, podem justificar a falta ao trabalho
mediante declaração médica, desde que não possam desempenhar a sua atividade em regime
de teletrabalho ou através de outras formas de prestação de atividade.
2 - A declaração médica referida no número anterior deve atestar a condição de saúde do
trabalhador que justifica a sua especial proteção.
3 - O regime previsto no presente artigo não é aplicável aos trabalhadores dos serviços
essenciais previstos no n.º 1 do artigo 10.º.

125
Teletrabalho

Modalidades

Apesar de não se encontrarem enumeradas na lei, a doutrina identifica de forma frequente


quatro modalidade de teletrabalho:

❑ Domiciliário – aquele que é realizado, em regra, no domicílio do trabalhador.

▪ A tempo completo
ou
▪ A tempo parcial

❑ Móvel – aquele que é realizado de forma itinerante, com recurso a computador portátil,
telemóvel ou a outras tecnologias, permitindo ao trabalhador estar em contacto com o seu
empregador sem qualquer balizamento espacial.

126
Teletrabalho

Modalidades

❑ Telecentros – aquele que é exercido em espaços próprios para o desenvolvimento de


atividades em teletrabalho, que dispõem de todo o equipamento e tecnologias necessárias
e que se traduzem numa forma coletiva de teletrabalho.

▪ Podem consistir em espaços partilhados por trabalhadores do mesmo empregador


público ou por trabalhadores de vários empregadores públicos;
▪ Estão associados a estratégias de organização dos empregadores (redução de
custos/partilha de despesas/acesso de trabalhadores qualificados a locais distanciados
das instalações principais/atração de trabalhadores a uma determinada área
geográfica)

127
Teletrabalho

Modalidades

❑ Transfronteiriço ou internacional – aquele que é exercido num país diferente daquele em


que se situa o empregador público, mas que permite, por força das tecnologias, a existência
de uma interação informática ou telemática constante ou uma circulação teleinformática.

▪ Pode ser exercido no domicílio ou em telecentros constituídos para o efeito.

128
Teletrabalho (artigo 166.º CT)

Acordo para prestação de teletrabalho

Quem pode exercer funções em teletrabalho?

❑ Aqueles que já são trabalhadores do empregador público;


❑ Aqueles que sejam admitidos para o efeito mediante celebração de contrato para
prestação subordinada de teletrabalho

129
Teletrabalho (artigo 166.º CT)
Acordo para prestação de teletrabalho

❑ O contrato de teletrabalho depende sempre de acordo escrito, que pode constar do contrato de
trabalho inicial ou ser autónomo em relação;

❑ O acordo de teletrabalho define o regime de permanência ou de alternância de períodos de


trabalho à distância e de trabalho presencial;

❑ A forma escrita é exigida apenas para prova da estipulação do regime de teletrabalho;

❑ No caso de a atividade contratada com o trabalhador ser compatível com o regime de


teletrabalho, a proposta de acordo feita pelo trabalhador só pode ser recusada pelo
empregador por escrito e com indicação do fundamento da recusa;

❑ O local de trabalho previsto no acordo de teletrabalho pode ser alterado pelo trabalhador,
mediante acordo escrito com o empregador.
130
Teletrabalho (artigo 166.º CT)
Acordo para prestação de teletrabalho

O acordo de teletrabalho deve conter e definir:

❑ A identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;


❑ O local em que o trabalhador realizará habitualmente o seu trabalho, o qual será
considerado, para todos os efeitos legais, o seu local de trabalho;
❑ O período normal do trabalho diário e semanal;
❑ O horário de trabalho;

131
Teletrabalho (artigo 166.º CT)
Acordo para prestação de teletrabalho

O acordo de teletrabalho deve conter e definir:

❑ A atividade contratada, com indicação da categoria correspondente;


❑ A retribuição a que o trabalhador terá direito, incluindo prestações complementares e
acessórias;
❑ A propriedade dos instrumentos de trabalho, bem como o responsável pela respetiva
instalação e manutenção;
❑ A periodicidade e o modo de concretização dos contactos presenciais.

132
Teletrabalho (artigo 166.º-A CT)

Direito ao regime de teletrabalho

Têm direito a passar a exercer funções em regime de teletrabalho, desde que tal seja
compatível com a atividade desempenhada:

❑ Os trabalhadores vítimas de violência doméstica, desde que:


▪ Tenham apresentado queixa-crime;
▪ Tenham saído da casa de morada de família

❑ Os trabalhadores com filhos com idade até 3 anos, desde que:


▪ Atividade desempenhada tem de ser compatível com o teletrabalho;
▪ O empregador tem de dispor de recursos e meios para o efeito

133
Teletrabalho (artigo 166.º-A CT)

Direito ao regime de teletrabalho

Este direito pode ser estendido aos trabalhadores com filhos com idade até aos 8 anos de
idade, desde que:

▪ Ambos os progenitores reúnam condições para o exercício da atividade em regime de


teletrabalho, e este seja exercido por ambos em períodos sucessivos de igual duração
num prazo de referência máxima de 12 meses;
▪ Estejamos perante famílias monoparentais ou situações em que apenas um dos
progenitores, comprovadamente, reúne condições para o exercício da atividade em
regime de teletrabalho.

Verificados estes requisitos o empregador público não pode opor-se à prestação de trabalho
em regime de teletrabalho.

134
Teletrabalho (artigo 166.º-A CT)

Direito ao regime de teletrabalho

Tem ainda direito a exercer a atividade em regime de teletrabalho:

▪ O trabalhador a quem tenha sido reconhecido o estatuto de cuidador informal não


principal, mediante comprovação do mesmo, nos termos da legislação aplicável, quando
este seja compatível com a atividade desempenhada e o empregador disponha de
recursos e meios para o efeito, pelo período máximo de quatro anos seguidos ou
interpolados;
▪ O empregador pode opor-se ao direito previsto no número anterior quando não estejam
reunidas as condições aí previstas ou com fundamento em exigências imperiosas do
funcionamento do serviço.

135
Teletrabalho (artigo 167.º CT)

Regime/Duração

❑ Reveste caráter voluntário tanto para o empregador público, como para o trabalhador,
salvo algumas situações de obrigatoriedade;
❑ O trabalhador não pode ser prejudicado pela sua não aceitação de acordo de
teletrabalho, nem pelo exercício do direito à reversibilidade do acordo de teletrabalho;
❑ O acordo de teletrabalho pode ser celebrado com duração determinada ou
indeterminada;

136
Teletrabalho (artigo 167.º CT)

Regime/Duração

❑ Reveste caráter voluntário tanto para o empregador público, como para o trabalhador,
salvo algumas situações de obrigatoriedade;
❑ O trabalhador não pode ser prejudicado pela sua não aceitação de acordo de
teletrabalho, nem pelo exercício do direito à reversibilidade do acordo de teletrabalho;
❑ O acordo de teletrabalho pode ser celebrado com duração determinada ou
indeterminada;
❑ Sendo o acordo de teletrabalho celebrado com duração determinada, este não pode
exceder seis meses, renovando-se automaticamente por iguais períodos, se nenhuma das
partes declarar por escrito, até 15 dias antes do seu término, que não pretende a
renovação;
137
Teletrabalho (artigo 167.º CT)

Regime/Duração

❑ O acordo de teletrabalho pode ser celebrado com duração determinada ou


indeterminada:
▪ Acordo de teletrabalho celebrado com duração determinada - não pode exceder
seis meses, renovando-se automaticamente por iguais períodos, se nenhuma das
partes declarar por escrito, até 15 dias antes do seu término, que não pretende a
renovação;
▪ Acordo de duração indeterminada - qualquer das partes pode fazê-lo cessar
mediante comunicação escrita, que produzirá efeitos no 60.º dia posterior
àquela.

138
Teletrabalho (artigo 167.º CT)

Regime/Duração

❑ Qualquer das partes pode denunciar o contrato durante os primeiros 30 dias da sua
execução;
❑ Cessando o acordo de teletrabalho no âmbito de um contrato de trabalho de duração
indeterminada, ou cujo termo não tenha sido atingido, o trabalhador retoma a atividade
em regime presencial, sem prejuízo da sua categoria, antiguidade e quaisquer outros
direitos reconhecidos aos trabalhadores em regime presencial com funções e duração do
trabalho idênticas.

139
Teletrabalho (artigo 168.º CT)

Equipamentos e sistemas

❑ O empregador público é responsável pela disponibilização ao trabalhador dos


equipamentos e sistemas necessários à realização do trabalho e à interação trabalhador-
empregador, devendo o acordo de teletrabalho especificar se são fornecidos
diretamente ou adquiridos pelo trabalhador, com a concordância do empregador acerca
das suas características e preços;

140
Teletrabalho (artigo 168.º CT)

Equipamentos e sistemas

❑ São integralmente compensadas pelo empregador público:


▪ todas as despesas adicionais que, comprovadamente, o trabalhador suporte
como direta consequência da aquisição ou uso dos equipamentos e sistemas
informáticos ou telemáticos necessários à realização do trabalho;
▪ os acréscimos de custos de energia e da rede instalada no local de trabalho em
condições de velocidade compatível com as necessidades de comunicação de
serviço;
▪ os custos de manutenção dos mesmos equipamentos e sistemas.

141
Teletrabalho (artigo 168.º CT)

Equipamentos e sistemas

❑ Consideram-se despesas adicionais:


▪ as correspondentes à aquisição de bens e ou serviços de que o trabalhador não
dispunha antes da celebração do acordo de teletrabalho;
▪ as determinadas por comparação com as despesas homólogas do trabalhador
no mesmo mês do último ano anterior à aplicação desse acordo.

❑ O pagamento da compensação é devido imediatamente após a realização das


despesas pelo trabalhador.

142
Teletrabalho

O registo dos tempos de trabalho

❑ Os trabalhadores em teletrabalho estão sujeitos aos limites máximos do período


normal de trabalho diário e semanal (7h/35h) aplicáveis aos trabalhadores que não
exercem a sua atividade em regime de teletrabalho;
❑ Em regra, o trabalhador em teletrabalho realiza a sua atividade por objetivos, gerindo
e organizando o seu tempo de trabalho livremente, desde que cumpra os objetivos
definidos pelo empregador;
❑ Pode ser definida uma modalidade de horário de trabalho, em que são cumpridas as
regras associadas a essa modalidade de horário;

143
Teletrabalho

O registo dos tempos de trabalho

❑ Nas situações em que não seja fixada uma modalidade de horário de trabalho, deve
ser contratualmente estabelecido um determinado período em que o empregador
público pode contactar o trabalhador (o trabalhador pode não estar a trabalhar naquele
intervalo de tempo, mas tem de estar disponível);

144
Teletrabalho

O registo dos tempos de trabalho

❑ Quanto ao registo dos tempos de trabalho:


▪ Teletrabalho domiciliário - através de uma aplicação disponibilizada online pelo
empregador público, onde o trabalhador regista o seu início e fim de atividade
diária, bem como o seu intervalo de descanso;
▪ Telecentros - ou através de aplicação semelhante à utilizada para o trabalho
domiciliário, ou através de uma aplicação de controlo de assiduidade existente
no próprio telecentro, que faça a transmissão do registo de assiduidade ao
empregador público

145
Teletrabalho (artigo 169.º CT)
Igualdade de direitos e deveres

❑ O trabalhador em teletrabalho tem os mesmos direitos e encontra-se sujeito aos


mesmo deveres que os demais trabalhadores (formação, avaliação do desempenho,
desenvolvimento de carreira, limites do período normal de trabalho, períodos de
descanso, férias, proteção social, segurança e saúde no trabalho - SST, reparação de
acidentes de trabalho ou doença profissional);
❑ O trabalhador mantém o direito à totalidade da sua remuneração, ao subsídio de
refeição, ao subsídio de férias e ao subsídio de Natal, nos mesmos termos dos restantes
trabalhadores;
❑ O trabalhador tem direito às atualizações salariais, nos mesmos termos em que elas
forem devidas aos restantes trabalhadores.

146
Teletrabalho (artigo 169.º CT)
Igualdade de direitos e deveres

❑ O empregador, caso necessário, deve proporcionar formação profissional


adequada ao trabalhador sobre a utilização de TIC inerentes ao exercício da
atividade:
➢ Os empregadores deverão adotar as medidas necessárias para garantir
formação aos trabalhadores em teletrabalho, de forma equivalente à dos
trabalhadores em trabalho presencial, devendo ser consideradas no
desenvolvimento destas ações as características específicas do teletrabalho;
➢ Os empregadores deverão garantir aos trabalhadores em teletrabalho a
formação adequado para o desenvolvimento da sua atividade à distância, tanto
no momento de formalização do acordo de teletrabalho como quando existam
alterações no âmbito dos meios tecnológicos utilizados.

147
Teletrabalho (artigo 169.º-A CT)

Organização, direção e controlo do trabalho

❑ As reuniões de trabalho à distância e as tarefas que, pela sua natureza, devem ser
realizadas em tempos precisos e em articulação com outros trabalhadores, devem ter
lugar dentro do horário de trabalho e ser agendadas preferencialmente com 24 horas de
antecedência;
❑ O trabalhador é obrigado a comparecer no serviço ou noutro local designado pelo
empregador público, para reuniões, ações de formação e outras situações que exijam
presença física, para as quais tenha sido convocado com, pelo menos, 24 horas de
antecedência;

148
Teletrabalho (artigo 169.º-A CT)

Organização, direção e controlo do trabalho

❑ Se essa deslocação obrigar a um acréscimo de despesa para o trabalhador, o


empregador público suporta o custo das deslocações, na parte em que, eventualmente,
exceda o custo normal do transporte entre o domicílio do trabalhador e o local em que
normalmente prestaria trabalho em regime presencial;
❑ Os poderes de direção e controlo da prestação de trabalho são exercidos
preferencialmente por meio dos equipamentos e sistemas de comunicação e informação
afetos à atividade do trabalhador, segundo procedimentos previamente conhecidos por
ele e compatíveis com o respeito pela sua privacidade

149
Teletrabalho (artigo 169.º-A CT)

Organização, direção e controlo do trabalho

❑ O controlo da prestação de trabalho, por parte do empregador, deve respeitar os


princípios da proporcionalidade e da transparência, sendo proibido impor a conexão
permanente, durante a jornada de trabalho, por meio de imagem ou som.

150
Teletrabalho (artigo 169.º-B CT)

Deveres especiais do empregador público

❑ Informar o trabalhador, quando necessário, acerca das características e do modo de


utilização de todos os dispositivos, programas e sistemas adotados para acompanhar à
distância a sua atividade;
❑ Abster-se de contactar o trabalhador no período de descanso;
❑ Diligenciar no sentido da redução do isolamento do trabalhador, promovendo, com a
periodicidade estabelecida no acordo de teletrabalho, ou, em caso de omissão, com
intervalos não superiores a dois meses, contactos presenciais dele com as chefias e
demais trabalhadores;

151
Teletrabalho (artigo 169.º-B CT)

Deveres especiais do empregador público

❑ Garantir ou custear as ações de manutenção e de correção de avarias do equipamento


e dos sistemas utilizados no teletrabalho, independentemente da sua propriedade;
❑ Consultar o trabalhador, por escrito, antes de introduzir mudanças nos equipamentos e
sistemas utilizados na prestação de trabalho, nas funções atribuídas ou em qualquer
característica da atividade contratada;
❑ Facultar ao trabalhador a formação de que este careça para o uso adequado e
produtivo dos equipamentos e sistemas que serão utilizados por este no teletrabalho.

152
Teletrabalho (artigo 169.º-B CT)

Deveres especiais do trabalhador

❑ Informar atempadamente o empregador público de quaisquer avarias ou defeitos de


funcionamento dos equipamentos e sistemas utilizados na prestação de trabalho;
❑ Cumprir as instruções do empregador no respeitante à segurança da informação
utilizada ou produzida no desenvolvimento da atividade contratada;
❑ Respeitar e observar as restrições e os condicionamentos que o empregador defina
previamente, no tocante ao uso para fins pessoais dos equipamentos e sistemas de
trabalho fornecidos por aquele;
❑ Observar as diretrizes do empregador em matéria de saúde e segurança no trabalho.

153
Obrigada!

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