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Controle Aversivo

1) Pouco estudado

2) Mal compreendido

3) Inevitável
O estudo do

CONTROLE AVERSIVO

científico

conceitual experimental

moral / ético
Aspectos conceituais/metodológcos

O que é controle aversivo?

É clara a distinção entre os processos aversivos e


os apetitivos?

É clara a identificação da variável crítica nesse


controle?
Critérios
• Operacionais + ou -
Contingência operante

• Funcionais ou

• Natureza do S envolvido aversivo/apetitivo

- alterações fisiológicas
- comportamentos induzidos
• Efeitos sobre organismo
Ex.: agressão, depressão
R-S + R-S -
Reforçamento Reforçamento

R-S + R-S -
Punição Punição
Reforçamento +

Reforçamento -

Punição +
Punição -
Total of Articles

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35
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
Carvalho Neto e cols. (submetido)

1974
1976
JEAB

1978
1980

Year
1982
JABA

1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
Processos respondentes

US av UR

CR

S av
CS neutro
Lei unificada do reforço
(Donahoe & Palmer, 1994)

S S CS
S S S S

CRUR
US (discrepância)

R R R
R R R R
Outros procedimentos que envolvem
controle aversivo

Time-out

Extinção (ref+)

Apresentação não contingente do S aversivo


Modelos animais de psicopatologias
ANSIEDADE  SUPRESSÃO CONDICIONADA
(CS aversivo não contingente)

DEPRESSÃO  DESAMPARO APRENDIDO


(US aversivo não contingente - intenso e agudo)
 CMS
(US aversivo não contingente – suave e crônico)

 separação mãe/filhote
(retirada da possibilidade de reforçamento +)
Algumas desvantagens
TODAS ESSAS CRÍTICAS
freqüentemente apontadas para o
controle aversivo
NÃO SÃO
• Efeitos são transitórios
CONSISTENTES COM
• Produz contra-controle
OS DADOS
• Reduz variabilidade comportamental
EXPERIMENTAIS
EFEITOS DA PUNIÇÃO SÃO TRANSITÓRIOS (Catania, 1999)

Ref

Ref + Punição Ref


Ref
CONTRA CONTROLE

Comportamento que é funcional mas não


reforça o comportamento do
controlador
(Delprato, 2002)
CONTROLE AVERSIVO produz contra-controle

(Comportamento que é funcional mas não reforça o comportamento do


controlador)

CONTRA-CONTROLE

- não depende da aversividade da contingência

- depende das contingências concorrentes


(mais reforçadoras ou de menor custo)
CONTINGÊNCIAS DE FUGA/ESQUIVA GERAM
ALTA VARIABILIDADE/“CRIATIVIDADE”

(contra-controle ou respostas “não autorizadas”)

REFORÇAMENTO POSITIVO, sem esquemas concorrentes,


GERA BAIXA VARIABILIDADE/ CRIATIVIDADE
controle aversivo reduz variabilidade comportamental /menor criatividade
É clara a distinção entre os processos aversivos e
os apetitivos?

A fronteira entre reforçamento positivo e


negativo não é tão nítida como parece em
princípio; por isso, identificar a variável crítica
que mantém o comportamento pode ser
complicado.
Comportamentos mantidos por reforçamento

negativo apresentam padrões semelhantes

aos reforçados positivamente

(Morse & Kelleher, 1966; Perone, 2003)


Baron, Williams & Posner, não publicado (em Perone 2003)
É clara a distinção entre os processos
aversivos?

diferença entre fuga e esquiva


• Pode-se obter fuga estabelecendo como
contingência o término de apresentações
sucessivas de choques.

• Se os intervalos entre choques forem curtos


fuga

• Se forem longos  fuga ou esquiva?


O que mantém o comportamento de
esquiva?

• A esquiva seria uma forma de reforçamento


negativo pois é mantida pela remoção da
probabilidade de apresentação do S aversivo
(Catania, 1999)

• A esquiva seria uma forma de reforçamento


positivo, mantida pela produção de Ss de
segurança (Dinsmoor, 2001).
Esquiva não-sinalizada
• Esquiva é resultado de punição de outras
respostas que são pareadas com o choque 
Rs aversivas condicionadas que reduzem de
probabilidade, restando apenas a R de esquiva
nunca pareada (Sidman, 1953)

• Teoria de redução na freqüência de choques


(Sidman, 1962; Herrnstein & Hineline, 1966); Lambert, Bersh, Hineline e
Smith, 1973)
Teoria dos dois fatores
(Mowrer, 1947)
Esquiva sinalizada

R - evita a ocorrência do choque iminente


- desliga o estímulo-aviso

Respondente  S aviso (exteroceptivo) pareado com


choque produz CS para Rs interoceptivas = às eliciadas
pelo choque (aversivas)

Operante R elimina CS, produzindo Ref –


(fuga do CS)
Teoria dos dois fatores
(para esquiva não sinalizada)
(Anger, 1963)

Ss condicionados interoceptivos
 condições fisiológicas que ocorrem no tempo são
pareadas diferentemente com o choque : Ss logo
após R não são pareados com choque;

 R de esquiva restaura condições fisiológicas não


aversivas
R esquiva  fuga condicionada
Dados contrários à teoria dos dois fatores

S aviso pode não ser tão aversivo


R não ocorre logo que o CS é apresentado (CS de
10”, R ocorre após 4 a 6 s )
(Foree & LoLordo, 1970 - pombos; Gilbert , 1971 - ratos)

ratos preferem Ss sinalizados


(Badia, Harsh & Abbott, 1979)
Interpretações possíveis:

- (CS + US deveria ser mais aversivo que apenas US)


ou
- S aviso permite discriminação de períodos seguros e outros mais próximos do
choque, sendo menos aversivo
Experimento

R esquiva produz 1 choque contingente e


cancela outros 5 choques  R esquiva é
adquirida

Esquiva se mantém mesmo quando estímulos


proprioceptivos gerados pela resposta são
positivamente correlacionados com choque
(Herrnstein & Hineline, 1966; Lambert, Bersh, Hineline & Smith, 1973)
Nova versão da Teoria de dois Fatores
(Dinsmoor, 1977, 2001)
 Rs de esquiva seriam reforçadas positivamente
pela apresentação desses períodos de
segurança

• Na esquiva não-sinalizada as condições corporais no


momento da resposta (negativamente correlacionadas com o
choque) adquirem propriedades de sinalizar um período no
qual choques não ocorrem (período de segurança). Rs de
esquiva seriam reforçadas + pela apresentação desses períodos
de segurança.
Duas Teorias dos Dois Fatores
Esquiva é
1) fuga de estímulos aversivos condicionados, seja
exteroceptivos (Mowrer, 1947) ou interoceptivos
(Anger, 1963);
2) uma forma de reforçamento positivo, mantida pela
produção de estímulos negativamente
correlacionados com choques.

Nos dois casos, a esquiva é vista como resultante da


interação entre condicionamentos respondente e
operante.
Distinção entre os procedimentos utilizados para a
identificação precisa de reforçamento positivo e
reforçamento negativo
• Ref +  apresentação de um estímulo
• Ref -  remoção de um estímulo

O que é mais relevante entre os estímulos apresentados e


removidos?

Dificuldade nessa identificação levou alguns pesquisadores a


sugerirem possível eliminação, da diferença entre
reforçamento positivo e negativo
(Baron & Galizio, 2005; Michael, 1975; Perone, 2003).
O CONTROLE AVERSIVO
TEM SIDO
MAL COMPREENDIDO
BOM
Reforçamento + Desejável
(ético)

A quem beneficia?
É EEFICIENTE
EFEITOS A MÉDIO ?
LONGO PRAZO?

RUIM
Reforçamento –
Indesejável
Punição + (anti-ético)
Punição -
Reforços + Estímulos aversivos

- drogas de adição - medicamentos, injeção, operação

- Fast food, chocolate, doces - dieta alimentar, alimentos saudáveis

- Programas na TV - exercícios físicos

- “dor”

Curto prazo – ref + (alta freq da R) Curto prazo – aversivo (fuga/esquiva)

Longo prazo – prejuízo p/ o sujeito Longo prazo – vantagens p/ o sujeito


Ausência de controle aversivo pode ser
prejudicial ao sujeito

Scripture, 1895
(em Perone, 2003)
O CONTROLE AVERSIVO

É INEVITÁVEL
REFORÇAMENTO POSITIVO PODE ENVOLVER
CONTINGÊNCIAS AVERSIVAS

• Períodos de extinção em esquemas


intermitentes podem se tornar aversivos

• Esquemas múltiplos, sinal associado com


esquema com menor densidade de
reforçamento pode se tornar aversivo
REFORÇAMENTO POSITIVO PODE ENVOLVER
CONTINGÊNCIAS AVERSIVAS

NÃO OBTER O REFORÇO


Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
...
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nosso time perdeu,


mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:


Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

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