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Argumentum ad hominem

Um Argumentum ad hominem (latim, argumento contra a pessoa) é uma falácia


identificada quando alguém procura negar uma proposição com uma crítica ao
seu autor e não ao seu conteúdo.[1][2] Um argumentum ad hominem é uma
forte arma retórica, apesar de não possuir bases lógicas.

A falácia ocorre pois conclui sobre o valor da proposição sem examinar seu
conteúdo, o que é absurdo.

O argumento contra a pessoa é uma das falácias caracterizadas pelo elemento


da irrelevância, por concluir sobre o valor de uma proposição através da
introdução, dentro do contexto da discussão, de um elemento que não tem
relevância para isso, que neste caso é um juízo sobre o autor da proposição.

Pode ser agrupado também entre as falácias que usam o estratagema do


desvio de atenção, ao levar o foco da discussão para um elemento externo a
ela, que são as considerações pessoais sobre o autor da proposição.

Estrutura lógica

O autor X afirma a proposição P;

Há alguma característica negativa em X;

Logo, a proposição P é falsa.

Tipos

Pode-se distinguir entre alguns tipos do argumento contra a pessoa, que


lançam mão de estratégias ligeiramente diferentes:

Argumento ad hominem abusivo[3]: é o ataque direto à pessoa, colocando seu


caráter em dúvida e, portanto, a validade de sua argumentação. Exemplo:

“As afirmações de Richard Nixon a respeito da política de relações externas em


relação à China não são confiáveis pois ele foi forçado a abdicar durante o
escândalo de Watergate.”

Também pode ser chamado de ad personam, ou simplesmente de ataque


pessoal.
Argumento ad hominem circunstancial[3] (ad hominem circustantiae): coloca
em foco a imparcialidade do adversário, sugerindo que o último tem algo a
ganhar com a defesa daquele ponto de vista.[carece de fontes] Exemplo:

A: Fumar não causa nenhum tipo de mal.

B: És dono de uma grande empresa de cigarros, é claro que dirá isso.

Tu quoque (falácia do apelo à hipocrisia): o adversário é acusado de praticar


algo muito semelhante ao que ele critica. Tu quoque significa em latim "você
também". É um argumento muito comum e eficaz, pois tende a colocar o
oponente na defensiva.[3] Exemplo:

A: As pessoas devem aprender a viver com o que ganham.

B: Mas você está completamente endividado e não faz qualquer esforço para
mudar isso.

Falácia de associação (culpa por associação): Neste caso, a crítica não é


dirigida diretamente ao autor da proposição, mas a uma terceira pessoa, que
tem uma imagem negativa, à qual a tese que o autor original está defendendo
é associada.

Um exemplo comum dessa falácia é a associação à figura de Hitler, apelidada


de Reductio ad Hitlerum.
Argumentum ad verecundiam
O argumentum ad verecundiam ou argumentum magister dixit, também
conhecido como argumento de autoridade, é uma falácia lógica que apela para
a palavra de alguma autoridade a fim de validar o argumento. Este raciocínio é
absurdo, pois a conclusão baseia-se exclusivamente na credibilidade do autor
da proposição e não nas razões que ele tenha apresentado para sustentá-la.

Estrutura lógica

A afirma a proposição B.

Há algo de positivo em relação a A.

Portanto, a proposição B é verdadeira.

Exemplos

O grande psicanalista Freud fumava, então o fumo deve ser bom.

E o argumento não leva em conta que Freud teve câncer devido ao fumo.

Jesus não faria isto que você faz.

Sendo Jesus, supostamente, uma figura de exemplo moral, é usado para


recriminar as atitudes de uma pessoa pela comparação.

Este argumento também inclui apontar a si mesmo como a autoridade em


questão:

Sou uma pessoa vivida, por isto você não deve questionar os meus conselhos.

Tenho doutorado e publiquei livros. Como você se atreve a discordar de mim?


Argumentum ad antiquitatem
A expressão latina Argumentum ad antiquitatem, também chamada de apelo à
tradição, é uma falácia que consiste em dar autoridade a algo em função de sua
antiguidade.

Estrutura lógica

A é antigo

B é novo

Logo, A deve ser superior a B

Exemplos

Os aparelhos eletrônicos antigamente duravam mais, hoje, todos são


descartáveis.

Os povos antigos usavam essa planta para curar a cefaleia, então ela deve ter
algum efeito.

Este livro é muito antigo, tudo o que está nele deve ser verdade.

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