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Introdução

Em quase todas as reações químicas que ocorrem nos seres vivos, as enzimas estão
presentes aumentando a velocidade dessas reações. Como as enzimas não são
consumidas durante estas reações, são consideradas catalisadores orgânicos.

O peróxido de hidrogénio (água oxigenada) - H202 - é uma substância frequentemente


utilizada para desinfetar pequenos ferimentos. Nas células forma-se, a cada momento,
peróxido de hidrogénio, como produto de reações químicas que nelas ocorrem. Como
esta substância é muito tóxica, se não fosse logo removida ou decomposta, acabaria por
destruir a célula.

Os peroxissomas são organelos celulares ricos em enzimas, sobretudo oxidases e


catalase. Esta última funciona como “marcador” deste organelo. É neste organelo que
tem lugar a reação de decomposição do peróxido de hidrogénio formado durante o
metabolismo celular.

Objetivo

 Testar a influência de diferentes fatores ambientais na atividade da catalase


extraída de fígado fresco.
 Concluir sobre algumas propriedades das enzimas.

Material
-Tubos de ensaio e respetivos suportes;
-Bisturi;
-Pinças;
-Espátulas;
-Almofariz;
-Areia fina;
-Palitos;
-Fósforos;
-Lamparina de álcool;
-Banho-Maria;
-Gelo;
-Água;
-Ácido clorídrico diluído;
-Dióxido de manganês;
-Peróxido de hidrogénio;
-Fígado fresco;
Procedimento
A) Numere os tubos de 1 a 11 e disponha-os em suportes.
B) Coloque em cada um dos tubos o que a seguir se indica:

1. 2 ml de peróxido de hidrogénio + pequena porção de areia fina;


2. 2 ml de peróxido de hidrogénio + pequena porção de MNO2 (sensivelmente o
volume de 1 grão de arroz) .
Introduza um palito em brasa na boca do tubo. Observe e identifique o gás
libertado.
3. 2 ml de peróxido de hidrogénio + pequena porção de fígado fresco
(sensivelmente o volume de 1 grão de milho). Faça o teste do palito em brasa.
4. 2 ml de peróxido de hidrogénio + pequena porção de fígado fresco previamente
triturado com areia fina.
5. 2 ml de peróxido de hidrogénio + pequena porção de fígado fresco previamente
fervido durante 5 minutos.
6. 2 ml de peróxido de hidrogénio a 37º + pequena porção de fígado fresco.
7. 2 ml de peróxido de hidrogénio gelada + pequena porção de fígado fresco.
8. 2 ml de peróxido de hidrogénio + pequena porção de fígado previamente
congelado.
9. 2 ml de peróxido de hidrogénio + HCl + pequena porção de fígado fresco.
10. 2 ml de peróxido de hidrogénio gelada + fígado do tubo 3 depois de nele ter
terminado a reação.
11. Líquido do tubo 3 depois de terminada a reação + pequena porção de fígado
fresco.

Resultados e discussão

Tubo 1: Não existe reação devido a este ser um tudo de controlo, ou seja, serviu para
justificar, neste caso, o tubo 4, garantindo que é o fígado que está a provocar aquele
efeito e não a areia, pois esta não possui enzimas.

Tubo 2: Reação rápida, devido ao MNO2 ser um catalisador químico. Ao introduzir o


palito em brasa na boca do tubo observou-se que o oxigénio foi libertado.
Tubo 3: Reação muito rápida. Ocorreu libertação de oxigénio, o que significa, que à
temperatura ambiente, a enzima não é alterada.

Tubo 4: Reação muito rápida, pois o fígado foi previamente triturado aumentando
assim, a superfície exposta à ação das enzimas.

Tubo 5: Sem reação, pois o fígado ao estar cozido, faz com que a ação das enzimas
presentes no mesmo se inibam, podendo até mesmo desnatura-las e assim cessar a sua
actividade biológica.

Tubo 6: Reação foi muito rápida, devido ao peróxido de hidrogénio estar a 37o
(temperatura ideal para a ação da catálise).

Tubo 7: Reação lenta.


Tubo 8: Reação rápida, após o congelamento do fígado, as enzimas por sua
consequência também congelaram o que significa que não foram desactivadas nem
destruídas.

Tubo 9: Reagiu muito lentamente e verificou-se a degradação do fígado. Pode-se assim


concluir que quando o pH (um dos fatores que influência a velocidade das enzimas e
afeta as acções catalisadas por estas) da solução é muito baixo, não facilita a ação da
enzima.

Tubo 10: Reação lenta (As enzimas não se gastam durante a reação).

Tubo 11: Não há reação. O líquido do tubo 3, depois de a catalase ter desdobrado a
água oxigenada, esta ficou em água. Portanto não há reação pois não há substrato.

A diferença obtida nos resultados dos tubos está relacionada com a temperatura e com o
tamanho do material biológico. As temperaturas nos tubos em que é mais baixa, as
enzimas vão ter uma reação mais lenta e o tamanho da porção do fígado é de dimensões
maiores, logo, as enzimas estão menos expostas. O resultado não se pode generalizar,
pois nos tubos, em que as enzimas estão mais expostas as reações são mais rápidas.

Os objetivos para esta atividade experimental foram cumpridos. No final do


trabalho prático conseguimos perceber que em diferentes fatores ambientais a atividade
da catalase extraída do fígado é diferente e que as enzimas apresentam várias
propriedades, não alteram as reações que catalisam, baixam a energia de ativação de
forma mais eficaz que os catalisadores químicos, são específicas, inalteráveis e
reversíveis e a sua ação está sujeita a controlo, permitindo assim a regulação do
metabolismo.

Pode existir uma margem de erro devido ao fígado apresentar tamanhos


ligeiramente diferentes nos diversos tubos.

Conclusão

“As enzimas são catalisadores biológicos que permitem que as reações vitais se dêem
em tempos compatíveis com a vida da célula e tempo de duração de moléculas
biológicas complexas. Quimicamente são proteínas, simples ou conjugadas. Estas
últimas apresentam uma parte não proteica-co-factor. Sendo proteínas globulares sofrem
desnaturação por ação do calor.”

Com esta actividade laboratorial podemos concluir que existem dois factores que
condicionam a actividade enzimática que são estes: a temperatura e o pH.

As enzimas presentes no fígado actuam melhor a uma temperatura ambiente, quando


estas são submetidas a temperaturas elevadas são inactivadas de forma irreversível
devido às ligações que se estabelecem tenderem a se quebrar, conduzindo a uma
desnaturação da enzima e quando as enzimas são sujeitas a temperaturas muito baixas,
as enzimas ficam inibidas de catalisar, no entanto, neste caso a inactivação é reversível.

O pH também é um fator que influência a actuação das enzimas sobre o substrato.


Sendo que com um pH muito baixo e um pH com valores muito elevados inibem a
actuação da enzima.

Quando o pH é baixo este vai alterar a distribuição das cargas eléctricas tornando assim
a enzima inactiva. O mesmo ocorre quando o pH é elevado, pois a enzima sofre
desnaturação.

O pH neutro faz com as enzimas catalisem, sem que ocorra inibição.

Estes factores mudam de enzima para enzima.

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