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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL

E EMPRESARIAL DA COMARCA DE _______________

PROCESSO Nº: ___________________

__________________________, já devidamente
qualificado nos autos em epígrafe, vem mui respeitosamente à
presença de V. Exa., por intermédio de seu Advogado in fine
assinado expor e requerer o que segue.
Os proventos decorrentes do trabalho pessoal de cada
cônjuge são incomunicáveis por força do que dispõe o art. 1.659,
VI do Código Civil, razão pela qual não integram a partilha de
bens. Exceção a tal regra ocorreria se os valores recebidos a
título de remuneração profissional tivessem ingressado ao
patrimônio comum do casal, o que, de certo, não é a hipótese dos
autos.
Outrossim, é fato notório que na dissolução de uma
sociedade conjugal ou de união estável, a partilha de bens
refere-se ao patrimônio comum formado pelo casal, não se
computando indenizações percebidas a título personalíssimo por
quaisquer dos ex-companheiros.
Permitir tal partilha representaria o enriquecimento sem
causa de um dos cônjuges em detrimento do outro, motivo pelo
qual as verbas de natureza trabalhista não são partilháveis
quando da separação do casal. Neste sentido:

DIVÓRCIO - INCOMUNICABILIDADE DE REMUNERAÇÃO


PROFISSIONAL
Ao julgar agravo de instrumento oposto em face de
decisão que, nos autos da ação de divórcio,
determinou ao departamento de pagamento do Exército
Brasileiro o bloqueio de 50% (cinquenta por cento)
dos valores a serem liberados a título de compensação
pecuniária pelo tempo de serviço prestado pela
recorrente, a Turma deu provimento ao recurso. O
Relator explicou que o julgador monocrático concedeu
a medida liminar de bloqueio de metade da indenização
trabalhista da agravante em razão da probabilidade
de que ela se desfaça de bem comum das partes, haja
vista estar separada de fato do agravado. Nesse
contexto, o Desembargador destacou que os proventos
decorrentes do trabalho pessoal de cada cônjuge são
incomunicáveis (art. 1.659, VI, CC), não integram a
partilha de bens, a não ser quando os valores
recebidos a título de remuneração profissional tenham
ingressado no patrimônio comum do casal. Na hipótese,
o Julgador afirmou que a recorrente não se desligou
de seu emprego junto ao Exército Brasileiro,
portanto, permitir tal partilha representaria o
enriquecimento sem causa de um dos cônjuges em
detrimento do outro. Dessa forma, o Colegiado revogou
a determinação judicial por entender que as verbas
de natureza trabalhista não são partilháveis quando
da separação do casal. (Vide Informativo nº 190 - 1ª
Turma Cível). (20120020032284AGI, Rel. Des. JOÃO
EGMONT. Data do Julgamento 12/04/2012).

Assim, requer a V. Exa. o indeferimento do requerimento


formulado pela parte autora, como medida de mais lídima justiça.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, ____ de ___________ de 2023.

Advogado
OAB

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