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DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto por MARJORIE ALOÍSIO KIST, com arrimo na
alínea "a" do inciso III do art. 105 da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, assim ementado:
Sustenta o recorrente violação dos arts. 258 e 259 do Código de Processo Civil, pois o
quantum pleiteado na exordial é indeterminável ab initio, circunstância que possibilita atribuir a
causa valor estimatório.
Alega que a causa não tem valor econômico imediato, visto que o pedido cinge-se a
alteração subjetiva do contrato, não alterando a existência, validade, cumprimento, modificação e
rescisão de nenhuma cláusula contratual.
Aduz que "A substituição do mutuário acarretaria apenas mudanças de ordem burocrática
perante a CEF, que passaria a cobrar de outra pessoa exatamente as mesmas parcelas, com
exatamente os mesmos encargos e saldo devedor que cobraria do mutuário original." (fl. 84)
Contrarrazões a fls. 99 a 104.
É o breve relatório.
DECIDO.
Busca o recorrente afastar a aplicação do art. 259,V, do Código de Processo Civil, ao
fundamento de que alteração subjetiva do contrato (modificação do mutuário por outrem em
decorrência de contrato de gaveta) não implica em modificação, existência, validade, ou rescisão
A demanda tem por objeto último a substituição do autor pelo co-réu Clodover
Mallmann como mutuário da co-ré Caixa Econômica Federal.
Nesse passo, é inaceitável a consideração da causa como de valor inestimável
e a atribuição, a ela, do valor de alçada de R$ 551,50.
Impõe-se, pelo contrário, a valoração do pleito segundo os critérios
preconizados pelos arts. 258 e 259, inc. V, do CPC, ou seja, pelo valor do
contrato, expresso pelo saldo devedor das respectivas prestações, de vez que,
inequivocadamente, se está a discutir modificação do pacto.
Em face do exposto, nego provimento ao agravo.
É o voto. (fl. 76)
Não há motivos jurídicos hábeis para se alterar o provimento jurisdicional ministrado pela
Corte originária.
Inicialmente, é cediço que as partes são elementos essenciais a obrigação contratual,
assim, inexoravelmente a alteração subjetiva pretendida pela recorrente, se provida, implicará na
modificação da obrigação contratual, pois haverá alteração de um dos elementos estruturais do
contrato.
Neste sentido, confira-se a lição de Maria Helena Diniz:
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial, nos termos do caput do art. 557 do
Código de Processo Civil.
Publique-se e intimem-se.
Brasília (DF), 03 de agosto de 2010.