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MÓDULO I – ESPECIALIDADES MÉDICAS

Casos clínicos em Cardiologia

Bruno Rocha
Gonçalo Cunha
g.cunha@campus.ul.pt
bruno.rocha@campus.ul.pt

www.examedaespecialidade.pt
Índice

✓Abordagem ao doente com dor torácica, A*


✓Cardiopatia isquémica e síndromes coronárias agudas, A
✓Insuficiência cardíaca (aguda e crónica), A
✓Abordagem ao doente com edema, A*
✓Paragem cardiorrespiratória, A*
✓Tromboembolismo venoso e pulmonar, A
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Sr. António, 45 anos, recorre ao Serviço de Urgência do Hospital por desconforto
torácico com 4 horas de evolução. Descreve o desconforto como um “peso” ou
uma “constrição”, de intensidade moderada e com irradiação ao membro superior
esquerdo. O doente refere ainda náuseas e sensação de indigestão, assim como
fadiga e dispneia para pequenos esforços.

- Antecedentes Pessoais: HTA, DM-II, Dislipidemia e Fumador (50 UMA)


- Medicação Habitual: ramipril 5mg/dia; amlodipina 10mg/dia; aspirina 100mg/dia;
sinvastatina 20mg/dia; metformina + sitagliptina 1000 + 50mg/dia
- Alergias medicamentosas: nega
- Internamentos e cirurgias prévias: nega
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
1. Relativamente a este caso clínico, indique qual dos seguintes exames
complementares de diagnóstico considera MAIS IMPORTANTE:

a) Electrocardiograma

b) Ecocardiograma-TT

c) Raio-X de Tórax

d) Troponinas cardíacas

e) CK-MB
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
1. Relativamente a este caso clínico, indique qual dos seguintes exames
complementares de diagnóstico considera MAIS IMPORTANTE:

a) Electrocardiograma

b) Ecocardiograma-TT

c) Raio-X de Tórax

d) Troponinas cardíacas

e) CK-MB
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
No exame objetivo há a destacar: pele e mucosas coradas e hidratadas, palidez e
sudorese, PAS 167mmHg, PAD 93mmHg, FC 80bpm, auscultação cardíaca com
tons rítmicos e sem sopros, e auscultação pulmonar com fervores crepitantes
bibasais. Não se observa ingurgitamento venoso jugular ou refluxo hepatojugular
nem edema dos membros inferiores.

- Avaliação Laboratorial: Hb 17,3g/dL VGM 82fL RDW 14,3%


- Troponinas cardíacas T de elevada sensibilidade: <10ng/L (Normal <14ng/L)
- Urina-II: sem alterações de relevo
- Raio-X de tórax: cardiomegalia discreta (índice cardiotorácico 55%)
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
2. Tendo em conta os achados do ECG e troponinas cardíacas de elevada
sensibilidade negativas, refira qual o passo seguinte MAIS ADEQUADO:

a) Repetir o eletrocardiograma dentro de 30-60 minutos

b) Repetir as troponinas cardíacas dentro de 1 hora

c) Medicar a hipertensão arterial com nitrato endovenoso

d) Alta medicado com anti-inflamatórios não-esteróides

e) Alta medicado com inibidor das bombas de protões


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
2. Tendo em conta os achados do ECG e troponinas cardíacas de elevada
sensibilidade negativas, refira qual o passo seguinte MAIS ADEQUADO:

a) Repetir o electrocardiograma dentro de 30-60 minutos

b) Repetir as troponinas cardíacas dentro de 1 hora

c) Medicar a hipertensão arterial com nitrato endovenoso

d) Alta medicado com anti-inflamatórios não-esteróides

e) Alta medicado com inibidor das bombas de protões


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
SÍNDROME CORONÁRIO AGUDO
Febre 38,0ºC S4 – disfunção diastólica
Angina S3 – disfunção sistólica
- Desconforto intenso (mas pode ser subtil) S2 – Desdobramento
- Duração >20-30 minutos (pode durar horas) Paradoxal
- Sintomas neurovegetativos são comuns Sopro indicativo
de complicação
mecânica

Killip-Kimball
Fervores bibasais
- Classe I – sem sinais de IC por congestão
- Classe II – fervores crepitantes e/ou S3 Edema Agudo do
- Classe III – edema agudo do pulmão Pulmão
Hipoperfusão Confusão mental, oliguria,
- Classe IV – choque cardiogénico com PASistólica Periférica extremidades frias, ↓PA
<90mmHg e evidência de vasoconstrição periférica
com cianose, confusão mental e oligúria
Sinais tão mais prováveis quanto maior a
extensão do EAM
SÍNDROME CORONÁRIO AGUDO
ENFARTE DA PAREDE ANTERIOR

- Ativação do SN Simpático (25% STEMI)


- Taquicardia e Hipertensão
- Taquidisritmias com instabilidade
- Sintomas neurovegetativos cutâneos
(relação com a extensão de área do EAM)

ENFARTE DA PAREDE INFERIOR

- Ativação do SN Parassimpático (50% STEMI)


- Bradicardia e/ou hipotensão
- Bradicardia com ritmo de escape alto
- Sintomas neurovegetativos GI
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
3. O diagnóstico de EAM extenso com supra-ST da parede inferior foi
efetuado. Indique a estratégia farmacológica MAIS INDICADA:

a) Fibrinólise se centro com angioplastia a mais de 90 minutos

b) Fibrinólise se centro com angioplastia a mais de 120 minutos

c) Angioplastia independentemente da duração dos sintomas

d) Angioplastia se sintomas presentes há mais de 6 horas

e) Angioplastia se contra-indicação relativa para fibrinólise


EAM COM SUPRA-ST – TEMPOS DE ATUAÇÃO
Enfarte Agudo do Supra-ST ou
Miocárdio BCRE de novo

Sintomas < 12h


Transferir para
Tempo até PCI Fibrinólise
centro com PCI
≥120 minutos

Tempo ótimo
10-30 minutos

Tempo ótimo PCI urgente,


60-90 minutos resgate ou eletiva
EAM COM SUPRA-ST – FIBRINÓLISE
CONTRA-INDICAÇÕES PARA FIBRINÓLISE

ABSOLUTAS RELATIVAS
- História de hemorragia cerebral - Anticoagulação prévia
- AIT ou AVC não-hemorrágico <1 ano - CPR prolongado (>10 minutos)
- Pressão Arterial >180 / 110mmHg* - História de HTA de difícil controlo*
- Suspeita de disseção da Aorta - Doença ulcerosa péptica ativa
- Hemorragia ativa (exceto menstruação) - Gravidez
- Lesão com efeito de massa no SNC - Cirurgia major ou hemorragia GI recente
- Trauma cranioencefálico recente - Condição oftalmológica hemorrágica
- Cirurgia intracraniana ou intraspinhal recente - Diátese hemorrágica conhecida
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
3. O diagnóstico de EAM com supra-ST extenso da parede inferior foi
efetuado. Indique a estratégia farmacológica MAIS INDICADA:

a) Fibrinólise se centro com angioplastia a mais de 90 minutos

b) Fibrinólise se centro com angioplastia a mais de 120 minutos

c) Angioplastia independentemente da duração dos sintomas

d) Angioplastia se sintomas presentes há mais de 6 horas

e) Angioplastia se contra-indicação relativa para fibrinólise


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
4. Neste caso, procedeu-se a fibrinólise com tPA-TNK. Indique a estratégia
antitrombótica concomitante MAIS ADEQUADA:

a) Aspirina + Clopidogrel

b) Aspirina + Clopidogrel + Enoxaparina

c) Aspirina + Ticagrelor

d) Aspirina + Ticagrelor + Enoxaparina

e) Aspirina + Prasugrel + Abciximab


EAM COM SUPRA-ST – FIBRINÓLISE
Enfarte Agudo do Supra-ST ou
Miocárdio BCRE de novo

Sintomas < 12h


Transferir para
Tempo até PCI
centro com PCI
≥120 minutos
Sem benefício >12 horas
de sintomas
PCI urgente se isquémia recorrente
PCI resgate se fibrinólise ineficaz FIBRINÓLISE
PCI eletiva se fibrinólise eficaz

Alteplase (tPA) e Tenecteplase (TNK)


LMWH tPA: Bólus 15mg + Infusão: 50mg
Aspirina Clopidogrel (30min) + 35mg (60min)
Enoxaparina
EV - TNK: bólus único (0,53mg/Kg em 10s)
- Risco de AVC hemorrágico: 0,5-0,9%
EAM COM SUPRA-ST – PCI
Enfarte Agudo do Supra-ST ou
Miocárdio BCRE de novo

Sintomas < 12h


Transferir para
Tempo até PCI Fibrinólise
centro com PCI
≥120 minutos

Terapêutica de S. Coronário Agudo – STEMI

Inibidor P2Y12 UFH Β-Bloqueante Estatina


Aspirina
Ticagrelor ou Até PCI ou alta Metoprolol Atorvastatina
Prasugrel hospitalar EV 80mg
ANTICOAGULAÇÃO NO S. CORONÁRIO AGUDO
Heparinas Fondaparinux Bivalirudina

LMWH UFH Fondaparinux Bivalirudina


Inibidor indireto Inibidor indireto Inibidor indireto Inibidor direto
do Xa do Xa e IIa do Xa da trombina

NSTEMI STEMI NSTEMI STEMI NSTEMI STEMI


LMWH superior no NSTEMI sobretudo Benefício semelhante à heparina mas Benefício semelhante à heparina mas
se estratégia conservadora, mas com com menor risco hemorrágico e sem com menor risco hemorrágico e sem
maior risco hemorrágico risco de trombocitopenia risco de trombocitopenia

Trombocitopenia ligeira em 1-5% e HIT Risco de coagulação durante PCI, a Redução de hemorragia relacionada
numa minoria (mais provável com UFH) combinar com outro anticoagulante com os acessos vasculares (femoral)
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
4. Neste caso, procedeu-se a fibrinólise com tPA-TNK. Indique a estratégia
antitrombótica concomitante MAIS ADEQUADA:

a) Aspirina + Clopidogrel

b) Aspirina + Clopidogrel + Enoxaparina

c) Aspirina + Ticagrelor

d) Aspirina + Ticagrelor + Enoxaparina

e) Aspirina + Prasugrel + Abciximab


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Na chegada ao Hospital com capacidade de intervenção coronária percutânea, o
doente é reavaliado e apresenta-se com precordialgia apesar da terapêutica. No
exame objetivo manifesta PAS 108mmHg, PAD 55mmHg, FC 90bpm, auscultação
cardíaca sem sopros e auscultação pulmonar com fervores crepitantes até ao meia
altura de ambos os hemitóraces e observa-se ingurgitamento venoso jugular.

- Troponinas cardíacas T de elevada sensibilidade: (Normal <14ng/L)


Avaliação Inicial (04h de evolução): <10ng/L
Repetição prévia à transferência (06h de evolução): 37ng/L
Enviada nova colheita (09h de evolução): em curso
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
5. Tendo em conta as queixas de precordialgia mantida e achados clínicos e
electrocardiográficos aquando da chegada, indique a opção CORRETA:

a) A deterioração é consequência de bloqueio auriculoventricular completo

b) A suspeita de complicação mecânica é elevada na ausência de sopro

c) A pesquisa de extensão do enfarte ao ventrículo direito é fundamental

d) A estratégia fibrinolítica deve ser repetida o quão mais rapidamente possível

e) A estratégia com angioplastia deve ser diferida até estabilização do doente


DAC – PLACAS ATEROSCLERÓTICAS
PLACA INSTÁVEL

Síndrome
Obstrução Parcial Coronário Agudo Obstrução Total

Elevação dos biomarcadores de necrose cardíaca

NSTEMI STEMI

Subendocárdico Transmuralidade
EAM sem Q EAM com Q
Maior correlação com extensão do enfarte
DAC - ELETROCARDIOGRAFIA
DERIVAÇÕES POSTERIORES

V9 Território de vascularização
V8
da artéria circunflexa
V7

V6

V5

V4R V4
Território de vascularização V3R V1 V2 V3
da artéria coronária direita

DERIVAÇÕES DIREITAS Septais


EAM COM SUPRA-ST – DISFUNÇÃO VD
ENFARTE VENTRICULAR DIREITO

Oclusão da artéria
FRIO E SECO coronária direita ou de
DC reduzido

um ramo marginal
Baixo Débito significativo

Fluidos, Inotrópicos,
Vasodilatadores ↑PVC

PCWP normal

TERAPÊUTICA
EXPANSÃO DE VOLUME e inotrópicos
Causas de Hipovolemia no EAM: vómitos, redução
da ingesta de fluidos, sobreutilização de diuréticos e
Diuréticos e venodilatadores estão enfarte ventricular direito.
CONTRA-INDICADOS Sinais de IC direita: ingurgitamento venoso jugular,
sinal de Kussmaul e hepatomegalia
COMPLICAÇÕES DO EAM
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

Extensão e Local do Enfarte

Músculo Papilar Rotura da parede Rotura do Septo


Póstero-Medial VE livre Interventricular

Insuficiência Tamponamento Insuficiência


Mitral Aguda Cardíaco Cardíaca
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
5. Tendo em conta as queixas de precordialgia mantida e achados clínicos e
electrocardiográficos aquando da chegada, indique a opção CORRETA:

a) A deterioração é consequência de bloqueio auriculoventricular completo

b) A suspeita de complicação mecânica é elevada na ausência de sopro

c) A pesquisa de extensão do enfarte ao ventrículo direito é fundamental

d) A estratégia fibrinolítica deve ser repetida o quão mais rapidamente possível

e) A estratégia com angioplastia deve ser diferida até estabilização do doente


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Na PCI de resgate é efetuada angioplastia com colocação de stent farmacológico.
Durante as 48 horas de monitorização em Unidade de Coronários não houve
intercorrências, manteve-se livre de dor e com perfil hemodinâmico optimizado. No
dia seguinte, após transferência para Enfermaria, vigiado com telemetria, o doente
tem um episódio arrítmico com resolução após cardioversão.

- Troponinas cardíacas T de elevada sensibilidade: (Normal <14ng/L)


Avaliação Inicial (04h de evolução): <10ng/L
Repetição prévia a transferência (06h de evolução): 37ng/L
Repetição no hospital com PCI (09h de evolução): 1230ng/L
Pico de troponinas no internamento: 5305ng/L
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
6. Tendo em conta a apresentação electrocardiográfica, indique a opção de
tratamento MAIS ADEQUADA:

a) Colocação de CDI se fração de ejeção <30-35% aos 40 dias pós-EAM

b) Colocação de CDI se sintomas NYHA II-III aos 40 dias após-EAM

c) Colocação de CDI se fração de ejeção <30-35% e sintomas NYHA II-III

d) O CDI não tem um papel na prevenção de morte após EAM

e) Colocação de CDI em prevenção secundária


EAM COM SUPRA-ST – ARRITMIAS
ARRITMIAS VENTRICULARES NO CONTEXTO DE EAM

TV / FV < 48 horas de EAM TV / FV > 48 horas de EAM

MONITORIZAÇÃO E CARDIOVERSÃO CARDIOVERSÃO E PREVENÇÃO


FV É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE POR CARDIODESFIBRILHADOR IMPLANTÁVEL EM
STEMI – TRATAMENTO DA ISQUÉMIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

Os antí-arrítmicos (p.ex.: lidocaína) reduzem as arritmias ventriculares mas sem


benefício na mortalidade (efeito pró-arrítmico: bradiarritmias e assistolia). Os
BETA-BLOQUEANTES estão indicados e reduzem o risco de arritmias.
EAM COM SUPRA-ST – ARRITMIAS
INDICAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE CARDIODESFIBRILHADOR IMPLANTÁVEL

Síndrome Coronário Agudo

Taquicardia e/ou Fibrilhação Ventricular


>48 horas pós-EAM

Avaliar FEVE e NYHA sob OMT


≥40 dias pós-EAM

FEVE<30% FEVE<35%
NYHA II-III NYHA III

CDI em PREVENÇÃO PRIMÁRIA CDI em PREVENÇÃO SECUNDÁRIA


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
6. Tendo em conta a apresentação electrocardiográfica, indique a opção de
tratamento MAIS ADEQUADA:

a) Colocação de CDI se fração de ejeção <30-35% aos 40 dias pós-EAM

b) Colocação de CDI se sintomas NYHA II-III aos 40 dias após-EAM

c) Colocação de CDI se fração de ejeção <30-35% e sintomas NYHA II-III

d) O CDI não tem um papel na prevenção de morte após EAM

e) Colocação de CDI em prevenção secundária


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Em sumário, o caso refere-se a um homem de 45 anos, hipertenso, diabético, com
dislipidemia e fumador, com um EAM da parede inferior, submetido a fibrinólise.
Esta foi ineficaz, com evolução e extensão ao VD, tendo sido submetido a PCI de
resgate. Posteriormente apresentou FV >48 horas do EAM, pelo que se colocou
CDI em prevenção secundária de futuros eventos arrítmicos potencialmente fatais.

- Troponinas cardíacas T de elevada sensibilidade: pico 5305ng/L


- ECG: ondas Q patológicas nas derivações inferiores (D-II, D-III e aVF)
- Ecocardiograma-TT: fração de ejeção ventricular esquerda 33%
- Intercorrências: FV >48 horas e colocado CDI em prevenção secundária
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
7. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Indique
qual a estratégia antitrombótica MAIS ADEQUADA:

a) Aspirina + Clopidogrel durante 12 meses

b) Aspirina + Clopidogrel durante 24 meses

c) Aspirina + Ticagrelor durante 12 meses

d) Aspirina + Ticagrelor durante 36 meses

e) Aspirina + Prasugrel durante 6 meses


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
7. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Indique
qual a estratégia antitrombótica MAIS ADEQUADA:

a) Aspirina + Clopidogrel durante 12 meses

b) Aspirina + Clopidogrel durante 24 meses

c) Aspirina + Ticagrelor durante 12 meses

d) Aspirina + Ticagrelor durante 36 meses

e) Aspirina + Prasugrel durante 6 meses


EAM COM SUPRA-ST – ANTIAGREGAÇÃO
ESQUEMA ANTITROMBÓTICO – ANTIAGREGANTES PLAQUETARES

FASE AGUDA FASE CRÓNICA


Angioplastia 1 ano
+ stent pós-STEMI

Aspirina Aspirina
AAS 325mg AAS 75-100mg AAS 75-100mg

Anticoagulação
OU
Prasugrel 60mg* Prasugrel 10mg Prasugrel 10mg
Clopidogrel 600mg Clopidogrel 75mg Clopidogrel 75mg
Ticagrelor 180mg Ticagrelor 90mg/bid Ticagrelor 90mg/bid
Inibidor P2Y12 Inibidor P2Y12
Inibidor da GpIIb/IIIa
Reservado como
terapêutica bailt out Monoterapia
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
8. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Indique
qual a estratégia para controlo de fatores de risco MAIS ADEQUADA:

a) Cessação tabágica com eventual adjuntos terapêuticos

b) Inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona

c) Beta-bloqueante

d) Estatina em alta dosagem

e) Todas as anteriores
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
8. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Indique
qual a estratégia para controlo de fatores de risco MAIS ADEQUADA:

a) Cessação tabágica com eventual adjuntos terapêuticos

b) Inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona

c) Beta-bloqueante

d) Estatina em alta dosagem

e) Todas as anteriores
DAC – FATORES DE RISCO
Fatores de risco para DAC Marcadores de risco de DAC
Fatores de risco NÃO-MODIFICÁVEIS Sem impato na história natural
Idade Lipoproteína (a)
Sexo masculino Hiperhomocisteinemia
História Familiar de DAC prematura PCR de elevada sensibilidade
Fatores de risco MODIFICÁVEIS Calcificação Arterial Coronária
Diabetes mellitus
DAC constitui a principal
Hiperlipidemia manifestação de doença
aterosclerótica
Hipertensão Arterial
DCV
Obesidade
DAC
Síndrome Metabólico
Sedentarismo
DAP
Tabagismo Mais de metade dos doentes
com DAP sintomática têm DAC
Alcoolismo angiograficamente confirmada
EAM COM SUPRA-ST – TERAPÊUTICA
MANEJO TERAPÊUTICO CRÓNICO APÓS EVENTO CORONÁRIO AGUDO

TERAPÊUTICA CRÓNICA ANTIAGREGAÇÃO


1 ano
pós-NSTEMI
MRA
Β-Bloqueante Aspirina
Espironolactona
AAS 75-100mg
ou eplerenona

Inibidores das bombas de H+


OU
Prasugrel 10mg
Clopidogrel 75mg
Estatina Ticagrelor 90mg/bid
iECA ou ARA Atorvastatina Inibidor P2Y12
80mg
Monoterapia
MENSAGENS FINAIS
- A presença de sintomas neurovegetativos é frequente no S. Coronário Agudo

- Os sintomas GI podem constituir equivalentes anginosos (EAM parede inferior)

- O ECG deve ser obtido em <10 minutos na suspeita de S. Coronário Agudo

- A avaliação inicial com ECG e cTn negativas não exclui S. Coronário agudo

- O ECG deve ser repetido a cada 30-60 minutos e/ou perante recorrência da dor

- As cTn-us devem ser repetidas de acordo com o protocolo a cada 4-6 horas

- A estratificação do risco inclui a classificação de Killip-Kimball


MENSAGENS FINAIS
- A fibrinólise é a estratégia indicada no EAM com supra-ST perante sintomas com

<12 horas de evolução e transferência até PCI >120 minutos

- A estratégia antitrombótica na fibrinólise inclui aspirina, clopidogrel e LMWH

- A estratégia antitrombótica na PCI inclui aspirina, prasugrel / ticagrelor e UFH

- A falência de revascularização com fibrinólise é indicação para PCI de resgate

- A progressão do EAM da parede inferior associa-se a complicações tais como a

extensão ao VD, bloqueio AV completo, rotura de SIV ou do músculo papilar


MENSAGENS FINAIS
- O CDI em prevenção primária está indicado no doente com fração de ejeção

ventricular esquerda <30-35% e NYHA II-III aos 40 dias após EAM

- O CDI em prevenção secundária está indicado na TV ou FV >48h após o EAM

- A estratégia antiagregante após EAM deve incluir aspirina combinada com um

inibidor potente da P2Y12 (prasugrel se PCI ou ticagrelor independentemente de

estratégia com PCI ou terapêutica médica conservadora) durante 12 meses

- Na disfunção VE está indicado iECA+MRA em adição AAS+iP2Y12+BB+Estatina


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Sr. António, 67 anos, apresenta-se na Consulta não programada do Médico de
Família por queixas de edema dos membros inferiores com 3 dias de evolução.
Ao exame objetivo apresenta-se com TA 120/75mmHg, FC 68 bpm, S1 S2 rítmicos,
sem sopros, MV simétrico, sem IVJ.
MID com godet + e MIE com edema godet +++, até ao joelho.

- Antecedentes Pessoais: DAC com EAM há 22 anos e disfunção VE; HTA, DM-II,
DL e Ex-Fumador (50 UMA)
- Medicação Habitual: aspirina 100mg; atenolol 50mg; valsartan 80mg, amlodipina
10mg; eplerenona 25mg; metformina 1000mg/bid; empagliflozina 50mg;
rosuvastatina 20mg.
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
1. Relativamente a este caso clínico, qual das seguintes hipóteses
diagnósticos é a MAIS PROVÁVEL:

a) Insuficiência Cardíaca

b) Insuficiência Renal

c) Doença hepática crónica

d) Trombose venosa profunda

e) Efeito adverso da amlodipina


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
1. Relativamente a este caso clínico, qual das seguintes hipóteses
diagnósticos é a MAIS PROVÁVEL:

a) Insuficiência Cardíaca

b) Insuficiência Renal

c) Doença hepática crónica

d) Trombose venosa profunda

e) Efeito adverso da amlodipina


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
2. Qual dos seguintes exames complementares de diagnóstico pediria para
confirmar a sua hipótese diagnóstica? :

a) Flebografia com contraste

b) Eco-doppler dos membros inferiores

c) Angio-TC

d) Angio-RM

e) D-dímeros
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
2. Qual dos seguintes exames complementares de diagnóstico pediria para
confirmar a sua hipótese diagnóstica? :

a) Flebografia com contraste

b) Eco-doppler dos membros inferiores

c) Angio-TC

d) Angio-RM

e) D-dímeros
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Enquanto estava a imprimir a requisição do ecodoppler dos membros inferiores, o
Sr. António refere sensação de mal estar, dispneia súbita e uma opressão torácica.
Quando inicia a reavaliação clínica, o doente deixa de responder. Não tem
movimentos respiratórios e não tem pulso palpável.
Chama de imediato a enfermeira e pede para trazer o carrinho de reanimação.
No tempo até à chegada do carrinho, inicia compressões e ventilações num rácio
de 30 para 2. Ao monitorizar o doente, observa a seguinte tira de ritmo:
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

3. Qual das seguintes manobras devem ser instituída? :

a) Desfibrilhar

b) Administrar adrenalina

c) Administrar sulfato de magnésio

d) Administrar um murro precordial

e) Administrar metoprolol
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

3. Qual das seguintes manobras devem ser instituída? :

a) Desfibrilhar

b) Administrar adrenalina

c) Administrar sulfato de magnésio

d) Administrar um murro precordial

e) Administrar metoprolol
Paragem cardio-respiratória

Paragem
cardio-
respiratória

Ritmo Ritmo não


desfibrilhável desfibrilhável

Atividade
Taquicardia Fibrilhação
elétrica sem Assistolia
ventricular ventricular
pulso
Paragem cardio-respiratória Tx
Ritmo não-desfibrilhável (AEP, assistolia)
SAV Entubar, ventilar de imediato

SAV Continuar manobras de CPR

SAV Dar adrenalina


(Já não se usa atropina na paragem. Apenas se usa nas bradiarritmias)
Paragem cardio-respiratória Tx
Ritmo desfibrilhável (TV s/ pulso, FV)
SBV Manter perfusão até recuperação da circulação espontânea
(Compressões torácicas 100/min, comprimir o esterno 4-5cm, e com relaxamento abrupto)

SBV Fazer compressões enquanto o desfibrilhador carrega

Se tempo entre paragem e primeiro Se tempo entre paragem e primeiro


contacto com vítima >5min contacto com vítima <5min
Fazer 60-90segundos de CPR antes do primeiro Choque (150-200J bifásico/ 360J monofásico) .
choque (melhora a probabilidade de sobrevivência Reiniciar compressões durante 2 minutos se o
sem lesão neurológica) choque não reverter a TV ou FV

Não está recomendado dar vários choques consecutivos


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Após 3 ciclos de suporte avançado de vida, o doente recuperou a circulação
espontânea. Foi transportado de imediato para o hospital mais próximo e realizou
uma angio-TC de emergência que confirmou a hipótese de TEP. Após a realização
do exame, registaram-se os seguintes sinais vitais: TA 84/50mmHg, 125bpm,
confusão mental e oligúria. Qual das seguintes medidas terapêuticas é a mais
indicada?
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

4. Qual das seguintes medidas terapêuticas é a mais indicada neste momento?

a) Fibrinólise com alteplase (rt-PA)

b) Anticoagulação com varfarina

c) Filtro na veia cava inferior

d) Anticoagulação com edoxabano

e) Tromboembolectomia cirúrgica
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

4. Qual das seguintes medidas terapêuticas é a mais indicada neste momento?

a) Fibrinólise com alteplase (rt-PA)

b) Anticoagulação com varfarina

c) Filtro na veia cava inferior

d) Anticoagulação com edoxabano

e) Tromboembolectomia cirúrgica
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
6. No relatório mais detalhado da angio-TC encontrava-se evidência de um nódulo
com 6 centímetros no pulmão direito, de limites mal definidos, espiculado, e com
necrose central, associada a derrame pleural bilateral moderado e adenopatias
com critérios de suspeição. Qual das seguintes medidas terapêuticas a longo
prazo é a mais indicada?
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

6. Qual das seguintes medidas terapêuticas a longo prazo é a mais indicada?

a) Varfarina durante os primeiros 3 meses e depois suspende anticoagulação

b) Enoxaparina durante os primeiros 6 meses e depois varfarina indefinidamente

c) Apixabano com terapêutica de ponte com enoxaparina, durante 3 meses

d) Dabigatrano sem terapêutica de ponte, durante 3 meses

e) Ácido acetilsalicílico 100mg durante 1 ano e depois suspende


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

6. Qual das seguintes medidas terapêuticas a longo prazo é a mais indicada?

a) Varfarina durante os primeiros 3 meses e depois suspende anticoagulação

b) Enoxaparina durante os primeiros 6 meses e depois varfarina

indefinidamente

c) Apixabano com terapêutica de ponte com enoxaparina, durante 3 meses

d) Dabigatrano sem terapêutica de ponte, durante 3 meses

e) Ácido acetilsalicílico 100mg durante 1 ano e depois suspende


Os fármacos mais
Rápidos a Atuar
Rivaroxabano e Apixabano
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Sr. António, 72 anos, apresenta-se na Consulta habitual do Médico de Família.
Desde há 6 meses que refere queixas de cansaço e fadiga para esforços cada vez
menores e nota edema dos membros inferiores. De noite passou a dormir com 2
almofadas por episódios de dispneia em decúbito, que inclusive o acordam a meio
da noite. Refere ainda palpitações rápidas com o esforço.

- Antecedentes Pessoais: Neoplasia do pulmão em remissão, DAC com EAM há


27 anos e disfunção VE; Paragem Cardiorrespiratória por TVP-TEP; FA; HTA,
DM-II, DL e Ex-Fumador (50 UMA)
- Medicação Habitual: dabigatrano 150mg/bid; aspirina 100mg; atenolol 50mg;
valsartan + hidroclorotiazida 80 + 12,5mg; eplerenona 25mg; digoxina 0,25mg;
metformina 1000mg/bid; empagliflozina 50mg; rosuvastatina 20mg.
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
1. Relativamente a este caso clínico, tendo em conta a história clínica e
progressão, indique qual dos seguintes diagnósticos é o MAIS PROVÁVEL:

a) Insuficiência Cardíaca

b) Fibrilhação Auricular com resposta ventricular rápida

c) Anemia Crónica

d) Asma Noturna

e) Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
1. Relativamente a este caso clínico, tendo em conta a história clínica e
progressão, indique qual dos seguintes diagnósticos é o MAIS PROVÁVEL:

a) Insuficiência Cardíaca

b) Fibrilhação Auricular com resposta ventricular rápida

c) Anemia Crónica

d) Asma Noturna

e) Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica


INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - MANIFESTAÇÕES

Goldberg et al. Clin Cardiol 2010;33:e73-80


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
No exame objetivo há a destacar: PAS 112mmHg, PAD 77mmHg, FC 90-110bpm
(pulso central) irregularmente irregular, SpO2 87% em ar ambiente, ingurgitamento
venoso jugular a 30.º, auscultação cardíaca com sopro sistólico apical II/VI e que
irradia à axila esquerda, auscultação pulmonar com fervores crepitantes bibasais e
edema dos MI bilateral com sinal de godet 3+ acima da altura dos joelhos.

- Avaliação Laboratorial: Hb 10,3g/dL VGM 78fL RDW 16,4%


- Péptidos Natriuréticos – NTpróBNP: 7241pg/mL
- Ecocardiograma Transtorácico: VE moderadamente dilatado, fração de ejeção
27% à custa de hipocinesia global e acinesia mais marcada da parede inferior e
insuficiência mitral moderada secundária por dilatação do anel.
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
2. Tendo em conta a suspeita clínica de insuficiência cardíaca e a atual
apresentação semiológica, indique o tratamento MAIS CORRETO:

a) Iniciar furosemida oral e reavaliar dentro de 1 semana

b) Iniciar oxigenoterapia em ambulatório e reavaliar dentro de 1 mês

c) Suspender o atenolol e a digoxina e reavaliar dentro de 1 semana

d) Referenciar o doente a Consulta de Cardiologia

e) Enviar o doente ao Serviço de Urgência


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
2. Tendo em conta a suspeita clínica de insuficiência cardíaca e a atual
apresentação semiológica, indique o tratamento MAIS CORRETO:

a) Iniciar furosemida oral e reavaliar dentro de 1 semana

b) Iniciar oxigenoterapia em ambulatório e reavaliar dentro de 1 mês

c) Suspender o atenolol e a digoxina e reavaliar dentro de 1 semana

d) Referenciar o doente a Consulta de Cardiologia

e) Enviar o doente ao Serviço de Urgência


PERFIL DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

QUENTE E SECO QUENTE E HÚMIDO


Compensado Congestivo
Otimizar terapêutica oral Diuréticos
Débito Cardíaco
Ambulatório Internamento

FRIO E SECO FRIO E HÚMIDO


Baixo Débito Descompensado

Fluidos, Inotrópicos, Diuréticos, Vasodilatadores,


Vasodilatadores Inotrópicos

Pressão de Encravamento Pulmonar


PERFIL DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
No SU colhida gasimetria em ar ambiente, iniciada oxigenoterapia e diurético
EV, colheu-se hemograma e bioquímica, e pediu-se ECG e RX Tórax.

Gasimetria em
Resultados
ar ambiente
pH 7,34

pO2 53mmHg

pCO2 47mmHg

HCO3 21mmol/L

Lactatos 1,1mg/dL
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
3. Relativamente a este caso clínico, indique a causa de descompensação
da Insuficiência Cardíaca MAIS PROVÁVEL:

a) Enfarte Agudo do Miocárdio com supra-ST

b) Fibrilhação Auricular com resposta ventricular rápida

c) Pneumonia Adquirida na Comunidade bilateral

d) Lesão Renal Aguda pré-renal

e) Incumprimento terapêutico
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
3. Relativamente a este caso clínico, indique a causa de descompensação
da Insuficiência Cardíaca MAIS PROVÁVEL:

a) Enfarte Agudo do Miocárdio com supra-ST

b) Fibrilhação Auricular com resposta ventricular rápida

c) Pneumonia Adquirida na Comunidade bilateral

d) Lesão Renal Aguda pré-renal

e) Incumprimento terapêutico
DESCOMPENSAÇÃO DA IC

Arch Internal Med. 2008: 168(8):847-854


IC DESCOMPENSADA POR FA-RVR
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
4. Tendo em conta a descompensação da IC em contexto de FA-RVR,
indique qual a opção de tratamento que NÃO PROPORIA:

a) Cardioversão elétrica imediatada da FA-RVR

b) Ecocardiograma transesofágico para avaliar trombos na aurícula esquerda

c) Beta-Bloqueante e/ou digoxina endovenosa

d) Diurético de ansa endovenoso

e) Nitrato endovenoso
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
4. Tendo em conta a descompensação da IC em contexto de FA-RVR,
indique qual a opção de tratamento que NÃO PROPORIA:

a) Cardioversão elétrica imediatada da FA-RVR

b) Ecocardiograma transesofágico para avaliar trombos na aurícula esquerda

c) Beta-Bloqueante e/ou digoxina endovenosa

d) Diurético de ansa endovenoso

e) Nitrato endovenoso
ALGORITMO DE TRATAMENTO DA FA

Stable Patient De novo Atrial Fibrillation Unstable Patient

Risk of thromboembolic event


LOW RISK HIGH RISK Hypotension
Clear onset <48h Onset >48hours or unknown duration Cardiac ischemia
Patient on OAC ≥3weeks TIA/stroke <6 months or mechanical/rheumatic MS Pulmonary Edema
Rate control strategy
Consider Cardioversion CARDIOVERSION CARDIOVERSION Consider Cardioversion

Trans-esophageal Anticoagulation for


Anticoagulation should be echocardiography to at least ≥3 weeks Anticoagulation for ≥4
considered in selected exclude thrombus and before the procedure weeks and longer in
patients with a calculated anticoagulation for ≥4 and ≥4 weeks after selected patients with
CHA2DS2-Vasc score ≥2 weeks after procedure the procedure CHA2DS2-Vasc score ≥2
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
Após 3 dias de terapêutica diurética EV e controlo de frequência cardíaca
houve franca melhoria e resolução da congestão. O seguinte ECG foi obtido:
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
5. Tendo em conta o ECG prévio, obtido no dia previsto para a alta, indique
qual a opção MAIS CORRETA no plano da alta deste doente:

a) Ponderar estudo de isquémia não-invasivo

b) Ponderar revascularização cirúrgica na ausência de viabilidade miocárdica

c) Ponderar revascularização percutânea na presença de viabilidade miocárdica

d) Ponderar retirar o CDI e substituir por CRT-P

e) Ponderar upgrade de CDI para CRT-D


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
5. Tendo em conta o ECG prévio, obtido no dia previsto para a alta, indique
qual a opção MAIS CORRETA no plano da alta deste doente:

a) Ponderar estudo de isquémia não-invasivo

b) Ponderar revascularização cirúrgica na ausência de viabilidade miocárdica

c) Ponderar revascularização percutânea na presença de viabilidade miocárdica

d) Ponderar retirar o CDI e substituir por CRT-P

e) Ponderar upgrade de CDI para CRT-D


REGURGITAÇÃO MITRAL - TERAPÊUTICA
Regurgitação Mitral grave
SECUNDÁRIA DEFINIÇÃO DE RM SECUNDÁRIA GRAVE
- ERO ≥0,2cm2, RF ≥50%, RV ≥60mL/beat

Sintomática Assintomática
Cirurgia na IM funcional é mais controversa e geralmente
envolve revascularização de DAC simultaneamente. A
Sintomas NYHA III-IV anuloplastia ou reparação poupando cordas são opções.

persistentes
Reparação apresenta menor mortalidade mas com maior
risco de recorrência.

RISCO CIRÚRGICO
- IM isquémica: cirurgia é de última linha se
FEVE <30% apesar de terapêutica médica
- IM na miocardiopatia dilatada de etiologia
Cirurgia valvular não-isquémica: a cirurgia por rotina NÃO
Vigilância mostrou ↑ sobrevivência a longo prazo
Mitral (IIb)
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
6. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Para o
tratamento da HTA na IC refira a classe farmacológica MAIS INDICADA:

a) Diurético tiazida ou tiazida-like

b) Bloqueador dos canais de cálcio não-dihidropiridínico

c) Beta-Bloqueante

d) Inibidor da enzima conversora da angiotensina I

e) Antagonista dos Mineralocorticóides


APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
6. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Para o
tratamento da HTA na IC refira a classe farmacológica MAIS INDICADA:

a) Diurético tiazida ou tiazida-like

b) Bloqueador dos canais de cálcio não-dihidropiridínico

c) Beta-Bloqueante

d) Inibidor da enzima conversora da angiotensina I

e) Antagonista dos Mineralocorticóides


HIPERTENSÃO ARTERIAL
1 Determinação do estadio da HTA
O risco de doença cardíaca e AVC aumenta de forma contínua e A dicotomia entre PA “normal”
logaritmicamente com o aumento da PAS e PAD ≥ 115/75 MmHG ou “elevada” é artificial / não há
um nível evidente de TA que
defina HTA
HIPERTENSÃO ARTERIAL
TRATAMENTO da HTA não complicada
Não existe uma recomendação específica quanto à classe farmacológica a utilizar.
Os fármacos mais efetivos são aqueles que o doente tolera e e cumpre – adesão:
ARAs > IECAS, BCC > Tiazídicos
Escolha com base na idade e etnia

Doentes jovens (<55a), caucasianos IECA ou ARA


[++ HTA dependente de renina] / Beta-bloqueantes [HPIM 298]

Doentes + velhos, raça negra BCC ou diuréticos


[++ HTA c/ baixos níveis de renina]
HIPERTENSÃO ARTERIAL
TRATAMENTO da HTA não complicada
Combinações de fármacos

Estudos demonstraram maior eficácia de


Eficaz
BCC + IECA/ARA Bem tolerada
combinar IECA + BCC dihidropiridinico
vs. IECA + diurético tiazidico na ↓ risco CV
Dihidropiridinicos

O duplo bloqueio do SRAA (ARA+IECA) deve ser EVITADO


Resulta em deterioração da função renal e aumenta o risco de hipotensão
sem beneficio adicional na redução do risco cardiovascular

Deve ser fortemente considerada como parte


Medicação hipolipemiante integrante dos esquemas anti-hipertensivos
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
7. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Para
controlo farmacológico da dor, indique a opção que NÃO CONSIDERARIA:

a) Paracetamol per os

b) Naproxeno per os

c) Capsaicina ou lidocaína em emplastro

d) Morfina per os

e) Fentanilo transdérmico
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
7. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Para
controlo farmacológico da dor, indique a opção que NÃO CONSIDERARIA:

a) Paracetamol per os

b) Naproxeno per os

c) Capsaicina ou lidocaína em emplastro

d) Morfina per os

e) Fentanilo transdérmico
NEFROTOXICIDADE DE AINES E IECAS
Exposição a anti-inflamatórios não-esteróides Exposição a iECAs ou ARA-II

Redução das Aumento das


prostaglandinas Aumento da Redução da
prostaglandinas
vasodilatadoras angiotensina II angiotensina II
vasodilatadoras
FÁRMACOS CONTRA-INDICADOS NA IC
Fármacos a EVITAR

- Retenção de sódio, vasoconstrição, disfunção renal e aumento da pressão arterial.


AINEs
- Aumento do risco cardiovascular e potenciação de toxicidade de diuréticos, iECAs e ARA-II.

- BCC não-dihidropiridínicos contra-indicados em doentes com IC e FEVE reduzida


BCC
- Efeito inotrópico negativo e ativação adrenérgica reflexa à vasodilatação

- Beta-bloqueantes e digoxina são seguros; a amiodarona (e dofetilida) podem ser considerados


Anti-Arrítmicos
- Evitar outros anti-arrítmicos pelo risco pró-arrítmico, inotrópico negativo ou ↑mortalidade

- Tratamento da diabetes mellitus: considerar metformina, liraglutide ou iSGLT2


Tiazolidenedionas
- Tiazolidenedionas estão contra-indicados: maior retenção de sódio e fluidos
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
8. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Indique
qual a estratégia farmacológica MAIS INDICADA:

a) Suspender a aspirina e manter dabigatrano 150mg/bid

b) Supender atenolol e iniciar bisoprolol ou carvedilol

c) Suspender rosuvastatina e hidroclorotiazida e iniciar furosemida

d) Reduzir digoxina para 0,125mg/dia para prevenir doses supraterapêuticas

e) Todas as anteriores
APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO
8. Neste momento encontra-se a programar a alta do Sr. António. Indique
qual a estratégia farmacológica MAIS INDICADA:

a) Suspender a aspirina e manter dabigatrano 150mg/bid

b) Supender atenolol e iniciar bisoprolol ou carvedilol

c) Suspender rosuvastatina e hidroclorotiazida e iniciar furosemida

d) Reduzir digoxina para 0,125mg/dia para prevenir doses supraterapêuticas

e) Todas as anteriores
TRATAMENTO DA IC COM FEVE REDUZIDA
TRATAMENTO DA IC COM FEVE REDUZIDA
Patient with symptomatic HFrEF
If LVEF≤35% despite OMT or a history of symptomatic VT/VF, implant ICD

Still symptomatic and LVEF<35%


Therapy with ACE-I plus beta-blocker Patient with
Diuretics to relieve symptoms and signs of congestion

(uptitrate to maximum tolerated evidence-based dose) no symptoms


Still symptomatic and LVEF<35%
Add MRA (uptitrate to maximum tolerated evidence-based dose)

Stabilized
Able to tolerate ACEi Sinus rhythm, QRS Sinus rhythm
(or ARB) duration >130ms HR≥70 bpm

Monitor
ARNI to replace ACEi Evaluate need for CRT Ivabradine
Patient

Refractory Heart Failure

Consider digoxin or H-ISDN or LVAD or Heart Transplantation


ANTICOAGULAÇÃO NA FA
Mechanical heart vales or 1st Line therapy:
moderate-to-severe mitral stenosis (valvular AF) Yes Vitamin-K Antagonists

No

Estimate Stroke Risk based on number of


CHA2DS2-VAsc risk factors

0 Cutoff values +1 in women 1 Cutoff values +1 in women ≥2

No antiplatelet or
OAC should be Exclude contraindications Oral anticoagulation
anticoagulant
considered indicated
treatment

1st Line therapy: 2nd Line therapy:


New Oral Anticoagulants Vitamin-K Antagonists
Rocha, B.; Cunha, G.; Falcão, L. J Am Coll Cardiol. 2018; 71(7):782-93.
MENSAGENS FINAIS
- A IC é uma síndrome prevalente e a causa isquémica é a principal etiologia se a

função ventricular esquerda se encontrar reduzida

- A IC pode permanecer assintomática durante anos por ativação de mecanismos

compensatórios (i.e., SRAA, SN Simpático), deletérios a longo prazo

- A descompensação pode ocorrer em consequência de um ou mais fatores, entre

os quais a infeção e a fibrilhação auricular com RVR são frequentes

- O tratamento da congestão inclui diuréticos endovenosos


MENSAGENS FINAIS
- O doente deve ter alta apenas quando se encontra euvolémico

- O momento da alta da IC é crítico para impedir novas descompensações

- A revisão terapêutica inclui reduzir a exposição a fármacos agressores (AINEs)

- Na ausência de contra-indicações, todos os doentes com IC e FEVE reduzida

devem ser medicados com iECA e BB, adicionalmente com MRA se sintomáticos

- O doente com IC sintomática (NYHA II-IVa) apesar de terapêutica otimizada e

FEVE reduzida (≤35%) tem indicação para CRT se RS, BCRE e QRS ≥150ms
MENSAGENS FINAIS
- A FA deve ser cardiovertida se causar instabilidade hemodinâmica

- A FA pode ser cardiovertida se <48 horas ou após demonstração de ausência de

coágulos no apêndice auricular esquerdo com ecocardiograma-TE

- A FA com >48 horas de evolução ou com coágulos no apêndice AE poderá ser

apenas cardiovertida após ≥3 semanas de anticoagualação

- Independentemente do tipo de FA, a anticoagulação deve ser ponderada quando

CHA2DS2-VASc = 1 e introduzida se = 2, na ausência de contra-indicação


MÓDULO I – ESPECIALIDADES MÉDICAS

Casos clínicos em Cardiologia

Bruno Rocha
Gonçalo Cunha
g.cunha@campus.ul.pt
bruno.rocha@campus.ul.pt

www.examedaespecialidade.pt

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