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1.

Introdução

As vitaminas são compostos orgânicos imprescindíveis para algumas reações


metabólicas específicas, agindo muitas vezes como coenzimas ou como parte de
enzimas responsáveis por reações químicas essenciais à saúde humana. São usualmente
classificadas em dois grupos, com base na sua solubilidade, estabilidade, ocorrência em
alimentos, distribuição nos fluídos corpóreos e sua capacidade de armazenamento nos
tecidos.

As vitaminas ativam a oxidação dos alimentos, as reações metabólicas e facilitam a


libertação e a utilização de energia. Desta forma, permitem que o organismo possa
aproveitar as substâncias plásticas e energéticas proporcionadas pela ingestão de
alimentos: as proteínas, os açúcares, as féculas e as gorduras.

2. Classificação

As vitaminas são classificadas geralmente com base em suas características fisiológicas


e não pela sua composição química.

As vitaminas A, D, E, K, são chamadas de lipossolúveis, ou seja, são aquelas solúveis


em lipídios e extraíveis por solventes orgânicos e as vitaminas do complexo B, C e P
são denominadas hidrossolúveis.     É importante enfatizar que essa classificação é
válida apenas para as vitaminas contidas nos alimentos naturais, pois hoje a moderna
tecnologia sintetiza vitaminas para a suplementação de rações, sínteses que modificam o
aspecto solubilidade. Iremos abordar somente as lipossolúveis.

2.1 - Vitaminas lipossolúveis são as vitaminas solúveis em lipídios e não-solúveis em


água. Para serem absorvidas é necessária a presença de lipídios, além de bílis e suco
pancreático. Após a absorção no intestino, elas são transportadas através do sistema
linfático até aos tecidos onde serão armazenadas. As vitaminas lipossolúveis são a
vitamina A, a vitamina D, a vitamina E e a vitamina K. As vitaminas A e D são
armazenadas principalmente no fígado e a E nos tecidos gordurosos e, em menor escala,
nos órgãos reprodutores. O organismo consegue armazenar pouca quantidade de
vitamina K.
Cada uma das vitaminas lipossolúveis, A, D, E e K, tem um papel fisiológico separado e
distinto.  Na maior parte, são absorvidos com outros lipídios, e uma absorção eficiente
requer a presença de bile e suco pancreático. São transportadas para o fígado através da
ninfa como uma parte de lipoproteína e são estocadas em vários tecidos corpóreos,
embora não todas nos mesmos tecidos, nem na mesma extensão. Normalmente são
excretadas na urina.

3. Influência das vitaminas

3.1 - Vacas de leite

As vitaminas, presentes em muitos alimentos em pequenas quantidades, são importantes


fontes nutricionais para vacas leiteiras, pois participam diretamente de vários processos
metabólicos dos animais e sua ausência pode causar sérios distúrbios nas vacas leiteiras.
“Quando se tem vaca de alta produção, o uso de vitaminas adicionais à ração é
obrigatório. Sua falta simplesmente impede que os animais continuem produzindo e,
ainda mais grave, compromete seu estado físico”, explica Felix Ribeiro, professor de
nutrição animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de
São Paulo (FMVZ/USP).

As lipossolúveis aparecem mais vezes e em quantidades maiores no processo alimentar.


As vitaminas A e E são fundamentais em quase todos os estágios da vida das vacas. A
vitamina D é importante para as vacas em lactação, pois trabalha no metabolismo do
cálcio e do fósforo. A vitamina K é importante em todas as idades, mas a exigência é
menor no caso das vacas jovens.

“Como qualquer nutriente voltado ao melhoramento produtivo, as vitaminas devem ser


administradas em quantidades corretas”, ressalta Ribeiro. A opinião é comparti1hada
pelo professor Santos, de Maringá: “o objetivo do produtor é propiciar a ingestão de
vitaminas adequadamente para prevenir quaisquer deficiências”. Para Felix Ribeiro, a
formulação de rações com vitaminas devem ser utilizadas em todas as situações, desde
que devidamente adequadas às necessidades dos animais. “As vitaminas não são tão
caras e ainda auxiliam na manutenção produtiva das vacas”, explica. Levando em
consideração que os volumosos nem sempre atendem à necessidade nutricional dos
animais, especialmente os estocados (silagem e feno), que perdem a concentração de
vitaminas com o tempo, a industria de alimentação animal se encarrega de desenvolver
rações de qualidade que possam suprir essas deficiências.

Cada vitamina tem uma função especifica na dieta dos animais. Vejam quais são os
principais benefícios de cada uma e o que acontece quando não estão presentes.

Confira as exigências de vitaminas recomendadas pelo National Research Council (EUA)


para vacas leiteiras:

Vitamina Vitamina Vitamina


CATEGORIAS
A* D* E**

Vacas secas 600 4000 300

Vacas em início de lactação 4000 300  

Vacas em plena lactação 3200 300  

Novilhas em crescimento 2200 300  

Bezerros alimentados com substitutos do leite 3800 600 300

Bezerros alimentados com concentrado 2200 300  

Fonte: Universidade do Maringá e NCR/* Ul/kg MS/**ppm

Vitamina A – É um nutriente fundamental para a integridade da mucosa dos animais e


de seu aparelho reprodutivo. “A vitamina A intervem na formação e na manutenção
funcional das células das mucosas. Ela participa ainda em certas transformações de
esteróides, ou seja, está ligada diretamente ao sistema reprodutor dos animais”, explica
Geraldo Tadeu dos Santos. A carência de vitamina A acarreta alguns problemas em
vários sistemas dos animais. Na pele, os pelos ficam ouriçados (ásperos, crespos); nos
olhos, pode ocorrer cegueira noturna e degeneração da retina; no sistema nervoso,
descoordenação de movimentos, convulsões e degeneração nervosa; no aparelho
respiratório, aumento da sensibilidade às infecções das vias respiratórias e dos pulmões;
no aparelho digestivo, aumento da sensibilidade às infecções das mucosas, atrofia dos
ovários e baixa taxa de ovulação e de fecundação, além de problemas de ciclo estral e
retenção de placenta.
Vitamina E – “Essa vitamina trabalha como um antioxidante e participa, sobretudo, da
estabilização dos ácidos graxos não saturados”, explica Santos. A deficiência da
vitamina E traz uma série de problemas, principalmente em animais jovens. Distrofia
muscular, que ataca os músculos esqueléticos e depois os músculos cardíacos, e
calcificação anormal dos músculos são sintomas mais comuns. “Uma boa
suplementação à base dessa substância evita em 100% o aparecimento desses
distúrbios”, diz o especialista.

Vitamina D - A vitamina D age, sobretudo, no metabolismo do cálcio e do fósforo e


proporciona o melhoramento da absorção desses nutrientes por meio da mucosa
intestinal, acelerando sua incorporação nas matrizes ósseas. “A falta de vitamina D no
organismo deixa o sistema ósseo seriamente comprometido. Devido ao peso das vacas,
os ossos vão se deformando com o tempo”, explica o professor Felix Ribeiro.

No caso dessa vitamina, além do manejo alimentar outras medidas, bastante simples,
pode ajudar como a exposição das vacas por algumas horas à luz solar.

Vitamina K - A principal função dessa substância está na síntese de proteínas no


rúmen. É muito difícil a ocorrência de falta de vitamina K no organismo dos animais,
pois são sintetizadas dentro do trato digestivo dos animais.

3.2 - Bovinos de corte

O melhoramento genético e a intensificação da produção na bovinocultura da corte


proporcionam cada vez mais animais com desempenhos bastante elevados, e
consequentemente mais exigentes no aspecto nutricional. Elevados valores de
desempenho implicam em altos níveis de exigência nutricional, com maior
susceptibilidade à deficiências nutricionais.

Os bezerros são muito susceptíveis à deficiência de vitamina A, pois nascem com pouca
reserva desta e dependem do aporte do colostro e do leite da mãe, já que não podem
aproveitar o Beta-caroteno de outros alimentos. Em matrizes, observam-se distúrbios
reprodutivos, como alteração no cio, ovulação e gestação, abortos e retenção de placenta
(Roche), cornificação ou queratinização do epitélio vaginal e falha de concepção
(Hurley, 1989; Fox, 1992). Blood, Henderson e Radostits (1991), entretanto, afirmam
que em geral, não há interferência na concepção, mas devido a degeneração placentária
é comum ocorrer abortos, nascimento de filhotes fracos ou natimortos ou cegos (Hurley,
1989).
A deficiência de vitamina A leva à atrofia de todas as células epiteliais, mas os defeitos
importantes são limitados aos tipos de tecido epitelial que possuem uma função
secretora assim como de revestimento. As células secretoras não têm o poder de se
dividir e se desenvolver à partir do epitélio basal indiferenciado. Na deficiência de
vitamina A estas células são gradualmente substituídas por células epiteliais
queratinizadas, estratificadas, comuns nos tecidos epiteliais não secretores (Hurley,
1989). Devido a degeneração das células epiteliais do trato respiratório, boca, glândulas
salivares, olhos, glândulas lacrimais, trato intestinal, uretra e vagina, o animal pode ficar
susceptível à infecções. Diarréia, perda de apetite, lacrimejamento excessivo,
xeroftalmia, e outros problemas nos olhos também são comuns (NRC, 1995).

Na carência de vitamina A existe uma diminuição da esterase sérica e um aumento na


lipase hepática e ao mesmo tempo a avitaminose A provoca emagrecimento notável nos
animais devido a um aumento do metabolismo basal, semelhante ao que ocorre com a
ingestão de extratos tireóideanos.

Aves

É importante lembrar que as deficiências nutricionais e principalmente de vitaminas


estão associadas ao tipo de dieta que é fornecida diariamente. Portanto, no caso de
identificação de algum dos sintomas descritos abaixo, é importante uma consulta ao
veterinário ou zootecnista, para que eles possam recomendar uma dieta balanceada aos
animais.
Fornecendo uma dieta balanceada, rapidamente os sintomas desaparecerão e as aves
estarão saudáveis para reproduzir e embelezar nossas vidas.

Sintomas específicos e características de deficiências de vitaminas:


     Deficiência de vitamina A: Distúrbios oculares, inclusive corrimento, lacrimação,
xeroftalmia e queretinização dos epitélios; ataxia (incoordenação muscular); Lesões das
membranas mucosas de vários órgãos; Lesões da pele (em volta dos olhos com
pálpebras aderidas); Acúmulo de uratos nos rins; Mortalidade precoce devido a falhas
no desenvolvimento do sistema circulatório. Deficiência de vitamina D: Raquitismo ou
osteomalacia; Ovos sem casca ou com casca fina. Deficiência de vitamina E:
Encefalomalacia (fraqueza, andar irregular, pernas distendidas, dedos flexionados e
cabeça virada); Diátese exsudativa (alta retenção de água nos tecidos); Distrofia
muscular de origem nutricional; Falha na reprodução das fêmeas e esterilidade dos
machos. Deficiência de vitamina K: Sangramento excessivo devido às lesões; Pontos
hemorrágicos na pele.

Referências Bibliográficas

Disponível em <http://www.bichoonline.com.br/artigos/Xfc0003.htm> acesso em 10 de


junho de 2009

Disponível em <http://marcosveterinario.blogspot.com/2009/04/nutricao-deficiencias-
vitaminicas-em.html> acesso em 11 de junho de 2009

Disponível em <http://www.bichoonline.com.br/artigos/aa0037.htm> acesso em 11 de


junho de 2009

Disponível em <http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/
const_microorg/vitaminas.htm> Acesso em 09 de junho de 2009

Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitamina_lipossol%C3%BAvel> acesso


em 11 de Junho de 2009

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