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Traumatismo  Difusa (acometem todo encéfalo):

Cranioencefálico (TCE)  Concussão (alteração pós-traumática


transitória e reversível no status mental (p. ex.,
perda de consciência ou memória, confusão
 Acometimento de estruturas intracranianas mental))- normalmente se devem durante o
traumatismo com estiramento;
PODE SER CLASSIFICADO DE ACORDO COM:  Lesão axonal difusa (microrupturas de axônios
a) Gravidade na substância branca, nos grandes tratos dos
 Leve= na escala GCS 13-15 hemisférios cerebrais e do corpo caloso,
responsáveis pela associação de áreas corticais
 Moderado= GCS 9-12
 Grave= GCS 3-8 (estado de coma) distantes e inter-hemisféricas);

FRATURAS ASSOCIADAS AO TCE


 De superfície
 Fraturas da abóbada do crânio – são as fraturas
que ocorrem nos ossos frontal, parietal,
temporal ou occipital.
 Afundamento ou não (depressão óssea)
 Lineares (um traço de fratura) ou cominutiva
(quando composta de vários fragmentos)

 De base
 Fístula (extravasamento do líquido que
envolve o cérebro- líquor)
GCS= quantitativa  Pólipos (projeções de tecido)
Abertura dos olhos (E) de 1-4  Lesão de VII ou não
Resposta verbal (V) de 1-5
Resposta motora (M) de 1-6 EXAME NEUROLÓGICO INICIAL:
 GCS (Escala de Coma de Glasgow)
 Maiores pontuações estão mais próximas da  Resposta da pupila= Reflexo fotomotor e
normalidade. consensual (II e III)
 Melhor score é 15 e o pior é 3 (não resposte  Movimentos oculares (III, IV e VI)
em nenhum parâmetro)  Oculocefálico (movimento da cabeça de um
lado p/ outro- V e III)
b) Ligação com meio externo
 TCE fechado= NÃO tem comunicação com o
meio externo
 TCE aberto= tem comunicação com o meio
externo (mais graves)

LESÃO INTRACRANIANA
 Focal (localizadas):
 Presença de sangue (hematoma) pode ser:
 Epidural (entre a dura-máter e o crânio)  Oculovestibular (VIII)- estimulação calórica
 Subdural (entre dura-máter e máter aracnoide)
 Intracerebral (tecido cerebral)

 Exame motor: Força/ Reflexo.

 Exame de sensibilidade

Maria Suélen Andrade de Barros


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OUTRAS LESÕES ASSOCIADAS: NÍVEIS DE LESÕES
 Fratura pélvica  Occipital
 Fratura maxilar e mandibular  Cervical (região mais acometida)
 Fratura torácica  Torácica
 Fratura abdominal  Toracolombar
 Fratura espinhal  Lombar
 Sacral
MELHORA: GCS qualitativa (em relação a qualidade
de vida após receber alta) CARACTERÍSTICA DA ESPINHA INFANTIL
 (G) Boa recuperação  Melhor mobilidade fisiológica
 (MD) Moderada disfunção  Elasticidade de ligamentos
 (SD) Severa disfunção  Ossificação incompleta, cabeça maior em
 (V) Vegetativo relação ao tronco.
 (D) Morte  As lesões medulares em crianças são mais
raras, sendo que a relação destas com
TRATAMENTO traumatismos cranianos é de 1:30.
 PIC (Manutenção da pressão intracraniana)-  Apenas 5% dos traumatismos raquimedulares
Cirurgia ocorrem em crianças. Devido à flacidez dos
ligamentos associada à imaturidade da
 Anticonvulsionantes
musculatura parespinhal e o
 Manitol- fase aguda (diminuir a pressão
subdesenvolvimento dos processos
intracraniana)
unciformes, estas lesões tendem a envolver
 Barbitúrico
mais ligamentos que ossos.

FISIOPATOLOGIA
1. A lesão medular pode ser:
Traumatismo  Primária: lesão imediata ao trauma devido a
contusão mecânica e hemorragia.
Raquimedular (TRM)  Secundária: sequência de eventos bioquímicos
autodestrutivos que podem durar horas ou dias
que levam a disfunção e morte celular.
I. Lesão da medula espinhal que provoca
alterações, temporárias ou permanentes, na
LESÕES E DÉFICIT NEUROLÓGICO
função motora, sensibilidade ou função
 Deslocamento atlantoccipital- 100% de déficit
autonômica.
neurológico (mais grave)
II. As lesões cervicais frequentemente
 Deslocamento cervical de facetas unilateral-
causam diminuição permanente da
75% de déficit neurológico
qualidade de vida, sendo a principal causa
de sequela seguida aos traumatismos.  Deslocamento cervical de facetas bilateral-
III. Estima-se que aproximadamente 60% dos 100% de déficit neurológico
casos ocorram em indivíduos na faixa dos
15 aos 30 anos. E 2/3 dos traumas  Fratura de C2= geralmente por enforcamento
raquimedulares acontecem na coluna  Odontóide tipo II*- instável
cervical.
IV. Cerca de 20% dos pacientes com lesões
raquimedulares graves podem ter lesões
em outros níveis não contíguos.
Frequentemente ocorrem lesões
simultâneas, com trauma torácico e
abdominal, ou lesões vasculares (carótida
e artérias vertebrais), associadas a fraturas
da coluna vertebral.

TIPOS DE LESÃO ESPINAL


 Fraturas (mais comum 45% dos casos)
 Fratura-subluxação
 Subluxação
 Rupturas REGIÕES DA COLUNA
 Transecção  Posterior
 Distrações  Média
 Anterior
Maria Suélen Andrade de Barros
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Obs.: Quando ocorre uma fratura, que acomete dois  A ressonância magnética é o melhor método
dos três segmentos é considera instável, ou seja, vai para avaliar a integridade de estruturas que não
produzir déficits neurológicos. Quando apenas uma são ósseas, como o disco intervertebral,
das regiões é acometida, é considerada estável, não ligamentos, o saco dural e os nervos. Este
deverá ter comprometimento neurológico, de um modo exame possibilita a visibilização da
geral. integridade dos ligamentos longitudinal
anterior e posterior e ligamentos
 Estabilização e fixação óssea por meio de cirurgia interespinhosos. A avaliação da integridade
destes ligamentos é importante para o
DIAGNÓSTICO planejamento do tratamento. Tanto o
1. Clínico tratamento com o uso de órteses, quanto o
Choque medular: Ausência total da sensibilidade, tratamento cirúrgico utilizam o princípio da
motricidade e reflexos abaixo do nível da lesão com ligamentotaxia para a estabilização das
extensão variável de tempo (na grande maioria após 24 fraturas.
a 48 horas). O término do choque medular é indicado
pelo retorno do reflexo bulbo cavernoso que é testado CLASSIFICAÇÕES
tracionando-se abruptamente, porém com delicadeza, a Frankel (1969) desenvolveu um método de
sonda vesical, ou apertando a glande peniana e classificação simples, que continua sendo utilizado até
observando a presença da contração do esfíncter retal. os dias de hoje.
A ausência do tônus esfincteriano indica que o Os níveis de lesão são os seguintes:
paciente está na vigência do choque medular.  Frankel A: Ausência de sensibilidade e
motricidade distal ao nível da lesão;
Clinicamente, as lesões neurológicas podem ser  Frankel B: paralisia motora completa, com
classificadas em completas e incompletas, baseado no alguma sensibilidade preservada distal ao nível
exame neurológico após o término no choque medular. da lesão;
 Completas: são caracterizadas pela completa  Frankel C: presença de alguma força motora,
perda da função sensitiva e motora mais do porém sem função prática;
que três segmentos abaixo do nível da lesão.  Frankel D: força motora efetiva distal ao nível
 Incompletas: são caracterizadas pela presença de lesão, porém com algum grau de
de alguma função motora ou sensitiva mais do deficiência.
que três segmentos abaixo do nível da lesão.  Frankel E: o paciente não tem alterações
A medula espinhal termina na região da neurológicas.
vértebra de L1, portanto as fraturas distais a
este nível causam lesões de raízes nervosas. Em 1992 a Associação Americana de Lesões da
Coluna Vertebral (ASIA) publicou uma classificação
2. Imagem neurológica e funcional, que avalia os níveis de
 As radiografias simples devem ser realizadas sensibilidade de C2 até S4-S5 e a função dos grupos
em incidências anteroposterior e perfil. Com musculares e reflexos, relacionados com as raízes
estas incidências é possível observar o nervosas de C5 a T1 (plexo braquial) e L2 à S1 (plexo
alinhamento e altura dos corpos vertebrais e lombar). Esta classificação procura definir com
alterações na distância entre os processos exatidão o nível da lesão neurológica e o grau do
espinhosos, podendo indicar lesão do comprometimento funcional, e tem como objetivo uma
complexo ligamentar posterior. classificação de prognóstico.
 A tomografia computadorizada fornece
imagens axiais, que permitem avaliar e TRATAMENTO
detectar lesões com retropulsão de fragmentos 1. Tratamento na sala de emergência
ósseos, fraturas dos elementos posteriores,  Atendimento seguindo os preceitos do ATLS
cominuições ósseas e alterações no diâmetro (com imobilização cervical e prancha rígida)
do canal vertebral. Este método permite,  Proteção gástrica (omeprazol, nexium)
através da reconstrução das imagens, melhor  Sondagem vesical após toque retal.
avaliação da fratura e do grau de  Mobilização em bloco.
comprometimento do canal vertebral nos
 Retirada da prancha rígida assim que possível
pacientes com luxação bilateral das facetas (Após exames - máximo de 2 horas)
articulares. Em casos de pacientes com trauma
 Preencher ficha da ASIA.
raquimedular a tomografia pode substituir as
radiografias simples na emergência e devido a
2. Internar aos cuidados da retaguarda especializada
uma alta incidência de fraturas em múltiplos
níveis nesses pacientes, a tomografia de todo o
segmento da coluna pode ser uma indicação.

Maria Suélen Andrade de Barros


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