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Sobrepeso na DM:

Na população com diabetes, o uso intensivo de terapia insulínica e a supervalorização das


metas glicêmicas tem resultado em aumento das taxas de hipoglicemia grave e contribuído
para a predisposição ao ganho de peso (SBD,2019). Reduzir a ingestão de calorias e modificar o
estilo de vida podem beneficiar adultos com sobrepeso com DM. Foi demonstrado que a
redução moderada de peso, definida como a redução sustentada de 5 a 7% do peso corporal
inicial, melhora o controle glicêmico (SBD, 2019).

INTERVENÇÃO
“As condutas nutricionais devem avaliar o impacto da intervenção no progresso da saúde do
paciente, observar variações de necessidades nutricionais e personalizar a orientação,
conforme o estilo de vida individual” (ASBRAN, 2014).

A abordagem nutricional individualizada requer mudanças no estilo de vida e objetivos que


possam resultar em intervenções dietéticas complexas. Para essa individualização, é
necessário conhecer alguns aspectos relacionados ao contexto da produção e do consumo dos
alimentos, como cultura, regionalidade, composição de nutrientes e preparo de refeições. Esse
cenário justifica a recomendação do nutricionista como profissional habilitado para
implementar intervenções e educação nutricional para indivíduos com diabetes.
Paralelamente esse profissional deve esclarecer os membros da equipe sobre os princípios da
terapia nutricional, a fim de obter seu apoio nas implementações e desmistificar concepções
(SBD, 2019).Os guias de sociedades científicas internacionais enfatizam que o alcance das
metas de tratamento propostas requer esforço da equipe de saúde, e do indivíduo com
diabetes ativamente envolvido no processo (SBD, 2019).Os programas de intervenção
relacionados com a mudança do estilo de vida devem ser intensivos e ter acompanhamento
frequente para diminuir significativamente o peso corporal e melhorar os indicadores clínicos
(SBD, 2019).

Hipertensão arterial

A dieta DASH, padrão alimentar considerado mais eficiente no controle da pressão arterial,
contempla a inclusão de alimentos ricos em potássio, redução de sódio e controle na
quantidade de lipídios ingeridos. Além de sua eficiência sobre a redução da pressão arterial,
também foi observada redução da glicemia de jejum e da concentração plasmática de
triglicérides (SBD, 2019).O cuidado nutricional do paciente hipertenso dever seguir o
recomendado no Protocolo de Terapia Nutricional para Pacientes com Hipertensão Arterial da
UNUT.

Educação Nutricional / orientações

Especialmente no início do acompanhamento nutricional é comum que os pacientes


apresentem dificuldade em aceitar e implementar as mudanças necessárias no
comportamento alimentar. Muitos indivíduos apresentam resistência à mudança, e outros
podem ser rigorosos demais, pela ansiedade em mudar em virtude do medo das complicações
da doença. O paciente e seus familiares devem ser inseridos em programas de educação
nutricional desde o diagnóstico, com abordagem sobre a importância do autocuidado. e da
independência quanto a decisões e atitudes ligadas a alimentação e ao controle metabólico.
Por meio desse conhecimento, o indivíduo com DM poderá compreender a importância e a
influência dos alimentos na homeostase glicêmica, bem como estar ciente da prevenção de
complicações (SBD, 2019).4
Vitaminas e Minerais

Conforme a SBD (2019):

a. O consumo de uma dieta equilibrada e variada, na maioria das vezes, é suficiente para
oferecer quantidades adequadas de micronutrientes.

b. Orientar o consumo de no mínimo 2 a 4 porções de frutas, pelo menos uma rica em


vitamina C (frutas cítricas), e de 3 a 5 porções de hortaliças cruas e cozidas, para atingir as
necessidades diárias de vitaminas e minerais. É importante variar os tipos e as cores dos
vegetais, pois cada cor corresponde a um perfil nutricional específico.

c. Nozes, castanhas e sementes comestíveis também são excelentes fontes de


micronutrientes, e devem ser recomendadas.

d. Suplementos à base de ervas não são recomendados a indivíduos com diabetes, não
são padronizados, variam em quantidade de ingredientes ativos e podem apresentar
interações medicamentosas.

e. A suplementação de vitaminas e minerais não é indicada para o controle do diabetes


por falta de evidências científicas. Ela precisa ser individualizada, conforme a deficiência
identificada.

f. Realizar uma minuciosa anamnese clínica com o objetivo de diagnosticar possíveis


alterações, visto que estas tendem a ser comuns em indivíduos com diabetes, devido a perdas
excessivas na urina, diminuição da capacidade intestinal de absorção e baixa ingestão
dietética.

g. Em alguns grupos, como idosos, gestantes ou lactentes, vegetarianos restritos, aqueles


em restrição calórica ou de carboidratos, a suplementação de multivitamínicos pode ser
necessária. Outras exceções são feitas ao folato, para a prevenção de doenças congênitas, e ao
cálcio, para a prevenção de doença óssea.

h. No caso de uso prolongado de metformina, verificar deficiência de ácido fólico e


vitamina B1.

i. Avaliar deficiência de vitamina B12, uma das prováveis causas da neuropatia diabética,
também evidente em indivíduos com diabetes e relacionada com o mau controle glicêmico e
complicações microvasculares.

j. Atenção à dosagem de vitamina D, pois sua deficiência está relacionada ao mau


controle glicêmico, sendo necessário suplementação. A vitamina D dentro da faixa de
normalidade demonstra efeitos positivos de sensibilidade à insulina e a sua secreção, bem
como a diminuição do estado inflamatório.

k. Em relação aos minerais, é necessária maior atenção ao zinco e magnésio para


prescrição de suplementação, quando houver deficiência. O zinco parece regular a função das
ilhotas pancreáticas e promover a homeostase glicêmica, enquanto a concentração circulante
de magnésio está inversamente associada à incidência de doenças crônicas, hipertensão e
DM2.

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