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SUMÁRIO
3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO ............................................................................. 2
3.2 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER EXECUTIVO .......................................................................... 2
3.3 RESPONSABILIDADE ATOS DO PODER LEGISLATIVO ............................................................................... 2
3.4 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER JUDICÁRIO ........................................................................... 2
3.5 FORMAS DE REPARAÇÃO ......................................................................................................................... 3
REPARAÇÃO INTEGRAL (RESTITUTIO IN INTEGRUM OU RETORNO AO STATUS QUO ANTE) .................... 3
CESSAÇÃO DO ILÍCITO ................................................................................................................................ 3
SATISFAÇÃO ............................................................................................................................................... 3
INDENIZAÇÃO ............................................................................................................................................ 3
GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO ............................................................................................................... 4
SANÇÕES INTERNACIONAIS ....................................................................................................................... 4
3.6 CASOS DE CONDENAÇÃO DO BRASIL PERANTE CORTE INTERAMERICANA ............................................ 4

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3. DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO


3.2 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER EXECUTIVO
Atos comissivos ou omissivos: Estado pratica ou deixa de praticar. Cabe ao Estado
respeitar e garantir os direitos humanos, tais obrigações ensejam responsabilização quando
seus agentes violam direitos humanos ou se omitem injustificadamente, na prevenção ou
repressão de violações realizadas por particulares.
Atos “ultra vires”: atos praticados com abuso de poder ou abuso de autoridade. Ato que
parece legal/legítimo, mas esconde um abuso de autoridade, os agentes extrapolam a
competência legal. Ex. violência policial.
Atos de particulares: exige-se descumprimento do dever de prevenção ou punição por
parte do Estado. BRASIL - Caso José Pereira: trabalhador que procurava oportunidade de
emprego, um dia viu proposta para trabalhar em Fazenda no Pará, só que, na verdade, era
praticamente um campo de trabalho escravo. José Pereira, ao tentar fugir, levou um tiro no olho,
enquanto outros trabalhadores morreram. O Brasil reconheceu sua responsabilidade por não
ter fiscalizado corretamente (solução amistosa).

3.3 RESPONSABILIDADE ATOS DO PODER LEGISLATIVO


Todas as leis, inclusive a Constituição, podem ensejar violação aos direitos humanos e à
consequente responsabilização do Estado. Em geral, não são aceitos casos sem elementos
concretos de violação de direitos humanos, mas já houve situações em que este critério foi
abrandado.

3.4 RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER JUDICÁRIO


A sentença é ato como outro qualquer, apenas será analisado se aquela sentença,
independentemente de seu conteúdo, viola tratado internacional.
Há ainda um tema muito sensível no caso dos atos do poder judiciário, é o caso da
impunidade, que consiste na falta de investigação, persecução criminal, condenação e detenção
dos responsáveis pelas violações de direitos humanos: há dever estatal de reprimir a impunidade
por todos os meios legais disponíveis, evitando repetições crônicas de violações. O Estado pode
ser também responsabilizado, portanto, pela omissão em punir. Lembrando que a obrigação de
investigar e punir é de meio e não de resultado.
OBS.: A responsabilidade internacional é subsidiária, ou seja, só haverá o
acionamento de cortes internacionais na hipótese de esgotamento do direito interno.
Portanto, os órgãos internacionais somente devem atuar de forma subsidiária,
quando os órgãos internos forem ineficientes para promover a tutela dos direitos.

A responsabilidade tem finalidades preventivas e repressivas.


Por finalidade preventiva entende-se a busca pelo respeito aos direitos humanos pelos
Estado de forma prévia, estabelece limites a atuação do Estado. Tem caráter pedagógico.
Por finalidade repressiva, entende-se que violado um tratado internacional e, desde que
esgotado o direito interno, as cortes internacionais podem condenar um Estado por tal violação.
No Brasil nós temos três sistemas concomitantes de proteção aos direitos
humanos?fundamentais:
• Sistema interno de proteção  Previsto na CF  Responsabilidade pela
proteção desses direitos é PRIMÁRIA;

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• Sistema interamericano de proteção  OEA – Organização dos Estados


Americanos. A responsabilidade é subsidiária. Em regra, só atua com o
esgotamento do sistema interno de proteção.
• Sistema global ou onusiano  ONU. A responsabilidade é subsidiária. Em
regra, só atua com o esgotamento do sistema interno de proteção.
Portanto, do esgotamento do direito interno que resultar omissão, ineficácia ou
ineficiência na reparação do dano, surge a possibilidade de se postular perante órgãos
internacionais a proteção contra a violação de direitos.
OBS.: Via de regra, a responsabilização de um Estado decorre do descumprimento de um
tratado internacional. Todavia, existem as normas de jus cogens que trata diretamente de
cláusula ligada à dignidade da pessoa humana, com relação à violação a tais normas, pode
ocorrer responsabilização de um Estado mesmo que este não tenha assumido compromisso
internacional e ratificado o tratado internacional que versa sobre o tema.

3.5 FORMAS DE REPARAÇÃO


A reparação é a consequência maior do descumprimento da obrigação internacional.
Entendendo-se por reparação toda e qualquer conduta do Estado infrator para eliminar as
consequências do fato internacionalmente ilícito, sendo o retorno ao status quo ante a
essência da reparação, sem excluir outras formas.
REPARAÇÃO INTEGRAL (RESTITUTIO IN INTEGRUM OU RETORNO AO
STATUS QUO ANTE)
É a melhor fórmula na defesa das normas internacionais. Permite a completa eliminação
da conduta violadora e de seus efeitos, por isso há preferência sobre a prestação pecuniária.
CESSAÇÃO DO ILÍCITO
O Estado violador de obrigação internacional deve interromper imediatamente sua
conduta ilícita, sem prejuízo de outras formas de reparação. A cessação é considerada exigência
básica para a completa eliminação das consequências do fato ilícito internacional.
SATISFAÇÃO
Conjunto de medidas, aferidas historicamente, capazes de fornecer fórmulas
extremamente flexíveis de reparação a serem escolhidas, em face dos casos concretos, pelo juiz
internacional.
Em geral, três modalidades de satisfação são escolhidas:
• Estado violador reconhece a ilegalidade do fato e declara seu pesar quanto ao
ocorrido;
• Fixação de somas nominais e indenização punitiva (“punitive damages”), sendo
toda a quantia apurada revertida à vítima;
• Obrigações de fazer, cuja escolha fica a cargo do juiz internacional, de forma a
reparar adequadamente as vítimas, dentre estas destacamos a reabilitação (apoio
médico e psicológico necessário às vítimas), estabelecimento de datas
comemorativas em homenagem às vítimas e inclusão em manuais escolares
textos relatando as violações de direitos humanos.
INDENIZAÇÃO
Pagamento em dinheiro, em geral. Utilizada quando não for possível a eliminação por
completo da violação pelo retorno ao status quo ante. A indenização deve ser utilizada como

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forma complementar à reparação integral, se esta for insuficiente para reparar os danos
constatados.
GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO
Estado garante que a conduta violadora de obrigação internacional não vai mais se
repetir. Apenas nos casos em que existe risco de repetição da conduta. Pode ser fixado o dever
do Estado de investigar e punir os responsáveis pelas violações.
SANÇÕES INTERNACIONAIS
São mecanismos políticos. A comunidade internacional se junta e sanciona o Estado. Em
regra, são políticas, mas podem ser econômicas. O problema é que normalmente quem sofre
com essas sanções é a população vulnerável do Estado violador.

3.6 CASOS DE CONDENAÇÃO DO BRASIL PERANTE CORTE


INTERAMERICANA
CASO XIMENES LOPES VS. BRASIL DATA DA SENTENÇA: 04.07.2006
RESUMO DO CASO: Damião Ximenes Lopes acometido por uma deficiência mental de
origem orgânica, proveniente de alterações no funcionamento do cérebro, foi internado na Casa
de Repouso Guararapes, em Sobral/CE.
Faleceu em decorrência dos maus tratos sofridos por funcionários da Casa, não tendo
recebido qualquer assistência médica na ocasião.
CASO GILSON NOGUEIRA DE CARVALHO E OUTROS VS. BRASIL
Data da sentença: 28 de novembro de 2006
Resumo do caso: O caso, apresentado à Comissão Interamericana por entidades de
proteção de direitos humanos, trata da suposta responsabilidade do Brasil pela morte do
advogado ativista de direitos humanos, Gilson Nogueira de Carvalho, em 20/10/1996, uma vez
que seu direito à vida não havia sido garantido, bem como o Estado não havia realizado uma
investigação séria sobre sua morte.
CASO ESCHER E OUTROS VS. BRASIL
Data da sentença: 06 de julho de 2009
Resumo do Caso: O caso trata de ilegalidades ocorridas em interceptação telefônica
realizada, a pedido da Polícia Militar do Estado do Paraná, nas linhas telefônicas de Arlei José
Escher e outros membros integrantes de entidades que mantinham relação com o Movimento
dos Sem Terra (MST), com o qual compartilhavam o motivo comum de promover a reforma
agrária.
CASO GARIBALDI VS. BRASIL
DATA DA SENTENÇA: 23 de setembro de 2009
Resumo do caso: Despejo extrajudicial manu militari para em desfavor de cinquenta
famílias, todas pertencentes ao movimento sem terra – MST. Um integrante do MST foi baleado,
o Sr. Sétimo Garibaldi, que não resistiu aos ferimentos e faleceu no local, em decorrência de
inexistência de atendimento médico, após este fato, o grupo de homens encapuzados fugiu do
local, sem consumar a ação de despejo.
GOMES LUND E OUTROS VS. BRASIL – “CASO GUERRILHA DO ARAGUAIA”
RESUMO DO CASO: O caso Gomes Lund e outros vs. Brasil, popularmente conhecido como
"caso Guerrilha do Araguaia", trata da responsabilidade do Estado brasileiro pela detenção

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arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de aproximadamente setenta pessoas, entre elas


integrantes do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e camponeses da região do Araguaia, situada
no Estado do Tocantins, entre 1972 e 1975. Ocorre que, no dia 28 de agosto de 1979, o Brasil
aprovou a Lei Federal n°6.683, popularmente conhecida como "Lei da Anistia". Esse diploma
normativo perdoou todos aqueles que haviam cometido crimes políticos ou conexos com eles
no período da ditadura militar, o que acabou gerando a irresponsabilidade de todos os agentes
do Estado brasileiro que participaram dos massacres ocorridos no período da ditadura,
inclusive em relação aos fatos ocorridos na região do Araguaia.

CASO TRABALHADORES DA FAZENDA BRASIL VERDE VS. BRASIL


Data da sentença: 15 de dezembro de 2016
Resumo do caso: O caso trata do trabalho escravo constatado pelas autoridades estatais
em fazenda localizada no Pará, após diversas denúncias entre os anos de 1988 e 1989. O
processo penal instaurado em 1997 em razão da condição análoga à de escravo foi extinto em
2007 em virtude da prescrição.
CASO COSME ROSA GENOVEVA E OUTROS VS. BRASIL (“CASO FAVELA NOVA
BRASÍLIA”)
Data da sentença: 11-05-2017
Resumo do caso: O caso trata de vinte e seis execuções praticadas durante operação
policial em favela do Rio de Janeiro nos dias 18 de outubro de 1994 e 8 de maio de 1995.
Algumas das vítimas eram adolescentes, que teriam sido submetidos a práticas sexuais e atos
de tortura antes de serem executados. As mortes ocorridas foram apuradas pelas autoridades
policiais com o levantamento de “autos de resistência à prisão”. Todos os crimes permaneceram
impunes e encontram-se prescritos no ordenamento jurídico brasileiro.
CASO XUCURU VS. BRASIL
Data da sentença: 5 fevereiro 2018
Resumo do caso: Trata-se da primeira condenação do Brasil na Corte IDH por violação de
direitos dos povos indígenas.
CASO VLADIMIR HERZOG VS. BRASIL
Data da sentença: 15 de março de 2018
Resumo: A denúncia em face do Estado brasileiro relatou a ocorrência de prisão
arbitrária, tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog em dependências do Exército,
ocorridos em outubro de 1975.

Obs.: No caso Maria da Penha, o Brasil não foi condenado pela corte, tão somente
cumpriu obrigação de edição da lei 11.340/06 (entre outras obrigações), pela
comissão interamericana de direitos humanos, a qual não tem competência
contenciosa (julgamento).

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