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11/01/2022

Requerimento de abertura de Instrução por parte do Arguido acusado da


prática de um crime de ofensa a pessoa coletiva

Processo n.º ____________(indicar número)

____________(secção) .ª Secção do Ministério Público de ____________(indicar)

Exmo Senhor

Juiz do Tribunal de Instrução Criminal ____________(localidade)

____________(nome completo) , arguido nos autos à margem identificados, discordando de forma


absoluta e integral com a acusação particular deduzida pelo assistente, vem, ao abrigo do disposto
no artigo 287.1 a), do Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de Fevereiro, Aprova o Código de Processo
Penal, requerer a abertura de instrução,

Nos termos e com os seguintes fundamentos:

1. O arguido vem acusado da prática, em concurso real, de um crime de ofensa a pessoa coletiva,
p. e p. pelo artigo 187, do Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de Setembro, Aprova o Código Penal.

2. Tal acusação assenta no conteúdo do de um e-mail enviado pelo arguido para a sede da
assistente, no dia ____________(indicar dia). (Doc.º n.º____________(indicar número), junto aos
autos)

3. O arguido apenas reclamou da forma como foi efetuada a proposta de venda de material
informático e solicitou a prestação de informações adicionais.

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4. Nos termos do artigo 187.1, do Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de Setembro, Aprova o Código
Penal, os elementos do tipo de crime de ofensa pessoa coletiva são os seguintes:

a) Afirmação ou prolação de factos inverídicos;


b) Factos esses que se mostrem capazes de ofender a credibilidade, o prestígio ou a confiança que
sejam devidos a organismo ou serviço que exerçam autoridade pública, pessoa colectiva,
instituição ou corporação e
c) O agente não tenha fundamento para, em boa-fé, reputar verdadeiros tais factos.

5. No que diz respeito ao primeiro elemento, resulta inequívoco que o arguido, no e-mail em causa,
"não propalou factos inverídicos, não correspondentes à realidade", mas apenas a descrever todo o
processo a que foi submetido para aquisição do referido material informático e a solicitar
informações adicionais.

6. Quanto ao segundo elemento, defende-se a nível doutrinal que a idoneidade ou capacidade de


violação à credibilidade, prestígio ou confiança mede-se por um parâmetro que se apoia na
compreensão que um normal e diligente homem comum tenha da problemática.

7. Nenhuns dos factos, que constam do e-mail em causa, são idóneos a produzir efeitos negativos
na credibilidade, prestígio ou confiança da assistente.

8. Em relação ao terceiro elemento, o seu preenchimento fica prejudicado pelo não preenchimento
do primeiro.

9. Conclui-se pelo não preenchimento dos elementos do tipo legal de crime de ofensa a pessoa
coletiva, p. e p. pelo artigo 187, do Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de Setembro, Aprova o Código
Penal, não praticando assim o arguido o crime de que vem acusado.

Termos em que e nos demais de direito requer a V.ª Exc.ª. seja declarada a abertura de instrução
e, consequentemente, proferido despacho de não pronúncia do arguido pelo crime de que vem
acusado.

JUNTA: Procuração forense e duplicados legais.

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O Advogado

____________(assinatura)

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