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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A)DR(A) JUIZ(A)DE DIREITO

DA__ VARA CÍVEL E DE ACIDENTES DE TRABALHO DA


COMARCA DE MANAUS-AMAZONAS.

DON DE DIEU TAYAYA DON DE DIEU ,natural


da República Democrática do Congo, solteiro, estudante, portador dopassaporte
de nº OB0576069, e inscrito no cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF), sob o
nº 701.620.452-98, domiciliado e residente nesta cidade sito na Rua Maria
Parente, nº 26, C-7, Aleixo – CEP: 69000-000 - Manaus – AM,por seus
advogados, que ao final subscrevem, conforme procuração juntada aos autos,
com escritório profissional situado no endereço: Rua Franco de Sá, n. 270,
salas 204/205, Edifício Amazon Trade Center, São Francisco, CEP 69079-210,
Manaus/AM – E-mail: (andradefilho.pereira@gmail.com)onde deverão
receber as intimações e notificações de estilo, vem a presença de Vossa
excelência, propor;

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, COM


PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA E
ANULAÇÃO DE DÉBITOS.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
andradefilho.pereira@gmail.com. Telefone: (92) 3347-1561
Em face de AMAZONAS DISTRIBUIDORA DE
ENERGIA S.A, empresa pública, inscrita no CNPJ n. 02.341.467/0001-20,
com endereço situado na Avenida Sete de Setembro, n. 2.414, bairro
Cachoeirinha, CEP 69.005-141, nesta comarca de Manaus/AM, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas, pelas razões fáticas e
jurídicas que passa a expor:

GRATUIDADE JUDICIÁRIA DE CUSTAS E HONORÁRIOS E DE


CAUÇÃO POR OCASIÃO DA CONCESSÃO DE MEDIDA DE
URGÊNCIA.

Requer, desde já, o Demandante, a concessão do


benefício da gratuidade judiciária, pois não possui condições de arcar com o
encargo financeiro porventura gerado nesta relação processual, com base no Art.
4º da Lei 1.060/50, o que pode ser evidenciado pelo só fato de ser Estudante,
com RMI equivalente a pouco mais de dois salários mínimos, além de ser pessoa
que como arrimo de família, é mantenedora de sua família, que necessita de
alimentação, além de ter as despesas do cotidiano, água, energia e remédios.

Assim, ante a necessidade de caução pelo Novo


Diploma Processual, como condição para que seja efetivada a tutela de urgência
concedida, é estendida às duas modalidades de tutelas de urgência: a satisfativa
e a cautelar, como regra, sendo que somente em caso de a parte-demandante ser
beneficiária de gratuidade da justiça ou de assistência judiciária é que não estará
obrigada a prestá-la, caso em que o juiz poderá conceder essa tutela,
dispensando a caução (art. 300, § 1º).

Nesse caso por ocasião da tutela de urgência, requer o


benefício da gratuidade, ou seja, que não seja obrigado a prestar caução.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
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Como dissemos, a Requerente é pobre no termo lato
da palavra, motivo pelo qual não possui condições de suportar os encargos
decorrentes do processo sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme
declaração de hipossuficiência em anexo. Desta forma, requer os benefícios da
justiça gratuita, preceituados no artigo 5.º, LXXIV da Carta Magna e do Art. 4º da
Lei 1.060/50.

DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES JUDICIAIS:


deverão ser remetidas para o endereço acima indicado (art. 103 e seguintes do
NOVO CPC), bem como exclusivamente aos advogados ELSON RODRIGUES
DE ANDRADE FILHO, OAB/AM 5753, e RONALDO GOMES PEREIRA – OAB-
AM 9.187.

DOS FATOS

O requerenteé LOCATÁRIO de um imóvel localizado


no endereço Maria Parente, nº 26, C-7, Bairro Aleixo, Unidade Consumidora
0964716-3, e informa que vem tendo problemas junto à empresa Requerida, uma
vez que está recebendo faturas com valores que não condizem com a sua
realidade, ou com a quantidade de eletrodomésticos que possui.

O REQUERENTE esclarece que, assinou contrato de


locação do imóvel em questão no dia 08/10/2018, com término em 08/10/2019.

INSTA SALIENTAR QUE A transfência de titularidade


da Unidade Consumidora nº 0964716-3, realizada no dia 09/11/2018, em
resposta ao protocolo nº 9504736.

Primeiramente o REQUERENTE recebeu uma fatura


n valor de R$ 2.596,57 (dois mil quinhentos e noventa e seis reais e
cinquanta e sete centavos), referente ao mês de Dezembro, com consumo
de 2.663 KwH de energia, o que é absurdo para os padrões de consumo do
REQUERENTE.
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E, não obstante no mês DE JANEIRO DE 2019, o
requerente foi surpreendido com uma fatura no valor de R$2.596,57 (dois mil,
quinhentos e noventa e seis reais e cinquenta e sete centavos), e consumo
de 2663 kwh, consumo este abusivo, tendo em vista que no imóvel moram
apenas duas pessoas adultas que estudam em tempo integral, retornando para
casa apenas no período da noite.

Insta ressaltar, Excelência, que o imóvel somente veio


a ter medidor de consumo de energia elétrica a partir da solicitação feita, ou seja,
no mês de 11/2018. Todas as faturas seguem o mesmo consumo, bem como o
mesmo valor.

Assim, no mês de janeiro a fatura veio com o mesmo


valor, bem como o mesmo consumo faturado anteriormente de 2663 kwh.

Já não bastasse a cobrança abusiva e injustificável, o


requerente ainda recebeu mais duas faturas dos meses de Janeiro/2019 e
Fevereiro/2019, com consumo idêntico de 2663 kwh, e o mesmo valor da fatura
anterior, de R$2.596,57 (dois mil, quinhentos e noventa e seis reais e cinquenta e
sete centavos).

Nesse caso, percebe-se um grande incorência, senão


vejamos os números obtidos na medição de janeiro de 2019.

Leitura anterior: 2.890.

Leitura atual em 02/02/2019 – 5.533.

Consumo no mês de janeiro: 2.663.

valor da fatura: R$ 2.596,57.

E, mais, mês de favereiro de 2019.

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Leitura anterior: 5.533.

Leitura atual em 04/03/2019 – 8.216

Consumo no mês de fevereiro : 2.663.

Valor da fatura: R$ 2.596,57.

Mês de Março de 2019.

Leitura anterior: 3.253 - ####.

leitura atual em 06/04/2019 – 3.461

consumo no mês de janeiro: 208.

valor da fatura: R$ 212,67.

Ora de plano verifica-se a desidia da REQUERIDA ao


efetuar as leituras, senãpo, como poderia uma leitura no mês de abril de 2019
(3461), ser inferior a leitura realizada no mês de fevereiro de 2019 (8.216), o que
fica evidenciado a má fé da REQUERIDA em tentar locupletar-se as expensas do
REQUERENTE, tanto, que no mês de abril já houve a redução da fatura para os
padrões de consumo do REQUERENTE.

Ocorre, Excelência, que o Requerente que é


intercambista, e estuda enfermagem na Universidade Federal do Amazonas,
assim como seu colega que mora no mesmo imóvel,dependem de bolsa mensal
de estudo para a manutenção de suas necessidades no país.

Deste modo, não possui condições financeiras para


arcar com valor exorbitante que vem sendo cobrado pela requerida, e nem ao
menos passam tempo o suficiente em casa para que se justifique o consumo
cobrado pela Requerida. O consumo que vem sendo cobrado pela Requerida é

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digno de alguém que possui Comércio, por exemplo. O que não se aplica ao
Requerente.

É importante ressaltar que as faturas se referem ao


consumo médio, não demonstrando serem referentes ao consumo aferido
mensalmente, como deve ser realizado.

A requerida não utiliza critério algum para fazer a


medição do contador de energia, não apresentando nada que justifique o valor do
consumo cobrado.

Por não concordar e não poder arcar com os valores


abusivos cobrados, de forma admnistrativa buscou a revisão das faturas e
esclarecimentos quanto ao consumo cobrado. Entretanto, aguardou o prazo
máximo para solução do problema em até 5 (dias), o que não ocorreu.

Insatisfeito com o descaso e ausência de resposta por


parte da requerida, e, principalmente, por medo de ter seu fornecimento de
energia interrompido, o que lhe faria perder os poucos alimentos que consegue
comprar para sobreviver, o Requerente buscou auxílio no Órgão de defesa do
consumidor, o PROCON/AM, CIP nº 13.001.001.19-0001658, que solicitou
esclarecimentos quanto ao valor e consumo cobrado, assim como visita técnica
IN LOCO, sem ônus, para que fosse averiguada a real situação do medidor, o que
não ocorreu até a presente data.

Ora, Excelência, nota-se que a empresa Requerida não


está cumprindo com os princípios que regem a relação de consumo,
especificamente o de boa-fé, pois, fica claro que a requerida está buscando
"vantagem manifestamente excessiva" como a que é obtida por má fé, por
malícia, por subterfúgios, embotamento da verdade, a fim de gerar
enriquecimento ilícito para o fornecedor, tendo em vista o requerente tentou por
inúmeras vezes resolver sua situação junto à requerida, bem como, solicitou

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vistoria técnica a fim de verificar as condições do medidor, porém a requerida não
atendeu ao pedido do requerente, persistindo em gerar cobranças abusivas. Aliás,
é recorrente o tanto de problemas que a Requerida tem causado a milhares de
pessoas, comprovando sua visível e lamentável má-fé.

Em decorrência da má prestação de serviços da


Requerida, bem como sua falta de vontade em resolver amigavelmente os
problemas apresentados pelo Requerente que se estendem todos esses anos,
acarretou em um débito no valor de R$ 7.789,71 (SETE MIL,SETECENTOS E
OITENTA E NOVE REAIS E SETENTA E UM CENTAVOS), senão vejamos as
faturas em aberto:

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Como dito, percebe-se de plano que houve visivel erro
na leitura efetuada por parte da REQUERIDA que de forma desidiosa, não
procedeu a leitura correta.

As faturas em aberto não demonstram o real consumo


do Requerente, quando se pode observer que os valores são identicos dos três
meses, bem como o consumo.

Diante de tantas provas , se torna evidente que o


Requerente vem sendo sistematicamente prejudicado pela Requerida que
continua a praticar os mesmo atos.

O REQUERENTE teme que seu fornecimento de


energia elétrica seja interrompido, o que lhe causaria danos ainda maiores do que
os que já vêm sofrendo ao longo dos meses, sendo sabido que a energia elétrica,
assim como todo serviço público, é possuidor de aspecto de urgência, sendo
necessária e concreta sua efetiva prestação.
O requerente, que é de outro país, dispõe de poucos
recursos para seu sustento, não tendo condições psicológicas de passar por tanto
descaso.
Destaca-se que o Requerente não se exime de fazer o
pagamento de suas faturas, desde que o valor cobrado esteja de acordo com seu
consumo mensa. Desta forma, para que isso ocorra, a Requerida precisa se
comprometer em fazer a leitura mensalmente do medidor, sem levar em
consideração achismo, considerando apenas o devido, no caso, o consumo real
do Requerente.
Deste modo, sendo o fornecimento de energia elétrica
bem de consumo fundamental para a sobrevivência mínima de seus usuários,
evidencia-se que o REQUERENTE tem sido vitima padrão das tormentas e
transtornos praticados pela requerida, conforme já demonstrado, e, comprovado
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com a juntada das provas já citadas, e outras tantas já narradas no bojo desta
petição.

Perante a situação vexatória pela qual vem passando,


sem ter condições de arcar com os valores abusivos cobrados, e ainda, por não
ter conseguido êxito na esfera administrativa, o PROCON/AM, o Requerente
vem socorrer-se do Poder Judiciário para ter restabelecida sua honra e
dignidade, bem como, ter reparado o dano moralmente experimentado, ante a
conduta, abusiva, omissiva e negligente da requerida.

Ocorre Excelência, que após todas as exaustivas e


infrutíferas tentativas de solucionar o problema com a Requerida, não restou
alternativa ao Requerente senão buscar a Tutela Jurisdicional do Estado para ver
assegurado seu direito.

DA NECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA

Por todo o exposto apresentado nos autos, Excelência,


nota-se que a Requerida não utilizou critério algum para realizar a medição do
contador de energia elétrica, nada que justifique o consumo que vem cobrando do
Requerente, tendo em vista que o consumo exigido evidencia que a Requerida,
sequer se preocupou em fazer a leitura correta do medidor, levando em
consideração que não existem IMPEDIMENTOS que dificultem o acesso da
Requerida até o contador de energia para que seja realizada a leitura do medidor.

Neste sentido, acentua-se que o Requerente não


possui condições financeiras de arcar com valores abusivos, nem detém de
eletrodomésticos que justifique a cobrança de consumo exorbitante, fugindo de
sua realidade, considerando também, que o consumo residencial não ultrapassa a
quantidade de quilowatts que vê sendo cobrado pela Requerida.
A Requerida obstina-se a continuar com a prática
abusiva, faturando um consumo médio fictício, ou seja, o consumo apresentado

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pela Requerida não se refere ao consumo aferido mensalmente, acarretando em
valores elevados, não adotando nenhuma providência para sanar o problema.

Neste diapasão, deve a Requerida ser contestada a


realizar perícia no contador de energia elétrica, bem como a vistoria IN LOCO no
imóvel, para que seja averiguada a situação real do medidor, e possível
substituição do mesmo, para que venham a ser evitados eventuais PROBLEMAS
OU DEFEITOS.

DAS PRÁTICAS ABUSIVAS

Repisa-se que a Ré não vem operando em


conformidade com os princípios que regem as relações de consumo,
especificadamente o da boa-fé e da transparência, explicitado no artigo 4º do
Código de Defesa do Consumidor, como segue:

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo


tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à
sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das
relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor


no mercado de consumo;III – harmonização dos interesses dos participantes das
relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a
necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar
os princípios nos quais se funda a ordem econômica, sempre com base na boa-fé
e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

O Código de Defesa do Consumidor veda de pronto no


artigo 39 a ocorrência de qualquer prática abusiva. No caso em comento, a Ré

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violou especificadamente o inciso V, que considera prática abusiva exigir do
consumidor “vantagem manifestadamente excessiva”.

“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou


serviços, dentre outras práticas abusivas:V – exigir do consumidor vantagem
manifestamente excessiva;”

Não podemos negar que a energia elétrica se revela


como um dos bens mais preciosos da humanidade, até porque figura como
serviço essencial a ser prestado obrigatoriamente pelo Estado, que no caso em
tela, através da concessão, repassou a responsabilidade pelo fornecimento a Ré,
porém, não se desobrigou de zelar pela prestação de serviços. Ademais, a Autora
não pode ter o fornecimento de energia interrompido pelo fato de a mesma
necessitar de cuidados para a realização de trabalhos e estudos com prazos
específicos, confecção de projetos, o que tornam esse serviço tão essencial na
sua essência. Sendo assim, a consumidora tem direito à continuidade do serviço
essencial e não pode ser exposta a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça
em razão da cobrança indevida.

A doutrina de EDUARDO GABRIEL SAAD ratifica o


esposado:

“é incontroverso, porém, que se trata de atividade a


carga do poder público, direta ou indiretamente, que
atende a necessidade vinculada ao bem estar da
coletividade. Qualquer serviço prestado pelos órgãos
públicos devem ser eficientes e os essenciais terão de
ser ainda obrigatoriamente contínuos.

“A lei reguladora do exercício ao direito de greve (Lei


7.783 de 28.6.89), em seu artigo 10, apresenta um rol
dos serviços e atividades essenciais a cargo de
particulares ou de órgãos públicos”.
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ASSIM, PASSEMOS AOS FATOS QUE NORTEIAM
OS PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA, PARA ANULAR AS
FATURAS COM INTUITO DE EVITAR A INCLUSÃO DO NOME DO
REQUERENTE DO CADASTRO DE MAUS DE MAUS PAGADORES E OU
RETIRAR SE OS JÁ TIVER INSERIDO O NOME DO REQUERENTE NO
CADASTRO DE INADIMPLENTES.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Diz a CF/88, no inciso: X do artigo 5º, o seguinte:

"são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e


a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material decorrente de sua
violação."

Por esta norma, está amplamente sustentadoque o


sistema positivo concede a devida proteção ao dano moral, decorrente também
de lesão à honra e a dignidade das pessoas.

Em análise a esta norma, diz o constitucionalista JOSÉ


AFONSO DA SILVA:

"A Constituição empresta muita importância àmoral


como valor ético-social da pessoa e da família, que se
impõe respeito dos meios de comunicação social (art.
22). Ela, mais que as outras, realçou o valor da moral
individual, tornando-a mesmo um bem indenizável (art.
5º, V e X). ]

A moral individual sintetiza a honra da pessoa, o bom


nome, a boa fama, a reputação que integram vida
humana como dimensão imaterial. Ela e seus
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componentes são atributos sem os quais a pessoa fica
reduzida a uma condição de animal de pequena
significação. Daí porque o respeito à integridade moral
do indivíduo assume feição fundamental.

Por isso é que o Direito Penal tutela a honra contra a


calúnia, à difamação e a injúria.

Curso de Direito Constitucional Positivo, 9ª edição, 2ª


tiragem. Editora Malheiros. São Paulo, p. 184.

Isto finda a controvérsia jurídica antes existente acerca


do fundamento legal para que se concedesse indenização por ocasião de danos
imateriais, pondo a dispositiva proteção contra àqueles que provocam agressão
na dignidade das pessoas, o que faz elevar a honra à bem jurídico civilmente
amparado.

Entretanto, neste caso concreto, vislumbra-se


alguma honra a ser protegida? Houve dignidade vilipendiada? É possível a
subjetivação tanto da honra como da dignidade, para efeito de configurar o dano
moral assacado contra o Requerido? Sim. Sim. Sim.

Nadoutrina de ANÍBAL BRUNO se encontra os


seguinte escólio:

"injúria é a palavra ou gesto ultrajante com que o


agente ofende o sentimento de dignidade da vítima...

Na sua essência, é a injúria uma manifestação de


desrespeito e desprezo, um juízo depreciativo capaz de ofender a honra da vítima
no seu aspecto subjetivo.

Pode referir-se a condições pessoais do ofendido, do


seu corpo, do seu espírito, da sua cultura, da sua moral, ou ainda, da sua
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qualificação profissional na sociedade ou da sua capacidade profissional."
CRIMES CONTRA A HONRA. 3ª edição, Editora Rio, Rio de Janeiro, 1975, p.
301.

O professor JOÃO CASILO, em monografia acerca do


tema, expõe um conceito pessoal de dano moral, bastante aplicável ao caso em
tela:

"A verdade é que uma conceituação mais adequada


aos nossos dias exige que o dano seja entendido como resultado da ofensa por
terceiro a um direito, patrimonial ou não, que confere ao ofendido, como
conseqüência, a pretensão a uma indenização. Esta abrangência do conceito de
dano toma maior importância, se a lesão é contra a pessoa humana, exigindo
uma correspondente compensação.

O Magistrado Clayton Reis,da Comarca de Curitiba,


Estado do Paraná, tem como escólio o seguinte:

"Todavia, há circunstâncias em que o ato lesivo afeta a


personalidade do indivíduo, sua honra, sua integridade psíquica, seu bem-estar
íntimo, suas virtudes, enfim, causando-lhe mal-estar ou uma indisposição de
natureza espiritual - pateme d'animo - na expressão dos tratadistas italianos."
DANO MORAL. Forense, Rio de Janeiro, 1991, p. 4

Ele ainda diz.

"A constatação da existência de um patrimônio moral e


a conseqüente necessidade de sua reparação, na hipótese de dano, constituem
marco importante no processo evolutivo das civilizações. Isto porque representa a
defesa dos direitos do espírito humano e dos valores que compõem a
personalidade do homo sapiens." Obra citada, p. 7

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Verifica-se, então, que a norma constitucional e
doutrina fornecem o amparo à existência do dano moral, e à sua reparabilidade.

No momento em que o Estado vedou a autotutela


privada, obrigou-se à prestação de uma tutela jurisdicional adequada a cada
conflito de interesses.

Assim, cada cidadão tem direito a uma tutela efetiva de


seus direitos pelo Estado, uma vez que é vedada a justiça de mão própria.

A tutela antecipada (urgência e evidencia), prevista no


artigo 294 E SEGUINTES DO Novo CPC é uma forma de prestação jurisdicional
efetiva, para o caso de demandas urgentes que vão além da cautelaridade, a qual
o Estado não pode eximir-se de prestar, devido à sua exclusividade na tutela dos
conflitos.

O cidadão tem direito constitucional à adequada tutela


jurisdicional. Note-se que o artigo 5º, XXXV, da Carta Magna brasileira prevê a
inafastabilidade da jurisdição, o que não deve ser entendido somente como direito
do cidadão à proteção do seu direito pelo Estado, mas sim, à adequada proteção.

De acordo com o artigo 294 e 300 do Novo CPC, a


tutela provisória antecipatória poderá ser concedida, conforme dispõe o artigo 298
do CPC (art. 273 CPC73) a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco
ao resultado útil do processo.

Assim, o novo diploma processual altera a sistemática


do CPC de 73 ao unificar os requisitos para a concessão das tutelas cautelares e
de urgência.

Isto porque, o diploma processual anterior fazia uma


diferenciação entre os requisitos para a concessão da tutela de urgência cautelar

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e antecipada. Para a primeira era necessária a presença do fumus boni iuris e o
periculum in mora, e para a segunda a prova inequívoca da verossimilhança das
alegações e o Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.

Assim, afirmava-se que a prova do direito para a


concessão da tutela antecipada deveria ser mais consistente do que aquela
exigida na medida cautelar O juízo de verossimilhança, ou seja, a verificação da
existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito é a forma
utilizada para se reconhecer, antecipadamente, a probabilidade de veracidade do
pedido do autor. Embora não seja suficiente para basear uma decisão definitiva,
pode sê-lo para ensejar a antecipação da tutela satisfativa do direito, instando
salientar que a medida cautelar pode ser reversível, sem nenhum prejuízo a
requerido.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz


pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra
parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente
não puder oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida


liminarmente ou após justificação prévia

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não


será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

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Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar
pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
asseguração do direito;

O cidadão tem direito constitucional à adequada tutela


jurisdicional. Note-se que o artigo 5º, XXXV, da Carta Magna brasileira prevê a
inafastabilidade da jurisdição, o que não deve ser entendido somente como direito
do cidadão à proteção do seu direito pelo Estado, mas sim, à adequada proteção.

De acordo com o novo disposto do CPC, artigos 297,


298 299 e 300, 305 e 311 do NOVO CPC, a tutela antecipatória poderá ser
concedida, desde quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

O procedimento da tutela antecipada requerida em


caráter antecedente se encontra disciplinada nos art. 301 e 302 do CPC, contudo,
deve ser concedia de plano, eis que o valor cobrado é indevido, e não condiz com
a realidade de consumo da requerente.

A necessidade da Tutela de urgência se pode


demonstrar pela urgência em resguardar o direito do requerente contra os danos
que certamente se agravarão na demora natural da providência definitiva,
lembrado que, admite-se, ainda, a fungibilidade das tutelas cautelar e satisfativa,
aplicando-se o procedimento previsto no art. 301 caso o juiz entenda que o pleito
tem natureza de tutela antecipada satisfativa, e não cautelar.

Como antecipação dos efeitos da medida definitiva,


dada a urgência da prevenção, nesta se avalia a provável existência do direito
pleiteado, na forma de um juízo de probabilidade de sua real efetividade. “In
casu”, prova-se a verossimilhança da alegação através das faturas que não
constam no nome do Requerente, nos anos alegados e cobrados indevidamente
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pela Requerida (docs. Inclusos) e estes mostram-se incontestes. É o denominado
direito “erga omnis”.

O REQUERENTE tentou resolver a situação junto a


REQUERIDA, inclusive, buscou auxílio na esfera administrativa, requerendo a
baixa do débito, entretanto, não obteve êxito, tendo em vista que encontrou
resistência, JÁ QUE A EMPRESA RÉ AFIRMA QUE O DÉBITO GERADO É
DEVIDO, devendo desde logo ser concedida a tutela de urgência para atenuar as
condições e o prejuízo da Requerente, ante o fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação, bem como a não inclusão do REQUERENTE no cadastro
de maus pagadores, e ainda, a RETENÇÃO DO CORTE DE ENERGIA.

No entanto, o novo Código de Processo Civil


estabelece que, para concessão da tutela de urgência, o magistrado, ao apreciar
tal pedido, deve fazê-lo em nível de cognição sumária, tal como ocorria quando
apreciava tal postulação com base no CPC de 1973. No entanto, quer se tutela
antecipada ou tutela cautelar, os requisitos para a concessão delas são agora os
mesmos: juízo de probabilidade e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo (art. 300, caput).

A necessidade de caução pelo Novo Diploma


Processual, como condição para que seja efetivada a tutela de urgência
concedida, é estendida às duas modalidades de tutelas de urgência: a satisfativa
e a cautelar, como regra, sendo que somente em caso de a parte-demandante ser
beneficiário de gratuidade da justiça ou de assistência judiciária é que não estará
obrigado a prestá-la, caso em que o juiz poderá conceder essa tutela,
dispensando a caução (art. 300, § 1º).

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

De acordo com o Código de Defesa do


Consumidor, é hipossuficiente aquele que tem desconhecimento técnico e

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informativo do produto ou serviço, de suas propriedades, de seu
funcionamento vital e/ou intrínseco, por isso, o reconhecimento da
hipossuficiência do consumidor para fins de inversão do ônus da prova não
pode ser visto como forma de proteção do mais “pobre”, não é por ser
“pobre” que deve ser beneficiado com a inversão do ônus da prova, até
porque a questão da produção da prova é processual, e a condição
econômica do consumidor diz respeito ao direito material. Existem
consumidores economicamente poderosos, o que não implica a sua não-
hipossuficiência técnica. Mesmo no caso de o consumidor ter grande
capacidade econômica, a inversão do ônus da prova deve ser feita na
constatação de sua hipossuficiência (empregada doméstica).

Senão vejamos o que diz o art.6, inciso VII do


CDC:

“Art. 6. São direitos básicos do consumidor: VII – a


facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação
ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiência.

No momento em que o Estado vedou a autotutela


privada, obrigou-se à prestação de uma tutela jurisdicional adequada a
cada conflito de interesses. Assim, cada cidadão tem direito a uma tutela
efetiva de seus direitos pelo Estado, uma vez que é vedada a justiça de
mão própria.

Face ao exposto, faz jus o REQUERENTE a


inversão do ônus da prova em favor deste, conforme disposição contida no
Artigo 6º inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor.

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DO DANO MORAL

Com o advento da Constituição “Cidadã” de 1988


não há mais o que questionar quanto à reparabilidade do dano moral, com
o texto constitucional, infra-transcrito, garantindo àquele que tem a sua
honra maculada o direito de receber indenização. Na verdade, o texto
constitucional se adaptou a melhor doutrina e ao direito moderno, evoluindo
do “direito do homem só”, até então prevalecente, para uma legislação que
dá os seus primeiros passos na compreensão das relações existentes entre
o homem e a coletividade.

“Art. 5º. “X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação:”

Num direito que sempre preconizou a defesa do


patrimônio material em detrimento do direito a honra e a imagem, o texto
constitucional incorporou pensamentos modernos que, de forma pioneira,
se posicionaram sobre o controverso tema, como preceituou de forma
vanguardista o Desembargador Milton dos Santos Martins que decidindo
sobre o tema, assim se posicionou:

“... sempre atribuímos mais valores às coisas materiais do


que às coisas pessoais e de espírito. Não se indenizam as
ofensas espirituais, e se indenizam os danos materiais. Quer
dizer, uma bicicleta, um automóvel, tem mais valor do que a
honra e a boa fama do cidadão. Não se mediria a dor, esta
não tem preço, indigno até cobrar (...). Tem-se de começar a
colocar no ápice de tudo, não o patrimônio, mas os direitos
fundamentais à vida, à integridade física, à honra, à boa
fama, à privacidade, direitos impostergáveis da pessoa. O

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direito é feito para a pessoa. Não se concebe que se
queira discutir ainda hoje se indenizável ou não o
chamado dano moral” (Ap. Civil nº 38.667 - 2ª Câmara
Cível - Porto Alegre - j. 29.10.1981).

No sentido do texto constitucional o novo Diploma


Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Completa o art. 927 do mesmo diploma:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Tal linha é seguida pela Lei nº 8.078 de 11 de


setembro de 1990 (Código do Consumidor) que em seu Art. 6º, inciso VII,
assim determina:

“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:VII - “a efetiva


prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;”

No mesmo Código do Consumidor em seu art. 42


veda qualquer tipo de constrangimento por parte do credor ao consumidor
inadimplente, do que podemos concluir que se ao credor é defeso cobrar
de forma constrangedora o inadimplente, imagine àquele que nada deve,
em relação a este deve recair todos os cuidados necessários para que sua
moral não seja abalada.

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Do que podemos concluir, nos dizeres de Arruda
Alvim e outros na obra Código do Consumidor Comentado, pg. 119, que
“qualquer lesão nos interesse alheiros sob a tutela da ordem jurídica
configura dano, sejam interesses de ordem patrimonial ou não patrimonial”.

A própria jurisprudência, percebendo tratar-se de


questão de defesa da cidadania, visto que as conseqüências do
inadimplemento são nefastas sobre o devedor, indo da restrição ao crédito,
até a cobrança dos juros exorbitantes hoje praticados no nosso país, e que
muitos, pela falta de informação ou pelo desespero de restituir seu crédito,
são sujeitos a tal constrangimento sem que reajam solicitando o amparo do
Judiciário, vem considerando a simples remessa injusta ao SERASA-SPC,
como causa para a indenização por danos morais, para que os cidadãos
não fiquem a mercê da praxe desrespeitosas praticadas pelas instituições
privadas, vejamos algumas decisões sobre o tema:

“DANOS MORAIS - Abalo de crédito. Hipótese de


remessa injusta de nome de mutuário aos sistemas de
proteção de crédito. Não caracterização de
inadimplência dada à litigiosidade da matéria. Ilicitude
da remessa. Constrangimentos havidos quanto à
movimentação de créditos. Aplicação da teoria do valor
de desestímulo. Majoração do “quantum”. Provido
recurso do autor e improvido o da ré. (1º TACIVIL - 4à
Câm.; Ap. Civ. nº 588.888-0-São Paulo; Rel. Juiz Carlos
Bittar, j. 19.06.1996; v.u.) BAASP 1964/262-j, de
14.08.1996.”

“TJDF - Ap. Cível nº. 0035508/95 - 3ª TURMA CÍVEL - Relª


Desdora. Fátima Nancy Andrighi - DJDF de 30.08.95,
pág. 12.149 - EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. VIOLAÇÃO À IMAGEM DO CIDADÃO. ENVIO

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DO NOME DO AUTOR AO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO COMO DEVEDOR INADIMPLENTE.
INADIMPLÊNCIA NÃO CARACTERIZADA. I - A mácula ao
nome, honra, crédito do cidadão é ofensa indenizável a
título de danos morais. A empresa que envia o nome do
cidadão ao Serviço de Proteção ao Crédito deve pautar-
se com zelo necessário para não incorrer em equívocos.
II - Aquele que, por ação ou omissão, viola a imagem de
outro deve responder pelos danos que causar.
DECISÃO: Dar provimento parcial ao recurso por
unanimidade.”

DA CONFIGURAÇÃO DO DANO

Como dito nos autos, o Requerente vem sofrendo


os prejuízos morais que se impõem em tal situação, por erro ou
irresponsabilidade da Requerida, do que podemos concluir a necessidade
de indenização por danos morais.

Assim, presentes os requisitos do dever de


indenizar o dano moral: DANO, CULPA E NEXO DE CAUSALIDADE, deve
o Requerido indenizar também os danos morais experimentados pelo
Requerente

Mesmo que claro não fosse o abalo e a


responsabilidade da Ré, o STF já decidiu no sentido de que “o abalo de
crédito é dano patrimonial, podendo ser provado por qualquer meio, mesmo
por simples indícios e presunções (cf. Aguiar Dias, Da Responsabilidade
Civil, II, p. 373). Na espécie, o dano que o protesto causou ao autor se
traduziu na retração de fornecedores e clientela e desamparo bancário."”(2ª
Turma do STF, 02.12.1983, RTJ 108/1237, JSTF 65/191 e RT 587/233).

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Não resta a menor dúvida quanto à ilicitude do ato
praticado pela Requerida, visto que houve uma invasão da esfera dos
direitos que competem à requerente.

Diante dos fatos expostos os três elementos


componentes da etiologia da responsabilidade civil encontram-se aqui
presentes: a ofensa a uma norma preexistente ou erro de conduta; um
dano; e o nexo de causalidade entre uma e outra.

DO DANO E DA RESPONSABILIDADE

Recorrendo a Pontes de Miranda, o homem que


causa dano a outrem não prejudica somente a este, mas à ordem
social; a reparação para o ofendido não adapta o culpado à vida
social, nem lhe corrige o defeito de adaptação. O que faz é consolar o
prejudicado, com a prestação do equivalente, ou, o que é mais preciso
e exato, com a expectativa jurídica de reparação. (Manual do Código
Civil, XVI, 3ª parte, Direito das Obrigações, "Das obrigações por atos
ilícitos" p. 42).

Não resta a menor dúvida quanto à ilicitude do ato


praticado pela Requerida, pois houve uma invasão da esfera dos direitos
que competem ao requerente.

Os danos sofridos pelo requerente são tanto de


ordem moral, como de ordem patrimonial, pois a situação que a cometeu
abalou a imagem e o credito do Requerente, já que há a necessidade
desses credito, para o sustento da família.

Citando Caio Mário da Silva Pereira: "Reparação e


sujeito passivo compõem o binômio da

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responsabilidade civil, que então se enuncia como o
princípio que subordina a reparação à sua incidência na
pessoa causadora do dano. Não importa se o
fundamento é a culpa, ou se independente desta. Em
qualquer circunstância, onde houver a subordinação de
um sujeito passivo à determinação de um dever de
ressarcimento, aí estará a responsabilidade civil."
(Responsabilidade Civil. 8ª ed. Ed. Forense: Rio de
Janeiro. 1998. p. 11)

Ainda com referência à obra citada, do fabuloso autor Caio


Mário, são compatíveis os pedidos de reparação
patrimonial e indenização por dano moral. O fato
gerador pode ser o mesmo, porém o efeito pode ser
múltiplo. (p.55)

A concluir a matéria, em seu aspecto doutrinário,


reportamo-nos a Flori Antônio Tasca (Responsabilidade Civil - Dano Extra
patrimonial por Abalo de Crédito. Curitiba: Juruá, 1998. p. 131/132): Não
fica difícil imaginar o transtorno causado a alguém cujo nome foi
injustamente colocado no rol dos inadimplentes, ou em relação a quem não
se fez à devida retirada do nome, após a regularização da situação. Tal
fato, além da inviabilização da obtenção de novos créditos, traz abalo
moral, face à consulta positiva nos arquivos do serviço e à conseqüente
desvalorização íntima, ou objetiva da vítima.

DO ATO ILÍCITO E SUA REPARAÇÃO

O direito do Requerente tem arrimo e está


amparado nos dispositivos legais mencionados, sustentáculo desta ação,
servindo como o “fumus bonis iuris”.

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Assim, a própria lei civil, estabelece a obrigação
de indenizar como conseqüência jurídica pelo ato ilícito.

"Em face do art. 5º , inciso V, da Constituição da República,


não há tergiversar se o dano moral é ou não indenizável e
se este pode coexistir juntamente com o dano material"
(TJSP - 7ª C. Férias "F" - Ap. - Rel. Benini Cabral - j.
21.10.93 - JTJ-LEX 152/88).

Logo, constata-se que todas as ofensas contra a


vida e integridade pessoal, contra o bom nome e reputação, contra a
liberdade no exercício das faculdades físicas e intelectuais, podem causar
um forte dano moral à pessoa ofendida, que tem o direito de exigir
indenização pecuniária, que terá função meramente satisfatória.

De maneira que, ao se requerer uma reparação


pelo dano causado não se pede a reparação da dor, pois a dor é
incompatível com o valor, mas os efeitos deletérios causados pela dor
devem ser objeto de reparação, pois se a dor não trouxesse um turbilhão
de malefícios, se teria como certo que a dor não tem preço.

É o que ensina o douto magistrado RAUL DE


SOUZA MATINS:

“A reparação do Dano Moral, não há dúvida, é tão


justamente devida como a do dano material. As condições
morais do indivíduo não podem deixar de merecer uma
proteção jurídica igual a sua condição material, e quem por
um ato ilícito a diminui deve necessariamente ser obrigado à
reparação.”

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Indubitavelmente, a atitude do Requerido
provocou prejuízos a moral do Requerente, não podendo em nenhuma fase
processual alegar que não é verdadeira a acusação.

O Requerente, cumpridor de seus compromissos,


foi transformado em um paria social, um irresponsável, trazendo-lhe o fato
inegável constrangimento. É evidente, sofre quem é apontado à execração
pública como mal pagador de seus débitos.

Entendimento esse amparado por FONSECA


COSTA, em sua obra A INDENIZAÇÃO AUTÔNOMA DO DANO MORAL,
em que diz:

“O ressarcimento do dano moral do princípio básico de


Responsabilidade Civil, de que a indenização deve ser a
mais ampla possível, abrangendo sempre todo e qualquer
prejuízo.”

No mesmo caminhar a decisão no acórdão da


lavra do Des. César Peluso, do Tribunal de Justiça de São Paulo.

“A aferição da indenização, a mingua do critério legal de


fixação, é cometida ao prudente arbítrio do julgador,
devendo ser criteriosamente avaliada, de modo a ensejar a
justa medida da reparação e dissuadir a Requerida de
cometer idênticos gravames à honra alheia.” Essa é a
posição da jurisprudência.

ACÓRDÃO

“A indenização por dano moral é arbitrável, mediante


estimativa prudencial que leve em conta a necessidade

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de, com a quantia, satisfazer a dor da vítima e dissuadir,
de igual e novo atentado, o autor da ofensa” (RT 706/67).

O ressarcimento, in casu, é de todo cabimento.

A via monetária, desta forma, seria sem dúvida o


derradeiro recurso para restaurar a ofensa do bem emanado de sua
personalidade, amenizando de alguma maneira a dor moral.

DO PEDIDO

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) - Seja concedida uma das tutelas de urgência e


ou emergência, para que sejam suspensos os débitos, mediante, como
dito, deferidos os pedidos de tutela de urgência e emergência, para evitar a
inclusão do nome do requerente do cadastro de maus pagadores e ou
retirar, se os já tiverem inserido o nome do requerente no cadastro de
inadimplentes, bem como se abstenha de efetuar cobranças vexatórias, já
eu presente os fundamentos para sua concessão.

b) – O CANCELAMENTO DO DÉBITO EM
ABERTOno valor de R$7.789,71(sete mil, setecentos e oitenta e nove reais
e setenta e um centavos), sendo cobrado apenas o valor justo devido pelo
consumo do requerente.

c) Requer que a REQUERIDA se Abstenha de


efetuar cobranças, efetuar ligações cobrando faturas indevidas, ameaças
de corte, e outros assédios, importunando o requerente, e, a proibição de

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novas cobranças geradas Indevidamente do referida Código Único
nº964716-3;

d) - Seja CONCEDIDA A INVERSÃO DO ÔNUS


DA PROVA, sem oitiva dos Requeridos, visto que presentes os requisitos,
nos termos do artigo 6º, VIII, do CDC, para que seja invertido o ônus da
prova, em favor do autor/consumidor;

e) A citação da empresa Requerida, na pessoa de


seu representante legal, para contestar a presente ação, sob pena de
revelia e confissão, no endereço constante na qualificação das partes desta
inicial.

f) A condenação da Requerida nas custas e


honorários advocatícios, pedidos vênia para fixação em 20% do valor da
causa.

g) - Protesta e requer provar o alegado por todos


os meios de provas em direito admitidos, em especial pelas documentais
juntadas, oitiva de testemunhas, e demais provas que se fizeram
necessárias ao longo da ação.

h) Requer, ainda, os benefícios da justiça gratuita,


nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50, com as alterações trazidas pela Lei
nº 7.510/86, em virtude do Requerente não dispor de recursos para arcar
com o pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios,
sem prejuízo do próprio sustento e da família.

i) - Seja designada audiência de conciliação, sendo


determinada a citação da ré, com antecedência mínima de 10 dias, na
pessoa de seu representante legal, via AR, a fim de que, advertido da

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sujeição aos efeitos da revelia, artigo 344, do NCPC, apresente, querendo,
resposta ao pedido ora deduzido;

l) - NO MÉRITO, que seja julgada procedente a


presente ação, condenando a REQUERIDA em danos morais aqui
sugeridos na ordem deR$ 30.000,00 (trinta milreais)

j) - pela produção de todo tipo de prova, em


especial a documental;

Dá-se à causa o valor de R$ 37.789,71 (trinta e


sete mil setecentos e oitenta e nove reais e setenta e um centavos).

Nestes Termos,

A. Deferimento.

Manaus, 19 de ABRIL de 2.019.’’

_________________________________
DIOGO OLIVEIRA NOGUEIRA FRANCO.
OAB/AM 7550.
_________________________________________
ELSON RODRIGUES DE ANDRADE FILHO.
OAB/AM 5753.

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