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Vinícius Augusto Batista dos Santos / Nº USP 11289556 / 192-23

Questionário - Concorrência e Mercado

Inicialmente, é importante analisar o que a legislação diz sobre os casos em que as


empresas devem buscar o CADE. Através de uma leitura da Lei 12.539, artigo 9º, inciso V e
X, determina a obrigação dos agentes econômicos de buscar o CADE para obter autorização
em relação aos atos, sendo que, em casos de questões problemáticas que sejam apresentadas,
é possibilitado que o órgão crie remédios para enfrentá-las, como visto no artigo 61.
Ademais, é importante ressaltar que somente após a análise e aplicação de fato das
restrições que o ato de concentração poderá ser considerado válido. Em adição, é necessário
que o Tribunal da Superintendência Geral analise as consequências geradas pela adoção dos
remédios e, caso se constate que os potenciais problemas foram evitados, determina a eficácia
da concentração.
Retornando para o processo de análise em si, cabe ressaltar que os remédios antitruste
possuem como alvo os efeitos nocivos observados em relação aos mercados relevantes,
tornando-se contramedidas para que o ato de concentração seja adotado sem prejudicar o
consumidor final. Pode-se dizer que este instrumento serve para aliar dois interesses sociais:
o da proteção aos consumidores e o da valorização da eficácia econômica proporcionada
pelos atos de concentração. Como observado na questão, portanto, tem-se uma situação de
aumento de preços e restrição da concorrência, as quais são prejudiciais para os indivíduos
que consomem naquele determinado mercado, e em teoria, deveriam ser evitadas, sendo que,
contudo, com os instrumentos apresentados, torna-se possível sua existência, demonstrando a
importância dos acordos em controle de concentração, como por exemplo, exigindo ações
que diminuam as restrições causadas aos demais concorrentes (seja por barreiras de entrada,
situações de quase monopólio do mercado, entre outros). Para isso, o CADE realiza uma
análise, como observado no Guia de Remédios Antitruste, para então aprovar, recusar ou
negociar um acordo para imposição dos mecanismos protetivos. Importante ressaltar que
estes também podem ser aplicados de forma unilateral, visando a saúde do mercado.
Portanto, percebe-se que a negociação entre o CADE e as empresas que são partes do
acordo de concentração não garante que, ao final, o ato seja concretizado, pois cabe uma
minuciosa análise dos potenciais efeitos, que muitas vezes não podem ser evitados mesmo
com os remédios determinados. Mas serve como um meio de possibilitar uma
autocomposição que evite desvios e prejuízos à estrutura do mercado, possibilitando,
também, que mesmo que ocorra um aumento de preços ou possa restringir a concorrência
(sendo que neste caso serão exigidas medidas específicas, como venda da capacidade de
produção e outros, para praticamente eliminar este malefício), dependendo do caso, aquele
ato de concentração venha a ser aprovado.

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