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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Problemas Urbanos

Ana Achiba Rufumo - 708205138

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Geografia do Urbanismo
Ano de frequência: 4° Ano
Turma: B

Beira, Junho, 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Problemas Urbanos

Ana Achiba Rufumo - 708205138

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Geografia do Urbanismo
Ano de frequência: 4° Ano
Turma: B

Docente: dra. Justina Mualacua

Beira, Junho, 2023


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha de Feedback dos tutores:

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ÍNDIC
E

1. 0. Introdução...........................................................................................................................3

1.2. Objectivos............................................................................................................................4

1.2.1. Objectivo geral..................................................................................................................4

1.2.2. Objectivos específicos......................................................................................................4

1.3. Metodologias........................................................................................................................4

2.0. Principais problemas urbanos..............................................................................................5

2.1. Causas dos problemas urbanos............................................................................................6

2.2. Os problemas urbanos como obstáculo a crescimento das cidades....................................7

2.3. Alterações no modelo de crescimento urbano.....................................................................8

2.4. Problemas urbanos emergentes............................................................................................8

2.5. Aumento da migração involuntária......................................................................................9

2.6. Incremento da insegurança e risco urbano.........................................................................10

2.7. Alterações climáticas e degradação ambiental..................................................................11

2.8. Principais problemas urbanos............................................................................................12

2.9. Hipótese.............................................................................................................................13

Conclusão..................................................................................................................................14

Referências bibliográficas.........................................................................................................15
1. 0. Introdução
O presente trabalho de pesquisa com o tema Problemas Urbanos surge no intuito do
comprimento exigido pela Universidade Católica de Moçambique para aquisição de alguns
créditos académicos de modo a fazer a cadeira de Geografia do Urbanismo.

As áreas urbanas, devido, sobremaneira, ao facto de estas constituírem autênticos polos


atrativos de pessoas, bens, serviços e conhecimento, em virtude dos quais são consideradas os
lugares ideais para o desenvolvimento e realização de múltiplas ambições pessoais. Portanto,
as cidades ao contribuírem de forma ímpar para a produção de riqueza, mensurável através do
PIB, assumem, também, um papel de charneira do ponto de vista do dinamismo económico,
pelo que facilmente se justifica que o conceito de prosperidade urbana inclua, além da
produtividade e das infraestruturas, dimensões imateriais como sejam a qualidade de vida, a
equidade e inclusão social e a sustentabilidade ambiental.

Portanto, o trabalho apresenta-se estruturado pela parte introdutória, os objectivos e os


procedimentos metodológicos, desenvolvimento, as conclusões e as referencias bibliográficas.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


 Compreender os problemas urbanos.

1.2.2. Objectivos específicos


 Identificar os problemas urbanos;
 Explicar as causas dos problemas urbanos;
 Explicar os problemas urbanos.

1.3. Metodologias
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi utilizada a metodologia de pesquisa
bibliográfica, utilizando a abordagem qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza
como base de dados conteúdos materiais já publicados em revistas, livros, artigos e teses,
assim como também materiais disponíveis na internet (Gil, 2010).

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2.0. Principais problemas urbanos
Para sousa (s/d, p. 67), diz que os problemas urbanos são um conjunto de fenômenos
potencializados pela ação humana no meio. Eles culminam em graves impactos no ambiente
terrestre.

Para ele considera que os problemas urbanos são fenômenos que impactam diretamente no
meio ambiente das cidades. Em muitas situações, esses fenômenos possuem causas naturais,
mas que são potencializadas pela ação do homem, assim como pela acentuada transformação
da natureza. Os elementos motivadores desses problemas ambientais nas cidades estão
centrados em questões relacionadas à intensa modificação do espaço natural pelas atividades
produtivas.

Concordando com Jofrice (s/d, p. 98), existem muitos problemas mais comuns e mais
importantes para a maioria das grandes cidades, são eles são:
 Saturação e " stress " - são doenças comuns do homem urbano, provocadas pela vida
moderna e agitada, sempre regulada pelo relógio.
 Trânsito é um problema de difícil solução para a maioria das cidades, principalmente
nas áreas mais antigas onde as ruas são estreitas e tortuosas que não escoam o trânsito,
com particular realce nas horas da ponta. Engarrafamentos, lentidão, nervosismo e
cansaço, são as consequências diárias do trânsito caótico que a maioria das cidades
atingiu. Em alguns casos, tem se tomado algumas medidas que, entretanto, não tem
atingido objectivos que se pretende, como a criação de corredores ou faixas, criação de
parques de estacionamentos nas entradas das cidades a fim de evitar a entrada das
viaturas particulares até ao local de trabalho. 
 Marginalidade, criminalidade e delinquência - Características típicas de bairros
pobres, sem condições, onde o desemprego, a carência de habitação, a promiscuidade,
os assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência juvenil, o alcoolismo, a
desagregação familiar, são problemas diários da população.
 Abastecimento - a cidade é um centro de consumo por excelência e no seu interior
pouco se produz, pelo que a maioria dos bens e produtos tem de vir de fora e chegar
aos centros distribuidores a " tempo e hora ".
 Poluição tanto a poluição atmosférica como a sonora são dois terríveis problemas que
a cidade do nosso tempo enfrenta. As chaminés das fábricas, os escapes dos milhares
de automóveis e tantas outras fontes poluentes estão a tornar a atmosfera urbana
irrespirável. 
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 A poluição sonora provocada por centenas de agentes, estão a originar várias doenças,
a ponto de levar os pacientes a saturação.
 Lixo e saneamento os lixos urbanos apresentam um duplo problema: retira-los da via
pública de modo a manter as vias as ruas e praças limpas e dar destino as centenas de
toneladas produzidas diariamente. 
 A poluição dos solos e das águas, os riscos para a saúde pública, são uma
consequência, cada vez mais sentidas, do lixo urbano. Periferias urbanas muitas
periferias caracterizam - se por se espaços urbanos ou periurbanos pobremente
infraestruturados e mal equipados.
 As periferias urbanas, além dos seus problemas próprios, podem constituir aspecto de
preocupação por duas razões: 
1. Por afectarem o equilíbrio ecológico da região e atingirem ecossistemas de especial
valor; 
2. Por cercarem e congestionarem o centro urbano principal, limitando a sua área central,
as suas possibilidades futuras de expansão ou ainda por criarem conjuntos urbanos
desequilibrados com funcionamento deficiente. Como exemplo temos a cidade de
Nampula, cidade de Maputo, Beira e Matola etc (p.117-119). 

De salientar que é importante considerar a dinâmica das periferias urbanas por serem áreas do
território urbano mais sujeitas a mudanças. Dai a importância de acompanhar estas alterações
e intervir sempre que necessário através dos P.D.M (Plano Director Municipal) ou mesmo
P.G.U (Plano Geral de Urbanização). 

2.1. Causas dos problemas urbanos


Os problemas urbanos são causados principalmente pelo crescimento desordenado das
cidades, pelos processos de industrialização, pelo aumento do número de veículos que
utilizam motores a combustão e também pelo crescimento populacional. Podemos citar como
problemas a poluição atmosférica, dos solos e dos mananciais bem como sonora e visual, a
impermeabilização dos solos e o descarte inadequado de lixos e dejetos, que causam
fenômenos como alagamentos, ilhas de calor, chuva ácida, além de complicações de saúde
para a população (Guitarrara, s/d).

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Segundo Campos (s/d) os problemas ambientais urbanos são resultantes do processo de
intervenção antrópica no ambiente natural. As constantes transformações realizadas pelo
homem na natureza produzem impactos que alteram a estrutura dos diversos sistemas
naturais. Portanto, a intervenção antrópica é o elemento disparador dos problemas ambientais
registrados nas cidades, que vêm sendo cada vez mais intensificados por meio da expansão da
ação humana.

O processo de urbanização, caracterizado pela mudança da população do campo para as


cidades, resultou em um crescimento exacerbado e muitas vezes desordenado dos centros
urbanos. Logo, a expansão das cidades e suas respectivas populações gerou uma grande
pressão sobre os ecossistemas naturais.

2.2. Os problemas urbanos como obstáculo a crescimento das cidades


Iniciado no século XIX com o advento da Revolução Industrial e fortemente intensificado no
decurso do século XXI, o crescimento ímpar dos centros urbanos, consequência de uma
alteração profunda na distribuição da população, ocasionou significativos desafios. A
determinada altura, o ganho de protagonismo das cidades não podia ser observado
separadamente dos aspetos perniciosos nelas existentes, pois estes interferiam nos contextos
da vida diária da população. Face a esta realidade, ainda que seja indiscutível o potencial que
a urbanização trouxe às cidades, transformando-as em autênticos núcleos de prosperidade e
conhecimento, providas de inovação e criatividade, não é possível relegar para segundo plano
que grande parte dos centros urbanos se tem confrontado, cada vez mais, com problemas de
índole pluridimensional, face à incapacidade de resposta sustentável aos reptos colocados
pelas sociedades modernas (Un-habitat, 2016, p. 67).

Por certo, se para uma parte cada vez mais crescente da população mundial, as perspetivas de
um futuro promissor estão fortemente associadas às cidades, e viver nestas é, não raras vezes,
sinónimo de uma vida melhor, já que estes espaços são capazes de satisfazer aquilo que se
julgam ser as necessidades mais prementes dos sujeitos e grupos que nela habitam, a intensa e
progressiva ocupação do espaço urbano, através de um crescimento caótico, é «ela própria
geradora de um conjunto de problemas e de disfuncionamentos internos, cuja influência nas
condições de vida dos cidadãos importa conhecer». De resto, o crescimento urbano nem
sempre se fez acompanhar pelo igual aumento dos respetivos serviços e infraestruturas,

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situação que conduziu ao notável desajuste entre as necessidades dos cidadãos e o conjunto de
instalações e equipamentos à disposição dos mesmos.

2.3. Alterações no modelo de crescimento urbano


Ao longo do tempo, as mudanças ocorridas ao nível da configuração espacial das áreas
urbanas, instigadas pela rápida urbanização, têm levantado obstáculos à prosperidade das
cidades, na medida em que dificultam o planeamento dos referidos espaços. Além das
preferências pessoais por um estilo de vida urbano, outras razões subjazem à expansão e
dispersão urbanas e consequente redefinição dos limites da cidade, como sejam a má gestão
do território, a ausência de regulamento sobre as áreas periurbanas, ou, num sentido positivo,
a vulgarização do transporte individual, dos transportes públicos e a melhoria geral das
acessibilidades (Mateus, 2011, p. 51).

À medida que as cidades se vão expandindo para fora dos seus limites físicos iniciais, assiste-
se à proliferação dos mercados de trabalho, comercial, habitacional, industrial, agrícola,
financeiro e serviços pelo território jurisdicional (Un-habitat, 2016, p. 36), assistindo-se a uma
fratura nos critérios de localização das atividades e a uma mudança das áreas funcionais dos
centros urbanos em direção à periferia, onde as recentes configurações que aí se assumem,
produzem novas dinâmicas sociais e económicas.

Estas novas territorialidades que se originam são, essencialmente, o reflexo dos padrões de
crescimento morfológico relacionados com a suburbanização, a periurbanização e a
rurbanização apresentando, por isso, fragilidades territoriais e ambientais várias que se
relacionam com o elevado consumo de espaço e energia, custos significativos de
infraestruturas e de gestão dos serviços, diminuição gradual dos espaços abertos e, também, o
deterioramento ou possível ausência súbita das paisagens rurais caraterizado, sobretudo nos
países pobres, por uma evidente estratificação social, bem como por uma segregação e uma
estigmatização espacial, acompanhada pela falta de infraestruturas, insuficiência ou
inexistência de serviços públicos adequados e condições precárias em termos habitacionais e
urbanísticos.

2.4. Problemas urbanos emergentes


Outros desafios mais recentes, associados, sobretudo, à governação urbana, incluem as
alterações climáticas, a exclusão e o aumento da desigualdade social, o incremento da

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concentração da pobreza, a insegurança e criminalidade e, ainda, o aumento da migração
internacional (Un-habitat, 2016, p. 45).

Exclusão social, pobreza e desigualdade A exclusão social pode ser interpretada à luz de uma
rutura com a sociedade instigada pela carência de recursos básicos que afeta, especialmente,
populações fragilizadas, e como consequência de mecanismos de estigmatização que afetam
sobretudo as minorias étnicas (Rodrigues, 2000, citado por Martins, 2014, p. 40). Face à sua
natureza multidimensional, o conceito «ultrapassa a dimensão material da pobreza», tendo
subjacente outras dimensões, além da social.

A exclusão surge sempre que há uma desarticulação ao nível das relações sociais que se
estabelecem entre o indivíduo e a sociedade, agravando-se com a agudização das
desigualdades «entre aqueles que efetivamente mobilizam os seus recursos no sentido de uma
participação social plena e aqueles que, por falta desses mesmos recursos, se encontram
incapacitados para o fazer». Assim, todos aqueles que não adotam ou participam do conjunto
de valores ou universo simbólico de representações sociais dominantes, não integram a
sociedade ou vêem-se afastados e privados do pleno envolvimento nesta. Por conseguinte, a
exclusão social implica, forçosamente, exclusão do sistema social e, naturalmente, negação da
participação na vida comunitária. A par da exclusão social, intensifica-se o fenómeno de
pobreza, tido como a dimensão mais visível da exclusão social, que remete para uma situação
de privação provocada pela carência de recursos fundamentais para satisfazer as necessidades
mínimas de um sujeito.

2.5. Aumento da migração involuntária


No âmbito dos problemas urbanos emergentes, os fluxos migratórios forçados que se têm
presenciado configuram novos desafios e implicações para as cidades. Questões como a falta
de oportunidades, o desemprego, a desigualdade e a pobreza impelem os migrantes numa
arriscada jornada para alcançarem uma vida melhor, mais satisfatória, e com mais
possibilidades de realização pessoal, profissional ou económica.

No entanto, há toda uma outra diversidade de razões subjacentes a estes movimentos


migratórios, tais como a privação de recursos ou meios de subsistência, uma sensação de
desespero resultante da evasão aos conflitos, guerras ou regimes opressivos. No âmago destas
migrações, ainda se podem considerar os impactes provocados pelas alterações climáticas ou

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questões epidémicas que, muitas vezes, causam deslocações populacionais sem precedentes
(Un-Habitat, 2016, p. 22).

2.6. Incremento da insegurança e risco urbano


As apreensões em torno da insegurança e do risco urbano têm ocupado um lugar de
proeminência no debate das sociedades. Em virtude da elevada concentração populacional
presenciada, particularmente nas megacidades, estão a levantar-se enormes desafios no campo
de ação do desenvolvimento sustentável, já que estes espaços são considerados territórios de
elevado risco global, seja este de índole antrópica ou natural.

Ao permitirem, por inerência, o convívio entre grupos socioeconómicos e políticos distintos,


cujas raízes culturais são, também, tantas vezes distintas, os espaços urbanos tornam-se
terrenos férteis para a emergência de conflitos de natureza diversa, como, por exemplo, o
incremento da insegurança, da perceção do risco (Barata-Salgueiro, 2005, p.77), do aumento
da violência e de manifestações de crime (Un-Habitat, 2016, p. 22), o surgimento da
delinquência, da segregação, «a par da perda do sentido do bem comum e de laços afetivos
com o lugar de residência».

Estes fenómenos representam, no limite, aspetos inibidores da qualidade de vida urbana que
resultam em fortes punições para a população, dificultando «o modo como o espaço urbano é
fruído e a quotidianidade exercida». Contrariamente ao que sucedia com a cidade medieval,
onde os perigos eram um fator externo à mesma, atualmente, os perigos radicam na cidade,
sendo os mais temidos os de origem humana. O medo do crime e da violência segue a
difundir-se nas áreas urbanas, constituindo uma das primeiras inquietações na vida diária dos
cidadãos (Un-Habitat, 2016, p. 22).

A insegurança urbana assume perímetros bastante diluídos que englobam toxicodependência,


exclusão, pobreza, marginalidade, delinquência, furtos e mesmo incivilidades (Fernandes &
Carvalho, 2000, citados por Augusto, 2014:20), no âmago dos quais se geram cisões sociais
profundas que revolvem e reformam as cidades (Barata-Salgueiro, 2005, p. 77). Ademais, os
testemunhos associados à perturbação da ordem pública, a delinquência juvenil, bem como o
confronto do poder estatal compõem, indubitavelmente, feitos urbanos que se associam ao
agravamento do sentimento de insegurança (Lourenço, 2013, p.43).

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2.7. Alterações climáticas e degradação ambiental
Actualmente, os impactos ambientais resultantes do processo de urbanização, há muito que
são experienciados, um pouco por todo o mundo, através da crescente ocorrência de
fenómenos climáticos extremos, como, por exemplo, as vagas de frio, as ondas de calor ou as
tempestades severas, bem como de doenças infeciosas e de poluição atmosférica (Who & Un-
Habitat, 2010, p. 16). De facto, um dos principais problemas com que as cidades se deparam
remete para as mudanças climáticas, ou não constituíssem os espaços urbanos territórios
críticos em termos de consumo de energia e de emissão de gases com efeito de estufa (Figura
6). Na realidade, estes fenómenos têm vindo a agravar-se, de forma gradual, nos grandes
centros urbanos, já que à medida que os países se desenvolvem, a natureza e a gravidade dos
seus problemas ambientais tendem a evoluir (PNUD, 2011, p.51), pelo que a ausência de
qualidade ambiental exclui a possibilidade de se alcançar uma qualidade de vida urbana plena.

A vulnerabilidade dos espaços urbanos em termos de segurança ambiental resultou, em larga


medida, dos padrões de crescimento, desenvolvimento económico e planeamento urbano que
aí ocorreram. De resto, no que toca aos factores inerentes às cidades, questões como a
categoria sexual, etnia, idade ou o rendimento podem, igualmente, acarretar consequências
profundas, sobretudo, em determinados grupos desfavorecidos (Un-Habitat, 2016, p. 90).

O intenso crescimento urbano, bem como o significativo aumento demográfico, deixou, às


cidades, uma herança arriscada em termos de impactes ambientais, estes últimos causados,
fundamentalmente, por uma inconsciência face à importância dos recursos naturais, cuja
procura e concorrência acrescida conduziu à insustentabilidade de diversos ecossistemas. No
cerne dos problemas urbanos mais comuns, contam-se a poluição e má qualidade do ar
atmosférico, a emissão de gases poluentes e com efeito de estufa, a excessiva produção de
resíduos sólidos, a proliferação de produtos químicos tóxicos e respetivo tratamento, o
elevado tráfego automóvel e respetivo congestionamento.

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2.8. Principais problemas urbanos

Para UCM (s/a), os problemas urbanos são tão complexos e diversificados que é impossível
fazer uma abordagem, por mais simples que seja, de todos eles. Os problemas mais comuns e
mais importantes para a maioria das grandes cidades são: a saturação e “sares”, o trânsito, a
marginalidade, criminalidade, delinquência, abastecimento, poluição, abastecimento, lixo e
esgoto (saneamento do meio) e as periferias urbanas.

Saturação e “stress” – são doenças comuns do homem urbano, provocadas pela vida moderna
e agitada, sempre regulada pelo relógio.
Trânsito – é um problema de difícil solução para a maioria das cidades, principalmente nas
áreas mais antigas onde as ruas são estreitas e tortuosas que não escoam o trânsito, com
particular realce nas horas da ponta. Engarrafamentos, lentidão, nervosismo e cansaço, são as
consequências diárias do trânsito caótico que a maioria das cidades atingiu.

Segundo UCM (s/a), marginalidade, criminalidade e delinquência - Características típicas de


bairros pobres, sem condições, onde o desemprego, a carência de habitação, a promiscuidade,
os assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência juvenil, o alcoolismo, a desagregação
familiar, são problemas diários da população. Eles serão tanto maiores e mais frequentes
quanto maior for a cidade.

Abastecimento – a cidade é um centro de consumo por excelência e no seu interior pouco se


produz, pelo que a maioria dos bens e produtos tem de vir de fora e chegar aos centros
distribuidores a “tempo e hora”. Ex: produtos alimentares, energia, água potável, são os
principais produtos de que a cidade necessita no seu dia-adia e, para chegar ao consumidor,
exigem multiplicidade de canseiras e problemas variados que é necessário ultrapassar.

Poluição – tanto a poluição atmosférica como a sonora são dois terríveis problemas que a
cidade do nosso tempo enfrenta. As chaminés das fábricas, os escapes dos milhares de
automóveis e tantas outras fontes poluentes estão a tornar a atmosfera urbana irrespirável.

A poluição sonora provocada por centenas de agentes, estão a originar várias doenças, a ponto
de levar os pacientes a saturação.

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Lixo e saneamento – os lixos urbanos apresentam um duplo problema: retirá-los da via
pública de modo a manter as vias as ruas e praças limpas e dar destino as centenas de
toneladas produzidas diariamente.

A poluição dos solos e das águas, os riscos para a saúde pública, são uma consequência, cada
vez mais sentidas, do lixo urbano. Periferias urbanas – muitas periferias caracterizam-se por
se espaços urbanos ou periurbanos pobremente infraestruturados e mal equipados. Nestas
áreas vivem populações mais modestas e muito dependente do centro urbano quanto ao
emprego, comércio, escolas de níveis superior, etc. As periferias urbanas também apresentam
problemas de água, electricidade, saneamento, transporte (idem).

Em suma os problemas mais comuns e mais importantes para a maioria das grandes cidades
são: a saturação e sares, o trânsito, a marginalidade, criminalidade, delinquência,
abastecimento, poluição, abastecimento, lixo e esgoto (saneamento do meio) e as periferias
urbanas.

2.9. Hipótese

Possivelmente que os problemas urbanos como obstáculos à prosperidade urbana. Na verdade,


uma cidade é compreendida como sendo justa e equitativa quando possibilita que os seus
cidadãos, sem qualquer espécie de distinção, tenham acesso a um conjunto de serviços e
infraestruturas que se afiguram essenciais e prementes para a consecução de uma vida melhor.
Face ao exposto, existe.
A pobreza é uma forma de exclusão social, mas esta última não inclui obrigatoriamente
formas de pobreza, dado que a pobreza enfatiza o aspeto distributivo do fenómeno e o
conceito de exclusão social frisa as questões relacionais. À semelhança do que acontece com a
exclusão social, que conserva uma natureza cumulativa, também a pobreza se afigura
persistentemente cíclica e duradoura, evoluindo e reproduzindo-se por via de transmissão
geracional.

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Conclusão

Os problemas urbanos envolvem diversas esferas. Primeiramente, destaca-se o prejuízo


ambiental causado por esses fenômenos. São desencadeados pelos problemas urbanos a perda
da qualidade do ar, da água e do solo, a alteração das estruturas biológicas desses sistemas
ambientais, além da redução da biodiversidade e do impacto no hábitat de diversas espécies.
Sendo assim, há uma grande perda em termos ambientais, cenário que merece preocupação,
em especial devido ao conjunto de adversidades climáticas vivenciadas na actualidade.

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Referências bibliográficas

1. Barata-Salgueiro, T. (2005). A cidade como espaço de vida e lugar de produção. In


Medeiros, C. A. (dir.), Geografia de Portugal: Sociedade, Paisagens e Cidades, Vol. II.
Lisboa, Círculo de Leitores.
2. Gil, A. C. (2010). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.
3. Jofrice, Carlitos Conde (s/d). Geografia de Urbanismo, Universidade Católica de
Moçambique  Centro de Ensino à Distância.
4. Lourenço, N. (2013). Globalização e Insegurança Urbana. Revista Angolana de
Sociologia.
5. Mateus, M. (2011). O rural em mudança: breve nota sobre os processos de
urbanização. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
6. PNUD (2011). Sustentabilidade e Equidade: Um Futuro Melhor para Todos –
Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011. New York: Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento. Disponível em:
http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr
7. Rodrigues, E.; Samagaio, F.; Ferreira, H.; Mendes, M. & Januário, S. (1999). A
Pobreza e a Exclusão Social: Teorias, Conceitos e Políticas Sociais em Portugal.
Sociologia.
8. Scarlato, Francisco Capuano; PONTIN, Joel Arnaldo. (2001). O ambiente urbano. 2
ed. São Paulo: Saraiva.
9. Who (2014). Cities for Health. Japan: World Health Organization. Disponível em:
http://www.who.int/kobe_centre/publications/cities_for_health_final.

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