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Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
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Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Epílogo
Outras obras
Notas
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Yala era a filha da amiga da mamãe. Ela tinha a mesma idade que eu, e se
casou com um homem de vinte e quatro anos. Como isso pode ser possível?
Somos crianças, meu Deus! Por isso odiava esse mundo maldito. Por que tive
que nascer?
— Não diga isso, pois se o seu pai a ouvir, ele pode se irritar. Então
vamos apenas nos divertir hoje, tudo bem? — Sua voz estava um pouco
trêmula, mas ela olhava por todos os lados como se estivesse com medo de
sermos pegas ali.
— Mas, mamãe, eu tenho dez anos. Ainda sou criança para me casar, por
favor, me ajude — supliquei.
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Ela não disse mais nada até chegarmos a uma loja de roupas.
— Eu vou ver o que posso fazer, mas pare de falar sobre isso aqui.
Vamos comprar vestidos, sim? — Sorriu para mim.
Ela era uma mulher linda. Eu me parecia com ela, morena e de cabelos
escuros.
Ela falou em russo com a mulher da loja, eu não sabia essa língua, mas a
moça foi e me trouxe vários vestidos bonitos. Mamãe me obrigou a vestir um
antes de chegar em casa, mas o que me estranhou foi que ela ficou com o
meu vestido antigo, pois isso era incomum nela já que a mesma jogava fora a
roupa antiga quando comprava uma nova.
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— Samira? Vamos para a festa hoje, por favor? Eu sei que você não gosta
de baladas, mas hoje é meu aniversário — falou Mary junto com Anabelle.
Eu suspirei, porque não curtia festa. Gostava mais de ler livros e estudar.
Também não ligava muito para a aparência, embora minhas amigas se
vestissem na moda.
— Tudo bem, mas só porque é seu aniversário, ok? — falei, pois não
podia desapontá-las de forma alguma. Afinal de contas, elas eram minhas
melhores amigas.
Pisquei.
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— Um presente no qual você não poderá dizer não. Vamos nos divertir na
Times Square esta noite! — gritou Bella. — Noite das amigas. Natan liberou,
contanto que eu me comporte. Prometi ser uma santa.
— Prometo fazer tudo o que vocês quiserem menos sexo, pois isso eu só
farei quando me interessar por alguém. Até então isso não aconteceu — falei.
Não queria sexo banal ou por obrigação.
Lucy morreu há três anos, por isso foi difícil continuar na Rússia depois
da sua morte, então vim para os Estados Unidos estudar. Fazia uns três anos
que eu não ia para a Rússia. Esperava voltar no próximo ano, assim que eu
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Uma parte minha estava feliz por não participar da máfia, porque aquilo
não era lugar para mulheres nascerem, aliás, para ninguém nascer.
A máfia italiana tinha regras, uma delas era que as meninas, ou melhor,
crianças, porque com dez anos ainda era uma criança. Nessa idade, elas eram
obrigadas a casarem com pretendentes escolhidos por seus pais.
— O quê? — sondei voltando ao presente. Por isso não queria fazer sexo
por fazer. Eu queria que fosse por amor, ou que, no mínimo, eu sentisse algo
pela pessoa, assim como senti pelo cara que conheci há algumas semanas.
Pois se um dia a minha família me encontrasse, eu perderia isso e seria
obrigada a voltar para minha origem e casar com quem eles me ordenassem.
Tentei não me sentir culpada por esconder das minhas amigas essa parte
sombria da minha vida, mas não podia contar e correr o risco de elas saírem
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machucadas.
— Você, às vezes, fica longe, sabia? É como se sua mente não estivesse
aqui. Hoje, você precisa estar com a gente e não viajando nessa sua mente
linda. — Ela deu um tapinha de leve na minha cabeça.
Mary era irmã de Jonathan, mais conhecido por Natan. Seus pais eram
juízes aposentados. Então a menina tinha grana. Embora os Salvatore
também tivessem, eu preferia a liberdade ao dinheiro.
— Você está linda, Samira! Deveria se vestir sempre assim, sabia? Você
fica se escondendo dentro dessas roupas largas e fora de moda, e com isso
deixa todo esse material lindo encoberto. — Ela gesticulou para o meu corpo.
Não sei o que me chamou atenção nele, talvez o poder que demonstrava
ter, ou só seu sorriso sexy que quase me fez bater o carro. Ele me deixou
mole com apenas um sorriso, isso porque nem tinha me tocado, imagina se
tocasse?
— Então vamos ficar e nos divertir no Prisma. Eu sempre quis ir lá, mas
Natan acha uma traição se eu for à outra boate que não a dele, contudo essa é
a nossa noite. Vamos nos divertir. Ele não vai se importar com relação a isso.
Meu gato sabe que o amo.
Assenti, mas fiquei aliviada. Embora não contei o meu motivo para ir à
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boate. Pela primeira vez na minha vida, um homem fez meu coração pular e
partes do meu corpo tremer. Estava parecendo uma adolescente na escola ao
se interessar por um garoto à primeira vista. Já vi isso acontecer em livros.
Chegamos lá por volta das nove da noite. O lugar era enorme, com três
andares. Ao que parecia estava lotado. Recuperei meu fôlego, afinal de
contas, eu o vi ali umas quatro vezes. A última havia sido há três dias. Não
sabia se ele vinha sempre, talvez fosse o acaso. Quem sabe? Ou talvez, ele já
tivesse namorada.
Eu corei, porque uma turma de garotos olhou para nós três com
expectativa.
— Fica tranquila, pois você irá encontrá-lo hoje. Tem muito gato nessa
boate, e ouvi dizer que o dono desse lugar é da máfia, mas isso são boatos.
Ninguém comprova isso — falou Mary.
— Sabe qual a máfia que eles falam que são? — sondei vendo os olhos
das duas, estreitos. — Tipo: russa, japonesa, italiana ou algo assim?
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— Espero que esse negócio de máfia não seja verdade, pois não quero ter
problemas hoje — falou Anabelle. — Afinal de contas, nós viemos aqui para
nos divertir, e não para sairmos fugidas de balas.
— Aqui não tem isso. Com certeza é mentira — afirmou Mary sentando
em uma mesa perto do bar e acenou para o barman. — Queremos
Cosmopolitan.
Elas riram.
— Não vou deixar você ficar nua, não se preocupe, minha querida, bom,
a não ser na frente do cara que for fazer sexo — falou Mary. — Só bebe e
vamos nos divertir.
Eu bebi mais alguns goles, mas estava com receio de fazer besteira.
Então, eu deixei isso por enquanto e continuei a procurar pelo cara lindo.
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— Sim. Samira, olhe ao seu redor para ver se encontra um garoto que te
interesse. — Mary me olhou. — Porque hoje você vai, pelo menos, beijar na
boca.
— Não grita, Mary! — repreendi-a ao mesmo tempo que notei que ele me
olhou.
— Está a fim dele? Oh, meu Deus! Não acredito que se interessou por
alguém. — Sua voz se elevou bem na hora de uma passagem de música para
outra, tanto que todos olharam para ela, ou melhor, para nós. A menina não
tinha papas na língua.
Eu estava toda vermelha por ela e por mim, e para piorar, ela pegou meu
braço e me levou até ele.
— Mary! — repreendi-a me soltando dela e olhei para ele, que nos fitava
com a sobrancelha erguida. — Não liga. Eu acredito que ela bebeu demais.
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— Eu não bebi e sabe disso — falou ela, teimosa. — Beije ele! Ou será
algum outro desse lugar. Meu aniversário, lembra? — Acrescentou assim que
eu ia retrucar.
Ele sorriu.
— Não, eu não tenho, e ficaria feliz em beijar você — disse para mim
com um sorriso sensual.
Seus olhos eram de um verde lindo, quase azul, ou talvez fossem as luzes
do lugar. Eu nem acreditava que estava ali perto dele. Por um momento
agradeci a Mary em pensamento pelo incentivo dela, ou eu ficaria sonhando
com ele de longe, porque jamais teria coragem de tomar a iniciativa.
Sorte que ela disse esse final, baixo, só para que eu ouvisse. Eu não
estava querendo minha vida sexual aos ouvidos do povo. Não era puritana,
mas também não era atirada como Mary e Tabitta, minha amiga policial que
morava em Manhattan.
— Desculpe por isso — falei com ele assim que Mary foi dançar com
Anabelle.
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— Sim... — Minha voz era falha ao olhar para seus lábios rosados e sexy,
e seus olhos brilhantes. — Mas só se você quiser.
Ele me beijou, aliás, consumiu a minha boca de forma que achei que
comeria meus lábios. Foi tão intenso que me deixou de pernas bambas. Achei
que estava em um sonho, aqueles que custamos a acreditar que seja real. Por
semanas, eu sonhei com esse homem e hoje, por obra de Mary, eu estava o
beijando.
Meu corpo estava como brasas vivas dos pés à cabeça, seu toque e cheiro
me deixavam eufórica, querendo mais dele do que o beijo. Um prazer que
nunca senti antes, sentimentos desconhecidos.
Gemi nos lábios dele, e apertei minhas pernas uma na outra tentando
controlar o atrito que estava no meu centro.
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— Tudo bem. — Ele traçou com o dedo no meu nariz. — Enquanto isso,
eu resolvo uma coisa antes de irmos embora.
— Que beijo foi aquele? — questionou Mary pulando de tão feliz assim
que cheguei perto delas.
— Menina, ele parecia querer comer sua boca com uma fome selvagem
— comentou Anabelle.
— Acho que eu também. Estou até mole. — Suspirei. — Ele quer sair
para outro lugar. Acha que devo confiar em um estranho?
— Mas é claro que ela está. Quem não ficaria com um homem daquele?
Um Adônis.
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Um homem chegou até nós e ele falou em russo. Eu fiz cara de paisagem
como se não estivesse entendendo nada, mas entendi perfeitamente.
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Aquilo foi como um soco. Se eu não era ninguém, então o que estava
fazendo ali? Fiquei esperando-o entrar na tal sala e depois fui embora. Eu que
não ficaria ali o vendo ficar com outras mulheres, enquanto o esperava feito
uma idiota.
Não deixei a humilhação tomar conta de mim, mas confesso que meu
peito estava com um aperto insuportável. Eu que pensei que ficaria com ele,
mas, pelo visto, o mesmo arrumou coisa melhor para fazer fodendo adoidado
por aí.
Eu fui ligar para um táxi, mas esqueci minha bolsa no carro dele, então
desci alguns quarteirões para conseguir um telefone. Não confiava andar
nessas ruas sozinhas; uma, porque nunca estive por essa área, mas ouvi dizer
que a taxa de crime era alta. Acabei parando em uma barraca de cachorro-
quente.
Ele me avaliou e, pelas roupas luxuosas que Mary comprou para mim,
notou que eu parecia ter grana. Meu vestido era vermelho de uma alça só e
batia nas coxas, os sapatos eram pretos de salto.
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— Esse lugar não é para moças andarem sozinhas, ainda mais como você
— disse uma mulher. — Sou Bean e esse é meu marido Jean.
— Já, mas não resolveu muita coisa — falou Bean. — Senta que preparo
um cachorro-quente para você. Se você esperar fecharmos, nós te damos uma
carona. Mas se quiser um táxi, podemos ligar, embora seja difícil que eles
venham para essa área.
— Se você olhar para minha mão com spray, e para o trailer vai notar que
estou pintando. — Meu tom saiu sarcástico.
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— Que eu era uma qualquer para você? Sim, eu entendi muito bem. —
Suspirei. — Olha, você pode fazer o que pretendia. Esse casal adorável vai
me dar uma carona.
— Sempre somos alguém para uma pessoa. Para este casal, eu sou
alguém que os ajudou hoje, e também fui alguém que beijou você. Se não
gostou, talvez não devesse ter me convidado para sair. — Suspirei magoada.
— Acha que eu deveria dizer quem era você para mim? Você não sabe
quem eu sou...
Cortei. Eu não sou de perder a cabeça, pois sou paciente até que chega ao
ponto de ruptura.
— Ouvi dizer que é algum chefe da máfia, mas não tinha certeza. No
restaurante que minhas desconfianças se concretizaram — falei baixo essa
parte.
— Por isso foi embora? Pelo que eu sou? — Seu tom tinha uma nuance
que não entendi.
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era mais forte do que querer ficar longe da máfia. Ainda mais depois de beijá-
lo.
— Eu falei que não era ninguém da conta dele. Eu não posso ser grosso
sempre, e também não posso demonstrar fraqueza, ou as pessoas me
comeriam inteiro. Eles são tubarões, Samira. — Seu tom era sério.
— Então você só disse aquilo para que ele não desconfiasse do seu
interesse por mim? E como sabe meu nome? Não falei para você.
— Sei tudo sobre você. Acha que não a vejo passando sempre devagar na
frente da boate a fim de me ver? — falou limpando algo no meu rosto. — Só
me mantive longe pelo que sou, mas não adiantou, pois você veio até mim.
— Sim. Agora vamos embora, porque estou louco para possuí-la. A não
ser que não queira mais, aí eu te levo para casa.
— Não. Eu só queria que a reunião acabasse logo para poder ficar com
você — respondeu e olhou para a arte do cachorro-quente. — Você tem
talento. Ficou lindo.
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— Obrigada. Vamos para onde você quiser ir, mas uma pergunta antes:
amanhã nós vamos ficar juntos de novo ou isso é só uma noite de sexo? —
Minha voz falhou.
— Você acha que vou ficar com você e depois deixá-la? Eu quero você,
Samira. Se você quiser amanhã ou depois, estarei aqui.
Ele suspirou.
Eu não vou perguntar que negócios eram esses, porque com certeza não
era legalizado, e eu era doida por entrar em um hotel com um homem desses.
Lindo sim, mas misterioso e intrigante. Será que foi por isso que fiquei
fascinada por ele? Mas gostei de saber que ele ficava de olho em mim quando
eu voltava da faculdade.
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— Aquilo não chegou nem perto do que vou fazer com você —
respondeu com um sorriso de lobo. Suas palavras foram como um tiro no
meio das minhas pernas. Remexi-me incomodada.
— Você, com certeza, sabe o efeito que tem nas mulheres, não é?
— Não ligo para as outras mulheres, só com você. Mas minha presença
afeta você? — Arqueou suas sobrancelhas grossas.
A vista era magnífica e brilhante. Certamente que durante o dia era ainda
mais linda.
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— Você não sabe o que eu senti quando a vi hoje na boate. Tive vontade
de levá-la ao meu escritório para poder desfrutar de você inteira e nua! —
rosnou.
Ele me levou para o quarto sem tirar os lábios dos meus, tão deliciosos
como morangos. Ficamos em silêncio, apenas nossos gemidos e o som dos
nossos beijos ecoavam pelo quarto. Eu tirei sua camiseta me afastando de sua
boca um segundo para fazer isso e tracei os dedos em suas costas apertando-o
mais contra mim.
— Tem certeza de que você quer isso? Se não quiser fale agora enquanto
pode. — Seus lábios foram para o meu pescoço.
Não deixei a vergonha me dominar, apenas queria suas mãos por todo o
meu corpo, seu toque, seus beijos e ele dentro de mim, tanto que já estava
molhada para ele e com meu centro latejando.
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Eu senti minhas costas no colchão macio como seda e ele pairou em cima
de mim ainda com seus lábios em minha pele fazendo-a tremular como
labaredas.
— Ótimo! Pois agora é tarde demais para mudar de ideia — falou rouco.
Ele seguiu seus lábios até meus seios desnudos e abocanhou um deles
com sua boca sugando-o com fome.
— Fabulosos!
— Está querendo meu pau ou minha boca? Você escolhe, minha pequena
coelhinha — sussurrou na minha pele fazendo-a arrepiar.
— Sim...
— Adoro vê-la assim ansiando pelo meu toque. — Ele traçou a língua
entre meus seios e desceu para a barriga. Suas mãos seguraram meu quadril
mantendo-o no lugar já que o atrito era demais. Então seus lábios e língua
estavam me degustando e lambendo-me com fome.
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Eu fiz o que ele mandou, ao mesmo tempo que ele colocou a boca em
minha boceta degustando-a, lambendo e sugando o meu clitóris fazendo-me
gritar por ele. O prazer era tanto que eu levantava o quadril querendo mais
dele. Seus lábios e língua me deixavam tão louca que eu remexia igual a uma
lagarta na areia quente.
Sempre ouvi Mary e Anabelle falando sobre o sexo oral, elas diziam que
era fenomenal. Contudo, sentindo cada lambida e pressão da língua do
Nikolai em meu broto rosa, isso passava do céu. Era como flutuar no espaço
cósmico me fazendo gritar. Eu levantei mais meu quadril ansiando mais dele,
era como se meu corpo tivesse vida própria.
— Não. Ninguém mora nesse andar, somente eu. — Nikolai riu e seu
hálito banhou minha pele, me fez remexer ainda mais na cama. Depois me
olhou com fervor, mas não parou por aí, colocou dois dedos em mim.
— Virgem? Por essa cor linda que aparece em sua pele sempre que fala
alguma palavra relacionada à intimidade do sexo. — Sua boca foi para o meu
seio sugando e mordiscando enquanto estocava-me com seus dedos mágicos.
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Assenti e senti a sua invasão, mas seus beijos e carinho amenizaram a dor
e me trouxeram somente o prazer. Ele começou a acelerar os movimentos,
bombeando e me levando ao êxtase.
Só esperava que no outro dia, eu tivesse mais dele, porque estava longe
de ter meu desejo saciado.
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Eu acordei tomada por êxtase devido à noite maravilhosa que tive nos
braços de Nick. Suas mãos em meu corpo, seus beijos e carícias, tanto na
hora do sexo quanto depois dele, quando dormiu ao meu lado, foi mágico.
Eu estava até meio dolorida, mas não liguei. O prazer que estava tendo
superava isso, aliás, superava tudo. Nem acreditava no quanto havia sido tola
em esperar pelo sexo por vinte e dois anos. Apesar de eu ter feito com o
homem que queria, o homem no qual pensei por semanas, desde a primeira
vez que o vi todo lindo na frente da boate.
O quarto era grande e chique com vista para o centro. Estava claro lá fora,
mas eu não sabia o horário, porque só pensava na noite maravilhosa que tive.
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Com assombro, eu percebi o que tinha acontecido comigo. Ele foi embora
sem dizer nada, nem ao menos um maldito adeus. Mas por que ele iria se dar
ao trabalho de fazer isso se foi só uma transa? Uma maldita foda! Foi só isso
que tivemos.
Ali tinha um bilhete, mas o pior foi o que vi que mal ouvi o que o senhor
disse após abrir a caixinha e me deparar com uma joia de diamante, que
acreditei ser mais caro do que as que Giulia usava.
Samira,
Eu deixei essa joia pela noite que tivemos ontem. Como não usei
camisinha, e não sei se você toma algum contraceptivo, então comprei essa
pílula do dia seguinte. Isso vai evitar engravidá-la, porque não quero ser pai
tão cedo.
Nikolai.
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Eu não queria engravidar, claro, ainda mais de um cara que mal conhecia.
Mas essa não era só uma decisão dele, teríamos que tomar juntos. Mas eu era
culpada também. Por que não pensei em me prevenir? Estava tão ludibriada
por ele que me esqueci até do meu nome na hora.
— Aqui, pegue e fique com isso. Pode fazer o que quiser. — Entreguei a
joia para ele.
Quem ele pensava que era para me tratar assim, como qualquer uma? Mas
a idiota sou eu, por ter acreditado nele sendo que nem o conhecia direito. Eu
fui para cama com um cara que tinha acabado de conhecer, no qual, pensei
que podia ser uma pessoa legal. Tanto que entreguei a ele algo que estava
guardando durante anos para a pessoa que eu sentisse meu coração balançar.
Ele foi o único que o fez, e no fim acabou me magoando enormemente.
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Pelo jeito, ele nem sentiu a necessidade de dizer adeus ou que gostou do
que tivemos, talvez nem tivesse gostado, porque me tratou como uma amante
ou prostituta.
Se ao menos ele tivesse ficado e dito que tinha gostado, mas que não
poderíamos ficar juntos, eu teria aceitado na boa, pois assim ele teria dito
alguma coisa, ao invés de ter me deixado sozinha em um hotel com um
bilhete e uma joia como uma recompensa.
Meu telefone tocou. Sabia que devia ser uma das meninas ou Taby.
— Alô? — falei com a voz mais composta que pude. Assim ninguém
saberia como fui humilhada.
— Você está bem? Parece rouca — falou Taby com um tom preocupado.
— Nada. Estou sentindo sua falta já que não nos vemos mais com
frequência. Achei que viesse para o casamento de Angelina, pois assim nos
veríamos.
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Eu não queria sair de casa, mas era o casamento de Angelina, uma amiga
que fiz quando ela ficou com Tabitta, minha melhor amiga. Eu não sabia
direito o que tinha acontecido entre Angelina e seu namorado Ryan Donovan,
mas parece que eles haviam brigado porque ela veio se esconder com a Taby.
Outra que eu também estava muito feliz era por Taby, minha quase irmã.
Depois de muitos anos apaixonada pelo seu primeiro amor, agora os dois
estavam juntos e felizes.
— Jura?
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— Você está feliz com Jason, e isso é o que conta — falei. — Estarei aí e
matarei as saudades de todas vocês e também da minha boneca, Emy.
Arrumei minha mala para ficar o fim de semana em Manhattan. Mas não
podia ir sem antes falar com a Mary e Anabelle. Precisava deixar as duas
tranquilas e dizer que eu estava bem.
Elas não precisavam saber do que aconteceu, isso era para o próprio bem
delas, e também para o meu, que não queria responder a nenhuma pergunta
relacionada ao assunto naquele momento.
— Oi, tia Samira, como estou? — Emily rodopiou com seu vestido de
dama de honra. Ela tinha cabelos castanho-claros, na altura das costas. Seus
olhos eram cor de chocolate, iguais ao de Jason. Tudo nela parecia mais com
ele do que com a Taby.
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— Fico feliz com isso, meu amor. Eu vou ficar aqui neste fim de semana,
então podemos passear no Central Park com ele. O que acha?
Ela deu um grito animado abraçando minha cintura. Depois foi para seus
amiguinhos, eu já fui procurar a noiva. Entrei no quartinho pequeno e a vi
toda linda de frente ao espelho, olhos negros brilhantes de puro êxtase. Rosto
corado, lábios com batom na cor cereja.
O vestido de noiva era tomara que caia, com detalhes em pérola. Ele
marcava bem as suas curvas deixando-a mais formosa.
Angelina corou.
Angelina sorriu, porque sabia que Taby não gostava de Ryan, pois ela o
culpava pelo fato de Angel ter quase morrido ao ficar grávida de Victoria.
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A filha dela era uma mistura dos dois, pele branca com cabelos negros,
mas com os olhos cor de caramelo iguais aos do pai. Linda garotinha!
— O Ryan está impaciente lá no altar, eu tive que dar Victoria para ele,
só para que não viesse até aqui procurá-la.
Tabitta sibilou.
Tabitta era uma mulher linda, mas nesses meses eu estava notando que
seus olhos estavam mais brilhantes. O motivo disso se chamava Jason Falcon,
o amigo de Ryan. Ficava feliz por minha amiga.
Eu revirei os olhos, porque Ryan era bem obcecado pela sua bebezinha, e
não deixava ninguém a pegar. Angelina tinha que intervir na maioria das
vezes.
Ela foi para o corredor que dava para a entrada do salão da igreja. Lira, a
irmã de Angelina de quatro anos, e Emily eram suas damas de honra e foram
na frente.
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A igreja estava lotada de pessoas desconhecidas para mim, mas que eram
amigos de Ryan e Angelina.
Nesses meses em que nos conhecemos, ele parecia me ler fácil, talvez
fosse a sua especialidade ou, então, eu não estava escondendo o suficiente
dele o que aconteceu comigo. O bom foi que só ele notou.
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Eu suspirei vendo Angelina cantar uma canção para seu futuro marido.
Uma declaração de amor. Assistindo aquilo, eu me arrependi de ter
acreditado em Nikolai. Poderia ter esperado pela pessoa certa, pois um dia ele
apareceria, mas me deixei levar pela tentação loira.
Michael Bolton soava na igreja All for love. A voz da mulher era
realmente linda. Angelina cantava muito bem.
— Você me deu mais razões para viver nesse mundo, me deu uma filha
linda, um amor pelo qual quero lutar e viver — sussurrou Angelina com
emoção. — Eu amo você.
— Samira...
— Eu conheci um cara...
Suspirei.
— O que aconteceu? Você saiu com esse cara? Ele foi educado e
respeitador?
Eu deveria me abrir para minhas amigas e não para um cara, mas com
Nasx era assim mesmo, nós conversávamos sobre tudo. Obviamente que
depois eu falaria com elas também.
— Preciso ir, mas ainda não acabamos. Assim que eu fizer o que farei, eu
vou para a sua casa. Se quiser me esperar, eu te dou uma carona.
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— Estou com meu carro. Eu vou me despedir das meninas e vou embora.
Mas vou ficar na casa dos pais da Mary. Ela me deixou ficar lá. Então te
mando o endereço e o espero lá para conversarmos — falei a ele.
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Estava saindo do prédio da igreja quando fui abordada por três caras
armados até os dentes. Não reparei direito em suas fisionomias, mas notei
que eles usavam ternos caros, e eram todos tatuados onde mostravam sua pele
exposta, como pescoço e mãos, então, com certeza, deveriam ter mais por
baixo da roupa.
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Será que eram homens de Nikolai? Não, nós ficamos juntos ontem, ele
não poderia querer me fazer mal. Talvez tivesse a ver com o pai da Taby.
Soube que estavam tentando prender o Jacov, que, por sua vez, também era
chefe da máfia russa. Devia ter perguntado ao Nasx se ele achava se tinha
relação entre Andrey Jacov e Nikolai.
Meu coração acelerou também e por um breve segundo pensei que fosse a
minha verdadeira família que havia descoberto onde eu estava, mas isso era
impossível, não é? Giulia deixou bem claro que não me queria, por isso não
voltou. Eu sentia falta de Matteo... o meu irmão que sempre me amou e me
protegeu contra tudo e contra todos.
Esses caras eram mafiosos, mas não da máfia italiana e sim da máfia
russa. Papai era Capo, e tomava conta de todos da família Salvatore. Eu os
amava, mas nenhum deles me amou porque se não eles não teriam deixado
Giulia me abandonar sozinha quando eu tinha dez anos.
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Eles falavam em russo a minha volta, vozes diferentes estavam por toda a
parte. Mas tinha uma mais grossa do que as outras, esse cara me lembrou
meu pai, e pela sua autoridade, com certeza era o líder deles. Esperava que
não fosse o meu fim.
— Não precisa temer, pois ninguém vai tocá-la. A não ser que sua amiga
não dê o eu quero. — Ele pegou um telefone e discou para alguém.
Eu tinha quase certeza de que ele se referia a Taby e ela tinha alguma
coisa que esse homem queria.
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fosse sua sobrinha e criança, e sim uma mulher. Esperava nunca mais vê-lo
na minha vida ou que o mesmo morresse, mas coisa ruim não morre cedo,
pensei amarga.
— Fale com ela e diga que se ela não trouxer o pai dela aqui, você vai ser
uma ótima refeição para os meus homens antes de eu jogá-la ao mar — disse
o cara.
— Fique calada ou sua amiguinha gostosa vai pagar por isso — rosnou o
mafioso me lançando um olhar ferino e mortal.
Oh, Deus! Não deixe com que me toquem. Precisava ser forte como a
Tabitta. Ela jamais ficaria choramingando por aí como uma pobre coitada, e
sim mandaria todos se foderem e irem para o inferno.
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— Não seria mais fácil eu levar o Sebastian até você? Assim você
pergunta diretamente a ele, e também terá a sua vingança. — Eu conhecia
aquele tom e sabia que ela estava tentando ganhar tempo para vir me resgatar
naquele lugar. Eu só esperava que ela não se machucasse ou eu nunca iria me
perdoar.
Ele riu.
— Você vai entregar o seu pai? Os filhos de hoje em dia não dão valor
aos pais como antigamente. — Seu ar era recriminador.
Como se esse fodido soubesse o que era isso. Acho que ele nunca soube e
jamais saberia, pois só amava a si mesmo e ao seu poder. Por isso estava
ameaçando para obter as provas que Sebastian tinha contra ele. Esses dois
vermes poderiam matar um ao outro, pois isso iria facilitar muita coisa para
todos nós.
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Papai não fez o que esse Sebastian fez a minha amiga, ele matou a avó
dela e até hoje o chefe fodido do Cartel ainda não havia sido preso por falta
de provas. Mas eu soube que estavam tentando prendê-lo, acho que tinham
um plano, embora Taby não falasse sobre seu trabalho comigo e eu não
cobrava isso, pois eu também guardava segredos dela, mas para sua proteção.
Eu suspirei, mas não ia chorar por temer ser violentada por ele, embora
tudo dentro de mim temesse pelo pior e orava para ser salva.
Eu fiz o que ele mandou sem hesitar, pelo menos não demonstrei isso na
frente dele. Dizem que leões sentem as fraquezas de suas presas de longe. Se
fosse verdade, então este cara sentiria a minha, por isso me controlei e ignorei
a vergonha e raiva por ter de ficar nua na frente dele.
Ele veio e me puxou para baixo das correntes levantando meus braços
acima da cabeça e os deixou ali, suspensos e presos.
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Outro cara chegou à porta e meu coração gelou, porque agora não seria
apenas um a abusar de mim e sim dois deles. Ou talvez mais? Eu confiava
que a Taby me tiraria dali, mas precisava ser forte até ela chegar.
O cara que entrou e falou com ele em russo, acredito para eu não entender
nada, disse que Jacov o proibiu de me tocar por eu ter parentesco com a
máfia italiana e até disse o nome do meu pai: Lorenzo Salvatore.
Um frio desceu pelo meu corpo, porque agora esse cara sabia que eu era
filha de Lorenzo e ia querer tirar vantagem comigo. Talvez me entregar ao
meu pai? Não, isso não podia acontecer, eu não queria voltar para a máfia,
porque com eles tinha um ditado, quem entra vivo dela só sai morto. Para
eles, eu sumi ou estou morta, quem sabe? Já que não vi ninguém vindo
procurar por mim, e torcia para que ninguém viesse descobrir onde eu estava
depois de tantos anos.
O homem ainda disse para o abusador de mulher sumir dali antes que
Jacov descobrisse o que ele pretendia fazer comigo, porque o velho tinha
planos para mim.
— Isso vai acabar logo — disse ele para mim. O cara era moreno e alto,
não parecia como os outros caras dali.
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— Na hora certa você saberá, mas agora fique quieta e tudo acabará em
poucas horas — disse e saiu da sala me deixando sozinha e trancada, nua.
Eu não sabia se podia confiar neste homem, mas ele sequer olhou para o
meu corpo nu como fez o fodido que disse para eu tirar as roupas do meu
corpo. Quem quer que ele fosse, eu agradeceria por ter me ajudado a não ser
estuprada por aquele animal.
A porta se abriu meia hora depois, e ouvi alguém falando em russo, com
um tom nada amigável. Maligno para ser exato. Essa voz era rouca e linda.
Uma que eu conhecia muito bem: Nikolai.
Eu trinquei os dentes com raiva. Além de ter me deixado, ele agora vinha
e me dizia para fingir que não existisse? Com muito prazer, pensei
amargamente.
Já que ele queria que eu fingisse, então vamos ver o que faria agora.
Ignorei a dor e a humilhação de estar ali, presa e nua na frente dele.
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Ele grunhiu no meu ouvido. Mesmo vendada, eu sentia seu calor perto de
mim como labareda. Senti também suas mãos nas algemas no meu pulso.
Estremeci, mas não foi de medo dele, afinal de contas ele parecia estar me
salvando.
Pela forma que ele falava, parecia ser real a sua proteção, mas também
podia estar falando isso só pelo fato de ter alguém olhando. Mas eu não fazia
ideia de quem era com ele. Ou talvez Nikolai estivesse sussurrando para os
bandidos não ouvirem.
— Lamento por você estar aqui. Eu preciso saber, algum deles a tocou?
— perguntou no meu ouvido, mas seu tom era mortal.
Pelo menos com sua presença ali, eu não sentia mais medo como antes.
— Hunter — afirmou.
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— Samira? Sou eu aqui! Não liga para esse cara, ele não vai te fazer mal,
ok? Ele veio para nos tirar daqui — disse Taby perto de mim. Assim que ouvi
a voz dela, eu me senti aliviada, apesar de preocupada por ela estar ali.
— Oh, Taby, ainda bem que você está aqui. Eu sabia que viria para me
salvar — sussurrei com a voz fraca, mas firme.
— É claro que eu viria! Você e Angelina são como irmãs para mim — ela
declarou. Tabitta suspirou e depois falou para ele em um tom curioso: —
Qual é o seu nome? Você não me disse como se chama.
Nikolai soltou uma das minhas mãos me fazendo sentir aliviada. Tentei
não corar com aquela posição, mas eu faria de tudo para sumir daquele lugar.
Inclusive não perguntar o motivo de ele não querer dizer seu nome para a
Taby.
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Eu tirei minha venda e olhei para ele vestido todo de preto na minha
frente. Uma parte de mim ficou feliz por vê-lo ali diante de mim, mas a outra
estava com raiva pelo seu sumiço.
Taby gritou quando Nikolai jogou uma faca acima da sua cabeça
acertando a testa de um homem que caiu no chão com a faca cravada no
cérebro. O mesmo fodido que queria abusar de mim. O bom, é que ele não
iria mais tomar ninguém à força na vida dele. Com certeza já estava no
inferno.
— Avise quando for soltar facas por aí, ok? Você poderia ter acertado em
mim! — rosnou ela.
Eu fiquei de pé. Ele tirou sua camiseta e a entregou para mim. Suas costas
eram cercadas por tatuagens de dragões e também algumas caveiras. Sinistro,
mas lindo em sua pele branca. Não reparei muito na noite anterior já que
estava bêbada demais por ele.
— Você vai explodir o lugar para fazer uma entrada? — arquejou Taby.
Ela também sabia o idioma, mas eu nunca soube de ela ter aprendido, talvez
tivesse sido antes que eu a conhecesse há três anos. — Vamos morrer
afogadas, não é?
— Vejo que fala russo. — Ele a fitou, e vi carinho em relação a ela, mas
Taby disse que não o conhecia. Será que ele estava interessado nela? Meu
peito apertou, mas ignorei a sensação.
— Sim, eu vou, pois não temos escolhas. Têm mais homens dos Bravatas
entrando aqui, e com certeza querendo usá-la como escudo contra os tiras que
estão lá fora cercando o lugar.
— Fica comigo, ok? Depois que sairmos daqui, nós vamos nos encontrar
— falou com os olhos nos meus. Não respondi, apenas me segurei em sua
cintura musculosa. Mas minha vontade era dizer que isso não ia acontecer,
pois não queria vê-lo nem pintado de ouro.
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— Você está bem? — Nasx veio até mim. — Não a teria deixado se
soubesse o que ia acontecer. Certamente eu teria ido embora com você como
estava nos planos.
— Estou bem agora, Nasx. — O abracei, mas fui tirada dele e Nikolai o
imprensou na parede com uma faca em sua garganta.
Meu coração gelou temendo que Nikolai viesse a matá-lo. Eu não sabia o
motivo que o levou a se preocupar comigo abraçando o Nasx. Isso não era da
conta dele.
Armas e facas foram expostas de todos os lados, tanto dos MC quanto dos
homens que estavam com Nikolai.
— Fique longe dela! — rosnou ele mortal com o rosto duro como aço.
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— Você não tem o direito de dizer nada, afinal de contas você deu o pé
após conseguir o que quis...
— Não, Sebastian disse que ela está grávida. Certamente o estresse que
ela passou hoje foi demais. Por isso o desmaio — disse Nikolai saindo de
perto de Nasx. — Eu a coloco no sofá.
Pelo jeito, ele aceitou a verdade de Nasx, que o acusou de ter ficado
comigo somente para conseguir o que queria de mim e foi embora.
— Eu vou com você, pois não quero deixá-la sozinha — falei o seguindo.
Taby estava molhada, assim como todos nós, mas não me importei
comigo e sim com ela. Peguei um cobertor e a cobri para aquecê-la. Sua
respiração estava normal.
— Você vai ficar bem, minha amiga. Amanhã nós vamos nos divertir e rir
do que houve hoje. — Alisei seu rosto.
— Vista isso antes que eu mate alguém por olhar sua bunda. — Ele me
deu um calção de banho. — Você ia para a casa com Nasx? — A voz de
Nikolai era fria ao pronunciar o nome do meu amigo.
Eu só vesti o short, porque não queria ficar nua, só com sua camiseta.
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— Não vejo como isso é da sua conta — sibilei com os dentes trincados.
— Não entendo. Por que está brava? — Seu tom parecia confuso.
— Não sabe? É muita cara de pau sua dizer isso. Mas não estou a fim de
conversar, pois estou esgotada e só quero ir embora daqui — sussurrei.
Mas algo me dizia que Nikolai não me procuraria, afinal de contas ele
vivia cercado de mulheres. Por que procuraria por mim? Não acreditava
nisso. E, também se viesse, eu não queria nada dele, não depois do que ele
fez.
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Nikolai olhou para ela e sorriu, mas era um sorriso triste. Eu só não
entendi o motivo disso. Conhecendo minha amiga, ela ia saber quem ele era
com certeza. Esperava que não descobrisse sobre mim e ele.
— Ele está dizendo que vai sair comigo em um encontro? — Meus olhos
estavam grandes demonstrando surpresa, só para ela não saber de nada.
Afinal de contas, eu não queria minha amiga, agora feliz, metida nisso. Eu
não sabia o que poderia acontecer entre mim e Nikolai, mas era certo que
aquele cara não tinha encontros e nunca teria.
— Acho que ele está pensando apenas no sexo. Caras como ele não
parece ter relacionamento — sussurrou adivinhando meus pensamentos,
embora verdadeiros. Homens como ele não procuravam mulheres, bastava
estalar os dedos e elas caíam aos seus pés. Igual a mim na noite anterior.
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Dom suspirou.
— Vamos dizer que nenhum dos dois vai respirar nesse mundo
novamente. Devem estar apodrecendo no inferno agora! — Seu tom era
maligno. — Agora vamos embora, pois Jason está louco sem saber de você.
E você precisa ver um médico. Por que não disse que estava grávida?
— Estou bem, e não estou passando mal. Foi só estresse mesmo. Agora
eu só quero estar com Jason — disse ela com um suspiro.
— Quer que eu vá junto com você, caso não esteja bem? — sondei.
— Estou bem, não se preocupe. Mas se quiser pode ir para a minha casa.
— Ela me olhava de lado.
Ela foi para o carro com Dominic, que, por sua vez, ia levá-la para Jason.
E eu fui embora com Nasx.
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Esse cara tinha barba por fazer, braços despidos cobertos de tatuagem,
algumas tribal e outras que desconhecia. Ele era forte e com um sorriso sexy.
Cabelos desengrenados.
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— Linda, não é? — falou o loiro com brinco na orelha direita. Esse era
menos forte, embora lindo também. — Onde mora? Podemos levar você até
sua casa.
— Acha que sou idiota? Nem os conheço. Vocês podem ser estupradores,
assassinos ou podem me vender como escrava sexual para algum fodido.
Minha amiga é policial, e ela está cansada de prender homens assim.
Os dois riram.
Pisquei.
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— Bom, é porque não é uma casa. Você é uma mulher de sorte, pois
acabou de chegar à sede do MC. Levamos você até ele, e prometo que não
sou nenhum estuprador, aliás, abomino esse tipo de coisa. Qual seu nome? —
perguntou Canon.
— Samira.
Não queria ir para a Taby despejar meus problemas, pois não queria
preocupá-la. Ainda mais depois de ontem à noite. Ela precisava de
tranquilidade e não de sua amiga reclamando por ter ido para a cama com o
cara que nos salvou.
Eu ajeitei meu vestido e entrei no clube. Dentro, tinha uma sala enorme
com mesa de sinuca, sofás e mesas. Tinha até um bar com várias bebidas na
parede. Estava tudo vazio, embora tivesse gente conversando do lado direito
do clube.
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— Nasx tem boceta nova para você! — gritou o babaca do Axl. — Se não
quiser, eu estou caindo dentro dessa raposa.
Eu dei um passo até ele com o taco nas mãos, a baixinha entrou na frente
como se fosse para protegê-lo, mas um homem alto, barbudo correu e veio
tirá-la do caminho. Acho que ele estava pensando que eu fosse bater nela.
Mas minha raiva estava em outro lugar. Eu já estava grilada. Era bom soltar
minha raiva.
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— Acha que eu transaria com você? Um cara que chama uma mulher de
boceta? Você só pode estar louco! Eu prefiro rodar bolsinha em uma esquina
a transar com alguém feito você, seu estúpido! — Cheguei perto dele e o
fulminei com os olhos. — Não falta pouco para quebrar esse taco em sua
cabeça e tirar esse sorrisinho de comedor de merda do seu rosto.
Eu notei que tinha vários homens no salão, e todos estavam rindo. O que
mais ria era o barbudo que estava abraçado a baixinha.
— Michael — falou ela olhando para o estúpido. — Axl? Por que trata as
mulheres assim? Somos pessoas com sentimentos.
— Talvez devesse cortar o que tem no meio das pernas e virar mulher
também para ser fodido! — rosnei. Eu sabia que estava com raiva e que não
podia descontar nele, mesmo sendo um estúpido.
O estranho era que ele não estava agindo assim na entrada do clube. Acho
que ele devia ter pensado que eu não viria se soubesse como ele era um
idiota.
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Michael estava debruçado de tanto rir, acho que ele tinha um rancor por
Axl.
Eu cortei.
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— Nada do que você vai acabar fazendo. — Sorriu Axl coçando a testa,
acho que minha cabeça acertou ali e não em seu nariz como queria. Que
pena!
Eu olhei para Nasx que estava nu, e o homem era bem-dotado. Possuía
uma tatuagem da fênix atrás nas costas musculosas e no meio estava escrito
MC Fênix. Na frente tinha uma âncora e tribal, e algumas outras enfeitando
sua pele branca.
— Desculpe, mas eu ouvi essa gritaria e... — Ele se cobriu e olhou para
mim. — Samira, o que houve?
— Eu só queria conversar.
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— Samira...
— Pare de dizer besteira, Axl! Nasx pode estar apaixonado por ela e você
fica dizendo isso — repreendeu a baixinha.
— Isy pode estar certa, pois ele parecia mesmo preocupado com ela —
disse outra mulher.
— Tânia, querida, ela não é dessas. Agora, será que posso conversar com
a Samira a sós? — Nasx tirou a mulher de cima de mim.
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Eu suspirei.
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Ele rugiu.
— Nasx está morto! Eu vou acabar com ele. — Seu tom era mortal.
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— Você não tem o direito de ameaçá-lo. Ele foi mais homem do que
você, que, por sua vez, desapareceu me deixando sozinha naquele hotel.
Ainda teve a coragem de deixar joias. — Eu ri amarga. — Como se eu fosse
uma prostituta barata que aceita presentes por uma maldita foda de uma noite.
— Samira, eu...
Cortei-o não querendo ouvir mais nada do que ele pudesse dizer.
— Não, escute você! Nós transamos e você foi embora sem dizer uma
maldita palavra, agora segue com sua vida e finja que nunca aconteceu nada
entre nós, porque vou fazer o mesmo, aquilo foi só uma foda de uma noite —
falei com aço na voz. — Agora adeus, e espero nunca mais vê-lo na minha
vida.
O telefone tocou de novo, mas ignorei, porque sabia que era ele.
— Ninguém...
— Sim, mas não vou falar com ele e nem você. — Tirei a bateria do
celular. Assim aquele idiota não ligaria mais para dizer besteira.
Ele suspirou.
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— Vou tirar a toalha. Se não quer ver pode fechar os olhos — falou
tirando a toalha. Ele vestiu uma calça jeans e camiseta, e sentou ao meu lado
no sofá.
— Acredita que acordei cedo quando fiquei com ele e o mesmo havia
desaparecido? Até aí tudo bem, pois significaria que ele não tinha gostado de
ficar comigo.
— Isso não está tudo bem! Ele devia ter sido homem e esperado você
acordar, ou talvez tenha acontecido algo para Dark ir embora sem dizer nada.
Porque ontem foi um dia cheio, sobre Jacov e tudo mais.
Eu sacudi a cabeça.
Nasx xingou.
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— Por favor, Nasx, não mexa com ele. Eu não quero saber nada dele, só
quero esquecer que um dia o conheci. — Eu me levantei também e peguei
sua mão.
— Tudo bem, mas por você. Eu ia levá-la para sair, mas hoje vai ser a
festa de aniversário da filha de Michael e Isy, então vamos comemorar e
esquecer tudo isso. — Ele tocou meu rosto.
Eu suspirei.
— Obrigada — agradeci.
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— Eu sou prostituta e adoraria ter uma joia tão valiosa assim. — Sorriu
uma mulher. — Mas falando sério, ele foi um tremendo canalha ao dar a
alguém que não é. Talvez, ele pensasse que você fosse gostar e não quisesse
insultá-la. Já pensou nisso?
Eu suspirei.
— Não o perdoe! Caras como ele você tem que esquartejar membro por
membro e fazer comer o próprio pau — falou Evy e piscou para mim. — Te
ajudo com essa parte.
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— Eu também. Como ele ousa dar uma pílula para você tomar? Ele é um
tremendo de um canalha — disse Isy. — Essa decisão deveria vir de vocês
dois e não só dele. Podemos acabar com esse salafrário.
— Kill tem razão, ainda mais depois de saber quem é o cara — falou
Nasx sentando do meu lado. Os outros homens fizeram o mesmo, cada um
em seu lugar.
— Não se preocupe, pois não vou ver Nikolai nunca mais, afinal de
contas ele mora na Rússia... e acabei de falar com ele pelo telefone de Nasx
mandando-o para o inferno. — Tentei soar tranquila, mas estava nervosa com
o que Michael tinha acabado de falar sobre o Nikolai. “Ele não pegava
mulher à força, elas quem imploravam para ele tocá-las”, pensei
amargamente.
— Não estou pegando nada. Falei com Nikolai ontem, que se ele
machucasse a Samira, eu iria acertar as contas com ele. E vou fazer assim que
eu o vir! — rosnou não parecendo estar com medo.
— Como vai acertar as contas com o chefe da máfia russa? Fora a parte
que o homem é uma fera nas lutas, melhor até que Jason e você perdeu para
ele.
— Você disse que falou com Dark pelo telefone de Nasx, como ele reagiu
sendo que foi você que atendeu? — sondou Dom.
— Bom, acho que ele disse que Nasx estava morto, mas Nikolai com
certeza disse isso só para não sair por baixo. — Eu vi preocupação nos olhos
dos homens. — Gente, por mais poder e mortal que ele seja, Nikolai não se
importa com isso. E também acredito que ele não mate a sangue frio um
inocente.
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— Quando Dark diz que algo é dele, ninguém toca ou estará morto —
disse Curt e olhou para Nasx. — Sugiro que você não invista nela ou
estaremos fritos. Nos livramos de uma guerra tem pouco tempo com ele por
causa do Capo Salvatore, ou talvez ainda aconteça. Então não queremos
entrar em outra.
— Por que esse Capo iria ter uma guerra contra Nikolai? São guerras de
mafiosos? E por que vocês estariam envolvidos?
— Isso não seria da sua conta — falou Axl com uma piscadela.
Michael riu, assim como alguns ali da mesa, ignorando a careta de Axl.
Ela sorriu.
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— Eu não concordo, mas tudo bem. E se não puder me dizer, está ok! Eu
só fiquei curiosa sobre essa guerra que mencionou. — Não precisava dizer
que eu estava louca para saber se Matteo corria perigo. E o que houve com
meu pai? E minha mãe? Zaira? Ela era a mulher que tomava conta de mim,
eu a amava. Até hoje sentia falta de todos eles, mas se eu aparecesse lá,
certamente seria presa eternamente, porque jamais conseguiria sair de novo.
Dominic suspirou.
— Mas vocês não tinham nada a ver com isso. Tinham? E essa irmã dele?
Ela está bem? — sondei.
— Ela está bem. Somos amigas. E não tivemos nada a ver com isso. Essa
Lisa era uma cadela sem escrúpulos. Ela me odiava, porque queria o Dom...
— Eu não entendo. Se vocês não têm nada a ver com isso, por que
Nikolai iria causar uma guerra por isso? A menina está bem. Então não
precisaria atacar ninguém, não é? Ele é tão monstro assim?
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— Querida, teve uma coisa que os Salvatore fizeram que eu não posso
contar, mas isso os levaria à morte, e Nikolai que seria o mandante — Nasx
disse. — E não é porque ele é malvado ou um monstro, mas por vingança.
Eu franzi o cenho. O que meu pai fez contra Nikolai para o mesmo ter o
poder de levar todos à morte? Eu só conseguia imaginar que foi ele ou o
velho fodido do irmão dele, aquele homem era um sádico. Matteo, eu sei que
jamais faria algo que levasse os Salvatore para uma guerra, ele e Luca, meu
primo, amavam essa origem e jamais fariam nada para prejudicá-los.
— A maioria dos homens aqui são grosseiros. Você devia ter conhecido
Dom. Grosso, safado, mulherengo e idiota, mas consegui domar a fera —
disse Evy. — Além disso, ele é maravilhoso na cama.
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— Não acredito que ele está aqui — falou uma morena. Acho que Júlia.
— Nunca o vi pessoalmente, mas todos dizem que ele é bastante poderoso.
Mas não disseram sobre ele ser gostoso e lindo.
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Eu segui seu olhar e quase ofeguei ao me deparar com alguém que não
imaginava que estaria ali.
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Eu notei Nasx querendo vir até mim, mas Shadow segurava seu braço
como se fosse para mantê-lo no lugar. Eu agradeci, mas fiquei com mais
raiva de Nikolai, por ele estar ali.
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Suspirei e fui até ele ficando de frente para Nikolai e seus homens.
Perguntei em russo o que ele fazia ali, o mesmo respondeu fuzilando Nasx:
— Eu vim matá-lo.
Ele falou em russo com seus homens para que esperassem lá fora. Todos
saíram sem dizer nada, o que deixou os MCs um pouco mais calmos.
— Você também devia ir, pois ninguém o quer aqui. — Dei as costas
para ele.
— Eu não dou a mínima se eles querem ou não. Eu não saio daqui sem
você — disse ao meu lado.
— Qual é o seu problema? Você me conheceu não tem nem 24h, então
não deve ser interesse, com certeza tem algo a mais, o que é? Me diz o que
quer, que eu te dou e você vai embora.
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— Bom, vamos ter um problema, porque eu não quero você e nada que
pertença a você! — rosnei vendo que ele estava com a caixinha azul, parecia
ser a mesma que deixei com o cara do hotel. — Muito menos isso! Leve e dê
para suas amantes.
— Os caras daqui falam mais palavrões do que eu, então essas crianças já
devem estar acostumadas. — Ele me olhou de lado.
— Então, por que me deu aquela joia? Aquilo que tivemos foi um erro
grande que não vai mais se repetir, então não precisava ter vindo aqui e dizer
que me quer — murmurei. — Mas devo dizer que perdeu seu tempo.
— Só acaba quando eu digo que acabou. — Seu tom era seguro ao dizer
isso. — Você é minha, Samira, e ninguém vai tocá-la ou eu juro que o mando
para o mundo de Hades1.
— Você acha que tem todo esse poder, não é? Acha que pode dizer isso
só por ser um mafioso?
— Sim, eu posso e vou fazer caso tenha ficado com Nasx. Ficou? — Pelo
seu tom, não era brincadeira.
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Meu coração gelou por dentro. Se eu dissesse que tinha ficado com ele só
para tirá-lo do meu pé, ele poderia matar Nasx, e eu não podia deixar isso
acontecer.
— Não, nós não ficamos juntos! — rosnei. — Mas também não quero
você.
— Eu te dei esse diamante, e você não aceitou. Por quê? — ele ignorou o
que eu disse e fez outra pergunta:
— Veja o que está escrito aqui? — Apontei para meu rosto. — Por acaso
está escrito, idiota?
— Acha que eu aceitaria um presente seu como pagamento por ter sido
fodida? — sussurrei esta última palavra. — Eu posso ter decidido transar com
você sendo que mal o conhecia, mas isso não lhe dá o direito de achar que
sou uma prostituta e tentar me pagar com joias.
— Foi isso que achou quando te presenteei com ela? — Seu tom pareceu
confuso ao levantar a caixinha azul em sua mão.
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Notei que Nasx parecia querer vir até nós, mas Shadow segurava seu
braço e falou algo a ele, como se estivesse o alertando. Achei bom, pois não
queria que meu amigo saísse ferido ou que algo acontecesse a ele.
— Para mim essa joia não é nada, pois se você quisesse mesmo agradecer
pela noite teria estado lá ao menos para dizer que não gostou do que tivemos
e que era para cada um seguir com sua vida. Um homem de verdade faria
isso, mas você...
— Cuidado! — avisou.
Eu não ia discutir com ele, mas esse cara me deixava irada, acho que isso
era pouco.
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— Eu precisei agir na operação contra Andrey Jacov, por isso saí sem
acordá-la. — Ele franziu a testa. — Você é sincera a todo o momento na sua
vida?
Evitei suspirar, porque ele tinha razão quanto a isso. Eu não era sincera
com ninguém há doze anos, assim como Lucy não foi comigo ao me
encontrar naquela praça. Na época, eu achei que ela havia me encontrado por
acaso, mas Giulia a ameaçou, que se ela não cuidasse bem de mim ou
chamasse a polícia, tanto ela quanto sua filha Luciana, morreriam. Lucy me
revelou antes de morrer. Obviamente que fiquei magoada com ela e furiosa
com Giulia por ter chegado a esse ponto, mas no fim me senti agraciada por
ter tido alguém como a Lucy na minha vida, que me amou.
ele estivesse dizendo a verdade, mas mesmo assim eu não podia ficar com
Nikolai. E se ele descobrisse sobre mim? O que eu faria? Meu segredo não
podia chegar aos ouvidos de ninguém. Muito menos a um chefe da máfia.
Talvez Nick acabasse me usando como barganha de algo contra Lorenzo. E
talvez no futuro ele descobrisse o que os Salvatore fizeram, o segredo que
Nasx não quis me contar, e me usasse para isso, mesmo eu não tendo nada a
ver.
— Acha que estou interessado pela sua amiga? Só fui protegê-la, porque
ela é importante para alguém que conheço — falou. — E eu não sabia de
você, só quando a vi presa. Achei que você estava na sua cidade, não a
acordei justamente para não aparecer em Manhattan ontem, mas não adiantou
e você foi sequestrada mesmo eu achando que você estava segura. Um erro
que não irá se repetir.
Meu coração estava balançado por isso, por ouvir a verdade da boca dele.
Evitei sua pergunta de não guardar segredos.
Eu arregalei os olhos.
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— Sim. Fui lá hoje, mas soube que estava aqui. Então vim buscar você.
— Isso não significa que vou com você. — Não gostava de receber
ordens.
— Por que está relutante? Eu te falei: quando eu decido que algo é meu,
ele é. — Nikolai meneou a cabeça de lado. — A partir do momento em que
você foi me procurar na boate e ficamos juntos, eu decidi que seria minha e
vai continuar assim. Avisei para ir embora enquanto podia, mas você não
quis, agora é tarde demais para mudar de ideia.
Ele suspirou.
— Você tem algo contra a máfia? Contra eu ser um mafioso? É por isso
que está tão hesitante em ficar comigo? — Seu tom saiu magoado no final,
mas tinha uma nuance ali que não entendi.
Notei que aparecia essa expressão indecifrável sempre que ele dizia a
palavra máfia. Eu não entendia o que era. O meu segredo certamente ele não
sabia ou já estaria me ameaçando, não é? Ou ameaçando Lorenzo como ia
fazer Jacov no navio.
— Eu falei os meus motivos para não ficar com você, mas não vamos
falar sobre isso agora, eu vou aproveitar a festa de Bella e me divertir.
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— Não terminamos ainda — alertou ele. — Assim que acabar a festa, nós
vamos ao meu hotel para conversarmos.
— De jeito nenhum que eu vou voltar a um hotel com você, da última vez
fui deixada sozinha com uma joia e um pacote de pílula do dia seguinte.
Como pôde deixar aquilo? Eu não quero ter filhos agora, mas aí você faz
isso? Deveríamos ter conversado sobre o assunto e tomado a decisão juntos, e
não só você...
Eu franzi a testa.
Ele suspirou e agora pareceu frustrado com alguma coisa, mas era eu
quem deveria estar assim e não ele.
— Não entreguei bilhete algum, eu só dei a joia ao Peter, e não achei que
precisava dizer algo após recebê-la. Pelo menos foi isso que papai sempre
dizia: a mulher é como uma joia, você tem que dar uma a ela todos os dias
para mostrar que ela é importante — ele disse. — E quanto a essa pílula do
dia seguinte? Eu não mencionaria isso, ainda mais através de um pedaço de
papel. Eu posso ser um monstro pelas coisas que faço, mas jamais mandaria
fazer isso sem consultá-la antes.
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Ele olhou o bilhete e sua expressão foi mortal, mais do que já era.
— Foi meu irmão, Alexei! É a letra dele. Mas depois acerto as contas
com ele. — Ele me olhou de lado. — Por isso está com essa raiva toda?
Achou que eu fui embora e ainda por cima escrevi isso?
Ela era uma morena linda e mãe de Ema, uma menininha fofa. Emy
olhava Nikolai conversando com Shadow e os outros, Nasx estava ao lado de
Michael, mas notei que Nick me olhava a todo o momento.
Ela estreitou os olhos para ele, mas vi dor neles, embora ela tentasse
esconder. Vivendo com a Taby e na máfia, eu aprendi a detectar quando
alguém tentava esconder algo, como a dor que acabei de presenciar nos olhos
dela. Eu estava confusa. Eles não moravam juntos?
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— O seu pau pode não levantar estando ao meu lado, mas garanto que de
outros homens levantam — disse ela com um sorriso. — Pergunte ao Logan
o quanto ele fica duro...
Sua frase foi cortada, acredito que devido a fúria do Daemon, que
podíamos sentir de longe. Ele nos deu as costas e subiu a escada pisando
duro.
— Ele não se importa com isso. — Ela bebeu uma bebida e olhou para a
Alexia, esposa de Bryan. — Ele gosta é de você.
— Porra! Eu não toquei nela, cara! — Ouvi Logan dizer, mas pareceu um
rosnado.
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— Você não vai lá. — Nikolai pegou meu braço e me puxou para a porta
dos fundos onde tinha algumas crianças brincando no jardim. Tinha homens e
mulheres de olho nelas, não sabendo o que podia estar acontecendo no andar
de cima.
Ele riu.
Suspirei, porque ele tinha razão quanto a isso, embora eu desejasse que
eles se entendessem de uma vez por todas.
— Você não tem mais nada de importante para fazer ao invés de ficar no
meu pé? — Eu me esquivei de seu toque. Com ele me tocando assim, eu não
falava com coerência.
— Não, pois nós precisamos conversar. Mesmo dizendo que não fiz nada
para magoá-la, ao que parece ainda está com raiva de mim.
— Eu ouvirei tudo o que tem a dizer, mas depois você volta para a Rússia
e não nos veremos mais. — Eu tinha medo de me entregar e me magoar de
novo.
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— Você pode viajar pelo mundo todo, mas quer ir passar suas férias em
Trenton? Comigo?
— O que eu quero está bem aqui na minha frente. Uma morena linda e
doce, mas quando fica irritada não há quem segure. — Ele me olhou de lado
com um sorriso deslumbrante. — Se não quiser sexo ou contato físico, eu não
vou questionar ou pegá-la à força, afinal de contas eu gosto da mulher
implorando para ser fodida.
Acredito que eu imploraria para ser fodida também se ficasse perto dele
nesse mês todo. Serei capaz de me controlar? Não. Até uma freira cairia e
nunca se arrependeria.
Mas antes que eu respondesse ou inventasse algo para ele ir embora, Nasx
apareceu na minha frente.
— Sam, está tudo bem aqui? — Nasx avaliava meu rosto para ver se eu
diria a verdade a ele ou não.
Ele era bastante protetor. Eu gostava disso nele, porque não era só
comigo, reparei como era leal não só com seus irmãos, mas com todos
também.
Antes que eu dissesse que estava bem e que não havia motivos para se
preocupar comigo, Nikolai rosnou como um leão:
— Isso não seria da sua maldita conta! — Ele deu um passo até Nasx
como se quisesse matá-lo, mas eu segurei seu braço.
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— Chega os dois! — Fiquei entre eles. — Não vão lutar um com o outro,
pois antes deverão passar por mim. Estão me entendendo?
Nasx riu.
— Ganhei a aposta.
Cortei.
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— Ok, entendi.
Ele riu de novo agora do meu rosto vermelho, mas o que chocou um
pouco foi que Nikolai também estava rindo de mim. Bastardo!
— Preciso ir embora — falei aos dois. Estava nos meus planos ficar ali
naquele fim de semana, mas agora com Nikolai comigo, eu teria que adiar
para ir passear com Emily noutro dia. Não queria que Taby soubesse que eu
estava com um chefe da máfia. Acredito que ela surtaria, e queria que minha
amiga ficasse calma e tranquila, ainda mais agora com ela grávida.
— Não precisa, pois serei eu a levá-la — cortou Nikolai. Pelo seu tom,
não foi só um aviso.
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— Veremos! Você tem meu número, e qualquer coisa me chama que vou
correndo — prometeu.
Eu me despedi de todos e fui embora com Nikolai, mas rezando para não
me arrepender dessa escolha mais tarde.
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Depois disso, nos tornamos melhores amigas, tanto que ela confiava em
mim para cuidar de sua filha Emily, a minha boneca fofa.
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Essas semanas foram um completo martírio para resistir a ele. Acho que
eu estava como uma drogada ao ver a droga todos os dias, porém lutando
para resistir. “Com o tempo eu não vou conseguir mais ”, pensei amarga.
Ainda mais depois de vê-lo assim desse jeito.
Ele sorriu travesso. Tão perfeito com suas covinhas de menino que eu só
pude ficar olhando admirada. O cara sabia o que me deixava no ponto de
gritar de frustração sexual.
Quando veio ficar comigo, ele disse que ficaria do meu lado, mas não me
tocaria até eu implorar. Contudo, eu não sabia que ele pegaria pesado para me
atrair andando, no começo sem camiseta, depois só de cueca boxer, agora o
deus grego estava nu.
— Esta cidade é muito quente. É muito incômodo ficar com roupas aqui
dentro. — Ele piscou com seu sorriso atraente. — Você já me viu nu antes, e
gostou muito. Tanto que implorava por mais de mim.
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— Se você não quisesse — terminou a frase. — Mas vejo como seu corpo
reage ao meu toque. — Ele colocou seus dedos em meu pescoço e desceu por
meu decote.
Eu estava usando um top e saia curta, antes era um vestido, mas como
decidi repaginar minha vida, então faria o serviço completo. Nikolai não
pareceu gostar quando me viu vestida assim semana passada, mas falei que,
se ele ousasse falar ou criticar sobre isso, era para ir embora da minha casa.
Às vezes, eu custava a acreditar que um homem como ele fosse real e que
estava ali do meu lado aceitando tudo o que eu falava. É claro que
questionava, acho que ele não estava acostumado com as pessoas dizendo
para ele fazer algo. Com certeza era Nikolai quem dava as ordens. Afinal de
contas, ele era o chefe.
— Nikolai...
— Você não quer sentir minha boca traçando esse corpinho lindo e
gostoso? Minha língua sugando seu clitóris com tanta fome e prazer? — Seu
tom era puxado ao sexy e me deixou de pernas bambas.
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Definitivamente eu era uma viciada, que recaiu ao vício que era este
homem. Queria ter forças para resistir a ele, mas não conseguia mais. Eu era
como uma corsa que ansiava por água, e minha sede era dele.
Eu o puxei para mim me rendendo ao seu toque, seus beijos, suas carícias
que me deixavam tonta, louca e viciada. Isso, eu era viciada e havia provado
dele só uma vez, há uma semana, mas parecia uma eternidade.
Gemi nos lábios dele e o apertei mais contra mim querendo-o inteiro logo
ou gritaria. Sua língua batalhava com a minha de forma enlouquecedora.
Senti suas mãos rasgarem minha calcinha e ele me colocou sentada na mesa.
Logo em seguida, ele estava dentro de mim, me consumindo. Trancei minhas
pernas em seus quadris apertando-o e querendo mais dele.
Eu não disse nada, aliás, nem voz teria, caso falasse, só tracei minhas
unhas em suas costas fazendo-o estremecer, mas não liguei, apenas queria
que ele matasse a vontade e o desejo que estava naquele momento.
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— Isso, querida! Eu quero ver o seu clamor, sua súplica pelo meu pênis
que está te consumindo. — Ele apertou minha bunda, amassando minhas
nádegas. — Goza em meu pau, coelhinha.
Suas palavras foram como um tiro direto no meu centro. Tão poderosas
quanto seu membro, que me estocava levando-me ao céu.
Eu estava a ponto de informar que ele era um trapaceiro por andar nu pela
casa, mas um cheiro me trouxe de volta ao presente.
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— Sua culpa por andar nu por aí — acusei. — Agora vou ter que ir sem
jantar, e você terá que comer por aí.
— Você bem que gostou, não é? — Ele me abraçou por trás beijando
meus cabelos.
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— Por que insiste tanto sobre a gravidez? Nikolai, nós nos conhecemos
há poucas semanas para pensar em filhos, geralmente as pessoas namoram,
depois casam, tipo, procuram ter uma estabilidade — falei com um suspiro.
— Você devia saber disso, ou melhor, querer isso.
— Por quê? Só porque sou chefe da máfia? Acha que não tenho poder
suficiente para proteger vocês dois?
— Não se trata de proteção, Nikolai, mas sim de ter certeza de que você
quer filhos, porque no futuro, se isso acabar, e eu tiver um filho... —
Gesticulei para nós dois. — Seria ele a pagar o preço, por ser criado com pais
separados. O que você desejaria a um filho seu? Sangue do seu sangue?
— Eu... — Notei dor em seus olhos, mas foi breve, depois ele abaixou a
cabeça.
Eu olhei para cima e me deparei com Nikolai vestido com calça social
esporte aberta e uma arma apontada para o banheiro, caçando inimigo.
Eu o fuzilei.
— Ainda pergunta? Quantas vezes, eu vou ter que dizer para não deixar
meu banheiro sujo? Toalhas jogadas, roupas espalhadas e o lugar molhado?
Essa não era a primeira vez que discutíamos sobre a sua falta de
organização. O cara era um tremendo de um bagunceiro. Ele não arrumava,
até eu berrar com ele. Depois disso qualquer bagunça que fazia, o mesmo
limpava tudo.
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— Jura?
— Prometo estar lá. Jamais faltaria. — Sorri indo atender uma mesa de
jovens.
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Nikolai não veio hoje, porque insisti para que não viesse. Todas as noites
que ele vinha e via os caras mexendo comigo, eu podia ver sua expressão
assassina. Para não haver mortes, eu o mandei ficar em casa.
Sorri educada.
— Estou fora do mercado, mas logo vou trazer as bebidas a vocês. — Saí
dali não dando muita atenção. Vai que Nikolai apareça aqui e cerre os
punhos, ou melhor, puxe sua arma.
Eu revirei os olhos.
— Não. Eu falei para ele ficar em casa já que o homem parece querer
matar todos que se aproximam de mim. — Suspirei. — Você viu isso na
última vez.
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Eu encolhi os ombros.
— Sim, mas não sei o que ele sente por mim — respondi. Não sabia bem
o que sentia, mas já era forte. Mas prometi a mim mesma que só viveria o
momento, e pensaria no futuro depois.
— Pelo jeito que ele te olha e a forma que o mesmo age com os homens
que dão em cima de você, não me parece que ele não se importa, ali tem algo
a mais que apenas uma ficada — comentou ela.
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— O que você quer? Diga que eu faço. — Ele deu um chupão no meu
clitóris e gritei. — Quer meu pau? Está faminta por ele?
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— Sim...
— Darei o que você quer, minha linda. — Logo em seguida, ele estava
dentro de mim bombeando com tanta força que meus gemidos e rugidos eram
altos quase constrangedores, mas eu era incapaz de não os soltar.
— Nossa! Você é bom — falei depois que voltei a respirar, embora com
dificuldade ainda.
— Não — sussurrei.
— Que bom. — Seu tom era divertido enquanto me soltava. — Achei que
precisava usar as minhas artimanhas para demonstrar meu talento na cama.
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— Por que não me convidou para ir com você? — Seu tom parecia
diferente, como se eu o tivesse magoado ou coisa assim.
— O quê? — Voltei meus olhos para ele, que estava escorado no batente
da porta do banheiro.
Eu não queria que ele fosse embora para a Rússia, pois já estava
acostumada com sua presença, seu toque, seu cheiro que me deixava
alucinada e eufórica. Fora seus talentos na cama.
Entretanto, eu sabia que isso não era para sempre, porque tinha um limite
de tempo com Nikolai. Então ele iria embora. Toda vez que eu pensava sobre
isso, o meu coração dava batidas doloridas, como se estivesse dando nós.
Eu franzi a testa.
— Não tem nada a ver com a máfia, Nikolai, e sim com o que estamos
fazendo. — Gesticulei entre nós dois ainda nus.
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— Foder?
— Não foi isso o que eu disse — falou com tom sério. — Então você
pensa que o que temos é só sexo? Que todo esse tempo nós só fizemos isso?
Ele chegou perto de mim sem tirar os olhos preciosos dos meus.
— Sim. — Depois ele me beijou com fervor e paixão, que achei que
estava entrando em combustão. Suas mãos apertaram minha bunda
imprensando mais meu centro contra o membro duro dele. Logo em seguida,
eu estava me rendendo a este homem fabuloso esquecendo-me dos meus
medos.
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— Não acredito que veio! — gritou Mary chegando até mim. — Estava
pensando que teria que ir lá buscar e tirar vocês dois da cama.
Nikolai riu.
Eu sabia que ele tinha uma irmã chamada Irina, mas não cheguei a
conhecê-la.
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Mesmo vendo quanto dinheiro possuía esse lugar, eu não senti inveja,
porque não era algo que sentia saudade do meu mundo, ou melhor, da antiga
vida que eu tinha antes de ser abandonada.
Sorri.
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Assim que me conheceu, ele quis ficar comigo, mas como sempre, eu não
quis, aliás, eu dispensava quem se aproximasse de mim, não sentia nada em
relação a ninguém, só por Nikolai.
Pela cara fechada de Nikolai, ele sabia que Romy já tinha dado em cima
de mim ou suspeitava disso, porque sua expressão se tornou sombria como a
de um assassino em série.
Ele me cortou.
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— Você tem namorado? Mas Any não disse nada. — Franziu os lábios
como se estivesse com dor. — Eu preciso ir...
— O cara está com dor de cotovelo por você ter um namorado. E logo
minha futura esposa e mãe dos meus filhos.
Eu ri nervosa.
— Acho que você está sonhando alto demais. Eu não quero me casar
agora e muito menos ter filhos. — Minha aversão a isso era justamente
porque se eu estivesse na máfia seria obrigada a fazer. Então queria namorar
sem compromisso.
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— Você prefere realizar isso a ter uma família? Do que ficar comigo para
sempre?
Não queria pensar nele agora, ainda mais se fosse perdê-lo depois. Isso
era algo que não queria pensar nesse momento.
Ele sorriu com candura e alisou meus cabelos que estavam soltos nas
costas.
— Na minha vida inteira, eu fui fraca, talvez por isso aqueles homens
tivessem me sequestrado, não é? Uma presa fácil. Eu achei que fosse por isso
o apelido que me deu, talvez me achasse uma presa fácil — murmurei, por
isso lutava contra o que sentia por ele, temendo que isso fosse verdade.
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— Ainda pensa assim, Samira? Você é linda, por isso esse cara está
apaixonado e fez tudo por você para que realizasse seu sonho. — Ele trincou
os dentes olhando para Romy perto da porta da casa. — Algo que não quero
pensar para não matá-lo.
Pisquei chocada.
Remexi-me com suas palavras que foram direto para o meu centro. Tanto
que achei que gozaria na calcinha, tamanho era o atrito com o som da sua voz
grossa e sensual.
— Nikolai...
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— O que foi? Posso te aliviar se você me pedir. — Sua voz parecia mel
derretido.
Nikolai suspirou.
— Isso não é verdade. Ele não pode ter feito isso. — Minha voz falhou,
porque queria ser reconhecida pelo meu trabalho e não com ajuda de
ninguém.
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— Feliz? — rugi sem alterar minha voz, mas estava grilada. — Não
quero ser reconhecida por ninguém dessa forma, e sim pelo meu trabalho.
— Eu não sei, mas acho que é por causa do meu passado. Quando vejo as
imagens lembro-me de como fui abandonada por minha mãe... — Minha voz
falhou, não queria falar com ele, não ali.
— Qual delas? — Ergui as sobrancelhas para ele, mas respondi antes que
dissesse algo. — Giulia, eu não sei, e também não quero saber nada dela. Já
Lucy, morreu há três anos, quando eu morava na Rússia. Por isso, eu vim
para a América. Após sua morte ficou bem difícil viver lá.
— Obrigada por estar aqui hoje. Eu não queria ter vindo sozinha, embora
não pensasse em te chamar, mas queria que viesse.
Ele sorriu.
— Seu prazer é uma dádiva para mim — falou com um tom quente na
voz.
— Você acha que, por eu ser da máfia, não devia dizer a garota que gosto
o que realmente ela é?
— Samira.
— Oi, raio de sol — falei para Emily. — Não é tarde para você ficar ao
telefone?
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— Sim, mas a mamãe está aqui ao meu lado. Coloquei no viva-voz para
ela ouvi-la também — disse ela com ansiedade. — Estou sentindo sua falta,
mas meu papai disse que, assim que chegar de viagem da Rússia, ele vai me
levar aí.
— Eu também sinto sua falta, princesa, pode vir que ambas vamos nos
divertir bastante. Assim poderemos passear com o seu cachorro, já que não
pude da outra vez — falei. — Agora posso falar com sua mãe um segundo?
Ela riu.
Eu entrei em casa junto com Nikolai, que estava ao meu lado falando com
alguém ao telefone.
— Mas não fui violentada, graças a você e ao gato loiro que me salvou.
— Não mencionei que conhecia Nikolai, e nem que estávamos fodendo igual
coelhos. Vou ter essa conversa com ela, mas não agora, talvez depois que eu
soubesse o que estava fazendo.
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— Não fale a ela que eu estou com você — pediu ele baixo, para Taby
não ouvir.
Meu peito deu um aperto insuportável que mal consegui falar, mas me
recuperei. Deixaria para lidar com ele, interessado por minha amiga depois,
assim que o mandasse para o inferno. Não ia transar com um cara que estava
querendo a Taby. Ele disse que a protegeu no navio, porque ela era
importante para alguém que ele conhecia, mas talvez isso fosse tudo mentira.
— Mas não sou eu que estou grávida e fui enfrentar um exército fodido
de mafiosos. Uma pena todos não estarem mortos.
— Nunca imaginei você dizendo isso das pessoas. — Riu ela. — Mas
falando sério, preciso ir à Rússia esse fim de semana.
— Você vai porque Jason está lá? — Emily tinha mencionado há pouco
tempo que ele estava na Rússia, talvez estivesse lutando. — Você vai
sozinha? Talvez possa ir com você, assim visito minha irmã.
— Não! — falou Nikolai para mim e seu tom não parecia um pedido.
Franzi o cenho.
— Nikolai?
— Sim, eu descobri que ele é o meu irmão. Sebastian disse a ele que eu
estava grávida, por isso que ele foi lá naquele dia, para me salvar no navio
— falou parecendo feliz com a ideia de ter um irmão.
Evitei ofegar, mas queria fazer isso, porque foi um choque descobrir que
Nikolai e Tabitta eram irmãos. Ele com certeza sabia, eu podia ver isso em
seus olhos estreitos com o que Taby e eu estávamos conversando.
— Ele é chefe da máfia russa, por isso vão todos, embora eu saiba que
ele jamais me machucaria, afinal de contas, Nikolai me salvou. Mas isso
deixa Jason tranquilo e faço qualquer coisa por meu homem.
— Nasx vai ficar bem lá? — Essa pergunta era mais para Nikolai do que
para Taby.
— Acredito que sim. Vai dar tudo certo, mas o que você tem com Nasx?
Vocês estão transando? — sondou. — O cara é um deus do sexo, assim ouvi
dizer... — Ela praguejou baixo — Ai, mas que droga Jason! Estou falando o
que ouvi.
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— Você é irmão da Tabitta? Por que não me disse antes? Então você não
é filho dos Dragon?
Ele estava tão carinhoso e romântico hoje. O que houve? Notei enquanto
falava com Taby que Nikolai recebeu uma ligação. Foi ela que o deixou
assim transtornado ou talvez isso seja só uma desculpa da minha cabeça para
não enxergar que fui abandonada e humilhada mais uma vez pelo mesmo
homem.
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Passou uma semana desde que Nikolai havia saído da minha vida. Fiquei
em meu apartamento sem sair para canto nenhum, só para o serviço e
faculdade, apenas pintava direto, acho que tinha uns quinze quadros ali.
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Liguei para Mary e Anabelle, e fiquei de encontrá-las lá. Não falei com
elas sobre o fim do meu relacionamento com o Nikolai, mas pretendia contar.
Do carro, saíram três caras, um deles era loiro de olhos... acho que azuis,
os outros mais morenos, embora eles se parecessem com russos, e confirmou
após alguns segundos quando falaram comigo no idioma:
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— Veja como fala do chefe, sua atrevida! Eu estou aqui a mando dele; e
se fosse por mim, te mandaria com passagem só de ida para o inferno! —
sibilou ele mortalmente.
Eu não sei se era a raiva ou a adrenalina que me fez fazer o que fiz, ou
talvez estava só sendo estúpida mesmo, mas havia raiva demais em meu
sangue para não fazer o que pensava.
Acredito que os deixei chocados com minha atitude, mas não liguei.
Eu não disse nada, apenas gritei mais alto para chamar a atenção dos
seguranças que logo apareceram armados. Eu corri na direção deles deixando
os homens de Nikolai de boca aberta, embora o de olhos verdes trincasse os
dentes, mas não dei a mínima.
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Os outros dois que estavam com ele, começaram a tirar as armas, quando
o de olhos azuis falou em russo:
Uma parte de mim ficou feliz com Nikolai se importando comigo, não o
bastante para impedir que os policiais levassem esses homens da minha cola.
— Esses homens querem me levar com eles, por favor, não deixem isso
acontecer — supliquei com tom puxado querendo chorar.
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Queria falar com Ray sobre o que ele fez, mas o mesmo estava na França
em um congresso. Assim que chegasse, eu perguntaria sobre o que fez e
sobre Nikolai mencionar que Ray me amava.
— Liguei para você Samira, para dizer que suas obras foram vendidas
para uma única pessoa — disse Divã, o gerente da galeria chegando até mim.
Ele era um senhor de meia-idade, gente fina.
Acho que parei de ouvir no momento em que ele disse o nome do meu
irmão, tanto que esqueci até de Nikolai. Torci para que ninguém me achasse,
mas vi que não tinha como me esconder da máfia. Meu pior pesadelo
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Lily,
Você não sabe o quanto sofri pensando que estivesse morta, mas, graças
a Deus, descobri que está viva. Olhando para essas telas, eu vejo o que
pensa do nosso mundo e do que passou nele. Prometo que vou mantê-la
segura, não deixarei que ninguém saiba que está viva, assim não precisará
voltar ao nosso mundo.
MS
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Acho que meu coração parou de bater devido a bomba nuclear que acabei
de saber.
Agora entendia o grande segredo que Nasx não quis dizer no clube do
MCs em Nova York. Lembro de ele ter mencionado que os Salvatore tinham
feito algo contra os Dragons, que se Nikolai soubesse iria acabar com toda a
raça da minha família.
Oh, Deus! O que eu faria? Por que papai fez isso? Por que Giulia não
disse a eles que eu estava viva, e que foi ela que me abandonou, além disso,
ameaçou minha mãe adotiva para que a mesma cuidasse de mim? Não
entendia o motivo de ela ter deixado meu pai matar os pais de Nikolai sendo
que eles não tinham nada a ver com meu sumiço.
Quando soube que Taby era irmã dele, eu pesquisei sobre o que houve
com Nikolai, já que o mesmo não quis me dizer que ele era adotado e que era
irmão da Taby, e filho de Sebastian Ruiz. Então, eu soube que ele realmente
havia sido adotado pelos Dragons, e que Nick os adorava. Agora, eu descubro
isso? Que foi meu pai que matou os pais dele?
Eu nem vi a hora que cheguei em casa, também não notei que não estava
sozinha até ver um vulto na minha sala, e vozes da gravação do shopping
passando no meu notebook e um Nikolai sentado no sofá assistindo-me
bagunçar meus cabelos e gritar chamando por socorro.
— Não achei que fosse uma ótima atriz até ouvir o que fez e ver
pessoalmente essas imagens — falou assistindo-as, mas seu tom foi de
crítica.
Ofeguei de susto e também por saber um segredo que não podia contar a
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ele, não, se não quisesse que toda a minha família pagasse o preço. Não
importa se eu não estava lá, eles sempre seriam meus parentes e eu sempre os
protegeria. Até mesmo Giulia que deixou esse desastre acontecer e não fez
nada para impedir.
Joguei esse segredo no fundo da minha mente, não só para salvar minha
família, como para proteger Nikolai, porque se houvesse uma guerra entre
máfias, as duas iriam sair bem destruídas, e eu não queria que isso
acontecesse de forma alguma com nenhum deles nem mesmo com Nikolai
que brincou comigo. Imagina se ele soubesse quem eu era?
— Que maldição faz na minha casa? Como entrou aqui? Aliás, como
você tem as minhas chaves? — rosnei com raiva indo abrir minha porta de
novo. — Vai embora e não volte mais.
O desgraçado nem olhou para mim. Agiu como se eu nem falasse nada.
Isso me deu mais raiva e nem vi a hora que voei em cima dele com meus
punhos cerrados, mas o cara tinha bons reflexos, porque segurou meu braço e
me rodopiou me deitando no sofá pairando em cima de mim, prendendo as
minhas mãos para cima e sentando em meus quadris.
— Seu filho da puta! Eu quero que vá embora agora, ou eu juro que vou
gritar até os vizinhos chamarem a polícia e prendê-lo assim como os fodidos
dos seus homens — rosnei querendo me soltar, mas ele era bem forte.
— Você acha que isso é brincadeira? Sabe a fúria que Alexei vai estar
assim que nossos advogados o tirarem da cadeia pela acusação de sequestro?
E você por falso testemunho? Então me diga, Samira, por que fez aquilo com
eles?
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— Por que mandou eles me seguirem? Aliás, por que está aqui mesmo?
— grunhi mostrando os dentes a ele com raiva.
— Você está furiosa. Tem a ver com as palavras que eu disse quando fui
embora? — Não era uma pergunta e sim afirmação. — Eu tentei ligar, mas
você não aceitou nenhuma das minhas ligações.
— Eu não quero ouvir! Eu quero que você suma da minha frente. Saia de
cima de mim, seu fodido de merda! — sibilei.
Ele se encolheu com minhas palavras, mas logo voltou a ficar sério.
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— Amante? Você nunca foi uma amante para mim, Samira. Eu só não
consegui ficar longe de você. Mandei Alexei e seus homens para saber como
você estava e se estava segura, mas então você os viu e fez isso. — Ele olhou
para o vídeo. — Meu irmão está uma fera.
— Eu não vou? — disse Alexei entrando na casa. — Sabe o que tive que
aturar na delegacia? Quantas horas eu tive que ficar lá... sua...
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— Acha que tenho medo de você? — Fui dar um passo até ele, mas
Nikolai segurou meu braço. Embora fosse injusto da minha parte fazer o que
fiz, mas estava com raiva demais na hora. E também ia pedir desculpas, mas
agora não mais, não com seu jeito petulante.
— Pode me deixar a sós com meu irmão? — falou para nos impedir de
atacarmos um ao outro.
Suspirei, mas assenti. Estava esgotada demais com tudo que descobri,
tanto de Matteo quanto de Nikolai. Passei a semana inteira com raiva dele
para agora descobrir que o mesmo fez aquilo para me deixar salva dos
inimigos dele, que com certeza não eram poucos. Homens como ele possuíam
muitos desafetos.
Meu coração estava martelando nas costelas, devo dizer que fiquei
balançada por saber que ele gostava de mim, e que só me afastou para minha
proteção.
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Eu levantei os olhos para ele e contemplei a bela vista dele nu com toda
sua glória dura e exposta para mim saindo pré-gozo. Fui até Nikolai e o beijei
me rendendo e não querendo pensar em nada que não fosse apenas nós dois
ali naquele momento.
— Que bom. Promete que não vai mais me magoar? Se quiser me afastar
basta dizer que acabou, e que não me quer...
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— Estava com saudade de sentir seu cheiro, seus beijos e ter você para
mim de novo — falou mordiscando meus lábios enquanto bombeava mais
dentro de mim, me levando ao limite.
Ele sorriu. Tão lindo que eu só pude ficar olhando maravilhada com
tamanha beleza, e que essa pessoa era minha.
Eu dei de ombros num gesto de que ele não estava realmente fazendo,
mas, porra, se esse homem ficasse melhor do que já era na cama, eu andaria
torta por semanas, mas não ligaria.
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Todo esse tempo saindo com Nikolai eu não tinha ido para Moscou, na
sua casa. Na verdade, estava mais para uma mansão. Com três andares e
repleta de vidros que iluminavam o ambiente deixando o lugar alegre. O
portão era de ferro grosso e com homens o vigiando, armados e atentos a tudo
a sua volta.
Durante esses meses, Nikolai vinha me chamando para morar com ele ali,
mas sempre tive dúvida, não em relação a ele claro, pois eu era louca por ele,
mas eu teria que deixar tudo que construí na América para trás, e viver
naquela vida de mafioso novamente. Só de pensar nisso, eu tremia por dentro,
porque isso era algo que eu não queria mais. Voltar para aquela vida na
máfia.
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Entretanto, por Nikolai, eu era capaz de deixar tudo, até os meus sonhos.
Cinco meses e eu já não podia viver sem ele de forma alguma. Quem diria
que eu estaria indo viver uma vida que odiava na máfia só por amor? E que
Nikolai finalmente conseguisse o que queria? O inevitável aconteceu, eu me
apaixonei por ele de forma irrevogável e acreditava que não teria mais volta.
Ontem, quando eu disse que vinha na sua casa, porque precisava contar
uma novidade a ele, eu senti sua voz estranha como se não estivesse se
importando comigo indo lá ou não. Mas devo ter me enganado. Porque
quando nos tocávamos e nos amávamos em nossa cama, eu sentia que ele me
queria tanto quanto eu, afinal de contas, ele não me pediria para viver com ele
se não me amasse também.
Depois de vê-lo, eu esperava ir à cidade onde fui criada para visitar minha
irmã Lúcia. Eu sei que tinha algumas lembranças ruins de Moscou, porque
foi ali que minha mãe Giulia me deixou, mas isso não tirava a alegria de estar
com Nikolai.
A felicidade de contar sobre o nosso bebê era tanta que não ligava para as
lembranças. Esperava que ele ficasse feliz com esta notícia assim como eu
fiquei. Estava um pouco nervosa porque, quando ficamos juntos a primeira
vez, o seu irmão idiota deixou os comprimidos para eu tomar caso ficasse
grávida já que Nikolai e eu não usamos proteção.
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Mas Nikolai disse que se eu engravidasse nós dois estaríamos juntos para
criá-lo, aliás, o mesmo insistia para eu engravidar. Era eu que pensava que
não estava pronta para ser mãe, mas nosso bebezinho já estava em meu
ventre e quando Nikolai visse o ultrassom iria amá-lo.
Assim que entrei e os vi juntos, a dor que senti foi tão forte que fiquei
sem respirar por alguns segundos, enquanto presenciava aquela cena diante
dos meus olhos. Porque o vendo com aquela mulher, eu pude perceber que
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Eu quase ri, mas o que podia esperar dele? O chefe da máfia vivia
cercado de mulheres lindas. Um homem cercado de tudo que era proibido,
quando que ia se firmar comigo? Por isso ele nunca disse que me amava,
porque não sentia de fato isso por mim. Nunca sentiu.
Ele se remexeu na cama e apertou seu braço direito, que estava sobre a
garota, dormindo ainda, e a beijou na testa.
— Bom dia, linda. — Sua voz estava rouca pelo sono ou desejo, eu não
sabia. A menina não se mexeu, então devia estar dormindo ainda.
Ele fazia o mesmo comigo sempre que dormíamos juntos e logo fazíamos
amor. Eu amava esse lado amoroso dele. Mas, pelo visto, ele mentiu sobre
isso também, porque ele disse que não tratava as mulheres assim após o sexo,
aliás, o mesmo falou que nem dormia com elas. Eu tonta, acreditei e fiquei
feliz por saber que eu era única.
Ofeguei, acho que foi alto, porque ele sentou na cama e me olhou parada
perto da porta, em choque.
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— Não vai dizer nada? Só vai ficar aí olhando para mim como se eu
tivesse traído você?
— Você disse que, enquanto estivesse comigo, não ficaria com outras
mulheres. — Minha voz era só um sussurro.
— Oh, sim, sobre isso. Veja bem, coelhinha, eu vou contar uma história a
você, mas acredito que já saiba. Quando eu era bebê fui adotado pelos
Dragons, eles me amavam até serem assassinados pelos malditos Salvatore.
— Seu olhar era frio. — Aquele desgraçado do Lorenzo os matou, porque
achou que eles tinham matado a filha dele. — Ele levantou um papel, o
mesmo que Matteo me enviou. — Mas você sabia disso, não é? E não me
contou.
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Acredito que faltou ar nos meus pulmões. Então ele havia encontrado o
papel onde estava escrito que meu pai matou os seus por pensar que eu estava
morta? Então, por que ele não me disse nada sobre isso? Ao invés disso me
deixou vir até aqui para presenciá-lo com outra.
Ele continuou, porque eu não conseguia falar nada, não com o que
descobri.
Eu me afastei sentindo medo dele. Nunca imaginei que sentiria isso por
Nikolai, mesmo sabendo do que ele já fez e fazia nessa vida de submundo.
Esse diante de mim era vingativo, e não o homem que eu amava e que tinha
me salvado da máfia russa uma vez.
— Acredita que Lorenzo Salvatore fez uma seita para se vingar usando
garotas inocentes? — Ele me avaliava com raiva. Raiva era pouco e sim,
ódio.
Ele tinha razão quanto a eu ser filha de um chefe da máfia. Já era para eu
ter falado sobre isso com ele, mas tive medo de Lorenzo descobrir sobre mim
e o matar. Fiz isso para protegê-lo.
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Ele estreitou os olhos diante do meu tom neutro, embora fosse muito
difícil me controlar, porque algo em mim dizia que eu não ia gostar do que
ele tinha a dizer sobre meu pai.
O solavanco que deu em meu coração foi alto que dava para ouvir do
outro lado da cidade. Porque eu custava a acreditar que o homem que um dia
amei fazia essas coisas, embora soubesse que na máfia não existia bondade,
mas isso?
Oh, Deus! É mais do que desumano. Como ele pôde fazer isso com
crianças só por algo que eu disse? Lembro-me de dizer a ele para não me
deixar casar nova e sim com dezenove anos, ou se caso eu casasse se ele
podia fazer o meu futuro marido me deixar virgem até lá. Porque eu não
pretendia ficar lá quando fosse adulta e sim fugiria. Mas ele fez essa
abominação só porque eu disse isso? Então era minha culpa o que houve com
essas meninas? Ele é um monstro!
Eu não sabia que tinha dito esse final em voz alta. Eu fitei seus olhos
azuis, mas tão escuros e distantes como um abismo.
— Quando eu soube que você estava viva e que tinha outro nome, eu fui
para Trenton te observar e fazê-la se apaixonar por mim...
— Sim, eu sabia que passava todos os dias àquela hora, e fiquei lá para
que pudesse me ver e se interessar por mim... eu ia fazer meus avanços, mas
você veio até mim — falou me olhando. — Você sabia quem era e não disse
nada para mim, não me falou que você era uma maldita Salvatore! — rosnou.
— Eu perguntava direto se tinha algo para me dizer, pois esperava que
abrisse o jogo, mas nunca fez. Esperava que me contasse sobre o bilhete do
seu irmão, mas mesmo assim não fez.
— Você sabia sobre mim e do que Lorenzo fez e não me contou nada. E
agora vem me acusar de não dizer nada? — sibilei com raiva e dor, um
sentimento nada bom. — Você viajou um maldito oceano para se vingar de
mim, ao invés de ir lá e acabar com ele. Ao invés disso veio em cima de
mim?
— Se a puta de sua mãe não tivesse dado você a outra família, os meus
pais estariam vivos! — gritou com raiva e dor na voz, e também ódio e não
era pouco.
— Lamento pelo que houve com seus pais, mas eu não tive culpa. Você
não tinha o direito de se aproximar de mim e me fazer amá-lo para depois
fazer isso. — Gesticulei para a garota ainda na cama, mas calada. — Você
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me fez desistir dos meus sonhos e tudo para quê? Por uma droga de
vingança?
— Você precisava sofrer igual eu sofri. Sabe o sacrifício que foi ficar
com você? Dormir e transar com a filha do homem que matou meus pais?
Nem com todas as mulheres depois de você, eu conseguia fazer sumir seu
toque repugnante e poluído — sibilou entredentes. — Não sabe a repulsa que
tive ao tocá-la. A raiva e ódio de vê-la todos os dias e não a matar.
Eu dei um passo para trás como se ele tivesse me batido no rosto, doeria
menos do que essas palavras que ficarão gravadas no meu cérebro para
sempre. Isso explicava ele transar comigo, um homem elegante e cercado de
tudo. Quando iria olhar para mim sem ter segundas intenções? Ele jamais iria
se apaixonar por alguém como eu, uma simples estudante e filha do assassino
de seus pais.
Eu sabia que as lágrimas estavam pelo meu rosto, descendo por minha
bochecha. Não consegui segurá-las para esconder a dor dele, estava visível
em meus olhos. Eu me virei e saí correndo.
Nunca fui tão destruída como estava naquele momento. Assim que passei
pela sala Alexei entrou com duas mulheres, uma em cada lado dele.
— Trouxe mais duas mulheres para a nossa festa — disse ele ao Nikolai,
que me seguiu.
Eu percebi que estava prestes a vomitar com toda aquela maldita orgia.
— Coelhinha...
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Eu parei na porta e olhei para ele perto da escada sem camisa e short, mas
não reparei, porque tudo em mim morreu, e foi ele que me matou.
— Eu...
Cortei furiosa.
Eu expirei e continuei:
— Eu não contei nada sobre quem eu era a você para protegê-lo deles, e
não por medo de perdê-lo ao descobrir sobre quem eu sou. Porque, quando
eles descobrissem sobre mim, não ia existir mais nós dois, eles teriam meu
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Eu corri porta afora sem saber como eu ia embora, porque tinha vindo de
táxi e o havia dispensado pensando que ficaria o fim de semana com... Como
fui estúpida por confiar naquele cretino desgraçado!
A única coisa que queria agora era sumir, desaparecer do mapa, mas
mesmo com isso, a dor nunca iria embora. Oh, Deus! Uma maldita vingança!
Suas palavras ainda estavam entranhadas em meu cérebro, consumindo-o.
— Seja forte pelo seu filho — falei a mim mesma. Eu avistei um carro
que, para a minha sorte, a chave estava nele. Liguei e parti não ligando para
saber de quem era, só pisei no acelerador. O portão se abriu para eu sair com
o carro. Acho que eles pensaram que era o dono do carro, mas não dei
importância. Assim que saí pisei no acelerador querendo ficar o mais longe
dali.
Estava tão distante e com lágrimas nos olhos que não vi que estava sendo
seguida, só quando as balas soaram contra a lataria do carro. Fiquei feliz pelo
carro ser à prova de balas ou eu já era.
“Oh, Deus! Será que ele resolveu me matar agora? Já não foi o suficiente
me machucar, enfiar as mãos em meu coração e esmagá-lo? Pelo visto não”,
pensei amarga. Eu segurei e tranquei minha dor, pois estava com mais medo
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desses caras atrás de mim querendo me matar. Por quê? Não fazia ideia.
Eu acelerei mais o carro para fugir desses caras, mas eles eram bons, devo
admitir. Não podia deixar nenhum deles me pegarem, precisava arranjar um
jeito de sair dessa pelo meu filho. Ele era a única coisa que me faria ter forças
para seguir em frente após essa queda que tive na minha vida.
Um telefone tocou, e não era o meu, mas não estava solto e sim enfiado
no painel do carro luxuoso. Eu já tinha visto esse modelo de carro antes, nas
revistas, Koenigsegg2, acho que se chama assim. Quem fosse o dono devia
estar surtando por eu ter pegado o veículo, mas não liguei.
— Não se preocupe, pois ele não é seu! Pode ficar tranquilo que não vou
atrás de pensão, eu não quero seu maldito dinheiro! — rosnei.
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Ele suspirou.
— Samira pare de falar. — Seu tom parecia assustado e sua voz tremeu.
— Isso é tiro?
— Como se você não soubesse que eles são seus homens, seu
desgraçado! Por que não me matou enquanto eu estava aí? Se queria se
vingar tanto assim devia ter puxado o gatilho você mesmo...
Cortei gritando:
— Não vou ouvir nada! Vá para o inferno, aliás, todos vocês! Eu vou sair
dessa e juro por Deus que não quero ouvir falar de você de novo.
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— Estão atirando nos pneus, acho que para fazer o carro capotar comigo.
— Minha voz tremeu e acelerei mais.
— Aperta o botão azul perto do volante. É uma proteção que fiz no caso
de isso acontecer comigo. Se eu tivesse aí, eu mataria esses desgraçados! —
disse Alexei.
— Oh, oh, oh, mas que porra! — gritei olhando para a barricada de carros
que estava diante de mim cercando a rua.
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Eu o cortei furiosa:
— E você não? Quer saber? Eu não vou morrer aqui, não antes de sumir
da Rússia. — Olhei para o lado e vi as árvores onde cabia o carro, então virei
de uma vez quase capotando o carro, mas o firmei e entrei na mata desviando
das árvores. Os carros pararam na estrada e todos me seguiram a pé com as
armas. Bom, eu estava no carro e correndo o risco tanto de ser morta a tiros
como também peitando nas árvores na minha frente. Com certeza foi por isso
que eles vieram a pé.
— Entrei na mata, oh, merda! Tem o mar à frente e eles ainda estão atrás
de mim. — Minha voz tremeu. Isso explicava o fato de eles terem vindo a pé.
Eu estava cercada. — Você devia ter atirado em mim na sua casa, assim eu
não morreria dessa maneira agora. — Quando ficava nervosa e com medo, eu
falava demais.
— O que aconteceu para estar animada sendo que está sendo seguida?
— retrucou Alexei.
— Lamento pelo que vai acontecer com seu carro, Alexei, mas agora
estou sem opção — falei a ele.
Eu suspirei. Devia forjar minha morte agora, seria uma boa hora para
isso, mas não seria cruel a esse ponto com Nikolai, por mais que ele não
tivesse pensado em mim. Não o deixaria se sentindo culpado.
— Samira e Dalila vão morrer nesse momento, e uma nova pessoa vai
renascer longe de todos vocês. Malditos sejam os Dragons e malditos sejam
os Salvatore. Eu vou criar meu filho longe de todos vocês, eu vou ser sua mãe
e pai, e ele nunca vai saber suas origens e como ele foi concebido. — Eu
expirei. — Um dia você foi meu mundo inteiro, Nikolai, e ainda é, mas vou
fazer de tudo que puder para tirá-lo de dentro do meu peito e da minha alma.
Adeus!
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Eu senti o meu estômago revirando por dentro e vozes não muito longe de
mim. Parecia que eu estava em uma onda gigante e tudo girava. Tentei me
lembrar do que houve, o carro no penhasco, a explosão, minha fuga, vários
navios no mar. Eu corri e me escondi em um deles.
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Tinha uns três homens aparentando ter cinquenta ou sessenta anos; todos
estavam confusos por eu estar ali, ainda mais dormindo. Eu devia ter pensado
nos riscos de entrar em um navio, sozinha.
— Eu sou Bóris. Esses são meus amigos, Igor e Mikhail. Qual é o seu
nome?
— Natasha — respondi.
— Está enjoada pela onda? — sondou Igor. Ele estendeu a mão para mim
e ofereceu um comprimido. — Pode tomar. Mas já estamos quase em terra
firme. Eu sempre tomo, pois também tenho enjoos.
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Eu me levantei meio tonta, mas firmei os pés e saí da cabine subindo para
o convés do navio e ver onde eu estava. Mas não tomei o remédio já que
estava grávida.
Eu não fiquei com medo desses homens, eles não eram criminosos e sim
pessoas bondosas. Eu agradeci aos céus em pensamento, só assim conseguiria
proteger a mim e ao meu filho. Eu sabia que estava grávida de poucos meses,
mas eu ia conseguir tê-lo, e educá-lo longe de tudo que era ruim. Ele nunca
saberia quem era seu pai.
— Minha irmã mora aqui. Ela é dona de uma floricultura chamada Lux,
no centro.
Ele sorriu.
— Dois dias? — quase gritei, não me lembro de ter ficado tão esgotada
assim.
Estremeci com uma rajada de vento. O clima dali era bem diferente de
Jersey. Quando fui para a América, eu demorei um tempo para me acostumar
com o clima de lá, e desacostumar com o daqui.
Agradeci aos três senhores por me trazerem, até ofereci dinheiro, mas eles
não aceitaram. Depois fui para a loja na qual eu vivi com minha mãe em
todos os anos depois que ela me encontrou em Moscou.
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Meu coração deu um solavanco tão grande que pareceu que minha cabeça
ia explodir e logo tive uma tontura. Mas o cara me pegou impedindo que eu
caísse no chão.
Por isso me afastei dos seus braços. Precisava saber quem ele era, se
ainda era o mesmo que um dia me amou e me protegeu contra todos, ou se
também havia se transformado em um monstro como Lorenzo.
— Estou bem, não se preocupe — falei vendo o garoto de treze anos, que
se transformou em um homem lindo. E, diga-se de passagem, o menino virou
um deus grego moreno.
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— Tem certeza?
— Sim...
— Lily, eu sei que se lembra de mim e não precisa fingir que sou um
estranho. Isso dói, sabia? Eu sonhei tanto que você ainda estivesse viva, para
pelo menos dizer que eu a amava uma última vez. — Ele meneou a cabeça de
lado. — Você não sabe como eu fiquei feliz por saber que estava viva.
Arfei ao ser chamada pelo meu nome de nascimento, pois parecia surreal
depois de tantos anos. Aquele era o apelido que ele gostava de me chamar
quando criança. Meu coração se apertou com a dor na voz dele.
— Matteo, o que faz aqui? Veio para me levar de volta? Por favor, não...
— Peguei sua mão e apertei em uma súplica.
— Grilado é uma palavra forte. Devo dizer que você era bagunceira. —
Sorriu com candura.
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— Eu soube de você, porque vi uma foto sua com Nasx. Na mesma hora,
eu soube que você era minha irmã. Os anos não mudaram a sua bela
fisionomia. — Ele franziu a testa. — Então, por que não me procurou?
Pensávamos que estava morta...
— Espere, o quê? Mamãe fez isso, mas por quê? — Sua voz soou
sombria no final.
— Não sei, mas não quero vê-la nunca mais na minha vida. — Eu sentia
falta de Matteo, de Lorenzo antes de saber o que ele havia feito, mas não de
minha mãe. Não podia perdoá-la, após o que tinha feito comigo. — Por isso
não posso ir com você, eles não podem saber sobre mim. Sabe o que farão
quando souberem?
— Eu sei, mas muita coisa mudou desde então. — Ele pegou minha mão
e me puxou para seus braços. — Senti tanto a sua falta. Como eu disse, eu
sempre irei protegê-la.
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— Eu entendo Lily, mas depois nós falamos sobre isso. Agora vamos
embora daqui, porque os homens que tentaram matá-la estão vindo.
Precisamos pegar sua irmã e ir embora. — Sua voz soou urgente.
— Para eles, isso não importa. — Ele pegou minha mão e me levou na
direção da minha casa, ou melhor, da minha mãe. Lúcia devia estar lá, já que
era hora de almoço.
— Samira?
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— Lúcia? Oh, Deus! — Corri até ela e a abracei forte não querendo
deixá-la por nenhum momento. — Estava tão preocupada com você.
— Estou bem. Mas por que estava preocupada comigo? O que está
acontecendo? — Ela olhou para Matteo. — É o namorado que você falou?
— Não. Esse é Matteo, meu irmão. — Ela e mamãe sabiam sobre meu
passado, pois contei a elas. Eu não achava justo fingir que não lembrava,
embora só há poucos anos que eu soube que Giulia havia ameaçado a mamãe
para que ela ficasse comigo.
— Não vai me dizer que namora ele? — Ela sempre foi apaixonada por
Benny, o garoto com quem estudamos juntos.
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Ela sorriu.
— Sim. Já faz uns dois meses. Corre o risco de esses caras irem procurá-
lo?
— Não, pois eles querem as pessoas que significam algo para a sua irmã.
— Matteo suspirou. — Pode ficar tranquila, pois ele vai ficar bem.
Meu coração doeu ao pensar que até dois dias atrás, eu estava feliz. Agora
andava por aí com um buraco no peito.
— Acabou...
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— Você está falando que Dark sabia quem você era? Que é uma
Salvatore? — O tom mortal de Matteo saiu alto no carro.
Acredito que Nikolai podia correr o risco de ser morto caso ele estivesse
ali nesta hora.
— Sim, mas não vou falar sobre aquele desgraçado mentiroso — falei
tentando ter alguma compostura na voz, porque falar de Nikolai me matava a
cada segundo, ainda mais pensando em suas palavras. — Então você ajudou a
derrubar o que Lorenzo fez? Nikolai disse que foram os MCs.
— Por que se importa com um homem que é pior do que esses malditos
que estão atrás de nós? Ele devia estar morto e no inferno! — rosnei não me
importando com quem ele era.
Como um dia pude amá-lo? Aquele homem que era meu pai não era esse
monstro, aquele se foi há muito tempo. Morreu no dia em que Giulia me
deixou. Como uma mente distorcida faz isso? Ele se tornou um monstro, no
qual eu nunca mais queria vê-lo na minha vida. Giulia tinha parte sobre isso,
por não ter dito o que realmente fez.
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— Não me importo com ele, mas na máfia tem leis, e a proteção dele é
uma delas. Se eu tiver que fazer uma guerra contra os Dragons por causa
disso, então eu tenho que fazer, mesmo não querendo — ele disse. — Eu sou
o Capo e minha função é proteger o meu povo, independente do que ele fez
de ruim. Para eu poder matar Lorenzo, eu teria que provar que ele matou um
dos nossos, só assim a lei da proteção é retirada. Mas não descobri nada que
ele tenha feito.
Eu não gostava disso, porque Matteo podia matá-lo sendo que era
próximo a ele. Eu sei que era ruim pensar assim, mas homens como esse que
se dizia meu pai não poderiam existir. Mas eu não podia e não queria uma
guerra entre Nikolai e Matteo, tremia só de pensar nos dois sendo mortos.
Não importa o que Nikolai havia feito comigo, eu não queria a morte dele.
— Não. Eu soube que estava vindo, então peguei o mesmo voo que você.
Consegue imaginar a surpresa que tive quando você foi para a casa do
Nikolai? — Ele trincou os dentes. — Mas logo você saiu descontrolada e
chorando de lá. Eu temi que tivesse acontecido algo com você, mas antes que
eu fosse ver o que era, você entrou no carro. Eu a segui e vi os caras da
Trider atirando em você.
— Por que não entrou na luta, então? — perguntei imaginando que se ele
viu tudo, então poderia ter vindo me ajudar.
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— Não posso deixá-lo se sentir culpado com isso. Eu não tive coragem.
— Quem não devia estar feliz era Alexei pelo que fiz com o carro dele. —
Não quero criar meu filho dentro da máfia e olhar para ele pensando no que
fiz com Nikolai ao forjar minha morte. Por isso, eu não fiz isso com ele,
apenas para os bandidos. Mas, pelo visto, não adiantou já que mencionou que
eles estão vindo. Como descobriu que estou viva?
— Filho? Oh, meus Deus! Eu vou ser titia! — gritou Lúcia me abraçando.
— Não acredito que vai ter um filho de Nikolai. Sabia que ele é bem
conhecido aqui?
— Acredito que ele sabe que está viva, porque eu matei os que estavam
lá. Não pude me controlar os vendo vivos. — Ele sacudiu a cabeça com raiva.
— Quem nasce na máfia não tem como fugir dela, Lily, não importa aonde
você vai — disse Matteo com semblante triste. — Posso deixar você
escondida por um tempo, mas se alguém descobrir, eu não poderei fazer
nada, terei que levá-la comigo ou serei caçado e tirado do meu posto, e meu
tio toma meu lugar.
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Eu expirei.
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— Se Nikolai sabe sobre você estar grávida, ele já deve estar vindo para
cá. Não há nada que ele não saiba na Rússia — disse Matteo. — E uma vez
que uma mulher engravida de um chefe da máfia, é a obrigação dele protegê-
la.
— Não quero a proteção daquele miserável, aliás, não quero nada dele!
— grunhi.
— Precisamos ver como tiramos esses homens da minha cola, assim você
não precisará sair da Rússia.
— Não podemos fazer nada agora, pois isso é com Nikolai. Eu só tenho
que tirar você daqui — disse Matteo. — Aqui estou fraco, porque estou no
território de Dark. Se ele me achar aqui, eu não sei o que fará, embora eu não
esteja preocupado comigo, mas com meu povo e com você.
— Nikolai não vai machucá-lo, pois ele teve oportunidade de fazer isso
junto com a vingança ao se aproximar de mim. — Esperava mesmo que isso
fosse verdade, porque, caso contrário, eu não saberia o que fazer. Ver o
homem pelo qual era apaixonada e, além de tudo, pai do meu filho matar meu
irmão... Estremecia só de pensar.
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— Foi difícil para você ficar com o Lorenzo, quando descobriu o ele que
fazia? — Sentei na cama ao seu lado.
— Sim. Quando eu fiquei sabendo o que ele fazia, eu tive que esperar
mais de dois anos para conseguir derrubar toda sua maldita escória — disse.
— Eu vou fazer algumas ligações para deixar o terreno fechado, caso Nikolai
nos ataque.
— Precisa comer, já que não é só você agora. — Ele olhou para a minha
barriga.
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Sim, não era mais somente eu, agora eu tinha o meu bebê dentro de mim,
e por ele eu daria a volta por cima. Um dia, num futuro distante, eu iria me
recuperar do que Nikolai havia me feito.
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— Mas que visão linda. Eu posso matar dois coelhos com um tiro só —
disse uma voz em tom divertido. — Ou será matar dois coelhos com uma
cajadada só?
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Lúcia estava no quarto ao lado. Ela ligou para Benny e disse onde estava.
Ainda bem, assim ela não estava presenciando aquilo.
— Sai daqui, Dalila, e vai com o Samuel — disse Matteo para mim. Era a
primeira vez que ele me chamava por aquele nome. No dia anterior, ele me
chamou pelo meu apelido. Tinha homens do meu irmão ali, que eu não
conhecia.
Eu peguei a sua mão que estava com uma faca e tirei-a dele, e, em
seguida, apertei-a sem tirar os olhos dos dele.
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— Vai dar tudo certo — eu disse a ele e fuzilei Nikolai. — Ele não tem
nada a ver com isso. Sou eu, não é? — Como eu poderia ser culpada por algo
que meu fodido pai fez? Pelo amor de Deus, eu tinha dez anos! Só um doente
para imaginar isso, se aproximar de mim para uma vingança distorcida.
— Você se arriscaria por essa raça ruim? — rosnou Nikolai de modo frio
fuzilando Matteo.
— E por que não? É meu sangue, não é? Só porque eu não queria ser uma
Salvatore não significa que não sou uma ou que Matteo não é meu irmão —
sibilei com os punhos cerrados. — Então, seu cretino, vai em frente e atire de
uma vez para acabar logo com isso. Pois é o que você faz, não é? Os malditos
mafiosos russos são todos uns fodidos doentes que deveriam estar no inferno,
assim como o Lorenzo! Por que não vai lá e acaba com um homem
vegetando em uma cama?
— Maldição, Dalila! O que aconteceu com a garota tímida que mal abria
a boca para conversar? — retrucou Matteo ainda me segurando firme. — Se
atacá-lo agora, você vai se matar.
— Ele já me matou! Não há nada pior do que ele já fez comigo — rosnei
fuzilando o homem que brincou comigo. — Você levou tudo de mim, minha
vida, minha felicidade, meus sonhos, minha dignidade. — Maldição! Eu não
queria chorar, mas estava difícil me controlar.
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Nikolai deu um passo para trás como se eu tivesse lhe dado um soco no
estômago ou no seu rosto. Eu não me importei com isso, já que ele não ligou
para o que fez comigo, para a dor que inflingiu em mim ao dizer e fazer o que
fez. Ainda corroía tudo dentro de mim.
— O que vamos fazer com esses dois, Nikolai? Estou louco para pôr
minhas mãos nessa raposa e ensiná-la a nunca pegar nada — Alexei
interrompeu vendo a cara do seu chefe. — Pelo visto, isso não vai acontecer.
— Sua voz soou amarga no final me fuzilando. — Você me deve um carro.
Eu fechei a cara.
— Se eu quiser ser prostituta, você não tem o direito de opinar sobre isso.
Não tinha um maldito harém na sua casa? — Minha voz era amarga.
— E você? Por que não termina a sua vingança? — Eu fui até ele e
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peguei sua mão, que, por sua vez, estava com a arma, e coloquei o cano dela
sobre o meu peito. Seus olhos estavam grandes. — Puxe o gatilho agora.
— Não vai fazer? — Rapidamente, ele afastou a arma para longe de mim
com terror nos olhos verdes.
— Acha que eu quero matá-la? Porra, eu não vou fazer isso, ainda mais
estando grávida de mim. Que tipo de monstro acha que eu sou?
Eu me afastei não ligando para a dor na voz dele. Nos seus olhos, eu pude
notar que ele realmente se importava comigo, mas o seu ódio pelo Lorenzo
não o deixava desfrutar do que sentia. Por isso ficava com outras mulheres,
ou talvez gostasse de mim e me odiasse ao mesmo tempo.
Eu disse isso apenas para feri-lo, mas ele ficou tão furioso que me encolhi
por dentro. Ele pegou minha cabeça e puxou para ele não de forma a me
machucar, mas de leve e escorou sua testa na minha fechando os olhos.
— Você tem alguma ideia do que quero fazer com ele agora só de
imaginar essa cena de vocês dois juntos? Tem alguma noção do que sou
capaz de fazer caso isso aconteça? — Ele expirava como se tivesse corrido
muito e estivesse com falta de ar.
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Eu me afastei dele.
Alexei deu um passo até mim como fosse para me bater. Matteo me
puxou para longe dos dois.
— Você não ouviu o que ela disse? Esse filho não é seu e sim de outro
cara. — Alexei me fuzilou com os olhos hostis. — Temos sorte de ela não ser
interesseira; e se ela quer dar o fora, então a deixe ir.
Esse cara era bem irritante. A minha vontade era de quebrar a cara dele.
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— Ferir? Você não sabe o que é isso, Nikolai! — rosnei e depois franzi a
testa. — Como me achou aqui? — sondei olhando para o meu corpo em
busca de alguma coisa que pudesse tê-lo trazido ali.
Eu ri amarga.
— Você pode dar para alguma das suas amantes, e checar com quem ela
está transando além de você.
— Acha que quero estar aqui? Não, eu queria estar em casa, mas você
simplesmente fugiu pegando meu carro e... — ele interrompeu expirando
para se controlar. Ele parecia mesmo gostar dos seus carros elegantes. —
Bom, de qualquer forma eu faço o que o chefe mandar.
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— Dark não parece ter a intenção de deixá-la sumir tão cedo das vistas
dele. Seus olhos estão em cada movimento que você faz. — O tom de Matteo
pareceu orgulhoso.
— Não fique com esse tom como se estivesse orgulhoso dele! Ele é um
rato de esgoto imundo, aliás, xingar o pobre ratinho é uma ofensa ao
compará-lo com aquele crápula! — Antes que eu terminasse de falar, Matteo
estava rindo, ou melhor, gargalhando alto sem cerimônia alguma. — Pare de
rir e vamos embora.
— Se eu quisesse que você ouvisse teria dito alto, e se não o fiz é porque
não é da sua maldita conta! — rosnei. — Talvez devesse esperar lá fora.
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Eu sabia que Nikolai não ia sair do meu pé, eu só não entendia o motivo
de ele não ir embora e me deixar, já que deixou claro que não me mataria.
Talvez, ele tenha se arrependido do que fez, mas isso não mudaria nada, e eu
não era capaz de perdoar algo assim. De repente, ele estava ali só porque eu
estava grávida, e ele tinha certeza de que o filho era dele.
Alisei minha barriga tentando conseguir forças para passar por tudo até
poder ir embora da Rússia e longe dele para sempre. Matteo me ajudaria a me
esconder para que Nikolai não me encontrasse jamais, talvez algum dia eu
voltasse a me encontrar com meus amigos de novo.
— Isso é culpa sua! Você, seu merda, não podia simplesmente ter ido até
mim ou ao meu pai, para buscar por sua vingança? Tinha que seduzir minha
irmã e fazê-la se apaixonar por você? — Matteo estava gritando furioso.
Nikolai não disse nada, apenas abaixou a cabeça para que eu não visse o
tormento em seus olhos. Mas eu vi, se ele tivesse só me usado como uma
vingança no começo e depois se apaixonado, eu poderia até pensar em
perdoá-lo, mas suas palavras ainda perfuravam o meu cérebro, e as mulheres
que ele ficou para tirar meu cheiro, que ele disse que era imundo... isso não
dava. Não podia esquecer e aceitar.
— Você está indo para os Estados Unidos, ou seja, para longe dos
inimigos que estão aqui. Pessoas da minha confiança a vigiarão 24 horas por
dia... — falou num tom de ordem parecendo já recuperado.
Ele sorriu provocativo, embora não chegasse aos olhos lindos dele.
Bufei.
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— Eles não viveriam para fazer isso com você! — Seu tom era mortal no
final.
Ele expirou, mas não disse nada e olhou para o meu irmão.
— Leve-a e deixe que eu cuido de tudo aqui para que nenhum perigo
chegue perto dela ou da Lúcia, aliás, eu vou deixar o meu pessoal de olho
nela — falou Nikolai me olhando com dor nos olhos.
Eu esperava que tudo desse certo e que não aparecessem outros bandidos,
pois eu estava louca para ir embora da Rússia e para longe dele. E, ao mesmo
tempo, eu não queria. Era impossível conciliar os dois desejos.
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Alexei riu. O cara era realmente bonito, ainda mais com suas covinhas e
olhos claros.
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— Pois poderia, assim meu irmão parava com essa ilusão do que ele sente
por você — zombou. — Quem iria namorar uma mulher feia?
Eu ri.
— Logo pode acontecer justamente o que você não quer — falei pegando
o leite que estava em sua mão e o bebendo em seguida.
— Deixe-a. Quando uma mulher grávida quer comer algo, nós devemos
dar a ela e fazer as suas vontades — disse Nikolai me passando a torrada
lambuzada no mel. Ele sabia que eu gostava disso. Ele parou e viu que todos
nós estávamos olhando para ele. — O que foi?
Ele sorriu. Tentei ignorar a fisgada em meu peito sempre que ele sorria
desse modo. Era tão lindo.
— Quando fui comprar algo para você comer, eu achei esse livro: “Tudo
sobre gravidez”. Aqui fala que, quando está grávida, o humor da mulher
tende a melhorar ou piorar na maioria das vezes, mas isso é normal, e
também seus pés vão inchar e ela pode chorar facilmente por qualquer coisa,
até com animais latindo. — Ele se encolheu com a palavra choro, porque eu
não precisava assistir nada na TV para chorar, bastava me lembrar do que ele
me fez, que tudo apertava dentro de mim.
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— Porra, meu irmão! Eu espero que ninguém veja você com esse livro ou
vão pôr em dúvida o seu poder. E no nosso mundo, sem ele, nós não somos
nada, e você sabe disso! — repreendeu Alexei com os olhos arregalados.
— Eu não me importo com isso, porque preciso ficar por dentro para eu
poder saber o que precisarei fazer para ela...
— Você não precisará fazer nada, Nikolai, pois eu vou voltar para a
América ou talvez eu vá para a França ou para a Espanha, eu não sei ainda,
mas irei fazer isso sozinha. E quando o meu filho nascer você poderá ir
visitá-lo, eu não vou tirar o seu direito. Não importa com quem estiver e o
que estiver fazendo — falei saindo de perto dele e indo me sentar com
Matteo.
— Isso vai acabar logo, eu prometo — falou ele olhando por cima do meu
ombro, para Nikolai. Eu não segui seu olhar, mas sabia que era para ele.
Eu não entendia o que Matteo quis dizer com isso. Mas estava sem
energia para perguntar alguma coisa. Só queria que isso acabasse logo, e
amanhã ou depois, eu pudesse respirar normal de novo, sem me sentir como
se eu estivesse morta por dentro. Porque era assim que eu estava no
momento.
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Lúcia foi para uma casa de campo que Nikolai tinha. Ela e o namorado
estavam protegidos. Fiquei feliz com isso.
Ele piscou.
— Tudo bem. Hoje a minha função é levá-la em segurança, até o seu voo
sair daqui a cinco horas — respondeu.
— Não a deixaria por nada no mundo — prometeu. Tinha aço na sua voz
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— Você devia ter pensado nisso antes de sair fodendo por aí. Você a
deixou! — sibilou Nasx. Eu tinha falado com ele há pouco tempo e contei o
que havia acontecido, por isso ele estava ali. — As cartas agora serão
jogadas.
Ele tomou o lugar de Hunter no carro, mas notei que o mesmo não deixou
de me seguir, tentei não balançar com isso, ser protegida a mando de Nikolai,
mas também vi homens do meu irmão. Três carros ao todo me seguindo.
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Ele estava calado demais, e isso era incomum nele já que o homem falava
pelos cotovelos. Acredito que estivesse com raiva demais de Nikolai para
isso.
— Aqui tem lugares mágicos. Eu até diria que voltaria com você, mas
não quero retornar aqui tão cedo — falei assim que passamos por uma praça.
— Aqui é a Praça Vermelha, eu vim aqui uma vez com Giulia e Matteo.
Éramos pequenos, mas me lembro de tudo. A praça foi criada em 1493
quando Ivã III mandou tirar as casas que ficavam em frente do Kremlin3 para
dar espaço para a praça. Giulia sentava nos bancos enquanto brincava com
Matteo. Lembro de Lorenzo estar perto e sorrir também. Como uma pessoa
pode mudar tanto assim? Se tornar um monstro igual ele é agora?
— Matteo me ligou e contou sobre você ser irmã dele. Você realmente
quer falar do que Lorenzo fez, ou do que aconteceu com Nikolai? Sabe que
estou aqui para te ouvir seja o que for.
Eu suspirei.
— Eu sei. Você sempre está ao meu lado nos momentos mais difíceis. —
Expirei. — Algum tempo atrás, ele vinha me convencendo a deixar tudo para
vir morar aqui com ele, em Moscou, achei que estivesse fazendo isso por
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amor, então resolvi aceitar, mas quando cheguei... o vi na cama com uma
loira.
— Eu não sei o nome dela, e também não me interessa. Só sei que ele se
aproximou de mim e fingiu estar apaixonado por causa dessa vingança contra
Lorenzo. — Eu não mencionei as palavras que Nikolai me disse naquele dia,
pois não aguentaria repeti-las. Já estava bastante difícil suportar.
— Não é nada, e sim uma vingança. Pessoas assim são capazes de tudo,
mas não quero falar disso agora, porque tudo acabou e não há volta.
Eu arfei.
— Sim, ela era uma das garotas presas. Eles chamavam aquele antro de
paraíso, mas era um inferno na Terra. — Sua voz soou mortal no final.
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— Não. Matteo a ajudou a fugir para o nosso clube, e foi onde ela
reencontrou o irmão dela, o Kill, depois de anos. — Ele respirou fundo. —
Depois disso salvamos todas as outras garotas e destruímos o antro.
A máfia tinha, ou melhor, tem leis bem rígidas que sempre odiei, mas
também tem a lealdade que eu admirava, assim como dos MCs. Mesmo que,
às vezes, isso fosse ruim e atrapalhava um pouco.
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— O casamento com dez anos, ele mudou? Isso era o que eu mais odiava
na máfia, por isso fiquei um pouco feliz por minha mãe ter me abandonado.
Às vezes, eu penso que ela só fez isso para eu ter uma chance fora dessa vida
— sussurrei.
Eu não acho que estava preparada para ver Giulia ainda, talvez mais para
frente eu fizesse isso. Não agora, com as feridas abertas. Antes que ele
comentasse algo fomos abordados por homens armados até os dentes. Meu
coração gelou, porque pensei que seria o meu fim. Os carros pararam e
começou o tiroteio.
— Se você não vier comigo, os seus amigos aqui vão morrer, um por um
— falou um dos caras que me arrastava.
Eu olhei para Nasx que já estava preso por dois homens, e os seguranças,
três mortos e alguns feridos. Hunter também estava preso com as mãos para
trás.
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— Diz ao Vladimir que ele está morto, pois Dark vai acabar com ele! —
rosnou Hunter com tom mortal.
— Vamos ver o que ele realmente sente por essa gostosura aqui? Ele tem
uma hora para me dar o que eu quero ou essa gracinha vai servir para um
grande banquete.
Nasx sibilou.
— Por favor, Nasx! — supliquei, e também pedi com os olhos para ele
não os provocar, ou acabaria morto. Não só ele, mas todos os outros também.
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— Meus amigos estão bem? — sondei. Não conhecia Hunter, mas já que
ele me protegeu então era alguém que eu prezaria sempre.
— Acredito que estejam, porém isso vai depender do que Dark fará, se
não os culparem por terem perdido você — falou ele meneando a cabeça de
lado. — Você deve saber quem eu sou, não é?
Ele sorriu.
Arfei.
— Você queria que Nikolai o matasse para você? Mas por quê? E por que
estou aqui? — Tentei deixar minha voz mais calma possível. Embora em uma
circunstância como essa fosse difícil.
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Ofeguei de pavor.
— Por que você quer o fim dos Salvatore? O que eles te fizeram? — Eu
precisava mantê-lo falando, pois assim meu irmão poderia me encontrar.
Embora tudo dentro de mim ansiasse em poder gritar, temendo pela minha
família e Nikolai.
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— Os Salvatore são apenas um peão, que pretendo usar para chegar onde
eu quero, no topo. Mas, para isso, eu preciso derrubar os chefes, e estava
contando com a guerra entre Dark e o Capo, entre Dragon e Salvatore, mas,
pelo visto, isso não vai acontecer. — Ele me lançou um olhar sombrio. —
Tudo por ele se apaixonar por você.
Ele me cortou:
— Claro que ama! O desgraçado sabia que tinha uma pessoa minha
infiltrada na sua casa, então simulou que estava na cama com a cadela da
irmã dele, para que você chegasse e os pegasse juntos. Contudo, o que ele
não contava é que também tinha câmeras no lugar, e eu descobri a armação.
— Ele riu. — Mas devo admitir, o garoto é bem convincente, pois até eu
acreditaria caso não soubesse o que estava fazendo. O filho da puta não
queria que eu me aproximasse de você, ou que eu pensasse que você não
significa nada para ele. O que o amor não faz, não é?
A mulher é irmã de Nikolai? Por isso notei que ela se parecia com Alexei.
Embora na hora eu estivesse tomada de dor e achei que aquela observação
não significava nada, agora entendia. Mas então ele não ficou com ela? Foi só
armação para esse homem ver?
devia existir, por isso Dark não serve para ser líder, um líder precisa de pulso
firme e não de fraqueza. — Ele cuspiu essa palavra. — Mas essa fraqueza em
relação a você vai ser minha vitória.
— O que pretende fazer comigo? — Fiz de tudo para que minha voz não
tremesse.
— Bom, você não terá escolha. Eu já conversei com seu tio Enzo, e ele
vai ser Capo dos Salvatore e eu vou ter os Dragon ao meu poder. E como
parte da aliança, ele me deu você, a última herdeira após a morte do Capo que
ocorrerá hoje.
— Matteo não vai morrer e nem Nikolai! — Era para eu ter gritado, mas
saiu um lamento. Isso não podia acontecer. Eu não podia perder os dois.
Ele riu chegando mais próximo de mim. Evitei estremecer do medo que
ele fosse me bater ou algo pior. Mas uma coisa que ele disse me chamou a
atenção.
— Meu tio Enzo está aliado a você para matar meu irmão?
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— Veja como as coisas são, ele eliminou todos os seus obstáculos, mas
resta um, o seu irmão. — Meneou a cabeça de lado, a dois passos de mim. —
Enzo é um sádico e tem pulso firme, porque não se importa com a própria
família: uma mulher que matou, um irmão quase morto em uma cama e um
sobrinho que anda tentando organizar a sujeira que seu pai deixou. O Capo
devia liberar tudo e não cortar regras que foram feitas há muitos anos.
— Você não sabia que sua mãe estava morta? — Ele não hesitou, como
se quisesse que eu sentisse dor, ou não se importasse. Com certeza um
homem frio como ele, não se importava com nada e nem com ninguém.
Assim que ele mencionou isso, o meu coração deu um solavanco. Eu não
pensei que sentiria a morte de minha mãe, mas vi que me enganei, porque a
dor que me apossou foi profunda, e parte de mim parecia estar morrendo.
Lembrava-me dela claramente, Giulia não era uma mãe modelo, mas até
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os meus dez anos ela me amava, eu via preocupação nos olhos dela para
comigo, ainda mais quando eu pedia, ou melhor, implorava que ela me
livrasse do fardo de ter que casar com um homem ainda criança.
Foi o que ela fez, não é? Talvez, ela não pudesse ter me deixado na porta
de ninguém para que eu não corresse perigo. Mamãe nunca foi má, ela só
queria me ajudar, e guardei ressentimentos em relação a ela durante todos
esses anos. Como pude não enxergar antes? Como pude não ver o seu amor
em relação a mim? Giulia só queria me proteger assim como eu sempre pedi.
— Oh, Deus! — Chorei e gemi ao mesmo tempo. Eu queria ter dito tantas
coisas, e em todos esses anos eu a odiei por ela ter me abandonado, mas no
final Giulia só me deixou para que eu não vivesse aquela vida que eu odiava
tanto.
O pior foi saber que ela não se matou, mas foi assassinada pelo
desgraçado do meu tio. Como ele pôde fazer isso com minha mãe? E por
quê? Seria só porque ela era a fraqueza de Lorenzo ou tinha alguma outra
coisa?
— Essas lágrimas são fraqueza, mas assim que eu ter você em meu poder,
eu vou educá-la como tal e torná-la uma mulher forte. — Ele olhou para a
minha barriga. — Mas primeiro vamos tirar essa criança, porque o filho que
terá será meu e não um Dragon.
Eu sacudi a cabeça com pavor. Oh, meu Deus! Será que vou morrer
agora? Meu coração batia forte, temendo tanto por minha vida como pela do
meu filho ainda no ventre. O que eu podia fazer? Correr? Não iria nem a dois
metros dali, pois havia homens por todos os lados.
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— Não pode machucar o meu filho! — eu queria gritar, mas saiu uma
súplica. — Ele é meu e você não tem o direito de matá-lo. Nikolai vai vir
aqui atrás de mim e vai matar você.
— Bom, ele terá que escolher entre você e a irmã dele, Irina, que agora
está presa também e sob minhas ordens — falou de modo frio.
Seria uma escolha difícil para ele, era como eu escolher entre Nikolai e
Matteo. Estremecia só de pensar nisso. Meu coração bateu forte em meu
peito ao pensar na escolha que Nikolai teria que fazer. Espero que no final
nós duas sobreviva.
Meu coração bateu descompassado, tanto por ele estar ali, quanto por
medo de ele ser morto agora, como era o plano desse homem.
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— Vai ficar tudo bem — jurou sem nunca tirar os olhos de Vladimir. —
Se ele quer meu cargo e poder, então que tenha.
Ele me fitou com os olhos intensos, o mesmo olhar que me fazia ver o
amor quando ficávamos juntos. Não era mentira, ele me amava e eu podia
ver.
O homem ficou vermelho de fúria, e faltava pouco para vir para cima de
nós. Não custaria muito fazer isso, mas então uma explosão aconteceu lá fora
e o lugar tremeu sob nossos pés. De repente fomos cercados por homens,
acredito que de Nikolai.
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Ele tinha sido ferido para me proteger, havia arriscado sua vida por mim.
Eu estava prestes a arrastá-lo dali quando um homem apareceu com uma
arma apontada para Nikolai, meu sangue gelou, porque ele já estava ferido.
Corri para frente dele querendo protegê-lo, não pensando em nada, somente
nele.
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Gritei histérica, porque ele tinha levado outro tiro. Ouvi Alexei gritar o
nome do irmão, e de repente os homens de Nikolai nos cercaram para
impedir que ele fosse atingido novamente, eu não liguei para mais nada só
fiquei ali o vendo desacordado e sangrando. Meu corpo tremia de dor e
desespero com medo de ele morrer.
Meus sentimentos estavam uma bagunça, mas tudo estava doendo dentro
de mim, porque, por piores que tenham sido os motivos de Nikolai ao se
aproximar de mim, e dizer aquelas coisas para me fazer ir embora, eu não
queria ele ferido, não suportava a ideia de perdê-lo... de vê-lo nesse estado...
não, ele tinha que ficar bem. Precisava confiar nisso, afinal ele era Nikolai,
um homem poderoso! “Pena que não era à prova de bala”, pensei amarga.
Meus olhos estavam molhados ao chegar com ele ao hospital, mas acho
que o lugar era clandestino, contudo não liguei, contanto que ele viesse a
ficar bom, que aqueles tiros não fossem nada... que ele logo se levantasse
daquela maca e sorrisse com aquele sorriso lindo que só ele tinha.
Eu pisquei, pois parecia que minha mente estava em órbita, mas foquei
em Alexei, em seus olhos e em sua expressão pela primeira vez, não era de
raiva como pensei, mas sim surpreso. Acho que ele viu a hora em que tentei
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— Acha que Nikolai a traiu? Devo dizer que fiquei chocado na hora
quando o vi rejeitar as mulheres, era como se todas fossem homens ou uma
parede de pedra. — Ele suspirou. — Eu cheguei e perguntei o que estava
havendo, mas ele não quis me contar, e olha que não escondemos nada um do
outro, mas por alguma razão o meu irmão não quis me dizer sobre você, acho
que para eu não ir buscar vingança. Eu o segui até Nova Jersey e o vi com
você; o modo como ele sorria era diferente como costumava fazer.
— Nunca foi vingança para Nikolai, apesar de ele sempre afirmar isso.
Mas o modo como ele a olhava era como se você fosse algo que mais amava
na vida. — Ele passou a mão direita nos cabelos. — Eu queria ir lá e matar
todos os Salvatore por terem feito o que fizeram, mas ele não deixou, falou
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que não podia matar ninguém da sua família, mesmo o velho fodido
merecendo, e acredito que foi por sua causa, porque jamais iria perdoá-lo
caso fizesse algo assim.
Meu coração estava apertado, ainda mais por saber o que tinha
acontecido; os motivos que o levaram a fazer o que fez. Na máfia nenhum
deles era santo ou bondoso, todos possuíam seus lados obscuros, Nikolai
tinha isso, essa parte obscura foi o que o levou a se aproximar de mim, mas
também o seu outro lado o fez me amar, e levar tiros por mim.
— Irina está bem, o Capo a salvou enquanto Nikolai foi até você.
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— O quê? Você está se sentindo culpada por estarmos aqui? Não foi sua
culpa, pois eles cercaram o carro e a levaram. Mas devo mencionar que
ficando com esse anel você nos ajudou bastante para a rastrearmos.
Eu sacudi a cabeça.
— Por isso não voltou ou deu sinal de vida? — Não era uma pergunta.
Eu expirei.
— Eu odiava aquela vida, vi minhas amigas sendo levadas para casar aos
dez anos. Sabe o quanto isso é desprezível? Muitos deles são cruéis da pior
espécie, como pode deixar isso acontecer com suas filhas? Por que não fazem
nada? Por que eu tinha que me submeter a mesma coisa? Essas eram
perguntas que eu fazia ao Lorenzo todos os dias. — Fechei os olhos. — Eu
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cheguei a suplicar para que ele me deixasse intocada até os meus dezenove
anos... se ele ordenasse, certamente, o homem com quem eu me casasse
cumpriria.
— Parece que sim, e eu culpava Giulia por deixar isso acontecer, mas
Vladimir disse que meu tio a matou, inclusive estava aliado a ele, bolando um
plano para matar Matteo e Nikolai, e forçar-me a me casar com aquele fodido
de merda, como uma aliança de mafioso! — Alisei minha testa para aliviar a
dor.
Eu arqueei as sobrancelhas.
— Você também se importa muito com ele, não é? — Não era uma
pergunta, pois ficou claro pela forma que ele falava do Nikolai.
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— Nikolai passou por vários lares adotivos até ser adotado pelos meus
pais. Nós realmente gostávamos dele como um irmão. Meus pais estavam tão
animados para adotá-lo, eu era pequeno na época, mas lembro-me de mamãe
dizer que Nick era charmoso até pequeno.
Ele me fitou.
— Então não vai perdoá-lo quando ele levantar daquela cama? Nikolai é
um guerreiro, por isso sei que no mais tardar amanhã, ele já vai estar de olhos
abertos — falou Alexei.
— Eu não sei o que pensar... nesse momento só quero que ele fique bem.
— Minha voz era fraca. — Agora que meu tio sabe que estou viva e que
Vladimir está morto, se ele não souber, logo saberá, acredito que vai planejar
o meu destino na máfia. — Expirei. — Olha, eu quero te pedir um favor, caso
eu seja forçada a ir embora, eu quero que você olhe por Nikolai. Eu sei que é
estúpido dizer isso, ainda mais para um chefe da máfia. — Olhei para ele do
meu lado. — Quando voltar para a América, eu não sei o que será da minha
vida ou o que eles vão decidir, e nem o que será feito. Matteo pode ser Capo,
mas mesmo com todo o poder, ele não pode mudar todas as leis da máfia. E
mesmo se eu fugir, isso pode causar problemas a ele, todos vão considerá-lo
um fraco e eu não quero isso. Seja qual for o destino que eles me
condenarem, eu vou aceitar. Talvez no futuro, eu seja feliz.
— Você não conhece mesmo o Nikolai, não é? Meu irmão não vai
permitir que nada aconteça a você — ele disse. — Jamais vai deixar alguém
tocá-la, o cara morre por você, isso não é no sentido figurado. Você
presenciou isso hoje.
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— Ele está vivo? Por favor, diz que sim. — Minha voz era fraca, mas me
controlei.
— Sim, o operamos. Por sorte não pegou nenhum órgão vital, um foi no
ombro e o outro na barriga — respondeu. — Agora é só esperar ele acordar.
Se quiserem entrar, fiquem à vontade.
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— Não fala nada sobre o que eu te disse e sobre o que descobri por meio
de Vladimir, pois eu preciso achar provas que foi ele quem matou minha
mãe. Se eu o acusar agora, ele vai dizer que estou mentindo — pedi ao
Alexei, que tinha chegado perto de mim para me proteger. Quem diria que o
homem que amava seus carros e que não gostava de mim, enfrentaria o meu
tio por minha proteção? Talvez só estivesse cumprindo ordens de Nikolai,
mas seja como for, eu agradecia.
Matteo estava sério, e não veio me abraçar. Eu podia ver em seus olhos
que ele queria me abraçar, mas não podia devido ao meu tio.
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Uma semana se passou depois que cheguei da Rússia. Meu tio e Matteo
me trouxeram para Chicago, na casa do meu irmão. Eu não queria deixar
Nikolai, mas não tive escolha. Se eu não cumprisse uma ordem do Capo, isso
iria dar mais motivos para ele querer tirar meu irmão do poder.
Eu falava direto com Alexei, não ficamos amigos, mas estava indo para
esse caminho. Nikolai abriu os olhos no dia seguinte da cirurgia e era para ter
ficado mais alguns dias no hospital, mas o mesmo não quis e não houve
ninguém que o fizesse mudar de ideia.
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Matteo me tratava bem, assim como meu primo Luca. O cara havia se
tornado um homem lindo. Moreno, alto e olhos negros conquistadores.
Ele riu.
— Você? — sondei.
— Prazer, minha querida — respondeu ele com seu sorriso sexy. — Mas
como você está? Soube do que você passou essa semana.
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Não cheguei a contar a Matteo sobre o meu tio Enzo, pois estava
esperando pegá-lo sozinho, o que acontecia raramente. E também não queria
que Enzo soubesse que eu sabia o que ele havia feito, assim eu poderia
descobrir a verdade, e buscar provas contra ele. Podia também ter pessoas
dele espionando, por isso Alexei enviou dois homens dele para ficarem 24
horas comigo. Foi a condição que ele deu para me deixar vir, pois não
confiava nos homens do meu irmão e muito menos do meu tio. Eu também
não confiava, mas não tinha escolha.
Eu não fui vê-lo no hospital e também não queria ir, pois, para mim, ele
não existia mais. Embora Matteo insistisse para que eu fosse para dar adeus,
porque a situação dele estava piorando.
— Eu queria dar adeus para um homem que não existe mais, pois ele
morreu há doze anos — falei assim que ele mencionou sobre eu ir ao
hospital.
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Fazia oito dias desde que deixei Nikolai em um hospital e estava sem vê-
lo, agora eu estava ali naquele quarto solitário, brilhante com a cor rosa de
menina, com minhas telas que eu adorava pintar, mas, contudo, parecia vazio
como um vácuo.
Fui pegar minhas tintas para pintar um quadro e poder passar o tempo, e
também ver se a dor passava. Sempre que eu estava sofrendo gostava de
pintar, pois me ajudava a clarear a mente. Embora a saudade que eu sentia de
Giulia nunca fosse embora. Eu também estava com raiva por ainda não ter
descoberto uma forma de provar o que Enzo havia feito. Ele não podia ficar a
vida inteira sem punição.
Quando peguei a última tinta, eu vi um pen drive preto bem escondido ali
onde ninguém acharia, pois eu era a única que amava pintar. Será que quem
deixou isso sabia que um dia eu voltaria para casa? Ou a pessoa escondeu ali
justamente porque ninguém acharia, já que eu não estava ali?
Assim que coloquei, eu cliquei para iniciar o vídeo, então a vi com toda
sua glória e perfeição. Ela estava usando um vestido luxuoso e seus cabelos
negros presos em um coque.
— Minha filha amada, se você estiver vendo isso é porque não deu certo
o meu plano e eu não estou mais do seu lado minha bambina. — Ela expirou.
— Dalila, você pedia tanto para que eu a tirasse dessa vida, mas eu nunca
tive coragem para isso.
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Meu coração estava batendo forte no peito por estar ouvindo a voz dela
de novo.
— Eu também odiava essa vida na máfia. Casei-me com dez anos, mas
tive a sorte de ser seu pai, porque ele me esperou até que eu fosse adulta
para ficarmos juntos, mas ninguém sabia, esse segredo era nosso. Mas
quando fiz quinze anos, os pais dele queriam netos, então não teve opção a
não ser ficarmos juntos, mas eu já o amava. — Ela limpou as lágrimas.
Então ele era bom? Por que então se tornou esse monstro estando agora
em um hospital? Como se respondesse minhas perguntas, ela falou:
— Mas aquele homem estava indo embora, eu posso ver a cada dia a
sombra dele andando por aí, e começando a fazer coisas que ele nunca fez e
que irão me assombrar para sempre. — Giulia olhou para a porta e depois
para a câmera. — Acabei de presenciar algo horrendo. O seu pai junto com
seu tio, sequestraram crianças e as levaram para um lugar afastado daqui.
Eu os vi pegando uma jovem à força... Seu pai simplesmente entregou-a aos
homens como se ela não fosse nada ou ninguém. Pergunto-me: para onde foi
a humanidade dele?
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por isso a deixei naquele parque e ameacei Lucy, uma mulher trabalhadora,
para tomar conta de você. Preferi vê-la fora da minha vida a ser mulher
daquele monstro. Ele matou minha irmã Liliane, e eu presenciei tudo, mas fui
forçada, para a sua proteção e de Matteo, a não abrir minha boca. Agora
esse ser asqueroso queria casar com você para ocupar o trono. Acredito que
eliminaria o seu pai e o Matteo antes.
— Quero dizer que amo vocês dois, Dalila, minha gracinha tímida e
graciosa com suas artes, e Matteo, meu menino lindo e protetor. Eu quero
que saiba que sempre vou amá-los.
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O vídeo acabou, mas tinha vários outros onde ela narrava que estava cada
vez pior suportar a vida ao lado de Lorenzo. Depois de assistir tudo, eu
guardei o pen drive no meu bolso, e fui caçar meu celular, já que ela gravava
nele. Talvez lá tivesse mais coisas comprovando que ela não se matou.
Cacei em todo o quarto, mas não achei em nenhum lugar, então saí de
fininho e fui para o antigo quarto de Giulia e Lorenzo. Ele era imenso, mas
vasculhei-o por inteiro, e também não encontrei. Isso significava que alguém
estava com ele ou que haviam jogado fora, mas eu duvidava já que todas as
minhas coisas de quando eu era pequena ainda estavam ali, no quarto. Será
que tinha algo lá que provava o que aconteceu com Giulia?
— O que faz aqui, bambina? — sondou Zaira perto de mim olhando para
o quarto de Lorenzo, pelo qual eu havia acabado de sair.
— Você acha que tem escutas ou câmeras aqui? — sondei lembrando que
tinha na casa de Nikolai, talvez tivesse ali também, a mando de Enzo.
— Não, o menino Matteo é bem rigoroso com isso, todos aqui são da
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Eu a puxei para o meu quarto de novo. Ela era uma senhora de idade, e eu
a amava.
— Eu não acho que minha mãe tenha se matado, aliás, tenho certeza. Só
não tenho provas suficientes para incriminar quem a matou. — Então mostrei
os vídeos a ela.
— Está vendo? Esse último vídeo é um dia antes de ela morrer, então
pensei que talvez ela estivesse gravando outro vídeo e alguém pôde tê-la
interrompido, por isso o meu celular sumiu. Eu procurei em meu quarto e no
dela, mas não achei nada — falei baixo.
— Nessa casa não está, menina, pois eu a faço faxina direto e nunca o vi.
Eu até pensei que a senhora Giulia tinha sumido com ele, por isso nunca disse
nada. — Ela me olhou de lado. — Acha que a pessoa que a matou o levou?
— Se ela não se matou como eu sei que não fez, então quem fez isso está
com o celular, pois lá deve ter algum vídeo incriminador. — Assim eu
esperava, era a única esperança que eu tinha de incriminar meu tio.
— Sim, mas por enquanto não posso dizer até achar provas.
Ela assentiu.
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— Como sabe que a pessoa que fez isso já não jogou o celular fora ou
que simplesmente não deletou o vídeo?
Ela sorriu.
Eu a abracei forte.
— Quero que saiba que Lucy, a minha mãe que me encontrou cuidou de
mim muito bem. — Eu me afastei. — Também senti saudades de você e do
Matteo. Acredito que vai me ver agora por um bom tempo.
— Espero que sim, menina, mesmo eles querendo casar você, ou melhor,
seu tio, ele quer fazer isso a todo custo.
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— Não vou deixar isso acontecer, mas agora tenho que resolver uma
coisa. Se meu irmão ou Enzo aparecerem me avise. — Ninguém podia saber
que eu buscava provas contra o meu tio até que eu as tivesse nas mãos.
Assim que entrei no salão, estavam todos sentados e conversando entre si.
Dominic estava com os olhos estreitos para os meus seguranças, dois de
Alexei, e o Samuel da parte do Matteo.
— Cadê o Nasx?
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Eu olhei para cima e me deparei com ele sentado meio torto no sofá,
havia contusões em seu rosto e acredito que em outros lugares do corpo
também.
— Nasx? O que aconteceu com você? — Corri até ele e me sentei ao seu
lado. Até dois dias atrás ele estava bem, então o que houve?
— Mas já foi ao médico? — Não insisti para que ele me contasse, pois
afinal de contas, todos nós tínhamos segredos, e eu não podia obrigá-lo a me
contar o que tinha acontecido, mas eu tinha obrigação de saber que ele estava
ferido. — Por que não me chamou?
Ele suspirou.
— Estou bem, não se preocupe comigo. Eu garanto que não estou tão mal
como foi com o Dark, e o fodido sobreviveu — disse em uma brincadeira,
mas estremeci lembrando como Nikolai ficou. — Desculpe, não quis
preocupá-la — Ele respirou fundo. — Posso te perguntar uma coisa?
Assenti.
— Você o ama demais, não é? — Senti dor na sua voz, e não precisei
perguntar sobre quem ele se referia, eu sabia que era Nikolai.
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Ele expirou.
— Nasx...
— Sinto muito — murmurei. Porque nunca poderia ficar com ele, não só
por amar Nikolai, mas também por sermos de mundos diferentes. Não podia
me casar com alguém de fora da máfia, então em um ponto era bom não amar
Nasx assim, dessa forma no futuro, ele seria feliz quando se apaixonasse de
verdade.
— Não sinta. Agora você precisa ficar segura na mansão da sua família.
— Lá não é seguro. Vladimir me contou que foi Enzo que matou minha
mãe — sussurrei com um suspiro. — Agora estou indo atrás de provas.
— Aquele velho sádico fez isso? — Seu tom saiu alto e furioso.
Hush me deu o laptop e coloquei o vídeo para eles verem, todos estavam
de olhos arregalados assim que terminaram de assistir.
— Sabe onde fica esse cofre que ela mencionou que guardou os
documentos que comprovam todas aquelas atrocidades? — sondou Dominic.
— Os documentos estão aqui, mas não posso dar isso à polícia. Além
disso, vocês acabaram com quase todos eles. Restam apenas Lorenzo e Enzo,
então isso aqui colocaria os dois na cadeia, mas...
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— Isso. Por isso, eu vou entregar a ele, assim meu irmão vê o que pode
fazer. Olhem nesse último vídeo... Estão vendo a data?
— Foi gravado um dia antes da minha mãe morrer. Ela usava meu
telefone para fazer os vídeos já que Lorenzo havia confiscado o dela; e
muitas vezes, ela interrompeu alguns deles quando chegava alguém. Então
fiquei pensando, e se no último ela estivesse gravando e o assassino
apareceu? — Suspirei. — Porque Zaira disse que meu celular não está em
nenhum lugar da casa. Eu sei que é um tiro no escuro, mas preciso ter
certeza. Acredito que Enzo deve tê-la presenciado gravando e a matou,
embora ele também a achasse uma fraqueza para Lorenzo, por isso a
eliminou.
— Sim, mas se ele ainda existir, claro! Afinal de contas, isso foi há doze
anos. Se for mesmo o Enzo, ele pode ter sumido com o objeto, mas como o
mesmo é da família talvez tenha guardado — disse Daemon. — Me dê alguns
segundos e eu já vejo isso. Qual o número dele?
Eu dei a ele e Daemon subiu a escada quase correndo, acho que o laptop
dali não servia para o que ia fazer.
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— Ele consegue? Eu ia pedir a ajuda de Bryan, já que sei que ele é bom.
Nasx sorriu.
— Uma pergunta: como fiquei longe muito tempo, então não sei, vocês
acham que Luca é de confiança? Trairia seu pai para fazer uma boa causa? —
perguntei a eles.
Dom suspirou.
— Acredito que sim, porque ele ajudou o Capo a libertar Evy do cativeiro
de Lorenzo. Acho que pode confiar nele. — Ele estreitou os olhos. — Vai
pedir a ele para pegar o celular?
— Sim, vou dar uma festa a todos amanhã à noite, para anunciar o meu
retorno. Matteo sugeriu isso, apesar de eu não querer. Contudo, isso tira Enzo
da boate, então Luca poderá ir lá para ver se consegue descobrir o que tem no
celular para ele tê-lo guardado durante todos esses anos.
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— Eu vou ficar bem, Nasx, não se preocupe. Matteo vai estar lá. —
Esperava mesmo que eu ficasse bem. — Convidaria você para estar comigo,
mas nessa reunião terá somente pessoas do nosso mundo, lá serão revelados
segredos que não poderão sair de lá.
— Alô?
— Estou bem, coelhinha, mas que festa vai dar amanhã? — perguntou
com um tom rouco, parecia estar com dor.
Meu coração bateu forte no peito por ouvir sua voz de novo, estava feliz
por ele estar bem.
— Fique quieto! Cadê o Alexei que não está tomando conta de você? —
Suspirei.
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— Fui eu que pedi para não o incomodar e deixar você ficar curado —
apressei em explicar, assim ele não soltava sua fúria em Matteo.
Isso sem contar que Nikolai não sabia o que meu tio havia feito e nem
qual era o seu plano realmente, fazer-me casar com um de seus servos para
ocupar o trono. Acho que Nikolai podia me ajudar quanto a isso.
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— Sim, mas não posso dizer nada agora, eu só preciso que na hora que eu
pedir, você coloque isso na TV da sala na frente de todos. Pode fazer isso? —
Dei o pen drive a ela.
Ela assentiu.
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Uma mulher grávida sem casar no meu mundo era considerada sem valor,
iguais as prostitutas que ficavam nos clubes.
Nikolai estava na América, acredito que logo estaria aqui para me ajudar
a enfrentar esse bando de abutres.
Eu segurei todo o ódio que sentia por esse homem. Por culpa dele, minha
mãe estava morta. Luca me ligou, instantes atrás, e definitivamente o celular
comprovava o que Vladimir me disse, esse verme realmente fez isso. Era só
esperar Luca chegar aqui para desmascará-lo.
— Olá, sobrinha, vejo que se tornou uma mulher linda — disse o velho
fodido.
— Obrigada.
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Ele me cortou.
— Não pode casar com alguém fora da máfia! — rosnou. — Essa lei não
pode ser mudada.
Eu sorri nervosa, bem a tempo de Nikolai entrar na nossa sala junto com
Alexei e Irina. Ela vestia um vestido vermelho no meio das coxas mostrando
parte do corpo. Perfeito, a garota era uma loira linda!
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Nikolai deixou-os e veio até mim. Embora ele andasse normal, notei que
o mesmo sentia dor. Não o traria ali se não precisasse dele. Porque ele
merecia descansar e se recuperar.
— Na verdade sim, você violou uma regra, e com isso merece ser
castigada — falou Enzo parecendo orgulhoso e feliz.
— Você ficou foragida por doze anos, e agora aparece viva, sendo que
todos nós pensávamos que você estava morta. Isso mostra que Giulia mentiu
sobre isso, não é? O pai, no caso o meu irmão, montou um covil onde
sequestrava crianças e depois as entregava aos homens, pois ele tinha uma
promessa não cumprida. Vocês acham que essa família está apta para ocupar
esse cargo? Um Capo que não consegue nem controlar sua própria família,
como dará conta de assumir suas obrigações? — Ele se dirigia a todos no
lugar.
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— Acha que não tenho poder para lidar com minha família? Com meu
povo? — rosnou Matteo com seu tom de Capo. — Está tão doido assim para
ter meu cargo?
— Acha que você está pronto? Então me diz uma coisa: se fosse Capo, o
que faria? Acha que governaria nossa raça com firmeza e destreza? O que iria
fazer com quem não cumprisse as regras? Matar? Bater? Estuprar? Ou daria
para seus homens fazerem isso?
Ele trincou os dentes e deu um passo até mim, mas Nikolai me puxou
para trás dele fuzilando Enzo.
— Eu não conheço muitos de vocês, e lamento ter ficado todo esse tempo
fora, mas eu odiava essa vida na máfia, odiava a ponto de preferir permanecer
escondida. Tenho certeza de que muitos que estão aqui também odeiam,
apenas não possuem a mesma coragem que eu para confessar na frente do
meu irmão ou do meu tio. — Respirei fundo. — Confesso que nenhuma
família é perfeita, Lorenzo...
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— Ela nem o chama de pai. Como uma filha não honra sua família? —
grunhiu Enzo.
— Nesse nosso mundo existem muitas pessoas boas, é claro que com um
lado sombrio também, mas isso? Você fez a pior coisa que nunca deveria ter
feito, e sobre as regras? Bom, eu não fui a única a quebrá-las, o meu castigo
Nikolai vai dar depois, já que sou a noiva dele e não pertenço mais ao meu
irmão — falei friamente. — Mas me lembro muito bem do Lorenzo dizer que
um membro Salvatore não pode tirar a vida de alguém da mesma família ou
ele poderia ser morto como um indigente sem merecer justiça. Como você,
titio.
— Isso fora a parte dele se aliar com Vladimir, o chefe da Trider, para
matar a mim e ao Capo de vocês, e depois poder reinar como o novo líder —
disse Nikolai de modo frio também. — Se eles não derem um jeito em você,
eu darei. Não me importo com uma guerra, porque você tocou no que é meu e
vai pagar por isso.
— O que você quer dizer? — Ele fitava entre nós dois. — Quem você
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— Meus amores, esse vídeo é para dizer que amo vocês dois, e Matteo?
Eu quero pedir a você que se acontecer algo comigo proteja a sua irmã, pois
ela está viva e tenho fé que feliz, longe desse antro que se tornou nossa
família...
— Então quer dizer que a puta da sua filha está viva? — rosnou Enzo
interrompendo Giulia. O celular caiu, mas vimos o rosto dele.
— Vou dar um jeito daquele moleque ser morto ou ser dado como um
inútil. Ele não nasceu para ser líder, eu nasci. Era para eu ser o Capo e não
Lorenzo, um homem fraco no poder controlado por uma família. Só depois
do que houve com a cadela da filha de vocês é que ele virou homem! —
rosnou Enzo com fúria e bateu em Giulia, que caiu no chão.
— Hoje você vai ser morta, e eu vou forjar a sua morte para que pareça
um suicídio, por você se sentir culpada com tudo o que aconteceu com sua
preciosa filha. E quando eu encontrar a Dalila, eu vou bater tanto nela que
quebrarei todos os seus frágeis ossos.
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Fechei os olhos não querendo ver aquele final. Nikolai colocou meu rosto
em seu peito. Mas eu pude ouvir os gemidos e ofegos da mamãe até que tudo
se silenciou. Ela havia ido embora para sempre.
Eu assenti, estava mesmo louca para sair dali e ter alguma tranquilidade,
pelo menos em relação a minha família. Agora Matteo ia cuidar de tudo. Seja
o que for que ele ia fazer com Enzo, não seria bonito.
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Entrei em uma casa imensa, não muito longe da de Matteo, mesmo estilo
italiano. Até nas mobílias, mas não reparei muito no momento, estava
nervosa e preocupada com Nikolai. Notei-o cada vez mais ofegante.
— Está sentindo dor? — sondei assim que fomos para um quarto luxuoso
com uma cama no estilo Califórnia King. Podia ver as luzes da cidade
brilhando do lado de fora.
Eu ri.
— Me proteger? Você tem uns mil guardas lá fora pagos para fazerem
isso, além do mais eu não corro mais perigo — falei achando os comprimidos
na gaveta da mesinha perto da cama. Dei a ele. — Toma.
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— Você pode ter poder, Nikolai, mas é humano e não uma máquina
capaz de tudo. Agora vamos tirar isso, pois eu preciso ver seu ferimento —
falei tirando o paletó e a camisa que ele usava. Então vi a atadura manchada
de sangue. — Oh, Deus! Está sangrando.
— Estou bem, Samira. Agora se sente aqui e deixe como está. Logo
aliviará a dor — pediu e bateu na cama ao seu lado.
Eu assenti e me sentei.
— Tudo bem. Agora me diz, por que mentiu para mim? Sobre ter ficado
com as mulheres e... — Eu me encolhi ao pensar em suas palavras.
Ele se encolheu, mas agora não tinha nada a ver com suas dores.
— Alexei e sua boca grande... sorte dele eu estar ferido ou ia acabar com
ele por deixá-la vir com esse maldito... estremeço só de pensar nele tocando
em você enquanto eu estava apagado em um hospital. — Expirou.
— Ele não disse para protegê-lo, afinal de contas você precisava ficar
curado. E seus capangas não me deixavam um segundo, assim como Samuel,
o capanga do meu irmão. E, então? Vai me dizer toda a verdade? — Olhei
seus olhos.
— Podia não ter sido você, talvez eu apenas estivesse achando a boate
bonita — menti. Procurava por ele, embora não tivesse ideia de que Nikolai
estivesse me olhando de algum lugar dos vidros da boate.
Mudei de assunto:
— Por isso me disse que o que tínhamos era só foda e que eu não tinha o
direito de saber de nada da sua vida? Não foi para minha proteção, não é?
Estava com raiva de mim, por meu pai ter feito o que fez. — Minha voz era
só um sussurro.
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— Nunca foi vingança com você, Samira. Gostei de seu jeito inocente,
tão linda, só de pensar em alguém fazendo mal a você me sinto furioso, até eu
mesmo. Por isso fiquei longe por uma semana, mas não consegui. Pensava
em você 24 horas por dia tanto que achei que ficaria louco se não voltasse.
Então voltei e não me arrependo. — Ele alisou meu ventre.
— Por que insistia tanto para eu ficar grávida? — Pensei nas pessoas
falando mal de mim hoje, porque eu estava grávida fora do casamento.
— Não foi porque eu pensava em deixá-la grávida para que no final você
ouvisse coisas como as que ouviu hoje. — Meneou a cabeça de lado para
mim. — Nunca pensei isso. No meu mundo, um líder de verdade é
considerado mais poderoso quando tem uma família e herdeiros, por isso eu
queria um filho. Algumas pessoas do meu mundo com certeza comentam
sobre isso, sobre eu ser novo demais e tomar conta de um império, ainda mais
que não tenho sangue legítimo da máfia, embora nunca comentem na minha
frente. — Seu tom saiu sombrio, e depois mais leve. — Você foi a única
mulher que despertou sentimentos em mim fazendo-me querer ter uma
família neste meu mundo. Por isso fui relutante no começo quando a conheci,
não cheguei em você, pois pensava que não podia trazê-la para a minha vida,
já que não tinha conhecimento de você pertencer a máfia. Mas perdi minhas
forças quando a beijei, e decidi não deixar você escapar.
Eu estava de boca aberta com o que acabei de ouvir da boca dele. Então,
ele não se aproximou de mim por causa da vingança? Ele realmente se
importava comigo e me amava, podia ver isso em seus olhos.
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— Então você queria que eu desistisse de tudo para ir morar com você só
para ter uma família?
— Não foi só por ter uma família, queria você do meu lado, Samira. Eu
estava muito sobrecarregado com as coisas do meu mundo, com a Trider
fechando o círculo contra mim, eu tendo que me ausentar da Rússia e ficar
com você. — Ele alisou minha mão. — Mas acredite, eu queria aquilo, quero
você e meu filho. — Ele deu um suspiro triste. — Lamento por dizer aquilo,
saiba que falar aquelas palavras e ver a dor que afligi em você foi como se
metade da minha alma se partisse ao meio. Mas era preciso como já deve
saber, embora a magoei em vão, o desgraçado soube, pena que não posso
matá-lo de novo.
— Não sei bem, acho que no dia em que fui ao seu serviço e vi os
homens te olharem e mexerem com você. Senti muito ciúme disso, mas antes
disso foi com o Nasx. — Suspirou. — Mas tive certeza quando fui para
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Rússia. — Ele tocou meu rosto e expirou na minha pele. — Lamento pelo
que sofreu todo esse tempo, saiba que seu cheiro e sua pele são minha
essência, e o meu tudo. O que mais amo neste mundo. Espero que me perdoe,
porque, sinceramente, não sei viver sem você.
Meu peito estava aliviado por descobrir que ele me amava de forma
intensa, e eu podia ver isso em seus olhos. No seu toque.
Tirei meu sapato e meu vestido e deitei ao lado dele alisando seu rosto,
que sonhei há muito tempo tocar. Aproximei-me devagar e o beijei de leve,
mas ele me apertou nos seus braços e devorou minha boca com fome e sede,
como se estivesse há muito tempo sem se alimentar de mim.
— Fica bem quietinho que eu cuido de você — pedi beijando por cima
das ataduras onde levou os tiros para me salvar.
Tirei sua calça e cueca deixando-o nu com seu membro duro saindo pré-
semen na cabeça inchada. Abaixei e tracei a língua na ponta e apertei com os
lábios, e depois levei mais fundo, até onde consegui, degustando, lambendo-o
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— Vou me comportar, só não pare, pois esses lábios são o meu maldito
céu! — rosnou.
Então voltei a saborear aquele alimento, pelo qual estava faminta há dias.
O que não consegui colocar tudo, eu peguei com a mão balançando conforme
movimentava com minha boca. Até que ele gozou forte clamando meu nome
com adoração. Senti seu gozo bater no fundo da minha garganta e não parei
de chupá-lo até não restar mais nenhum líquido.
Eu estava com vontade, mas, naquele momento, era somente para ele, já
que o mesmo não podia se esforçar muito. Sorri para ele.
Cortei-o:
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Eu corei. Mas assenti e fiz o que ele mandou. Sentei-me nua em seu rosto.
Olhei para baixo e vi seus olhos azuis lindos me olhando já com a boca em
minha boceta.
— Sim — respondeu e então sugou o meu clitóris com uma força precisa,
mas de um jeito que me deixou nas nuvens. Em cada movimento de sua
língua, eu rebolava mais contra seu rosto, quase querendo entrar dentro dele,
tamanho era meu êxtase.
— Nossa! Gozei que estou toda mole — falei deitando com a cabeça em
seu ombro bom e uma com uma perna na sua.
— Obrigada por não me deixar chorar hoje. Com tudo o que houve era
para eu estar aos prantos, mas com você do meu lado tudo fica suportável. —
Beijei seu peito.
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— Fico feliz por você não ter se aproximado de mim por vingança.
— Eu também fico, minha coelhinha, só lamento por ter feito você sofrer,
mas de agora em diante prometo que não farei mais isso.
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Eu falei com a Tabitta para não deixá-la preocupada comigo, por isso
estava indo visitá-la em Manhattan. Nikolai foi na frente, ele queria ir
comigo, mas falei que queria falar com ela primeiro antes de mencionar o
meu casamento.
Matteo e Luca acertaram as contas com Enzo, não sei o que fizeram e
também não me interessava. Não precisava saber tudo de sombrio desse meu
mundo. Mas acreditei que ele estivesse morto. Lorenzo também morreu, ou
melhor, desligaram os aparelhos, acho que teve voto do conselho ou coisa
assim, e decidiram que ele não tinha honra para viver. Eu não chorei, não
conseguia, não depois do que ele fez.
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Taby era uma loira linda, de olhos verdes, muito parecida com Nikolai.
— Nasx?
— Olá, Sam. Sua amiga Tabitta me convidou, acredito que ela pensa que
estamos juntos.
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Nikolai rosnou segurando uma faca. Estremeci com medo dele fazer
besteira.
— Isso não está acontecendo! Samira não está com Nasx — sibilou o
nome do meu amigo. — Ela é minha namorada e vamos nos casar na Rússia
daqui a cinco dias, por isso ela veio aqui hoje, pois pretendia te contar e
convidá-la para o casamento.
Tabitta arfou, mas antes que ela se recuperasse, eu a puxei para a cozinha,
mas fiz cara feia para Nikolai, que apenas sorriu.
— Você vai casar com meu irmão? — Seu tom saiu alto em sua cozinha
luxuosa com prateleira branca e fogão de inox, assim como a geladeira.
— Você é contra?
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— Ele se apaixonou por mim e eu por ele. Nós tivemos todos esses
imprevistos, mas só não contei antes porque minha vida estava correndo
perigo por causa desse inimigo dele, que ocupou o lugar de Jacov. Eu não
queria você enrolada nisso, ainda mais estando grávida. Eu sinto muito por
não ter dito nada.
Ela suspirou.
— Tudo bem. Eu não estou com raiva de você, só quero que seja feliz. —
Ela me abraçou de novo.
Voltamos para a sala de jantar. Ela foi direto em Nikolai para abraçá-lo
também.
— Tiro? — Sua voz agora soou preocupada. — Por que não me contou?
Ele suspirou.
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— Filho?
Então ela gritou animada dizendo que íamos comprar roupas de crianças
juntas.
— Cadê o Nasx?
Eu sabia que não havia sido por isso, esperava que em breve ele
conseguisse uma pessoa que o amasse, e que o que ele sentia por mim não
tivesse nem comparação a isso.
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de me sentir culpada com isso, mas o prazer de estar com Nikolai superou
tudo, incluindo a culpa.
Rômulo veio com uma namorada, e fiquei feliz com isso, graças a ele, eu
tive um pedido grande das minhas obras que estariam sendo levadas para a
França no próximo mês.
Ignorei a todos nos seus assentos, e só olhava para o meu futuro marido,
meu mafioso gostoso. Ele estava vestido com um terno preto. Havia ficado
lindo com seus cabelos loiros e olhos da cor do mar, assim como o céu.
— Matteo!
Eu estava com um vestido longo no estilo tomara que caia, meio frouxo
na cintura, afinal de contas, eu não ligava de estar casando grávida. Ele era
uma bênção na minha vida.
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— Estou contando com isso, querida, ainda mais depois desses dias —
ele sussurrou baixo no meu ouvido. — Sem foder direito, já que estava
remendado.
O padre ministrou a palavra para nós, eu nem acreditava que esse homem
agora era meu, e não tinha vingança nenhuma no meio do caminho.
— Eu agradeço por conhecer você. — Ele olhou para mim com adoração.
— Não prometo que será sempre um mar de rosas, porque no nosso mundo
sempre vai ter um toque obscuro, mas prometo que farei você feliz. Prometo
zelar, proteger e cuidar de você e de nosso filho até meu último dia nessa
terra. Com você, eu me caso; e com você, eu me uno. Com sangue é gerado e
com sangue é concebido, recebo você, minha mulher. Uma vez que essa
união foi selada, só será rompida com a morte.
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Então falei as palavras dos votos da máfia. Repeti o mesmo que ele.
— Sim. A ideia foi minha, lembra-se? Você prometeu que me faria gritar
hoje, mas de prazer, então estou contando com isso.
— Com prazer, Sra. Dragon — disse e fechou meus olhos com a venda.
— Uma vista linda! — sussurrou bem em minha boceta. Eu podia sentir o ar
quente de sua boca e narinas, isso me fez arrepiar por inteira.
Ele pegou uma das minhas pernas e a colocou em seu ombro, então
estava me degustando com fome. Meu mafioso lindo sempre era faminto.
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— Isso, minha esposa gostosa, goza para mim. Eu quero sentir seu gozo
em minha boca! — ordenou e esse som foi direto no centro fazendo-me gozar
adorando seu nome.
— Nikolai...
— Nikolai, eu amo você. Eu queria dizer nos votos, mas não sabia o
preconceito da máfia contra isso — falei assim que parei de tremer do meu
orgasmo.
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— Dando graças a Deus por você estar vivo e comigo, não há dádiva
melhor do que isso — respondi fitando seus olhos e tocando seu rosto. — Eu
sei que, nesse nosso mundo, nós vamos enfrentar muitas coisas nem sempre
boas, mas vale a pena viver nele só para estar ao seu lado.
Ali nos braços daquele homem estava um caminho que eu queria seguir
para sempre.
FIM
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SÉRIE DILACERADOS
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SÉRIE MC FÊNIX
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SÉRIE DESTINOS
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1)
Na mitologia grega, Hades era o deus do submundo, o reino dos mortos. Hades
era o filho de Cronos e Réia, dois dos Titãs que dominaram o universo. Os Titãs
tiveram outros filhos, os deuses Zeus e Poseidon e as deusas Deméter, Hera e
Hestia. ↵
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2)
Koenigsegg é um dos mais rápidos e exclusivos superdesportivos do Mundo. ↵
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3)
Kremlin é um complexo fortificado no centro da capital russa, nas margens do rio
Moskva ao sul, com a Catedral de São Basílio e a Praça Vermelha a leste e o
Jardim de Alexandre a oeste. É o mais conhecido dos kremlins (cidadelas russas)
e inclui cinco palácios, quatro catedrais e uma muralha com torres. O complexo
serve como a residência oficial do Presidente da Federação Russa. ↵
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