O documento discute a cobrança da contribuição do salário-educação de produtores rurais pessoas físicas. Recentemente, tribunais decidiram que o registro no CNPJ para fins de fiscalização não caracteriza o produtor como empresa, isentando-o do tributo. Apenas aqueles constituídos como pessoa jurídica ou que preencham os requisitos legais para empresário rural estão sujeitos à contribuição. Produtores prejudicados podem pleitear restituição dos últimos 5 anos.
O documento discute a cobrança da contribuição do salário-educação de produtores rurais pessoas físicas. Recentemente, tribunais decidiram que o registro no CNPJ para fins de fiscalização não caracteriza o produtor como empresa, isentando-o do tributo. Apenas aqueles constituídos como pessoa jurídica ou que preencham os requisitos legais para empresário rural estão sujeitos à contribuição. Produtores prejudicados podem pleitear restituição dos últimos 5 anos.
O documento discute a cobrança da contribuição do salário-educação de produtores rurais pessoas físicas. Recentemente, tribunais decidiram que o registro no CNPJ para fins de fiscalização não caracteriza o produtor como empresa, isentando-o do tributo. Apenas aqueles constituídos como pessoa jurídica ou que preencham os requisitos legais para empresário rural estão sujeitos à contribuição. Produtores prejudicados podem pleitear restituição dos últimos 5 anos.
do salário-educação do produtor rural pessoa física A contribuição social do salário- firmas individuais ou sociedades que as- -educação, prevista no art. 212, sumam o risco de atividade econômica, §5º da Constituição Federal urbana ou rural, com fins lucrativos ou e regida pelas Leis nos 9.424/1996 e não, em consonância com o art. 15 da Lei 9.766/1998, atribui às empesas o custeio nº 9.424/1996 e o Decreto nº 6.003/2006. adicional para o financiamento da edu- cação básica pública no país e deve ser Ocorre que o conceito de empresa am- calculado à alíquota de 2,5% sobre o total plo adotado pelo STJ, aliado à exigência de remunerações pagas ou creditadas aos da Receita Federal e de muitos Estados a empregados, conforme previsto no art. que os produtores rurais pessoas físicas 15, da Lei nº 9.424/1996. mantenham registro no CNPJ, deu azo à União continuar exigindo o tributo, com Para fins de incidência da contribuição, a alegação de que a inscrição no CNPJ o art. 1º, §3º da Lei nº 9.766/1998, escla- constitui o produtor rural pessoa física receu que empresa é “qualquer firma in- como empresa, para efeito de incidência dividual ou sociedade que assume o risco da contribuição para o salário-educação. de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como as No entanto, recentes julgamentos pro- empresas e demais entidades públicas ou feridos pelo Tribunal Regional Federal privadas, vinculadas à Seguridade Social”. da 3ª Região (TRF-3), têm decidido que o simples fato de o produtor rural possuir Por sua vez, o Decreto nº 6.003/2006, inscrição no CNPJ não descaracteriza a que regulamenta a arrecadação, a fiscali- sua condição de pessoa física, por tratar- zação e a cobrança do tributo, definiu a -se de mera formalidade para fins de fis- sujeição passiva às empresas em geral, calização, afastando a exigibilidade da entidades públicas e privadas vinculadas contribuição. ao regime geral da Previdência Social, considerando para tanto, qualquer firma Além disso, de acordo com as decisões individual ou sociedade que assuma o proferidas pelo TRF-3, somente se preen- risco de atividade econômica, urbana ou chidos os requisitos contidos na legisla- rural, com fins lucrativos ou não, além da ção civil (art. 966 e seguintes do Código sociedade de economia mista, a empresa Civil), pode o produtor rural pessoa física pública e demais sociedades instituídas e ser considerado como empresário. Assim, mantidas pelo Poder Público. Alex Carvalho Rocha ainda que o produtor rural pessoa física Advogado no Escritório Pereira Advogados esteja registrado no CNPJ, desde que não Para a União, a exigência do salário- preencha os requisitos da legislação civil -educação dos produtores rurais pessoas que o caracterize como empresário, não físicas está atrelada ao entendimento de dra no conceito de empresa, para fins de pode ser considerado como empresa, para que qualquer pessoa física que explore incidência do salário-educação. Ou seja, fins de incidência do salário-educação. atividade econômica, urbana ou rural, somente o empregador rural pessoa física equipara-se à figura de empresa, de modo constituído como pessoa jurídica mediante Portanto, os produtores rurais pessoas a legitimar a cobrança do tributo. inscrição no CNPJ, estaria sujeito à contri- físicas que se sentirem prejudicados com buição (REsp nº 711.166/PR). a cobrança da contribuição para o salário- Diante disso, em meados de 2006, o -educação, podem ingressar com uma Superior Tribunal de Justiça (STJ) se po- Em seguida, sobreveio o REsp nº medida judicial para garantir o direito ao sicionou sobre a questão para esclarecer 1.162.307/RJ, julgado sob a sistemática não recolhimento do tributo, assim como que o produtor rural pessoa física, desde dos recursos repetitivos (Tema 362), onde para pleitear a restituição dos valores re- que não esteja constituído como pessoa ju- o STJ firmou a tese de que a contribuição colhidos indevidamente nos últimos 5 rídica, com registro no Cadastro Nacional para o salário-educação tem como sujeito (cinco) anos. de Pessoa Jurídica (CNPJ), não se enqua- passivo as empresas, assim entendidas as