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Roteiro de Exame Físico Respiratório

Aluno: Caio Rodrigo Menezes dos Santos Turma: 04

SUBUNIDADE: Semiologia aplicada à Enfermagem


Enfermagem

Materiais utilizados: Estetoscópio, régua em centímetros, lápis de marcação, algodão e álcool (os
dois para desinfecção do estetoscópio).

ANAMNESE
Entrevista Perguntas Possíveis achados anormais
1. Quando e em quais Indicação de dispneia em movimentos
do cotidiano ou em repouso, se ela
situações a queixa
acorda o indivíduo durante a noite, se
principal aparece com existem outros sinais relacionados.
Dispneia súbita (sem causa aparente)
maior frequência?
pode indicar pneumotórax espontâneo,
2. O aparecimento da embolia pulmonar ou infarto do
miocárdio.
queixa principal é gradual
Em relação à expectoração,
ou de forma súbita (de normalmente a árvore
traqueobrônquica produz cerca de
repente)? Há quanto
100mL diários de muco. É necessário
tempo o sintoma-guia verificar a coloração, odor, qualidade e
quantidade, pois alterações podem ser
ocorre?
Direcione a anamnese dados importantes, assim como
com 10 perguntas 3. Já teve alguma também o início, frequência e posição
especificas para pesquisar relacionada. Deve-se ficar atento à
enfermidade ou problema
padrões anormais do presença de sangue no escarro.
sistema respiratório. respiratório antes? Presença de hemoptise (expectoração
de sangue pela boca). A rouquidão
4. Há prática de
também deve ser avaliada.
tabagismo?
(se sim, há quanto tempo,
se já tentou parar e
quantos cigarros ele
consome por dia).
5. Sentiu falta de ar
ultimamente? Qual a
incidência? Em quais
momentos ocorrem?
6. Sente dor ao
respirar?
Ocorrência, duração,
classificação da dor e o
que faz para melhorá-la?
7. Qual a profissão e
local
de trabalho do paciente?
(algumas situações
podem estar relacionadas
com o risco ocupacional).
8. Há produção de
escarro?
Qual a coloração? Há
presença de sangue? Qual
a quantidade?
9. O paciente esteve
com
tosse? Qual a intensidade?
Veio ocorrendo a quanto
tempo? É seca ou com
secreção?
10. Familiares já
possuíram
esses sintomas ou alguma
condição patológica?

EXAME FISICO
Inspeção
Sequência da inspeção Achados normais Possíveis achados anormais
Estática
PAREDE As deformidades esqueléticas, se
É necessário observar as ANTEROPOSTERIOR: Os graves, podem ocasionar limitações
condições da pele processos espinhosos nos movimentos da caixa torácica
(coloração, hidratação, estão dispostos em uma (escoliose, cifose etc.)
cicatrizes, lesões), os linha reta. O tórax é A configuração "tórax em barril" se dá
pelos e sua distribuição, a simétrico com as costelas quando o diâmetro anteroposterior
presença de circulação inclinadas para baixo. As (AP) é igual ao diâmetro transversal e
colateral, abaulamentos e escápulas são ocorre no enfisema crônico devido à
retrações. Em posicionadas hiperinsuflação dos pulmões.
baqueteamento, por mais simetricamente. O Na presença de doença pulmonar
que seja uma condição diâmetro anteroposterior obstrutiva crônica (DPOC), os
quase sempre genética, (AP) do tórax é menor do músculos do pescoço estão
ele é comumente que o diâmetro hipertrofiados, por causa do auxílio nas
relacionado a transversal. A razão entre respirações forçadas.
cardiopatias, doenças os diâmetros AP e A expansibilidade torácica assimétrica
respiratórias, hepáticas e transversal é de 1:2. pode ocorrer na atelectasia ou na
cirrose hepática. Os dedos Apresenta uma postura pneumonia acentuada, traumatismos
e as unhas também relaxada com os braços torácicos (pneumotórax ou fraturas das
devem ser inspecionados confortavelmente aos costelas).
para detecção de lados do corpo ou as Quando as pleuras estão inflamadas,
baqueteamento e mãos apoiadas sobre as ocorre dor na respiração profunda.
manchas de fumo. coxas. Crepitações (ou estertores) ocorrem
É necessário observar a A cor deve estar na pneumonia e no
caixa torácica, pois a relacionada com o perfil edema pulmonar, e sibilos (ou roncos)
forma do tórax apresenta genético dos indivíduos, ocorrem na asma e no enfisema.
variações em relação à sem cianose ou palidez. O tórax “em barril” apresenta costelas
idade, ao sexo e ao PAREDE ANTERIOR: As com disposição horizontal e um ângulo
biotipo. Por exemplo, o costelas são inclinadas infraesternal acima de 90 graus.
tórax chato ou plano tem para baixo com espaços Ocorre hipertrofia dos músculos
como característica o intercostais simétricos. O abdominais no enfisema crônico.
diâmetro anteroposterior ângulo infraesternal tem Fácies tensa, cansada e com lábios
reduzido. Outro exemplo é cerca de 90 graus. franzidos acompanha
o tórax em tonel ou Expressão facial é a respiração na DPOC. Hipóxia
globoso, no qual o relaxada e suave, cerebral apresenta sonolência
diâmetro anteroposterior indicando um esforço excessiva ou ansiedade, agitação e
se iguala ao transversal. inconsciente para irritabilidade.
respirar. O baqueteamento das extremidades
Nível de consciência: dos dedos da mão ocorre na doença
Alerta e cooperativo. respiratória crônica.
Os lábios e os leitos Respiração ruidosa ocorre na asma
ungueais são livres de grave ou na bronquite crônica.
cianose ou palidez Expansibilidade torácica assimétrica
incomum. As unhas ocorre quando parte do pulmão está
apresentam configuração obstruída ou em colapso, como na
normal. pneumonia ou na defesa para evitar
Qualidade da respiração. dor incisional pós-operatória ou na dor
A respiração normal de da pleurisia.
repouso é inconsciente e O músculo reto do abdome e os
realizada sem esforço, músculos intercostais internos são
regular e não produz usados na expiração forçada na DPOC.
qualquer ruído. O tórax
expande simetricamente
em cada inspiração.
PAREDE POSTERIOR: Os
recém-nascidos
apresentam uma forma
quase arredondada.

Dinâmica Achados normais Possíveis achados anormais (inserir


ritmos respiratórios)
O examinador observa a A frequência respiratória Tórax instável ou traumático é
dinâmica respiratória. A considerada normal para observado quando há presença de
movimentação adultos varia em um costelas fraturadas, notando-se
respiratória é observada intervalo de 12 e 20 movimentos paradoxais na inspiração
quanto à sua amplitude incursões respiratórias e expiração. Alguns exemplos de
ou profundidade de por minuto. A relação frequência respiratória normal: a
expansão e ritmo, entre a inspiração e taquipneia é a respiração rápida e
podendo-se alterar. expiração é de 1:2. superficial. A bradipneia é a respiração
lenta e superficial. A apneia é
ausência de movimento respiratório.
A respiração de Kussmaul é a
respiração profunda e sua frequência
pode ser rápida, normal ou lenta.
Existe também a respiração de
Cheyne-Stokes, a qual é chamada
também de dispneia periódica e
corresponde a períodos de respiração
lenta e superficial que gradualmente
vai se tornando rápida e profunda,
alternando períodos de apneia.
Existe, também, a respiração de Biot,
que se caracteriza por ser irregular e é
chamada de respiração atáxica.
Em pessoas magras, quando existe
um obstáculo em uma via aérea
dificultando o impedindo a passagem
de ar para um ou ambos os pulmões,
existe a depressão dos espaços
intercostais na parte correspondente
do pulmão afetado. A tiragem
unilateral é observada em um
hemitórax quando ocorre a oclusão de
um brônquio principal. É bilateral
quando a oclusão mecânica está
acima da bifurcação traqueal ou nos
estreitamentos generalizados de
pequenas e brônquios.

Palpação
Segmentos avaliados Achados normais Possíveis achados anormais
(Descrever a técnica de
avaliação de cada um)
TRAQUEIA: A traqueia, em geral, Frêmito diminuído ocorre quando algo
O examinador posiciona apresenta uma discreta impede a transmissão de vibrações,
suavemente o dedo da mobilidade, retornando por exemplo, brônquio
mão em um dos lados da rapidamente à linha obstruído, derrame ou espessamento
traqueia e observe o média após ser pleural, pneumotórax e enfisema.
espaço entre ele e o deslocada. Frêmito aumentado ocorre devido a
esternocleidomastóideo uma condensação ou consolidação do
ponto final os espaços À medida que o paciente tecido pulmonar, por exemplo, a
devem ser simétricos. Em inspira, as mãos do pneumonia lobar.
ambos os lados e a examinador devem se Crepitação é uma sensação grosseira
traqueia é suavemente deslocar para fora e para palpável sobre a superfície da pele.
deslocada de um lado cima simetricamente. Ocorre no enfisema subcutâneo,
para o outro ao longo de quando o ar escapa do pulmão e
toda sua extensão. O frêmito, normalmente, preenche o tecido subcutâneo, como
PAREDE POSTERIOR DO diminui à medida que ocorre
TÓRAX: seguimos para baixo após uma lesão torácica aberta ou
Confirme a porque uma maior cirurgia.
expansibilidade simétrica quantidade de tecidos
do tórax colocando suas presente nessas áreas
mãos aquecidas na impede a transmissão do
parede torácica som.
posterolateral, com os
polegares no nível de T9
ou T10. Deslize as mãos
medialmente no dorso.
Com a DPOC, uma
posição tripé (inclinado
para a frente com os
braços apoiados contra
joelhos, cadeira ou cama)
cria uma alavanca de
modo que os músculos
acessórios da respiração,
auxiliem na expiração.
Deslize as mãos
medialmente no dorso
para manter uma
pequena dobra de pele
entre os seus polegares.
Solicite que o paciente
inspire profundamente;
seus polegares devem se
afastar simetricamente.
O frêmito tátil é uma
vibração palpável. Use a
face palmar dos dedos de
uma das mãos e toque o
tórax do paciente,
solicitando que ele repita
as palavras: “noventa e
nove” ou “lua azul”.
Comece a palpação ao
longo dos ápices
pulmonares e siga de um
lado para o outro; as
vibrações devem
comparadas entre as
áreas correspondentes,
de cada lado.
PAREDE TORÁCICA:
Usando os dedos, palpe
suavemente toda a
parede torácica.
Percussão
Regiões avaliadas (Descreva a Sons Sons anormais
técnica) normais
A percussão do tórax é realizado em O tecido Os sons hipersonoros indicam
localizações simétricas, dos ápices em pulmonar aumento do ar nos pulmões ou no
direção às bases nos dois lados do normal espaço pleural, sendo mais intensos e
tórax (primeiro em um deles, logo após apresenta de timbre mais grave do que o claro
no outro, no mesmo nível). som pulmonar. São encontrados
A força do golpe aplicado na percussão ressonante principalmente no pneumotórax e no
varia de acordo com o tórax do ou claro enfisema pulmonar.
indivíduo, ou seja, magro, musculoso pulmonar, A percussão sobre regiões que
ou obeso. com timbre apresentam condensação pulmonar
PERCUSSÃO DA PAREDE POSTERIOR grave e oco. resulta em sons maciços, como ocorre
DO TÓRAX: é necessário percutir os na pneumonia, no derrame pleural e
espaços intercostais, iniciando nos Normalment no tumor. É notável que os sons
ápices, comparando cada espaço de e, se ouve maciços e subclasses indicam
ambos os lados até seguir as bases dos um som claro diminuição ou inexistência de ar no
pulmões. É importante evitar as pulmonar interior dos alvéolos.
escápulas e as costelas. O tecido sobre a área Os sons maciços são ruídos surdos e
pulmonar saudável no adulto saudável. secos identificados normalmente sobre
apresenta o denominado som claro Observe as a coxa ou as estruturas ósseas. Os
pulmonar. margens da sons submaciços são suaves, de alta
EXCURSÃO DIAFRAGMÁTICA: é macicez frequência, como na percussão sobre
possível delimitar a margem inferior do cardíaca o fígado.
pulmão, tanto na inspiração quanto na normalmente O som timpânico é oco, semelhante ao
expiração, por meio da percussão. relacionada rufar de um tambor, e escutado
Deve-se medir essa diferença. na região durante a percussão do fundo do
A excursão diafragmática deve ser anterior do estômago (espaço de Trauble) em
igual bilateralmente e medir cerca de 3 tórax, que caso de amplo pneumotórax ou se
a 5 cm no adulto (mas ela pode atingir não deve ser houver alguma câmara repleta de ar.
até 7 a 8 cm em pessoas bem confundida
condicionadas). com Os pulmões apresentam
A PERCUSSÃO NA PAREDE ANTERIOR patologia do hiperinsuflação no enfisema crônico, o
DO TÓRAX deve ser iniciada pelos pulmão. que resulta em aumento do
ápices, percurtando os espaços timpanismo, no qual a macicez
intercostais comparando de um lado Na linha cardíaca seria esperada.
com outro, em direção a região inferior medioclavicu
da parede torácica. lar esquerda,
um
timpanismo é
evidente
devido à
presença da
área
gástrica.
Ausculta
Locais de ausculta Sons normais Sons anormais
(descreva a técnica)
A ausculta consiste em Os sons respiratórios Quando o som brônquico é auscultado
ouvir os ruídos torácicos normais resultam da na periferia do pulmão, significa
com diafragma do transmissão de vibrações transmissão anormal do som
estetoscópio durante todo produzidas pela decorrente de condensação pulmonar,
ciclo respiratório. Ela deve movimentação do ar nas como em casos de pneumonia ou
ser realizada vias respiratórias. Eles são atelectasia.
preferencialmente com o denominados de som Fatores extrapulmonares, como
paciente sentado, com o traqueal, som brônquico, obesidade e hipertrofia muscular,
tórax parcial ou murmúrio vesicular e som podem tornar o murmúrio vesicular
totalmente aberto, broncovesicular. mais débil como em pneumotórax,
enquanto ele respira com O som traqueal é derrame pleural, enfisema pulmonar,
a boca entreaberta e um auscultado nas áreas de
pouco mais projeção da traqueia, ou dor torácica de qualquer etiologia
profundamente, seguindo seja, fenda glótica e obstrução traqueal e edema da glote.
a mesma localização da região supraesternal. São Quando o som broncovesicular é
percussão. Através da intensos, agudos e auscultado em regiões distantes dos
ausculta é capaz de possuem qualidade pouco primeiro e segundo espaços
avaliar três elementos: sonora. A fase expiratória intercostais (no tórax anterior) e das
características dos ruídos é um pouco mais audível e regiões entre as escápulas no nível da
respiratórios, presença de longa do que a terceira e quarta vértebras dorsais,
ruídos adventícios e inspiratória. pode indicar condensação pulmonar,
característica da voz O som brônquico é atelectasia por compressão ou
falada e sussurrada. Os auscultado na região de presença de caverna, percebendo-se o
achados devem ser projeção dos brônquios de som brônquico.
descritos quanto ao tipo maior calibre, próximo ao Os ruídos adventícios são sons
de ruído ou à localização, esterno. Tem timbre anormais que superpõem os sons
à quantidade e à fase. agudo, intenso e oco. Na respiratórios normais. São
Na parede posterior do fase expiratória, é mais denominados de crepitações grossas (
tórax deve-se auscultar as forte e prolongado. ou estertores grossos ou bolhosos, são
seguintes áreas: O murmúrio vesicular é sons mais graves e de maior duração
posteriormente desde os auscultado em toda a audíveis no início da inspiração e ao
ápices em C7 até as bases extensão do tórax, sendo longo da expiração) e finas (ou
(cerca de C10) e mais intenso nas bases estertores finos, são sons agudos, de
lateralmente a partir das pulmonares. Possui curta duração e mais audíveis na
axilas até a sétima ou timbre grave e suave. É inspiração, que não se modificam com
oitava costela. mais forte e prolongado a tosse e podem mudar de acordo com
Na parede anterior do na fase inspiratória e mais a posição), de roncos ( sons mais
tórax, a ausculta abrange audível na região graves e de longa duração, audíveis na
os campos pulmonares anteroposterior, nas inspiração e ao longo da expiração,
sobre a caixa torácica axilas e regiões com predomínio nesta última fase e se
anterior desde os ápices, infraescapulares. modificando com a tosse), de sibilos
nas áreas No som broncovesicular (que são ruídos musicais ou
supraclaviculares, para somam-se as sussurrantes mais agudos, de maior
baixo em direção à sexta características da duração e audíveis na inspiração e ao
costela. Comparar um respiração brônquica com longo da expiração, que não se
lado com o outro à medida as do murmúrio vesicular. modificam com a tosse), de atrito
que o estetoscópio se É auscultado, em pleural (que decorre da inflamação
move para baixo e condições normais, no pleural e, com frequência, associa-se a
ausculte uma respiração primeiro ou segundo pleurite, pneumonia e infarto pleural.)
completa em cada local. espaços intercostais no e de cornagem ou estridor ( que é a
tórax anterior e entre as respiração ruidosa devido a obstrução
escápulas no nível da no nível da laringe e/ou da traqueia ,
terceira e quarta percebida mais marcadamente na fase
vértebras dorsais. inspiratória).
Em geral, a fala revela Egofonia é uma modificação na
sons abafados e qualidade do som da letra "i" que se
indistintos. O som é quase torna "a", com qualidade anasalada
sempre mais alto na (pode ocorrer na porção superior dos
região medial, sobre as derrames pleurais, nas pneumonias e
grandes vias aéreas, e nas atelectasias).
diminui na direção da
periferia. A ressonância
vocal normal, tanto falada
quanto cochichada, deve
ser de sons
incompreensíveis.

Referências utilizadas:
Barros, Alba Lucia B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no
adulto. 3. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2016.

Cheever, Kerry H. Hinkle, Janice L. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-


cirúrgica, volumes 1 e 2. 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Jarvis, Carolyn. Guia de exame físico para enfermagem. 7. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier,
2016.

Porto, Celmo Celeno. Semiologia médica. 8. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

Potter, Patricia A. Perry, Anne G. Fundamentos da enfermagem. 9. ed. - Rio de Janeiro:


Elsevier, 2017.

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